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22 de abril de 2024

EBD JOVENS | Lição 4- A Realidade Bíblica da Salvação | 2° Trimestre de 2024

  

TEXTO PRINCIPAL

A saber: Se, com tua boca, confessares ao Senhor Jesus Cristo e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9)

Entenda o Texto Principal:

- Confessar Jesus como Senhor não é um simples reconhecimento de que ele é Deus e Senhor do mundo, visto que até os demônios reconhecem isso como algo verdadeiro (Tg 2.19). É profunda convicção pessoal, sem reservas, de que Jesus é o próprio senhor da pessoa. A frase engloba arrependimento do pecado, confiança em Jesus para a salvação e submissão a ele como Senhor. Esse é o elemento volitivo da fé. Deus o ressuscitou dentre os mortos. A ressurreição de Cristo foi a validação suprema do seu ministério (cf. Jo 2.18-21). Crer nela é necessário para a salvação, pois ela provou que Cristo é quem ele dizia ser e que o Pai aceitou o seu sacrifício em lugar dos pecadores (Rm 4.24; cf. At 13.32-33; 1 Pe 1.3-4). Sem a ressurreição, não há salvação (1 Co 15.14-17).

 

RESUMO DA LIÇÃO

A salvação é oferecida por Deus por intermédio do sacrifício de Jesus Cristo, seu Filho Unigênito.

Entenda o Resumo da Lição:

- A salvação é graça. Ela é um dom de Deus, pois ninguém é salvo pelas obras. Efésios 2.8,9 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;  isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. A salvação que Jesus Cristo oferece ao homem é pela graça.

 

TEXTO BÍBLICO

Romanos 3.21-31

 

21 Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas,

- 3.21—5.21 Tendo provado de modo conclusivo a pecaminosidade universal do ser humano e a sua necessidade de justiça (Rm 1.18-3.20), Paulo desenvolveu o tema apresentado em Rm 1.17, ou seja, Deus, graciosamente, concedeu uma justiça proveniente dele com base apenas na fé (Rm 3.21—5.21). 3.21 Mas agora. Não se trata de uma referência ao tempo, mas uma mudança no curso do argumento do apóstolo. Depois de demonstrar a impossibilidade de se conquistar a justiça pelo esforço humano, ele passa a explicar a justiça que o próprio Deus concedeu. sem lei. Totalmente à parte da obediência a qualquer lei (Rm 4.15; Gl 2.16; 3.10-11; 5.1-2,6; Eí 2.8-9; cf. Fp 3.9; 2Tm 1.9; Tt 3.5). justiça. Veja Rm 1.17. Essa justiça é singular;

            1) Deus é a sua fonte (Is 45.8);

            2) ela cumpre tanto o castigo quanto os preceitos da lei de Deus. A morte de Cristo, como um substituto, paga a penalidade exigida daqueles que não conseguiram cumprir a lei de Deus, e a sua perfeita obediência a todas as exigências da lei de Deus cumpre a ordem do Pai para a total justiça (2Co 5.21; 1 Pe 2.24; cf. Hb 9.28); e

            3) porque a justiça de Deus é eterna, (S1119.142; Is 51.8; Dn 9.24), aquele que a recebe do Pai desfruta dela para sempre, testemunhada pela lei e pelos profetas.

22 Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença.

- mediante a fé... todos... os que creem Veja Rm 1.16. Crer é confiar, depender, ter fé em algo. Quando usado para se referir à salvação, geralmente essa palavra geralmente ocorre no tempo presente ("crendo"), enfatizando que crer não é um acontecimento único, mas uma condição permanente. A verdadeira fé salvadora é sobrenatural, um dom maravilhoso de Deus que ele produz no coração (Ef 2.8) e é a única maneira pela qual uma pessoa pode obter a verdadeira justiça (Rm 3.22,25; 4.5,13,20; 5.1; 4.1-25). A fé salvadora consiste de três elemertos:

            1) mental: a mente compreende o evangelho e a verdade sobre Cristo (10.14-17);

            2) emocional: a pessoa aceita a veracidade dos fatos com tristeza pelos pecados e alegria pela misericórdia e pela graça de Deus (6.17; 15.13) e

            3) volitiva: o pecador submete a sua vontade à de Cristo e confia nele como sendo a única esperança de salvação (Rm 10.9). A fé genuína sempre produzirá obediência autêntica (Rm 4.3; Jo 8.31; 14.21-24).

23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus,

- 3.22-23 não há distinção... glória de Deus. Um comentário parentético explica que Deus pode conceder a sua justiça a todos os que creem, tanto judeus como gentios, porque todo ser humano - sem distinção - é miseravelmente incapaz de viver de acordo com os padrões divinos. 3.23 todos pecaram. Paulo já apresentou os seus argumentos a respeito disso (Rm 1.18—3.20).

24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus,

- justificados. Esse verbo, e as palavras relacionadas a ele da mesma raiz grega (p. ex., justificação), ocorrem cerca de 30 vezes em Romanos e estão concentrados entre 2.13-5.1. Esse termo legal ou judicial vem da palavra grega para "justo" e significa "declarar justo". Esse veredicto inclui: perdão da culpa e do castigo pelo pecado, e a imputação da justiça de Cristo ao cristão, que concede a justiça positiva de que o ser humano necessita para que seja aceito por Deus. Deus declara um pecador justo somente com base nos méritos da justiça de Cristo. Deus imputou o pecado do ser humano na conta de Cristo na sua morte sacrifical (Is 53.4-5; 1Pe 2.24), e imputou a obediência perfeita à lei de Deus por Cristo aos cristãos (Rm 5.19; 1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.S). O pecador recebe esse dom da graça de Deus apenas pela fé (Rm 3.22,25; 4.1-25). A santificação, obra de Deus pela qual ele torna justos aqueles já justificados, é diferente da justificação, mas sempre a acompanha, sem exceção (Rm 8.30). gratuitamente, por sua graça. A justificação é um dom gracioso concedido por Deus aos pecadores arrependidos que creem, totalmente à parte dos méritos ou obras humanos (Rm 1.5). redenção. A imagem por trás dessa palavra grega vem do antigo mercado de escravos. Significava o pagamento do resgate necessário para obter a libertação do prisioneiro ou do escravo. O único pagamento adequado para redimir os pecadores da escravidão ao pecado c de seu castigo merecido era "em Cristo Jesus" (1Tm 2.6; 1Pe 1.18-19), e foi pago a Deus para satisfazer a sua justiça.

25 Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;

- a quem Deus propôs. Esse grande sacrifício não foi realizado em segredo, mas Deus expôs publicamente o seu filho no calvário para que todos vissem; propiciação. Crucial para o valor do sacrifício de Cristo, essa palavra carrega a ideia de conciliação ou satisfação — nesse caso, a morte cruel de Cristo satisfez a santidade ofendida e a ira de Deus contra aqueles pelos quais Cristo morreu (Is 53.11; Cl 2.11-14). A palavra hebraica equivalente a essa era usada para descrever o propiciatório — a tampa da arca da Aliança — onde o sumo sacerdote aspergia o sangue do animal morto no Dia da Expiação para expiar os pecados do povo. Nas religiões pagãs, é o adorador e não deus o responsável por acalmar a ira da deidade ofendida. Porém, na realidade, o homem é incapaz de satisfazer a justiça de Deus se não for por intermédio de Cristo, exceto se passar a eternidade no inferno. deixado impunes os pecados. Não significa nem indiferença nem remissão. A justiça de Deus exige que todo pecado e todo pecador seja punido. Deus teria sido justa se, quando Adão e Eva pecaram, ele os tivesse destruído, e com eles, toda a raça humana. Mas, pela sua bondade e longanimidade, ele adiou o seu julgamento por certo tempo (cf. SI 78.38-39; At 17.30-31; 2Pe 3.9).

26 Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.

- a manifestação da sua justiça. Por meio da encarnação, da vida sem pecado e da morte substitutiva de Cristo, justo e o justificador. A sabedoria do plano de Deus permitiu que ele punisse Jesus em lugar dos pecadores e, desse modo, justificar os culpados sem comprometer a sua justiça.

27 Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé.

- Onde, pois, a jactância? Em Rm 4.1-2, Paulo usou o modelo de Abraão para provar a justificação somente pela fé, pois os judeus o tinham como um exemplo supremo de um homem justo (Jo 8.39) e porque mostrava, claramente, que o judaísmo com suas obras de retidão havia se desviado da fé que tinham os antigos patriarcas judeus. Num sentido espiritual, Abraão também foi o precursor da primeira igreja dos gentios em Roma (Rm 1.13) Ninguém poderá ser declarado justo com base nos esforços humanos (Rm 3.24), nem se gloriar. Se as próprias obras de Abrão tivessem sido a base de sua justificação, ele teria tido todo o direito de se vangloriar na presença do Deus, isso torna a premissa hipotética do v. 2 impensável (1Co 1.29).

28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.

- 3.28 justificado pela fé. Veja nota no v. 24. Embora a palavra "somente" não apareça no texto etr grego, esse é claramente o sentido do que Paulo quis dizer (cf. 4.3-5; ve/a noía cm Ig 2.2 í). obras da lei. Ve/a nota no v. 20. 3.29 Deus... dós gentios. Há somente um único Deus verdadeiro {cí. ICo 8.5-6).

29 É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.

- O caminho da salvação deve ser igualmente adequado a toda a família do homem caído; mas a doutrina da justificação pela fé é a única que estabelece as bases de uma religião universal; esta, portanto, é outra marca de sua verdade. [JFU, aguardando revisão]

30 Se Deus é um só, que justifica, pela fé, a circuncisão e, por meio da fé, a incircuncisão.

- por meio da fé os incircuncisos. O futuro – “justificará” – é usado aqui para denotar o propósito fixo de Deus de agir de acordo com este princípio em todos os tempos. Orígenes, e depois dele Bengel, considerou que é a justificação do judeu que aqui se diz ser ‘da fé’, como sendo os herdeiros natos da promessa; enquanto que a dos gentios, como sendo anteriormente “estranhos aos pactos da promessa”, é considerada apenas “pela fé”, como os admitindo em uma nova família. Mas, além de que isso é muito rebuscado, parece ser contradito por Gálatas 3:8, onde a mesma frase – ‘da fé’ – que aqui se diz ser usada para os judeus, é aplicada à justificação dos Gentios. Com a maioria dos críticos, consideramos isso apenas uma declaração variada da mesma verdade, mas com uma ligeira diferença no sentido; a primeira expressão – ‘da fé’ – denotando o método ordenado de justificação; a segunda, “pela fé”, o instrumento ou canal pelo qual chega até nós. Exemplos semelhantes de duas declarações quase equivalentes serão encontrados em Romanos 3:22 e em Gálatas 3:22 (compare com 23). [JFU, aguardando revisão]

31 Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.

- 3.31 Sabendo que seria acusado de antinomianismo (ser comra a lei j por afirmar que o homem ^ra justificado à parte da guarda da lei, Paulo aqui apresentou a defesa que ele desenvolveu posteriormente nos caps. f>-7. pela fé... confirmamos a lei. A salvação pela graça por meio da fé não denigre a lei, mas enfatiza a sua verdadeira importância: 1) ao fornecer o pagamento pelo castigo de morte, o qual é exigido pela lei por não conseguir cumpri-la; 2) ao cumprir o propósito original da lei, o qual c servir como um instrutor para mostrar a total incapacidade do tomem em obedecer às exigências de justiça de Deus e em levar a* pessoas a Cristo (Cl 3.24); e 3) ao dar aos cristão*a capacidade do obedecer a da (8.3-4).

 

 

- OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)

- Caso deseje, poderá baixar o MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Nesta lição, estudaremos a respeito da realidade da salvação oferecida por Deus e a sua operação contra o pecado. Se por um Lado, a Bíblia nos mostra uma má notícia sobre a nossa condição, a de que somos pecadores e estamos afastados de Deus, por outro lado, ela nos mostra uma boa notícia nos Evangelhos, que Deus proveu, em Jesus Cristo, a salvação de que necessitamos para sermos reconciliados com Ele.

- Paulo escreve Romanos para repartir com a igreja da capital do império o significado do evangelho. Nessa carta ele discorre sobre a condição de ruína e perdição tanto dos gentios como dos judeus. Também mostra que a salvação é pela graça, independentemente das obras, tanto para os gentios como para os judeus. O evangelho de Cristo, que a epístola aos Romanos expõe, é a mais doce música jamais ouvida na terra, a mais poderosa mensagem proclamada entre os homens, o mais precioso tesouro confiado ao povo de Deus. Deus encerrou todos no pecado para usar de misericórdia para com todos. O pecado atingiu a todos sem exceção. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). Hernandes Dias Lopes citando Stott, diz que o apóstolo divide a raça humana em três grupos distintos: a sociedade gentílica depravada (1.18-32), os críticos moralistas, sejam judeus ou gentios (2.1-16), e os judeus instruídos e autoconfiantes (2.17—3.8). E então conclui acusando toda a raça humana (3.9-20). Em cada caso o seu argumento é o mesmo: que ninguém vive à altura do conhecimento que tem. As Boas-novas de salvação, o evangelho de Deus, cujo conteúdo é Cristo, destina-se a todos os gentios, a todos os povos.

 

I. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO

 

1. O que é a salvação. Ao longo das Escrituras, Deus se manifestou trazendo livramentos para o seu povo quando esse se encontrava em situação de perigo, Deus os livrou da escravidão egípcia, deu-lhes uma terra e diversas vezes operou livramentos de forma milagrosa para os hebreus. O salmista, agradecido e respeitoso diante das diversas batalhas pelas quais havia passado e recebido livramentos, comenta: “O nosso Deus é o Deus da Salvação […]” (Sl 68,20). No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de salvação: natsal, que significa livrar ou libertar, e yasha, que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar. A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da morte. No Antigo Testamento, Deus é visto como trazendo salvação ao seu povo, entretanto, o seu objetivo sempre foi demonstrar o seu poder para salvação dos pecados e conciliar com sigo a humanidade. É Ele que começa o plano dessa salvação, anunciando aos profetas o nascimento do Messias, e quando chega o momento, Ele inicia o plano da Salvação com o nascimento de Jesus Cristo (Mt 1.21)

- Na Bíblia, a salvação se refere principalmente à libertação do pecado e todas as suas consequências. Embora esse seja um dos temas centrais de toda a Bíblia, vários cristãos têm muitas dúvidas sobre o assunto. A salvação é a maior de todas as bênçãos espirituais que o ser humano pode receber de Deus. Apesar disso, muitas pessoas não sabem o que ela é. Isso se deve, em parte, ao caráter simplório e superficial de boa parte da educação cristã ministrada em algumas denominações evangélicas e, em parte, pela ampla divulgação de algumas doutrinas massificantes que não chegam à essência da questão. Salvação é a mudança do estado de condenação em que o pecador se encontra, por causa do pecado, para o estado de bem-aventurança, para o qual é conduzido pela graça de Deus. O apóstolo Paulo menciona esta mudança de estado em sua carta aos crentes de Colossos: “Ele [Deus] nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13-14). De acordo com a Escritura, a pessoa que não é redimida, que chamaremos de homem natural, vive em trevas espirituais e é merecedor da condenação de Deus por causa de seu próprio pecado (Rm 3.23; 6.23). O apóstolo Pedro menciona esta mudança de estado ao dizer que “vós sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Nós éramos trevas, porém, agora, somos luz no Senhor (Ef 5.8).

2. A Origem da Salvação. A salvação tem sua origem no próprio Deus. Foi Ele que planejou todo o cenário pelo qual ela aconteceria, e uma das coisas que precisamos entender é que o homem não pode salvar a si mesmo. A “moeda de troca” proposta pela humanidade para tentar se chegar a Deus são as obras, mas estas são insuficiências (Rm 3.20). O pecado é uma realidade da qual a humanidade não pode se desvencilhar, e pelo fato de o pecado ofender a Deus, Ele estabeleceu os critérios pelos quais a humanidade pode ser reconciliada com Ele, ainda que pertença a uma sociedade altamente desenvolvida. Em sua sabedoria e justiça, o Senhor nos deu a sua graça, que iguala a todos os homens (Rm 11.32). É desconcertante para o ser humano orgulhoso deparar-se com o fato de que não pode salvar a si mesmo, mas isso não muda a realidade da mecânica da salvação.

- A salvação dos homens é um decreto de Deus que visa a sua própria glória. Foi idealizada antes mesmo de haver mundo; antes mesmo do homem ser formado; e, antes haver pecado. Por isso, a salvação do pecador é uma obra exclusiva de Deus. Os judeus pensavam que as boas-novas de salvação eram destinadas apenas a eles. No entanto, o plano eterno de Deus incluía todos os povos. Cristo morreu a fim de comprar para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). John Stott é enfático quando escreve: “Precisamos libertar-nos de todo orgulho, seja de raça, nação, tribo, casta ou classe, e reconhecer que o evangelho de Deus é para todos, sem exceção e sem distinção. Este é um tema de suma importância em Romanos”. Stott, John. Romanos, p. 5 3.

3. O meio pelo qual provém a salvação. Como vimos, a salvação de que o homem necessita por causa de seus pecados não pode ser conseguida pelas obras. Essas estão contaminadas. E que meio Deus escolheu para trazer essa salvação? A graça divina (Ef 2.8,9). A graça é o caminho apresentado para todos, e isso contradiz a insuficiência das obras. Essas são tão falhas que o apóstolo nos aponta um perigo acerca do orgulho e das obras: ambos andam juntos. É natural que estejamos satisfeitos com nossas boas ações, e nisso não há nenhuma condenação. Quando somos aprovados em uma avaliação, quando tomamos decisões acertadas ou quando realizamos algo que traz orgulho e alegria para a família ou o ambiente que nos cerca, o sentimento natural é que sintamos orgulho pelo que fizemos. Ocorre que podemos nos tornar orgulhosos de nossas vitórias, a ponto de imaginar que nos bastamos para todas as coisas. As obras, portanto, não têm a capacidade de nos salvar. Somente a fé em Cristo pode fazer isso.

- Um entendimento muito comum, de forma direta ou indireta, nas igrejas é que as boas obras podem salvar alguém. Essas pessoas normalmente não ignoram a necessidade da fé, no sentido de dizer que as pessoas não devem crer em Jesus, mas acrescentam outros elementos à fé. Isso pode aparecer ao dizer que é preciso negar a carne, fugir do pecado, amar o próximo, fazer o bem, orar muito e outras coisas para ir para o céu. Tudo isso faz parte da vida de um cristão, mas não é isso que nos concede o perdão de Deus vida eterna! Então, muita atenção para não incorrermos no erro de ensinar a salvação pelas obras! Todos nós somos pecadores, nascemos nessa condição, como herança adâmica, É algo em nossa natureza (não original dela, mas um invasor que é parte dela) que nos escraviza e inclina a fazer aquilo que é mal aos olhos de Deus, prejudicial ao próximo e a nós.  Desse modo, não somente nossas ações (obras) como também nossas motivações e nós mesmos estamos escravizados pelo mal e para o mal. Jesus disse que "do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias"(Mt 15.19). Ou seja, o mal não vem do ambiente, nem de algo externo a nós (ainda que possamos receber influência), mas vem antes de tudo do nosso interior, da nossa mente e emoções, ou seja, de quem somos. Então, por causa dessa corrupção do nosso coração nós nos tornamos incapazes de agradar a Deus, confiar Nele, ama-Lo e obedece-Lo. É por isso que Paulo escreve que pelas obras da lei ninguém será justificado. Temos aqui dois problemas: ninguém vai se tornar justo por cumprir a lei, e ninguém pode cumprir a lei.

- Desde o começo da Bíblia Deus revela seu maravilhoso plano eterno de salvação (desde antes de fazer o céu e a terra na verdade) e revelou isso aos poucos. Para Eva Ele disse que viria um descendente que esmagaria o poder da serpente, das trevas. À Abraão Ele disse que Ele proveria para Si um sacrifício, já que os humanos nunca poderiam pagar esse preço. Séculos depois nasce Jesus de Nazaré. Ele nasceu de uma virgem por ação do Espírito Santo, por isso não possui a semente do pecado como o resto de nós. Ele, o messias, aquele que "tem as origens desde os dias" (Mq 5.2) nasce, cresce, vive uma vida de obediência perfeita a Deus, em ações e de coração. Ele vive tudo o que Adão não viveu. Ele não tem pecado herdado de Adão. A morte não tem direito sobre Ele, pois apenas a alma que pecar morrerá (Ez 18.4), e então Jesus é condenado por se apresentar como Filho de Deus (ou seja, igual a Deus) e é morto. Antes de sua morte Ele já havia dito que não teria sua vida tomada, mas entregaria voluntariamente. Ao morrer na cruz Ele recebe a condenação e o castigo que a minha e a sua maldade merecem. A maldade dos piores criminosos e assassinos do mundo. A maldade dos que nasceram na igreja e nunca saíram dela. Quando Jesus foi para a cruz o Pai viu Nele o nosso pecado e Jesus foi separado do Pai; a condenação que nós merecíamos. Mas isso não foi tudo; ao terceiro dia Ele volta a vida. A morte vem sobre quem peca mas Ele nunca havia pecado e portanto não tinha direito a morte. Ele é o santo que Deus não deixaria no sepulcro e na corrupção. Ao morrer Ele pagou um sacrifício. Ao ressuscitar o Pai havia aceito sua oferta no nosso lugar. Essa narrativa, que é fato na história e verdade espiritual é a nossa salvação e redenção. Deus amou o mundo e deu seu filho. Agora, todo aquele que crê em Jesus e que Ele morreu e ressuscitou por nós pode receber o que a obediência a lei não poderia nos dar, pode ter o perdão dos erros, a aceitação perante Deus e a vida eterna. É só quando confiamos em Cristo que somos salvos. Sem fé é impossível agradar a Deus e é quando a fé está em Cristo que começamos a agradar a Deus. Isso tira nosso mérito, pois não iremos ao céu por termos vivido uma boa vida, mas porque Cristo a viveu e a deu para nós pela fé. Quando Jesus morreu Ele recebeu o que merecíamos. Quando cremos Nele nós recebemos o que Ele mereceu. Isso tira o peso de tentar ser aceito por Deus e nos dá certeza do seu amor e aceitação. O evangelho é uma boa notícia, de que algo já foi feito, e não um conselho de que devemos fazer algo. Davi diz a mesma coisa, quando fala da felicidade do homem a quem Deus credita justiça independente de obras: "Como são felizes aqueles que têm suas transgressões perdoadas, cujos pecados são apagados" (Rm 4.6,7).

 

A fim de abençoar meus leitores e seguidores com um pouco mais de conteúdo, com profundidade, clareza e biblicidade, iniciarei uma Pós-Graduação em Teologia Bíblica e Exegética do Novo Testamento, pela Faculdade Internacional Cidade Viva.

O curso terá duração de 14 meses. Como sabem, é necessário a aquisição de livros e material afim, o que exige investimentos. Aqui, desejo contar com fiéis colaboradores!

Peço gentilmente sua colaboração nesse intuito, enviando sua ajuda para assis.shalom@gmail.com.

Deus em Cristo retribua.

Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Cl 3:23-24).

 

 

II. OS EFEITOS DA SALVAÇÃO

 

1. Regeneração. Ser regenerado é nascer novamente (Jo 3.3). Essa ação é realizada pelo Espírito Santo quando a pessoa se arrepende e confessa a Jesus com o seu Salvador e Senhor, crendo em seu sacrifício. É algo que está além da imaginação humana, pois o homem não pode mudar a si mesmo. Seu estado pecaminoso não o impede de ouvir o Evangelho e de entendê-lo, mas o intelecto sem o arrependimento é insuficiente para fazer do homem uma nova criatura. Ele precisa crerem Jesus (Jo 1.12,13).

- Uma outra palavra para regeneração é "renascimento", relacionada à outra frase bíblica “nascido de novo”. O nosso renascimento se difere do nosso primeiro nascimento, quando fomos concebidos fisicamente e herdamos a nossa natureza pecaminosa. O novo nascimento é um nascimento espiritual, santo e celestial que resulta em nós sendo vivificados espiritualmente. O homem em seu estado natural está "morto em seus delitos e pecados" até ser "vivificado" (regenerado) por Cristo. Isso acontece quando ele coloca a sua fé em Cristo (Efésios 2:1). A regeneração é uma mudança radical. Assim como o nascimento físico resultou em um novo indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento espiritual resultou em uma nova pessoa entrando no reino celestial (Efésios 2:6). Após a regeneração, começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a viver uma vida de fé e santidade. Agora Cristo está formado nos corações; agora somos participantes da natureza divina, tendo sido feitos novas criaturas (2 Coríntios 5:17). Deus, não o homem, é a fonte dessa transformação (Efésios 2:1, 8). O grande amor e dom gratuito de Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a causa do renascimento. O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos – é demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Efésios 1:19-20). A regeneração é necessária. A carne humana pecaminosa não pode entrar na presença de Deus. Em sua conversa com Nicodemos, Jesus disse duas vezes que um homem deve nascer de novo a fim de ver o reino de Deus (João 3:3, 7). A regeneração não é opcional, pois "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito" (João 3:6). O nascimento físico nos traz à terra; o renascimento espiritual nos leva ao céu. Veja também Efésios 2:1; 1 Pedro 1:23; João 1:13; 1 João 3:9; 4:7; 5:1, 4, 18. A regeneração faz parte do que Deus faz por nós no momento da salvação, juntamente com sermos selados (Efésios 1:14), adotados (Gálatas 4:5), reconciliados (2 Coríntios 5: 18-20), etc. A regeneração é quando Deus dá vida espiritual a uma pessoa, como resultado da sua fé em Jesus Cristo. Antes da salvação, não éramos filhos de Deus (João 1:12-13). Pelo contrário, éramos filhos da ira (Efésios 2:3; Romanos 5:18-20). Antes da salvação, estávamos degenerados; depois da salvação, somos regenerados. O resultado da regeneração é a paz com Deus (Romanos 5:1), uma nova vida (Tito 3:5; 2 Coríntios 5:17) e a filiação eterna (João 1:12-13; Gálatas 3:26). A regeneração começa o processo de santificação através do qual nos tornamos as pessoas que Deus pretende que sejamos (Romanos 8:28-30). O único meio de regeneração é pela fé na obra consumada de Cristo na cruz. Nenhuma quantidade de boas obras ou de observância da lei pode regenerar o coração. "visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei" (Romanos 3:20). Somente Cristo oferece uma cura para a depravação total do coração humano. Não precisamos de uma renovação, reforma ou reorganização; precisamos de renascimento. https://www.gotquestions.org/Portugues/regeneracao.html.

2. Justificação e adoção. A Justificação é o ato vindo de Deus, em que há o reconhecimento de que fomos absolvidos de nossos pecados, e, portanto, não há pendências nossas junto a Deus. Tal fato se dá porque o sacrifício que a nós estava atribuído por causa dos nossos pecados, o Senhor Jesus Cristo já o fez. E, sendo esse sacrifício perfeito, estamos livres das acusações que nos eram contrárias (Rm 5.1). Ser considerado justo implica também ter paz com Deus. 3. Santificação. A santificação não é a adoção de uma vida isolada da coletividade, com o se o afastamento para com outras pessoas nos tornasse santos. Ser santo é afastar-se do pecado para uma dedicação exclusiva para Deus. É certo que a santificação exige de nós ações que estejam compatíveis com a nossa nova posição. Ao novo homem , nascido de novo, foi dada uma chance de ser diferente, e essa diferença começa com a santificação.

- Na justificação dá-nos o direito legal de estar diante dele. Mas na adoção Deus nos faz membros de sua família. Portanto, o ensino bíblico sobre a adoção concentra-se muito mais na comunhão pessoal com Deus e com o seu povo que a salvação nos dá. Cristo é a única base da nossa justificação. Em nós mesmos, somos culpados diante de Deus. Todos nós pecamos em Adão. A única solução para o pecado e para a culpa que o acompanha é a morte expiatória de Cristo, realizada em nosso lugar. Somente Cristo, que cumpriu perfeitamente a lei e não come­teu pecado, poderia se apresentar em nosso benefício e realizar a expiação pelos nossos pecados. Ao fazer isso, ele obteve perdão para nós e aplicou sua justiça a nós. Como a expiação não possui nenhuma outra base além de Cristo, o mesmo ocorre com nossa justificação. É por isso que somos justificados somente pela graça, pois é pela justiça de outra pessoa (Jesus Cristo) que somos feitos justos diante de Deus. Isso não é nossa obra própria, mas o dom de Deus, o resultado de tudo o que Cristo fez em favor de seu povo. Isso é imerecido, uma obra da bondade e misericórdia de Deus. Como consequência, também somos justificados somente pela fé ou mediante a fé, pois a fé salvadora é o abandono da confiança em nós mesmos e o es­tabelecimento de um compromisso com Jesus Cristo. Ao nos entregarmos a ele estamos confessando tanto nossa pecaminosidade quanto apenas a justiça de Cristo, a qual é suficiente para nos capacitar a viver com Deus.

- Adoção de filhos. Os crentes são, antes de tudo, filhos de Deus por adoção. Isso significa, naturalmente, que eles não são filhos de Deus por natureza. Nem todos os seres humanos são filhos de Deus. Somente aqueles que possuem um relacionamento filial com Deus, por meio de Cristo, são fi­lhos de Deus. Por intermédio dessa adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e passa a tratá-lo como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos na família de Deus, ficam sob a lei da obediência filial e passam a ter direito a todos os privilégios da filiação. A adoção como filhos e a filiação moral dos crentes andam de mãos dadas. Por um lado, eles são adotados por Deus como filhos. Por outro, eles passam a se comportar como filhos de Deus. Paulo nos mostra esses dois elementos da adoção funcionando lado a lado: “…Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.4-6). O Espírito de Cristo nos regenera e nos san­tifica e nos estimula a nos dirigirmos a Deus cheios de confiança, vendo-o como nosso Pai. Somos adotados por Deus e tratados como seus filhos. Por isso, devemos assumir nossa relação filial com Deus e nos comportarmos como seus filhos.

 

III. A SALVAÇÃO PARA TODOS

 

1. Uma tão grande salvação. A Palavra de Deus nos mostra que “a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Quando Deus planejou a salvação, Ele objetivou salvar a todos (At 17.30). A Palavra de Deus, portanto, deixa claro que a salvação é oferecida para todos, mesmo que nem todos aceitem o Evangelho. A expressão “todos” não é reducionista nem restritiva. Portanto, a morte de Cristo tem o poder de salvar a todos os homens, desde que se arrependam de seus pecados nesta vida e recebam a salvação pela fé em Jesus.

- A Escritura afirma com muita clareza que todos os seres humanos são pecadores (Rm 3.23; 5.12). Portanto, todos nós somos igual­mente merecedores da retribuição correspon­dente ao pecado. De acordo com a Escritura, esta justa retribuição é a morte (Rm 6.23) no seu sentido mais profundo e abrangente: morte física, morte espiritual e morte eterna. Isso implica no total rompimento de nossa comunhão com Deus. Mas será que a afirmativa bíblica é que “Deus planejou salvar a todos os homens”? Se sim, por que não o faz? Se não, por que ensinamos assim?

- Neste subtópico me permitam desenvolver a minha visão: “TODOS estavam perdidos. Deus salvou alguns. Não é injustiça. Não houve merecimento dos salvos. Houve favor. E Deus é glorificado nisto. Alguém poderia perguntar: Por que não salva a TODOS? E eu perguntaria: Por que salva alguns? Ele não precisaria salvar ninguém. Cristo morreu por TODOS. Mas não diz que levou o pecado de TODOS. "O Meu Servo, o Justo, justificará a MUITOS: porque as iniquidades deles levará sobre Si. ... mas Ele levou sobre Si o pecado de MUITOS" Is 53.11,12.

E uma vez que Ele já levou nossos pecados e deles não se lembra mais (Hb 8:12), como é que poderemos perder a salvação? Nós não podemos entrar na presença de Deus, três vezes Santo, por causa de nossos pecados, mas uma vez que Cristo levou sobre Si e sofreu o juízo dos nossos pecados, o que me separa agora de Deus? Deus olha para mim e vê Cristo sem pecado, pois agora estou em Cristo e nova criatura sou (II Co 5:17).

Portanto, Ele morreu por TODOS, mas levou sobre Si o pecado de MUITOS. Quem são esses? Veja no tópico A Bíblia fala algo sobre eleição?

2. A presciência de Deus e a salvação. Um dos atributos de Deus é a presciência, ou seja, a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência, Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será. Deus não restringe a sua salvação a um grupo isolado de pessoas escolhidas por um critério misterioso, deixando de fora da salvação outras pessoas, mas simplesmente porque Ele assim o quis. Aliás, Ele deixou bem claro que os critérios da salvação são o arrependimento e a fé no sacrifício do seu Filho, Jesus (Mc 1.15). Presciência é uma característica do intelecto divino e não traz consigo uma ação que inclui ou exclui pessoas.

- Quem fez o futuro?

- A presciência é conhecer coisas ou eventos antes que existam ou aconteçam. Em grego, o termo para “pré-conhecimento” é prognóstico, que expressa a ideia de conhecer a realidade antes que ela seja real e os eventos antes que ocorram. Na teologia cristã, a presciência refere-se à natureza onisciente de Deus, pela qual Ele conhece a realidade antes que ela seja real, todas as coisas e eventos antes que aconteçam e todas as pessoas antes que existam. Arthur W Pink afirma: “Há duas coisas referentes à presciência de Deus que muitos ignoram: o significado do termo e o seu escopo bíblico. Visto que esta ignorância é tão amplamente generalizada, é fácil aos pregadores e mestres impingir perversões deste assunto, até mesmo ao povo de Deus. Só há uma salvaguarda contra o erro: estar firme na fé. Para isso, é preciso fazer devoto e diligente estudo, e receber com singeleza a Palavra de Deus infundida. Só então ficamos fortalecidos contra as investidas dos que nos atacam. Hoje em dia existem os que fazem mau uso desta verdade, com o fim de desacreditar e negar a absoluta soberania de Deus na salvação dos pecadores. Assim como os seguidores da alta crítica repudiam a divina inspiração das Escrituras e os evolucionistas a obra de Deus na criação, alguns mestres pseudo-bíblicos andam pervertendo a presciência de Deus com o fim de pôr de lado a Sua incondicional eleição para a vida eterna.

A denominação é de linha Arminiana e entende a mecânica da salvação como oportunidade disponibilizada a todos os homens, no entanto, Deus em Sua presciência, vê o futuro e, argumenta essa linha de interpretação, que a eleição se baseia na presciência de Deus, e esta “presciência” é interpretada no sentido de que Deus previu que alguns seriam mais dóceis que outros, que responderiam mais prontamente aos esforços do Espírito e que, visto que Deus sabia que eles creriam, por conseguinte, predestinou-os para a salvação; grosso modo, é esse o entendimento.

3. A resposta humana à salvação. Se, por um lado, a salvação é para todos, por outro lado, é preciso que o ser humano corresponda ao chamado de Deus. Os atos de confessar e crer são impulsionados pelo Espírito, mas são ações meramente humanas. Somos chamados a tratar a nossa salvação com zelo, pois ela custou o sangue do Senhor Jesus Cristo. Não podemos viver uma vida de pecados, resistindo ao Espírito Santo e nos afastando, como consequência, da fé que uma vez nos foi dada.

- Um homem deve se arrepender e crer no evangelho para ser salvo. Ninguém jamais foi perdoado e feito um filho de Deus sem que tenha se voltado voluntariamente do pecado para Cristo. Em nenhuma parte a Bíblia assegura que um homem possa ser salvo sem arrependimento e fé, mas pelo contrário, a Palavra sempre declara essas coisas como essenciais antes que uma pessoa possa ser salva. A única resposta da Bíblia para a questão, “Que devo fazer para ser salvo”? é, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo”. Arrependimento e fé são atos livres do homem. Os homens, com sua própria mente, coração e vontade devem renunciar o pecado e receber a Cristo. Deus nunca se arrependeu ou creu por alguém – e Ele nunca o fará. Voltar-se do pecado e estender a mão em fé para Cristo são atos do homem, e todo homem que assim responde ao chamado do evangelho o faz porque ele honestamente desejou assim fazer. Ele quer ser perdoado e ele só pode ser perdoado pelo arrepender-se e crer. Ninguém, incluindo Deus, pode se voltar do pecado por nós; nós devemos fazer isso. Ninguém pode confiar em Cristo em nosso lugar, mas nós devemos pessoalmente, conscientemente e desejosamente confiar nEle para sermos salvos.

 

CONCLUSÃO

A salvação é ofertada por Deus a todos os homens, de forma indistinta, ainda que nem todos a queiram. Ela nos foi dada por Deus por um ato da sua graça, pois as obras não têm o poder de nos salvar de nossos pecados. E a salvação faz de nós pessoas nascidas novamente, justificadas e santas para a glória de Deus.

- A salvação é a ação de Deus que nos tira do império das trevas e nos conduz gracio­samente ao reino de seu Filho. Esta salvação oferecida graciosamente por Deus em Cristo é a única solução para o problema do pecado e o único recurso dado por Deus para que o homem não seja condenado ao inferno, mas desfrute da eterna e gloriosa comunhão com seu Senhor. Todo aquele que se arrepende e crê no evangelho será salvo. Toda alma, sem nenhuma exceção, que responde à ordem do evangelho para vir a Cristo será recebida e perdoada pelo Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Philip Bliss colocou essa verdade em música quando disse, “Todo aquele que quiser, para sempre deve perseverar...”. Se podemos estar absolutamente certos sobre alguma coisa, podemos estar certos de que Cristo nunca invalidará Sua promessa de receber “todo aquele que vier a Ele”. Como o velho John Bunyan disse, “Venha e seja bem vindo” são as eternas palavras do Salvador para todos os pecadores.

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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HORA DA REVISÃO

1. Quais são as duas palavras do Antigo Testamento que mostram a ideia de salvação?

No Antigo Testamento, duas palavras se destacam para mostrar a ideia de salvação: natsat, que significa livrar ou libertar, eyasha, que traz a ideia de conceder vitória ou ajudar.

2. Qual o significado da palavra “salvação”?

A palavra “salvação” designa o ato de trazer livramento, de colocar numa posição protegida, de livrar da morte

3. Qual a origem da salvação?

A salvação tem sua origem no próprio Deus.

4. Cite, conforme a lição, os efeitos da salvação.

Regeneração, justificação e santificação.

5. O que é a presciência divina?

É a capacidade divina de saber o que há de acontecer no futuro. Por meio de sua presciência. Deus sabe quem há de responder à mensagem do Evangelho, mas isso não significa que foi Deus que escolheu quem será salvo e quem não será.