TEXTO ÁUREO
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” (Gl 5.25,26)
Entenda o Texto Áureo:
- Todo
o cristão tem a presença do Espirito Santo que habita nele (Rm 8.9; 1Co
6.19-20) como a força individual para viver de maneira a agradar a Deus. A
forma do verbo grego traduzido por "andemos"
indica uma ação continua, ou um estilo de vida habitual. Andar também implica
progresso; quando um cristão se submete ao controle do Espirito - ou seja,
responde em obediência aos verdadeiros mandamentos da Escritura — ele se
desenvolve em sua vida espiritual (Ef
5.18; G 3.16). Uma nota sobre a segunda parte do versículo: Carne.
Não é simplesmente o corpo físico, mas inclui a mente, a vontade e as emoções
que estão todas sujeitas ao pecado. Diz respeito, de maneira geral, a nossa
humanidade não redimida (Rm 7.5; 8.23;
cf. v. 1 3).
VERDADE PRÁTICA
Na jornada da
fé há inimigos que tentam nos atrapalhar: o Diabo, a Carne e o Mundo; mas em
Cristo somos mais que vencedores.
Entenda a Verdade Prática:
- Em nenhum lugar da Bíblia temos a
promessa de que a pessoa que vive segundo os princípios do cristianismo tem uma
vida imune a lutas e dificuldades. Pelo contrário, o texto sagrado está repleto
de passagens que confirmam que o cristão, enquanto estiver vivendo na terra,
estará sempre sujeito a ataques provenientes de três fontes inimigas: o mundo
(Hb 12.1), a carne e o diabo.
LEITURA BÍBLIA EM CLASSE
Romanos 6.11-14; 1 João 2.15-17
Romanos
6
11. Assim também
vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo
Jesus, nosso Senhor.
- Assim também. Implica a importância
de o seu leitor saber o que ele acabou de explicar. Sem esse fundamento, o que
ele está prestes a ensinar não fará sentido. A Escritura sempre identifica o
conhecimento como a base para a prática de uma pessoa (cf. Cl 3.10). considerai-vos.
No original, apesar de significar, simplesmente, contar ou numerar algo, essa
palavra foi mui ousada de maneira metafórica para se referir a uma certeza
absoluta e sem reservas no que a mente de uma pessoa sabe ser verdadeiro — o
tipo de confiança sincera que afeta as suas ações e decisões. Paulo não está se
referindo aos jogos da mente, nos quais nós nos enganamos ao pensar de
determinada maneira. Mais precisamente, ele está nos persuadindo a aceitar pela
fé o que Deus revelou ser verdade, mortos para o pecado. Veja vs. 2-7. em
Cristo. A expressão favorita de Paulo a respeito da nossa união com Cristo.
Essa é sua primeira ocorrência em Romanos (Ef 1.3-14).
12. Não reine,
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas
concupiscências;
- corpo mortal. O único
depósito restante onde o pecado encontra o cristão vulnerável. O cérebro e seus
processos do pensamento são parte do corpo, e assim, tentar a nossa alma com
seus desejos pecaminosos (Rm 8.22-23; 1Co 15.53; 1Pe 2.9-11).
13. Nem tampouco
apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade, mas
apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus,
como instrumentos de justiça.
- ofereçais. Refere-se à
uma decisão da vontade. Antes que o pecado possa ter poder sobre um cristão,
ele deve, primeiramente, passar pela vontade dele (cf. I:p 2.12-13). os
membros. As partes de seu corpo físico, lugares a partir das quais o
pecado opera no cristão (Rm 7.18,22-25; cf. 12.1; 1Co 9.27). instrumentos
de iniquidade. Aqueles usados para fazer o que viola a vontade e a lei
santas de Deus.
14. Porque o
pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo
da graça.
- o pecado não terá domínio.
O pecado deve poder exercer controle sobre o nosso corpo, pois se não fosse
assim, a admoestação de Paulo seria desnecessária (v. 13). Porém, o pecado não
tem de reinar nele; então, o apóstolo expressa a sua confiança de que aqueles
que estão em Cristo não permitirão que isso aconteça; não estais debaixo da lei, e sim
da graça. Não significa que Deus tenha abolido a sua lei moral (Rm 3.31;
cf. Mt 5.17-19). A lei é boa e justa (Rm 7.12; cf. 1Tm 1.8); entretanto, como
não pode ser cumprida, ela amaldiçoa. Uma vez que não pode ajudar uma pessoa a
manter o padrão moral de Deus (Rm 7.7-11), ela pode apenas mostrar o padrão e,
assim, repreender e censurar aqueles que deixam de cumpri-la. Mas o cristão não
mais está debaixo lei como uma condição para ser aceito por Deus - uma condição
impossível de cumprir e elaborada apenas para mostrar ao ser humano a sua
pecaminosidade (Rm 3.19-20; cf. Gl 3.10-13) - e sim, da graça, que permite a
ele cumprir, por completo, as justas exigências da lei (Rm 7.6; 8.3-4). O capítulo
7 é o comentário final de Paulo a respeito dessa expressão crucial.
1 João
2
15. Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está
nele.
- Não ameis o mundo. Embora
muitas vezes repita a importância do amor e que Deus é amor (Rm 4.7-8), João
também revela que Deus odeia um determinado tipo de amor: o amor ao mundo (Jo
15.18-20). Nessa passagem, João expressa um tipo particular da quarta prova (ou
seja, a prova do amor). No sentido positivo, o cristão ama a Deus e aos outros
cristãos. No sentido negativo, uma ausência de amor ao mundo deve ser a
característica habitual da vida de amor daqueles que são considerados
genuinamente nascidos de novo. "Amor" aqui significa afeto e devoção.
É Deus, e não o mundo, que deve ter o primeiro lugar na vida do cristão (Mt
10.37-39; Fp 3.20). o mundo. Não é uma referência ao mundo físico e material, mas
ao sistema espiritual invisível do mal dominado por Satanás (2Co 10.3-5) e tudo
o que ele oferece em oposição a Deus, à sua Palavra e ao seu povo (Rm 5.19; Jo
12.31; 1Co 1.21; 2Co 4.4; Tg 4.4; 2Pe 1.4). o amor do Pai não está nele.
Ou ele é um cristão genuíno cuja marca é o amor e a obediência a Deus ou um não
cristão em rebelião contra Deus, ou seja, apaixonado e escravizado pelo sistema
mundano controlado por Satanás (Ef 2.1-3; Cl 1.13; Tg 4.4). Não há meio-termo
entre essas duas alternativas para alguém que se diz nascido de novo. Os falsos
mestres não tinham esse tipo de amor singular, mas se dedicavam à filosofia e à
sabedoria do mundo, revelando, com isso, o seu amor pelo mundo e a sua condição
de não salvos (cf. Mt 6.24; Lc 16.13; ITm 6.20; 2Pe 2.12-22).
16. Porque tudo
o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
- tudo que há no mundo. Cf.
Tg 4.4. Embora as filosofias e ideologias do mundo, assim como muitas coisas
que ele oferece, possam parecer atrativas e interessantes, isso é ilusão. Sua
natureza verdadeira e comum é maligna, nociva, destrutiva e satânica. Suas teorias
mortais levantam-se contra o conhecimento de Deus e mantêm cativa a alma humana
(2Co 10.3-5). concupiscência. Aqui, João usa o termo de maneira negativa como
referência a um forte desejo por coisas más. came. O termo refere-se à
natureza pecaminosa do ser humano; o ser rebelde que é dominado pelo pecado em
oposição a Deus (Rm 7.15-25; 8.2-8; Gl 5.19-21). Satanás usa o sistema maligno
do mundo para incitar a carne; olhos. Satanás usa os olhos corno
uma via estratégica para incitar desejos incorretos (Js 7.20-21 2Sm 11.2; Mt
5.27-29). A tentação de Eva por parte de Satanás consistiu em atraí-la com algo
belo na aparência, mas o resultado foi a morte espiritual (Gn 3.6,
"agradável aos olhos"); a soberba da vida. A expressão tem a
ideia de arrogância por causa das circunstâncias que produzem altivez ou
exagero, levando a pessoa a ostentar o que possui para impressionar outras
pessoas (Tg 4.16). não procede do Pai. O mundo é o inimigo do cristão porque está
em rebelião e oposição a Deus, e sob o controle de Satanás (Rm 5.19; Ef 2.2;
2Co 4.4 10.3-5). As três aberturas apresentadas, se permitirem acesso ao
pecado, resultam em tragédia. O cristão não somente deve rejeitar o mundo pelo
que ele é , mas também pelo que ele faz.
17. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele
que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
- o mundo passa. O cristão
também não deve amar o sistema satânico do mundo por causa da natureza temporária
desse sistema. Ele está num processo contínuo de desintegração, seguindo para a
destruição (Rm 8.18-22). aquele... que faz a vontade de Deus
permanece eternamente. Em contraste com o mundo passageiro, a vontade
de Deus é permanente e imutável. Aqueles que obedecem à vontade de Deus
permanecem eternamente como seu povo. Enquanto Deus oferece a vida eterna aos
seus filhos, a era presente está condenada (1Co 7.31; 2Co 4.18).
INTRODUÇÃO
Na jornada da
vida cristã nos deparamos com perigos que ameaçam a trajetória do nosso caminho
para o céu. Nela, encontramos três inimigos que buscam nos atrapalhar: o Diabo,
a carne e o mundo. O Diabo e o mundo estão do lado externo de nossa trajetória;
a carne, porém, está do lado de dentro: é a nossa natureza pecaminosa. Por
isso, nesta lição, estudaremos esses três inimigos da Jornada da Vida Cristã.
- A carne, o mundo e o diabos são as fontes de tentações para o homem. Estes
inimigos que serão estudados a partir de agora, nos darão uma visão bem clara
de suas características. Além disso, e o que é mais importante, buscar as
estratégias bíblicas para a guerra da qual todo cristão está obrigado a
participar. Vamos com atenção e cuidado, analisar cada um destes inimigos, e
assim, poderemos vislumbrar as reais possibilidades de vitória em nossa luta
contra o mundo, a carne e o diabo.
I. O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO:
O DIABO
1. O Diabo é real. A existência
do Diabo como pessoa é descrita desde o primeiro livro da Bíblia. No Antigo
Testamento, as ações de Satanás são descritas em Gênesis, 1 Crônicas, Jó,
Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias. O Novo Testamento mostra a atuação do
Diabo por cerca de 25 vezes das 29 passagens dos Evangelhos em que Jesus o
menciona. Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt
13.39; Lc 11.18).
- A Concordância de James
Strong afirma que a palavra hebraica para SATANÁS é “SATAN (H7854)” e significa
“ADVERSÁRIO” e aparece 27 vezes no Antigo Testamento. Encontramos hoje muitos
ensinando a inexistência de Satanás no Antigo Testamento, no entanto, podemos
encontrar passagens bíblicas do Antigo Testamento que falam de Satanás como ser
pessoal, tais como alguns textos de Jó (1.6-9,12; 2.1-4,6-7), de Zacarias (3.1,2)
e de 1 Crônicas (21.1). Além desses textos, é preciso incluir aqui a narrativa
da Serpente do Éden em Gênesis 3 (Leia Is 14.12-15; Ez 28.12-19). A concepção
popular de um diabo com chifres, pés de cabra, e de aparência horrível teve sua
origem na mitologia pagã e não na Bíblia. De acordo com as Escrituras, Satanás
era originalmente Lúcifer (literalmente, “o que leva luz”), o mais glorioso dos
anjos. Mas ele, orgulhosamente, aspirou a ser “como o Altíssimo” e caiu na
“condenação” (1Tm 3.6). Satanás perturba a obra de Deus (1Ts 2.18); opõe-se ao
Evangelho (Mt 13.19; 2Co 4.4); domina, cega, engana e laça os ímpios (Lc 22.3;
2Co 4.4; Ap 20.7, 8; 1Tm 3.7). Ele aflige (Jo 1.12) e tenta (1Ts 3.5) os santos
de Deus. Ele é descrito como presunçoso (Mt 4.4, 5); orgulhoso (1Tm 3.6);
poderoso (Ef 2.2); maligno (Jo 2.4); astuto (Gn 3.1 e 2Co 11.3); enganador (Ef
6.11); feroz e cruel (1Pe 5.8).
2. A descrição de Satanás. As
Escrituras Sagradas descrevem Satanás como um ser espiritual que pertencia a
uma ordem angelical dos querubins, sendo o mais exaltado deles (Ez 28.12,14).
Em Judas 9, por ele pertencer a uma ordem elevada, está registrado que o
Arcanjo Miguel contendeu com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas não
ousou pronunciar juízo de maldição contra ele. De fato, Satanás é o chefe dos
anjos caídos. Ele possui poder, porém, suas ações estão limitadas, mas é visto
como o deus deste século, o príncipe da potestade do ar (2 Co 4.4; Ef 2.2).
Também podemos afirmar que Satanás é um ser que possui personalidade, ou seja,
ele tem inteligência (2 Co 11.3), raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) e
vontade própria (Is 14.13,14; 2 Tm 2.26). Nosso Senhor considerava Satanás como
uma pessoa e, por isso, usou pronomes pessoais para se referir a ele (Mt
4.1-12; cf. Jó 1.6-12; 2.1-4).
- Em Ezequiel 28.12-14, o
Senhor levou Ezequiel a dirigir ao rei como aquele que receberia o castigo
divino, mas claramente o poder por trás dele era Satanás. Essa frase deve ser
associada a Satanás como tendo sido perfeito em beleza angélica antes que se
rebelasse contra Deus. Porém, ela também pode estar associada à
"perfeição" do mesmo contexto do empreendimento de Tiro, mais elevada
em sua área de atuação comercial no mundo antigo, gloriosa em seus
empreendimentos marítimos (27.21 e como uma cidade distribuidora de coroas (ls
23.8), ou seja, "perfeita" como Jerusalém também é dita ser (16.14;
Lm 2.15). O texto ainda afirma a sabedoria de Satanás como um anjos à sabedoria
de Tiro (habilidade) para os negócios (cf. 27.8-9; 28.1- 28.13 Estavas no Éden.
Isso pode se referir a Satanás no jardim do Éden (Gn 3.1-15). Também retrata a
riqueza que Satanás possuía (Gn 2.12). É mais provável que Satanás tivesse toda
essa riqueza e beleza, sabedoria e perfeição quando da sua criação, do que esse
rei terreno no seu nascimento. Ele foi o querubim... ungido, isso diz
respeito a Satanás em seu exaltado privilégio como um anjo guardião (ou seja,
alguém que cobre) do trono de Deus, como um querubim que guardava o Éden (Gn
3.24). Originalmente, Satanás tinha acesso livre e permanente à gloriosa
presença de Deus. Foi estabelecido pela soberana permissão de Deus, no
monte santo. Um alto privilégio está em vista, seja referindo-se a
Satanás que se acha na presença de Deus em seu reino ou ao monarca de Tiro,
descrito numa analogia pitoresca, assim como a Assíria pode ser descrita como
sendo um cedro do Líbano (Ez 31.3) para transmitir a imagem de alguém que está
numa posição elevada. O versículo 15 afirma: “Perfeito eras nos teus caminhos”, esse versículo não pode ser
perfeitamente aplicado ao rei de Tiro, mas é exato a respeito de Satanás antes
de sua queda em pecado, até que se achou
iniquidade em ti. O pecado do orgulho de Satanás (Is 14.14; 1Tm 3.6) está em
vista aqui.
- “O mais próximo que a
Bíblia chega de descrever a aparência de Satanás e os demônios é em 2 Coríntios
11:14: “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” Os versículos ao redor
referem-se aos servos humanos de Satanás disfarçando-se de "apóstolos de
Cristo" e "servos da justiça". No contexto, essas descrições
estão se referindo a falsos mestres. Mas o princípio certamente se aplica aos
demônios também. Um problema - e é um grande problema - ao tentar descrever
como Satanás e os demônios se parecem é que eles são espíritos. Os espíritos
são, por definição, não físicos e é impossível atribuir características físicas
a uma entidade não física. Como seres espirituais, os demônios não têm nariz,
olhos, mãos, pés, cauda ou qualquer outra coisa que possamos procurar ao
esboçar uma descrição. Essa é uma razão pela qual a Bíblia nunca descreve a
aparência de Satanás. Mesmo a descrição do “anjo de luz” em 2 Coríntios 11:14
não pretende ser um esboço de sua aparência; antes, significa enfatizar a
natureza enganosa de Satanás. O diabo quer que acreditemos que ele é a verdade,
quando na realidade ele é a mentira. Agora que estabelecemos que Satanás é um
anjo, um ser espiritual, sem nenhuma semelhança física que possa ser apreendida
por nossos sentidos, podemos fazer algumas suposições. Se Satanás decidir fazer
uma aparição física - se ele se manifestar a nós visivelmente - ele o fará de
maneira enganosa. O retrato comum da cultura pop de Satanás como uma besta de
aparência assustadora e parecida com uma cabra com chifres não é encontrado na
Bíblia. Antes de sua rebelião contra Deus, Satanás era um ser lindo e glorioso
(veja Ezequiel 28:12–15). Como Satanás “se parece” agora é um mistério. Com
base em 2 Coríntios 11:14, porém, podemos ter certeza de uma coisa: Satanás
engana as pessoas fazendo-as pensar que ele é um anjo de luz. Satanás se
revelando como o ser mau e assassino que realmente é seria, na verdade,
contraproducente. A maioria das pessoas não seguiria o maníaco odioso e
malicioso das representações convencionais. Assim como o pecado geralmente
parece atraente no início - só mais tarde revelando que leva à morte - Satanás
tentaria nos enganar aparecendo como algo diferente do mal. O mesmo é
provavelmente verdadeiro para os demônios. Como se parecem os demônios? Ninguém
na Bíblia jamais chegou a ver um fora das visões divinas de Micaías e João;
Micaías não forneceu detalhes visuais, e João, usando simbolismo apocalíptico,
escreveu sobre espíritos “semelhantes a rãs” (veja 1 Reis 22:21–22 e Apocalipse
16:13). Se os demônios assumissem uma forma visível, eles escolheriam o que
quer que aumentasse seu engano. Como anjos caídos, os demônios são seres
inteligentes e poderosos. E eles são guiados por talvez a mais poderosa das
criaturas (Judas 1:9), Satanás, cujo exemplo seguem. Os demônios aparecendo
como os seres malignos que realmente são impediria sua missão de engano e
tentação. Qual é a aparência de Satanás? Como os demônios se parecem? Não há
como saber com certeza. Se aparecessem a nós hoje, eles fariam um baile de
máscaras. A decepção sempre usa uma máscara. Satanás e os demônios tentam se
apresentar como servos, guias e “luz” para as pessoas. Mas, não se engane, “o
ladrão vem somente para roubar, matar e destruir” (João 10:10). Não importa o
que Satanás gostaria que pensássemos sobre ele, sabemos a verdade: “Sede
sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão
que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). E sabemos o seu fim: “E
foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus
anjos” (Apocalipse 12:9).” https://www.gotquestions.org/Portugues/Satanas-demonios-parece.html.
3. A identidade do Inimigo. Podemos
conhecer o Inimigo por meio dos nomes que a Bíblia usa para descrevê-lo:
Serpente, refere-se a sua sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás,
mencionado 52 vezes, adversário ou opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Diabo,
aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela o seu caráter (1
Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); Tentador,
ação tentadora no campo da mentira e da imoralidade (At 5.3; 1 Co 7.5);
Enganador (Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); Belial,
pessoa má, sem valor (Jz 19.22; 1 Sm 30.22; 2 Co 6.15). Esses nomes revelam uma
natureza cruel, perversa e destruidora do nosso inimigo.
- A serpente em Gênesis
capítulo 3 era Satanás. Satanás ou estava aparecendo como uma serpente, ou
possuindo o corpo da serpente, ou enganando Adão e Eva ao levá-los a acreditar
que era a serpente que estava falando com eles. Serpentes/cobras não possuem a capacidade
de falar. Apocalipse 12.9 e 20.2 ambos descrevem Satanás como uma serpente.
"Ele segurou o dragão, a antiga
serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos" (Ap 20.2).
"E foi expulso o grande dragão, a
antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim,
foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos" (Ap 12.9)."Diabo"
vem do verbo grego que significa "difamar" ou "acusar
falsamente". Ele é mentiroso e maligno (Jo 8.44; 1Jo 3.8). Suas acusações
contra os crentes (v. 10) não são bem-sucedidas por causa de Cristo, o nosso
Advogado (1Jo 2.1). Satanás, que significa "adversário" ou
"inimigo", aparece especialmente em Jó e nos Evangelhos. Sedutor de
todo o mundo. Assim como fez durante toda a história da humanidade, Satanás
também seduzirá pessoas durante a tribulação (cf. Ap 13.14; 20.3; Jo 8.44).
Após ser solto temporariamente do poço do abismo no final do milênio, ele
retomará por um breve tempo suas atividades sedutoras (Ap 20.8,10). O acusador.
Satanás não mais acusará os crentes diante do trono de Deus porque não terá
mais acesso ao céu. Satanás se tornou o governante deste mundo que funciona
longe de Deus, e o príncipe das potestades do ar (Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 2.2).
Ele é um acusador (Ap 12.10), um tentador (Mt 4.3; 1Ts 3.5) e um enganador (Gn
3; 2Co 4.4; Ap 20.3). Seu próprio nome significa adversário ou “o que se opõe”.
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Deus em Cristo retribua.
“Tudo o que
fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens,
sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor,
que vocês estão servindo” (Cl 3:23-24).
II. O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO:
A CARNE
1. Conceito bíblico de carne. Há quatro
definições para a palavra “carne” na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo
humano e dos animais (Gn 2.21); 2) о corpo humano inteiro (Ex 4.7); 3) o ser
humano segundo a sua fragilidade e mortalidade (Sl 78.39); 4) a natureza humana
pecaminosa (Gl 5.19; 6.8). Dentre muitas perspectivas da palavra carne na
Bíblia, a expressão “concupiscência da carne” tem grande relevância (1 Jo
2.16). Quando o apóstolo João usa esse termo, ele se refere à satisfação carnal
em todas as suas dimensões: glutona- rias, sensualidade, bebedeira, relações
sexuais ilícitas. A expressão revela que não há critério ou norma moral num
contexto em que a busca pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo em
grau elevado.
- Carne
no Antigo Testamento designa:
(1) uma parte particular do corpo do homem e
dos animais (Gn 2.21; 41.2; Sl 102.5);
(2)
todo o corpo (Sl 16.9);
(3)
todos os seres vivos tendo carne, e particularmente a humanidade como um todo
(Gn 6.12-13);
(4)
mutabilidade e fraqueza (2Cr 32.8; compare com Is 31.3; Sl 78.39). Como
sugerindo a ideia de maciez, ela é usada na expressão “coração de carne” (Ez 11.19).
A expressão “minha carne e osso” (Jz 9.2; Is 58.7) significa relacionamento.
- No Novo Testamento, além destes,
também é usada para designar o elemento pecaminoso da natureza humana em
oposição ao “Espírito” (Rm 6.19; Mt 16.17). Estar “na carne” significa não ser
renovado (Rm 7.5; 8.8-9), e viver “segundo a carne” é viver e agir
pecaminosamente (Rm 8.4-5,7,12). Esta palavra também denota a natureza humana
de Cristo (Jo 1.14, “o Verbo se fez
carne”. Também 1Timóteo 3.16; Romanos 1.3). “Algumas pessoas pensam que o mundanismo está
limitado ao comportamento exterior — as pessoas com quem nos associamos, os
lugares que frequentamos, as atividades que apreciamos. O mundanismo é também
interior, porque começa no coração, e é caracterizado por três atitudes: (1) a
cobiça pelo prazer físico — a preocupação com a satisfação dos desejos físicos;
(2) a cobiça por tudo o que vemos — almejar e acumular coisas, curvando-se ao
deus do materialismo; e (3) o orgulho das nossas posses — obsessão pela
condição, posição ou por ser importante. Quando a serpente tentou Eva (Gn 3.6),
tentou-a nestes aspectos. Semelhantemente, quando o Diabo tentou Jesus no deserto,
estas foram as três áreas de ataque (ver Mt 4.1-11). Em contraste, Deus estima
o autocontrole, um espírito de generosidade, e o compromisso de servir com
humildade. É possível dar a impressão de evitar os prazeres mundanos e ao mesmo
tempo abrigar atitudes mundanas no coração. É também possível, como Jesus, amar
os pecadores e dedicar-lhe tempo, enquanto mantemos um forte compromisso com os
valores do Reino de Deus. Quais são os valores mais importantes para você? Suas
ações refletem os valores de Deus ou os valores do mundo?” (Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.1783-84).
2. A Carne no Novo Testamento. Na
perspectiva do Novo Testamento, o termo grego sarx, isto é, “carne”, é uma
referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte – de
Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo. Em suas cartas, o apóstolo
Paulo evidencia o que uma natureza dominada pela carne pode produzir (Gl
5.19-21; Cl 3.5,9). A carne opõe-se a Deus e aos seus propósitos, pois ela
tenciona caminhar de modo independente do Altíssimo; seu desejo e vontade estão
fora dos planos divinos, ela faz com que o ser humano aja como se fosse o
próprio Deus.
- A palavra grega para
"carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas
Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of
the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês)
descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma
entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo
constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a
tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão
igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver." A Bíblia deixa claro
que a humanidade não começou assim. O livro de Gênesis diz que a humanidade foi
criada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis
1:26-27). Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a sua
causa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, ou
como Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus
7:18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão e
Eva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes:
"Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança,
conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete" (Gênesis 5:3, ênfase
adicionada). O fato da natureza pecaminosa é ensinado em muitos lugares na
Escritura, como a declaração de Davi: "Eis que eu nasci em iniquidade, e
em pecado me concedeu minha mãe" (Salmo 51:5). Davi não quer dizer que foi
o produto de um caso de adultério, mas que seus pais passaram uma natureza
pecaminosa para ele. Na teologia, isso é às vezes chamado da visão
"traduciana" (do termo latino que significa "de um ramo")
da natureza humana. A visão traduciana é que a alma de uma pessoa é criada
através de seus pais, com a criança herdando a sua natureza pecaminosa no
processo. A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a
Escritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade era
originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou
dicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria de
que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este
ensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o
mundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de
"Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação de
Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o
corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias
e advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se
os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.
Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de
Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que
havia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3). Além disso, os
gnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, uma
vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmo
efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à
licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4). Assim,
ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto
no plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados
pelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionada
como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca a
satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A
carne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem
natural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada da
queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus e
Sua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperança
para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova
vida no Senhor Jesus Cristo." Continue lendo em: https://www.gotquestions.org/Portugues/a-carne.html.
3. A perspectiva doutrinária da palavra
carne.
Doutrinariamente, a “carne” é a natureza humana depois da queda de Adão. Como
vimos, a expressão “carne” pode ser usada para se referir ao corpo humano (1 Co
15.39), mas também à natureza pecaminosa (Rm 8.6). Nesse sentido, embora uma
mesma palavra possa trazer sentidos diferentes, não há razão de confundir-se
entre “carne” como corpo e “carne” como natureza pecaminosa, pois o que é
produzido pela natureza pecaminosa, logo, é reconhecido como por exemplo: a
idolatria é uma obra da carne, ou seja, da natureza humana pecaminosa (Gl
5.20).
- Viver segundo a natureza
físico-material a fim de satisfazer os impulsos que parecem ao próprio ser
humano. A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nas
dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano é uma grande realidade.
Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o Espírito do Deus vivo,
sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta. E devemos ainda lançar
mão de vários outros meios como o: "Estudo das Escrituras, a oração e a
meditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo,
nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado". As obras da
carne são claramente definidas, sendo tão bem conhecidas como são os diversos
aspectos do fruto do Espírito. Sendo esse o caso, todos deveriam facilmente
tomar consciência do que deve ser evitado e do que deve ser cultivado. Não é
mister nenhuma pesquisa elaborada para que fique demonstrado o que significa
cumprir as concupiscências da carne. Continue lendo em: https://auxilioebd.blogspot.com/2017/01/licao-3-o-perigo-das-obras-da-carne_12.html.
III. O TERCEIRO INIMIGO DO
CRISTÃO: O MUNDO
1. Perspectivas
bíblicas da palavra “mundo”. Há cinco conotações bíblicas para a palavra
mundo:
1) a terra
(Sl 24.1);
2) o conjunto
das nações conhecidas (1 Rs 10.23);
3) a raça
humana (Sl 9.8; Jo 3.16);
4) o universo
(Rm 1.20);
5) os que se
opõem a Deus. Esses têm o Diabo como chefe e vivem na impiedade (Jo 12.31;
15.18). De modo geral, a Bíblia usa a palavra “mundo” para descrever duas grandes
realidades:
a) o planeta
Terra em que habitamos (SI 19.4);
b) as pessoas
que vivem de maneira independente de Deus.
A passagem de
1 João 2.15, quando diz para “não amarmos o mundo”, a ideia é a de uma
sociedade separada de Cristo e que se manifesta contrariamente a Deus, pois
está dominada pelos vícios mais infames, e cujas ações não condizem com a
vontade de Deus. Na epístola, esses vícios são classificados em três níveis:
concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida.
- Na Bíblia, o termo
""mundo"" pode ser entendido de várias maneiras: Mundo
físico: Refere-se à criação material, incluindo a terra, os céus, os animais e
a natureza em geral. Mundo humano: Refere-se à humanidade como um todo,
incluindo todas as pessoas que habitam a terra. o estudarmos o tema mundo, é
muito importante que entendamos os vários usos dessa palavra na Bíblia. Há,
pelo menos, três usos principais.
1. O universo: - Este é o mundo bonito criado
por Deus – “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe” (At 17.24). “O
Verbo (Jesus) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele” (Jo
1.10).
2. Todos os seres humanos: - Sendo o homem a
parte mais importante do universo, a palavra “mundo” é mais usada para
significar “a humanidade”. Foi este mundo de homens e mulheres de carne e
sangue que “Deus amou” (Jo 3.16) e para o qual “enviou seu filho” … “para que o
mundo creia…” (Jo 17.21).
3 O mundo em oposição a Deus: - O mundo que
Deus criou para refletir a Sua glória está em rebelião contra Deus; pelo pecado
de um só homem, o pecado entrou no mundo com as suas consequências desastrosas.
Agora é um mundo desordenado – confuso – e licencioso que jaz no Maligno (1Jo
5.19). Por causa disso, no Novo Testamento, frequentemente a palavra mundo (kosmos)
tem um significado sinistro. É dito que Paulo recebeu uma revelação especial a
respeito da Igreja, enquanto o evangelista João recebeu uma revelação especial
a respeito da natureza do mundo. Kosmos é uma palavra peculiar de João, que a
emprega 105 vezes nos seus escritos.
“Mundo
Este é o termo costumeiro
usado na tradução do termo grego kósmos em todas as ocorrências nas Escrituras
Gregas Cristãs, exceto em 1 Pedro 3:3, onde é vertido “adorno”. “Mundo” pode
significar (1) a humanidade como um todo, à parte da sua condição moral ou modo
de vida, (2) a estrutura das circunstâncias humanas em que a pessoa nasce e em
que vive (e, neste sentido, é às vezes bastante similar ao termo grego aión,
“sistema mundial”), ou (3) as massas da humanidade à parte dos servos aprovados
de Deus.
A King James Version (Versão
Rei Jaime) usa a palavra “world” (“mundo”) não só para traduzir kósmos, mas
também mais três palavras gregas, em algumas das suas traduções destas (ge;
aión; oikouméne) e cinco diferentes palavras hebraicas (’érets; hhédhel;
hhéledh; ‛ohlám; tevél). Isto resulta numa mistura ofuscante e confusa de
sentidos, que torna difícil obter o entendimento correto dos textos envolvidos.
Traduções posteriores serviram para elucidar consideravelmente esta confusão.
A palavra hebraica ’érets e a
grega ge (da qual derivam as palavras “geografia” e “geologia”) significam
“terra; chão; solo” (Gên 6:4; Núm 1:1; Mt 2:6; 5:5; 10:29; 13:5), embora, em
alguns casos, talvez representem em sentido figurado as pessoas da terra, como
no Salmo 66:4 e em Apocalipse 13:3. Tanto ‛ohlám (hebr.) como aión (gr.) se
relacionam basicamente com um período de duração indefinida. (Gên 6:3; 17:13;
Lu 1:70) Aión pode também significar o “sistema mundial” que caracteriza
determinado período, era ou época. (Gál 1:4) Hhéledh (hebr.) tem um sentido
algo similar e pode ser traduzido por termos tais como “duração da vida” e
“sistema de coisas”. (Jó 11:17; Sal 17:14) Oikouméne (gr.) significa “terra
habitada” (Lu 21:26), e tevél (hebr.) pode ser traduzido por “solo produtivo”.
(2Sa 22:16) Hhédhel (hebr.) ocorre apenas em Isaías 38:11, e na versão Almeida
é traduzido por “mundo” na expressão “moradores do mundo”. The Interpreter’s
Dictionary of the Bible (O Dicionário Bíblico do Intérprete; editado por G.
Buttrick, 1962, Vol. 4, p. 874) sugere a tradução “habitantes de (o mundo de)
cessação”, salientando que a maioria dos peritos são a favor do texto de alguns
manuscritos hebraicos em que ocorre hhéledh em lugar de hhédhel. A visão nessa
tradução reza “habitantes da [terra da] cessação”.” https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/09/significado-da-palavra-mundo-na-biblia.html#google_vignette.
2. Três níveis de vícios infames. As
concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios
infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:
a) A
concupiscência da carne. A concupiscência da carne tem a ver com a natureza
humana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato do
corpo para fins maléficos e imorais.
- A cobiça da carne. A
concupiscência da carne é a falta de domínio sobre os desejos carnais. As
pessoas que se entregam à cobiça da carne tornam-se escravas de pecados, como
por exemplo, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias (Gl
5.19,20). Porém, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões
e concupiscências” (Gl 5.24). O cristão deve ter domínio sobre a natureza
humana, caída e pecaminosa. Algumas pessoas atribuem suas condutas imorais
somente à ação de Satanás, mas o apóstolo Tiago deixa bem claro que elas
cometem pecados motivadas pelos próprios pecados: “Mas cada um é tentado,
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).
b) A
concupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos tem a ver com tudo o que
envolve a mente e a imaginação.
Ela cria o
desejo pelas coisas pecaminosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura,
a arte para ceder aos desejos carnais.
- A cobiça dos olhos. Os olhos
são considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelos
interesses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiça
desenfreada e ao afastamento da vontade de Deus. A Bíblia narra alguns
episódios de pessoas que, devido à cobiça dos olhos, atraíram para si
resultados desastrosos. Observe:
a) Adão e Eva.
A narrativa da criação apresenta a entrada do pecado no mundo tendo sua origem
na cobiça dos olhos. A ambição dos olhos conduziu à desobediência (Gn 3.6,7);
b) Acã. Durante
a conquista liderada por Josué, Acã avista entre os despojos de guerra uma
linda capa babilônica, vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda a comunidade
foi prejudicada (Js 7.20,21);
c) Davi. Quando
estava em um lugar que não deveria estar, vê uma formosa mulher (casada)
tomando banho. Ele a cobiça, comete adultério e depois um assassinato (2Sm
11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não estão
atentas ao risco da cobiça dos olhos.
c) A soberba
da vida. Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado,
denotando seu egoísmo, vanglória e ateísmo. É o homem da atualidade desprezando
o Criador em oposição deliberada.
- A soberba da vida. Pessoas
famosas acabam influenciando outras, em especial a juventude. Jovens também
querem, a todo custo, fama, dinheiro e prestígio. Aquele que não tem o temor de
Deus busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar renuncia à
prática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O mundo
consumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grande
influência no comportamento das pessoas. Mas o maior e melhor modelo a ser
seguido é Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendo
uma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas
(Fp 2.6-11).
3. Vencendo o mundo. Há um sistema
carnal que age sob o controle do Maligno, que busca nos remover do caminho que
leva ao céu por meio de ideologias anticristãs, estilos de vidas que não
glorificam a Deus e formas contrárias aos valores do Evangelho. Para vencer
essas investidas é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18). É preciso
também viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21).
Sendo assim, precisamos nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois temos a
sublime promessa: “ele fugirá de vós” (Tg 5.7).
- 1 João 5.4–5 diz: “porque todo o que é nascido de Deus vence o
mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o
mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. Por “vencer o
mundo”, João não está dizendo conquistar as pessoas deste mundo, ganhando
batalhas de poder acima de nossos colegas, ou dominando o próximo. Nem estaria
João dizendo que nos retiramos do mundo, como os monges ou as pessoas Amish
(grupo religioso anabatista) tendem a fazer, estabelecendo suas próprias
comunidades. O cristão é chamado a lutar neste mundo, ainda que não seja deste
mundo. Fugir do mundo seria como o soldado evitar ser ferido, fugindo do campo
de batalha. A fuga não é vitória. Vencer também não quer dizer santificar tudo
do mundo por Cristo. Algumas partes do mundo poderão ser redimidas por Cristo,
mas as atividades pecaminosas não podem ser santificadas. Para João, vencer
significa lutar pela fé contra o fluxo deste mundo presente e mau. Quer dizer
subir acima do pensamento desse mundo e seus costumes pecaminosos. Significa
perseverar na liberdade em Cristo, longe da escravidão mundana. Significa lutar
por aliança com Deus e não com o mundo. Quer dizer encontrar a liberdade
somente em Cristo e no seu serviço, de modo que cantemos com o salmista: Sou, ó
Senhor, teu servo, atado, mas livre, filho de tua serva, cujas correntes tu
quebraste. Redimido pela graça, renderei como sinal de minha gratidão, meu
constante louvor a ti. Significa ser levantado acima das circunstâncias deste
mundo, para que, como Paulo, aprendamos a viver contentes em toda situação em
que nos encontramos, sabedores de que todas as coisas cooperam juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Significa ancorar nossa vida em
Cristo e nas coisas eternas, em vez de neste mundo e nas coisas temporais —
viver por Cristo, acima das ameaças e subornos e piadas do mundo. Significa
seguir o Senhor como Calebe (Nm 14.24) no meio de gente que só faz reclamações.
Significa permanecer em paz quando amigos ou colegas de trabalho nos desprezam
por servirmos ao Senhor. Vencer o mundo pela fé significa viver uma vida de
negar a si mesmo. Uma vida de autonegação, muitas vezes, significa que
morreremos muitas mortes agora, enquanto servimos a Deus neste mundo. Vencer o
mundo pela fé significa suportar pacientemente todas as perseguições que o
mundo lança contra nós. Spurgeon advertiu: “Vença o mundo suportando
pacientemente toda a perseguição que vier em seu caminho. Não fique zangado;
não desanime. A zombaria não quebra os ossos; se por acaso tiver algum osso
quebrado por amor de Cristo, este será o osso mais honrado de todo seu corpo”. “Nós
cristãos devemos considerar como grande alegria o sermos perseguidos por amor
de Cristo”. Texto extraído e adaptado do livro: Lutando contra Satanás,
págs. 133 a 135, escrito por Joel R. Beeke. Editora Fiel.
CONCLUSÃO
O apóstolo
Pedro nos adverte a respeito do plano do inimigo em nos tragar (1 Pe 5.8) com o
objetivo de destruir a obra realizada por Cristo em nossas vidas. Ele quer
enfraquecer a nossa caminhada rumo aos céus. A ação diabólica é feita mediante
aos ataques do Inimigo. Então, para não ceder aos seus ardis, precisamos viver
constantemente sob a presença do Espírito Santo, preparados e fortalecidos em
Deus (Gl 5.16; Ef 6.10).
- Estudamos um pouco sobre
nossos três inimigos. Destes três, a maioria de nós acredita ser o diabo o
maior. No entanto, gostaria de contrapor esse pensamento. Pedro fala de Satanás
como o nosso “inimigo” e um “leão que ruge” (1 Pedro 5.8), e Paulo escreve
sobre nossa batalha contra as “forças espirituais” (Efésios 6.12), mas quando
Adão nos colocou em rebelião contra Deus, sua desculpa de que “o diabo me fez
fazer isso” não colou. Adão e Eva deixaram de se deleitar em Deus. Claro, havia
um inimigo externo, mas foi a fé deles, sua vida interior, que foi mais
importante, levando-os à queda. Se quisermos saber quem é o pior inimigo
(aquele que poderia nos destruir eternamente, se não fosse a graça sustentadora
de Deus), então temos de olhar no espelho. Fazer isso não será fácil; será
desconfortável. Mas uma boa olhada em nossas próprias almas e no pecado que
habita em nós pode identificar este câncer enquanto há tempo. E, se isto
acontecer, podemos louvar a Deus por termos o evangelho para nossa cura. Susana
Wesley, mãe de John e Charles Wesley, dois grandes pregadores e escritores de
hino, descreveu o pecado e a carne desta forma: "Tudo que enfraquece o seu
raciocínio, prejudica a ternura de sua consciência, obscurece o seu sentido de
Deus ou tira o seu prazer por coisas espirituais, em suma - se qualquer coisa
aumenta a autoridade e o poder da carne sobre o Espírito, isso para você se
torna pecado independentemente de quão bom seja em si." Um dos objetivos
da vida cristã é a vitória do Espírito sobre a carne e uma mudança de vida que
se manifesta na vida justa diante de Deus. Embora a luta seja muito real (o que
a Bíblia deixa claro), os cristãos têm a garantia de Deus de que Ele vai
eventualmente dar vitória sobre a carne. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6).
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Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que o Senhor Jesus atestou em
seu ministério?
Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39;
Lc 11.18).
2. Cite ao menos três nomes em que
podemos conhecer o Inimigo na Bíblia.
Serpente, adversário e Maligno.
3. O que a expressão “concupiscência
da carne” revela?
A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em que
a busca pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo em grau elevado.
4. Qual a perspectiva do Novo
Testamento em relação a palavra grega sárx, ou seja, carne?
Na perspectiva do Novo Testamento, o termo grego sárx, isto é, “carne”, é
uma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte de
Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo.
5. De acordo com a lição, quais são
os três níveis de vícios infames?
A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida.