TEXTO ÁUREO
“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão.” (Lc 13.24)
Entenda o Texto Áureo:
- Esforçai-vos.
Isso significa uma grande luta contra o conflito. Cristo não estava sugerindo
que qualquer pessoa pudesse merecer o céu ao se esforçar por ele. Não importava
o quão rigorosamente trabalhassem, os pecadores nunca poderiam salvar a si
mesmos. A salvação é apenas pela graça, não pelas obras (Ef 2.8-9). Mas entrar
pelo portão estreito é difícil por causa do seu custo em termos de orgulho humano,
do amor natural do pecador pelo pecado e da oposição do mundo e de Satanás à
verdade (Lc 16.16; Mt 11.12). muitos
procurarão entrar. Isto é, no julgamento, quando muitos protestarão dizendo
que merecem entrar no céu (cf. Mt 7.25-23).
VERDADE PRÁTICA
A porta
estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente
entrar no céu.
Entenda a Verdade Prática:
- O
quadro geral é claro: existem duas portas, dois caminhos, duas multidões e dois
destinos. A “porta estreita” é claramente restritiva e não permite a entrada
daquilo que Jesus proíbe. Enquanto a “porta larga” parece mais convidativa, com
um caminho amplo que acomoda uma multidão e toda a sua bagagem. No entanto, o
outro caminho é estreito, pois aponta para a perseguição e oposição àqueles que
trilham por ele (leia Mt 5.10-12; At 14.22). A salvação é apenas pela graça,
mas não é fácil. Ela exige conhecimento da verdade, arrependimento, submissão a
Cristo como Senhor e disposição de obedecer apenas à vontade de Deus e à sua Palavra.
LEITURA BÍBLIA EM CLASSE
Mateus 7.13,14; 3.1-10
Mateus 7
13. Entrai pela
porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à
perdição, e muitos são os que entram por ela;
- Essa seção final do Sermão do Monte é uma aplicação geral do evangelho.
Estão presentes aqui duas portas, dois caminhos, dois destinos e dois grupos de
pessoas (vs. 13-14), dois tipos de árvores e dois tipos de frutos (vs. 17-20),
dois grupos de julgamentos (vs. 21-23) e dois tipos de construtores,
construindo sobre dois tipos de fundamentos (vs. 24-28). Cristo está traçando a
linha do modo mais claro possível entre o caminho que leva à destruição e o
caminho que leva à vida. Tanto a porta estreita quanto a larga são tidas como
dando entrada ao reino de Deus. Dois caminhos são oferecidos às pessoas. A
porta estreita é pela fé, somente por meio de Cristo, apertada e exigente. Ela
representa a verdadeira salvação, da maneira de Deus, que leva à vida eterna. A
porta larga inclui todas as religiões de obras e de justiça própria, sem um
caminho único (cf. At 4.12), mas que leva ao inferno, não ao céu.
14. E porque
estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a
encontrem.
- e apertado [é] o caminho. Cristo enfatiza continuamente a dificuldade de segui-lo (Mt 10.38;
16.24-25; Jo 15.18-19; 16.1-3; cf. At 14.22). A salvação é apenas pela graça,
mas não é fácil. Ela exige conhecimento da verdade, arrependimento, submissão a
Cristo como Senhor e disposição de obedecer apenas à vontade de Deus e à sua Palavra..
Mateus 3
1. E, naqueles
dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia
- João Batista. Cf. Mc
1.2-14; Lc 1.5-25,57-80; 3.3-20; jo 1.6-8,19-39. deserto da judeia. A região no lado oeste do mar Morto — um
deserto totalmente estéril. A seita judaica dos essênios tinha comunidades
importantes nessa região. Mas não há evidências bíblicas que sugiram que João
fosse, de algum modo, ligado a essa seita. João parece ter pregado próximo do
extremo norte dessa região, perto do local onde o rio Jordão deságua no mar Morto
(v. 6). Ficava a um dia de caminhada de Jerusalém e parece ser um local
estranho para anunciar a chegada de um Rei. Mas está plenamente de acordo com a
maneira como Deus age (1Co 1.26-29).
2. e dizendo:
Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
- Arrependei-vos. Não se
trata de uma mudança mental puramente acadêmica, não apenas um pesar ou
remorso. João Batista falava de arrependimento como um afastamento radical do
pecado, o que inevitavelmente se tornaria manifesto nos frutos de
arrependimento (v. 8). O primeiro sermão de Jesus começou com o mesmo imperativo
(4.17). Veja 2Co 7.8-11, onde é apresentada uma discussão sobre a natureza do
arrependimento. está próximo. Num
sentido, o reino é uma realidade presente, mas, no seu sentido mais pleno,
aguarda um cumprimento ainda futuro. o
reino dos céus. Essa é uma expressão exclusiva do Evangelho de Mateus.
O evangelista usa a palavra "céus" como um eufemismo para o nome de
Deus de modo a adaptar-se à sensibilidade de seus leitores judeus (cf. 23.22). No
restante da Escritura, o reino é chamado de "reino de Deus". As duas
expressões aludem à esfera do domínio de Deus sobre aqueles que lhe pertencem.
O reino é agora manifestado por meio do governo espiritual do céu sobre o
coração dos crentes (Lc 17.21) e um dia será estabelecido num reino terreno
literal (Ap 20.4-6)
3. Porque este
é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
- referido por intermédio do profeta Isaías. A missão de João fora descrita muito tempo
antes, em Is 40.3-5. Todos os quatro Evangelhos citam essa passagem como uma
profecia que aponta para João Batista (Lc 3.6).
4. E este João
tinha a sua veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus
lombos e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
- Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de couro. Roupas práticas e duradouras, mas longe de
serem confortáveis ou comuns entre o povo. João evoca a imagem de Elias (2Rs
1.8) e os israelitas esperavam Elias antes do Dia do Senhor (Ml 4.5). gafanhotos. Era um alimento
permitido pela lei (Lv 11.22).
5. Então, ia
ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão,
- Jerusalém – o povo de Jerusalém. Toda a Judéia – Muitas pessoas da Judéia. Isso não significa
que literalmente todas as pessoas foram, mas que grandes multidões foram. Foi
geral. Jerusalém estava na parte do país chamada Judéia. A Judéia estava
situada no lado oeste do Jordão. Veja as notas em Mateus 2:22. província adjacente ao Jordão – no
lado leste e oeste do rio. Perto da Jordânia.
6. e eram por
ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados.
- batizados. A simbologia
do batismo de João provavelmente tinha suas raízes nos rituais de purificação
do AT (cf. Lv 15.13). O batismo já era administrado havia muito aos gentios
prosélitos ue iam para o judaísmo. Assim, o batismo de João simbolizava o arrependimento
de maneira dramática e poderosa. Os judeus que aceitavam o batismo de João
admitiam que estavam agindo como gentios e precisavam tornar-se povo de Deus de
maneira genuína, interiormente (uma decisão surpreendente, dado que odiavam os gentios).
O povo estava se arrependendo em antecipação à chegada do Messias. O
significado do batismo de João difere até certo grau do batismo cristão (cf. At
18.25). De fato, o batismo cristão alterou a importância do ritual,
simbolizando a identificação do crente com Cristo em sua morte, sepultamento e
ressurreição (Rm 6.3-5; Cl 2.12).
7. E, vendo ele
muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça
de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?
- fariseus e saduceus.
Veja 3.1. Os fariseus eram uma seita pequena (c. 6.000 membros) e legalista dos
judeus, conhecida pelo rígido apego de seus membros aos pormenores cerimoniais da
lei. Seu nome significa "os separados". A interação de Jesus com os
fariseus normalmente era como adversários. Ele os repreendeu por usar a
tradição humana para anular a Escritura (15.3-9) e especialmente pela total
hipocrisia (15.7-8; 22.18; 23.13,23,25,29; Lc 12.1). Os saduceus eram
conhecidos pela sua negação das coisas sobrenaturais. Eles não criam na
ressurreição dos mortos (22.23) e nem na existência dos anjos (At 23.8). Ao
contrário dos fariseus, rejeitavam a tradição humana e zombavam do legalismo.
Aceitavam apenas o Pentateuco com possuidor de autoridade. Tendiam a ser membros
ricos e aristocratas da tribo sacerdotal e, nos dias de Herodes, sua seita controlava
o templo (veja nota em 2.4), embora fossem em menor número que os fariseus. Os
fariseus e os saduceus tinham pouco em comum. Os fariseus eram ritualistas; os
saduceus eram racionalistas. Os fariseus eram legalistas; os saduceus eram
liberais. Os fariseus eram separatistas; os saduceus faziam concessões e eram
oportunistas. Ainda assim, eles se uniram em oposição a Cristo (22.15-16,23,34-35).
João referiu-se a eles publicamente como raça de víboras, ira vindoura. Veja
nota em Lc 3.7. A pregação de João ecoava o tema familiar do AT da prometida
ira no Dia do Senhor (p. ex., Ez 7.19; Sf 1.18). Essa deve ter sido uma
repreensão particularmente ofensiva para os líderes judaicos, os quais
imaginavam que a ira divina estava reservada apenas para os não judeus.
8. Produzi,
pois, frutos dignos de arrependimento
- frutos dignos de arrependimento. O arrependimento em si não é uma obra, mas as obras são seu fruto inevitável.
Na Escritura, arrependimento e fé estão ligados de maneira inseparável.
Arrependimento significa afastar-se do pecado, e fé significa voltar-se para
Deus (cf. 1Ts 1.9). São como lados opostos da mesma moeda. E por isso que ambos
estão ligados à conversão (Mc 1.15; At 3.19; 20.21). Perceba que as obras que
João exigia ver eram "frutos" de arrependimento. Mas o arrependimento
em si não é uma "obra", do mesmo modo como a fé também não é (2Tm
2.25).
9. e não
presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo
que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
- Temos por pai a Abraão. Veja
Jo 8.39-44. Eles acreditavam que o simples fato de serem descendentes de
Abraão, membros da raça escolhida de Deus, dava-lhes segurança em termos
espirituais. Mas os verdadeiros descendentes de Abraão são aqueles compartilham
de sua fé (cf. Rm 4.16). "Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de
Abraão" (Cl 3.7,29).
10. E também,
agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não
produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
- Já está posto o machado à raiz. A punição irreversível era iminente (veja nota em 11.3).
INTRODUÇÃO
Nesta lição,
estudaremos o símbolo da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do
espaçoso. Nosso propósito é pontuar algumas razões que nos mostram porque
devemos escolher a porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar
pelo caminho apertado. Nesse sentido, veremos que o início da nossa jornada
deve levar em conta o caminho que nos conduz ao Céu.
- À semelhança dos escribas e fariseus, muitas pessoas têm a tendência de
crer na salvação pelas obras, na ideia de que o homem pode escolher ser salvo.
No entanto, não é isto que Jesus está dizendo! Ele está falando sobre nossa
peregrinação. O quadro geral é claro: existem duas portas, dois caminhos, duas
multidões e dois destinos. Não quer dizer que basta entrar pela “porta
estreita” para ser salvo. Na verdade, esse texto nos ajuda a discernir se
realmente somos cristãos, qual caminho estamos trilhando e para onde ele nos
levará. A “porta estreita” representa todos os ensinamentos de Jesus desde o
início do Sermão do Monte até este ponto; enquanto a “porta larga” simboliza os
ensinamentos dos falsos profetas que promovem o caminho amplo. Aqueles que
seguem o caminho largo estão caminhando para a perdição. Quando Jesus diz “entrai
pela porta estreita”, Ele está chamando Seus discípulos a praticarem todos os
ensinamentos do Sermão do Monte: as bem-aventuranças, serem sal e luz, obedecer
aos mandamentos, amar os inimigos, praticar as disciplinas espirituais, ajuntar
tesouros no céu, buscar o Reino de Deus e Sua justiça, não julgar, orar de
maneira eficaz e ficar atento à regra de ouro. Tudo isso significa entrar pela
porta estreita e trilhar o caminho estreito de obediência a Cristo Jesus, o
nosso Senhor.
I. PORTAS E CAMINHOS
1. A
porta estreita. A
ideia de uma “porta estreita” como caminho para a vida está presente tanto na
literatura judaica quanto na cristã. Por exemplo, essa concepção é encontrada
no Antigo Testamento (Pv 15.24). Sabemos que a porta é uma entrada existente em
um edifício ou o muro de uma cidade, algo muito comum nos tempos antigos, em
que a cidade era toda murada e, ao redor de todo o edifício, havia uma porta
estreita. Era por meio dessa porta que todos entravam e saíam da cidade.
- O fato de que esta é uma porta estreita exige arrependimento. Ela exige
que você deixe o seu passado para trás. Requer deixar para trás o amor ao
pecado, o amor pelo mundo, o amor a si mesmo. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” Não há como atravessar essa porta
estreita, a não ser que você se dispa, que você arranque toda autossuficiência,
toda autojustificação, e você se humilha, e você vem como uma criancinha ao
Reino dos Céus. E é uma porta estreita pela qual só se passa um por vez. Você
não pode vir em grupo. Você terá que se desligar do grupo, precisará se
desfazer do bando, terá que se desligar até mesmo de sua família, e vir, um de
cada vez, para o Senhor Jesus Cristo.
2. O
caminho apertado. Quando
falamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira de viver que
evidencia salvação ou perdição. Nesse sentido, a linguagem figurada do “caminho
apertado”, conforme Mateus 7. aponta para os que desejam a vida eterna. Não por
acaso, a palavra “apertado” vem do verbo grego thlibo que significa “prensar
como uvas, espremer, pressionar com firmeza, caminho comprimido, contraído;
metaforicamente, aborrecer, afligir, angustiar”. Assim, o caminho apertado é o
que nos leva a praticar os ensinamentos de Jesus de modo bem concreto: amar os
inimigos, não praticar a hipocrisia, acumular tesouros no céu dentre outros
princípios celestiais ensinados no Sermão do Monte (Mt 5.39,48).
- Jesus diz que a porta estreita leva a um caminho "difícil", um
que nos levará a dificuldades e decisões difíceis. Seguir a Cristo requer que
crucifiquemos a nossa carne (Gl 2.20; 5.24; Rm 6.2), vivendo pela fé (Rm 1.17;
2Co 5.7; Hb 10.38), suportando provações com paciência cristã (Tg 1.2–3, 12;
1Pe 1.6) e vivendo um estilo de vida separado do mundo (Tg 1.27; Rm 12.1–2).
Quando nos deparamos com a escolha entre um caminho estreito e esburacado e uma
estrada larga e pavimentada, a maioria de nós escolhe a estrada mais fácil. A
natureza humana gravita em direção ao conforto e ao prazer. Quando confrontados
com a realidade de negarmos a nós mesmos para seguirmos a Jesus, a maioria das
pessoas se afasta (Jo 6.66). Jesus nunca tentou esconder a verdade, e a verdade
é que poucas pessoas estão dispostas a pagar o preço para segui-lo.
3. Porta
larga e caminho espaçoso. Porta larga e o caminho espaçoso simbolizam uma
vida sem compromisso com Cristo, Segundo o padrão do Mundo. Essa porta recebe
muitas pessoas que expressam crenças e valores segundo a sua vã maneira de
viver. Um caminho que tem seduzido muitos por meio da busca irrefreada do
prazer e das ideias que negam a Bíblia como nossa única regra de fé e conduta.
Tratam-se, pois, de uma porta e de um caminho em que entram pessoas que vivem
segundo suas próprias ideias (Jz 21.25) e que não desejam ajustar-se aos
ensinos das Escrituras Sagradas (Jo 7.38).
- Deus oferece salvação a todos que a aceitam (Jo 1.12; 3.16-18; Rm 10.9;
1Jo 2.2) — mas apenas nos termos dEle. Nós devemos seguir o caminho que Ele
providenciou. Não podemos criar nossos próprios caminhos ou nos aproximar de um
Deus santo com base em nossos próprios esforços. Comparados à Sua justiça,
somos todos imundos (Is 64.6; Rm 3.10). Deus não pode simplesmente desculpar ou
ignorar nosso pecado. Ele é misericordioso, mas também é justo. A justiça exige
que o pecado seja pago. Com grande custo para Si mesmo, Ele pagou esse preço
(Is 53.5; 1Jo 3.1, 16; Sl 51.7). Sem o sangue de Jesus cobrindo o nosso pecado,
somos culpados diante do Deus que rejeitamos (Rm 1.20). O caminho para Deus
estava completamente fechado, e o pecado era o obstáculo (Rm 5.12). Ninguém
merece uma segunda chance. Todos nós merecemos permanecer no "caminho espaçoso que conduz à perdição".
Mas Deus nos amou o suficiente para fornecer o caminho para a vida eterna (Rm 5.6–8).
No entanto, Ele também sabe que em nosso mundo egocêntrico e saturado pelo
pecado, não há muitos que O desejem o suficiente para se aproximarem dEle nos
Seus termos (Jo 6.44, 65; Rm 3.11; Jr 29.13). Satanás pavimentou a estrada para
o inferno com tentações carnais, atrações mundanas e falta de comprometimento
moral. A maioria das pessoas permite que suas paixões e desejos ditem o curso
de suas vidas. Elas escolhem um prazer terreno e temporário acima do sacrifício
necessário para seguir a Jesus (Mc 8.34; Lc 9.23; Mt 10.37). O portão estreito
é ignorado. A maioria das pessoas prefere criar suas próprias religiões e
projetar seus próprios deuses. Assim, foi com tristeza, não discriminação, que
Jesus declarou que o caminho para a vida eterna é "estreito, e poucos o
encontram".
II. POR QUE ENTRAR PELA PORTA
ESTREITA É DIFÍCIL
1. Uma
porta aberta, porém, difícil. A porta para a entrada na pátria celestial está
aberta. Porém, há muitos impedimentos para que a alma humana a atravesse: o
egoísmo, o ego inflado, a idolatria, dentre outros. Contudo, nosso Senhor
ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, deixar
morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte uma glória
progressiva e indizível (Mt 16.24; Rm 6.6; Gl 5.24).
- Literalmente, Jesus toma pela primeira vez a palavra “cruz” em Mt 10.38
para os seus discípulos. Para eles, isso teria evocado a visão de uma morte
violenta e degradante. Ele estava exigindo deles total compromisso — até o
ponto da morte física — e fazendo desse chamado à plena rendição uma parte da
mensagem que eles deveriam proclamar aos outros. Esse mesmo chamado de devoção
a Cristo que envolve vida ou morte é repetido em Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23;
14.27. Para aqueles que vão a Cristo com uma fé em que há a renúncia de si
mesmo haverá vida eterna e verdadeira: “Quem
acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa
achá-la-á.” (Mt 10.39).
2. As
oportunidades da porta larga são atraentes. Para muitos, o caminho da porta
estreita não é atraente, pois a porta larga oferece uma jornada de prazeres,
deleites e libertinagem. Entretanto, os que andam nesse caminho são dominados
pelas ilusões da vida, enredando-se numa sedutora fantasia. É um caminho de
apego prazeroso ao mundo e de desprezo a Deus (1 Jo 2.15,16). Tragicamente,
todos os que amam o mundo não terão direito a entrar nos céus (1 Co 6.9,10; Gl
5.19-21). Por isso, o cristão comprometido com o Evangelho de Cristo sabe que
“o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre” (1 Jo 2.17).
- Só há dois tipos de pessoas: aquelas que entram pela porta larga e andam
pelo caminho espaço e aquelas que entram pela porta estreita e andam pelo
caminho apertado. Só há dois tipos de destino: a perdição e a vida. É
impossível que alguém entre pela porta larga e trefegue pelo caminho espaçoso e
encontre a vida. De igual modo, é impossível que alguém entre pela porta
estreita e ande pelo caminho apertado e se perca eternamente. Este é o caminho
da queda, da maldade, das facilidades, dos atalhos, das vantagens imediatas,
que está identificado muito mais com a nossa natureza caída, com o velho homem,
com nossa inclinação para o mal, do que com a nova criatura, o novo homem,
habitado pelo Espírito Santo. Esse é o
caminho da vala comum, do curso deste mundo, por isso escolhido pela
maioria. Esse caminho é espaçoso porque
tem espaço para a vida autocentrada, egoística, avarenta, para a vasão dos
instintos e impulsos primários, para a manifestação de todo tipo de
carnalidade, e realização dos prazeres ilegítimos, como forma de autenticar a
vida.
3. As razões
das exigências.
Diferentemente da porta larga e do caminho espaçoso, a porta estreita e o
caminho apertado requerem uma transformação interior, uma decisão pessoal e uma
disposição em seguir na contramão da maioria. Só começa a trilhar pelo caminho
da porta estreita quem se reconhece em Cristo como um pecador (2 Co 12.9) e com
disposição de viver uma vida dirigida por Ele como um novo começo (2 Co 5.17).
A partir dessa jornada, o Evangelho nos faz caminhar em santidade, seguir os
passos de Cristo e andar como Ele andou (1 Jo 2.6). Então, estaremos prontos
para criar raízes e enfrentam os obstáculos de nossa jornada crista (Lc
8.13,14).
- A porta estreita e o caminho apertado É a via do amor, do altruísmo, da
renúncia por amor a Jesus, da generosidade, das boas obras, do bem, da fé, da
ética do evangelho, da rendição ao Espírito Santo. É um caminho pavimentado
pelos valores do Reino de Deus, pela obediência à Palavra de Deus, pela vida de
santidade, pela prevalência da vontade de Deus, da verdade, da sinceridade, da
honestidade. Esse caminho é estreito
porque nele não cabe à vontade obstinada que não faz cessão à vontade de Deus,
a vida autocentrada que tem sua base no egoísmo. Os sentimentos destrutivos da
alma seja: o ódio, a amargura, o ressentimento, o espírito de vingança. A
rebelião contra Deus. A carnalidade. Os prazeres pecaminosos.
III. ENTRANDO PELA PORTA E PELO
CAMINHO DO CÉU
1.
Arrependimento de pecados. Por meio das palavras do arauto divino, João
Batista (Mt 3.1-10), a mensagem pregada por ele para entrar no Reino de Deus é
o Arrependimento. João é uma voz que ecoa entre a Antiga e a Nova Alianças,
confirmando as palavras dos profetas do Antigo Testamento, pois sua mensagem de
arrependimento era a mesma pregada por Isaías e Jeremias (Is 1.16,15; 55.7; Jr
7.3-7). Por essa razão, é importante ponderar que o arrependimento bíblico não
é uma questão meramente emocional, mas uma disposição para mudar de ideia e um
exercício que envolve o aspecto mental e moral do pecador. Por meio da pregação
e da aceitação do Evangelho, mediante a ação regeneradora do Espírito Santo, o
pecador renuncia ao pecado, reorienta a vida e firma uma resolução de deixar o
caminho espaçoso para tomar o caminho que conduz para a vida eterna.
- A “porta estreita” é claramente restritiva e não permite a entrada
daquilo que Jesus proíbe. Enquanto a “porta larga” parece mais convidativa, com
um caminho amplo que acomoda uma multidão e toda a sua bagagem. No entanto, o
outro caminho é estreito, pois aponta para a perseguição e oposição àqueles que
trilham por ele (Mt 5.10-12; At 14.22). Entrar pela porta estreita é em
primeiro lugar, assumir um compromisso pessoal com Deus. A entrada é individual.
Ninguém entra por essa porta por procuração ou por atacado. O relacionamento
com Deus é individual. Os pais não podem representar os filhos nem os filhos
aos pais. A esposa não pode levar o marido consigo, de carona, nem o marido
levar sua mulher. A responsabilidade é pessoal. Esta porta é Jesus. Só quem
entra por ele tem liberdade, provisão e salvação.
Em segundo lugar, é reconhecer Jesus
Cristo como o único Salvador e Senhor. A porta estreita não é uma instituição,
mas é Cristo Jesus. Ele disse: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será
salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem” (Jo 10.9). O caminho apertado não é
um conjunto de regras, mas Cristo Jesus. Ele disse: “Eu sou o Caminho […] e
ninguém vem ao Pai senão por mim”. Não há salvação em nenhum outro nome.
Em terceiro lugar, é renunciar ao
pecado. A porta está aberta para todos, mas não para tudo. São os arrependidos
é que entram por essa porta e não os impenitentes. Na porta larga muitos entram
com sua pesada bagagem de pecados e mazelas e pelo caminho espaçoso muitos
trafegam, vivendo dissolutamente. Porém, isso é impossível àqueles cujo
propósito é caminhar para a vida. Os salvos não amam o pecado nem fazem
concessão à iniquidade. Aqueles que conhecem a Deus não vivem na prática do
pecado.
Em quarto lugar, é buscar uma vida de
santidade. Entrar pela porta estreita é matricular-se na escola da santidade.
Só os puros de coração verão a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor. O
caminho estreito é trilhado pelos que amam a santidade. Aqueles que rumam para
a glória eterna não se distraem com os encantos do mundo nem colocam seu
coração nos prazeres desta vida. Eles buscam em primeiro lugar o Reino de Deus
e a sua justiça.
Em quinto lugar, é viver para a glória
de Deus. A glória de Deus é vetor da vida cristã. Nascemos e crescemos para a
glória de Deus. Casamos e temos filhos para a glória de Deus. Trabalhamos e
descansamos para a glória de Deus. Fazemos investimentos e ampliamos o espaço
da nossa tenda para a glória de Deus. Comemos e bebemos para a glória de Deus.
Pregamos o evangelho e fazemos missões aqui, ali e além-fronteiras para a
glória de Deus. Enquanto peregrinamos para o céu reconhecemos que tudo vem de
Deus, tudo é por meio de Deus e tudo é para Deus. (Rev. Hernandes Dias Lopes)
2.
Confissão de pecados.
O ministério de João Batista foi impactante, de modo que iam ter com ele toda
Judéia e a província do Jordão (Mt 3.5). Os que iam até João confessavam os
seus pecados para serem batizados. Ora, a Bíblia diz que todos pecaram e separados
estão da glória de Deus (Rm 3.23). Sem que o homem reconheça que é pecador,
jamais compreenderá que precisa de um Salvador. Nesse aspecto, a confissão pessoal dos pecados é uma
perspectiva nova que aparece com o ministério de João Batista. Em Israel,
a confissão era nacional e se dava em dia especial como no Dia da Expiação (Nm
5.7). Por meio do modelo de vida de João Batista, a confissão de pecados passou
a fazer parte da tradição cristã. Desse modo, a pessoa confessa os seus pecados
(Sl 32.5) e afirma que crê em Deus Poderoso e Salvador (Rm 10.9,10). Assim,
quando o homem reconhece em confissão que é um pecador, ele recebe o perdão de
seus pecados (Pv 28.13; 1 Jo 1.7).
- Em Israel havia a confissão corporativa, mas também havia a confissão
individual. Em Isaías encontramos uma maravilhosa declaração do profeta sobre
si mesmo, depois de uma chocante visão sobre a santidade de Deus. Ele declarou,
em Isaías 6.5: “Ai de mim! Estou perdido!
Porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios
impuros…” Isaías viu sua miserável pecaminosidade e chorou por causa dela.
Algo muito parecido com o que Paulo fez, em Romanos 7.24, quando disse: “Miserável homem que sou!…” A confissão
dos pecados é condição indispensável para viver um verdadeiro avivamento
espiritual. “[…] e faço confissão pelos
pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu
pai pecamos” (Ne 1.6b). Esse, certamente, foi um dos pontos altos da oração de
Neemias. Ele tinha consciência do pecado do seu povo, da sua desobediência e
rebeldia perante Deus. E, na condição de um intercessor, ele confessou que se
incluía entre os pecantes, incluindo a casa do seu próprio pai. Nessa hora, as
sementes da vitória já estavam sendo lançadas. Neemias não orou como certos
crentes, inclusive obreiros, que encobrem os pecados do povo, da sua família e
deles próprios. Ele confessou mais: “De todo nos corrompemos contra ti e não
guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a
Moisés, teu servo” (Ne 1.7). Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O
chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª
edição: 2023. Outro exemplo de confissão individual é encontrada em 2 Samuel 24.10:
“E o coração doeu a Davi, depois de haver
numerado o povo, e disse Davi ao SENHOR: Muito pequei no que fiz; porém agora,
ó SENHOR, peço-te que traspasses a iniquidade do teu servo; porque tenho
procedido mui loucamente”. Pelo que, a afirmativa do comentarista “Nesse aspecto, a confissão pessoal dos pecados é uma
perspectiva nova que aparece com o ministério de João Batista.” está equivocada.
3.
Produzindo frutos de arrependimento. Para João Batista, o batismo e a confissão
somente não seriam as provas verdadeiras da mudança de vida. Era preciso
apresentar frutos na vida como a marca de um arrependimento sincero. Em Lucas,
podemos contemplar frutos concretos que João Batista esperava de quem se
arrependesse: honestidade, misericórdia, respeito às autoridades, dentre outros
(Lc 3.11-14). Isso era a prova de que a natureza da pessoa havia sido
verdadeiramente transformada. Portanto, uma pessoa que teve um encontro
verdadeiro com Jesus produzirá frutos dignos de arrependimento, uma nova forma
de pensar e agir, um novo estilo de vida (Mt 3.2; 21.29; Mc 1.15).
- João Batista falava de arrependimento como um afastamento radical do
pecado, o que inevitavelmente se tornaria manifesto nos frutos de
arrependimento. O primeiro sermão de Jesus começou com o mesmo imperativo
(4.17). O arrependimento foi um motivo recorrente em toda sua pregação pública.
Em seu mandamento final aos apóstolos, ele ordenou-lhes que também pregassem o
arrependimento (Lc 24.47). O fruto é abandonar o pecado. Abandonar o pecado é
mudar de vida. Nos relatos do Novo Testamento podemos encontrar diversos
exemplos de pessoas que tiveram grandes mudanças em suas vidas a partir do
momento quando se arrependeram de seus pecados. Zaqueu é um exemplo (Lc 19).
Saulo de Tarso também (At 9). O fruto é viver uma vida de obediência a Deus.
João Batista disse que àqueles que se arrependessem, o Messias traria um
batismo com o Espírito Santo e fogo (Mt 4.11). O Espírito Santo é o responsável
pelas grandes mudanças que ocorrem em nossas vidas a partir do arrependimento.
Deixamos de viver no pecado para vivermos de modo agradável ao nosso Deus.
Aprendemos com o relato do batismo de Jesus, em Mt 3.17, que a nossa obediência
toca o coração de Deus.
CONCLUSÃO
No momento
que inicia sua jornada com Cristo, o cristão deve ter a consciência de que
escolheu o caminho estreito e a porta apertada para trilhar o caminho do céu.
Isso significa que precisamos renunciar ao eu, nossos pensamentos e desejos,
para que Cristo apareça (2 Co 5.17). Isso só é possível por meio de um
verdadeiro arrependimento, confissão de pecados e a experiência do perdão.
- O arrependimento é a oportunidade de começar vida nova. Em Atos 17.30, o
apóstolo Paulo fez a seguinte declaração durante a sua pregação em Atenas: No
passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em
todo lugar, se arrependam. O passado, Deus está disposto a não levá-lo mais em
conta. Conquanto que todos obedeçam e se arrependam. Deus não mudou. Fruto de
arrependimento: é a condição para alguém aproximar-se de Deus e tornar-se filho
dEle. Esta foi a mensagem de João Batista, de Jesus, de Paulo… este é o
evangelho que deve ser anunciado!
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Esse artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição.
Chave PIX. assis.shalom@gmail.com
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significa dizer “caminho
apertado”?
Quando falamos de caminho apertado, apontamos para a conduta, a maneira
de viver que evidencia salvação ou perdição.
2. O que a “porta larga” e o
“caminho espaçoso” simbolizam?
A porta larga e o caminho espaçoso simbolizam uma vida sem compromisso
com Cristo, segundo o padrão do Mundo.
3. O que o Senhor Jesus ensinou a
respeito de fazer o caminho da “porta estreita”?
Nosso Senhor ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si
mesmo, deixar morrer o que somos para viver a vida com Ele a fim de que resulte
uma glória progressiva e indizível.
4. O que a “porta estreita” requer
da pessoa?
A porta estreita e o caminho apertado requerem uma transformação
interior, uma decisão pessoal e uma disposição em seguir na contramão da
maioria.
5. Que tipo de disposição deve haver
no arrependimento bíblico?
Trata-se de uma disposição para mudar de ideia e um exercício que envolve
o aspecto mental e moral do pecador.