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16 de dezembro de 2024

EBD ADULTOS| Lição 12: A Promessa de Vida Abundante |4° Trim/2024

Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.” (Jo 10.9,10)

Entenda o Texto Áureo:

- se alguém entrar por mim – seja pastor ou ovelha. será salvo – o grande objetivo do ofício pastoral, como de todos os arranjos divinos para a humanidade. e entrará, e sairá, e achará pasto como lugar de segurança e repouso; como “pastagens verdejantes e águas tranquilas” (Salmo 23:2) para nutrição e renovação, e tudo isso só é transferido para outro clima, e desfrutado de outra maneira, no final desta cena terrena (Apocalipse 7:17). O inimigo traz a morte; o verdadeiro Pastor, a vida. As três personagens aqui não devem confundidas. O ladrão é o impostor religioso, o herege, o faccioso e o perseguidor. O mercenário é o pastor mundano, aquele que considera unicamente seu próprio interesse. O lobo é o diabo; apresentando-se em todas as formas externas de tentação, pecado e destruição. Oposto a tudo isso é o Bom Pastor, com seu rebanho abençoado de verdadeiros pastores, que, como ovelhas também, tomam lugar no rebanho dEle. O ladrão não vem, senão para roubar, matar, e destruir – ou então, “O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir” (NVI). e a tenham em abundância – ou seja, a plenitude de uma vida imortal, celestial e glorificada. [Whedon, 1874].

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus tem uma promessa de vida abundante para quem se relaciona com Ele de maneira plena.

Entenda a Verdade Prática:

- Ao contrário de um ladrão, o Senhor Jesus não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que as pessoas tenham nEle uma vida significativa, intencional, alegre e eterna. Recebemos essa vida abundante no momento em que o aceitamos como o nosso Salvador.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 10.7-18

7. Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.

- sou a porta das ovelhas – isto é, o caminho para o rebanho, com todos os privilégios abençoados, tanto para pastores como para ovelhas (compare Jo 14:6; Efésios 2:18).

8. Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.

- Todos quantos vieram antes de mim – os falsos profetas; não como reivindicando as prerrogativas do Messias, mas como perverter o povo do modo de vida, todos apontando para Ele (Olshausen). as ovelhas não os ouviram – o instinto de seus corações divinamente ensinados, preservando-os dos sedutores, e ligando-os aos profetas enviados pelos céus, dos quais se diz que “o Espírito de Cristo estava neles” (1Pedro 1:11).).

9. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.

- João 10.9 e 10, Esses dois versículos são uma maneira proverbial de insistir que a fé em Jesus como o Messias e o Filho de Deus é o único meio para ser "salvo" do pecado e do inferno, e receber vida eterna. Somente Jesus Cristo é a única fonte verdadeira de conhecimento de Deus e a única base para a segurança espiritual.

10. O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância.

11. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

- Eu sou o bom Pastor – enfaticamente, e, no sentido pretendido, exclusivamente assim (Isaías 40:11; Ezequiel 34:23; Ezequiel 37:24; Zacarias 13:7). o bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas – Embora se possa dizer de pastores literais que, mesmo para o seu rebanho bruto, encontraram, como Davi, “o leão e o urso” com o risco de suas próprias vidas, e ainda assim mais pastores fiéis que, como os primeiros bispos de Roma, foram os principais a enfrentar a fúria de seus inimigos contra o rebanho comprometido com seus cuidados; todavia, aqui, sem dúvida, aponta para a luta que deveria ser dada na entrega voluntária da própria vida do Redentor, para salvar Suas ovelhas da destruição.

12. Mas o mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa.

- a quem as ovelhas não pertencem – quem não tem propriedade neles. Com isso, Ele aponta para sua própria relação peculiar com as ovelhas, as mesmas que as de seu Pai, o grande proprietário e senhor do rebanho, que o molda “Meu Pastor, o homem que é meu companheiro” (Zacarias 13:7). E, embora os fieis pastores sejam tão do interesse de seu Mestre, que eles sintam uma medida de Sua própria preocupação com o encargo deles, a linguagem é estritamente aplicável apenas ao “Filho sobre a sua própria casa” (Hebreus 3:6). vê o lobo vir – não o diabo distintamente, como alguns tomam [Stier, Alford, etc.], mas geralmente quem chega ao rebanho com intenção hostil, em qualquer forma: embora o iníquo, sem dúvida, esteja no fundo de tais movimentos [Luthardt].

13. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado das ovelhas.

- o contratado foge. Estas palavras são novamente um acréscimo ao texto, e devem ser omitidas com a grande maioria das melhores autoridades. Se as omitirmos este verso deve ser imediatamente ligado ao que precede, cuja última cláusula é um parêntese – “Mas aquele que é mercenário, e não o pastor, de quem não são as ovelhas, vê o lobo chegando, deixa as ovelhas e foge (e o lobo as apanha, e faz estragos), porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas”. O sentido não é afetado pela omissão, e as palavras foram aparentemente acrescentadas como um gloss para deixar claro o significado. O pensamento do mercenário é repetido para expressar a natureza do homem, e para reforçar o contraste com o Bom Pastor que se segue imediatamente.

14. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.

- Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas – no sentido peculiar de 2Timóteo 2:19. e pelas minhas sou conhecido – a resposta da alma à voz que interna e eficazmente a chamou; pois desse conhecimento amoroso mútuo, o nosso é o efeito dele. “O conhecimento do Redentor de nós é o elemento ativo, penetrando-nos com o Seu poder e vida; a dos crentes é o princípio passivo, a recepção de Sua vida e luz. Nesta recepção, entretanto, ocorre uma assimilação da alma ao sublime objeto de seu conhecimento e amor; e assim se desdobra uma atividade, ainda que derivada, que se mostra em obediência aos Seus mandamentos” (Olshausen). A partir desse conhecimento mútuo, Jesus se eleva a outra reciprocidade do conhecimento.

15. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai e dou a minha vida pelas ovelhas.

- Como o Pai me conhece, assim também eu conheço o Pai – Que pretensão de igualdade absoluta com o Pai poderia exceder isso? (Veja em Mateus 11:27). e dou a minha vida pelas ovelhas – Que sublime isso, imediatamente após a elevada afirmação da sentença precedente! São as riquezas e a pobreza do “Verbo feito carne” – uma Pessoa gloriosa, alcançando imediatamente o Trono e caindo até o pó da morte, “para que possamos viver através Dele”. Uma interpretação sincera das palavras, “Para as ovelhas”, deve ir longe para estabelecer a relação especial da morte vicária de Cristo com a Igreja.

16. Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.

- Ainda tenho outras ovelhas que não são deste curral; a estas também me convém trazer – Ele quer dizer os gentios que perecem, já Suas “ovelhas” no amor do Seu coração e o propósito da Sua graça de “trazê-los” no devido tempo. e ouvirão minha voz – Esta não é a linguagem da mera visão de que eles acreditariam, mas a expressão de um propósito para atraí-los para Si por um chamado interior e eficaz, que infalivelmente resultaria em sua espontânea ascensão a Ele. e haverá um rebanho – antes “um só rebanho” (pois a palavra “dobra”, como nos versos precedentes, é bem diferente). tenho outras ovelhas. Embora os apóstolos depois da morte de Cristo dificilmente pudessem ser induzidos a consentir em reunir os gentios na Igreja Cristã, mesmo assim o Espírito trouxe à sua lembrança ocasiões em que anunciou o chamado dos gentios. Eles também devem se lembrar que os profetas do Antigo Testamento, por mais restritos que sua dispensação às vezes seja considerada, proclamaram em termos exaltados a missão do Messias ao mundo gentio. deste aprisco. Cristo tem uma Igreja invisível mesmo no paganismo. A união de judeus e gentios em uma Igreja, sem superioridade de privilégio para nenhum deles, foi o início do cumprimento desta promessa de trazer as outras ovelhas. Mas a manifestação completa de um rebanho ainda está para acontecer quando a plenitude dos gentios vier e todo o Israel for salvo. um rebanho, e um pastor. As palavras descrevem lindamente o dia em que de todas as raças haverá um rebanho, um pastor! Aqui o último vestígio de figura, no termo ovelha, desaparece, e nosso Senhor desdobra em termos de simplicidade severa o mistério de sua morte voluntária para a humanidade.

17. Por isso, o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.

- Por isso o Pai me ama, porque dou a minha vida… – Como o ato mais elevado do amor do Filho ao Pai foi o estabelecimento de Sua vida pelas ovelhas em Seu “mandamento”, assim o Pai ‘ s amor a Ele como Seu Filho encarnado alcança sua consumação, e encontra sua mais alta justificação, naquele mais sublime e mais tocante de todos os atos. para tomá-la de volta – Sua vida de ressurreição sendo indispensável para a realização do fruto de Sua morte.

18. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai.

- Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e tenho poder para tomá-la de volta – É impossível que a linguagem expresse de forma mais clara e enfática a absoluta voluntariedade da morte de Cristo, tal voluntariedade como seria presunção manifesta em qualquer mera criatura para afirmar sua própria morte. Está além de toda dúvida a linguagem de Alguém que estava consciente de que Sua vida era a Sua própria (que nenhuma criatura é) e, portanto, de Sua entrega ou retenção à vontade. Aqui estava a glória do Seu sacrifício, que era puramente voluntário. A alegação de “poder para tomá-lo novamente” não é menos importante, pois mostrar que Sua ressurreição, embora atribuída ao Pai, no sentido que veremos no presente, foi, todavia, sua própria afirmação de seu próprio direito à vida assim que os propósitos de Sua morte voluntária foram cumpridos. Este mandamento – para dar a vida a Deus, para que Ele possa tomá-la novamente. recebi de meu Pai – De odo que Cristo morreu de uma vez por “comando” de Seu Pai, e por tal obediência voluntária àquele mandamento que o fez (por assim dizer) infinitamente querido ao Pai. A necessidade da morte de Cristo, à luz dessas profundezas, deve manifestar-se a todos, menos ao estudante superficial.

 

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a promessa da vida abundante prometida pelo Senhor Jesus, conforme João 10. A vida com Cristo se contrasta diretamente com a vida sem Ele. Quando estamos em Cristo, tudo o que ansiamos e desejamos tem outros fundamentos. A vida abundante em Cristo preenche lacunas que, até então, nem imaginávamos que poderiam ser preenchidas. Por isso, a vida abundante é uma promessa que começa e termina em Jesus, pois só mediante um relacionamento pessoal com Ele é possível desfrutar dessa vida.

- A promessa de vida em abundância em Jesus é um conceito central no cristianismo, baseado em João 10:10, onde Jesus diz: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." Esta palavra "abundante" no grego é perisson, que significa "muito, muito bem, além da medida, mais, supérfluo, uma quantidade tão abundante que chega a ser mais do que era de se esperar ou antecipar." Em suma, Jesus nos promete uma vida muito melhor do que poderíamos imaginar, um conceito que lembra 1 Coríntios 2:9: "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam." O apóstolo Paulo nos diz que Deus é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós (Efésios 3:20).

 

PALAVRA-CHAVE: VIDA

 

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I. JESUS, A FONTE DE VIDA ABUNDANTE

1. A fonte de verdadeira vida. O Evangelho de João, no capítulo 10, apresenta o Senhor Jesus como o “Bom Pastor”. Esse Pastor se relaciona com suas ovelhas, as protege, se dirigindo à frente delas, no caminho, para livrá-las do perigo (vv.3,4). Além dessa imagem de pastor, João 10 também apresenta Jesus como a Porta das Ovelhas (v.7). Essa porta simboliza o caminho de salvação espiritual, em que um relacionamento pessoal e eterno com Deus se torna possível e, tudo o que a ovelha necessita, será encontrado em Deus. Por isso, o nosso Senhor Jesus aparece nesse texto como a fonte da verdadeira vida. Quando o encontramos, podemos viver de verdade, fazendo o bem para glória de Deus.

- A parábola ou ilustração (v. 1-5) que Jesus usou não era de todo nova para os seus ouvintes. Em Ezequiel 34, aparece o mesmo exemplo do pastor e das ovelhas. Ali os governantes são condenados como negligentes, tirânicos, não se importando com as suas responsabilidades (4). Eles abusam da sua função (3) e se ali­mentam, ao invés de alimentar as ovelhas (2-3,8). Como resultado, as ovelhas se espa­lham (5) e tornam-se presas fáceis para todas as feras do campo (8). Consequentemente, Deus irá julgar os pastores indignos (10), e Ele mesmo irá reunir o rebanho desgarrado (12), alimentá-lo (14) e dar-lhe abrigo (15). Deus irá indicar um Pastor, da raiz de Davi (o Messias), e Ele mesmo alimentará o rebanho e será o seu Pastor (23). Então o rebanho terá paz, segurança (25), e possuirá todas as bênçãos da terra bem regada (26). O reba­nho é Israel (30) e pertence ao Senhor Deus (31). Outros usos do mesmo exemplo no Antigo Testamento são encontrados em Salmos 23; 74.1; 78.52, 71; 79.13; 80.1; 95.7; 100.3; Isaías 40.11; Jeremias 23:1-4. Falsos pastores aparecem em alguns casos; por exemplo, em Jeremias 2.8; 10.21; 12.10; Zacarias 11:3-9, 15-17. A mesma linguagem metafórica também aparece em outras partes do Novo Testamento; por exemplo, em Marcos 6.34; 14.27; Lucas 12.32; 15:3-7; Mateus 9.36; 15.24; 18:11-13; 26.31; Hebreus 13.20; 1 Pedro 2.25; 5.4. A razão para o uso frequente do exemplo pastor-rebanho é, sem dúvida, o fato de que os judeus tinham sido um povo pastoril durante muitas gerações. Este tipo de linguagem era fácil de ser entendido por todos. À medida que Jesus utiliza o exemplo aqui, todos os elementos essenciais aparecem: o rebanho, o aprisco, a porta, o pastor, os ladrões, os mercenários e os estranhos. Seria uma violência para a parábola tentar encontrar um equivalente exato e constante para cada um dos elementos, embora algumas coisas se­jam evidentes. Primeiramente, só existe uma entrada verdadeira para o curral. Aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador (1). O motivo e o método de abordagem do rebanho marcam as diferenças entre o ladrão e o pastor. O pecado e os seus agentes querem enganar e destruir, ao passo que o Bom Pastor (14) dá a sua vida pelas ovelhas (15). Em segundo lugar, existe o Bom Pastor (11), que entra no aprisco pela porta ­Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas (2). A palavra pastor é anarthrous em grego, e consequentemente "fixa a atenção no caráter, como algo distinto da pessoa". "O pastor não é um exemplo na parábola, ele é o exemplo; e é sobre a descrição do seu comportamento que se apoia a narrativa, para que a atenção dos leitores possa se concentrar ali. Não somente as ovelhas são as suas próprias ovelhas; não apenas ele tem toda a autoridade para aproximar-se delas; não apenas ele chama as suas ovelhas pelo nome; não apenas elas ouvem a sua voz, mas ele as traz para fora e, quando faz sair todas as suas ovelhas, vai diante delas, e elas o seguem".' Em terceiro lugar, Ele é o Criador da nova sociedade de crentes, isto é, daqueles que crêem nele. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz (3-4). A menção do porteiro ou guarda do portão é incidental na história. Mas uma coisa é importante. Existe um relacionamento entre o Pastor e as ovelhas que se baseia na natureza do Pastor — a sua voz, o seu conhecimento das ovelhas, a sua liderança, a sua orientação. Estas palavras devem ter significado muito para o homem que tinha sido curado da sua cegueira, e que fora excomungado da sua sinagoga (Jo 9.34) e expulso da sua família. Agora, ele era um membro da nova sociedade, um seguidor do Bom Pastor. A palavra usada para tirar para fora é a mesma traduzida como "expulsar" em Jo 9.34. Assim, realmente, ser expulso, sob o ponto de vista de Deus, é ser chamado para fora. Assim é a ekklesia (lit., "os chamados para fora"), a Igreja, a nova sociedade. Em quarto lugar, aqueles que pertencem a esta nova sociedade, a Igreja, são submissos a uma única voz, ...porque conhecem a sua voz. Mas, de modo nenhum, seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos (4-5). Existe uma gloriosa exclusividade em ser um membro do rebanho de Cristo — existe somente uma voz, um caminho, uma vontade que realmente importa. Em uma época de uma vida excessivamente complexa, o caminho garantido para a paz de espírito, para o enfoque nos propósitos corretos, e o comprometimento significativo é encontrado quando reconhecemos somente a sua voz. Esta "audição seletiva" é uma proteção não somente contra a heterodoxia, mas também contra a desintegração da personalidade (cf. 14-15). Thomas R. Kelly chama isto de "orientação habitual de todo o ser para aquele que é o Foco".

2. A fonte de vida abundante. Nos versículos 8-10 de João 10, nosso Senhor faz um contraste entre Ele, que é a porta, e os outros que vieram antes dEle, identificados como “ladrões e salteadores” que apenas trazem roubo, morte e destruição; nosso Senhor, pelo contrário, veio trazer vida no lugar da morte e vida com abundância (v.10). Aqui, podemos fazer um contraste entre o agir de Deus e a ação de Satanás e seus demônios. O Diabo, nosso Adversário, busca destruir a nossa vida, o plano de Deus para nós; Deus, por intermédio de seu Filho, nos devolveu a vida, nos amou, salvou, perdoou, apagou os nossos pecados e nos deu a dignidade de salvos em Cristo. Isso é a verdadeira vida que só Deus, mediante sua graça por meio de Cristo, pode nos dar.

- Outra vez Jesus se declara como sendo a porta (9), mas desta vez retrata os benefí­cios que vêm àquele que entra. Se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens (9). É agora um assunto de vida ou morte para as ovelhas. A única e verdadeira entrada significa a vida — a salvação, a segurança, o sustento. Mas a morte é encontrada no caminho falso, pois o ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir (10) — perda, morte, destruição. Contra este cenário se delineia o tema supremo do evangelho — a vida abundante pela fé em Cristo. Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância. Todo o propósito da missão de Jesus é dar a vida (20.31), e que esta vida seja de qualidade suprema (eterna), assim como infinita em quantidade (cf. Jo 1.16; 2.6ss.; Jo 4.14; 6.13; 7.38). O propósito e o plano de Deus não são apenas salvar o homem da morte, da destruição, da culpa, mas também torná-lo santo, "conforme a imagem do seu Filho" (Rm 8.29). Tal propósito só pode ser atingido de uma maneira; por meio da morte voluntária de Jesus. Simplesmente por ser o bom pastor, Ele dá a sua vida pelas ovelhas (11). Literalmente, o bom pastor pode ser traduzido como "O Pastor, aquele que é bom". A sua bondade é tão grande que Ele não encontra comparação — não existe Pastor como Ele. Alguns levantaram a questão de como Cristo pode ser ao mesmo tempo a Porta e o Pastor. Mas isto significa estar limitado pelos detalhes da parábola, porque Ele certamente é a Porta do aprisco, a única Entrada para a vida, e Ele é o Pastor das ovelhas, o Único que se preocupa o suficiente para dar a sua vida pelas ovelhas (cf. Jo 6.51).

3. A fonte de amor. No versículo 11, o Senhor Jesus menciona novamente a imagem do “Bom Pastor” que deu a sua vida pelas ovelhas que, além de proteger e cuidar, Ele as conhece bem; e as ovelhas também o conhecem (v.14). Nosso Senhor afirma que, da mesma forma que Ele é conhecido do Pai, conhece profundamente suas ovelhas e entregou sua vida por elas. Por isso, ninguém pode tirar as suas ovelhas de suas mãos, pois Ele zela por elas. A relação com suas ovelhas é baseada no amor que pode ser testemunhado no relacionamento de nosso Senhor com a Santíssima Trindade (vv.15,17). Dessa forma, o Senhor Jesus é a fonte de amor entre o Bom Pastor e suas ovelhas. Ele é a nossa fonte transbordante de vida verdadeira e abundante.

- Jesus tomou outra expressão dos vs. 1-5, isto é, ele é "o bom pastor" em contraste com a liderança perversa de Israel dessa época (9.40-41). Essa é a quarta das sete afirmações "Eu sou" de Jesus (veja vs. 7,9; 6.35; 8.12). O termo "bom" traz a ideia de "nobre" e está em contraste com "mercenário" que cuida apenas por interesse pessoal. O verdadeiro pastor dá a vida pelas ovelhas, isso é uma referência à morte vicária de Jesus na cruz em favor dos pecadores. Cf. v, 15; 6.51; 11.50-51; 17.19; 18.14. A exclusividade deste caminho de fé em Cristo nunca foi melhor colocada do que quando Jesus disse: Eu sou a porta. Cristo é o Caminho para Cristo, pois Ele é ao mesmo tempo a Porta e o Aprisco — não existe Pastor como Ele. Alguns levantaram a questão de como Cristo pode ser ao mesmo tempo a Porta e o Pastor. Mas isto significa estar limitado pelos detalhes da parábola, porque Ele certamente é a Porta do aprisco, a única Entrada para a vida, e Ele é o Pastor das ovelhas, o Único que se preocupa o suficiente para dar a sua vida pelas ovelhas (cf. Jo 6.51).

 

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AMPLIANDO O CONHECIMENTO

“10.11 EU SOU O BOM PASTOR.

(1) Esta metáfora (isto é, uma imagem simbólica) ilustra o cuidado carinhoso e devoto para com seus seguidores. Ele está constantemente olhando para eles com o intuito de orientá-los e mantê-los longe do mal.

(2) A característica distinta que Cristo tem como Supremo Pastor é sua disposição de morrer por suas ovelhas. Sua morte na cruz resgata e salva espiritualmente aqueles que optam por segui-lo […].

(3) […] Os verdadeiros líderes espirituais se importam com suas ovelhas (isto é, as pessoas que eles conduzem ou influenciam)” Amplie mais o seu conhecimento, lendo o Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global, editada pela CPAD, p.1874.

 

SINÓPSE I

Jesus é a fonte da verdadeira vida, da vida abundante e de amor.

 

II. A VIDA ABUNDANTE

1. O conceito de vida abundante. Mediante o relacionamento que estabelecemos com Deus por meio de Jesus, o nosso Pastor, podemos comentar a respeito do que significa a “vida abundante”, mencionada pelo nosso Senhor em João 10.10. Sabendo que o ser humano tem necessidades físicas, emocionais e espirituais, podemos afirmar que a vida abundante prometida pelo nosso Senhor preenche também as esferas do corpo, da alma e do espírito. Trata-se de uma nova vida integral em Cristo em que tudo se faz novo e se torna em autêntica novidade de vida (2 Co 5.17).

- Antes de começarmos a ter visões de casas luxuosas, carros caros, cruzeiros por todo o mundo e mais dinheiro do que poderíamos usar, precisamos parar e pensar sobre o que Jesus ensina a respeito desta vida abundante. A Bíblia nos diz que a riqueza, prestígio, posição e poder neste mundo não são as prioridades de Deus para nós (1 Coríntios 1:26-29). Em termos de status econômico, acadêmico e social, a maioria dos cristãos não vem das classes privilegiadas. Claramente, então, a vida abundante não consiste de uma abundância de coisas materiais. Se fosse esse o caso, Jesus teria sido o mais rico dos homens. Entretanto, o oposto é verdadeiro (Mateus 8:20).

2. A vida abundante também influencia a família. No episódio bíblico, na ocasião da libertação de Paulo e Silas da prisão, o carcereiro, apavorado, perguntou a Paulo o que podia fazer para ser salvo. De modo que o apóstolo Paulo respondeu: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31). A salvação em Cristo não se aplicaria apenas ao carcereiro mas, de maneira abrangente, a toda a sua casa. E não se resumiria apenas ao livramento físico de uma punição do Estado, mas a um novo tipo de vida para o carcereiro e toda sua família. Assim, aprendemos que a vida abundante, prometida por Jesus, abrange os nossos familiares.

- A pessoa deve crer que Jesus é quem ele afirmava ser (Jo 20.31) e crer no que ele fez (1Co 15.3-4; Rm 1.16). Na ocasião registrada em At 16.31, todas as pessoas da família do carcereiro, servos e hóspedes compreenderam o evangelho e creram; Todos os que se encontravam sob a autoridade e o cuidado dele que compreenderam o evangelho e creram no mesmo (cf. 16.15,31). Isso não incluiu as crianças. Assim, devemos compreender que, é preciso entender que, para que haja salvação tem que haver fé e confissão! Como o comentarista coloca aqui (A salvação em Cristo não se aplicaria apenas ao carcereiro mas, de maneira abrangente, a toda a sua casa), fica confusa caso não compreendamos o que é necessário para a salvação. Vida abundante é a vida eterna, uma vida que se inicia no momento em que vimos a Cristo e o recebemos como Salvador, e essa vida dura por toda a eternidade. A definição bíblica da vida - a vida eterna especificamente - é fornecida pelo próprio Jesus: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (João 17:3). Esta definição não menciona quantidade de dias, saúde, prosperidade, família ou ocupação. Na verdade, a única coisa que menciona é o conhecimento de Deus, que é a chave para uma vida verdadeiramente abundante.

3. Diversas bênçãos provenientes da vida abundante. Quando passamos a ter um relacionamento pleno com Cristo, e, por isso, desenvolvemos a vida abundante, passamos a desfrutar de copiosas bênçãos, dentre as quais podemos destacar: a paz em Deus e a tranquilidade nas decisões, pois trata-se de uma realidade prometida pelas Escrituras para quem tem uma vida abundante (Jo 14.27; Rm 5.1); a prática do amor (Jo 13.34,35); a vida em unidade (Sl 133; Gl 5.13-15); o cultivo da esperança (Rm 5.5); a perseverança na paciência (Lc 21.19; Rm 5.4). Tudo isso são bênçãos de uma vida abundante em Cristo Jesus que contrasta com a vida vazia de sentido de outrora.

- O que é a vida abundante? Em primeiro lugar, a abundância é a abundância espiritual, não material. De fato, Deus não está muito preocupado com as circunstâncias físicas de nossas vidas. Ele nos garante que não precisamos nos preocupar com o que vamos comer ou vestir (Mateus 6:25-32, Filipenses 4:19). Bênçãos físicas podem ou não ser parte de uma vida centrada em Deus; nem a nossa riqueza ou pobreza é uma indicação certa da nossa posição com Deus. Salomão tinha todas as bênçãos materiais disponíveis a um homem, e ainda achou tudo insignificante (Eclesiastes 5:10-15). Paulo, por outro lado, estava contente em quaisquer circunstâncias físicas em que se encontrava (Filipenses 4:11-12). Em segundo lugar, a vida eterna, que é a vida mais importante ao cristão, não é determinada pela sua duração, mas por uma relação com Deus. É por isso que, quando somos convertidos e recebemos o dom do Espírito Santo, diz-se que já temos a vida eterna (1 João 5:11-13), embora não, é claro, em sua plenitude. A duração da vida na Terra não é sinônimo de vida abundante. Por último, a vida de um cristão gira em torno de crescer "na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno" (2 Pedro 3:18). Isso nos ensina que a vida abundante é um processo contínuo de aprender, praticar e amadurecer, bem como de falhar, recuperar, ajustar, resistir e superar porque, em nosso estado atual, "vemos como em espelho, obscuramente" (1 Coríntios 13:12). Um dia veremos a Deus face a face, e vamos conhecê-lo completamente, assim como também seremos conhecidos completamente (1 Coríntios 13:12). Não mais lutaremos contra o pecado e a dúvida. Esta será a vida abundante finalmente cumprida. Apesar de sermos naturalmente desejosos de coisas materiais, como cristãos, a nossa perspectiva sobre a vida deve ser revolucionada (Romanos 12:2). Assim como nos tornamos novas criações quando viemos a Cristo (2 Coríntios 5:17), então o nosso entendimento de "abundância" deve ser transformado. A vida abundante verdadeira consiste de uma abundância de amor, alegria, paz e o restante dos frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23), e não uma grande quantidade de "coisas". Trata-se da vida que é eterna e, portanto, o nosso interesse está no que é eterno, e não temporal. Paulo nos adverte: "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Colossenses 3:2-3).

 

SINÓPSE II

A vida abundante, prometida por Jesus, preenche as esferas do corpo, da alma e do espírito do ser humano.

 

AUXÍLIO DEVOCIONAL

FELICIDADE PLENA

“[…] Viver de modo inteligente, saudável e para a glória de Deus é um aprendizado diário. Assim como Salomão vivemos várias estações em nossa vida e não podemos desprezar nenhuma delas. Cada uma é única, e somos responsáveis por torná-las especiais; por isso, meu último conselho é para que você viva cada dia como se fosse o seu último. Não tenha medo de ser feliz, de sorrir, de viver. Temos um Deus que ama a vida, mas muitos crentes parecem ter medo da felicidade e acreditam que o crente autêntico tem que estar sempre sisudo, enfrentando uma dificuldade. Se tudo vai bem, acham logo que tem algo errado. Tenho consciência de que vivemos numa sociedade hedonista, onde as pessoas estão obcecadas pelo prazer. Todos querem ser felizes a qualquer custo, mas onde encontrar a tão sonhada e falada felicidade?” (BUENO, Telma. Igreja Saudável – Educando para uma Vida Plena. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.119).

 

III. O QUE IDENTIFICA A VIDA ABUNDANTE

1. A alegria do Senhor. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo escreveu aos tessalonicenses, exortando: “Regozijai-vos sempre” (1 Ts 5.16). No Antigo Testamento, Neemias disse: “A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). Logo, a alegria faz parte da identidade de quem se relaciona com Deus e vive uma vida abundante; é uma virtude citada pelo apóstolo Paulo em Gálatas (Gl 5.22). Em Provérbios, o sábio diz que a alegria é “um bom remédio” (Pv 17.22). Essa virtude mostra que estamos bem, em paz e cheios de vigor. Isso é vida abundante!

- A alegria do Senhor é a alegria do coração que vem de conhecer a Deus, permanecer em Cristo e ser cheio do Espírito Santo. Quando Jesus nasceu, os anjos anunciaram uma “boa-nova de grande alegria” (Lucas 2:10). Todos os que encontram Jesus conhecem, com os pastores da natividade, a alegria que Ele traz. Mesmo antes do Seu nascimento, Jesus trouxe alegria, como atestado no cântico de Maria (Lucas 1:47) e pela resposta de João ao ouvir a voz de Maria enquanto ele “estremeceu de alegria” no ventre de sua mãe (Lucas 1:44). Jesus exemplificou a alegria em Seu ministério. Ele não era um asceta melancólico; em vez disso, Seus inimigos o acusaram de ser alegre demais em certas ocasiões (Lucas 7:34). Jesus descreveu a Si mesmo como um noivo desfrutando de uma festa de casamento (Marcos 2:18-20); Ele “exultou no Espírito Santo” (Lucas 10:21); Ele falou da “minha alegria” (João 15:11) e prometeu dar aos Seus discípulos um suprimento vitalício dela (João 16:24). A alegria é refletida em muitas das parábolas de Jesus, incluindo as três histórias em Lucas 15, que mencionam a “alegria que existe diante dos anjos” (Lucas 15:10) e terminam com um pastor alegre, uma mulher alegre e um pai alegre. Neemias disse aos israelitas arrependidos que a alegria do Senhor seria a sua força (Neemias 8:10). A igreja primitiva era caracterizada pela alegria e gozo do Senhor (Atos 2:46; 13:52), e a “alegria no Espírito Santo” é uma marca distintiva do reino de Deus (Romanos 14:17). Aqueles que fazem parte do reino compartilham o deleite do reino.A alegria é parte do fruto do Espírito (Gálatas 5:22–23). Na verdade, é nosso dever cristão nos regozijarmos no Senhor (Filipenses 3:1; 4:4; 1 Tessalonicenses 5:16). Em Cristo, o crente sente “uma alegria indescritível e cheia de glória” (1 Pedro 1:8). Por causa de sua origem sobrenatural, a alegria do Senhor – nossa alegria de coração – está presente mesmo nas provações da vida. Sabemos que somos filhos de Deus, e ninguém pode nos separar dEle (João 10:28–29). Somos herdeiros de “uma herança que não pode ser destruída, que não fica manchada, que não murcha”, e ninguém pode roubá-la de nós (1 Pedro 1:4; Mateus 6:20). Vemos o Autor e Consumador da nossa fé, o inimigo se enfurece ainda mais, e sabemos quem vence no final (Hebreus 12:2; Salmo 2). A fé é a vitória que supera o mundo, e a alegria do Senhor é a nossa força. Circunstâncias adversas, em vez de atrapalhar a nossa fé, podem realmente aumentar a nossa alegria. Paulo e Silas conheciam a adversidade enquanto se sentavam com os pés presos no tronco em uma cela de prisão filipense. Seus direitos legais foram violados. Eles foram presos sem justa causa e espancados sem julgamento. À meia-noite, como não conseguiam dormir, cantavam — em voz alta — os louvores ao Senhor que serviam (Atos 16:25). Um milagre logo se seguiu (versículo 26). Os apóstolos em Jerusalém foram presos — duas vezes — e ordenados a não pregar em nome de Jesus. Na segunda vez que enfrentaram o tribunal, foram espancados. Imperturbáveis, eles voltaram para casa “muito alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” e prontos para pregar mais um pouco (Atos 5:41). Naturalmente, os apóstolos estavam apenas seguindo o exemplo de nosso Senhor, que “em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha” (Hebreus 12:2). A alegria do Senhor pode ser inexplicável para quem não a possui. Mas, para o crente em Cristo, a alegria do Senhor vem tão naturalmente como uvas em uma videira. Ao permanecermos em Cristo, a Videira Verdadeira, nós, os ramos, estamos cheios da Sua força e vitalidade, e o fruto que produzimos, incluindo a alegria, é obra dEle (João 15:5). Este texto foi extraído de: https://www.gotquestions.org/Portugues/alegria-do-Senhor.html.

2. Gratidão por tudo. A gratidão é uma virtude cristã que revela humildade e, ao mesmo tempo, dependência total de Deus acerca de tudo o que acontece em nossas vidas. Na vida abundante, no lugar de murmurar ou reclamar das coisas, aprendemos a dar graças por tudo o que Deus tem feito de bom por nós: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5.18). Assim, a virtude da gratidão é plenamente coerente com a vida abundante, pois, em Deus, nos sentimos satisfeitos e plenos. Demos sempre graças em tudo (Ef 5.20; Cl 3.17)!

- A gratidão é um tema recorrente na Bíblia e é considerada uma virtude essencial para os cristãos. Ao longo das Escrituras, encontramos diversos exemplos de como a gratidão é valorizada e incentivada como uma atitude que deve ser cultivada em nossas vidas. Em 1Ts 5.18, tratando de assuntos de disciplina, Paulo se volta naturalmente para as atitudes espirituais interiores subjacentes. Moffatt denomina estes versículos de "gotas de diamante"." A brilhante expressão da vitória cristã acha-se na forma de tríade que também forma uma unidade de pensamento. Os três conselhos (16,17,18) fazem parte um do outro; um se edifica sobre o outro e cada um envolve os outros dois. É lógico que o coração alegre e dedicado à oração é grato, e nada menos que o coração grato é a chave para a oração e a alegria (cf. Fp 4.6). A gratidão é uma virtude cristã maravilhosa, mas o fator significativo acerca deste manda­mento é a expressão em tudo, quer dizer, "em todas as circunstâncias" (NVI; cf. CH; NTLH; cf. tb. Ef 5.20). Estas abrangem a alegria e a tristeza, a doença e a saúde, o ganho e a perda. A fé em Deus faz a diferença (Rm 8.28). Como é frequente os mais desafortuna­dos terem os corações mais gratos! Como que a evitar a objeção de que a vida nesse patamar está fora do alcance dos cristãos, Paulo acrescenta: Porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco (18; cf. 1Tes 4.4). Semelhante vida de vitória é o desejo carinhoso do Pai Celestial para os seus filhos; é esse o seu propósito. Mas isso só é realizado em Jesus Cristo: revelado perfeitamente em sua pessoa; proporcionado graciosamente por sua paixão; concretizado pessoalmente e na prática por sua presença.

3. Vida no Espírito, vida de oração. Na vida abundante, o Espírito Santo preenche o crente. A Bíblia diz que para viver no Espírito, devemos estar inclinados às coisas do Espírito (Rm 8.5-11). Então, é preciso ser cheio do Espírito e andar nEle para termos a vida plena. Jamais podemos extinguir o Espírito (1 Ts 5.19).Um elemento indispensável para quem vive no Espírito é o cultivo de uma vida de oração. Mais uma vez o apóstolo Paulo nos exorta: “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). Em todo o tempo, precisamos reconhecer que, na rotina da nossa vida, devemos ter sempre uma ocasião para orar, quer em casa, quer no trabalho, ao acordar ou ao se deitar; o apóstolo continua a nos exortar: “Perseverai em oração” (Cl 4.2).

- Ser cheio do Espírito Santo é estar sob a influência do Espírito Santo, e significa que a pessoa está em comunhão com Deus e é guiada por Ele. Um versículo chave que discute a plenitude do Espírito Santo neste tempo é João 14:16, onde Jesus prometeu que o Espírito habitaria os crentes em caráter permanente. É importante distinguir entre ter dentro de si o Espírito com estar cheio do Espírito. Ter permanentemente o Espírito habitando dentro de si não é para alguns poucos crentes, mas para todos. Há muitas referências nas escrituras que embasam esta conclusão. A primeira é que o Espírito Santo é um dom dado a todos os crentes em Jesus, sem exceção, e nenhuma condição é imposta a isto, a não ser a fé em Cristo (João 7:37-39). A segunda é que o Espírito Santo é dado no momento da salvação. Efésios 1:13 indica que o Espírito Santo é dado no momento da salvação. Gálatas 3:2 também enfatiza esta mesma verdade, dizendo que o selo e o ato de receber o Espírito aconteceram no momento em que se creu. Terceiro, o Espírito Santo habita em cada crente permanentemente. O Espírito Santo é dado aos crentes como garantia ou validação de sua futura glorificação em Cristo (II Coríntios 1:22; Efésios 4:30). sto está em contraste com o mandamento para estarmos cheios do Espírito encontrado em Efésios 5:18. Devemos ceder ao Espírito Santo de tal maneira que Ele possa nos possuir totalmente, e neste sentido, ficarmos plenos. Romanos 8:9 e Efésios 1:13-14 afirmam que Ele habita dentro de cada crente, mas que pode se entristecer (Efésios 4:30), e sua atividade dentro de nós pode se extinguir (I Tessalonicenses 5:19). Quando permitimos que isto aconteça, não experimentamos a plenitude da operação e poder do Espírito Santo, dentro e através de nós. Para estarmos plenos do Espírito, Ele deve ter liberdade para ocupar cada parte de nossas vidas, nos guiando e controlando. Seu poder, então, pode ser exercitado através de nós a fim de que o que façamos produza frutos para Deus. Estar cheio do Espírito não se aplica somente a atos externos; também se aplica aos pensamentos mais secretos e motivações para nossos atos. Salmos 19:14 diz: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!” O pecado é o que nos separa de estarmos cheios do Espírito Santo, e a obediência a Deus é a maneira pela qual continuamos cheios do Espírito. Nosso foco deve ser a plenitude, como dito em Efésios 5:18, mas apesar disso, orar para estarmos cheios do Espírito Santo não é o que faz com que o sejamos. Somente nossa obediência aos mandamentos de Deus permite ao Espírito liberdade para trabalhar dentro de nós. Por sermos criaturas pecadoras, é impossível estarmos cheios do Espírito todo o tempo. Devemos lidar imediatamente com o pecado em nossas vidas, e assim renovar nosso compromisso em estarmos cheios do Espírito e por Ele guiados.

 

SINÓPSE III

O que identifica a vida abundante são a alegria do Senhor, a gratidão e a vida cheia do Espírito.

 

AUXÍLIO DEVOCIONAL

A PLENITUDE DA VIDA EM DEUS

“Todos nós, como humanos, compartilhamos um desejo universal de sermos completos, para curtir a plenitude de realização do nosso destino planejado por Deus.

[…] Você pode ser solteiro ou casado, jovem ou velho. Pode ter sofrido abuso inimaginável ou vivido uma vida encantadora. Pode ter um Ph.D. ou ter abandonado o Ensino Médio. Não importa a sua bagagem ou conhecimento, sabemos, pelo menos, uma coisa sobre você. Cada momento do dia você está se movendo de ou em direção à pessoa que Deus planejou que se tornasse.

[…] Quando você atingir o nível de saúde e plenitude que estamos descrevendo, começará a se sentir, singularmente, bem consigo mesmo. Não o tipo de bem que é egoísta, mas o tipo de bem que faz de você um ser humano positivo, generoso e atencioso. Não apenas vai levá-lo a se sentir bem, mas a ser bom. Você vai se pegar expressando todo tipo de amor e simpatia natural e fluente pelos outros. E será tão contagiante que sua comunidade inteira de amigos e familiares — até mesmo desconhecidos que encontrar — notará sua vida se movendo em direção a uma alegria pessoal e amor altruísta” (WARREN, Neil Clarck; PARROTT, Les. A Vida dos seus Sonhos. Rio de Janeiro: CPAD, pp.14,15).

 

CONCLUSÃO

O Senhor Jesus é a fonte da vida abundante, pois Ele mesmo nos prometeu. Essa promessa está disponível a cada crente que desenvolve um relacionamento pessoal com nosso Senhor. Nesse relacionamento, a nossa família é abençoada, podemos desfrutar de copiosas bênçãos, além de andarmos em alegria, e gratidão em Espírito. A vida abundante em Cristo é a nova vida que Ele prometeu para os que creem nEle como Salvador e Senhor.

- Jesus compara o objetivo dos ladrões com o Seu: O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir (Jo 10.10). Ele quer explorar os outros. Torna-se patente, no fim, que os seus objetivos são prejudiciais. Cristo veio para que tivessem vida e a tivessem em abundância. A frase relembra a superabundância da graça divina. O propósito de Cristo é de lhes proporcionar em abundância tudo o que enriquece a vida (Sl 23.1). Ter vida em abundância significa ser salvo por Jesus e ter a promessa da vida eterna. Jesus veio para nos dar vida em abundância, nos libertando do poder da morte e do pecado.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como João 10 apresenta o Senhor Jesus?

O Evangelho de João, no capítulo 10, apresenta o Senhor Jesus como o “Bom Pastor”.

2. Quem é a fonte da vida abundante?

O Nosso Senhor Jesus.

3. O que acontece quando passamos a ter um relacionamento pleno com Cristo?

Quando passamos a ter um pleno relacionamento com Cristo passamos a desfrutar de copiosas bênçãos: a paz em Deus e a tranquilidade nas decisões (Jo 14.27; Rm 5.1); a praticar do amor (Jo 13.34,35); a vida em unidade (Sl 133; Gl 5.13-15); o cultivo da esperança (Rm 5.5); a perseverança na paciência (Lc 21.19; Rm 5.4).

4. O que a virtude da alegria mostra?

Essa virtude mostra que estamos bem, em paz e cheios de vigor.

5. De acordo com a lição, o que a virtude da gratidão revela?

A gratidão é uma virtude cristã que revela humildade e, ao mesmo tempo, dependência total de Deus acerca de tudo o que acontece em nossas vidas.