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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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30 de dezembro de 2024

EBD JOVENS | Lição 01: Um Convite à Autenticidade | 1° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.” (SI 51.6)

Entenda o Texto Áureo:

Tu me fazes – pode ser tomado para expressar o gracioso propósito de Deus em vista de Sua requisição estrita; um propósito do qual Davi poderia ter se aproveitado como um exame ao seu amor natural pelo pecado, e, ao não fazê-lo, agravou sua culpa. verdade… e… sabedoria – são termos frequentemente usados para piedade (compare Jó 28:28; Salmo 119:30).

 

RESUMO DA LIÇÃO

A autenticidade da fé cristã é a chave para uma vida plena em Deus.

Entenda o Resumo da Lição:

- Fé cristã autêntica é aquela que, a exemplo do salmista, reconhece o que éramos por natureza: Em iniquidade fui formado; concebido em pecado (5). As tendências e disposições pecaminosas têm sua origem na contaminação da raça humana, parte da dívida do homem como nascido de uma raça caída. Deus deseja a verdade (emeth, autenticidade, fidelidade, integridade) no íntimo. No oculto me fazes conhecer a sabedoria tem sido traduzido como: "Portanto, ensina-me a sabedoria no secreto do meu coração". Esta percepção leva a uma oração renovada por purificação.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 1.1-4

1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas: saúde.

às doze tribos que estão na dispersão – ou seja, “às doze tribos dispersas entre as nações” (NVI). A dispersão é um termo comum aplicado ao espalhamento das doze tribos resultante de seus repetidos cativeiros. Houve quatro dispersões principais – a babilônica, a egípcia, a síria e a ocidental na Grécia e Itália. Em Jo 7:35 é mencionado os “dispersos entre os gregos”, ou gentios. Josefo diz: “A raça dos judeus tem sido amplamente dispersa entre os habitantes do mundo, mas a maior mistura tem acontecido na Síria”. Compare a bela saudação em 2 Macabeus 1:1, dos judeus de Jerusalém aos judeus do Egito: “Os irmãos, os judeus que estão em Jerusalém e na terra da Judeia, desejam aos irmãos que estão em todo o Egito saúde e paz”. O menino Jesus esteve por um breve período entre a dispersão do Egito. As duas epístolas de Pedro também são dirigidas à “dispersão”. No entanto, é claro que Tiago dirige especialmente esta epístola ao Israel cristão em Israel; as doze tribos nas doze tribos, que aceitaram a Jesus Cristo. Se toda a dispersão dos judeus é nominalmente, e, em algumas partes, diretamente dirigida, é porque ao seu forte sentimento judaico todos nominalmente pertencem ao Messias, e todos devem aceitar sua epístola como dirigida a eles. [Whedon, 1874]

2 Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações.

Meus irmãos – uma frase frequentemente encontrada em Tiago, marcando comunidade de povo e de fé. toda alegria – causa para maior alegria (Grotius). Nada além de alegria (Piscator). Conte todas as várias provações como sendo cada uma motivo de alegria (Bengel). vos encontrardes – inesperadamente, de modo a ser envolvido por elas (assim o grego original). provações – não no sentido limitado de seduções ao pecado, mas sim provações ou aflições de qualquer tipo que testam e purificam o caráter cristão. Compare “provação” com Gênesis 22:1. Alguns daqueles a quem Tiago escreve estavam “doentes” ou “aflitos” (Tiago 5:13). Toda prova possível para o filho de Deus é uma obra-prima da estratégia do Capitão da sua salvação para o seu bem.

3 Sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.

a prova – o teste da sua fé, a saber, por “várias provações”. Compare Romanos 5:3, a tribulação produz paciência e experiência de paciência (no original dokime, semelhante a dokimion, “provando”, aqui; lá está a experiência: aqui o “provando” ou testando, de onde a experiência flui). perseverança – resistência e continuidade (compare Lucas 8:15).

4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.

sejais maduros e íntegros. O significado disso é explicado na frase seguinte – “não faltando em coisa alguma “; isto é, que não falte nada para tonar seu caráter completo. Pode haver os elementos de um bom caráter; pode haver princípios sólidos, mas esses princípios podem não estar plenamente realizados de modo a mostrar o que são. Aflições, talvez mais do que qualquer outra coisa, farão isso, e devemos, portanto, permitir que façam tudo o que estão aptas para fazer no desenvolvimento do que é bom em nós. A ideia aqui é que é desejável não só ter os elementos ou princípios da piedade na alma, mas tê-los executados com justiça, de modo a mostrar qual é a sua verdadeira disposição e valor. [Barnes, 1870]

 

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INTRODUÇÃO

Neste trimestre, nossa jornada será junto à Carta de Tiago, o irmão de Jesus. Ele buscou encorajar os cristãos judeus que haviam sido dispersos pela perseguição e estavam peregrinando por outras terras. Estes cristãos judeus estavam sofrendo as aflições como bons soldados de Cristo (Tg 1.1). Por isso, a Carta de Tiago é repleta de conselhos práticos para uma vida cristã bem-sucedida, pois o objetivo é auxiliar os leitores a amadurecerem na fé cristã, trazendo esperança em meio às tentações. Por essa razão, já na introdução da Carta, Tiago fala a respeito de suportar as provações e tribulações da vida (vv. 2,3). Nessa primeira lição, veremos a autoria, os destinatários, a importância e o propósito dessa Carta, bem como a sua atualidade e o convite que ela faz para vivermos uma vida cristã autêntica.

A carta de Tiago é um dos livros mais atuais e necessários para a igreja contemporânea. Tiago é comparado ao sermão do monte. Ele tem princípios práticos. Ele tange os grandes temas da vida cristã de forma clara, direta e rica. Tiago está preocupado com a prática do cristianismo. Para ele não basta ter um credo, fazer uma profissão de fé ortodoxa, é preciso viver de forma digna de Deus. A leitura deste livro nos desafiará a fazer um balanço de nossa vida, um diagnóstico de nossa experiência cristã. É impossível colocar-se diante do espelho deste livro sem identificar a necessidade de sermos corrigidos por Deus. Vamos ver o que o trimestre nos reserva!

I. A CARTA DE TIAGO

1. A autoria. A Carta de Tiago é atribuída a Tiago, o Justo, irmão de Jesus e líder da igreja em Jerusalém (Mt 13.55). Tiago não creu em Jesus durante o ministério público do Senhor (Jo 7.5). Porém, após abraçar a fé cristã, provavelmente quando Jesus lhe apareceu após a ressurreição (1Co 15.7) tornou-se uma liderança respeitada na igreja do primeiro século. Sua Liderança é reconhecida por diversos estudiosos e mencionada em outros textos bíblicos, como no livro de Atos (At 12.17; 1513; 21.18).

Tiago, como todas as epístolas gerais com exceção de Hebreus, leva o nome do seu autor (v. 1). Dos quatro homens que se chamam Tiago no Novo Testamento, somente dois são candidatos à autoria dessa epístola. Ninguém tem considerado seriamente Tiago, o menor, filho de Alfeu (Mt 10.3; At 1.13), ou Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes (Lc 6.16; At 1.13). Alguns sugeriram Tiago/filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21), mas ele foi martirizado muito cedo para tê-la escrito (At 12.2). Resta-nos somente Tiago, o meio-irmão mais velho de Cristo (Mc 6.3) e irmão de Judas (Mt 13.55), que também escreveu a epístola que leva o seu nome (Jd 1). A princípio, Tiago havia rejeitado Jesus como Messias (Jo 7.5), mas depois creu (ICo 15.7). Tornou-se o principal líder na igreja de Jerusalém (cf. At 12.17; 15.13; 21.18; Gl 2.12), sendo chamado de uma das "colunas" dessa igreja, junto com Pedro e João (Gl 2.9). Também conhecido como Tiago, o justo, por causa de sua devoção à justiça, ele foi martirizado por volta de 62 d.C., segundo Josefo, historiador judeu do século 1º. Uma comparação do vocabulário original de Tiago na carta que ele escreveu, que está registrada em Atos 15, com o que se encontra na epístola de Tiago corrobora o fato de que ele foi o autor dessa epístola.

2. O contexto histórico e a data. Tiago escreveu a Carta em um contexto de perseguição aos cristãos. A citação “às doze tribos dispersas”, refere-se aos crentes de origem judaica. Algumas palavras utilizadas por Tiago demonstram que os destinatários estavam familiarizados com o judaísmo, como por exemplo: referência à reunião em uma sinagoga; a Abraão como pai e as semelhanças com a literatura sapiencial judaica, em especial com o livro de Provérbios. A Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da Carta de Tiago entre os anos 45 e 49 d.C., aproximadamente.

Tiago escreveu com a autoridade de alguém que havia visto pessoalmente o Cristo ressurreto (ICo 15.7), foi reconhecido como um parceiro dos apóstolos (Gl 1.19) e foi o líder da igreja de Jerusalém. O mais provável é que Tiago tenha escrito essa epístola aos cristãos dispersos (1.1) em consequência da agitação registrada em At 12 (c. 44 d.C.). Não há menção ao Concilio de Jerusalém descrito em At 15 (c. 49 d.C:), o que seria esperado se esse concilio já tivesse ocorrido. Portanto, é certo que a epístola de Tiago foi escrita entre c. 44-49 d.C., o que o torna o livro mais antigo do cânon do Novo Testamento. Os destinatários dessa carta eram cristãos judeus que haviam sido dispersados (1.1), possivelmente em consequência do martírio de Estêvão (At 7; 31-34 d.C.); porém, o mais provável é que a causa da dispersão tenha sido a perseguição sob o governo de Herodes Agripa I (At 12; c. 44 d.C.). O autor refere-se ao seu público como "irmãos" por 15 vezes (1.2,16,19; 2.1,5,14; 3.1,10,12; 4.11; 5.7,9-10,12,19), o que era um epíteto comum entre os judeus do século 1º. Não é de surpreender, então, que Tiago tenha um conteúdo judaico. Por exemplo, a palavra grega traduzida por "sinagoga" (2.2) é a palavra usada para "congregação". Além disso, Tiago contém mais de 40 referências ao Antigo Testamento (e mais de 20 ao sermão do Monte, Mt 5—7). Tiago, com sua devoção a afirmações diretas e pungentes sobre o modo de viver sábio, faz-nos lembrar o livro de Provérbios. Tem uma ênfase prática, que destaca não o conhecimento teórico, mas a conduta piedosa. Tiago escreveu com um desejo ardente de que seus leitores fossem firmemente obedientes à Palavra de Deus. Ele usou, pelo menos, 30 referências à natureza (p. ex., "onda do mar" [1.6]; "répteis" [3.7] e "o céu deu chuva” [5.18]), como é próprio de alguém que passou muito tempo ao ar livre. Tiago complementa a ênfase de Paulo na justificação pela fé com sua própria ênfase nos frutos espirituais que demonstram a verdadeira fé.

3. Estilo e estrutura. O estilo da Carta é direto e prático, refletindo a personalidade de Tiago como um líder pastoral preocupado com a vida cotidiana dos crentes. Sua estrutura inclui conselhos práticos, exortações e ensinamentos morais, tornando-a bastante acessível e aplicável. O texto de Tiago fornece uma espécie de espelho, onde os cristãos podem se olhar de forma atenta e demorada, buscando ajustar o seu modo de vida e a sua crença (a ortodoxia e a ortopraxia), além de fortalecer e encorajar os fiéis em meio às dificuldades.

Tiago omite, quase por completo, uma discussão teológica. Suas pressuposições são ortodoxas. Seu estilo é direto e objetivo. Combate pecados e atitudes que prejudicam a vida e o testemunho dos cristãos. Apresenta o imenso valor de se viver segundo a sabedoria do alto, isto é, de acordo com a revelação de Deus. Tiago escreve esta carta para ajudar os crentes dispersos a vencerem as provações a que estavam expostos, buscando, ao mesmo tempo, o alvo da maturidade cristã.

 

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PENSE!

Você acredita que a Carta de Tiago tem conselhos importantes para os crentes da atualidade?

PONTO IMPORTANTE!

Embora escrita em uma época distinta da nossa, a Carta de Tiago tem conselho para os crentes do nosso tempo.

SUBSÍDIO 1

Professor (a), explique aos alunos que “Tiago, irmão de Jesus é o autor da Carta que leva seu nome. Tiago encontrou-se com o Jesus ressurreto (1 Co 15.7) junto com os outros discípulos, no Pentecostes (At 1.14), e se tornou o líder reconhecido da igreja de Jerusalém (At 15.13-21).

Após uma breve introdução e saudação (1.1), ele Lança um chamado aos seus leitores para perseverar em face da provação (1.2-4), lembrando-os da confiança na capacidade de Deus de ajudar (1.4-8), em vez de confiar nos recursos deles mesmos (1.9-11). Tiago deixa claro que Deus recompensará os que se mantiverem firmes (1.12), mas os que cederem à tentação cairão na armadilha do pecado e serão levados à morte (1.13-15). Ele está particularmente preocupado com a forma como seus leitores falam, por isso deseja que eles evitem a fala raivosa (1.19), descontrolada (1.26), caluniosa (4.11) ou prepotente (4.13-17). A mensagem central da Carta é que os cristãos têm que praticar a Palavra de Deus, não apenas ouvi-la (1.22-25), pois a ‘a fé sem as obras é morta’ (2.14-26).” (Adaptado de Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p 383.)

 

II. PROPÓSITO E ATUALIDADE DA CARTA DE TIAGO

1. Propósito da Carta. O principal propósito é incentivar os cristãos a amadurecerem na fé, enfrentando as provações com alegria, sabendo que a prova da fé produz a paciência (Tg 1.2-4). Esse chamado ao crescimento espiritual é central em todo o texto. O alvo de Tiago é que os crentes vivam a sua fé de uma maneira sólida e demonstrem a verdadeira maturidade que a fé em Jesus Cristo pode produzir. Ouvir a Palavra de Deus e não a colocar em prática é o mesmo que não crer que ela é a “palavra da verdade” que pode salvar o pecador (v. 21).

Sem dúvida, a Carta de Tiago é um livro prático e tem muito a ver com a literatura sapiencial. Esta Cata fala sobre a importância da sabedoria e a importância da fé e das obras. A palavra: obras - aqui, precisa ser compreendida como frutos de uma vida de fé. O escritor apela aos crentes para que sejam não apenas ouvintes da Palavra, mas praticantes; não apenas religiosos, mas crentes, seguidores de Jesus. A fé e as obras são duas coisas de uma mesma realidade: nossa vida com Deus. A fé é com a raiz de uma árvore, invisível. As obras são os frutos da árvore, visíveis. Os crentes são as árvores de Deus que dão seus frutos por causa da fé, das suas raízes em Cristo Jesus.

2. Aplicação prática. Os ensinamentos de Tiago são extremamente práticos, abordando questões como: o controle da língua, a pureza moral e a justiça social. Esses temas continuam sendo relevantes em nossa vida diária, demonstrando a atualidade da Carta. Para um bom aproveitamento do estudo da Carta de Tiago, é importante pensar em como podemos ajudar as pessoas (e a nós) a serem praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes (v. 22).

- O tema central de Tiago é: o nascimento (1.13-19a), o crescimento (1.19b-25) e a maturidade (1.26 - 5.6) do cristão.^ Através das provas, pela paciência, recebemos a coroa. Encontramos em Tiago instruções simples, diretas e valiosas. Tratando das provações, ele disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança” (Tg 1.2-3). Sobre a obediência à palavra de Deus, Tiago escreveu: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22). E para combater a noção de salvação pela fé sem a obediência, acrescentou: “Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente.... Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2.24,26). Tiago mostrou sua preocupação com o perigo de alguém abandonar a fé em Cristo, e encerrou a carta com orientações sobre o resgate dos desviados: “Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tg 5.19-20). Do começo ao fim, o livro de Tiago apresenta instruções práticas que podem e devem ser aplicadas em nossas vidas a cada dia.

3. Convite à autenticidade. O que é autenticidade? Autenticidade é a prática de ser verdadeiro consigo mesmo e com os outros, mantendo a coerência entre crenças, valores e ações. É uma qualidade que promove a integridade pessoal, relacionamentos saudáveis e uma vida plena em Cristo. Autenticidade na vida espiritual fala sobre praticar a fé de maneira que realmente possa “ressoar” com a crença em Cristo, e não apenas seguir rituais ou tradições por obrigação. Tiago faz um forte convite para que os cristãos sejam autênticos em sua fé, vivendo de acordo com os ensinamentos de Cristo. Este convite é um chamado para uma vida de integridade, em que a fé se reflete em ações concretas e transformadoras. Tiago encoraja os que sofrem a terem a certeza de que Deus está trabalhando por meio das aflições para nos moldar e encorajar a nossa fé.

O alvo de Deus em nossa vida é a maturidade cristã (1.2-4,12; Rm 8.29; Cl 1.28). À medida que somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que Ele está fazendo (1.5). Deus nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis. Para alcançar esse alvo da maturidade. Deus faz três coisas (Ef 2.8-10): em primeiro lugar, há uma obra que Deus realiza por nós: a salvação. Em segundo lugar, há uma obra que Deus realiza em nós: a santificação. Em terceiro lugar, há uma obra que Deus realiza através de nós: o serviço. A mensagem de Tiago é direta e objetiva. Diferente das epístolas de Paulo, Pedro e João, a carta de Tiago não inclui saudações pessoais. As exortações começam no segundo versículo e continuam até o último. Os temas abordados nos cinco capítulos de Tiago são diversos, todos focando a importância de viver conforme a fé:

Capítulo 1 enfatiza as atitudes certas diante de provações e tentações e chama os leitores a serem praticantes, e não apenas ouvintes, da palavra do Senhor.

Capítulo 2 aborda dois assuntos: (1) a condenação de preconceitos socioeconômicos na igreja e (2) a necessidade de obras que demonstram a autenticidade da fé.

Capítulo 3 apresenta uma das advertências mais fortes do Novo Testamento sobre o uso errado da língua e nos chama a buscar a sabedoria divina.

Capítulo 4 condena várias atitudes carnais que atrapalham o serviço a Deus.

Capítulo 5 encerra a epístola com várias instruções que exigem uma perspectiva eterna e espiritual, e não materialista e carnal.

 

SUBSÍDIO 2

Professor (a), dê início ao tópico explicando que “a Carta de Tiago, com frequência, é descrita como ‘literatura de sabedoria’, semelhante a Provérbios e Eclesiastes. Tiago, como esses dois livros do Antigo Testamento, usa exemplos breves da história (2.21-24,25; 5.10,11,17,18) ou do mundo observável (1.11,23-25); 3.3-8) para salientar a verdade eterna de Deus. Contudo, Tiago apresenta a fraqueza de profetas como Jeremias e Amós, além de ter muita coisa que lembra o Sermão do Monte de Jesus (Mt 5 — 7). A Epístola de Tiago, ao contrário das outras cartas do Novo Testamento, não segue um argumento claro do início ao fim; parece mais com uma série de breves histórias — ou até mesmo sermões — que indicam o tipo de vida que agrada a Deus (1.12).” (Adaptado de Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p 384.)

PENSE!

Você já se perguntou o quanto a sua vida é influenciada pelas expectativas dos outros em vez de refletir quem você realmente é?

PONTO IMPORTANTE!

Viver de maneira autêntica em Jesus Cristo não apenas transforma nossa própria vida, mas também impada positivamente nossos relacionamentos e a maneira como nos conectamos com as pessoas ao nosso redor.

 

III. A IMPORTÂNCIA DA CARTA

1. Os destinatários. A Carta é direcionada às “doze tribos dispersas entre as nações” (Tg 1.1). Estudiosos colocam o período da escrita da Carta como após os acontecimentos registrados em Atos 8, que causou a morte de Estêvão e Levou à dispersão dos cristãos. Embora ela tenha sido escrita para os primeiros judeus convertidos, seu conteúdo é útil para todos os crentes em Cristo, em todas as épocas. Os Leitores da Carta estavam enfrentando um ambiente hostil à fé e isso longe do seu “lar”. Como esses primeiros cristãos, nós também somos peregrinos e forasteiros neste mundo.

Os destinatários da carta são identificados como as “doze tribos que se encontram na Dispersão” (Tg 1.1). Esta linguagem admite duas interpretações. No Antigo Testamento, a nação de Israel foi conhecida como as doze tribos, descendentes dos filhos de Jacó. Se Tiago usa o termo neste mesmo sentido, o conteúdo do livro mostra que esses judeus seriam pessoas já convertidas a Cristo. No Novo Testamento, porém, o foco está em Israel espiritual, aqueles que imitam a fé de Abraão, independente da sua descendência carnal. O próprio Jesus introduziu esta ideia (Jo 8.39-40), e seus seguidores empregaram termos como judeus e as doze tribos neste mesmo sentido (Rm 2.28-29; Ap 7.4 comparado com 14.3-5).

2. Relevância da Carta para a Igreja Primitiva. A Carta de Tiago servia como um guia moral e espiritual, ajudando os cristãos a manterem sua fé em meio às provações. A ênfase na perseverança e na ação prática reforçava a necessidade de uma fé viva e ativa. A Carta de Tiago desempenhou um papel importante na formação da ética e da prática da Igreja do primeiro século. Uma das contribuições mais significativas de Tiago é a sua discussão sobre a relação entre fé e obras. Ele afirma que a fé sem obras é morta (Tg 2.26). Esta ênfase na necessidade de demonstrar a fé por meio de ações era crucial para uma Igreja que buscava estabelecera credibilidade e a autenticidade da sua mensagem em um ambiente, muitas vezes, hostil e cético.

Esta Carta de Tiago foi o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito. À luz do Novo Testamento, os escritores do Novo Testamento, Tiago, Paulo, Pedro, João, Judas, Mateus, Marcos, Lucas, todos eles, e os crentes em geral, a Igreja de Jesus Cristo como um todo, todos se viam como herdeiros das promessas de Deus feitas à nação de Israel. Eles criam que eles eram o Povo do Senhor, o Povo de Deus, em quem as promessas de Deus no Antigo Testamento tinham se cumprido. Os planos de Deus se cumpriram na Igreja de Cristo, onde temos a construção de uma nova humanidade, uma nova família, sem muros de separação e discriminação, se cumpre (I Pd. 2:5-10; Gl. 3:22-29; Ef. 2:11-22; etc). No Novo Testamento não é judeu quem o é apenas exteriormente, mas é aquele que o é interiormente: A verdadeira circuncisão é do coração (Rm. 2:28-29; Dt. 10:16). Deus olha o coração, o interior e não o exterior. Na Carta aos Gálatas, onde o apóstolo Paulo fala sobre a salvação pela graça e não pela fé, ele termina sua Carta dizendo que graça e misericórdia sejam sobre todo o Israel de Deus (Gl. 6:16). É claro que o apóstolo Paulo não está falando para o Israel nação, no sentido literal, mas no sentido espiritual. Deus não faz acepção de pessoas, nem cor, nem etnia, nem sexo e em Cristo Jesus, o Seu Filho, somos todos um, somos o Seu Israel, o Israel de Deus. Os escritores do Novo Testamento, os crentes em geral do primeiro século, não se viam como um segundo plano, mas como o plano A de Deus. As promessas feitas à mulher no Jardim, a Abraão, ao povo de Israel, a Davi, por meio de todos os escritores do Antigo Testamento se cumpriram em Jesus Cristo e para a Sua Igreja, os seus discípulos.

3. A sua contemporaneidade. Na Carta também encontramos temas relevantes como: a importância da oração, a paciência nas provações, e o controle da Língua (Tg 1.19-27; 3.1-12; 5.13-18). Suas admoestações oferecem orientações valiosas para os cristãos contemporâneos. A ênfase de Tiago, na autenticidade e na coerência entre fé e obras, desafia os crentes a viverem de maneira que reflitam verdadeiramente os ensinamentos de Jesus.

Esta Carta não é uma obra doutrinária, mas um livro com conselhos gerais para os crentes e de encorajamento, pois no primeiro século os cristãos sofreram perseguição de toda sorte. Esta Carta de Tiago lembra o livro de Provérbios no Antigo Testamento ao tratar de temas tão importantes naquela obra sapiencial. Por exemplo, a palavra sabedoria - σοφία -aparece logo no seu início (Tg. 1.5) e mais três vezes no capítulo 3 de Tiago (Tg. 3.13, 15, 17). Esta palavra - σοφία – sabedoria – aparece 143 no texto grego do Antigo Testamento – a LXX – a Septuaginta. 45 vezes só no livro de Provérbios.  Em hebraico sabedoria é: חָכְמָה (lê-se: rrorrmar) e aparece 149 vezes no texto hebraico, mas foi traduzida 143 vezes por σοφία no texto da LXX. Além do assunto mencionado acima, há outros assuntos presentes nesta Carta de Tiago que merercem destaque:

1. O sofrimento (Tg. 1:2-3);

2. O tratamento dos órfãos e viúvas (Tg. 1:27);

3. O dever de não menosprezar os pobres (Tg. 2:1-13);

4. A importância das obras como expressão da nossa fé; pois a fé sem obra é nada; a doutrina certa sem humildade, piedade, serviço em favor dos outros, principalmente os mais vulneráveis, é nada (Tg. 2:14-26);

5. O cuidado no uso da língua, em nosso falar, as nossas palavras podem dar vida ou tirar a vida; curar ou ferir, etc. O uso errado da língua tem a ver com a sabedoria do mundo, terrena, demoníaca. O uso certo, proveitoso, inteligente da língua, tem a ver com a sabedoria de Deus que se revela na vida de uma pessoa que sabe o que falar, como falar, quando falar, porquê falar, quanto falar, para que falar, com quem falar (Tg. 3:1-18); quando temos sabedoria no falar, nós promovemos a paz;

6. O valor do interior de nosso ser e não apenas do exterior. O ser interior, o nosso “eu” precisa estar submisso a Deus e não ao mundo ou ao diabo para que tenhamos um relacionamento abençoador com o nosso próximo (Tg. 4:1-17);

7. A volta do Senhor Jesus (Tg. 5:1-20).

Em síntese, tudo que temos nessa obra de Tiago tem a ver com a necessidade da sabedoria de Deus em nós. A Carta de Tiago é o Novo Livro de Sabedoria no Novo Testamento. A importância desta Carta de Tiago para nós encontra-se na variedade de assuntos relevantes que ela trata, independente do tempo e lugar. O seu escritor espera que seus leitores tenham uma fé verdadeira, sabedoria que vem de Deus, e que dê bons frutos nas mais diferentes áreas, tempos, circunstâncias desta vida, tais com:

Tempos de provas e tentações;

Tempo de ouvir e falar;

Tempo de controlar a língua e a ira;

Tempo de relacionar com pessoas vulneráveis tais como as viúvas, os órfãos, os estrangeiros, os subempregados, os pobres, etc; trata-los com justiça, amor, sem preconceitos, discriminação, etc.

Tempo de viver a pressão do mundanismo, da pobreza e do sofrimento;

Tempo de não se precipitar em julgar os outros;

Tempo da intimidade com Deus, da paciência e da responsabilidade cristã;

Tempo de aguardar a volta do Senhor Jesus.

Em todos esses tempos precisamos revelar fé e obras, sabedoria.

 

SUBSÍDIO 3

Professor (a), neste último tópico da lição, sugerimos que você apresente o resumo dos capítulos exposto logo abaixo. Você poderá dispor do quadro e fazer um breve resumo concluindo a lição.

CAPÍTULO 1

PERMANECER CONFIANTE

O QUE O CRISTÃO TEM

CAPÍTULO 2

SERVIÇO COMPASSIVO

O QUE O CRISTÃO FAZ

CAPÍTULO 3

FALA CUIDADOSA

O QUE O CRISTÃO DIZ

CAPÍTULO 4

SUBMISSÃO CONTRITA

O QUE O CRISTÃO SENTE

CAPÍTULO 5

INTERESSE EM COMPARTILHAR

O QUE O CRISTÃO DÁ DE SI MESMO

 

CONCLUSÃO

A Carta de Tiago é inspiradora para os cristãos de todas as épocas. Ela é dirigida a um público que estava passando por muitas aflições e está repleta de ensinamentos práticos e atuais. Essa Carta nos desafia a viver uma vida de autenticidade em Jesus Cristo. Ao estudá-la, somos desafiados não apenas a fortalecer nossa fé, mas também impactar positivamente aqueles ao nosso redor, vivendo a Palavra de Deus e não sendo somente ouvintes.

- Creio o versículo chave desta carta é Tiago 1:27 – A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo se guardar incontaminado do mundo. Esta Carta de Tiago tem uma teologia prática: A fé sem obras é morta (Tg. 2:17, 26). A justificação pelas obras, a qual Tiago defende, é a justificação diante do homem, a justificação de nossa profissão de fé através de uma vida consistente. Paulo batalha pela doutrina da “justificação pela fé”, mas essa é justificação diante de Deus, um ser considerado e aceito como justo em virtude da justiça de Cristo, que é recebida pela fé.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. A quem é atribuída a autoria da Carta que será estudada no trimestre?

A Carta é atribuída a Tiago, o Justo, irmão de Jesus e líder da igreja em Jerusalém.

2. Qual era o contexto em que Tiago a escreveu?
Tiago escreveu em um contexto de perseguição aos cristãos.

3. Como é o estilo da Carta de Tiago?

O estilo da Carta é direto e prático, refletindo a personalidade de Tiago como um líder pastoral preocupado com a vida cotidiana dos crentes.

4. Qual é o propósito da Carta estudada?

O principal propósito é incentivar os cristãos a amadurecerem na fé, enfrentando as provações com alegria, sabendo que a prova da fé produz perseverança.

5. Quais são os destinatários da Carta de Tiago?

A Carta é direcionada às “doze tribos dispersas entre as nações” (Tg 1.1).