TEXTO ÁUREO
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.” (2 Co 4.16)
Esmiuçando o
versículo-chave:
- não desfalecemos Paulo usa um forte termo grego que se refere a urna pessoa
entregar-se a uma rendição covarde. Não foi essa a maneira como Paulo respondeu
aos contínuos ataques enfrentados por ele. A tarefa de ministrar a nova aliança
era nobre demais para que ele pudesse desanimar (Gl 6.9; Ef 3.13). Urna vez que
Deus o tinha chamado para proclamá-la, Paulo não podia abandonar o seu chamado.
Ao contrário, ele confiou em Deus para fortalecê-lo (At 20.24; 1Co 9.16-17; Cl
1.23,25).
- nosso homem exterior se corrompa Nosso corpo físico está em processo
de decomposição e, por fim, morrerá. Superficialmente, Paulo estava se
referindo ao processo normal de envelhecimento, mas com a ênfase de que o seu
estilo de vida acelerava esse processo. Conquanto não fosse idoso, Paulo desgastou-se
no ministério, tanto pelo esforço e ritmo que mantinha quanto pela quantidade
de açoites e agressões que havia recebido de seus inimigos (2Co 6.4-10;
11.23-27).
- homem interior A alma de cada
cristão, ou seja, a nova criatura — a parte eterna do cristão (Ef 4.24 ; Cl
3.10).
- se renova O processo de
crescimento e amadurecimento do cristão está ocorrendo constantemente. Enquanto
o corpo físico está se decompondo, o ser interior do cristão continua a crescer
e a amadurecer à semelhança a Cristo (Ef 3.16-20).
VERDADE PRÁTICA
Por instrumentalidade do Espírito Santo, os salvos experimentam a
renovação interior em meio as adversidades externas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Coríntios 4.11-18
INTRODUÇÃO
As adversidades externas são uma incontestável realidade (Rm 8.22,23).
Apesar disso, por meio do Espírito, os salvos experimentam a renovação
espiritual no interior de sua vida (2 Co 4.16). Não obstante, durante a nossa
existência, o corpo mortal permanecerá sujeito às adversidades da vida (2 Co
5.2,4). Nesta lição, veremos o sofrimento do homem exterior, o fortalecimento
do homem interior e os desafios atuais como forças externas que tentam esmagar
a nossa vida espiritual. A finalidade é mostrar que o crente espiritualmente
renovado pode resistir a qualquer ataque das trevas.
- A prova da glória final do cristão é que ele sofre — seja
por zombaria, injúrias ou perseguição - por
causa do Senhor (Mt 5.1012; Jo 15.18-21; 2Co 4.17; 2Tm3.12). Nas
Escrituras, o contexto das adversidades é sempre em oposição à luz, não às
vicissitudes da vida, estas vêm sobre todos. Paulo tinha um desejo ardente de
livrar-se de seu corpo terreno e de todos os pecados, frustrações e fraquezas
inexoráveis que o acompanhavam, os quais eram tão implacáveis (Rm 7.24), ele
ansiava por ser revestido de nossa habitação celestial - as perfeições da
imortalidade. Paulo esclarece o fato de a esperança do cristão para a vida
futura não ser uma vida espiritual desencarnada, mas um corpo verdadeiro,
eterno e ressurreto. Diferente dos pagãos que viam a matéria como má e o
espírito como bom, Paulo sabia que a morte do cristão não significaria ser
confinado a uma infinidade nebulosa e espiritual. Ao contrário, significava o
recebimento de um corpo glorificado, espiritual, imortal, perfeito, diferente
em qualidade e, contudo, verdadeiro, assim como Jesus recebeu (1Co 15.35-44; Fp
3.20-21; 1Jo 3.2). Paulo reiterou que mal podia esperar para obter o seu corpo
glorificado (Fp 1.21-23), ele queria a plenitude de tudo o que Deus havia
planejado para ele na vida eterna, quando tudo o que é terrestre e humano
deixará de existir.
I – O SOFRIMENTO EXTERIOR
1. A experiência de Paulo. O apóstolo
Paulo é um exemplo de um homem que sofreu adversidades externas, mas não perdeu
a solidez da vida espiritual. Suas epístolas relatam tribulações acima de suas
forças, a ponto de ele perder a esperança da preservação da própria vida (2 Co
1.8). Ainda podemos ler menções do apóstolo a prisões, açoites, apedrejamento,
perseguições, fadiga, fome, sede, frio e nudez (2 Co 11.23-27). Dessa forma,
Paulo sintetiza as adversidades da nossa jornada de fé nas seguintes palavras:
“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições” (2 Tm 3.12). Por isso, o texto bíblico diz que o tesouro do
Evangelho está guardado em vasos de barro (2 Co 4.6,7). Isso é uma declaração
de que somos feitos do pó, ou seja, somos mortais, e, por isso, como seres
humanos, somos frágeis (2 Co 7.5). Nesse aspecto, o homem exterior padece e
sofre ataques por causa da cruz (2 Tm 2.9,10).
- As adversidades externas relatadas pelo apóstolo são
resultado de sua dedicação à causa do Evangelho. Paulo nos relata em 2Co 1.8
que também, tribulação que nos sobreveio
na Ásia, isso era algo que havia acontecido há pouco tempo, talvez depois
da escrita de 1Coríntios, que ocorreu em Éfeso ou ao redor dessa cidade. Os
detalhes dessa situação são desconhecidos, mas levou o apóstolo a desesperarmos até da própria vida! Paulo
enfrentou algo que ia além da sobrevivência humana e era extremamente
desanimador porque acreditava que isso ameaçaria pôr um fim prematuro ao seu
ministério. A palavra grega para "desesperar-se” significa, literalmente, "sem
passagem'', a total inexistência de uma saída (2Tm 4.6). Os coríntios estavam
cientes do que havia acontecido a Paulo, mas não perceberam a absoluta
seriedade disso, ou o que Deus estava fazendo por meio dessas circunstâncias. A
palavra para "sentença" é um termo técnico que indica a aprovação de
uma resolução oficial, nesse caso a sentença de morte. Paulo estava tão certo
de que morreria pelo evangelho que tinha decretado a sentença para si mesmo. O
propósito último de Deus para a situação terrível de Paulo e também para nós,
hoje, quando enfrentamos os mesmos ataques por causa da cruz, é para que não
confiemos em nós, e sim no Deus todo Poderoso. Deus o havia levado ao ponto e
que ele
não poderia recorrer a nenhum recurso intelectual; físico ou emocional (2Co
12.9-10), nesse ponto, começa a agir a mão de Deus.
2. O exemplo do Apóstolo. Mesmo diante
do sofrimento, o apóstolo não retrocede e tampouco nega a fé (2 Tm 4.7; Hb
10.39). Suas provações forjaram a confiança em Deus na sua vida e ministério (2
Co 1.9,10; Fp 4.12,13). Ele reconhece que suas fraquezas são instrumentos do
poder divino (2 Co 2.4; 4.11; 12.9,10). Sua vida está a serviço do Mestre, em
favor dos escolhidos e para a glória de Deus (2 Co 1.12-14; 4.11,12,15).
Cônscio de sua vocação, o apóstolo declara: “por isso não desfalecemos; [...]
ainda que o nosso homem exterior se corrompa” (2 Co 4.16a). Nesse aspecto, o
legado do apóstolo é de perseverança. Embora o homem exterior seja consumido
pelas tribulações, o salvo não desanima nem recua. Acerca disso, Cristo nos
assegurou: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”
(Jo 16.33).
- Perseverança é não desistir. A Bíblia não promete uma
vida de sucessos instantâneos. Muitas vezes, o caminho para alcançar a vitória
é longo e difícil, mas Jesus nos ajuda a continuar fielmente. E temos esta
promessa: quem persevera receberá a recompensa que Deus tem preparado. Paulo
teve muito sucesso enquanto missionário, mas também passou por muito
sofrimento. Em todo lugar onde pregava, Paulo fazia inimigos. Ele foi corrido
para fora de muitas cidades, atacado, preso, acusado de ser falso e até sofreu
tentativas de assassinato! Além disso, suas viagens eram perigosas e ele
naufragou três vezes (2Co 11.24-27). Muitas pessoas acham que a pregação do
evangelho não vale tanto sofrimento. Mas Paulo amava Jesus e amava seu próximo
tanto que não desanimava diante dos problemas. Seu amor o ajudava a perseverar.
O resultado de todo o sofrimento do apóstolo se mostra nas muitas igrejas entre
vários povos, fundadas por ele e na escrita da metade dos livros do Novo
Testamento. Ainda hoje a perseverança de Paulo abençoa muitas pessoas. Assim,
as palavras de Tiago são encorajadoras: “Meus
irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas
provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança” (Tg
1.2,3).
3. A esperança do crente. Na
Escritura, o contraste entre as aflições do homem e o poder de Deus estão assim
representadas:
(a) “atribulados, mas não angustiados” (2 Co 4.8a) significa que, mesmo
pressionado, o crente não é esmagado;
(b) “perplexos, mas não desanimados” (2 Co 4.8b), indica que, mesmo
confuso, o crente não se desespera;
(c) “perseguidos, mas não desamparados” (2 Co 4.9a), sinaliza que, mesmo
ameaçado, o crente não é abandonado;
(d) “abatidos, mas não destruídos” (2 Co 4.9b), mostra que, mesmo
derrubado, o crente não é nocauteado. O texto ensina que, embora nosso corpo
esteja sujeito ao pecado e ao sofrimento, Deus sempre provê um meio de escape
(1 Co 10.13). Nosso Senhor obteve êxito sobre a morte e, do mesmo modo, temos
esperança da vitória e da vida eterna (2 Co 4.14). Portanto, como cristãos, não
podemos deixar de aguardar a bem-aventurada esperança em Cristo (Tt 2.13).
- Todos nós passamos por momentos difíceis, isso é
inevitável porque estamos sendo aperfeiçoados em Cristo. Assim como nós, o
apóstolo Paulo também passou momentos terríveis por causa de sua decisão de
negar-se, tomar a sua cruz e seguir a Jesus. Não há como negar que o sofrimento
é tema importante dos escritos paulinos. Inúmeras vezes ele trata do assunto. Paulo
fala mais de sessenta vezes de angústias e do sofrimento em si. Ao fazer isso,
Paulo reveza o uso dos grupos de palavras para ‘sofrimento’ (pathema, pascho,
etc.) e ‘angústia’ (thlipsis, thlibo) (2Co 1.4-8 e Cl 1.24), juntamente com a
categoria geral de ‘fraqueza’ (astheneia). Com certeza este tema é recorrente
em suas cartas, porque ele mesmo sofria dores e angústias. Qualquer estudo
sobre a vida de Paulo requer uma análise cuidadosa sobre seu sofrimento. Aqui,
Paulo apresentou quatro metáforas contrastantes para mostrar que a sua fraqueza
não o havia incapacitado: na verdade, ela o havia fortalecido (2Co 6.4-10;
12.7-10). Paulo enfrentou todo tipo de sofrimento possível: fome, sede,
solidão, perseguição enfermidade.
- A tudo isso o apóstolo denomina de “coisas exteriores” (2Co 11.28). Paulo é tão enfático nessa questão
que ele mesmo encarou todas aquelas tribulações como uma verdadeira “sentença
de morte”, e brinda seu livramento delas como se fosse a sua própria
ressurreição dentre os mortos, operada pelo Deus ressuscitador (2Co 1.9, 10).
Paulo reconheceu a sua total incapacidade para superar toda aquela situação, e
nada lhe restou senão a certeza de que iria sucumbir se Deus não lhe estendesse
a mão. Ele chega à conclusão de que o propósito de tudo isso era para que ele
não confiasse em si mesmo, e sim, em Deus (2Co 2.9), porque é na nossa fraqueza
que o poder de Cristo é aperfeiçoado (2Co 12.9).
II – A RENOVAÇÃO INTERIOR
1. O fortalecimento diário. A Bíblia
enfatiza que o Espírito Santo é o agente que habilita o cristão a manter-se
firme na adversidade (Jo 14.16,17). Esse poder do Espírito atua no homem
interior e capacita o crente a perseverar e a viver afastado do pecado (1 Co
2.12-16). Assim, apesar da fraqueza e do sofrimento exteriores, o nosso
“interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co 4.16b). Isso é a operação do
Espírito que qualifica o salvo a não desfalecer. Do ponto de vista das
disciplinas espirituais práticas, esse renovo ocorre por meio da santificação
pessoal, fidelidade, reverência, oração, jejum e temor a Deus (1 Co 7.5; Ef
5.18; Hb 12.14,28). Portanto, não podemos permitir que a aflição nos desanime,
mas devemos renovar o nosso compromisso em servir a Cristo e permitir que o
poder do Espírito Santo nos fortaleça dia a dia (1 Co 16.13).
- A Bíblia diz que o Espírito Santo é o "paracleto",
que significa "advogado" ou "consolador". Ele é um presente
de Deus para os cristãos, e Ele está disponível para nos ajudar em todas as
áreas de nossas vidas, incluindo a adversidade. O Espírito Santo nos dá força,
coragem e esperança quando estamos passando por dificuldades. Ele nos lembra do
amor de Deus e nos ajuda a perseverar. Ele também nos guia e nos ajuda a tomar
as decisões certas "E da mesma
maneira o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis"
(Rm 8.26).
- Assim como a criação e os cristãos gemem pela restauração
final, o Espírito também o faz com gemidos inexprimíveis - as expressões
divinas dentre a Trindade que não podem ser expressas em palavras, mas que
carregam apelos profundos pelo bem-estar de cada cristão (1Co 2.11). Essa obra
do Espírito Santo compara-se à obra de intercessão sumo sacerdotal do Senhor Jesus
Cristo em favor dos cristãos (Hb 2.17-18; 4.14-16; 7.24-26).
- As disciplinas espirituais práticas são atividades que os
cristãos podem realizar para crescer em sua fé e relacionamento com Deus. Essas
disciplinas nos ajudam a nos preparar para receber de Deus; incluem coisas como
a oração, a leitura da Bíblia e o jejum. Também compartilhando o que recebemos
do Senhor com os outros, em diaconia (serviço), evangelismo e a partilha de
nosso testemunho.
Oração: A
oração é uma conversa com Deus. É uma forma de nos conectarmos com Ele e
compartilharmos nossos pensamentos, sentimentos e necessidades.
Leitura da
Bíblia: A Bíblia é a Palavra de Deus. É uma fonte de sabedoria, orientação e
conforto. Ao ler a Bíblia, aprendemos mais sobre Deus e Seu plano para nossas
vidas.
Jejum: O
jejum é uma forma de nos abster de comida ou outras coisas que gostamos como um
meio de nos concentrar em Deus e buscar Sua vontade para nossas vidas.
Serviço: O
serviço é uma forma de mostrar nosso amor a Deus e aos outros. Quando servimos,
estamos compartilhando as bênçãos que recebemos de Deus com aqueles que
precisam.
Evangelismo:
O evangelismo é uma forma de compartilhar o evangelho com outras pessoas.
Quando evangelizamos, estamos convidando outras pessoas a conhecer Jesus Cristo
e a experimentar o amor de Deus.
Partilha
de nosso testemunho: Nosso testemunho é nossa história pessoal de como
conhecemos Jesus Cristo. Quando compartilhamos nosso testemunho, estamos
inspirando outras pessoas a seguirem Jesus também.
As disciplinas espirituais práticas são uma parte
importante da vida cristã. Ao praticar essas disciplinas, podemos crescer em
nossa fé e relacionamento com Deus, e podemos compartilhar o amor de Deus com
os outros.
2. O eterno peso de glória. O apóstolo
Paulo declara o seguinte: “a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
um peso eterno de glória mui excelente” (2 Co 4.17). Aqui, ele faz um contraste
entre o sofrimento presente e o futuro glorioso. O apóstolo ensina que, se
comparada ao peso da glória, que é eterna, a tribulação é leve e passageira.
Nesse sentido, a adversidade serve como instrumento encorajador do homem
interior, impulsionando-o a prosseguir (Fp 3.13,14) e que a fé se renova à
medida que o crente é capaz de suportar as tribulações (Jó 42.5; Sl 119.67).
Portanto, faz-se necessário sermos sábios diante da tribulação, fugindo da
murmuração e reconhecendo que as lutas, segundo o critério de Deus, são
inevitáveis. Entretanto, as Escrituras ratificam que as aflições deste tempo
não podem ser comparadas com a glória do porvir (Rm 8.18).
- A palavra grega para "leve" significa "uma
ninharia sem importância" e "tribulação" refere-se a uma intensa
pressão. De uma perspectiva humana, o próprio testemunho de Paulo lista,
aparentemente, uma insuportável litania de sofrimentos e perseguições padecidos
por ele ao longo de sua vida (2Co 11.23-33), embora ele os visse com o leves e
que duravam apenas por um breve momento. A palavra grega para "peso"
diz respeito a uma matéria pesada. Para Paulo, a glória vindoura que ele
experimentaria com o Senhor sobrepujava em muito qualquer sofrimento
experimentado por ele neste mundo (Rm 8.17-18; 1Pe 1.6-7). Paulo entendia que,
quanto maior o seu sofrimento, maior seria a sua glória eterna (1Pe 4.13).
- 2 Coríntios 4.17 é uma passagem da Bíblia que fala sobre
o sofrimento e a esperança. O versículo diz: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso
eterno de glória mui excelente." Esta passagem é muitas vezes usada
para confortar as pessoas que estão passando por dificuldades. Ela lembra-nos
de que o nosso sofrimento é temporário, mas a glória que vem depois é eterna. O
sofrimento pode ser difícil de suportar, mas é importante lembrar de que ele
não é o fim. Deus está trabalhando em todas as coisas para o nosso bem, mesmo
quando não podemos ver isso. Quando passamos por dificuldades, podemos confiar
em Deus para nos dar a força e a coragem que precisamos para perseverar.
Podemos também confiar nEle para nos dar esperança para o futuro. A glória que
vem depois do sofrimento é muito maior do que o sofrimento em si. É uma glória
eterna, que nunca vai acabar. Então, se você está passando por dificuldades,
lembre-se de que você não está sozinho. Deus está com você, e Ele vai te ajudar
a perseverar. E lembre-se também de que a glória que vem depois é eterna, e ela
vai valer a pena.
3. A visão da eternidade. Fortalecido
em Deus, tendo plena consciência da vida vindoura, o cristão é exortado a não
focar “nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem
são temporais, e as que se não veem são eternas” (2 Co 4.18). Contrastando as
coisas visíveis com as invisíveis, as temporárias com as eternas, o apóstolo
Paulo apela ao exercício da fé bíblica como uma importante motivação para o
crente não desfalecer nas tribulações (cf. Hb 11.1). Nesse caso, somado à renovação
diária, o crente deve viver sob a perspectiva da eternidade. Não por acaso, o
apóstolo Paulo escreveu: “pensai nas coisas que são de cima e não nas que são
da terra” (Cl 3.2).
- A perseverança baseia-se na capacidade de uma pessoa de
enxergar além do físico, o espiritual; além do presente, o futuro, e além rio
visível, o invisível. Os cristãos devem olhar além do que é temporário — o que
está perecendo (ou seja, as coisas do mundo), e as que se não veem são eternas.
A busca por Deus, por Cristo, pelo Espírito Santo e pela alma das pessoas deve
consumir o cristão. Por essa razão, somos exortados a "dispormos a nossa
mente" ou "termos essa disposição interior" de pensar nas coisas lá do alto, não nas que são aqui
da terra. Assim como o ponteiro de uma bússola aponta para o Norte, toda a
disposição do cristão deve apontar na direção das coisas do céu. Os pensamentos
celestiais podem vir somente pelo entendimento das realidades celestiais que se
encontram na Escritura (Rm 8.5; 12.2; Fp 1.23; 4.8; 1Jo 2.15-17; Mt 6.33).
III – OS DESAFIOS DE HOJE
1. Cultura secularista. O “espírito
da Babilônia”, por meio da cultura secularista, procura esmagar a vida
espiritual dos crentes (Ap 17.5). É um sistema materialista, conforme estudamos
até aqui, que nega a realidade espiritual, a existência de Deus, a verdade
bíblica e todo o conjunto de valores provenientes da Palavra de Deus. Diante
desse ataque, o Altíssimo continua a buscar um povo que seja renovado por
dentro, resista aos ataques externos e tome posição contra o advento do mal (Ez
22.30).
- Secularismo é uma ideologia que promove a ausência de
qualquer obrigação relacionada à autoridade ou crença em Deus. É uma forma de
ver o mundo onde se reconhece apenas o aqui e o agora, e se o mundo espiritual
existe, isso não é uma preocupação para o secularismo, assim, podemos viver
como se esse mundo espiritual não existisse. Outra questão é que, em contraste
com o forte ateísmo de certas ideologias, como o novo ateísmo ou o comunismo, o
secularismo é uma forma mais sutil de ateísmo, nem sempre exigindo que
declaremos “não há Deus”. Isso implica em que, simplesmente, Deus não é
relevante para a discussão – nunca. Em suas linhas ainda mais perniciosas, o
secularismo implica em que Deus seria, na realidade, destrutivo para a
sociedade. O secularismo tem surgido, ainda, de várias outras formas em nossa
cultura. A aceitação dominante da expressão sexual extravagante, dos movimentos
de “direito à morte” e da animosidade geral “em praça pública” em relação às
visões cristãs ortodoxas, indica que o secularismo está em toda parte à nossa
volta.
- Na verdade, Paulo nos esclarece que esse não é um
movimento novo, mas, como está em 2Ts 2.7, “Com
efeito, o mistério da iniquidade já opera e aguarda somente que seja afastado
aquele que agora o detém”. Esse é o espírito da injustiça já predominante na
sociedade (1Jo 3.4; 5.1 7), mas ainda um mistério não revelado por completo,
pois o será naquele que tão abertamente se opõe a Deus a ponto de assumir, com
blasfêmia, o lugar de Deus na terra, o qual o Pai reservou para Jesus Cristo, o
espírito desse homem já está atuando (1Jo 2.18; 4.3).
2. Relativismo doutrinário. Outro ataque
que procura matar a nossa vida espiritual é o processo de desconstrução dos
fundamentos da fé. Não podemos tolerar a relativização doutrinária. Ora,
relativizar a doutrina bíblica é enfraquecer o homem interior. Não há como
renovar a nossa vida espiritual sem ter em alta conta a Palavra de Deus. Não se
pode fazer uma releitura seletiva da Bíblia para agregar à Igreja os que não
aceitam a sã doutrina (2 Tm 4.3). O relativismo aliado à ideologia secularista
impõe o que deve ser considerado como ideal. Assim, o pecado é aceito e
tolerado. Porém, o crente renovado deve reagir contra essa inversão de valores,
resistir ao “espírito da Babilônia” e “batalhar pela fé que uma vez foi dada
aos santos” (Jd 1.3).
- Nossa sociedade está sendo embalada pelos ventos do
relativismo. O relativismo filosófico ou doutrinário, deságua no relativismo
moral. Diante deste quadro, precisamos ensinar e viver os absolutos da Palavra
de Deus. O cristão não negocia com a verdade de Deus. Ele é o arauto de Deus
que proclama as boas novas de salvação.
- Embora a salvação daqueles a quem Judas havia escrito não
estivesse em perigo, os falsos mestres que pregavam e viviam na prática de um
evangelho falso estavam desviando os que precisavam ouvir o verdadeiro
evangelho. Judas escreveu esse chamado imperativo para que os cristãos
travassem uma guerra contra o erro em todas as suas formas e lutassem
vigorosamente pela verdade, como um soldado a quem foi confiada uma tarefa sagrada
de proteger um tesouro santo (1Tm 6.1 2; 2Tm 4.7), que é a nossa fé, todo o
corpo da verdade revelada acerca da salvação contida nas Escrituras (Gl 1.23; Ef
4.5,13; Cl 1.27; 1Tm 4.1). Aqui está um chamado para conhecer a sã doutrina (Ef
4.14; Cl 3.16; 1Pe 2.2; 1Jo 2.12-14), discernir a verdade do erro (1Ts 5.20-22)
e dispor-se a confrontar e atacar o erro (2Co 10.3-5; Fp 1.7,27; 1Tm ,1. 18;
6.72; 2Tm 1.13; 4.7-8; Tt 1.3). A revelação de Deus foi entregue uma única vez
como uma unidade, na conclusão da Escritura, e não deve ser editada com
supressões nem adendos (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.6; Ap 22.18-19). A Bíblia é
completa, suficiente e está concluída; portanto, ela está fixada para sempre. Nada
deve ser acrescentado ao corpo da Palavra inspirada (2Tm 3.16-17; 2Pe 1.19-27),
porque nada mais é necessário. Os cristãos agora têm a responsabilidade de
estudar a Palavra (2Tm 2.15), pregar a Palavra (2Tm 4.1) e lutar para que ela
seja preservada.
3. Batalha espiritual. Todo salvo
trava uma batalha espiritual neste mundo. A Escritura diz que Satanás é o “deus
deste século” e que o mundo jaz no Maligno (2 Co 4.4; 1 Jo 5.19). Por isso,
nossa Declaração de Fé realça que foi com engano que ele começou as suas
atividades contra o homem (Gn 3.13; 2 Co 11.3). E é com essa arma que o Diabo e
seus agentes ainda seduzem as pessoas neste mundo (Ap 12.9). Outrossim, os
espíritos malignos têm capacidade de influenciar os que vivem na desobediência,
manipulando, aprisionando e colocando pessoas contra Deus (Ef 2.2). Por isso, a
Bíblia alerta que nossa luta não é contra o homem, mas contra os demônios (Ef
6.12). De certo, o crente renovado, de posse da armadura de Deus, deve
posicionar-se contra as ciladas do Diabo, “orando em todo o tempo com toda a
oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18).
- A expressão “batalha espiritual” nunca aparece na Bíblia.
É um termo teológico prático para descrever o conflito da vida cristã. A
batalha espiritual que estamos enfrentando é uma luta épica contra Satanás e
seus anjos, contra os principados e as potestades. Ela está sendo travada
diariamente onde nós vivemos – em nossos lares, nossos escritórios, nossos
casamentos, nossa igreja e no íntimo do nosso coração. Quando somos
convertidos, temos paz com Deus (Rm 5.1) e desfrutamos da paz de Deus (Jo
14.27). A vida cristã, porém, é uma guerra, um grande combate, uma vida de
lutas e tribulações (Jo 16.33). A causa desta guerra é que vivemos numa
sociedade que está em rebelião contra Deus, num mundo que jaz no maligno (Jo
16.11; 1Jo 2.15-17). O causador desta guerra é Satanás. Ele lidera ataques
espirituais contra o cristão e persegue a igreja de maneira implacável (Ap
12.13-18). Paulo ensina que a guerra do cristão não é contra pessoas, mas
contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Estes
inimigos são poderosos (Jo 12.31), malignos (os agentes secretos do mal) e
astutos ou inteligentes para enganar (2Co 11.14). A principal cilada que o
diabo utiliza é fazer com que as pessoas não acreditem na sua existência. John
MacArthur define batalha espiritual como “uma
guerra de proporções universais contrapondo Deus e sua verdade contra Satanás e
suas mentiras. É uma batalha de vontades entre Deus e Satanás. É um conflito
cósmico que envolve Deus e a mais alta criatura que ele fez, e o conflito
atinge cada ser humano. Satanás e seu exército de demônios estão lutando contra
Cristo, seus santos anjos, a nação de Israel e os crentes. As linhas de batalha
estão claramente desenhadas” John
MacArthur, Standing Strong: How to Resist the Enemy of Your Soul, 2ª ed.
(Colorado Springs, CO: David C. Cook, 2006), p. 21.
- Estejamos atentos, por que há possibilidade de sermos
derrubados nesta guerra. O diabo e suas forças espirituais do mal intentam
derrubar o cristão, prejudicar o relacionamento do crente com Deus, e ele não o
faria se não houvesse, de fato, a possibilidade de sucesso. Para isso, ele arma
ciladas e lança dardos inflamados para destruir o crente. As principais ciladas
são: lançar dúvidas sobre o caráter e a Palavra de Deus (Gn 3); lançar dúvidas
sobre a nossa filiação espiritual (Mt 4.1-11); levantar perseguição contra os
crentes, principalmente, os líderes (At 12.1-8; Ap 2.10). E aqui entendemos a
razão pela qual o Senhor Jesus nos advertiu: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na
verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). A carne ou a nossa
natureza humana não tem poder suficiente para resistir ao pecado. Também Paulo exorta:
“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja
que não caia” (1Co 10.12). Mas estamos num Exército vitorioso e muito bem
equipado! Podemos vencer esta guerra, utilizando as armas que Deus nos
proporciona: “Quanto ao mais, sede
fortalecidos no Senhor e na força do seu
poder. Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo”.
Observe que Paulo fala de duas armas: o poder do Senhor e a armadura de Deus.
Não devemos enfrentar as forças demoníacas utilizando a nossa habilidade
humana, mas o poder de Deus. Este poder foi o mesmo que ressuscitou a Cristo e
o exaltou (Ef 1.19). Este poder está a nossa disposição. Também devemos
utilizar a roupa adequada de um guerreiro, a armadura de Deus.
CONCLUSÃO
Durante a existência do corpo mortal, nosso homem exterior estará
sujeito às tribulações desta vida (2 Co 4.11). Apesar do padecimento e das
aflições, o nosso homem interior não deve desfalecer, mas se renovar por meio
do poder do Espírito (2 Co 4.16). Assim, os sofrimentos do tempo presente não
podem ser comparados com o peso de glória eterna reservado para os fiéis (2 Co
4.17). Por isso, no tempo presente de ataques e desconstrução da fé cristã,
necessitamos de renovação do nosso interior, dia a dia, para enfrentar o poder
do pecado e do mal.
- O exemplo de Paulo é encorajador para o povo de Deus de
todas as épocas. O mesmo Deus que assistiu o apóstolo nas suas fraquezas ainda
é o mesmo, “ontem, hoje e eternamente” (cf. Hb 13.8). Infelizmente, às vezes
encaramos os relatos bíblicos como abismos intransponíveis, com mais de dois
mil anos de diâmetro, como se Deus não mais socorresse aqueles que lhe
pertencem. “Temores por fora e lutas por dentro” é a causa do desânimo de
muitos pastores hoje em dia, desembocando por vezes até em desistência do
ministério. Isso é agravado ainda mais quando os “oportunistas da fé”, muitos
dos quais se autodenominam “apóstolos” e “profetas” hoje em dia, angariam
sucesso, glória pessoal e prosperidade à custa de suas ovelhas, fazendo com que
os números dos templos cheios (mesmo que para isso os bolsos das ovelhas se
esvaziem) apontem o fracasso daqueles que teimam em permanecer fieis à Palavra
e resistentes à sedução das estratégias de marketing como meio de alavancar
seus ministérios. Para Paulo, tais pessoas não passam de “falsos apóstolos,
obreiros fraudulentos”, que se transformam em ministros de Cristo, mas que não
passam de verdadeiros emissários de Satanás (2Co 11.13–15).
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual exemplo podemos contemplar na vida do
apóstolo Paulo?
Mesmo
diante do sofrimento, o apóstolo não retrocedeu e tampouco negou a fé.
2. O que a Bíblia enfatiza a respeito do
Espírito Santo?
A
Bíblia enfatiza que o Espírito Santo é o agente que habilita o cristão a
manter-se firme na adversidade.
3. Que contraste o apóstolo Paulo faz para
apelar ao exercício da fé bíblica?
Ele
contrasta as coisas visíveis com as invisíveis, as temporárias com as eternas.
4. De acordo com a lição, o que o “espírito da
Babilônia” nega?
Nega
a realidade espiritual, a existência de Deus, a verdade bíblica e todo o
conjunto de valores provenientes da Palavra de Deus.
5. O que a Bíblia nos alerta a respeito de
nossa luta?
A
Bíblia alerta que nossa luta não é contra o homem, mas contra os demônios (Ef
6.12).