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20 de julho de 2023

Lição 06. A Desconstrução da Masculinidade Bíblica

TEXTO ÁUREO

E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.” (Gn 2.15)

- O trabalho era parte importante e dignificante no que respeita à representação da imagem de Deus e serviço a Deus, mesmo antes da queda.

 

VERDADE PRÁTICA

O homem foi criado com qualidades que expressam virilidade, responsabilidade e liderança.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

RUTE 4.7-12

 

INTRODUÇÃO

O conceito progressista de ruptura dos padrões bíblicos atua na desconstrução da masculinidade. Assim, os marcos judaico-cristãos do papel do homem são questionados. Nesse contexto, a masculinidade é relativizada e o modelo bíblico de homem, desconstruído. Nesta lição, apresentaremos o mandato divino para o homem, as ofensivas de desmasculinização e o exemplo de masculinidade bíblica que Deus requer do homem cristão.

- A masculinidade bíblica refere-se às representações de papéis e características masculinas personalizadas na Bíblia, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. É importante entender que as concepções de masculinidade na Bíblia são influenciadas pelo contexto cultural da época em que os textos foram escritos, e podem diferir das concepções modernas de masculinidade, e nesse quesito, reside a importância de um estudo como esse, para nos ajudar a mantermos um equilíbrio e sentirmos a importância da renovação da mente como uma abordagem para viver uma vida espontânea com a vontade de Deus. Precisamos analisar os perigos de adoção dos padrões e valores do mundo em contraste com a chamada de Deus para viver uma vida santificada. Alguns exemplos de masculinidade bíblica incluem liderança, responsabilidade e coragem; Muitos homens na Bíblia são retratados como líderes e protetores de suas famílias, comunidades ou nações. Eles são chamados a assumir a responsabilidade e guiar com sabedoria. As várias figuras masculinas na Bíblia vão desde os heróis guerreiros até os profetas e líderes.

 

I – A MASCULINIDADE BÍBLICA

1. A criação divina do ser humano. Deus é o Criador de todas as coisas nos céus, na terra e no mar (Gn 1.1; At 4.24). A Escritura registra que Ele criou o ser humano e o definiu pelo sexo: macho e fêmea, homem e mulher (Gn 1.27). Essa diferenciação visa ao complemento mútuo na união conjugal e ao desempenho dos papéis divinamente designados a cada um (1 Co 11.11,12).

Desse modo, pode-se afirmar que nenhuma outra criatura foi feita como o ser humano. Os peixes, as aves e todos os outros animais foram produzidos “segundo a sua espécie” (Gn 1.21,24,25). Entretanto, ao criar o ser humano, Deus o fez olhando para si mesmo, isto é, sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26). Por conseguinte, o ser humano é considerado a coroa da Criação.

- O ponto culminante da criação, um ser humano vivente, foi feito à imagem de Deus para governar a criação. Ser criado à imagem de Deus definiu o relacionamento peculiar do homem com o Criador. O homem é ser vivente capaz de incorporar os atributos de comunicação de Deus (Gn 9.6; Rm 8.29; Cl 3.10; Tg 3.9). Na sua vida racional, o homem era semelhante a Deus no sentido de que era capaz de raciocinar e tinha intelecto, vontade e sentimento. No sentido moral, ele era semelhante a Deus porque era bom e sem pecado.

- O projeto original de Deus era que o homem tenha ele domínio... sujeitai-a; isso definiu o relacionamento peculiar do homem com a criação. O mandamento de governar distinguiu o homem do restante da criação viva e definiu o seu relacionamento como sendo superior ao restante da criação (SI 8.6-8).

- Conquanto o homem e a mulher compartilhassem de modo igual a imagem de Deus e juntos exercessem domínio sobre a criação, por desígnio divino eles eram fisicamente diferentes a fim de cumprirem o mandamento de Deus de multiplicarem-se, ou seja, nenhum deles podia gerar filhos sem a participação do outro.

- Note que, ao olhar sua recente criação, Deus constatou que Não é bom que o homem estivesse só.  Quando Deus viu que a sua criação era muito boa (1.31), viu-a como sendo o resultado perfeito de seu plano criador nesse momento. Entretanto, antes do final do sexto dia, ao observar o estado do homem como não bom, ele comentou sobre a deficiência dele, visto que a mulher, a contraparte de Adão, ainda não havia sido criada. As palavras desse versículo enfatizam a necessidade de companhia para o homem, uma auxiliadora, alguém à sua altura. Sem alguém para complementá-lo, ele estava incompleto para poder cumprir a tarefa de multiplicar-se, encher a terra e exercer domínio sobre a mesma. Isso aponta para a inadequação de Adão, não para a insuficiência de Eva (1Co 11.9). A mulher foi feita para suprir a deficiência do homem (ITm 2.14).

 

2. Características da masculinidade. As Escrituras revelam um conjunto de características do papel do homem na história, bem como segundo a sua constituição biológica. Ao criar o homem, Deus lhe confiou duas tarefas primárias e essenciais: cultivar e guardar (Gn 2.15). Esses dois termos resumem o mandado divino para o comportamento masculino. Significa que as funções de provedor e protetor são próprias da natureza do homem. Nesse sentido, Paulo ratifica que cabe ao homem proteger sua esposa e família, bem como prover-lhes uma vida digna (Ef 5.28-30). Ressalta-se que a “masculinidade bíblica” enaltece o amor e o cuidado em relação à mulher e que “o machismo” a inferioriza e a desonra. Nesse aspecto, a Bíblia ensina ao homem a honrar a mulher com toda a dignidade (1 Pe 3.7).

- O termo “submissão” tem ficado ‘engasgado’ em muitas correntes progressistas, talvez por um entendimento equivocado do que de fato essa palavra significa no contexto bíblico; por exemplo, em 1 Pe 3.7, Maridos, vós, igualmente, a submissão também é a responsabilidade de um marido cristão (Ef 5.12). Embora não se submeta à esposa como líder, o marido deve submeter-se ao dever amoroso de ser sensível às necessidades, temores e sentimentos de sua esposa. Em outras palavras, o marido cristão precisa sujeitar suas necessidades às da esposa, seja ela cristã ou não. Pedro especificamente menciona a consideração, o cavalheirismo e o companheirismo, além do dever de considerar a mulher como parte mais frágil. Embora, em Cristo, seja igual em tudo e não seja inferior espiritualmente pelo fato de ser mulher (importante considerar o texto de Gl 3.28), a esposa é fisicamente mais frágil e precisa de proteção, provisão e força da parte do marido. Biblicamente, tanto o homem quanto a mulher, são herdeiros da mesma graça de vida. Aqui a "graça de vida" não é a salvação, mas o casamento — a melhor relação que a vida terrena pode oferecer. O marido deve cultivar o companheirismo e a intimidade com a esposa, seja ela cristã ou não (Ec 9.9), para que não se interrompam as... orações (refere-se especificamente à oração do marido pela salvação da esposa). Essa oração será interrompida se ele não respeitar as necessidades dela e não tiver comunhão com ela – Que outras características masculinas bíblicas poderiam ser acrescidas à estas?

 

3. A liderança masculina. Deus confiou ao homem a responsabilidade da liderança (Gn 1.26; 3.16). Na Bíblia, Deus é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do homem; e o homem é a cabeça da mulher (1 Co 11.3). O movimento feminista, de viés neomarxista, considera esse modelo como um sistema machista opressor para com a mulher. Ao contrário dessa falácia, o apóstolo Paulo revela que o homem deve liderar a sua casa do mesmo modo que Cristo lidera a Igreja (Ef 5.29).

Uma vez que Cristo se entregou pelo bem-estar da Igreja, a liderança masculina requer a prática de algum tipo de sacrifício pela mulher (Ef 5.25b). Nesse sentido, no exercício da liderança, o homem deve evidenciar virtudes, tais como: fortaleza, sabedoria, coragem, amor e respeito (Jz 6.14; 2 Cr 1.10; Ne 6.11; Jo 15.12,13). 

- Embora tanto os homens quanto as mulheres tenham sido criados à imagem de Deus (Gn 1.27), é o homem que carrega a glória de Deus, unicamente por causa do seu papel. Como Deus, ele recebe uma esfera de soberania como o soberano terreno da ordem criada por Deus. Veja notas em Cn 3.16-17.

- Cristo é o cabeça da igreja por ser seu Salvador e Senhor (Ef 1.22-23; 4.15; Cl 1.18). Ele também é Senhor sobre todos os incrédulos (Mt 28.18; Hb 2.8). Algum dia todos reconhecerão a sua autoridade (Fp 2.10-11). Os homens têm autoridade sobre as mulheres na ordem básica da criação (1Co 11.8-9; Is 3.12; Ef 5.22-33). Veja notas em ITm 2. 11-15.

- O exemplo dado por Paulo em 1Co 11.3 nos mostra que, em essência, Cristo nunca esteve de modo algum num patamar inferior ao Pai (Jo 10.30; 17.21 -24), não há uma hierarquia na Trindade Santa; mas na sua encarnação ele se submeteu voluntariamente à vontade do Pai em humilde obediência (1Co 3.23; 15.24-28; Jo 4.34; 5.30; 6.38).

- O pecado transformou o sistema harmonioso de funções ordenado por Deus em ferrenhas lutas de obstinação. Companheiros vitalícios, maridos e esposas necessitarão, em consequência, da ajuda de Deus no seu convívio. O desejo da mulher será de ser senhor sobre o seu marido, mas o marido governará por desígnio divino (Ef 5.22-25). Essa interpretação da maldição está baseada nas palavras e na gramática hebraicas idênticas usadas em 4.7 para mostrar o conflito que o homem enfrentará com o pecado ao empenhar-se em dominá-lo.

 

II – A EROSÃO DA MASCULINIDADE

1. Apologia à homossexualidade. Em tempos pós-modernos, a “ideologia de gênero” faz contínuas investidas de legitimação da homossexualidade. Esse conceito ignora as características físicas e biológicas, alegando que o ser humano nasce sexualmente neutro. Essa concepção invalida a criação divina da raça humana como ser binário “masculino” e “feminino” (Gn 1.27).

Ensina que a identidade de gênero e a orientação sexual independem da anatomia do corpo. Assim, não aceita que os órgãos do sistema reprodutor humano sirvam de parâmetro para a sexualidade. Como consequência, a sexualidade antinatural é incentivada (Rm 1.26,27). Disso decorre uma crise do comportamento masculino no tempo presente (1 Co 6.10).

- Cf. Mt 19.4; Mc 10.6. Conquanto o homem e a mulher compartilhem de modo igual a imagem de Deus e juntos exerçam domínio sobre a criação, por desígnio divino eles são fisicamente diferentes a fim de cumprirem o mandamento de Deus de multiplicarem-se, ou seja, nenhum deles podem gerar filhos sem a participação do outro. Essa é a projeção bíblica para o homem/mulher; papéis que estão sendo pervertidos desde a queda, e que nestes últimos dias tem se agravado com a disseminação da ideologia de gênero.

- Em Romanos 1.26, 27 e 28, Paulo traça um retrato da sociedade moderna e diagnostica o quadro atual de perversão como uma forma de ‘castigo’ de Deus sobre o homem rebelde; com paixões infames, identificadas nos versículos 26-27 como a homossexualidade, um pecado claramente condenado na Escritura (Gn 19; Lv 18.22; 1Co 6.9-11; Gl 5.19-21; Ef 5.3-5; 1Tm 1.9-10; Jd 7). Culminando com até suas mulheres, para mostrar a extensão da depravação sob a ira do abandono, pois na maioria das culturas as mulheres são as últimas a serem afetadas pela degradação moral. Em sua ira Deus entrega aqueles que o desonraram à desonra de seu próprio corpo. Deus entregou aqueles que abandonaram o Autor da natureza a não guardar a ordem natural.213 Eles pecaram degradando a Deus, pelo que também Deus os degradou.

 

2. Responsabilidade negligenciada. Em virtude da relativização da masculinidade, o modelo bíblico vem sendo abandonado. A identidade masculina, que deveria estar associada à virilidade, à capacidade de prover e proteger a família, é substituída por indivíduos de duplo ânimo, vacilantes e inconsequentes (Tg 1.8). Uma parcela é incapaz de sustentar a sua própria casa, não pelo desemprego, mas pela aversão ao trabalho (Pv 21.25). Os efeitos desse comportamento resultam em inúmeros casos de desajustes familiares e divórcio.

- Em Tiago 1.8, Homem de ânimo dobre, é uma tradução literal da expressão grega que indica que a pessoa está com a mente ou a alma dividida entre Deus e o inundo. Esse homem é um hipócrita, que, em certas ocasiões, crê em Deus, mas não confia nele quando chegam as provações e, assim, nada recebe. O uso dessa expressão em 4.8 deixa claro que ela se refere a um incrédulo, inconstante.

- “Tanto o homem como a mulher receberam de Deus atribuições para a vida familiar – algumas iguais, algumas diferentes. Por exemplo, ao criar a mulher para ser uma ajudadora do seu marido (Gn 2.18), o Pai Celeste definiu o papel do homem como cabeça (ou governo) do lar; e é justamente por este aspecto que queremos começar abordando os deveres do marido. Também encontramos nas Escrituras ordens claras sobre a responsabilidade do marido de amar (honrar) sua esposa (Ef 5.25) e, o que separamos como um papel ainda distinto, ser amante (físico) de sua mulher (1 Co 7.3-5). Entendemos ainda que, quando criou o homem e o estabeleceu no Éden, o Senhor deu-lhe duas distintas funções: lavrar e guardar o jardim (Gn 2.15). Logo, mesmo antes de criar a mulher e estabelecer a família (que já existiam em seu propósito eterno), o Criador definiu o papel do homem como provedor e protetor de sua futura família. Portanto, os cinco principais deveres do marido – de procurar agradar e fazer feliz sua mulher, são: 1. Ser o cabeça do lar; 2. Amar sua esposa; 3. Ser amante (sexual) de sua esposa; 4. Ser provedor; 5. Ser protetor.” (OS DEVERES DOS MARIDOS – POR LUCIANO SUBIRÁ).

 

3. Crise de liderança. A crise de masculinidade tem gerado homens incapazes de exercer liderança. Uma sociedade sem líderes eficazes transforma-se em anarquia. No período do profeta Ezequiel, Jerusalém estava imersa na corrupção, fraudes, mentiras, opressão, extorsão, imoralidade, injustiça e violência (Ez 22.2-13). Deus revelou ao profeta que uma das causas do juízo iminente era crise de liderança e que procurava alguém para reverter a situação (Ez 22.30). Nesse caso, Deus ainda procura esse tipo de homem na atualidade (1 Rs 2.2).

- Ezequiel e Jeremias eram fiéis, mas Deus procurava alguém além deles que fosse capaz de interceder em favor de Israel, uma vez que seus pecados tinham ido longe demais. Mas não havia ninguém que pudesse liderar o sovo para que se arrependesse e retornasse da beira do castigo que veio em 586 a.C. (Jr 7.26,36; 19.15).

- “Coragem, pois, e sê homem!” (1Rs 2.2), é o conselho do velho Davi ao seu sucessor no trono, Salomão; essa é uma expressão de incentivo (Dt 31.7,23; Js 1.6-7,9,18; 1Sm 4.9) com a qual Davi procurou preparar Salomão para as tarefas difíceis e as batalhas em seu futuro. Alguns homens, erroneamente interpretam sua função de cabeça do lar como uma posição em que os outros (principalmente sua própria esposa) devem reconhecê-lo. Mas sobre os deveres dos maridos, o papel que ele, o homem da casa, deve cumprir exige “Coragem, pois, e sê homem!”. É lógico que parte dos deveres da esposa é reconhecer e submeter-se a esta posição do marido, mas há alguns homens que querem que outros reconheçam neles um encargo que eles mesmo nunca assumiram! A negligência de muitos esposos “empurram” suas mulheres a assumirem deveres e funções que não pertencem a elas, e no fim muitos deles ainda reclamam de alguém ter “usurpado” sua posição! Portanto, repito, o propósito deste ensino é ajudar os maridos a entenderem o que eles precisam fazer quanto à responsabilidade de governo que lhes foi dada pelo Senhor.

 

III – BOAZ: SÍMBOLO BÍBLICO DE MASCULINIDADE

 

1. Modelo de generosidade. Boaz é um grande símbolo de masculinidade bíblica. Ele era um parente de Elimeleque, o falecido esposo de Noemi (Rt 2.1). Esta perdera o marido, os filhos e ficara apenas com a moabita Rute, uma de suas noras, também viúva e sem filhos (Rt 1.3,5,16). Para sobreviver, Rute foi trabalhar no campo de Boaz (Rt 2.3,5,6).

Ao saber que Rute deixara a sua terra para apoiar a sogra, Boaz a tratou com generosidade (Rt 2.11,12). Ele se dirigiu a ela com ternura (Rt 2.8); a protegeu para não ser molestada (Rt 2.9); a alimentou (Rt 2.14); e ordenou que fosse favorecida na colheita (Rt 2.15,16). Porém, pela lei, uma viúva sem filhos só poderia ser resgatada pelo casamento com um parente próximo do falecido (Dt 25.5,6; Rt 4.9,10). Assim, apesar da compaixão de Boaz, Noemi e Rute ainda estavam em apuros.

- Boaz foi um judeu, morador de Belém e pertencente à tribo de Judá. Boaz era um homem rico e um respeitado proprietário de terras em Belém (Rt 2.1-3). Ele desempenhou um papel crucial na história de Rute, uma mulher moabita que se converteu ao judaísmo após a morte do marido. A história de Boaz está registrada no livro de Rute, além de também ser citado em 1 Crônicas 2.12. O texto diz que por casualidade Rute entrou na parte das terras que pertencia a Boaz (Rt 2.3). A expressão do hebraico utilizada nesse versículo demonstra que Rute não planejou aquilo, entretanto sabemos que tudo o que veio à acontecer obedeceu ao propósito soberano de Deus. No campo, Boaz percebeu Rute e perguntou aos seus homens sobre ela (Rt 2.4-7). Boaz e seus homens ficaram impressionados com aquela jovem estrangeira, pois seu testemunho era muito diferente do que normalmente se esperava de uma moabita. Ao longo da história, ele agiu com bondade, integridade e justiça. Ele seguiu a lei do levirato, que exigia que um parente próximo casasse com a viúva de um homem falecido, para preservar o nome e a herança da família. Boaz casou-se com Rute, e eles tiveram um filho chamado Obede, que se tornou o avô do rei Davi.

 

2. Modelo de responsabilidade. Ao prometer resgatar Rute e a herança de Elimeleque, Boaz estava ciente que o direito era de um parente mais próximo que ele (Rt 3.12,13). Assim, movido pelo senso de responsabilidade, liderança e honra, Boaz levou o caso aos anciãos (Rt 4.1,2). Na audiência, explicou que as terras estavam à venda e aquele que as comprasse deveria casar-se com Rute (Rt 4.4,5).

O parente que tinha a primazia autorizou Boaz a comprar as terras e se casar com a moabita (Rt 4.6,9,10). Ao adquirir a propriedade e tomar Rute por mulher, Boaz tornou-se o provedor e protetor daquela família (Rt 4.13-16). O casal gerou a Obede, avô do Rei Davi de cuja linhagem nasceu o Cristo (Rt 4.22, Mt 1.5,6,16). Boaz é símbolo de masculinidade enquanto marido, pai e líder exemplar.

- Em Rute 3.12 ficamos sabendo que havia um parente resgatador... mais chegado do que eu; Boaz acertadamente submeteu-se a alguém outro que fosse um parente mais próximo de Elimeleque. O parente mais próximo podia o irmão mais velho de Boaz (Rt 4.3) ou Boaz podia ser seu primo. O fato de as mulheres vizinhas terem dito "A Noemi nasceu um filho" quando Obede nasceu sugere que Boaz era irmão ou primo de Elimeleque (Rt 4.17). Boaz aceitaria de boa vontade a proposta de Rute se o parente mais próximo estivesse impedido ou não quisesse exercer o dever de levirato, com o juramento mais solene e sério que um israelita podia fazer: “tão certo como vive o Senhor”.

- Principais características de Boaz: um homem rico e respeitado em Belém durante a época dos juízes; Ele era bondoso, generoso e de grande reputação, e Ele cumpria suas promessas e tomava decisões sábias e justas, mesmo em situações difíceis.

- O amor de Boaz por Rute e sua lealdade a Noemi, sogra de Rute, também refletem a redenção. Ele cuida delas, fornecendo sustento e proteção, demonstrando que a bondade e a compaixão têm um papel essencial na redenção bíblica.

 

CONCLUSÃO

Deus criou o ser humano com dois gêneros: masculino e feminino (Gn 1.27). Por isso, a diferenciação dos sexos é um princípio determinado pela criação divina (Gn 2.23). Nesse sentido, a masculinidade é um conjunto de atributos e funções inerentes ao homem. Já a desmasculinização decorre da inversão dos papéis do homem na sexualidade, na liderança e na prática de seus deveres. A masculinidade bíblica exige o autocontrole, sacrifício e firmeza de caráter no encargo de suas tarefas. Nesse aspecto, a sociedade, a família e a igreja esperam por homens que honrem a sua masculinidade e exerçam o papel que Deus os vocacionou a desempenharem.

- Deus criou HOMEM e MULHER e os dotou de órgãos específicos e especialmente destinados à reprodução da espécie, chamados órgãos sexuais ou genitais. Homem e mulher possuem genitália apropriada à reprodução. Notem que Deus não criou meio termo, não criou um ser humano que em determinado momento pudesse assumir funções incompatíveis com a natureza do seu ser. Deus não criou um homem com possibilidades sexuais de desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e vice-versa. Ocorre que a natureza pecaminosa em função da queda no Éden coloca o homem em rebeldia contra Deus. Pela influência do diabo, o homem continua se rebelando contra o Criador e Sua palavra. Daí as perversões na área sexual.

- É preciso desconstruir a relação feita entre masculinidade e machismo. A masculinidade bíblica não implica em superioridade à mulher, mas nos fala de papéis, de responsabilidade, enquanto que o machismo é uma consequência do pecado. É inegável que, por séculos, o machismo tem sido uma realidade que afeta a vida das mulheres e essa crença na superioridade masculina tem sido usada para justificar a opressão, a violência e a discriminação contra as mulheres. O machismo tem sido uma das principais causas das desigualdades de gênero, que continuam sendo uma realidade em muitas sociedades, com mulheres enfrentando barreiras no acesso à educação, ao emprego e à representação política, entre outras coisas. É importante lembrar que o machismo é uma construção social que pode e deve ser abandonada!

- O fato é que, o relacionamento entre homem e mulher não tem sido dos melhores. Tem havido muito abuso, de ambos os lados. Mais por parte do homem do que da mulher. A solução, porém, não é a desconstrução do masculino e do feminino; não é a desmasculinização ou a desfeminilização. A solução é a redenção em Cristo Jesus – isto é, salvação e santificação progressiva.

- Precisamos compreender o papel que Deus mesmo estabeleceu para o homem: a responsabilidade de liderar. Adão foi criado primeiro; Deus deu a Adão a responsabilidade de transmitir a lei moral no Éden; Eva foi dada a Adão como uma coigual para o auxiliar; note que Deus, após a queda, chamou à prestação de contas primeiramente o homem, embora Eva tivesse pecado primeiro que Adão.

Portanto, biblicamente falando, não pode haver dúvida sobre este ponto: a versão original do homem é de liderança – na família e na igreja (que é a família de Deus). Alguém, ainda que se diga cristão, até poderá questionar estes fatos, mas terá que fazê-lo minando a autoridade bíblica, colocando em cheque os padrões bíblicos de verdade, dizendo que tudo é cultural, e já que naquele tempo todos eram patriarcais e machistas, não poderia ter sido diferente, mas agora tudo mudou. — Percebeu? — Ou você toma a Bíblia pelo que ela é (Palavra infalível e atemporal de Deus), ou você toma a Bíblia pelo que ela diz e se molda a ela (pelo poder do Espírito), ou você não tem mais um livro sagrado e cheio de autoridade divina nas mãos, apenas opiniões culturais readaptáveis; apenas registros de experiências religiosas do passado.

 

Portanto, esta é a primeira coisa a se fazer: compreender o papel de liderança na família e na igreja que Deus mesmo estabeleceu para o homem!

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que visa a diferenciação entre homem e mulher?

Essa diferenciação visa ao complemento mútuo na união conjugal e ao desempenho dos papéis divinamente designados a cada um (1 Co 11.11,12).

2. Quais as funções próprias da natureza do homem?

As funções de provedor e protetor são próprias da natureza do homem.

3. Do que decorre a crise do comportamento masculino?

A não aceitação de que os órgãos do sistema reprodutor humano sirvam de parâmetro para a sexualidade e o incentivo à prática da sexualidade antinatural.

4. O que moveu Boaz a levar o resgate de Rute aos anciãos?

Movido pelo senso de responsabilidade, liderança e honra, Boaz levou o caso aos anciãos (Rt 4.1,2).

5. Qual símbolo Boaz representa?

Boaz é símbolo de masculinidade enquanto marido, pai e líder exemplar.