TEXTO ÁUREO
“Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo” (Cl 4.5)
Entenda o Texto Áureo:
- Os que são de fora. Diz
respeito aos incrédulos. Os cristãos são chamados para viverem de maneira a
estabelecer a credibilidade da fé cristã e a aproveitar ao máximo cada
oportunidade de evangelização.
VERDADE PRÁTICA
A jornada
para Céu deve ser feita com prudência e sabedoria num contexto de oposição à
nossa maneira de viver.
Entenda a Verdade Prática:
- O
progresso do Evangelho depende não só da liberdade e eficácia da pregação, mas
também da consistência da vida dos convertidos, tanto na sua conduta (versículo
5) como na sua conversa (versículo 6).
LEITURA BÍBLIA EM CLASSE
Efésios 5.15-17
15. Portanto,
vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
- prudentemente como andais, não
como néscios, e sim como sábios. Esse termo quer dizer
"corretamente ou precisamente com grande cuidado" (cf. SI 1.1; Mt
7.4). Viver moralmente é viver com sabedoria. Segundo a Bíblia, um
"néscio" ou não é assim chamado por causa de limitações intelectuais,
mas devido à incredulidade e aos consequentes feitos abomináveis (SI 14.1; Rm
1.22). Ele vive separado de Deus e contra a lei de Deus (Pv 1.7,22; 14.9), e
não pode compreender a verdade (1Co 2.14) nem a sua verdadeira condição (Rm
1.21-22). Não há dúvida de que os cristãos devem evitar se comportar como os
néscios (veja Lc 24.25; Cl 3.1-3).
16. remindo 0
tempo, porquanto os dias são maus.
- remindo o tempo. A
palavra grega para "tempo" indica um período fixo, mensurado e
demarcado; com o artigo definido "o" refere-se, provavelmente, ao tempo
de vida de alguém como cristão. Nós devemos fazer tom que a maior parte do
nosso tempo nesta terra ímpia seja usada para cumprir os propósitos de Deus,
aproveitando toda oportunidade para a adoração proveitosa e para o serviço.
Devemos estar cientes da brevidade da vida (SI 39.4-5; 89.46-47; Tg 4.14,17).
17. Pelo que não
sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
- Conhecer e compreender a
vontade de Deus por meio da sua Palavra é sabedoria espiritual. Por exemplo, a
vontade de Deus revelada a nós é que as pessoas devem ser salvas (1Tm 2.3-4),
cheias do Espírito (v. 18), santificadas (1Ts 4.3), submissas (1Pe 2.13-15),
sofredoras (1Pe 2.20) e agradecidas (1Is 5.18). Jesus é o exemplo supremo para
tido (veja Jo 4.4; 5.19,30; 1Pe 4.1-2).
INTRODUÇÃO
Na jornada da
vida cristã o Pai Celestial estabelece o padrão de conduta para a vida eterna.
Ele sinaliza como devemos agir ao longo desse caminho para o Céu. Por isso,
como evidência do seu amor e cuidado, preparando tudo para que trilhem os bem o
caminho da verdade, o Pai nos corrige em nossa jornada cristã. Por isso, nesta
lição, estudaremos a respeito de como devemos nos conduzir pelo caminho que nos
leva ao Céu.
- É interessante que o apóstolo Paulo afirma que é sábia a pessoa que
consegue aproveitar bem as oportunidades para dar bom testemunho e pregar o
Evangelho aos descrentes. Uma vez que o alicerce está pronto, ele não é jamais
construído novamente. Constrói-se sobre ele". Os crentes, chamados no
livro de Atos, ‘os do caminho", distinguem-se dos demais religiosos. Esses
traçam diretivas fundamentadas em modelos criados pela imaginação humana,
"construamos uma cidade e uma torre
cujo ápice penetre nos céus" (Gn 11.4); nós, uma crença respaldada,
fundamentalmente, por uma revelação que vem do alto, de cima, para os que estão
em baixo, nas trevas. "Há muito
tempo Deus falou muitas vezes e de várias maneiras aos nossos antepassados por
meio dos profetas, mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho"
(Hb 1.1-3). Nosso texto de ouro traz Paulo falando sobre a conduta dos crentes
em relação aos não crentes. Ele os exorta a serem sábios em sua maneira de agir
com os de fora, aproveitando as oportunidades para falar com graça, de modo a
responder a cada pessoa de forma apropriada.
I. O PADRÃO DE CONDUTA NA
CAMINHADA CRISTÃ
1. Jesus como nosso padrão de conduta. Antes de
analisarmos o texto bíblico de Efésios 5, cabe-nos refletir a respeito de um
padrão geral de conduta para fazer a vontade do Pai nesta caminhada cristã. Há
um padrão que o Senhor Jesus espera de seus discípulos para fazer a vontade de
Deus nesta vida? A palavra “padrão” expressa uma norma determinada por
consenso, ou por uma autoridade oficial, que se torna base de comparação
consagrada como modelo a ser seguido. O Senhor Jesus ensinou o seguinte: “
Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15-17).
Ora, esse texto expressa que Ele é o nosso modelo de conduta, o nosso padrão de
vida. Sim, há um padrão de conduta que tem como base o nosso Senhor e quem
deseja fazer a vontade de Deus neste mundo deve olhar para Jesus, o autor e
consumador da nossa fé (Hb 12.2).
- Jesus é um modelo a ser seguido e não somente apreciado. Muitas pessoas
são encantadas com Jesus sem segui-lo. Muitos admiram a pessoa de Jesus, porém
não estão dispostas a seguir seus ensinamentos.
(Hb 12.2) diz o seguinte: “olhando
firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus”. Todos os dias temos que
olhar para Ele. Ser como Ele é e fazer o que Ele fez. Paulo imitava ao Senhor
Jesus Cristo. Um discípulo de Cristo é alguém que o tem como modelo. Isso
significa ser cristão. Em (Gn 17.1) está escrito: “...Eu sou o Deus todo-poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”.
Andar com Deus é muito mais do que pertencer a uma religião, é muito mais do
que ser um santarrão, do que ser um Presbiteriano ou um Batista, mas é caminhar
com o Senhor Jesus Cristo. O propósito de Deus é nos vincular a Cristo e nos
tornar semelhantes a Ele. Isso está muito claro em (Rm 8.29) “Porquanto aos que antemão conheceu, também
os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho”. Ninguém se torna um cristão simplesmente
porque se declara um cristão, mas sim, porque se torna um imitador de Jesus.
2. Fazendo a vontade de Deus. Como Filho
de Deus, Jesus procurou agradar ao Pai na jornada desta vida, fazendo sempre a
sua vontade (Jo 4.34; 6.38; 17.4). Não por acaso, nosso Senhor nos incentivou a
buscar a vontade do Pai na oração que Ele ensinou aos discípulos, o “ Pai
Nosso” (Mt 6.10; cf. Mt 26.39,42). Aos olhos humanos, parece muito difícil
andar no padrão divino de Cristo. Entretanto, isso é possível quando buscamos o
auxílio do alto, conforme oração ensinada por Ele (Mt 6.9-13). Logo, o cristão
que deseja ir para o céu procura fazer a vontade de Deus, deixando de lado o
caminho do egoísmo, do orgulho e da vaidade; procurando se aproximar e praticar
a “ Lei de Ouro” ensinada pelo nosso Senhor: “ tudo o que vós quereis que os
homens vos façam fazei-lo também vós” (Mt 7.12; cf. Rm 13.8,10).
- Parte-se do princípio de que a vontade de Deus pode ser conhecida. Não
devemos ir atrás do que Deus não intentou revelar, mas devemos conhecer bem o
que nos revelou. Desde o primeiro capítulo de Gênesis, até o ápice da revelação
em Jesus Cristo (Hb 1.1-2), nosso Senhor é um Deus que se revela. Jesus Cristo
é o ápice da revelação, ele próprio afirma que nos deu a conhecer tudo quanto
ouviu de seu Pai (Jo 15.15). Cristo não nos poupou de nada que precisávamos
saber. Pelo contrário, ele fez questão de enviar-nos o Espírito para reforçar e
completar essa revelação, que atingiu seu clímax em Jesus (Jo 16.12-14). Tal
reforço e complemento ocorrem no ministério dos apóstolos, que nos
proporcionaram o fundamento da vida cristã (Ef 2.20). Não há nada além das
Escrituras que precisemos conhecer para uma vida agradável a Deus.
3. Uma vida cristã bem-sucedida. A respeito
da vida cristã, o apóstolo Paulo disse que estamos numa “competição espiritual”
e, por isso, devemos procurar o caminho certo para nos acharmos qualificados (1
Co 9.24-27). Dessa forma, o cristão possui um padrão que o levará a uma vida
espiritual bem-sucedida. Sabemos que pessoas bem-sucedidas procuram espelhar-se
em outras pessoas ilustres, equilibradas e resilientes (cf. 1 Co 11.1). Ora, em
Cristo Jesus temos esse padrão e modelo. Ele foi resiliente, equilibrado e
ilustre até a morte, de modo que o apóstolo Paulo escreveu sobre o nosso
Senhor, exortando que o imitássemos: “De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5; cf. Mt 11.29).
- Em 1º Coríntios 9.24-27, Paulo discorre sobre a liberdade não
poder ser limitada sem o autocontrole, visto que a carne resiste aos limites à
sua liberdade. Aqui, Paulo fala a respeito de seu próprio autocontrole. Os
gregos apreciavam dois grandes eventos atléticos, os jogos Olímpicos e os jogos
do istmo, e como os jogos do istmo eram sediados em Corinto, os cristãos
estavam bem familiarizados com essa analogia de correr para ganhar. O
autocontrole é essencial para a vitória. Uma grinalda de folhas era entregue ao
vencedor da corrida (2Tm 4.8; 1Pe 5.4). Por quatro vezes ele mencionou o seu
objetivo de ganhar pessoas para a salvação (vs. 19,22). Logo em seguida, Paulo
muda a metáfora para a luta de boxe, a fim de ilustrar a verdade de que ele não
era um boxeador que lutava com um adversário imaginário, apenas brandindo seus
braços sem propósito (cf. 1Tm 1.18). Ele “esmurrava-se”, de um termo que
significa, literalmente, golpear sob os olhos. Ele golpeou seus impulsos do
corpo para evitar que eles impedissem a sua missão de ganhar almas para Cristo,
e fosse encontrado “desqualificado”, em outra metáfora que usa os jogos
atléticos. Um competidor que não consegue atender às exigências básicas do
treinamento não podia participar de modo algum, muito menos ter a oportunidade de
ganhar. Paulo deve estar se referindo, especialmente, a esses pecados da carne
que desqualificam um homem de pregar e de liderar uma igreja, sendo, em
particular, impecável e por estar acima de qualquer censura na área sexual, uma
vez que tal pecado é uma desqualificação (SI 101.6; ITm 3.2; Tt 1.6).
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“Tudo o que fizerem, façam de
todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão
do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão
servindo” (Cl 3:23-24).
II. FAZENDO A CAMINHADA COM
PRUDÊNCIA E SABEDORIA
1. O que é prudência? Podemos
dividir o capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a caminhada do cristão em
amor (Ef 5.1-14); 2) uma caminhada sábia (Ef 5.15-17); 3) uma trajetória cheia
do Espírito Santo (Ef 5.18-33). Aqui, nos deteremos na segunda parte. Em
Efésios 5, o apóstolo Paulo ensina a respeito da caminhada do cristão neste
mundo. Neste capítulo, a palavra “ prudência” se destaca. De acordo com o
Antigo Testamento, a palavra “prudência” tem conotação de compreensão,
discernimento (Pv 9.9). Em Provérbios 9.10, quando se diz que o justo “crescerá
em prudência”, o termo traz a ideia de ensino, instrução e capacidade para
ensinar. No Novo Testamento, a palavra remete a algo que Deus derramou sobre
nós, ou seja, “toda a prudência”, entendimento, conhecimento e amor à vontade
de Deus (Ef 1.8). Então, podemos conceituar prudência como virtude que nos
permite agir com cuidado e moderação diante de situações desafiadoras; é uma
razão prática que nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para
fazer o bem (Pv 16.16; cf. Tg 5.17).
- O termo da língua portuguesa
“prudência” é um substantivo feminino, de origem etimológica latina -
prudentia,-ae - previdência, previsão, conhecimento, saber, competência, bom
senso, sagacidade, significando:
1. Cuidado,
geralmente antecipado, na realização de alguma coisa ou no tratamento de algum
assunto, evitando os perigos;
2. Qualidade de
quem age ou fala de forma moderada, ponderada ou sensata (ex.: prudência no
discurso), e
3. Usado em Religião
significando: Virtude cardeal que consiste em conseguir ou praticar o que é
desejado, evitando todos os perigos.
- Em Efésios 1.8, significa o entendimento espiritual concedido
divinamente, quando da redenção, o crente recebe juntamente com a graça
ilimitada de Deus (Rrn .5.20) e o perdão do pecado (1Co 2.6-7,12,16).
2. Não andeis como néscios! Apóstolo
Paulo diz que não devemos andar como néscios (Ef 5.15), cujo adjetivo asophos,
traz a ideia de alguém insensato, tolo, ignorante e embotado (Lc 24.25); mas
como “sábios”, ou seja, diligente, cuidadoso e sábio, cheio do Espírito Santo
para fazer a vontade do Senhor. Ser néscio reflete uma vida de ignorância
espiritual, ausência de sabedoria e desprovida de luz divina; significa estar
imerso numa jornada de pecado (Ef 2.2,3). Por isso, o apelo do apóstolo Paulo
para o crente é: “vede prudentemente como andais”. Em outras palavras: seja
prudente. O apóstolo deixa claro que os que vivem na carnalidade jamais
agradarão a Deus (Rm 8.8).
- Em
Efésios 5.15 “prudentemente como andais,
não como néscios, e sim como sábios”, esse termo quer dizer "corretamente ou precisamente com grande
cuidado" (cf. SI 1.1; Mt 7.4). Viver moralmente é viver com sabedoria.
Segundo a Bíblia, um "néscio" ou não é assim chamado por causa de
limitações intelectuais, mas devido à incredulidade e aos consequentes feitos
abomináveis (SI 14.1; Rm 1.22). Ele vive separado de Deus e contra a lei de
Deus (Pv 1.7,22; 14.9), e não pode compreender a verdade (1 Co 2.14) nem a sua
verdadeira condição (Rm 1.21-22). Não há dúvida de que os cristãos devem evitar
se comportar como os néscios (Lc 24.25; Cl 3.1-3). Nas Escrituras, esse andar
desordenado é classificado sempre pelo termo “carne”; A Escritura emprega esse
termo num sentido não moral para descrever a existência física do homem (Jo
1.14), e num sentido moralmente mal para descrever a humanidade do ser humano
não redimido (Rm 6.6; Rm 8; Gl 5; Ef 2), ou seja, o remanescente do velho homem
que permanecerá com cada cristão até que ele receba o seu corpo glorificado (Rm
8.23). "Na carne" descreve uma pessoa capaz de atuar apenas na esfera
da humanidade caída, uma pessoa não redimida, não regenerada (Rm 8.9). Embora o
cristão possa manifestar algumas obras da carne, ele não pode nunca mais
"estar na carne", preso às paixões pecaminosas - os impulsos
incontroláveis de pensar e fazer o que é mal, os quais caracterizam aqueles que
"estão na carne" (Ef 2.3).
3. Andeis como sábios! O adjetivo
que Paulo usa para qualificar quem caminha para o céu é “ sábio”, do grego
sophós, uma pessoa hábil, perita. Esse adjetivo descreve em essência a vida do
cristão dirigida pelo Espírito Santo. Ora, os que andam no Espírito, caminham
na luz, na santidade e tem sabedoria (Ef 1.8; Cl 4.5). Por meio da luz divina,
que habita o crente, seu andar é com discernimento, a sabedoria realmente o faz
distinguir entre o que deve ou não fazer. Há um compromisso de jamais voltar à
conduta antiga do mundo. Contudo, é relevante compreender que essa sabedoria
não é humana, não surge de cursos acadêmicos; ela é espiritual, vem de cima.
Por meio dessa sabedoria, andamos em santidade (Hb 12.14) e nos tornamos
semelhantes a Jesus (1 Jo 3.2; Gl 3.26).
- “Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a
vontade do Senhor” (Ef 5.17); Compreender e viver de acordo com ela - isso
é sabedoria. Fazer o contrário seria “insensato” e “tolo”, um lapso de tempo na
escuridão, um retorno à fossa pagã da qual os efésios foram resgatados
recentemente. O capítulo 5 de Efésios começa dizendo para nós sermos imitadores
de Deus. Como filhos amados nós devemos viver em amor e entregar nossa vida à
disposição do Senhor. Deus deseja nos conduzir em cada detalhe das nossas
vidas, por isso Ele depositou em nós o Seu Espírito, que é o nosso maior mestre
e melhor conselheiro. Todo esse capítulo de Efésios nos ensina a como nos
comportarmos. A estrutura dessa carta é bem interessante, nos três primeiros
capítulos o apóstolo Paulo ensina sobre quem somos em Cristo e nos últimos
três, ele escreve sobre como nos comportarmos em diversas situações. É como se
ele estivesse dizendo: agora que vocês compreenderam toda a graça de Deus e
sabem quem são em Cristo Jesus, coloquem em prática essa vida que vocês
receberam. Somos convocados a viver de maneira sensata, aproveitando cada
oportunidade que temos para manifestar a vida de Cristo, afinal os dias são
maus e nosso propósito como filhos de Deus é deixarmos que a vida do Senhor
flua através de nós.
III. VENCENDO OS DIAS MAUS
1. Remindo o
tempo. O versículo 16 de Efésios 5 apresenta o verbo remir como tradução do
grego exagorázõ. Ele possui dois sentidos: 1) redimir, resgatar do poder de
outro pelo pagamento de um preço; 2) comprar para uso próprio. Então, podemos
dizer que remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos
compradores que esperavam o momento certo para comprar de acordo com o melhor
preço oferecido pelo mercado. Com a expressão “ remindo o “tempo”, o apóstolo
Paulo se refere ao cristão que se conduz de maneira proveitosa e sábia no
contexto deste mundo (Ef 5.16; cf. Cl 4.5).
- Remir o tempo significa ter
poder sobre o nosso tempo, resgatá-lo e usá-lo com sabedoria para as coisas que
são verdadeiramente importantes. Assim, remir o tempo tem o significado de ter
poder sobre o nosso tempo, resgatá-lo e usá-lo com sabedoria para as coisas que
são verdadeiramente importantes (sic); especialmente preservar forças para os
dias maus. A frase remindo o tempo
também é encontrada em Colossenses 4.5: "Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as
oportunidades." Em ambas as passagens, remir ou aproveitar o tempo
está relacionado à sabedoria em como "andamos", ou seja, como
vivemos.
2. Remindo o tempo e a Volta do Senhor. Quando se
falava a respeito de remir o tempo entre os cristãos primitivos, estes tinham
em mente a iminência da segunda vinda do Senhor Jesus, ou seja, esse esperado
acontecimento poderia acontecer a qualquer momento (1 Co 15.51). Por isso, os
cristãos eram incentivados a procurar sabiamente aproveitar todas as
oportunidades, em especial, no sentido de se prepararem espiritualmente para
aquele dia. Assim, a perspectiva da iminente volta do nosso Senhor faz com que
não percamos tempo com coisas banais; antes, nos exorta a viver de maneira
sábia, santa e piedosa, pois o Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento (1
Ts 4.15).
- “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que
haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a
ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que
nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1Jo 3.2, 3). Os que
aguardam a volta de Cristo São os filhos de Deus que aguardam a volta de
Cristo, Sua manifestação. Os filhos de Deus são aqueles que creem no nome de
Jesus (Jo 1.12). Os filhos de Deus são alvos do amor de Deus e é justamente por
isso que o mundo não os conhece (1Jo 3.1). Inclusive, somos informados pelo
próprio Senhor Jesus que os amados do Pai são odiados pelo mundo (Jo 15.18,
19). Jesus Cristo virá buscar aqueles que receberam o amor do Pai para serem
completamente transformados à Sua semelhança. O texto de 1 João 3.2, 3 deixa
claro que somos filhos de Deus, mas que ainda existem aspectos de quem somos
que não foram completamente manifestos. A consumação de nossa salvação se dará
na segunda vinda de Jesus. Por isso, ansiamos pela Sua volta, nossa esperança e
salvação. Aguardar a volta de Cristo não é uma experiência abstrata ou mística.
A Palavra de Deus coloca a postura de quem aguarda a volta de Cristo em termos
práticos: “E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim
como ele é puro” (1 João 3.3). João chama o cristão a esperar pela manifestação
de Jesus Cristo em santidade. Ao longo de sua primeira carta, João descreve as
marcas do cristão em comunhão com Deus, ou seja, que vive em santidade (1 Jo
5.13). O cristão que aguarda a volta de Cristo mantém comunhão com o Pai, com o
Filho e com outros cristãos (1 Jo 1.3, 7). Aguardar a volta de Cristo é
caminhar na luz, como Ele está na luz (1 Jo 1.6). De uma forma geral, é andar
como Jesus andou (1 Jo 2.6), sabendo que Jesus se manifestou em Sua Primeira
Vinda para tirar os pecados do mundo, pois nEle não existe pecado (1 Jo 3.5).
Então, esperar a volta de Cristo é um exercício de purificação constante.
Convictos do amor do Pai, somos chamados a viver à semelhança do Filho no poder
do Espírito Santo. Enquanto aguardamos, lutamos contra o pecado que nos
assedia, tenta e faz guerra contra nossa alma. Seremos provados, mas somos
chamados à perseverança na certeza de que Ele permanece em nós (1 Jo 3.24).
3. Os dias são maus. Outra
expressão que chama atenção é “os dias são maus” (Ef 5.16). Ela revela que
estamos inseridos numa sociedade dominada pelo pecado, que pode tomar nosso
tempo e nos levar à prática do mal. Não podemos nos conformar com essa
possibilidade, não podemos ser insensatos a tal ponto, mas entender “qual seja
a vontade de Deus” (Ef 5.17). Desse modo, a vontade de Deus tem a ver com, como
cristãos, aproveitarmos 0 tempo para fortalecer nossa vida espiritual, praticar
o bem para com os outros, ler a Bíblia, orar, se consagrar e congregar (Gl
6.10; Hb 10.25).
- ... porque os dias são maus; Os dias da vida em geral estão tão
expostos ao mal, que se torna necessário aproveitar ao máximo as oportunidades,
enquanto elas durarem. (Ef 6.13; Gn 47.9; Sl 49.5; Ec 11.2; 12.1; Jo 12.35).
Além disso, há muitos dias especialmente maus (na perseguição, doença, etc.),
quando o cristão é colocado em silêncio; portanto, ele precisa de mais para
aperfeiçoar os tempos oportunos que lhe são concedidos (Am 5.13), aos quais
Paulo talvez alude, aqui em Efésios 5.16.
CONCLUSÃO
Em nossa
caminhada para as mansões celestiais precisamos seguir 0 padrão divino, isto é,
as normas determinadas pelo Pai, que estão inseridas em sua Palavra (2 Tm
3.16). É preciso viver sábia e prudentemente, aproveitando bem as oportunidades
de fazer o bem, e não deixarmo-nos dominar pelos dias maus, na certeza de que a
Vinda do Senhor se aproxima e, isso, nos incentiva de maneira santa (Hb 12.14).
- A vida cristã deve ser uma
vida vivida pela fé. É pela fé que entramos na vida cristã, e é pela fé que a
vivemos. Quando começamos a vida cristã ao nos aproximar de Cristo para receber
o perdão do pecado, entendemos que o que buscamos não pode ser obtido por
outros meios senão pela fé. Não podemos trabalhar o nosso caminho para o céu,
porque nada que possamos fazer seria suficiente. Aqueles que acreditam que
podem alcançar a vida eterna seguindo regras e regulamentos - uma lista do que
se deve ou não deve fazer - negam o que a Bíblia ensina claramente. "E é evidente que, pela lei, ninguém é
justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé" (Gl 3.11).
Os fariseus da época de Jesus rejeitaram Cristo porque Ele lhes disse essa
mesma verdade - que todas as suas ações justas eram inúteis e que somente a fé
em seu Messias os salvaria! A vida cristã é vivida pela fé no Deus que nos
salvou, nos capacita, nos sela para o céu e por cujo poder somos mantidos para
sempre. A vida cotidiana de fé é aquela que cresce e fortalece à medida que
buscamos Deus em Sua Palavra e através da oração, e quando nos unimos com
outros cristãos, cujo objetivo de se tornarem como Cristo é semelhante ao
nosso.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que a palavra “ padrão”
expressa?
A palavra “ padrão” expressa uma norma determinada por consenso, ou por
uma autoridade oficial, que se torna base de comparação consagrada como modelo
a ser seguido.
2. Como o capítulo 5 da Carta aos
Efésios pode ser dividido?
Podemos dividir o capítulo 5 de Efésios em três partes: 1) a caminhada do
cristão em amor (Ef 5-1- 14); 2) uma caminhada sábia (Ef 5-15- 17); 3) uma
caminhada cheia do Espírito Santo (Ef 5.18-33).
3. De acordo com a lição, conceituar
as palavras “ prudência” e “ néscio”.
Podemos conceituar prudência como virtude que nos permite agir com
cuidado e moderação diante de situações desafiadoras; é uma razão prática que
nos permite discernir entre as escolhas mais adequadas para fazer o bem (Pv
16.16; cf. Tg 5.17).
4. Explique a expressão “ remir”.
Remir é uma expressão usada para se referir à sabedoria dos compradores
que esperavam o momento certo para comprar de acordo com 0 melhor preço
oferecido pelo mercado.
5. O que a expressão “os dias são
maus” revela?
Essa expressão revela que estamos inseridos numa sociedade dominada pelo
pecado, que pode tomar o nosso tempo e nos levar à prática do mal.