Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria.” (SI 51.6)
Entenda
o Texto Áureo:
- Tu me fazes – pode ser tomado
para expressar o gracioso propósito de Deus em vista de Sua requisição estrita;
um propósito do qual Davi poderia ter se aproveitado como um exame ao seu amor
natural pelo pecado, e, ao não fazê-lo, agravou sua culpa. verdade… e…
sabedoria – são termos frequentemente usados para piedade (compare Jó
28:28; Salmo 119:30).
RESUMO DA LIÇÃO
A autenticidade da fé cristã é a chave para uma vida plena em
Deus.
Entenda
o Resumo da Lição:
- Fé cristã autêntica é aquela
que, a exemplo do salmista, reconhece o que éramos por natureza: Em iniquidade fui formado;
concebido em pecado (5). As tendências e disposições pecaminosas têm sua
origem na contaminação da raça humana, parte da dívida do homem como nascido de
uma raça caída. Deus deseja a verdade (emeth, autenticidade, fidelidade,
integridade) no íntimo. No oculto me fazes conhecer a sabedoria tem sido
traduzido como: "Portanto, ensina-me a sabedoria no secreto do meu
coração". Esta percepção leva a uma oração renovada por purificação.
TEXTO BÍBLICO
Tiago 1.1-4
1
Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam
dispersas: saúde.
- às doze
tribos que estão na dispersão – ou seja, “às doze tribos dispersas entre as
nações” (NVI). A dispersão é um termo comum aplicado ao espalhamento das doze
tribos resultante de seus repetidos cativeiros. Houve quatro dispersões
principais – a babilônica, a egípcia, a síria e a ocidental na Grécia e Itália.
Em Jo 7:35 é mencionado os “dispersos entre os gregos”, ou gentios. Josefo diz:
“A raça dos judeus tem sido amplamente dispersa entre os habitantes do mundo,
mas a maior mistura tem acontecido na Síria”. Compare a bela saudação em 2 Macabeus
1:1, dos judeus de Jerusalém aos judeus do Egito: “Os irmãos, os judeus que
estão em Jerusalém e na terra da Judeia, desejam aos irmãos que estão em todo o
Egito saúde e paz”. O menino Jesus esteve por um breve período entre a
dispersão do Egito. As duas epístolas de Pedro também são dirigidas à
“dispersão”. No entanto, é claro que Tiago dirige especialmente esta epístola
ao Israel cristão em Israel; as doze tribos nas doze tribos, que aceitaram a
Jesus Cristo. Se toda a dispersão dos judeus é nominalmente, e, em algumas
partes, diretamente dirigida, é porque ao seu forte sentimento judaico todos
nominalmente pertencem ao Messias, e todos devem aceitar sua epístola como
dirigida a eles. [Whedon, 1874]
2
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações.
- Meus irmãos – uma frase
frequentemente encontrada em Tiago, marcando comunidade de povo e de fé. toda
alegria – causa para maior alegria (Grotius). Nada além de alegria
(Piscator). Conte todas as várias provações como sendo cada uma motivo de
alegria (Bengel). vos encontrardes – inesperadamente, de modo a
ser envolvido por elas (assim o grego original). provações – não
no sentido limitado de seduções ao pecado, mas sim provações ou aflições de
qualquer tipo que testam e purificam o caráter cristão. Compare “provação” com
Gênesis 22:1. Alguns daqueles a quem Tiago escreve estavam “doentes” ou
“aflitos” (Tiago 5:13). Toda prova possível para o filho de Deus é uma
obra-prima da estratégia do Capitão da sua salvação para o seu bem.
3
Sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.
- a prova – o teste da sua
fé, a saber, por “várias provações”. Compare Romanos 5:3, a tribulação produz
paciência e experiência de paciência (no original dokime, semelhante a
dokimion, “provando”, aqui; lá está a experiência: aqui o “provando” ou
testando, de onde a experiência flui). perseverança – resistência
e continuidade (compare Lucas 8:15).
4
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e
completos, sem faltar em coisa alguma.
- sejais
maduros e íntegros. O significado disso é explicado na frase seguinte – “não faltando em
coisa alguma “; isto é, que não falte nada para tonar seu caráter completo.
Pode haver os elementos de um bom caráter; pode haver princípios sólidos, mas
esses princípios podem não estar plenamente realizados de modo a mostrar o que
são. Aflições, talvez mais do que qualquer outra coisa, farão isso, e devemos,
portanto, permitir que façam tudo o que estão aptas para fazer no
desenvolvimento do que é bom em nós. A ideia aqui é que é desejável não só ter
os elementos ou princípios da piedade na alma, mas tê-los executados com
justiça, de modo a mostrar qual é a sua verdadeira disposição e valor. [Barnes,
1870]
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mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material, CONSIDERE fazer uma contribuição. Qualquer valor é
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INTRODUÇÃO
Neste trimestre, nossa jornada será junto à Carta de Tiago, o
irmão de Jesus. Ele buscou encorajar os cristãos judeus que haviam sido
dispersos pela perseguição e estavam peregrinando por outras terras. Estes
cristãos judeus estavam sofrendo as aflições como bons soldados de Cristo (Tg
1.1). Por isso, a Carta de Tiago é repleta de conselhos práticos para uma vida
cristã bem-sucedida, pois o objetivo é auxiliar os leitores a amadurecerem na
fé cristã, trazendo esperança em meio às tentações. Por essa razão, já na
introdução da Carta, Tiago fala a respeito de suportar as provações e
tribulações da vida (vv. 2,3). Nessa primeira lição, veremos a autoria, os
destinatários, a importância e o propósito dessa Carta, bem como a sua
atualidade e o convite que ela faz para vivermos uma vida cristã autêntica.
- A carta de Tiago é
um dos livros mais atuais e necessários para a igreja contemporânea. Tiago é
comparado ao sermão do monte. Ele tem princípios práticos. Ele tange os grandes
temas da vida cristã de forma clara, direta e rica. Tiago está preocupado com a
prática do cristianismo. Para ele não basta ter um credo, fazer uma profissão
de fé ortodoxa, é preciso viver de forma digna de Deus. A leitura deste livro nos
desafiará a fazer um balanço de nossa vida, um diagnóstico de nossa experiência
cristã. É impossível colocar-se diante do espelho deste livro sem identificar a
necessidade de sermos corrigidos por Deus. Vamos ver o que o trimestre nos
reserva!
I. A CARTA DE
TIAGO
1. A autoria. A Carta de Tiago é
atribuída a Tiago, o Justo, irmão de Jesus e líder da igreja em Jerusalém (Mt
13.55). Tiago não creu em Jesus durante o ministério público do Senhor (Jo
7.5). Porém, após abraçar a fé cristã, provavelmente quando Jesus lhe apareceu
após a ressurreição (1Co 15.7) tornou-se uma liderança respeitada na igreja do
primeiro século. Sua Liderança é reconhecida por diversos estudiosos e
mencionada em outros textos bíblicos, como no livro de Atos (At 12.17; 1513;
21.18).
- Tiago, como todas
as epístolas gerais com exceção de Hebreus, leva o nome do seu autor (v. 1). Dos
quatro homens que se chamam Tiago no Novo Testamento, somente dois são
candidatos à autoria dessa epístola. Ninguém tem considerado seriamente Tiago,
o menor, filho de Alfeu (Mt 10.3; At 1.13), ou Tiago, pai de Judas, não o
Iscariotes (Lc 6.16; At 1.13). Alguns sugeriram Tiago/filho de Zebedeu e irmão
de João (Mt 4.21), mas ele foi martirizado muito cedo para tê-la escrito (At
12.2). Resta-nos somente Tiago, o meio-irmão mais velho de Cristo (Mc 6.3) e
irmão de Judas (Mt 13.55), que também escreveu a epístola que leva o seu nome
(Jd 1). A princípio, Tiago havia rejeitado Jesus como Messias (Jo 7.5), mas
depois creu (ICo 15.7). Tornou-se o principal líder na igreja de Jerusalém (cf.
At 12.17; 15.13; 21.18; Gl 2.12), sendo chamado de uma das "colunas"
dessa igreja, junto com Pedro e João (Gl 2.9). Também conhecido como Tiago, o
justo, por causa de sua devoção à justiça, ele foi martirizado por volta de 62
d.C., segundo Josefo, historiador judeu do século 1º. Uma comparação do
vocabulário original de Tiago na carta que ele escreveu, que está registrada em
Atos 15, com o que se encontra na epístola de Tiago corrobora o fato de que ele
foi o autor dessa epístola.
2. O contexto histórico e a data. Tiago
escreveu a Carta em um contexto de perseguição aos cristãos. A citação “às doze
tribos dispersas”, refere-se aos crentes de origem judaica. Algumas palavras
utilizadas por Tiago demonstram que os destinatários estavam familiarizados com
o judaísmo, como por exemplo: referência à reunião em uma sinagoga; a
Abraão como pai e as semelhanças com a literatura sapiencial judaica, em
especial com o livro de Provérbios. A Bíblia de Estudo Pentecostal data a
produção da Carta de Tiago entre os anos 45 e 49 d.C., aproximadamente.
- Tiago escreveu com
a autoridade de alguém que havia visto pessoalmente o Cristo ressurreto (ICo
15.7), foi reconhecido como um parceiro dos apóstolos (Gl 1.19) e foi o líder
da igreja de Jerusalém. O mais provável é que Tiago tenha escrito essa epístola
aos cristãos dispersos (1.1) em consequência da agitação registrada em At 12
(c. 44 d.C.). Não há menção ao Concilio de Jerusalém descrito em At 15 (c. 49
d.C:), o que seria esperado se esse concilio já tivesse ocorrido. Portanto, é
certo que a epístola de Tiago foi escrita entre c. 44-49 d.C., o que o torna o
livro mais antigo do cânon do Novo Testamento. Os destinatários dessa carta
eram cristãos judeus que haviam sido dispersados (1.1), possivelmente em
consequência do martírio de Estêvão (At 7; 31-34 d.C.); porém, o mais provável
é que a causa da dispersão tenha sido a perseguição sob o governo de Herodes
Agripa I (At 12; c. 44 d.C.). O autor refere-se ao seu público como
"irmãos" por 15 vezes (1.2,16,19; 2.1,5,14; 3.1,10,12; 4.11;
5.7,9-10,12,19), o que era um epíteto comum entre os judeus do século 1º. Não é
de surpreender, então, que Tiago tenha um conteúdo judaico. Por exemplo, a
palavra grega traduzida por "sinagoga" (2.2) é a palavra usada para
"congregação". Além disso, Tiago contém mais de 40 referências ao Antigo
Testamento (e mais de 20 ao sermão do Monte, Mt 5—7). Tiago, com sua devoção a
afirmações diretas e pungentes sobre o modo de viver sábio, faz-nos lembrar o
livro de Provérbios. Tem uma ênfase prática, que destaca não o conhecimento
teórico, mas a conduta piedosa. Tiago escreveu com um desejo ardente de que
seus leitores fossem firmemente obedientes à Palavra de Deus. Ele usou, pelo
menos, 30 referências à natureza (p. ex., "onda do mar" [1.6];
"répteis" [3.7] e "o céu deu chuva” [5.18]), como é próprio de
alguém que passou muito tempo ao ar livre. Tiago complementa a ênfase de Paulo
na justificação pela fé com sua própria ênfase nos frutos espirituais que
demonstram a verdadeira fé.
3. Estilo e estrutura. O estilo da
Carta é direto e prático, refletindo a personalidade de Tiago como um líder
pastoral preocupado com a vida cotidiana dos crentes. Sua estrutura inclui
conselhos práticos, exortações e ensinamentos morais, tornando-a bastante
acessível e aplicável. O texto de Tiago fornece uma espécie de espelho, onde os
cristãos podem se olhar de forma atenta e demorada, buscando ajustar o seu modo
de vida e a sua crença (a ortodoxia e a ortopraxia), além de fortalecer e
encorajar os fiéis em meio às dificuldades.
- Tiago omite, quase
por completo, uma discussão teológica. Suas pressuposições são ortodoxas. Seu
estilo é direto e objetivo. Combate pecados e atitudes que prejudicam a vida e
o testemunho dos cristãos. Apresenta o imenso valor de se viver segundo a
sabedoria do alto, isto é, de acordo com a revelação de Deus. Tiago escreve
esta carta para ajudar os crentes dispersos a vencerem as provações a que
estavam expostos, buscando, ao mesmo tempo, o alvo da maturidade cristã.
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PENSE!
Você acredita que a Carta de Tiago tem conselhos importantes
para os crentes da atualidade?
PONTO IMPORTANTE!
Embora escrita em uma época distinta da nossa, a Carta de Tiago
tem conselho para os crentes do nosso tempo.
SUBSÍDIO 1
Professor (a), explique aos alunos que “Tiago, irmão de Jesus é
o autor da Carta que leva seu nome. Tiago encontrou-se com o Jesus ressurreto
(1 Co 15.7) junto com os outros discípulos, no Pentecostes (At 1.14), e se
tornou o líder reconhecido da igreja de Jerusalém (At 15.13-21).
Após uma breve introdução e saudação (1.1), ele Lança um chamado
aos seus leitores para perseverar em face da provação (1.2-4), lembrando-os da
confiança na capacidade de Deus de ajudar (1.4-8), em vez de confiar nos
recursos deles mesmos (1.9-11). Tiago deixa claro que Deus recompensará os que
se mantiverem firmes (1.12), mas os que cederem à tentação cairão na armadilha
do pecado e serão levados à morte (1.13-15). Ele está particularmente
preocupado com a forma como seus leitores falam, por isso deseja que eles
evitem a fala raivosa (1.19), descontrolada (1.26), caluniosa (4.11) ou
prepotente (4.13-17). A mensagem central da Carta é que os cristãos têm que
praticar a Palavra de Deus, não apenas ouvi-la (1.22-25), pois a ‘a fé sem as
obras é morta’ (2.14-26).” (Adaptado de Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio
de Janeiro: CPAD, 2013, p 383.)
II. PROPÓSITO E
ATUALIDADE DA CARTA DE TIAGO
1. Propósito da Carta. O
principal propósito é incentivar os cristãos a amadurecerem na fé, enfrentando
as provações com alegria, sabendo que a prova da fé produz a paciência (Tg
1.2-4). Esse chamado ao crescimento espiritual é central em todo o texto. O
alvo de Tiago é que os crentes vivam a sua fé de uma maneira sólida e
demonstrem a verdadeira maturidade que a fé em Jesus Cristo pode produzir.
Ouvir a Palavra de Deus e não a colocar em prática é o mesmo que não crer que
ela é a “palavra da verdade” que pode salvar o pecador (v. 21).
- Sem dúvida, a
Carta de Tiago é um livro prático e tem muito a ver com a literatura
sapiencial. Esta Cata fala sobre a importância da sabedoria e a importância da
fé e das obras. A palavra: obras - aqui, precisa ser compreendida como frutos
de uma vida de fé. O escritor apela aos crentes para que sejam não apenas
ouvintes da Palavra, mas praticantes; não apenas religiosos, mas crentes,
seguidores de Jesus. A fé e as obras são duas coisas de uma mesma realidade:
nossa vida com Deus. A fé é com a raiz de uma árvore, invisível. As obras são
os frutos da árvore, visíveis. Os crentes são as árvores de Deus que dão seus
frutos por causa da fé, das suas raízes em Cristo Jesus.
2. Aplicação prática. Os
ensinamentos de Tiago são extremamente práticos, abordando questões como: o
controle da língua, a pureza moral e a justiça social. Esses temas continuam
sendo relevantes em nossa vida diária, demonstrando a atualidade da Carta. Para
um bom aproveitamento do estudo da Carta de Tiago, é importante pensar em como
podemos ajudar as pessoas (e a nós) a serem praticantes da Palavra, e não
apenas ouvintes (v. 22).
- O tema central de
Tiago é: o nascimento (1.13-19a), o crescimento (1.19b-25) e a maturidade (1.26
- 5.6) do cristão.^ Através das provas, pela paciência, recebemos a coroa. Encontramos em
Tiago instruções simples, diretas e valiosas. Tratando das provações, ele
disse: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias
provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz
perseverança” (Tg 1.2-3). Sobre a obediência à palavra de Deus, Tiago
escreveu: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes,
enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22). E para combater a noção de salvação
pela fé sem a obediência, acrescentou: “Verificais que uma pessoa é
justificada por obras e não por fé somente.... Porque, assim como o corpo sem
espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2.24,26). Tiago
mostrou sua preocupação com o perigo de alguém abandonar a fé em Cristo, e
encerrou a carta com orientações sobre o resgate dos desviados: “Meus
irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei
que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma
dele e cobrirá multidão de pecados” (Tg 5.19-20). Do começo ao fim, o livro
de Tiago apresenta instruções práticas que podem e devem ser aplicadas em
nossas vidas a cada dia.
3. Convite à autenticidade. O
que é autenticidade? Autenticidade é a prática de ser
verdadeiro consigo mesmo e com os outros, mantendo a coerência entre crenças,
valores e ações. É uma qualidade que promove a integridade pessoal,
relacionamentos saudáveis e uma vida plena em Cristo. Autenticidade na vida
espiritual fala sobre praticar a fé de maneira que realmente possa “ressoar”
com a crença em Cristo, e não apenas seguir rituais ou tradições por obrigação.
Tiago faz um forte convite para que os cristãos sejam autênticos em sua fé,
vivendo de acordo com os ensinamentos de Cristo. Este convite é um chamado para
uma vida de integridade, em que a fé se reflete em ações concretas e
transformadoras. Tiago encoraja os que sofrem a terem a certeza de que Deus
está trabalhando por meio das aflições para nos moldar e encorajar a nossa fé.
- O alvo de Deus em
nossa vida é a maturidade cristã (1.2-4,12; Rm 8.29; Cl 1.28). À medida que
somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que Ele está fazendo
(1.5). Deus nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis. Para
alcançar esse alvo da maturidade. Deus faz três coisas (Ef 2.8-10): em primeiro
lugar, há uma obra que Deus realiza por nós: a salvação. Em segundo lugar, há uma
obra que Deus realiza em nós: a santificação. Em terceiro lugar, há uma obra
que Deus realiza através de nós: o serviço. A mensagem de Tiago é direta e
objetiva. Diferente das epístolas de Paulo, Pedro e João, a carta de Tiago não
inclui saudações pessoais. As exortações começam no segundo versículo e
continuam até o último. Os temas abordados nos cinco capítulos de Tiago são
diversos, todos focando a importância de viver conforme a fé:
Capítulo 1 enfatiza as atitudes certas diante de
provações e tentações e chama os leitores a serem praticantes, e não apenas
ouvintes, da palavra do Senhor.
Capítulo 2 aborda dois assuntos: (1) a condenação
de preconceitos socioeconômicos na igreja e (2) a necessidade de obras que
demonstram a autenticidade da fé.
Capítulo 3 apresenta uma das advertências mais
fortes do Novo Testamento sobre o uso errado da língua e nos chama a buscar a
sabedoria divina.
Capítulo 4 condena várias atitudes carnais que
atrapalham o serviço a Deus.
Capítulo 5 encerra a epístola com várias instruções
que exigem uma perspectiva eterna e espiritual, e não materialista e carnal.
SUBSÍDIO 2
Professor (a), dê início ao tópico explicando que “a Carta de
Tiago, com frequência, é descrita como ‘literatura de sabedoria’, semelhante a
Provérbios e Eclesiastes. Tiago, como esses dois livros do Antigo Testamento,
usa exemplos breves da história (2.21-24,25; 5.10,11,17,18) ou do mundo
observável (1.11,23-25); 3.3-8) para salientar a verdade eterna de Deus.
Contudo, Tiago apresenta a fraqueza de profetas como Jeremias e Amós, além de
ter muita coisa que lembra o Sermão do Monte de Jesus (Mt 5 — 7). A Epístola de
Tiago, ao contrário das outras cartas do Novo Testamento, não segue um
argumento claro do início ao fim; parece mais com uma série de breves histórias
— ou até mesmo sermões — que indicam o tipo de vida que agrada a Deus (1.12).”
(Adaptado de Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p
384.)
PENSE!
Você já se perguntou o quanto a sua vida é influenciada pelas
expectativas dos outros em vez de refletir quem você realmente é?
PONTO IMPORTANTE!
Viver de maneira autêntica em Jesus Cristo não apenas transforma
nossa própria vida, mas também impada positivamente nossos relacionamentos e a
maneira como nos conectamos com as pessoas ao nosso redor.
III. A
IMPORTÂNCIA DA CARTA
1. Os destinatários. A
Carta é direcionada às “doze tribos dispersas entre as nações” (Tg 1.1).
Estudiosos colocam o período da escrita da Carta como após os acontecimentos
registrados em Atos 8, que causou a morte de Estêvão e Levou à dispersão dos
cristãos. Embora ela tenha sido escrita para os primeiros judeus convertidos,
seu conteúdo é útil para todos os crentes em Cristo, em todas as épocas. Os
Leitores da Carta estavam enfrentando um ambiente hostil à fé e isso longe do
seu “lar”. Como esses primeiros cristãos, nós também somos peregrinos e
forasteiros neste mundo.
- Os destinatários
da carta são identificados como as “doze tribos que se encontram na
Dispersão” (Tg 1.1). Esta linguagem admite duas interpretações. No Antigo
Testamento, a nação de Israel foi conhecida como as doze tribos, descendentes
dos filhos de Jacó. Se Tiago usa o termo neste mesmo sentido, o conteúdo do
livro mostra que esses judeus seriam pessoas já convertidas a Cristo. No Novo
Testamento, porém, o foco está em Israel espiritual, aqueles que imitam a fé de
Abraão, independente da sua descendência carnal. O próprio Jesus introduziu
esta ideia (Jo 8.39-40), e seus seguidores empregaram termos como judeus e as
doze tribos neste mesmo sentido (Rm 2.28-29; Ap 7.4 comparado com 14.3-5).
2. Relevância da Carta para a Igreja Primitiva. A
Carta de Tiago servia como um guia moral e espiritual, ajudando os
cristãos a manterem sua fé em meio às provações. A ênfase na perseverança e na
ação prática reforçava a necessidade de uma fé viva e ativa. A Carta de Tiago
desempenhou um papel importante na formação da ética e da prática da Igreja do
primeiro século. Uma das contribuições mais significativas de Tiago é a sua
discussão sobre a relação entre fé e obras. Ele afirma que a fé sem obras é
morta (Tg 2.26). Esta ênfase na necessidade de demonstrar a fé por meio de
ações era crucial para uma Igreja que buscava estabelecera credibilidade e a
autenticidade da sua mensagem em um ambiente, muitas vezes, hostil e cético.
- Esta Carta de
Tiago foi o primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito. À luz do Novo
Testamento, os escritores do Novo Testamento, Tiago, Paulo, Pedro, João, Judas,
Mateus, Marcos, Lucas, todos eles, e os crentes em geral, a Igreja de Jesus
Cristo como um todo, todos se viam como herdeiros das promessas de Deus feitas
à nação de Israel. Eles criam que eles eram o Povo do Senhor, o Povo de Deus,
em quem as promessas de Deus no Antigo Testamento tinham se cumprido. Os planos
de Deus se cumpriram na Igreja de Cristo, onde temos a construção de uma nova
humanidade, uma nova família, sem muros de separação e discriminação, se cumpre
(I Pd. 2:5-10; Gl. 3:22-29; Ef. 2:11-22; etc). No Novo Testamento não é judeu
quem o é apenas exteriormente, mas é aquele que o é interiormente: A verdadeira
circuncisão é do coração (Rm. 2:28-29; Dt. 10:16). Deus olha o coração, o
interior e não o exterior. Na Carta aos Gálatas, onde o apóstolo Paulo fala
sobre a salvação pela graça e não pela fé, ele termina sua Carta dizendo que
graça e misericórdia sejam sobre todo o Israel de Deus (Gl. 6:16). É claro que
o apóstolo Paulo não está falando para o Israel nação, no sentido literal, mas
no sentido espiritual. Deus não faz acepção de pessoas, nem cor, nem etnia, nem
sexo e em Cristo Jesus, o Seu Filho, somos todos um, somos o Seu Israel, o
Israel de Deus. Os escritores do Novo Testamento, os crentes em geral do primeiro
século, não se viam como um segundo plano, mas como o plano A de Deus. As
promessas feitas à mulher no Jardim, a Abraão, ao povo de Israel, a Davi, por
meio de todos os escritores do Antigo Testamento se cumpriram em Jesus Cristo e
para a Sua Igreja, os seus discípulos.
3. A sua contemporaneidade. Na
Carta também encontramos temas relevantes como: a importância da oração, a
paciência nas provações, e o controle da Língua (Tg
1.19-27; 3.1-12; 5.13-18). Suas admoestações oferecem orientações valiosas para
os cristãos contemporâneos. A ênfase de Tiago, na autenticidade e na coerência
entre fé e obras, desafia os crentes a viverem de maneira que reflitam
verdadeiramente os ensinamentos de Jesus.
- Esta Carta não é
uma obra doutrinária, mas um livro com conselhos gerais para os crentes e de
encorajamento, pois no primeiro século os cristãos sofreram perseguição de toda
sorte. Esta Carta de Tiago lembra o livro de Provérbios no Antigo Testamento ao
tratar de temas tão importantes naquela obra sapiencial. Por exemplo, a palavra
sabedoria - σοφία -aparece logo no seu início (Tg. 1.5) e mais três vezes no
capítulo 3 de Tiago (Tg. 3.13, 15, 17). Esta palavra - σοφία – sabedoria –
aparece 143 no texto grego do Antigo Testamento – a LXX – a Septuaginta. 45
vezes só no livro de Provérbios. Em
hebraico sabedoria é: חָכְמָה (lê-se: rrorrmar) e aparece 149 vezes no texto
hebraico, mas foi traduzida 143 vezes por σοφία no texto da LXX. Além do
assunto mencionado acima, há outros assuntos presentes nesta Carta de Tiago que
merercem destaque:
1. O sofrimento (Tg. 1:2-3);
2. O tratamento dos órfãos e viúvas (Tg. 1:27);
3. O dever de não menosprezar os pobres (Tg.
2:1-13);
4. A importância das obras como expressão da nossa
fé; pois a fé sem obra é nada; a doutrina certa sem humildade, piedade, serviço
em favor dos outros, principalmente os mais vulneráveis, é nada (Tg. 2:14-26);
5. O cuidado no uso da língua, em nosso falar, as
nossas palavras podem dar vida ou tirar a vida; curar ou ferir, etc. O uso
errado da língua tem a ver com a sabedoria do mundo, terrena, demoníaca. O uso
certo, proveitoso, inteligente da língua, tem a ver com a sabedoria de Deus que
se revela na vida de uma pessoa que sabe o que falar, como falar, quando falar,
porquê falar, quanto falar, para que falar, com quem falar (Tg. 3:1-18); quando
temos sabedoria no falar, nós promovemos a paz;
6. O valor do interior de nosso ser e não apenas do
exterior. O ser interior, o nosso “eu” precisa estar submisso a Deus e não ao
mundo ou ao diabo para que tenhamos um relacionamento abençoador com o nosso
próximo (Tg. 4:1-17);
7. A volta do Senhor Jesus (Tg. 5:1-20).
Em síntese, tudo que temos nessa obra de Tiago tem
a ver com a necessidade da sabedoria de Deus em nós. A Carta de Tiago é o Novo
Livro de Sabedoria no Novo Testamento. A importância desta Carta de Tiago para
nós encontra-se na variedade de assuntos relevantes que ela trata, independente
do tempo e lugar. O seu escritor espera que seus leitores tenham uma fé
verdadeira, sabedoria que vem de Deus, e que dê bons frutos nas mais diferentes
áreas, tempos, circunstâncias desta vida, tais com:
Tempos de provas e tentações;
Tempo de ouvir e falar;
Tempo de controlar a língua e a ira;
Tempo de relacionar com pessoas vulneráveis tais
como as viúvas, os órfãos, os estrangeiros, os subempregados, os pobres, etc;
trata-los com justiça, amor, sem preconceitos, discriminação, etc.
Tempo de viver a pressão do mundanismo, da pobreza
e do sofrimento;
Tempo de não se precipitar em julgar os outros;
Tempo da intimidade com Deus, da paciência e da
responsabilidade cristã;
Tempo de aguardar a volta do Senhor Jesus.
Em todos esses tempos precisamos revelar fé e
obras, sabedoria.
SUBSÍDIO 3
Professor (a), neste último tópico da lição, sugerimos que você
apresente o resumo dos capítulos exposto logo abaixo. Você poderá dispor do
quadro e fazer um breve resumo concluindo a lição.
CAPÍTULO 1 |
PERMANECER
CONFIANTE |
O
QUE O CRISTÃO TEM |
CAPÍTULO 2 |
SERVIÇO
COMPASSIVO |
O
QUE O CRISTÃO FAZ |
CAPÍTULO 3 |
FALA
CUIDADOSA |
O
QUE O CRISTÃO DIZ |
CAPÍTULO 4 |
SUBMISSÃO
CONTRITA |
O
QUE O CRISTÃO SENTE |
CAPÍTULO 5 |
INTERESSE
EM COMPARTILHAR |
O
QUE O CRISTÃO DÁ DE SI MESMO |
CONCLUSÃO
A Carta de Tiago é inspiradora para os cristãos de todas as
épocas. Ela é dirigida a um público que estava passando por muitas aflições e
está repleta de ensinamentos práticos e atuais. Essa Carta nos desafia a viver
uma vida de autenticidade em Jesus Cristo. Ao estudá-la, somos desafiados não
apenas a fortalecer nossa fé, mas também impactar positivamente aqueles ao
nosso redor, vivendo a Palavra de Deus e não sendo somente ouvintes.
-
Creio o versículo chave desta carta é Tiago 1:27 – A religião pura e sem
mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas
suas tribulações e a si mesmo se guardar incontaminado do mundo. Esta Carta de
Tiago tem uma teologia prática: A fé sem obras é morta (Tg. 2:17, 26). A
justificação pelas obras, a qual Tiago defende, é a justificação diante do
homem, a justificação de nossa profissão de fé através de uma vida consistente.
Paulo batalha pela doutrina da “justificação pela fé”, mas essa é justificação
diante de Deus, um ser considerado e aceito como justo em virtude da justiça de
Cristo, que é recebida pela fé.
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que
o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
• Graduado
em Gestão Pública;
• Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduado
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
• Professor
de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA,
1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD
Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB,
2015).
• Pastor
da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
Quer
falar comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp:
8398730-1186
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HORA DA REVISÃO
1. A quem é atribuída a autoria da Carta que será estudada no
trimestre?
A Carta é atribuída a Tiago, o Justo, irmão de Jesus e líder da
igreja em Jerusalém.
2. Qual era o contexto em que Tiago a escreveu?
Tiago escreveu em um contexto de perseguição aos cristãos.
3. Como é o estilo da Carta de Tiago?
O estilo da Carta é direto e prático, refletindo a personalidade
de Tiago como um líder pastoral preocupado com a vida cotidiana dos crentes.
4. Qual é o propósito da Carta estudada?
O principal propósito é incentivar os cristãos a amadurecerem na
fé, enfrentando as provações com alegria, sabendo que a prova da fé produz
perseverança.
5. Quais são os destinatários da Carta de Tiago?
A Carta é direcionada às “doze tribos dispersas entre as nações”
(Tg 1.1).