TEXTO
PRINCIPAL
“A saber: Se, com tua boca, confessares ao Senhor Jesus Cristo e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9)
Entenda o Texto Principal:
- Confessar Jesus como Senhor não é um simples reconhecimento de que
ele é Deus e Senhor do mundo, visto que até os demônios reconhecem isso como
algo verdadeiro (Tg 2.19). É profunda convicção pessoal, sem reservas, de que
Jesus é o próprio senhor da pessoa. A frase engloba arrependimento do pecado,
confiança em Jesus para a salvação e submissão a ele como Senhor. Esse é o
elemento volitivo da fé. Deus o ressuscitou dentre os mortos.
A ressurreição de Cristo foi a validação suprema do seu ministério (cf. Jo
2.18-21). Crer nela é necessário para a salvação, pois ela provou que Cristo é quem
ele dizia ser e que o Pai aceitou o seu sacrifício em lugar dos pecadores (Rm 4.24;
cf. At 13.32-33; 1 Pe 1.3-4). Sem a ressurreição, não há salvação (1 Co 15.14-17).
RESUMO DA
LIÇÃO
A salvação é oferecida por Deus por intermédio do
sacrifício de Jesus Cristo, seu Filho Unigênito.
Entenda o Resumo da Lição:
- A salvação é graça. Ela é um dom de Deus, pois ninguém é salvo
pelas obras. Efésios 2.8,9 diz: “Porque
pela graça sois salvos, por meio da fé;
isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém
se glorie”. A salvação que Jesus Cristo oferece ao homem é pela graça.
TEXTO
BÍBLICO
Romanos
3.21-31
21 Mas, agora, se
manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos
Profetas,
- 3.21—5.21 Tendo provado de modo conclusivo a pecaminosidade universal
do ser humano e a sua necessidade de justiça (Rm 1.18-3.20), Paulo desenvolveu o
tema apresentado em Rm 1.17, ou seja, Deus, graciosamente, concedeu uma justiça
proveniente dele com base apenas na fé (Rm 3.21—5.21). 3.21 Mas
agora. Não se trata de uma referência ao tempo, mas uma mudança no
curso do argumento do apóstolo. Depois de demonstrar a impossibilidade de se
conquistar a justiça pelo esforço humano, ele passa a explicar a justiça que o
próprio Deus concedeu. sem lei. Totalmente à parte da
obediência a qualquer lei (Rm 4.15; Gl 2.16; 3.10-11; 5.1-2,6; Eí 2.8-9; cf. Fp
3.9; 2Tm 1.9; Tt 3.5). justiça. Veja Rm 1.17. Essa justiça
é singular;
1) Deus é a sua
fonte (Is 45.8);
2) ela cumpre
tanto o castigo quanto os preceitos da lei de Deus. A morte de Cristo, como um
substituto, paga a penalidade exigida daqueles que não conseguiram cumprir a
lei de Deus, e a sua perfeita obediência a todas as exigências da lei de Deus
cumpre a ordem do Pai para a total justiça (2Co 5.21; 1 Pe 2.24; cf. Hb 9.28); e
3) porque a
justiça de Deus é eterna, (S1119.142; Is 51.8; Dn 9.24), aquele que a recebe do
Pai desfruta dela para sempre, testemunhada pela lei e pelos profetas.
22 Isto é, a justiça
de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque
não há diferença.
- mediante a fé... todos... os que creem Veja Rm 1.16. Crer é confiar, depender, ter fé em
algo. Quando usado para se referir à salvação, geralmente essa palavra
geralmente ocorre no tempo presente ("crendo"), enfatizando que crer
não é um acontecimento único, mas uma condição permanente. A verdadeira fé
salvadora é sobrenatural, um dom maravilhoso de Deus que ele produz no coração
(Ef 2.8) e é a única maneira pela qual uma pessoa pode obter a verdadeira justiça
(Rm 3.22,25; 4.5,13,20; 5.1; 4.1-25). A fé salvadora consiste de três
elemertos:
1) mental: a mente
compreende o evangelho e a verdade sobre Cristo (10.14-17);
2) emocional: a pessoa
aceita a veracidade dos fatos com tristeza pelos pecados e alegria pela
misericórdia e pela graça de Deus (6.17; 15.13) e
3) volitiva: o
pecador submete a sua vontade à de Cristo e confia nele como sendo a única
esperança de salvação (Rm 10.9). A fé genuína sempre produzirá obediência
autêntica (Rm 4.3; Jo 8.31; 14.21-24).
23 Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus,
- 3.22-23 não há distinção... glória de Deus. Um comentário parentético explica
que Deus pode conceder a sua justiça a todos os que creem, tanto judeus como
gentios, porque todo ser humano - sem distinção - é miseravelmente incapaz de
viver de acordo com os padrões divinos. 3.23 todos pecaram. Paulo já
apresentou os seus argumentos a respeito disso (Rm 1.18—3.20).
24 Sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,
- justificados. Esse verbo, e as palavras relacionadas a ele da mesma raiz grega
(p. ex., justificação), ocorrem cerca de 30 vezes em Romanos e estão
concentrados entre 2.13-5.1. Esse termo legal ou judicial vem da palavra grega
para "justo" e significa "declarar justo". Esse veredicto
inclui: perdão da culpa e do castigo pelo pecado, e a imputação da justiça de
Cristo ao cristão, que concede a justiça positiva de que o ser humano necessita
para que seja aceito por Deus. Deus declara um pecador justo somente com base
nos méritos da justiça de Cristo. Deus imputou o pecado do ser humano na conta de
Cristo na sua morte sacrifical (Is 53.4-5; 1Pe 2.24), e imputou a obediência
perfeita à lei de Deus por Cristo aos cristãos (Rm 5.19; 1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp
3.S). O pecador recebe esse dom da graça de Deus apenas pela fé (Rm 3.22,25;
4.1-25). A santificação, obra de Deus pela qual ele torna justos aqueles já justificados,
é diferente da justificação, mas sempre a acompanha, sem exceção (Rm 8.30). gratuitamente,
por sua graça. A justificação é um dom gracioso concedido por Deus aos
pecadores arrependidos que creem, totalmente à parte dos méritos ou obras
humanos (Rm 1.5). redenção. A imagem por trás dessa palavra grega vem do antigo
mercado de escravos. Significava o pagamento do resgate necessário para obter a
libertação do prisioneiro ou do escravo. O único pagamento adequado para
redimir os pecadores da escravidão ao pecado c de seu castigo merecido era
"em Cristo Jesus" (1Tm 2.6; 1Pe 1.18-19), e foi pago a Deus para
satisfazer a sua justiça.
25 Ao qual Deus
propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
- a quem Deus propôs. Esse grande sacrifício não foi realizado em segredo, mas Deus
expôs publicamente o seu filho no calvário para que todos vissem; propiciação.
Crucial para o valor do sacrifício de Cristo, essa palavra carrega a ideia de
conciliação ou satisfação — nesse caso, a morte cruel de Cristo satisfez a
santidade ofendida e a ira de Deus contra aqueles pelos quais Cristo morreu (Is
53.11; Cl 2.11-14). A palavra hebraica equivalente a essa era usada para
descrever o propiciatório — a tampa da arca da Aliança — onde o sumo sacerdote
aspergia o sangue do animal morto no Dia da Expiação para expiar os pecados do
povo. Nas religiões pagãs, é o adorador e não deus o responsável por acalmar a
ira da deidade ofendida. Porém, na realidade, o homem é incapaz de satisfazer a
justiça de Deus se não for por intermédio de Cristo, exceto se passar a
eternidade no inferno. deixado impunes os pecados. Não
significa nem indiferença nem remissão. A justiça de Deus exige que todo pecado
e todo pecador seja punido. Deus teria sido justa se, quando Adão e Eva pecaram,
ele os tivesse destruído, e com eles, toda a raça humana. Mas, pela sua bondade
e longanimidade, ele adiou o seu julgamento por certo tempo (cf. SI 78.38-39;
At 17.30-31; 2Pe 3.9).
26 Para demonstração
da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador
daquele que tem fé em Jesus.
- a manifestação da sua justiça. Por meio da encarnação, da
vida sem pecado e da morte substitutiva de Cristo, justo e o justificador. A
sabedoria do plano de Deus permitiu que ele punisse Jesus em lugar dos
pecadores e, desse modo, justificar os culpados sem comprometer a sua justiça.
27 Onde está, logo, a
jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.
- Onde, pois, a jactância? Em Rm 4.1-2, Paulo usou o modelo de Abraão para provar a
justificação somente pela fé, pois os judeus o tinham como um exemplo supremo
de um homem justo (Jo 8.39) e porque mostrava, claramente, que o judaísmo com
suas obras de retidão havia se desviado da fé que tinham os antigos patriarcas
judeus. Num sentido espiritual, Abraão também foi o precursor da primeira
igreja dos gentios em Roma (Rm 1.13) Ninguém poderá ser declarado justo com
base nos esforços humanos (Rm 3.24), nem se gloriar. Se as próprias obras de Abrão
tivessem sido a base de sua justificação, ele teria tido todo o direito de se
vangloriar na presença do Deus, isso torna a premissa hipotética do v. 2
impensável (1Co 1.29).
28 Concluímos, pois,
que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
- 3.28 justificado pela fé. Veja nota no v. 24. Embora a palavra
"somente" não apareça no texto etr grego, esse é claramente o sentido
do que Paulo quis dizer (cf. 4.3-5; ve/a noía cm Ig 2.2 í). obras da lei. Ve/a
nota no v. 20. 3.29 Deus... dós gentios. Há somente um único Deus verdadeiro {cí.
ICo 8.5-6).
29 É, porventura,
Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente.
- O caminho da salvação deve ser igualmente adequado a toda a família
do homem caído; mas a doutrina da justificação pela fé é a única que estabelece
as bases de uma religião universal; esta, portanto, é outra marca de sua
verdade. [JFU, aguardando revisão]
30 Se Deus é um só,
que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão.
- por meio da fé os incircuncisos. O futuro – “justificará”
– é usado aqui para denotar o propósito fixo de Deus de agir de acordo com este
princípio em todos os tempos. Orígenes, e depois dele Bengel, considerou que é
a justificação do judeu que aqui se diz ser ‘da fé’, como sendo os herdeiros
natos da promessa; enquanto que a dos gentios, como sendo anteriormente
“estranhos aos pactos da promessa”, é considerada apenas “pela fé”, como os
admitindo em uma nova família. Mas, além de que isso é muito rebuscado, parece
ser contradito por Gálatas 3:8, onde a mesma frase – ‘da fé’ – que aqui se diz
ser usada para os judeus, é aplicada à justificação dos Gentios. Com a maioria
dos críticos, consideramos isso apenas uma declaração variada da mesma verdade,
mas com uma ligeira diferença no sentido; a primeira expressão – ‘da fé’ –
denotando o método ordenado de justificação; a segunda, “pela fé”, o
instrumento ou canal pelo qual chega até nós. Exemplos semelhantes de duas
declarações quase equivalentes serão encontrados em Romanos 3:22 e em Gálatas
3:22 (compare com 23). [JFU, aguardando revisão]
31 Anulamos, pois, a
lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.
- 3.31 Sabendo que seria acusado de antinomianismo (ser comra a lei j
por afirmar que o homem ^ra justificado à parte da guarda da lei, Paulo aqui
apresentou a defesa que ele desenvolveu posteriormente nos caps. f>-7. pela
fé... confirmamos a lei. A salvação pela graça por meio da fé não denigre a
lei, mas enfatiza a sua verdadeira importância: 1) ao fornecer o pagamento pelo
castigo de morte, o qual é exigido pela lei por não conseguir cumpri-la; 2) ao
cumprir o propósito original da lei, o qual c servir como um instrutor para mostrar
a total incapacidade do tomem em obedecer às exigências de justiça de Deus e em
levar a* pessoas a Cristo (Cl 3.24); e 3) ao dar aos cristão*a capacidade do
obedecer a da (8.3-4).
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a respeito da realidade da
salvação oferecida por Deus e a sua operação contra o pecado. Se por um Lado, a
Bíblia nos mostra uma má notícia sobre a nossa condição, a de que somos
pecadores e estamos afastados de Deus, por outro lado, ela nos mostra uma boa notícia
nos Evangelhos, que Deus proveu, em Jesus Cristo, a salvação de que
necessitamos para sermos reconciliados com Ele.
- Paulo escreve Romanos para repartir com a igreja da capital do
império o significado do evangelho. Nessa carta ele discorre sobre a condição
de ruína e perdição tanto dos gentios como dos judeus. Também mostra que a salvação
é pela graça, independentemente das obras, tanto para os gentios como para os
judeus. O evangelho de Cristo, que a epístola aos Romanos expõe, é a mais doce
música jamais ouvida na terra, a mais poderosa mensagem proclamada entre os
homens, o mais precioso tesouro confiado ao povo de Deus. Deus encerrou todos
no pecado para usar de misericórdia para com todos. O pecado atingiu a todos
sem exceção. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). Hernandes
Dias Lopes citando Stott, diz que o
apóstolo divide a raça humana em três grupos distintos: a sociedade gentílica
depravada (1.18-32), os críticos moralistas, sejam judeus ou gentios (2.1-16),
e os judeus instruídos e autoconfiantes (2.17—3.8). E então conclui acusando
toda a raça humana (3.9-20). Em cada caso o seu argumento é o mesmo: que
ninguém vive à altura do conhecimento que tem. As Boas-novas de salvação, o
evangelho de Deus, cujo conteúdo é Cristo, destina-se a todos os gentios, a
todos os povos.
I. A
NECESSIDADE DA SALVAÇÃO
1. O que
é a salvação. Ao longo das Escrituras, Deus se
manifestou trazendo livramentos para o seu povo quando esse se encontrava em
situação de perigo, Deus os livrou da escravidão egípcia, deu-lhes uma terra e
diversas vezes operou livramentos de forma milagrosa para os hebreus. O
salmista, agradecido e respeitoso diante das diversas batalhas pelas quais
havia passado e recebido livramentos, comenta: “O nosso Deus é o Deus da
Salvação […]” (Sl 68,20). No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para
mostrar a ideia de salvação: natsal, que significa livrar ou libertar, e yasha,
que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar. A palavra “salvação” designa o
ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da
morte. No Antigo Testamento, Deus é visto como trazendo salvação ao seu povo,
entretanto, o seu objetivo sempre foi demonstrar o seu poder para salvação dos
pecados e conciliar com sigo a humanidade. É Ele que começa o plano dessa
salvação, anunciando aos profetas o nascimento do Messias, e quando chega o
momento, Ele inicia o plano da Salvação com o nascimento de Jesus Cristo (Mt
1.21)
- Na Bíblia, a salvação se refere principalmente à libertação do
pecado e todas as suas consequências. Embora esse seja um dos temas centrais de
toda a Bíblia, vários cristãos têm muitas dúvidas sobre o assunto. A salvação é
a maior de todas as bênçãos espirituais que o ser humano pode receber de Deus.
Apesar disso, muitas pessoas não sabem o que ela é. Isso se deve, em parte, ao
caráter simplório e superficial de boa parte da educação cristã ministrada em
algumas denominações evangélicas e, em parte, pela ampla divulgação de algumas
doutrinas massificantes que não chegam à essência da questão. Salvação é a
mudança do estado de condenação em que o pecador se encontra, por causa do
pecado, para o estado de bem-aventurança, para o qual é conduzido pela graça de
Deus. O apóstolo Paulo menciona esta mudança de estado em sua carta aos crentes
de Colossos: “Ele [Deus] nos libertou do
império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual
temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13-14). De acordo com a
Escritura, a pessoa que não é redimida, que chamaremos de homem natural, vive
em trevas espirituais e é merecedor da condenação de Deus por causa de seu
próprio pecado (Rm 3.23; 6.23). O apóstolo Pedro menciona esta mudança de
estado ao dizer que “vós sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a
fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Nós éramos trevas, porém, agora, somos luz no
Senhor (Ef 5.8).
2. A
Origem da Salvação. A salvação tem sua origem no próprio
Deus. Foi Ele que planejou todo o cenário pelo qual ela aconteceria, e uma das
coisas que precisamos entender é que o homem não pode salvar a si mesmo. A
“moeda de troca” proposta pela humanidade para tentar se chegar a Deus são as
obras, mas estas são insuficiências (Rm 3.20). O pecado é uma realidade da qual
a humanidade não pode se desvencilhar, e pelo fato de o pecado ofender a Deus,
Ele estabeleceu os critérios pelos quais a humanidade pode ser reconciliada com
Ele, ainda que pertença a uma sociedade altamente desenvolvida. Em sua
sabedoria e justiça, o Senhor nos deu a sua graça, que iguala a todos os homens
(Rm 11.32). É desconcertante para o ser humano orgulhoso deparar-se com o fato
de que não pode salvar a si mesmo, mas isso não muda a realidade da mecânica da
salvação.
- A salvação dos homens é um decreto de Deus que visa a sua própria
glória. Foi idealizada antes mesmo de haver mundo; antes mesmo do homem ser
formado; e, antes haver pecado. Por isso, a salvação do pecador é uma obra
exclusiva de Deus. Os judeus pensavam que as boas-novas de salvação eram
destinadas apenas a eles. No entanto, o plano eterno de Deus incluía todos os
povos. Cristo morreu a fim de comprar para Deus os que procedem de toda tribo,
língua, povo e nação (Ap 5.9). John Stott é enfático quando escreve: “Precisamos libertar-nos de todo orgulho,
seja de raça, nação, tribo, casta ou classe, e reconhecer que o evangelho de
Deus é para todos, sem exceção e sem distinção. Este é um tema de suma
importância em Romanos”. Stott, John. Romanos, p. 5 3.
3. O meio
pelo qual provém a salvação. Como
vimos, a salvação de que o homem necessita por causa de seus pecados não pode
ser conseguida pelas obras. Essas estão contaminadas. E que meio Deus escolheu
para trazer essa salvação? A graça divina (Ef 2.8,9). A graça é o caminho
apresentado para todos, e isso contradiz a insuficiência das obras. Essas são
tão falhas que o apóstolo nos aponta um perigo acerca do orgulho e das obras:
ambos andam juntos. É natural que estejamos satisfeitos com nossas boas ações,
e nisso não há nenhuma condenação. Quando somos aprovados em uma avaliação,
quando tomamos decisões acertadas ou quando realizamos algo que traz orgulho e
alegria para a família ou o ambiente que nos cerca, o sentimento natural é que
sintamos orgulho pelo que fizemos. Ocorre que podemos nos tornar orgulhosos de
nossas vitórias, a ponto de imaginar que nos bastamos para todas as coisas. As
obras, portanto, não têm a capacidade de nos salvar. Somente a fé em Cristo
pode fazer isso.
- Um entendimento muito comum, de forma direta ou indireta, nas
igrejas é que as boas obras podem salvar alguém. Essas pessoas normalmente não
ignoram a necessidade da fé, no sentido de dizer que as pessoas não devem crer
em Jesus, mas acrescentam outros elementos à fé. Isso pode aparecer ao dizer
que é preciso negar a carne, fugir do pecado, amar o próximo, fazer o bem, orar
muito e outras coisas para ir para o céu. Tudo isso faz parte da vida de um
cristão, mas não é isso que nos concede o perdão de Deus vida eterna! Então,
muita atenção para não incorrermos no erro de ensinar a salvação pelas obras!
Todos nós somos pecadores, nascemos nessa condição, como herança adâmica, É
algo em nossa natureza (não original dela, mas um invasor que é parte dela) que
nos escraviza e inclina a fazer aquilo que é mal aos olhos de Deus, prejudicial
ao próximo e a nós. Desse modo, não
somente nossas ações (obras) como também nossas motivações e nós mesmos estamos
escravizados pelo mal e para o mal. Jesus disse que "do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as
imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias"(Mt
15.19). Ou seja, o mal não vem do ambiente, nem de algo externo a nós (ainda
que possamos receber influência), mas vem antes de tudo do nosso interior, da
nossa mente e emoções, ou seja, de quem somos. Então, por causa dessa corrupção
do nosso coração nós nos tornamos incapazes de agradar a Deus, confiar Nele,
ama-Lo e obedece-Lo. É por isso que Paulo escreve que pelas obras da lei
ninguém será justificado. Temos aqui dois problemas: ninguém vai se tornar
justo por cumprir a lei, e ninguém pode cumprir a lei.
- Desde o começo da Bíblia Deus revela seu maravilhoso plano eterno
de salvação (desde antes de fazer o céu e a terra na verdade) e revelou isso
aos poucos. Para Eva Ele disse que viria um descendente que esmagaria o poder
da serpente, das trevas. À Abraão Ele disse que Ele proveria para Si um
sacrifício, já que os humanos nunca poderiam pagar esse preço. Séculos depois
nasce Jesus de Nazaré. Ele nasceu de uma virgem por ação do Espírito Santo, por
isso não possui a semente do pecado como o resto de nós. Ele, o messias, aquele
que "tem as origens desde os dias"
(Mq 5.2) nasce, cresce, vive uma vida de obediência perfeita a Deus, em ações e
de coração. Ele vive tudo o que Adão não viveu. Ele não tem pecado herdado de
Adão. A morte não tem direito sobre Ele, pois apenas a alma que pecar morrerá (Ez
18.4), e então Jesus é condenado por se apresentar como Filho de Deus (ou seja,
igual a Deus) e é morto. Antes de sua morte Ele já havia dito que não teria sua
vida tomada, mas entregaria voluntariamente. Ao morrer na cruz Ele recebe a
condenação e o castigo que a minha e a sua maldade merecem. A maldade dos
piores criminosos e assassinos do mundo. A maldade dos que nasceram na igreja e
nunca saíram dela. Quando Jesus foi para a cruz o Pai viu Nele o nosso pecado e
Jesus foi separado do Pai; a condenação que nós merecíamos. Mas isso não foi
tudo; ao terceiro dia Ele volta a vida. A morte vem sobre quem peca mas Ele
nunca havia pecado e portanto não tinha direito a morte. Ele é o santo que Deus
não deixaria no sepulcro e na corrupção. Ao morrer Ele pagou um sacrifício. Ao
ressuscitar o Pai havia aceito sua oferta no nosso lugar. Essa narrativa, que é
fato na história e verdade espiritual é a nossa salvação e redenção. Deus amou
o mundo e deu seu filho. Agora, todo aquele que crê em Jesus e que Ele morreu e
ressuscitou por nós pode receber o que a obediência a lei não poderia nos dar,
pode ter o perdão dos erros, a aceitação perante Deus e a vida eterna. É só
quando confiamos em Cristo que somos salvos. Sem fé é impossível agradar a Deus
e é quando a fé está em Cristo que começamos a agradar a Deus. Isso tira nosso
mérito, pois não iremos ao céu por termos vivido uma boa vida, mas porque
Cristo a viveu e a deu para nós pela fé. Quando Jesus morreu Ele recebeu o que merecíamos.
Quando cremos Nele nós recebemos o que Ele mereceu. Isso tira o peso de tentar
ser aceito por Deus e nos dá certeza do seu amor e aceitação. O evangelho é uma
boa notícia, de que algo já foi feito, e não um conselho de que devemos fazer
algo. Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus
credita justiça independente de obras: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos
pecados são apagados" (Rm 4.6,7).
A fim de abençoar meus leitores e seguidores com um pouco mais de
conteúdo, com profundidade, clareza e biblicidade, iniciarei uma Pós-Graduação em Teologia Bíblica e
Exegética do Novo Testamento, pela Faculdade Internacional Cidade Viva.
O curso terá duração de 14 meses. Como sabem, é necessário a
aquisição de livros e material afim, o que exige investimentos. Aqui, desejo
contar com fiéis colaboradores!
Peço gentilmente sua colaboração nesse intuito, enviando sua ajuda
para assis.shalom@gmail.com.
Deus em Cristo retribua.
“Tudo o que fizerem, façam de
todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão
do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão
servindo” (Cl 3:23-24).
II. OS
EFEITOS DA SALVAÇÃO
1.
Regeneração. Ser regenerado é nascer novamente (Jo
3.3). Essa ação é realizada pelo Espírito Santo quando a pessoa se arrepende e
confessa a Jesus com o seu Salvador e Senhor, crendo em seu sacrifício. É algo
que está além da imaginação humana, pois o homem não pode mudar a si mesmo. Seu
estado pecaminoso não o impede de ouvir o Evangelho e de entendê-lo, mas o
intelecto sem o arrependimento é insuficiente para fazer do homem uma nova
criatura. Ele precisa crerem Jesus (Jo 1.12,13).
- Uma outra palavra para regeneração é "renascimento",
relacionada à outra frase bíblica “nascido de novo”. O nosso renascimento se
difere do nosso primeiro nascimento, quando fomos concebidos fisicamente e
herdamos a nossa natureza pecaminosa. O novo nascimento é um nascimento
espiritual, santo e celestial que resulta em nós sendo vivificados
espiritualmente. O homem em seu estado natural está "morto em seus delitos
e pecados" até ser "vivificado" (regenerado) por Cristo. Isso
acontece quando ele coloca a sua fé em Cristo (Efésios 2:1). A regeneração é
uma mudança radical. Assim como o nascimento físico resultou em um novo
indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento espiritual resultou em
uma nova pessoa entrando no reino celestial (Efésios 2:6). Após a regeneração,
começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a viver uma vida de
fé e santidade. Agora Cristo está formado nos corações; agora somos
participantes da natureza divina, tendo sido feitos novas criaturas (2
Coríntios 5:17). Deus, não o homem, é a fonte dessa transformação (Efésios 2:1,
8). O grande amor e dom gratuito de Deus, a Sua rica graça e misericórdia
abundante, são a causa do renascimento. O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou
Cristo dentre os mortos – é demonstrado na regeneração e conversão de pecadores
(Efésios 1:19-20). A regeneração é necessária. A carne humana pecaminosa não
pode entrar na presença de Deus. Em sua conversa com Nicodemos, Jesus disse
duas vezes que um homem deve nascer de novo a fim de ver o reino de Deus (João
3:3, 7). A regeneração não é opcional, pois "O que é nascido da carne é
carne; e o que é nascido do Espírito é espírito" (João 3:6). O nascimento
físico nos traz à terra; o renascimento espiritual nos leva ao céu. Veja também
Efésios 2:1; 1 Pedro 1:23; João 1:13; 1 João 3:9; 4:7; 5:1, 4, 18. A
regeneração faz parte do que Deus faz por nós no momento da salvação,
juntamente com sermos selados (Efésios 1:14), adotados (Gálatas 4:5),
reconciliados (2 Coríntios 5: 18-20), etc. A regeneração é quando Deus dá vida
espiritual a uma pessoa, como resultado da sua fé em Jesus Cristo. Antes da
salvação, não éramos filhos de Deus (João 1:12-13). Pelo contrário, éramos
filhos da ira (Efésios 2:3; Romanos 5:18-20). Antes da salvação, estávamos
degenerados; depois da salvação, somos regenerados. O resultado da regeneração
é a paz com Deus (Romanos 5:1), uma nova vida (Tito 3:5; 2 Coríntios 5:17) e a
filiação eterna (João 1:12-13; Gálatas 3:26). A regeneração começa o processo
de santificação através do qual nos tornamos as pessoas que Deus pretende que
sejamos (Romanos 8:28-30). O único meio de regeneração é pela fé na obra
consumada de Cristo na cruz. Nenhuma quantidade de boas obras ou de observância
da lei pode regenerar o coração. "visto que ninguém será justificado
diante dele por obras da lei" (Romanos 3:20). Somente Cristo oferece uma
cura para a depravação total do coração humano. Não precisamos de uma
renovação, reforma ou reorganização; precisamos de renascimento. https://www.gotquestions.org/Portugues/regeneracao.html.
2.
Justificação e adoção. A Justificação é o
ato vindo de Deus, em que há o reconhecimento de que fomos absolvidos de nossos
pecados, e, portanto, não há pendências nossas junto a Deus. Tal fato se dá
porque o sacrifício que a nós estava atribuído por causa dos nossos pecados, o
Senhor Jesus Cristo já o fez. E, sendo esse sacrifício perfeito, estamos livres
das acusações que nos eram contrárias (Rm 5.1). Ser considerado justo implica
também ter paz com Deus. 3. Santificação. A santificação não é a adoção de uma
vida isolada da coletividade, com o se o afastamento para com outras pessoas
nos tornasse santos. Ser santo é afastar-se do pecado para uma dedicação
exclusiva para Deus. É certo que a santificação exige de nós ações que estejam
compatíveis com a nossa nova posição. Ao novo homem , nascido de novo, foi dada
uma chance de ser diferente, e essa diferença começa com a santificação.
- Na justificação dá-nos o direito legal de estar diante dele. Mas na
adoção Deus nos faz membros de sua família. Portanto, o ensino bíblico sobre a
adoção concentra-se muito mais na comunhão pessoal com Deus e com o seu povo
que a salvação nos dá. Cristo é a única base da nossa justificação. Em nós
mesmos, somos culpados diante de Deus. Todos nós pecamos em Adão. A única
solução para o pecado e para a culpa que o acompanha é a morte expiatória de
Cristo, realizada em nosso lugar. Somente Cristo, que cumpriu perfeitamente a
lei e não cometeu pecado, poderia se apresentar em nosso benefício e realizar
a expiação pelos nossos pecados. Ao fazer isso, ele obteve perdão para nós e
aplicou sua justiça a nós. Como a expiação não possui nenhuma outra base além
de Cristo, o mesmo ocorre com nossa justificação. É por isso que somos
justificados somente pela graça, pois é pela justiça de outra pessoa (Jesus
Cristo) que somos feitos justos diante de Deus. Isso não é nossa obra própria,
mas o dom de Deus, o resultado de tudo o que Cristo fez em favor de seu povo.
Isso é imerecido, uma obra da bondade e misericórdia de Deus. Como
consequência, também somos justificados somente pela fé ou mediante a fé, pois
a fé salvadora é o abandono da confiança em nós mesmos e o estabelecimento de
um compromisso com Jesus Cristo. Ao nos entregarmos a ele estamos confessando
tanto nossa pecaminosidade quanto apenas a justiça de Cristo, a qual é
suficiente para nos capacitar a viver com Deus.
- Adoção de filhos. Os crentes são, antes de tudo, filhos de Deus
por adoção. Isso significa, naturalmente, que eles não são filhos de Deus por
natureza. Nem todos os seres humanos são filhos de Deus. Somente aqueles que
possuem um relacionamento filial com Deus, por meio de Cristo, são filhos de
Deus. Por intermédio dessa adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e
passa a tratá-lo como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos
na família de Deus, ficam sob a lei da obediência filial e passam a ter direito
a todos os privilégios da filiação. A adoção como filhos e a filiação moral dos
crentes andam de mãos dadas. Por um lado, eles são adotados por Deus como
filhos. Por outro, eles passam a se comportar como filhos de Deus. Paulo nos
mostra esses dois elementos da adoção funcionando lado a lado: “…Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam
sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois
filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba,
Pai” (Gl 4.4-6). O Espírito de Cristo nos regenera e nos santifica e nos
estimula a nos dirigirmos a Deus cheios de confiança, vendo-o como nosso Pai.
Somos adotados por Deus e tratados como seus filhos. Por isso, devemos assumir
nossa relação filial com Deus e nos comportarmos como seus filhos.
III. A
SALVAÇÃO PARA TODOS
1. Uma
tão grande salvação. A Palavra de Deus nos mostra que “a
graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt
2.11). Quando Deus planejou a salvação, Ele objetivou salvar a todos (At
17.30). A Palavra de Deus, portanto, deixa claro que a salvação é oferecida
para todos, mesmo que nem todos aceitem o Evangelho. A expressão “todos” não é
reducionista nem restritiva. Portanto, a morte de Cristo tem o poder de salvar
a todos os homens, desde que se arrependam de seus pecados nesta vida e recebam
a salvação pela fé em Jesus.
- A Escritura afirma com muita clareza que todos os seres humanos são
pecadores (Rm 3.23; 5.12). Portanto, todos nós somos igualmente merecedores da
retribuição correspondente ao pecado. De acordo com a Escritura, esta justa
retribuição é a morte (Rm 6.23) no seu sentido mais profundo e abrangente:
morte física, morte espiritual e morte eterna. Isso implica no total rompimento
de nossa comunhão com Deus. Mas será que a afirmativa bíblica é que “Deus
planejou salvar a todos os homens”? Se sim, por que não o faz? Se não, por que
ensinamos assim?
- Neste subtópico me permitam desenvolver a minha visão: “TODOS estavam perdidos. Deus salvou alguns.
Não é injustiça. Não houve merecimento dos salvos. Houve favor. E Deus é
glorificado nisto. Alguém poderia perguntar: Por que não salva a TODOS? E eu
perguntaria: Por que salva alguns? Ele não precisaria salvar ninguém. Cristo
morreu por TODOS. Mas não diz que levou o pecado de TODOS. "O Meu Servo, o
Justo, justificará a MUITOS: porque as iniquidades deles levará sobre Si. ...
mas Ele levou sobre Si o pecado de MUITOS" Is 53.11,12.
E uma vez que Ele já
levou nossos pecados e deles não se lembra mais (Hb 8:12), como é que poderemos
perder a salvação? Nós não podemos entrar na presença de Deus, três vezes
Santo, por causa de nossos pecados, mas uma vez que Cristo levou sobre Si e
sofreu o juízo dos nossos pecados, o que me separa agora de Deus? Deus olha
para mim e vê Cristo sem pecado, pois agora estou em Cristo e nova criatura sou
(II Co 5:17).
Portanto, Ele morreu
por TODOS, mas levou sobre Si o pecado de MUITOS. Quem são esses? Veja no
tópico A Bíblia fala algo sobre eleição?””
2. A
presciência de Deus e a salvação. Um dos
atributos de Deus é a presciência, ou seja, a capacidade divina de saber o que
há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência, Deus sabe quem há de
responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que
escolheu quem será salvo e quem não será. Deus não restringe a sua salvação a
um grupo isolado de pessoas escolhidas por um critério misterioso, deixando de
fora da salvação outras pessoas, mas simplesmente porque Ele assim o quis.
Aliás, Ele deixou bem claro que os critérios da salvação são o arrependimento e
a fé no sacrifício do seu Filho, Jesus (Mc 1.15). Presciência é uma
característica do intelecto divino e não traz consigo uma ação que inclui ou exclui
pessoas.
- Quem fez o futuro?
- A presciência é conhecer coisas ou eventos antes que existam ou
aconteçam. Em grego, o termo para “pré-conhecimento” é prognóstico, que
expressa a ideia de conhecer a realidade antes que ela seja real e os eventos
antes que ocorram. Na teologia cristã, a presciência refere-se à natureza
onisciente de Deus, pela qual Ele conhece a realidade antes que ela seja real,
todas as coisas e eventos antes que aconteçam e todas as pessoas antes que
existam. Arthur W Pink afirma: “Há duas
coisas referentes à presciência de Deus que muitos ignoram: o significado do
termo e o seu escopo bíblico. Visto que esta ignorância é tão amplamente
generalizada, é fácil aos pregadores e mestres impingir perversões deste assunto,
até mesmo ao povo de Deus. Só há uma salvaguarda contra o erro: estar firme na
fé. Para isso, é preciso fazer devoto e diligente estudo, e receber com
singeleza a Palavra de Deus infundida. Só então ficamos fortalecidos contra as
investidas dos que nos atacam. Hoje em dia existem os que fazem mau uso desta
verdade, com o fim de desacreditar e negar a absoluta soberania de Deus na
salvação dos pecadores. Assim como os seguidores da alta crítica repudiam a
divina inspiração das Escrituras e os evolucionistas a obra de Deus na criação,
alguns mestres pseudo-bíblicos andam pervertendo a presciência de Deus com o
fim de pôr de lado a Sua incondicional eleição para a vida eterna.”
A denominação é de linha Arminiana e entende a mecânica da salvação
como oportunidade disponibilizada a todos os homens, no entanto, Deus em Sua
presciência, vê o futuro e, argumenta essa linha de interpretação, que a
eleição se baseia na presciência de Deus, e esta “presciência” é interpretada
no sentido de que Deus previu que alguns seriam mais dóceis que outros, que
responderiam mais prontamente aos esforços do Espírito e que, visto que Deus
sabia que eles creriam, por conseguinte, predestinou-os para a salvação; grosso
modo, é esse o entendimento.
3. A
resposta humana à salvação. Se, por
um lado, a salvação é para todos, por outro lado, é preciso que o ser humano
corresponda ao chamado de Deus. Os atos de confessar e crer são impulsionados
pelo Espírito, mas são ações meramente humanas. Somos chamados a tratar a nossa
salvação com zelo, pois ela custou o sangue do Senhor Jesus Cristo. Não podemos
viver uma vida de pecados, resistindo ao Espírito Santo e nos afastando, como
consequência, da fé que uma vez nos foi dada.
- Um homem deve se arrepender e crer no evangelho para ser salvo.
Ninguém jamais foi perdoado e feito um filho de Deus sem que tenha se voltado
voluntariamente do pecado para Cristo. Em nenhuma parte a Bíblia assegura que
um homem possa ser salvo sem arrependimento e fé, mas pelo contrário, a Palavra
sempre declara essas coisas como essenciais antes que uma pessoa possa ser
salva. A única resposta da Bíblia para a questão, “Que devo fazer para ser
salvo”? é, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo”. Arrependimento e fé são atos
livres do homem. Os homens, com sua própria mente, coração e vontade devem
renunciar o pecado e receber a Cristo. Deus nunca se arrependeu ou creu por
alguém – e Ele nunca o fará. Voltar-se do pecado e estender a mão em fé para
Cristo são atos do homem, e todo homem que assim responde ao chamado do
evangelho o faz porque ele honestamente desejou assim fazer. Ele quer ser
perdoado e ele só pode ser perdoado pelo arrepender-se e crer. Ninguém,
incluindo Deus, pode se voltar do pecado por nós; nós devemos fazer isso. Ninguém
pode confiar em Cristo em nosso lugar, mas nós devemos pessoalmente,
conscientemente e desejosamente confiar nEle para sermos salvos.
CONCLUSÃO
A salvação é ofertada por Deus a todos os homens, de
forma indistinta, ainda que nem todos a queiram. Ela nos foi dada por Deus por
um ato da sua graça, pois as obras não têm o poder de nos salvar de nossos
pecados. E a salvação faz de nós pessoas nascidas novamente, justificadas e
santas para a glória de Deus.
- A salvação é a ação de Deus que nos tira do império das trevas e
nos conduz graciosamente ao reino de seu Filho. Esta salvação oferecida
graciosamente por Deus em Cristo é a única solução para o problema do pecado e
o único recurso dado por Deus para que o homem não seja condenado ao inferno,
mas desfrute da eterna e gloriosa comunhão com seu Senhor. Todo aquele que se
arrepende e crê no evangelho será salvo. Toda alma, sem nenhuma exceção, que
responde à ordem do evangelho para vir a Cristo será recebida e perdoada pelo
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Philip Bliss colocou essa verdade em
música quando disse, “Todo aquele que quiser, para sempre deve perseverar...”.
Se podemos estar absolutamente certos sobre alguma coisa, podemos estar certos
de que Cristo nunca invalidará Sua promessa de receber “todo aquele que vier a
Ele”. Como o velho John Bunyan disse, “Venha e seja bem vindo” são as eternas
palavras do Salvador para todos os pecadores.
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Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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HORA DA
REVISÃO
1. Quais são as duas palavras do Antigo Testamento que
mostram a ideia de salvação?
No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de
salvação: natsat, que significa livrar ou libertar, eyasha, que traz a ideia de
conceder vitória ou ajudar.
2. Qual o significado da palavra “salvação”?
A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa
posição protegida, de livrar da morte
3. Qual a origem da salvação?
A salvação tem sua origem no próprio Deus.
4. Cite, conforme a lição, os efeitos da salvação.
Regeneração, justificação e santificação.
5. O que é a presciência divina?
É a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio
de sua presciência. Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas
isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será.