Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se.” (Pv 28.12)
Entenda
o Texto Principal:
- Quando
os justos estão contentes (prosperam), muita é a alegria. Tudo está em
grande glória: o culto a Deus, a justiça, a ordem, o contentamento alegre e a
paz florescem (Ester 8:15-17). mas quando os perversos se levantam (são
exaltados), os homens se escondem (Provérbios 28:28; Provérbios 29:2;
Provérbios 11:10) – principalmente por temor da opressão, em vez da “glória” de
uma população próspera. Os bons, especialmente aqueles que são a verdadeira
“glória” de uma nação, ficam “escondidos” “quando os ímpios se levantam” (1Reis
17:2-3; 1Reis 18:4; 1Reis 19:1-6). [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
RESUMO DA LIÇÃO
A sabedoria e a integridade são virtudes do cristão que se
manifestam na sociedade.
Entenda
o Resumo da Lição:
- A
sabedoria e a integridade são atributos cristãos que estão relacionados com a
conduta ética e a fidelidade a Deus.
TEXTO BÍBLICO
Provérbios 23.17-21; 24.1.2
Provérbios 23
17. Não tenha o teu coração inveja dos
pecadores; antes, sê no temor do Senhor todo o dia.
- Teu
coração não inveje aos pecadores – na prosperidade, para ser tentado a
imitar o seu exemplo (Salmos 37:1; Salmos 73:3). porém permanece no temor ao
SENHOR o dia todo – o antídoto para a inveja da prosperidade dos
pecadores. “O dia todo;” não por ataques e arrancos impulsivos; não seguir a
piedade apenas enquanto ela for acompanhada de sucesso mundano, nem abandoná-la
quando vir dificuldades no caminho, e quando a prosperidade parecer acompanhar
os ímpios.
18. Porque deveras há um fim bom; não será
malograda a tua esperança.
- Porque
certamente há um bom futuro para ti – está chegando o fim desejado, a
recompensa da piedade (Provérbios 24:14 ; Provérbios 24:20 ; Salmos 37:37 ;
compare com Provérbios 5:4). Como muitos pecadores florescem externamente e
muitos santos sofrem adversidades, até o fim da vida, a recompensa principal
deve estar além desta vida.
19. Ouve tu, filho meu, e sê sábio e
dirige no caminho o teu coração.
- Não
volte para trás ou se desvie do caminho estreito. As etapas são:(1) Ouça; (2)
Seja sábio – o fruto doutrinário de ouvir; (3) Guia o teu coração no caminho,
como fruto prático de ambos.
20. Não estejas entre os beberrões de
vinho, nem entre os comilões de carne.
- Literalmente,
‘entre aqueles que comem carne para si mesmos de forma imoderada’ (Deuteronômio
21:20). Maurer traduz, ‘entre aqueles que são pródigos de seu corpo’ – isto é,
que entregam seu corpo aos desejos carnais. Eu prefiro a versão em inglês (cf.
Provérbios 23:21).
21. Porque o beberrão e o comilão cairão
em pobreza; e a sonolência faz trazer as vestes rotas.
- A
intemperança leva à prodigalidade, descuido e ruína. a sonolência os faz vestir
trapos.. O luxo e o excesso mencionados acima levam à sonolência e à
incapacidade de trabalhar, e a pobreza segue como resultado natural (comp.
Provérbios 19:15; Provérbios 24:33, etc.). A Vulgata ainda segue a mesma corda
do verso anterior:”Aqueles que perdem tempo bebendo, e que fazem piqueniques
(dantes symbola), serão arruinados, e a senolência vestida de trapos”. A LXX.
introduz uma idéia nova que o hebraico não garante:”Pois todo bêbado e
prostituto será pobre, e todo preguiçoso se vestirá de farrapos e trapos”.
Provérbios 24
1. Não tenhas inveja dos homens malignos,
nem desejes estar com eles,
- homens
malignos, nem desejes estar com eles, ou seja, não compartilhe dos
caminhos deles. Provérbios 23:17; Provérbios 23:30-35 mostra os resultados
malignos de seus caminhos, o que deve alertar a todos sobre o quão pouco são
dignos de inveja, muito menos de serem imitados.
2. Porque o seu coração medita a rapina,
e os seus lábios falam maliciosamente.
- Porque
o coração deles imagina destruição – contra os outros, o que recai
sobre si mesmos (Provérbios 11:3; Provérbios 11:5-6; Jó 5:2). [Jamieson;
Fausset; Brown, 1866]
Participe do nosso
canal no WhatsApp!
Fique por
dentro das últimas atualizações e conteúdo exclusivo. Clique no botão abaixo
para acessar diretamente o nosso canal no WhatsApp:
https://chat.whatsapp.com/BNrWx92hoXTD5NBrw37aKB.
INTRODUÇÃO
Não vivemos sozinhos, isolados, mas em sociedade. Por isso,
somos convocados por Deus para agir sábia e integralmente na sociedade em que
vivemos. Este é o assunto desta última lição.
- Existem
algumas ponderações importantes a serem feitas quanto ao tema em questão. Nós
cristãos, discípulos do Mestre Jesus Cristo, somos um grupo a mais,
participante daquilo que chamamos sociedade, porém, com alguma peculiaridade e
capacidade que nos são pertinentes. Este assunto nos traz a memória a
relutância por parte de muitos ditos “evangélicos”, que não compreenderam sua
real importância na sociedade, tendo suas vidas quase que transcendentais ou
gnósticas, não podendo se contaminar com a matéria presente. Nós temos mais do
que uma opção, temos um dever de ser como o nosso Mestre, de agir como o nosso
Senhor, de seguir os seus passos, de sermos invadidos pela poeira dos seus pés.
E nada melhor do que a compreensão de que tendo sido salvos pela atuação
poderosa e graciosa do Espírito Santo, devemos agora como novas criaturas,
viver e atuar significativamente na sociedade, a começar pelo levar as boas
novas a todos os perdidos, anunciando a redenção presente na pessoa de Jesus
Cristo, o caminho, a verdade e a vida.
Meu trabalho aqui é gratuito.
Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material, CONSIDERE
fazer uma contribuição. Qualquer valor é importante!
Chave
PIX: assis.shalom@gmail.com
I. SABEDORIA, PRUDÊNCIA E SOCIEDADE
1. Sabedoria e prudência
na manutenção da ordem social. A seção de versículos (vv.2-12) do capítulo 28 que forma o
nosso texto base, embora cada um desses versículos possa ser considerado
individualmente, tomados por um conjunto, como os intérpretes atestam, revela
um componente ideal de sociedade. O contexto de Provérbios 28.2-12 mostra que a
base de uma sociedade justa e ordeira é que o ideal de justiça e integridade
domine seus habitantes. O versículo 2 revela que por causa da injustiça e da
impiedade, frequentemente os príncipes são destronados, mas se um príncipe é
sábio e prudente, a ordem é assegurada. Aqui a sabedoria e a prudência são
virtudes que fazem a manutenção da ordem social. Essa percepção está de pleno
acordo com o versículo 12 que mostra a alegria do povo quando os justos
triunfam e a apatia das pessoas quando os injustos se levantam. Portanto,
sabedoria e prudência são virtudes que desenvolvem a vida interior e, ao mesmo
tempo, devem se manifestar na vida exterior e no convívio social.
- Os
transtornos emocionais crescem de forma explosiva em nossa sociedade marcada
pela violência. A ansiedade é o cardápio do dia na mesa dos homens. Há muitas
pessoas com síndrome de pânico, que vivem com medo do real e do irreal. Há
aqueles que criam seus próprios fantasmas e tentam escapar deles cheios de
assombro. Aqui, vemos outro tipo de medo. O medo infundado dos perversos. A
consciência perturbada, a alma inquieta e a mente desassossegada geram nos
perversos mania de perseguição. Eles imaginam que o mundo inteiro está contra
eles. Para todo lado que olham, enxergam inimigos. Vivem atribulados de
espírito. Estão sempre fugindo, acuados pelo medo. Esse medo nem sempre é
resultado de um fato real. Muitas vezes, é produto de sua própria turbulência
emocional. Não é assim com o justo. Por estar em paz com Deus, sente a paz de
Deus. Por estar com a consciência tranquila, não se intimida diante da
adversidade. Porque teme a Deus, não tem medo das pessoas. E manso como um
cordeiro, mas intrépido como um leão. O justo olha para o passado e tem paz com
Deus; olha para o presente e tem livre acesso à graça de Deus; olha para o
futuro e se alegra na esperança da glória de Deus. O justo não tem medo do
passado, nem do presente nem do futuro. Porque confia em Deus, é corajoso como
um leão. A corrida pelo poder é a dinâmica da democracia. Governantes constantemente
sobem e descem do poder. Enquanto uns ascendem ao trono, outros estão apeando.
Qual é a causa dessa constante transição? Por que eles não conseguem estabilidade?
Por que se mudam frequentemente os príncipes? Por causa da transgressão da
terra! A inquietação da base da pirâmide abala o topo da pirâmide. A agitação
das ruas abala a cadeira dos poderosos. A insatisfação popular é o vendava! que
varre dos tronos os príncipes. Sem apoio do povo, os governantes não se
sustentam no poder. Mas o que produz a inquietação na terra? A insensatez dos governantes!
Quando os governantes oprimem o povo, em vez de servirem ao povo, quando sobem
ao poder para se locupletarem, em vez de atender às necessidades do A sabedoria
ensina a enfrentara vida de frente... povo, e quando roubam e deixam roubar no
seu governo, então as ruas se agitam, e a desordem se estabelece. Porém, quando
governa o justo, a ordem se faz estável. Quando um governante íntegro assume o
poder, o povo se alegra. Quando um gestor prudente governa, o progresso chega,
a paz reina e o trono se estabelece. Um governante insensato é um pesadelo para
a nação, mas um governante prudente é uma bênção para o povo. (Extraído
de: Provérbios — Manual de sabedoria para a vida, de Hernandes Dias Lopes. Pág.
566)
2. Quando a injustiça
prospera. Os versículos 3, 6, 8 e
11 abordam a questão do tratamento social dos ricos para com os pobres e dos
pobres para com outros pobres. O contexto mostra que a ausência da sabedoria e
da integridade é determinante para que o pobre seja oprimido, vilipendiado e
sistematicamente ignorado. É terrível para uma sociedade quando a tolice e a
corrupção se multiplicam, pois até o pobre oprime outros pobres (v.3), o
perverso se envaidece com as suas riquezas (v.6), a ganância e os abusos dos
juros são insaciáveis (v.8) e os que possuem riqueza pensam em não precisar de
mais nada (v.11). Uma sociedade assim se apressa para a autodestruição, pois a
ausência da sabedoria e da integridade revela algo muito mais grave: uma
rebelião sistemática contra a Justiça de Deus.
- O homem
pobre que oprime os pobres é como chuva que a tudo arrasta e não deixa trigo
(Pv 28.3). É sabido que as pessoas menos aquinhoadas financeiramente são mais
sensíveis e solidárias com aqueles que vivem dramas financeiros do que o são os
mais ricos. Talvez porque sentem na pele a dor da escassez. Não é natural a um
pobre oprimir outros pobres. Agir dessa forma é uma espécie de opressão desnaturada.
E como chuva que a tudo arrasta e não deixa sequer um grão para mitigar a fome.
A opressão é sempre uma atitude inj usta, pois implica uma ação de violência
contra quem não pode resistir. A opressão vem do forte sobre o fraco, do rico
sobre o pobre, do grande sobre o pequeno. Mas, quando a opressão vem dos
iguais, é porque a decadência chegou ao extremo. E um sinal de que a degradação
dos valores chegou ao fundo do poço. Um pobre que oprime outros pobres não é
como a chuva serôdia que rega a terra para que esta produza pão com fartura; é
como uma enxurrada de lama que a tudo abala, a tudo arrasta, e deixa após si
uma marca profunda de destruição e miséria. Oh, como é desumana essa opressão! Oh,
como é desnaturada essa violência! Oh, como é injusta essa prática criminosa! A
opressão aos pobres na terra suscita o juízo de Deus a partir do céu, pois Deus
é o defensor daqueles que não têm vez nem voz. Os que desamparam a lei louvam o
perverso, mas os que guardam a lei se indignam contra ele (Pv 28.4). E sabido
de todos que a impunidade é o maior estímulo ao crime. Por que tanta gente
entra açodadamente no crime? Por que a corrupção se torna tão endêmica? Por que
a violência campeia de peito aberto? Porque os criminosos têm a convicção de
que não serão punidos! Aqueles que afrouxam as leis premiam os perversos.
Aqueles que criam mecanismos e esquemas para escapar do rigor da lei contribuem
para o crescimento da iniquidade. Sempre que a lei é sonegada, torcida e desamparada,
os perversos encontram mais espaço e se fortalecem. Por outro lado, aqueles que
andam retamente, observando a lei, repudiam firmemente o relativismo moral dos
perversos. E impossível ficar neutro nessa questão. Respeitar a lei significa
indignar-se contra aqueles que a violam. Amar a lei significa repudiar aqueles
que a torcem. Com a mesma força que praticamos a verdade, devemos rechaçar a
mentira; com a mesma veemência que aprovamos o bem, devemos repudiar o mal.
Quanto mais guardamos a lei, mais nos posicionamos contra aqueles que,
afrontosamente, rejeitam os preceitos divinos. O que fere o coração de Deus
também nos atinge. Não podemos nos alegrar com o que Deus proíbe nem nos
entristecer com o que Deus aprova. (Extraído de: Provérbios — Manual de
sabedoria para a vida, de Hernandes Dias Lopes. Pág. 567)
3. Quando não há
compromisso com a Lei de Deus. Em Provérbios está muito claro que o sábio e o íntegro são
os que observam a Lei de Deus e, por isso, tem no “temor do SENHOR” a base
moral e espiritual para toda sua atitude na vida (Pv 1.7). Assim, os versículos
4. 5. 7 e 9 revelam que a recusa de se perseverar na Lei do Senhor gera pessoas
cada vez menos comprometidas com as virtudes, como a sabedoria e a integridade.
As pessoas que oprimem o pobre já abandonaram a Lei de Deus (v.4), nem entendem
o que é justiça nem buscam ao Senhor de todo o coração (v.5): pessoas
gananciosas e soberbas já não guardam a Lei de Deus há muito tempo (v.7); e os
que têm uma falsa aparência de piedade e pratica todas essas injustiças
simplesmente têm suas orações como abomináveis diante de Deus (v.9). O
versículo 10 confirma que os íntegros herdarão o bem, mas o que procuram
desviar os retos de sua integridade sofrerão as consequências. Dessa forma o
contexto de Provérbios 28.2 e 12 deixa muito claro que a sabedoria e a integridade
são virtudes indispensáveis para uma sociedade socialmente justa e moralmente
íntegra.
- O tema “o
temor do Senhor”, se estende acima de todos no livro de Provérbios,
particularmente nos nove primeiros capítulos, é apresentado — a reverência a
Deus (veja v. 29: 2.5; 3.7; 8.13; 9.10; 14.26-27; cf., também, ]ó 20.20; SI
34.11; At 9,31). Essa admiração reverente e temor submisso são fundamentais
para todo conhecimento espiritual e sabedoria (cf. 2.4-6; 9.10; 15.33: Jó
28.28; SI 111.10; Ec 12.13). Conquanto o não crente possa fazer declarações
sobre a vida e a verdade, ele não terá o conhecimento verdadeiro e absoluto até
que desfrute de um relacionamento redentor com Deus que inclua a admiração
reverente. Observe esta progressão:
1) ensinando
sobre Deus;
2)
aprendendo sobre Deus;
3) temendo
a Deus;
4)
conhecendo Deus; e
5)
imitando a sabedoria de Deus.
O temor do
Senhor é um estado mental em que as atitudes, desejos, sentimentos, ações e
objetivos de uma pessoa são substituídos pelos de Deus (cf. SI 42.1). Augusto
Comte, o pai do positivismo, disse que o maior problema da humanidade é a
ignorância. Esse grande pensador estava equivocado. A educação não resolve todos
os problemas humanos. Não basta informação; o ser humano precisa de
transformação. Mesmo aspergido pelo orvalho do conhecimento, alcançando as
culminâncias do saber humano, o século 20 assistiu, horrorizado, a duas
sangrentas guerras mundiais. Informação sem transformação pode levar o ser
humano a loucuras ainda mais perigosas. Os maus, ainda que cultos, não entendem
o que é justo. Não porque sejam obtusos de mente, mas porque são corruptos de
coração. Os piedosos, porém, têm discernimento. Aqueles cujos olhos são
iluminados pela lei de Deus e cujos passos são guiados pela verdade de Deus, esses
compreendem mais a justiça do que os maiores sábios deste século. Deus é a
fonte de todo o saber e a origem de todo o bem. Nele encontramos a verdade, a
justiça e o entendimento. Fora dele, reinam as trevas, a injustiça e a opressão.
Os maus não entendem o que é justo. Seus olhos são cegos, seu coração é
endurecido e sua consciência é cauterizada. Mas os que buscam o Senhor entendem
tudo e são mais sábios do que os grandes sábios deste mundo.
SUBSÍDIO 1
Professor(a), com base em
tudo o que estudamos no decorrer do trimestre, faça as seguintes perguntas:
“Qual a diferença entre o conhecimento e a sabedoria?” “Qual é o perigo
potencial de ter conhecimento sem sabedoria?” Incentive a participação de todos
os alunos e ouça as respostas com atenção. Em seguida explique que como é fácil
adquirir conhecimento, mas como é difícil e doloroso o processo de obter
sabedoria. O homem transmite conhecimento. Deus dá sabedoria. O conhecimento
nos vem com a educação, seja absorvendo o que os mais educados têm a dizer,
seja simplesmente reunindo informações aqui e ali, no caminho da vida. Mas e
quanto à sabedoria que vem do alto? Como você já sabe, não há curso, não há
escola, não há banco de dados na terra onde possamos acessar a sabedoria. E,
diferentemente do conhecimento, que pode ser avaliado em análises objetivas,
quantificado por exames e certificado por diplomas, a sabedoria desafia a
mensuração; ela é muito mais subjetiva, requer mais tempo para sua aquisição e
tem muito a ver com a nossa atitude. (SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 248.)
II. O JUSTO DIANTE DOS VALORES OPOSTOS
DA SOCIEDADE
1. Diante das injustiças. As questões das injustiças e
desigualdades sociais estão na ordem do dia em nossa sociedade. Por causa
delas, surgem ideologias diversas que buscam dar respostas imperiosas para as injustiças.
Diante desse quadro, como o jovem cristão deve se posicionar? À luz da lição de
Provérbios, a maneira de um(a) jovem cristão atuar na sociedade tem a ver com
apresentar, de maneira sábia e íntegra com a vida, a veracidade da mensagem que
ele(a) carrega consigo. Um(a) jovem que pensa biblicamente nunca reduzirá o
problema social a uma mera questão. Ele sabe que a Palavra de Deus revela que
há um problema no coração do ser humano que é a fonte de todo mal social que
impera no mundo (Mc 7.20-23). Logo, a solução não se reduz ao programa social
de um governo, como se somente as políticas públicas resolvessem a questão que
é do coração. Dessa forma, sua responsabilidade é apresentar a mensagem de
salvação que altera radicalmente o interior do pobre e, consequentemente, sua
posição na sociedade. Além disso, suprir as necessidades mais básicas de quem
precisa, como bem fazia a igreja do primeiro século (At 2.42-47: Tg 2.14-17),
também está na ordem do dia para um autêntico cristão (Gl 2.10).
- A Bíblia mostra que todo pecado é injustiça.
Todo crente deve se dedicar à justiça rejeitando toda forma de injustiça em sua
vida. Como a palavra indica, injustiça é o contrário de justiça. A justiça é
tudo que é certo e apropriado, logo injustiça é aquilo que é errado ou
inapropriado. Por exemplo, injustiça tanto é cometer um crime quanto aplicar
uma pena excessiva pelo crime. Deus é perfeitamente justo. Ele não tolera a
injustiça (Salmos 5:4). Em tudo que Ele faz, até mesmo nos castigos que aplica,
Deus é sempre justo. Em Sua ira, Deus nunca comete injustiça. Quem comete
pecado comete injustiça, porque quebra as regras justas de Deus. Por isso, o
pecado merece castigo. No entanto, em Sua justiça Deus também é misericordioso.
Ele oferece uma segunda oportunidade a todo aquele que se arrepende e crê em
Jesus (1 João 1:9). Quem se converte começa um compromisso com Deus e com Sua
justiça. Quem ama não quer cometer injustiça. O verdadeiro amor se revela no
compromisso com a verdade e a justiça (1 Coríntios 13:6). A Bíblia diz que
aqueles que anseiam pela justiça serão satisfeitos (Mateus 5:6). A melhor forma
de combater a injustiça é vivendo de maneira justa. Isso significa obedecer a
Deus. Ao longo de nossas vidas seremos confrontados muitas vezes com a escolha
entre a justiça e a injustiça. Essa escolha poderá aparecer na forma de uma
oportunidade de suborno, de fraude fiscal ou simplesmente de mentir para ganho
próprio. O mundo oferece muitas tentações para se cometer injustiça. Nessas
horas, precisamos lembrar que Deus não fica feliz com a injustiça. Escolher
fazer o que é certo nem sempre é fácil mas é o melhor caminho (Romanos 2:6-8). Nosso
exemplo pessoal é importante e poderá motivar mais pessoas a abandonarem a
injustiça. Também podemos ensinar aqueles que estão ao nosso cuidado (filhos,
alunos, amigos...) a escolherem a justiça. Assim, estaremos combatendo
ativamente a injustiça no mundo. Além disso, quando temos a oportunidade e a
autoridade, devemos confrontar a injustiça (Provérbios 31:9-10). Entre nossos
pares e aqueles sobre quem temos autoridade, temos poder para impedir e
corrigir a injustiça. O primeiro impulso quando sofremos injustiça é procurar
vingança. Mas a Bíblia diz que a ira do homem não produz a justiça de Deus
(Tiago 1:19-20). Podemos buscar meios legítimos para restabelecer a justiça mas
não devemos agir com ira e ódio. Isso apenas provocará mais injustiça. Quando
alguém comete injustiça contra nós, precisamos primeiro reconhecer a injustiça
e trazer a situação para Deus. Ele é quem tem todo direito de fazer justiça.
Quando entregamos o assunto a Deus, precisamos perdoar a ofensa, para que o
rancor não cause mais destruição (Romanos 12:19). Isso não significa que a
pessoa que cometeu a injustiça deve escapar sem punição. Se a injustiça foi um
crime, temos o direito de levar o assunto ao tribunal. Em outros casos, também
podemos confrontar a pessoa, explicando que aquilo que fez foi errado. No
entanto, em algumas situações, não temos a oportunidade de endireitar as
coisas. Mesmo assim, podemos descansar seguros que Deus sempre faz justiça.
2. Diante da corrupção
moral. O problema da nossa
sociedade não se resume às questões sociais. Há uma dificuldade moral grave em
que um longo processo de desconstrução tem sido claramente desenvolvido para
desconstruir as famílias e a noção de gênero. Nesse sentido, um(a) jovem
cristão, que pensa biblicamente, deve se apresentar aos outros jovens como
aquele(a) que não se envergonha do compromisso ético do Evangelho em toda a
esfera de sua vida (1 Pe 1.15.16). Assim, perseverar num estilo de vida
frontalmente oposto ao do mundo nada tem a ver com desrespeitar pessoas, mas
manter um compromisso inegociável com Deus, sem amar o mundo apesar de vivermos
nele (1 Jo 2.15-17).
- A
sociedade brasileira está doente. Suas entranhas estão infectas. Seu mal é
grave e crônico. O perigo de morte é iminente. A decadência da sociedade é
moral e espiritual. Alcançamos o progresso científico e econômico, mas nossa cultura
está moribunda. Conhecemos os segredos da ciência, mas não conhecemos as
profundezas abissais do nosso próprio coração. Amealhamos riquezas e
despontamo-nos como a sétima economia do planeta, mas nosso povo chafurda-se
num pântano nauseabundo de pecados vís. Temos as maiores reservas naturais do
planeta, mas estamos perdendo nosso senso de valores. Agigantamo-nos diante do
cenário mundial, mas apequenamo-nos diante do espelho da verdade. Destacaremos,
aqui, alguns sintomas que apontam a decadência da nossa sociedade: Em primeiro
lugar, a sociedade brasileira está doente porque abandonou a Deus, a fonte da
vida. A apostasia é a porta de entrada do colapso moral. O abandono da verdade
desemboca numa vida desregrada. A impiedade deságua na perversão. O homem,
querendo destronar Deus, condecorou a si mesmo como a medida de todas as
coisas. Mas a tola atitude de colocar o homem no lugar de Deus, não o elevou às
alturas, mas fê-lo descer aos abismos mais profundos. Por ter perdido a
centralidade de Deus na vida, o homem bestializou-se e se rendeu aos vícios
mais degradantes e à violência mais encarniçada. No século do apogeu do
humanismo idolátrico, duas sangrentas guerras mundiais barbarizaram o mundo.
Noventa milhões de pessoas foram trucidadas nessas duas conflagrações mundiais.
O homem sem Deus tornou-se um monstro celerado. Explodiram guerras e revoltas
entre as nações. Multiplicaram-se os conflitos étnicos. Recrudesceu a
intolerância racial e religiosa. Cresceram os conflitos dentro da família. No
vagão dessa locomotiva que desembesta, desgovernada, rumo ao abismo
encontram-se aqueles que abandonaram a Deus, o refúgio verdadeiro, a única
fonte da vida. Em segundo lugar, a sociedade está doente porque abandonou a
verdade, a fonte da ética. Uma sociedade que se esquece de Deus e abandona a
verdade degrada-se irremediavelmente. A teologia é a mãe da ética e a
impiedade, a genetriz da perversão. Porque o homem desprezou o conhecimento de
Deus mergulhou nas águas turvas do relativismo moral. Porque sacudiu o jugo da
verdade, caiu na rede mortal da degradação moral. Nossa sociedade aplaude o
vício e escarnece da virtude. Promove a imoralidade e faz troça dos castiços
valores morais. Chama trevas de luz e luz de trevas. A televisão brasileira,
com desavergonhada desfaçatez, promove toda sorte de atentado moral contra a
família. As práticas homossexuais são recomendas e expostas na mídia como
indicador de benfazeja liberdade e a defesa da família criticada com uma
intolerância medieval. Cumpriu-se o vaticínio: temos vergonha de sermos honestos.
Em terceiro lugar, a sociedade está doente porque abandonou o temor de Deus, a
fonte da sabedoria. Porque a sociedade abandonou a Deus e sua verdade, perdeu o
temor do Senhor, o princípio da sabedoria. Com isso, os homens não apenas
marcham céleres no caminho largo da perdição, mas também zombam daqueles que
seguem o caminho estreito da salvação. A sociedade sem Deus não apenas caminha
resoluta rumo à degradação mais sórdida, mas também gloria-se nas práticas, das
quais deveria arrepender-se no pó e na cinza. Nossa cultura está moribunda,
nossa sociedade à beira de um colapso. É preciso gritar aos ouvidos da nação
brasileira que ainda é tempo de arrependimento, ainda é tempo de voltar-se para
o Senhor, pois ele é rico em perdoar e tem prazer na misericórdia. Rev.
Hernandes Dias Lopes
3. Tocando o mundo das
pessoas. Um jovem cristão sábio e
prudente, com uma consciência bíblica, não terá a pretensão de “transformar o
mundo”, pois sabe que esse tipo de utopia é ilusão. Transformar completamente o
mundo é uma tarefa tão acima de nossas possibilidades que só será possível com
o retorno glorioso de nosso Salvador para implantar pessoalmente o seu reino
visível neste mundo (Ap 20.1-6). Contudo, isso não significa que não podemos
ser instrumentos de Deus para transformar as almas das pessoas (Mt 4.19). Isso
é perfeitamente possível! Deus conta conosco para isso! Quando servimos alguém
em sua necessidade, somos instrumentos transformadores do mundo de uma pessoa.
Quando damos suporte ao próximo que está passando por uma tentação, ou qualquer
outra luta pessoal, é uma alma que estamos tocando, é uma transformação que
está acontecendo, pois Deus está nos usando como um instrumento. Quando o nosso
discurso é respeitoso (Cl 4.6), quando nossa resposta sobre a nossa fé é
carregada de um espírito manso (1 Pe 3.15), podemos tocar o coração das pessoas
com o Evangelho do Senhor Jesus Cristo (Lc 24.32). Então, suas vidas podem ser
radicalmente transformadas. Não podemos transformar o mundo, mas podemos ser
instrumentos de Deus para transformar o mundo das pessoas.
- Quando
falamos sobre o comportamento “cristão”, estamos falando sobre o comportamento
daqueles que aceitaram, pela fé, Jesus Cristo como seu Salvador e, portanto,
são habitados pelo Seu Espírito Santo (Romanos 8:9), tornando possível que
sirvam a Deus. Exemplos de comportamento cristão estão entrelaçados em toda a
Escritura. De fato, o nosso próprio Salvador falou longamente sobre como
devemos nos comportar em relação aos outros, amigos e inimigos. Mais do que
isso, porém, a vida que Ele viveu, acentuada por Seu amor e compaixão pelos
perdidos, fornece o exemplo consumado de como deve ser o comportamento cristão.
Os cristãos são “criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras” (Efésios 2:10). E essas últimas quatro palavras “para fazermos boas
obras” resumem o comportamento que glorifica a Deus e torna Cristo real para os
outros. É verdade que existem obstáculos em nossas vidas diárias que podem
sobrecarregar nossas mentes e atrapalhar o nosso progresso espiritual, mas
apenas se permitirmos. No entanto, os cristãos são chamados a viver uma vida
“santa e agradável a Deus” (Romanos 12:1). E esse comportamento cristão
exemplar que nos permite nos comprometer totalmente a servir ao Senhor só é
possível à medida que somos fortalecidos pelo Espírito Santo que nos capacita a
fazer a vontade do Pai (Romanos 8:9). De fato, “os olhos do Senhor estão
atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o
coração” (2 Crônicas 16:9). Os cristãos são um povo escolhido, pertencente a
Deus para que possamos anunciar as Suas grandezas (1 Pedro 2:9). Para “anunciar
as grandezas”, então, é essencial que gastemos tempo em Sua Palavra não apenas
para que possamos aprender como nos comportar de maneira cristã, mas também
para que possamos lutar contra os esquemas de Satanás. Como o apóstolo Paulo
ressaltou, sem esse conhecimento bíblico, não estamos apenas sujeitos a aceitar
cada novo ensino que vier, mas também podemos ser vítimas da “astúcia e
esperteza de homens que induzem ao erro” (Efésios 4:14). No entanto, o
conhecimento por si só não é suficiente; somos chamados a fazer mais do que
saber e crer. Os cristãos devem ser “praticantes da palavra” (Tiago 1:22). Como
o apóstolo Tiago nos informa, estamos nos enganando se pensamos que somos
espirituais apenas por ouvir a Palavra. Ouvir não é o mesmo que fazer. “Assim
também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Assim como
o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta” (Tiago 2:17,
26). A fé deve ser demonstrada por ações. As “ações” que glorificam o nosso Pai
no céu são aquelas que dão muito fruto (João 15:8). De fato, é assim que
mostramos que somos Seus discípulos. De fato, o fruto do Espírito – amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio (Gálatas 5:22-23) – deve ser a marca registrada do
comportamento cristão, especialmente o amor. No entanto, nossa tendência é às
vezes menosprezar os incrédulos ou aqueles cujos estilos de vida não estão em
sincronia com a nossa fé cristã, e é aí que a vida cristã pode ser desafiadora.
É fácil demonstrar amor a quem anda como nós. Nem sempre é tão fácil ser gentil
com aqueles que ridicularizam as nossas crenças, desprezam o nosso Salvador ou
zombam das instituições que os cristãos consideram sagradas. No entanto, Cristo
nos ensinou a amar nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem.
Lembre-se de como Ele lidou com a mulher apanhada em adultério. Seus captores a
queriam morta; o nosso Salvador mostrou compaixão mesmo sendo Ele quem teria
que morrer pelo comportamento pecaminoso dela e nosso (João 8:11). Jesus Cristo
veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Timóteo 1:15), não para condená-los
(João 3:17), e se Cristo não veio para condenar os pecadores, os cristãos
também não deveriam. O comportamento cristão inclui atender ao chamado de Jesus
para que sejamos Suas testemunhas “até os confins da terra” (Atos 1:8). Devemos
compartilhar o evangelho, definido por Paulo como a morte, sepultamento e
ressurreição de Cristo (1 Coríntios 15:1-4). A validade do nosso testemunho está
em como vivemos nossas vidas. Na segunda metade de Efésios (capítulos 4-6),
Paulo discute o comportamento cristão que pode ser melhor resumido nestas
poucas palavras: “Portanto, sejam imitadores de Deus … e vivam em amor, como
também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma
agradável a Deus” (Efésios 5:1-2). Paulo exortou os romanos a se oferecerem “em
sacrifício vivo” (Romanos 12:1). Isso, em última análise, é a essência do
verdadeiro comportamento cristão – renunciando os nossos corações e entregando
os nossos corpos a Cristo para que Ele possa continuar a obra de Deus através
de nós. Devemos ser faróis de luz em um mundo escuro, usando os nossos dons
espirituais para avançar o Seu reino. É viver aqui na terra como Jesus viveu
quando estava aqui. Significa também viver para agradar a uma Pessoa – Deus.
Fazemos isso quando permanecemos em Sua Palavra e depois a vivemos conforme
somos capacitados pelo Seu Espírito, assim como o nosso Salvador fez até o Seu
último suspiro. Enquanto estava morrendo na cruz, Cristo olhou para os Seus
executadores e pediu a Seu Pai que os perdoasse (Lucas 23:34). Jesus estava
fazendo mais do que cumprindo profecias e “pelos transgressores intercedeu”
(Isaías 53:12); Ele estava praticando o que pregava (Lucas 6:27-28).
SUBSÍDIO 2
Professor(a), inicie o tópico
fazendo a seguinte pergunta: “Como o jovem cristão deve se posicionar diante
das injustiças sociais?” Incentive a participação de todos os alunos. Ouça as
respostas e diga que as questões das injustiças e desigualdades sociais estão
na ordem do dia em nossa sociedade. Por causa delas, surgem ideologias diversas
que buscam dar respostas imperiosas para as causas dessas injustiças. Há
ideologias que acertam na análise, mas erram nas soluções de modo que o que
antes acusavam como opressão, elas mesmas se tornam opressoras. (Adaptado da Bíblia
de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. p. 817.)
III. QUANDO A SABEDORIA E A INTEGRIDADE
SE MANIFESTAM EXTERNAMENTE
1. Vale a pena ser
íntegro? O texto de Provérbios,
nesta lição, nos ensina que a integridade, que é um fruto da sabedoria, é uma virtude
que vem de dentro para fora. Quando não há integridade, a impiedade reina; e é
natural que quanto mais pessoas ímpias, mas a sociedade é injusta. Geralmente,
quando há uma cultura de impiedade se torna até “perigoso” ser íntegro. Dessa
forma é preciso coragem e perseverança para permanecer na integridade. Por
isso, a manutenção dessa virtude passa pelo princípio fundamental do “temor do
SENHOR” como o início e o fim de tudo (Pv 9.10). O ser humano que não teme a
Deus não temerá também os outros. Essa é a grande diferença entre cultivarmos
valores que começam e terminam em Deus e observarmos valores meramente criados
por uma ética humana, frutos de uma perspectiva antropocêntrica.
- O mundo
sem Deus não conhece o que significa “temos do Senhor”. De fato, o não
espiritual pode até ter um vislumbre do real significado e demonstrar uma
espécie torta de temor; mas há aqueles que já não temem, nem de forma “torta”!
Destes, se afaste! O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria. Aqueles que
temem a Deus fogem do mal e se deleitam na justiça. Aqueles que temem a Deus
não têm medo dos homens; receiam apenas entristecer o Espírito Santo. Quem teme
a Deus prefere morrer a pecar, prefere a perseguição à apostasia. Quem teme a
Deus deve ser constante nesse temor. Não é temer a Deus hoje e zombar de sua
santidade amanhã. Não é temer a Deus em uma circunstância e relaxar a
vigilância em outro momento. Feliz é aquele que permanece em resoluta
constância no temor ao Senhor, pois esse temor o livrará de quedas desastrosas.
O temor ao Senhor nos mantém perto de Deus e na dependência do Altíssimo. E na
presença de Deus que reinam plenitude de alegria e felicidade. Por outro lado,
o endurecimento do coração é a sala de espera da queda. Quem tapa seus ouvidos à
voz de Deus e fecha o coração à graça de Deus caminha celeremente para o
desastre. Se o temor ao Senhor nos livra do mal, o endurecimento do coração nos
empurra para ele. Se o temor ao Senhor nos leva à sua presença, o endurecimento
do coração nos afasta de Deus. Na presença de Deus há alegria, mas longe de
Deus prevalece o choro!
2. Sabedoria: amando os
mandamentos de Deus. O livro de Provérbios
também nos ensina que não há sabedoria sem o amor pelos mandamentos de Deus. Na
Bíblia, a sabedoria só é possível quando a verdade da Palavra de Deus se
encontra no centro do coração humano. Isso significa dizer que não basta apenas
conhecer os mandamentos de Jesus, é preciso amá-los e cumpri-los. Nesse caso
não é difícil amá-los, pois eles foram encarnados numa pessoa, o Senhor Jesus.
Guardar os mandamentos é amar a Jesus (Jo 14.21). E quando amamos o Senhor,
desejamos ser seus discípulos, imitá-lo em sabedoria, integridade, verdade,
justiça e paz (Mc 1.22). Nosso Senhor é o exemplo supremo da verdadeira
sabedoria. Podemos ser mansos porque Ele foi manso, podemos ser humildes porque
Ele foi humilde (Mt 11.29). A vida de Jesus é um bálsamo de amor e um exemplo
encarnado do que é ser verdadeiramente sábio.
- A
honestidade abre caminho para a felicidade, mas quem tem pressa para enriquecer
e negocia princípios morais para atingir essa meta não ficará sem castigo. As
bênçãos que a pessoa fiel recebe são muito mais amplas do que os bens
materiais. Há coisas que valem mais do que dinheiro, como, por exemplo, o bom
nome, a paz de espírito, a harmonia familiar e a salvação eterna. Ter pressa
para ficar rico é colocar o dinheiro acima das demais coisas. Aqueles que
querem ficar ricos caem em tentação e cilada e atormentam a si mesmos com
muitos flagelos. Não trouxemos nada para este mundo e dele nada levaremos. O
que granjeamos, portanto, entre o berço e a sepultura não deve constituir a
razão da nossa vida. O contentamento com a piedade é melhor do que a riqueza. O
problema, é claro, não é termos dinheiro, mas o dinheiro nos possuir. Não é
carregarmos dinheiro no bolso, mas o entronizarmos no coração. O problema não é
o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. O problema não é a riqueza, mas a riqueza
sem integridade. O fiel é cumulado de bênçãos, não importa a quantidade de bens
que acumule, mas o que se apressa para ficar rico terá como quinhão a
perturbação e o desgosto, e jamais alcançará a plena satisfação de seu desejo.
3. Sabedoria e
integridade para servir a sociedade. Em Provérbios o sábio e o íntegro sempre estão dispostos a
servir com a sua sabedoria e integridade. Assim, a melhor maneira de responder
ao mundo é com o serviço baseado no amor. É a mesma perspectiva que o Senhor
Jesus nos ensinou: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir
e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28; cf. Jo 13.12-15). Sim,
servir a sociedade de maneira que coloquemos em prática os profundos
ensinamentos de Jesus: no lugar de responder o inimigo na mesma moeda,
socorrê-lo quando precisar (Rm 12.20); tratar com respeito os idosos (1 Tm
5.1); tratar com respeito as pessoas do sexo oposto (1 Tm 5.1.2); fazer o bem
como um compromisso ético de fazer a coisa justa (Tg 4.17). Servir a sociedade
acaba sendo uma referência ao amor do Senhor para conosco. Talvez possamos
pensar que ela não mereça que a sirvamos, mas também não merecíamos que nosso
Senhor nos servisse e desse a sua vida por nós, mas Ele o fez. Portanto, o
seguidor de Jesus, o sábio e íntegro, entende que é seu dever servir outro ser
humano (Mt 20.26,27). Nisso se resume a sabedoria e a integridade para servir.
- A
integridade é o nosso melhor salvo-conduto. A verdade não precisa se esconder.
Os que andam na verdade podem viver de cabeça erguida e, mesmo quando acusados injustamente,
podem dormir tranquilos, pois a consciência limpa é seu travesseiro mais macio.
As obras do íntegro são o avalista de suas palavras irrepreensíveis. O que anda
na integridade será salvo, ainda que passe por sérios percalços. Foi assim com
José do Egito. Ele foi odiado pelos irmãos, traído pela patroa e jogado numa
prisão por vários anos. Porque andou em integridade, sua honra foi restabelecida:
ele foi salvo e guindado à honrosa posição de governador do Egito. Realidade
diametralmente oposta ocorre com o perverso. Em seus caminhos maus, este logo cairá.
Sua queda é certa e repentina. Ele é apanhado pelas próprias cordas de seus
pecados. Seu caminho é sinuoso e escorregadio, cheio de armadilhas e desvios.
Andar por esse caminho é tropeçar na certa. A vida do perverso é seu maior
embaraço. Ele semeia ventos e colhe tempestades. Semeia na carne e da carne
colhe corrupção. Ele abriu covas para derrubar os justos e nelas cairá. O
íntegro, mesmo passando por perigos, é salvo; mas o perverso, mesmo em aparente
segurança, caminha célere para o desastre.
CONCLUSÃO
O livro de Provérbios é um convite a sair da vida
superficial para um estilo de vida mais profundo e repleto de significados
espirituais. Ao longo deste trimestre, aprendemos o quanto a sabedoria da
Palavra de Deus é profundamente prática. Nesta lição, vimos que a sabedoria divina
não opera somente na vida interna, mas nos impulsiona a externalizar o que está
dentro de nós como valores divinos que derivam da Palavra de Deus. Assim, somos
convidados a ser íntegros, amantes dos mandamentos de Cristo e pessoas
dispostas a servir na sociedade em que vivemos.
- Aquele
que busca em primeiro lugar o reino de Deus tem suas necessidades supridas e
sua alma satisfeita. O cobiçoso avarento se alimenta de amargura e cai na
penúria; o que confia no Senhor, porém, se alegra e prospera na terra. Esta é a
lição do livro de Provérbios! É importante também, lembrar esta outra lição: Aquele
que busca em primeiro lugar o reino de Deus tem suas necessidades supridas e
sua alma satisfeita. O cobiçoso avarento se alimenta de amargura e cai na
penúria; o que confia no Senhor, porém, se alegra e prospera na terra.
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa
ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu
Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp: 8398730-1186
Esse artigo foi útil? Nosso
trabalho te ajudou?
Considere fazer uma
contribuição. Qualquer valor é importante! Oferte para Chave PIX;
HORA DA REVISÃO
1. O que o contexto de Provérbios 28.2-12
mostra?
O contexto de Provérbios
28.2-12 mostra que a base de uma sociedade justa e ordeira é que o ideal de
justiça e integridade domine seus habitantes.
2. O que os versículos 3, 6, 8 e 11
abordam?
Os versículos 3. 6, 8 e 11
abordam a questão do tratamento social dos ricos para com os pobres e dos
pobres para com outros pobres.
3. O que os versículos 4. 5. 7 e 9
revelam?
Os versículos 4. 5. 7 e 9
revelam que a recusa de se perseverar na Lei do Senhor gera pessoas cada vez
menos comprometidas com as virtudes, como a sabedoria e a integridade.
4. Cite exemplos que mostram como podemos
tocar a alma de uma pessoa.
Quando o nosso discurso é
respeitoso (Cl 4.6), quando nossa resposta sobre a nossa fé é carregada de um
espírito manso (1 Pe 3.15), podemos tocar o coração das pessoas com o Evangelho
do Senhor Jesus Cristo (Lc 24.32).
5. Sobre a relação da integridade com os
mandamentos de Deus o que o Livro de Provérbios ensina?
O livro de Provérbios também
nos ensina que não há sabedoria sem o amor pelos mandamentos de Deus.