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27 de julho de 2023

Lição 09: Uma Visão Bíblica do Corpo

 TEXTO ÁUREO

“Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo” (1Co 6.13b)

Esmiuçando o versículo-chave:

- A influência do dualismo filosófico pode ter contribuído para a ideia de que o sexo era puramente biológico, visto que tornava mal apenas o corpo; portanto, o que alguém faz fisicamente não podia ser evitado, e assim, era irrelevante. Como a relação entre esses dois era puramente biológica e temporária, os coríntios, como muitos de seus amigos pagãos, provavelmente usavam essa analogia para justificar a imoralidade sexual.

- Paulo rejeita a conveniente analogia justificadora. Corpos e alimento são relações temporárias que perecerão. O corpo do cristão e o Senhor têm um relacionamento eterno que nunca perecerá. Ele está se referindo ao corpo do cristão que será modificado, ressuscitado, gloriíicado e tornado celestial (1Co 15.35-54; Fp 3.20-21).

 

VERDADE PRÁTICA

O corpo é o templo do Espírito Santo e, por isso, deve ser conservado em santificação até a volta de Cristo.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 6.12-20

 

INTRODUÇÃO

Deus criou o ser humano para o louvor da sua glória (1 Co 6.20). Em vista disso, Ele espera do homem regenerado uma vida de santidade (1 Pe 1.15). Contudo, os conceitos secularistas propagam uma forma de vida independente dos preceitos divinos. Nesta lição, vamos estudar a criação do homem e as características do corpo humano nas Escrituras e correlacionar esse tema com a visão secular do corpo hoje. Nossa finalidade é apresentar a visão bíblica do corpo, seu propósito e sua glorificação final.

- O propósito supremo do cristão é glorificar a Deus em tudo (1Co 10.31). A liberdade cristã, bem como o comportamento mais comum, é ser conduzido de maneira a honrar a Deus (Ez 36.23). A santidade, em essência, define a nova natureza e conduta do cristão em contraste com o seu estilo de vida anterior à salvação. A razão para praticar um estilo santo de vida é que os cristãos estão associados com o Deus santo e devem tratar a ele e sua Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos da melhor maneira quando somos semelhantes a ele (1Pe 1.16-17; Mt 5.48; Ef 5.1; Lv 11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8).

- A Bíblia adverte os cristãos acerca da importância do cuidado do corpo. Os crentes devem entender que eles não são donos de seu próprio corpo, mas são mordomos dele a serviço do Senhor. Sempre quando se fala acerca do tema da mordomia cristã, frequentemente a mordomia do corpo acaba sendo um ponto negligenciado. As pessoas enfatizam a mordomia dos dons, talentos, conhecimento e, principalmente, dos bens, mas se esquecem que diante de Deus também temos o dever de cuidar de nossos corpos. Os redimidos também servem a Deus quando cuidam adequadamente de seus corpos.

 

I – A CRIAÇÃO DO SER HUMANO

1. A origem da raça humana. O homem é o único ser vivo criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Por isso, nossa Declaração de Fé ensina que fomos criados por um ato sobrenatural, imediato, e não por um processo evolutivo. Assim, o homem (adham) foi formado do pó úmido da terra (Gn 2.7). Interessante notar que o uso do hebraico adham denota nome próprio, mas também genérico, significando “homens” e “humanidade” (Sl 73.5; Is 31.3). Logo, Adão foi o primeiro homem a ser criado (Gn 2.15,19,20); e Eva, a primeira mulher, formada do corpo de Adão (Gn 2.22; 3.20). Além disso, homem e mulher são descritos como criaturas da terra, porém, Deus “soprou em seus narizes o fôlego da vida” (Gn 2.7b). Ele não fez isso com os animais. O sopro de Deus foi a outorga do nosso espírito e isso nos distingue dos demais seres criados.

- Muitas das palavras usadas no relato da criação do homem em Gn 2.7 retratam um artesão mestre em atividade formando uma obra de arte à qual ele dá vida (1Co 15.45). Isso acrescenta detalhes às afirmações encontradas em 1.27 (1Tm 2.13). Feito de barro, o valor do ser humano não está nos componentes físicos que formam o seu corpo, mas na qualidade de vida que forma a sua alma (Jó 33.4).

- “O termo bíblico "pó da terra", em uma consideração simples, significa o conjunto ou a totalidade de todos os elementos químicos que constituem o planeta terra com tudo o que nela há, desde o núcleo interno até a sua crosta. Deus já havia criado tudo quando formou Adão. Atente para o fato de que Ele, Deus, formou Adão dos elementos da natureza que havia criado previamente. Quando Deus criou Adão, Ele formou o seu corpo físico com os elementos químicos da natureza. Isto é, deu forma a um corpo como Ele projetou. Deus não fez, por assim dizer, um boneco de barro. Ele fez o seu corpo tal como o conhecemos, como se estivéssemos observando um corpo humano, natural e inerte, da mesma forma e aparência como se vê hoje. Com cabelos, unhas, globo ocular, massa encefálica, lágrimas, saliva, pele, sangue, muco nasal, ossos, coração, rins, fígado, unhas, pâncreas, duodeno, etc. Ou seja, Deus tomou átomos (prótons, elétrons, neutrons) nas porcentagens ideais de elementos químicos da natureza, tais como sílica, alumina, ferro, cálcio, magnésio, sódio, potássio, carbono, titânio, fósforo, hidrogênio, oxigênio, etc., formou as moléculas necessárias e adequadas, juntou-as e construiu o corpo humano. Fez o corpo do ser humano de carne, pelos, ossos, cartilagem, pele e sangue. Todos os órgãos foram compostos com os elementos químicos da natureza.

Sabemos, a grosso modo, que mais de 75% do corpo humano é composto de água; ou seja, de átomos de Hidrogênio e Oxigênio. Esses elementos químicos, juntamente com, pelo menos, outros 19 (já vi uma lista com 60 elementos), constituem, compõem o corpo humano.

A palavra "formou", no texto bíblico, tem, entre outros, os seguintes significados ou sinônimos:

1. dar origem a; fazer existir.

2. dar forma a; conferir um feitio ou uma configuração a.

3. conceber; imaginar.

4. constituir; produzir.

5. organizar; dispor numa dada ordem.

6. fundar; criar.

7. transmitir conhecimentos que permitem exercer uma dada atividade; instruir.

8. estabelecer; fixar.

9. descrever; traçar.

Tudo isso representa um pouco do que Deus fez.

Lembre-se: Deus é O Autor, Originador e Criador da ciência de tudo, de todas as ciências, inclusive os ramos Química, Física e Biologia. Será que Ele saberia lidar com esses elementos materiais para formar e fazer o que quisesse para atender seus propósitos?

Ele formou, ou construiu o corpo humano, tal como ele é hoje. Com a mesma aparência. Só que sem vida, sem respiração. Isso mesmo! Dessa forma!Nada de evolução, nem ascendência, nem tampouco o ser humano é descendente de qualquer ancestral primata.

Deus, o Criador, para formar o corpo físico completo de Adão, construiu todos os sistemas necessários ao seu funcionamento normal, tais como o sistema nervoso, o circulatório, o digestivo, o urinário, o muscular, o reprodutor, o ósseo, o respiratório, etc. Ato contínuo, soprou nele o fôlego de vida. Isto é, colocou nele o espírito humano e a sede das emoções, dos pensamentos e da vontade; ou seja, a sua alma. De maneira simplificada mas verdadeira, isso é o que significa ter o Senhor Deus formado do pó da terra o homem que Ele criou”. Texto extraído de: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-formacao-de-adao. Acesso em: 26 julho 2023.

- “O homem é a obra-prima da criação de Deus, em que o Criador imprimiu a sua imagem e como parte disso somos convocados para dominar e cuidar de toda a criação do Senhor. O ser humano possui uma relação inegável com a criação e é através do seu corpo que ele cumpre os mandatos de Deus. Mas, devido à sua desobediência, pelo desejo de autonomia, o ser humano pecou e recebeu em si mesmo os efeitos do pecado que distorceu esta imagem de Deus em nós, em todos os aspectos, estrutural e funcional. Pecado que afetou inclusive o corpo humano e foi a porta de entrada para doenças, problemas hormonais e anomalias genéticas. E de forma oposta como alguns pensam, isto não é o mau de uns, este é o problema de todos que nascem dia após dia. Sendo que a solução para este problema não é capaz de ser realizada por mãos unicamente humanas. Somente Deus pode remover a prisão da morte eterna em nosso corpo e nos dar vida novamente. E foi exatamente o que fez, quando Ele mesmo se encarnou e se tornou um de nós na pessoa de Jesus Cristo que, sem pecado, venceu a morte e todos os seus efeitos, que garante vida novamente a todo o que n’Ele crer, através do seu grande sacrifício vicário. Hoje temos a responsabilidade na condição de salvos, de nos unir a toda criação, nos entregando por inteiro em honra e glorificar a Deus, inclusive com nosso corpo, por entendermos que Ele é nossa origem e nosso destino”. Texto extraído de: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/31202. Acesso em: 26 julho 2023.

 

2. A constituição do ser humano. Nossa Declaração de Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte interna, denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2 Co 4.16; 1 Ts 5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia, isto é, três substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12). Exemplo dessa estrutura pode ser observada na pessoa de Cristo (Lc 23.46; 24.39). A Bíblia de Estudo Pentecostal leciona que o nosso espírito é o componente pelo qual se tem comunhão com o Espírito de Deus. E a alma é definida pelos aspectos da mente, emoções e vontade. O corpo é a parte que volta ao pó e que, no caso dos salvos, será transformado no dia da ressurreição (1 Co 15.42).

- A alma é a parte que forma nossa personalidade. A alma tem os sentimentos, a vontade e o raciocínio. Não é uma coisa física mas está ligada ao nosso corpo. A alma interpreta a informação sensória do corpo e influencia suas ações. Na Bíblia a alma também significa a essência da vida individual (Gn 2.7 – fôlego e alma são a mesma coisa). As criaturas que têm alma estão vivas e coisas mortas não têm alma. Sem a alma, o corpo morre. Na morte a alma é separada do corpo. Na ressurreição, quem ama Jesus receberá um novo corpo para sua alma (1Co 15.42-44).

- Nosso espírito é nossa ligação com as coisas espirituais. Deus é espírito. O espírito é aquilo que dá vida, porque toda a vida vem de Deus. O espírito define as grandes influências da nossa vida. É o espírito que recebe a influência do Espírito Santo, que convence do pecado, da necessidade de arrependimento e da salvação e que dá acesso a um relacionamento pessoal com Deus (Rm 8.16). Por outro lado, o espírito, quando está em rebelião contra Deus, pode receber influências malignas. Quando o espírito está afastado do Espírito de Deus, é como se estivesse morto, porque Deus é a fonte de toda a vida. Só podemos conhecer Deus espiritualmente e o verdadeiro louvor vem da ligação do espírito com o Espírito Santo (Jo 4.24). A Bíblia também diz que o espírito tem emoções e toma decisões, como a alma. É importante lembrar que a alma e o espírito estão intimamente interligados, junto com o corpo. Algumas de suas funções se sobrepõem e trabalham todos em conjunto (1Ts 5.23). O corpo, a alma e o espírito formam um todo, que é a pessoa, não são três coisas separadas.

- Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto de Deus quanto a essa criação, nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). A Igreja geralmente tem interpretado o verbo “façamos”, no plural, para provar a autenticidade da doutrina da Trindade. Alguns eruditos, porém, são da opinião que esta palavra expressa o plural de majestade; outros a tomam como plural de comunicação, no qual Deus inclui os anjos em diálogo com Ele; todavia, outros o consideram como o plural de auto-exortação. Tem-se verificado, porém, que estas três últimas afirmações são contrárias àquilo que pensam e expressam os pensadores e teólogos mais conservadores, que creem que o plural “façamos” é uma alusão direta à Trindade Divina, reunida em conselho para a formação do homem.” [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]

Com respeito aos demais seres vivos, tais como os peixes, as aves, as bestas da terra e dos mares, lemos que Deus os criou “segundo a sua espécie”, isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim, e muito menos conforme o tipo de criaturas inferiores. Com respeito a ele disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação. Em Gênesis 2.7 vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma. O corpo foi formado do pó da terra, um material pré-existente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o uso de um material pré-existente, mas sim de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que o Senhor Deus soprou nas narinas do homem “o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2.7). Outras passagens das Escrituras que falam da dupla natureza do homem são: Ec. 12.7; Mt. 10.28; Lc. 8.55; 2Co. 5.1-8; Fp. 1.22-24; Hb. 12.9. O homem é apresentado nas Escrituras como a obra prima de Deus. Criado o homem, a criação estava coroada (Gn. 1.26-28; SI. 8.5-8). Como tal, foi dever e privilégio do homem fazer com que toda a natureza, e todas as demais coisas criadas colocadas debaixo do seu governo, servissem à sua vontade e a seu propósito, para que ele e todo o seu glorioso domínio glorificassem o Todo-poderoso Criador e Senhor do universo”. [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]

 

3. Queda e restauração humana. A Bíblia revela que todas as áreas de nosso ser foram afetadas pelo pecado (Rm 7.20-23). Conforme a Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, embora constituído de três substâncias, se o ser humano for afetado em um elemento de sua constituição humana, ele será afetado inteiramente. Nessa perspectiva, a vida espiritual não pode estar desassociada de seu corpo: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6.20). Desse modo, a conduta irrepreensível do cristão é requerida no espírito quanto na alma e no corpo (1 Ts 5.23). Isso quer dizer que a santificação deve atingir a parte material e imaterial do homem. Contudo, essa restauração somente é possível por meio do sangue de Cristo, pela ação do Espírito e pela Palavra de Deus (1 Pe 1.15-25).

- É preciso entender que todo cristão deve trazer em si a marca de “santidade ao Senhor”, à semelhança do sacerdote da lei mosaica, que trazia esta inscrição na mitra (Êx 28.36-39). A santificação do corpo é assunto urgente, uma vez que vivemos dias em que a imoralidade que impera no mundo tem entrado pelos portões da Igreja.

- Em I Tessalonicenses 5.23, Paulo fala sobre Deus nos santificar “completamente”, o nosso ser inteiro, que é composto de espírito, alma e corpo.

- Seu espírito é a parte de si que tem consciência de Deus e das coisas espirituais. Sua alma é a parte de si que tem consciência de si mesmo. Já seu corpo é a parte de si que tem consciência das coisas naturais. A salvação divina atinge cada uma destas três partes da seguinte maneira:

            ESPÍRITO – já passou pela santificação inicial que se deu na ocasião da regeneração (2Co 1.21; Tg 1.18; 1Pe 1.21). Agora se desenvolve mediante o processo de crescimento (1Pe 2.2; Ef 5.15) que corresponde ao crescimento natural (1Co 3.1-3; Hb 5.13,14);

            ALMA – é a nossa personalidade; sede das emoções, intelecto e vontade. Não é regenerada, mas restaurada (Tg 1.21) pela Palavra de Deus. Enquanto a santificação do espírito é inicial e imediata, a santificação progressiva tem seu lugar na alma e no corpo. É o processo de mudança de valores (Lc 5.33-39; Ef 4.23; Jr 18.1-6; Rm 12.1,2) que também chamamos de desenvolver a salvação (Fl 1.6 e 2.12) e despir-se do velho homem (Ef 4.20 a 5.21);

            CORPO – nosso corpo só será totalmente santificado depois de transformado (Rm 8.23; Fl 2.21; 1Co 15.50-53). Até que isto aconteça, a santificação do corpo é o processo contínuo de sujeitar a carne (1Co 9.27), guardar-se da imoralidade (1Co 6.13-20; 1Ts 4.1-8) e usar adequadamente os membros do corpo. A santificação do corpo abrange ainda a nossa forma de falar e de vestir (Ef 4.25,29; 1Tm 2.9,10).

- O que aconteceu em nosso espírito – a regeneração – é o que chamamos de santificação inicial. Porém o processo de restauração da alma e sujeição da carne é o que chamamos de santificação progressiva. Ao destacar cada uma das três partes que compõem nosso ser enquanto falava da santificação, o apóstolo Paulo estava nos mostrando a necessidade de trabalharmos com cada parte em separado. Escrevendo aos Coríntios, ele falou sobre nos purificarmos das imundícies tanto da carne como do espírito (2Co 7.1).

 

II – A VISÃO BÍBLICA DO CORPO

1. Parte exterior do homem. O termo corpo (do grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser humano (Mt 10.28; 1 Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere ao homem físico, inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos indicam a parte visível e material da natureza humana. O corpo é o invólucro da parte imaterial do ser humano; ele envelhece e morre, ocasião em que alma e espírito o deixam (Gn 35.18; Tg 2.26). A carne (corpo) geralmente é descrita em sentido negativo: “na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18). Entretanto, esse tom depreciativo diz respeito à natureza pecaminosa do homem e não especificamente ao corpo físico. Assim sendo, nossa Declaração de Fé rejeita a ideia de ser o corpo uma prisão da alma e do espírito ou de ser inerentemente mau e insignificante.

- Soma e Sarx dizem respeito a partes distintas do ser humano. A Bíblia também cita, em diversas passagens, Sarx como sinônimo de Soma (ex: Ef 5.29-30), mas também, ao se tratar de inclinação ao pecado, parece distinguir as duas partes. Às vezes, a palavra se refere claramente ao corpo físico, mas, em outras ocasiões, à natureza humana caída.

- De acordo com o léxico de Strong, sarx se refere à carne como a substância tenra do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com sangue, tanto de seres humanos como de animais; entretanto, referindo-se à simples carne material, o termo é usado apenas uma vez, em 1Co 15.39. STRONG, LÉXICO DE. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Versão eletrônica (Libronix). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.

- A carne é parte da tríade de inimigos de Lutero: o mundo, a carne e o diabo.

Assim, é bom saber que o termo sarx é usado como o corpo físico, como designação genérica de humanidade, como designação de relacionamentos humanos, como designação genérica da existência humana, e como uma realidade antagônica a Deus.

- “Paulo fala sobre uma guerra contínua entre a carne e o Espírito. “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. (Gl 5.16-21). O contraste aqui não é entre a carne e o espírito humano, mas entre a vida que serve à carne, isto é, à natureza humana caída, e a vida guiada pelo Espírito. Aqui vemos o nítido contraste entre a carne e Espírito. Não é um conflito entre o corpo e a alma, mas entre o velho homem, que é guiado pela sua natureza humana degenerada, e o novo homem, cheio do Espírito de Deus. Carne e Espírito estão em conflito irreconciliável. Nossa natureza caída resiste ao domínio do Espírito Santo e procura dominá-lo. Da mesma maneira, o Espírito é inimigo da carne. Ele anseia pela glória de Deus, que a carne abomina, e procura gerar seu fruto, que também é apresentado em uma lista em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. O contraste é visto claramente nas duas listas (Gl 5.20-21; 22-23). A segunda lista, que apresenta o fruto do Espírito, é bem conhecida pelos cristãos. Por enquanto, porém, vamos manter nossa atenção na primeira lista, que apresenta as obras da carne. Quando examinamos a lista das obras da carne, um elemento não deve passar despercebido. A lista inclui pecados que envolvem nosso corpo e pecados que são de caráter não físico. Na lista encontramos prostituição e bebedice. Esses são pecados que cometemos com nossos apetites físicos e funções corporais. Na mesma lista encontramos referência a ciúme, inveja, idolatria e coisas semelhantes, que são pecados do coração. Concluímos, então, que, quando o Novo Testamento fala da carne em contraste com o Espírito, a referência não é ao nosso corpo físico, mas à nossa natureza pecaminosa, que inclui a pessoa toda. É o conflito entre dois estilos de vida: a vida da carne, que é controlada pela tendência ao pecado; e a vida do Espírito, que nos leva à retidão, a agradar a Deus.Extraído de: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/a-batalha-contra-a-carne/. Acesso em: 26 julho 2023.

 

2. Templo do Espírito Santo. A Escritura declara que “o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor” (1 Co 6.13b). Isso significa que o corpo pertence ao Criador e a Ele deve estar unido (1 Co 6.17). Nesse sentido, essa parte material do salvo deve ser santa e usada para glorificar a Deus (1 Co 6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os corpos dos salvos são metaforicamente membros do Corpo de Cristo (1 Co 6.15; cf. Rm 12.4,5). Por isso, eles não devem praticar atos imorais (Rm 6.13,19; 1 Co 6.15,16). Aqui, o cristão é exortado a não pecar contra o próprio corpo (1 Co 6.18), pois um resgate de alto preço foi pago por Cristo (1 Co 6.20a) tornando o crente templo e morada do Espírito Santo (1 Co 6.19; Ef 1.13). Portanto, como santuário, o corpo nunca deve ser profanado por impureza alguma.

- É essencial entendermos este ponto para não cairmos no erro mortal de pensar que a justiça consiste principalmente em expressões físicas exteriores. O reino de Deus envolve muito mais do que comida e bebida. Se dermos atenção somente às coisas exteriores, corremos o risco de cair na cilada do farisaísmo, que mede a justiça pelas ações exteriores. Um sorriso doce pode ocultar um espírito invejoso. O Espírito Santo busca limpar toda a nossa vida, tanto exterior como interiormente.

- Glorificar a Deus é o propósito supremos do cristão, e deve fazê-lo em todos os aspectos de sua vida! O agir do cristão se fundamente na ação histórica-salvífica de Deus por meio de Jesus Cristo. Na luta contra a carne, a vitória não se alcança pelo esforço da vontade, mas pela confiança no que Deus fez. O pecado foi vencido por Cristo que, tomando este “corpo de carne” (Cl 1.22), foi feito pecado (2Co 5.21); vindo numa carne de condição pecadora, ele condenou o pecado na carne mesma (Rm 8.3). Daí em diante o cristão crucificou em Cristo a carne (Gl 5.24); a luta que ele trava (Gl 6.8) não tem um desfecho fatal, mas é uma vitória garantida na medida em que, reencontrando a sua condição autêntica de criatura, o crente põe sua confiança não na carne, na sua fraqueza, mas na força da morte do Salvador, fonte do Espírito da vida. O crente já está morto no que diz respeito às ambições e aos impulsos que moldam a vida que se separa de Deus. Nesse sentido, já não está na carne (Rm 8.8-9).

- A Bíblia diz que o corpo do crente é o templo do Espírito Santo porque o Espírito Santo mora dentro de cada pessoa salva. Um templo é um lugar sagrado. Por isso, o corpo merece respeito e cuidado.

 

3. Glorificado na ressurreição. A ressurreição de Cristo aniquilou o império da morte (Hb 2.14,15) e garantiu a nossa ressurreição (1 Co 6.14; 2 Co 4.14). Entre a morte e a ressurreição há um estado intermediário, onde a parte imaterial do ser humano subsiste de modo consciente (Lc 9.28-31; 16.22-31). Contudo, o nosso corpo carnal não pode herdar o Reino de Deus (1 Co 15.50). Por isso, a última etapa de nossa salvação é a glorificação (Rm 8.30). Inclui a redenção e a transformação de nosso corpo mortal conforme o corpo glorioso de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21). Esse evento ocorrerá quando Jesus voltar (1 Ts 4.13-17). Na ressurreição, a parte imaterial será reunida em um corpo incorruptível, glorificado, espiritual e imortal (1 Co 15.42-44,52-54). Assim, a morte é o último inimigo a ser vencido (1 Co 15.26).

- Quando Paulo nos fala sobre a redenção do nosso corpo, não fala do corpo físico apenas, mas de toda a corrupção ainda presente no homem (Rm 6.6,12; 7.5; 1Co 15.35-44; Fp 3.20-21; 2Pe 13-4; 1Jo 3.2). Glorificação é: o futuro recebimento de absoluta e definitiva perfeição (física + mental + espiritual) por todos os crentes (Ro 8.22-23; 1Co 15.41-44, 51-55; 2Co 5.1-4).

- A "glorificação" é quando Deus remove por completo o pecado da vida dos santos (isto é, todos os que são salvos) no estado eterno (Rm 8.18; 2Co 4.17). Na vinda de Cristo, a glória de Deus (Rm 5.2) – a Sua honra, louvor, majestade e santidade - será realizada em nós; em vez de sermos mortais sobrecarregados com a natureza pecaminosa, seremos transformados em imortais santos com acesso direto e irrestrito à presença de Deus, e vamos gozar da sagrada comunhão com Ele por toda a eternidade. Ao considerar a glorificação, devemos nos concentrar em Cristo, pois Ele é a "bendita esperança" de todo cristão; também podemos considerar a glorificação final como a culminação da santificação. Assim, a glorificação dos santos é o final da corrente de ouro da graça divina, é o futuro recebimento de absoluta e definitiva perfeição (física + mental + espiritual) por todos os crentes (Rm 8.22-23; 1Co 15.41-44,51-55; 2Co 5.1-4; 4.14-18; Jd 1.24-25). Pelas passagens de 1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18, entendemos que nossa glorificação começará no Arrebatamento e continuará através de toda a eternidade. Podemos, ainda, perguntar: Qual o propósito da glorificação? “O propósito da glorificação do corpo do crente é radiar o brilho da graça, das riquezas, do poder, da bondade e do amor, enfim de todos os atributos de Deus, para que, pelos séculos dos séculos, Ele (totalmente e exclusivamente) seja admirado, magnificado, adorado e louvado por todos os anjos, homens, e criação”. Leia mais aqui na Lição 13: Glorificados em Cristo, Data: 24 de Dezembro de 2017.

 

III – A VISÃO SECULAR DO CORPO

1. Hedonismo e narcisismo. Zelar e manter o corpo saudável é uma forma de glorificar a Deus (1 Co 6.20). Contudo, em tempos pós-modernos de busca da felicidade, o hedonismo e o narcisismo são incutidos na sociedade. Com hedonismo, nos referimos ao estilo de vida em que a obtenção do prazer e a fuga do sofrimento são prioridades. Nesse aspecto, tudo é permitido. Com narcisismo, aludimos ao amor excessivo que uma pessoa tem por si própria. De acordo com essa abordagem, refere-se ao indivíduo que, de modo insensato, persegue o corpo ideal por meio da boa estética a qualquer custo e se porta com ostentação em busca da autorrealização e de ser admirado. Em oposição a essa cultura, Paulo ensina: “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1 Co 6.12a). Livre de qualquer moral divina, o indivíduo passa a exercer total controle sobre o corpo. Desse modo, seus adeptos atuam contra o corpo na legalização do aborto, da prostituição, das drogas, do suicídio assistido, dentre outros.”

- O hedonismo é caracterizado como uma doutrina moral que defende que o único propósito da vida é a busca pelo prazer. É uma doutrina filosófica-moral que teve origem na Grécia, e seu fundador foi Aristipo de Cirene, contemporâneo de Sócrates. Em suas origens, o significado de hedonismo está voltado para a busca egoísta do prazer passageiro e momentâneo, fato que a tornou símbolo de decadência. Porém, o significado original do hedonismo como doutrina é a busca da felicidade. Ela possui dois pontos importantes como base: o prazer e a dor, que segundo Aristipo eram os dois estados da alma. Ele defendia ainda, que independente da origem do prazer a sensação é a mesma, por isso, para se alcançar a felicidade, é preciso aumentar o prazer e diminuir a dor.

- O grande problema do hedonismo não circunscreve-se em divinizar o prazer, mas sim, está na insaciabilidade da natureza humana, que sempre buscará mais e mais satisfazer suas vontades, acostumada à ideia de que a felicidade decorre do desprezo à ideia de disciplina e auto-controle. O homem precisa viver com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o nome do Senhor seja exaltado mediante suas ações. Aliás, Epicuro não equiparou o termo hedonismo com indulgência desenfreada, como fazemos hoje. Ele instava a moderação e até o asceticismo, com base em que a maioria dos prazeres traz por conseqüência a dor (como beber demais). A principal característica de sua moralidade era que não estava baseada em padrão transcendente do bem; mas em nossa preferência natural por certas sensações. Atualmente, o significado popular de hedonismo é a busca pelo prazer e indiferença moral. Em 1 Timóteo 3.4 Paulo advertiu que nos últimos dias os homens seriam “mais amigos dos prazeres que amigo de Deus”, Certamente estamos nestes dias. Leia mais sobre Hedonismo aqui!

- No enfrentamento da tendência egocêntrica do ser humano, é importante conhecermos o que a Palavra de Deus revela sobre a origem do ser humano, sua condição e o plano de divino de redenção.

- A Bíblia fala sobre o amor próprio: “Um dos mestres da lei achegou-se e os ouviu argumentando. Ao constatar como Jesus lhes houvera respondido esplendidamente, perguntou-lhe: “De todos os mandamentos, qual é o mais importante? ” Esclareceu Jesus: “O mais importante de todos os mandamentos é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus é o único Senhor. Amarás, portanto, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força’. E o segundo é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não existe qualquer outro mandamento maior do que estes”(Mc 12.28-31). A Bíblia nos orienta a nos amar e amar ao próximo como nos amamos, logo, para amarmos ao próximo, torna-se vital que nos amemos. Amar a nós mesmos é bíblico e, portanto, saudável, desejável e de vital importância para que tenhamos uma vida alegre e vitoriosa. Sendo assim, não existe nenhum problema em cuidarmos da nossa aparência, do nosso corpo, alma e espírito, pois, como já afirmamos, somos Templo do Espírito Santo. “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1Co 6.19ARC). Sobre Narcisismo como um transtorno da mente, leia aqui.

 

2. Erotização e libertinagem. Ao formar o ser humano, Deus também criou a sexualidade (Gn 1.27,28). Portanto, não se trata de algo impuro. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito. Nossa Declaração de Fé leciona que a relação sexual não é só para procriar, mas também para o prazer dentro dos limites do matrimônio e do uso natural do corpo (Rm 1.26,27; Hb 13.4). Todavia, em nossos dias, a erotização do corpo é explorada nas mídias, artes, músicas e literaturas. O objetivo é seduzir e estimular as práticas sexuais ilícitas. Como resultado, a licenciosidade, isto é, a conduta sexual desregrada e imoral, prolifera assustadoramente (1 Co 6.10). Diante disso, o apóstolo Paulo adverte: “todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co 6.12b).

- Foi ideia de Deus criar as pessoas como machos e fêmeas e uni-las através do sexo (Gn 2.24). Tanto os homens quanto as mulheres foram criados com desejo sexual. O propósito de Deus para os seres humanos é que os homens e as mulheres vivam um relacionamento vitalício, fiel, permanente e responsável. Estas condições são satisfeitas dentro do contexto do casamento. É nele que Deus abençoa e aprova esta união.

- o avanço da imoralidade sexual é uma consequência do pecado e também já é uma forma de “punição” ao pecador (Rm 1.24). Paulo faz uso de um termo judicial em Rm 1.24 <<Deus entregou>> grego usado para entregar um prisioneiro para que cumpra a sentença que recebeu. Quando, de modo consistente, os seres humanos abandonam a Deus, ele os abandonará (Jz 10.13; 2Cr 15.2; 24.20; SI 81.11-12; Os 4.17; Mt 15.14; At 7.38-42; 14.16). Ele faz isso: 1) indireta e imediatamente, retirando o seu controle sobre e eles e permitindo que os pecados deles sigam o seu curso inevitável, e 2) direta e consequentemente, por ações específicas do julgamento divino e punição. Ainda no mesmo texto é usado outro termo, <<imundícia>>, muito usado para material em decomposição, como o conteúdo de uma sepultura. Aqui, trata-se de imoralidade sexual (2Co 12.21; Cl 5.19-23; Ef 5.3; 1Ts 4.7), a qual começa no coração e torna-se a vergonha do corpo. Assim, a degradação moral que descamba em erotização e libertinagem, já é uma ‘paga’ e uma demonstração de que Deus já retirou o ‘pé do freio’.

- A libertinagem representa o contrário do perfeccionismo. Na prática, a libertinagem pode ser substituída por “dissolução”. Tudo é permitido; é abusar da liberdade, fazendo coisas erradas e irresponsáveis. O libertino não reconhece limites nem regras e usa sua liberdade para pecar. Libertinagem parece liberdade mas na verdade escraviza. Libertinagem é uma revolta contra as regras. Existem regras que escravizam e sufocam mas também há regras muito importantes, que nos protegem. O libertino rejeita todas as regras e vive satisfazendo todos os seus desejos sem se preocupar com as consequências.  

 

3. Liberdade e autonomia. A Bíblia atesta que o homem é dotado de livre-arbítrio (Gn 2.16,17). Isso indica autonomia para tomar as próprias decisões e se autogovernar. Somos livres, porém, todos os nossos atos serão alvo do juízo divino (Ec 12.14). Não obstante, no atual cenário, ideias secularistas promovem a banalização do corpo. O existencialismo ateu, por exemplo, afirma que para descobrir o sentido da vida, o homem deve usufruir de liberdade incondicional. Nesse aspecto, livre de qualquer moral divina, o indivíduo passa a exercer total controle sobre o corpo. Desse modo, seus adeptos atuam contra o corpo na legalização do aborto, da prostituição, das drogas, do suicídio assistido, dentre outros. Contrário a esse ativismo, o apóstolo Paulo assevera: “não sabeis [...] que não sois de vós mesmos?” (1 Co 6.19).

- Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a natureza humana, as pessoas não ficaram num estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso determinará seu destino eterno. O pecador precisa da ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de crer, porque o exercício da fé é a participação humana no novo nascimento, assim é entendido o livre-arbítrio na perspectiva arminiana.

- O livre-arbítrio é o poder que temos de tomar uma decisão, sem sermos obrigados a escolher uma determinada opção. O livre-arbítrio é nosso poder de escolha. Por causa do livre-arbítrio, cada pessoa é responsável por suas ações. Deus nos deu o livre-arbítrio O que é o livre-arbítrio?; Disponível em: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-livre-arbitrio/. Acesso em: 13 nov, 2017.. O site do Ministério Apologético CACP traz o artigo ‘O que diz a bíblia sobre o livre arbítrio?’, onde defende a existência do livre-arbítrio em toda a Bíblia (Leia aqui). Em contra-ponto, o Calvinismo afirma que não há livre-arbítrio depois da queda, o que mais se aproxima é a livre-agência. C. H. Spurgeon pregando em João 5.40 “Mas não quereis vir a mim para terdes vida”, afirma: “...Geralmente quando o texto é empregado, ele é dividido desta forma: primeiro, o homem tem uma vontade. Segundo, ele é inteiramente livre. Terceiro, os homens tem que querer por sua própria vontade vir a Cristo, de outra maneira eles não serão salvos....9. SPURGEON, c. H. ‘Livre-Arbítrio - Um Escravo’. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/Livre_Spurgeon.htm. Acesso em 13 nov, 2017

- Para os convertidos a Cristo, o corpo do cristão pertence ao Senhor, é um membro de Cristo (1Co 6.15) e templo do Espírito Santo. Todo ato de fornicação, adultério ou qualquer outro pecado é cometido pelo cristão no santuário, o Santo dos Santos, onde Deus habita. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por ano, e somente após uma extensiva limpeza, caso contrário ele seria morto (Lv 16).

- Note, ainda, que espiritualmente falando, o homem é sempre escravo: do pecado ou de Deus. A servidão do pecado torna o homem cativo das paixões; a servidão a Deus o torna livre. É conhecida a expressão de Agostinho: “Quanto mais escravo de Cristo sou, tanto mais livre me sinto”. A escravidão de Deus é liberdade; a liberdade do pecado é escravidão. E impossível ser escravo de dois senhores ao mesmo tempo (Mt 6.24). Somos servos de Deus ou do pecado.

 

CONCLUSÃO

Vimos que a família do rei Davi era disfuncional, o que trouxe problemas de longo prazo para toda a família. Por isso, é preciso cultivar os valores da Palavra em nossos lares, que os pais exerçam seus papéis em casa, transmitindo esses valores e acompanhando de perto os seus filhos; que os cônjuges tenham um relacionamento que traga equilíbrio e segurança aos filhos. A vida cristã em família é a maior prevenção contra os desajustes da atualidade.

- Nesta conclusão, a família de Davi sofreu as consequências do pecado de Davi. O profeta Natã sentenciou que as consequências das ações de Davi afetariam Davi, sua família e todo o reino. Em cumprimento das profecias de Natã, os tumultos e as contendas ocorridos na família de Davi levaram a uma guerra civil que ameaçou destruir o reino de Israel. O pecado pode ser confessado; mas as consequências virão. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

- O ser humano, apesar de ainda viver ‘na carne’, não está mais condenado a ‘viver segundo a carne’; a existência de inimizade com Deus foi abolida. Mas apenas em obediência ao Espírito de Deus é possível, em vez de praticar as obras da carne, praticar as do Espírito. Temos de entender que lidar com o Deus vivo é coisa séria. Tratamos o pecado com o maior pouco caso; somos tomados pela indiferença e achamos que podemos pecar e sair impunes. Mas o Livro de Deus avisa: “Tenha certeza de que seu pecado irá alcançá-lo” (Nm 32.23).

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como a nossa Declaração de Fé expressa nossa constituição humana?

Nossa Declaração de Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte interna, denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2 Co 4.16; 1 Ts 5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia, isto é, três substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12).

2. Como é requerida a irrepreensível conduta do cristão?

Conduta irrepreensível do cristão é requerida no espírito, na alma e no corpo (1 Ts 5.23).

3. Como o corpo é identificado na Bíblia?

O termo corpo (do grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser humano (Mt 10.28; 1 Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere ao homem físico, inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos indicam a parte visível e material da natureza humana.

4. Por que os corpos dos salvos não devem praticar atos imorais?

Porque a parte material do salvo deve ser santa e usada para glorificar a Deus (1 Co 6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os corpos dos salvos são metaforicamente membros do Corpo de Cristo (1 Co 6.15; cf. Rm 12.4,5).

5. No atual cenário, o que as ideias secularistas promovem?

Hedonismo, narcisismo, erotização, libertinagem etc.