TEXTO ÁUREO
“Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo” (1Co 6.13b)
Esmiuçando o
versículo-chave:
- A influência do dualismo filosófico pode ter contribuído para
a ideia de que o sexo era puramente biológico, visto que tornava mal apenas o
corpo; portanto, o que alguém faz fisicamente não podia ser evitado, e assim,
era irrelevante. Como a relação entre esses dois era puramente biológica e temporária,
os coríntios, como muitos de seus amigos pagãos, provavelmente usavam essa
analogia para justificar a imoralidade sexual.
- Paulo rejeita a conveniente analogia justificadora. Corpos
e alimento são relações temporárias que perecerão. O corpo do cristão e o
Senhor têm um relacionamento eterno que nunca perecerá. Ele está se referindo
ao corpo do cristão que será modificado, ressuscitado, gloriíicado e tornado
celestial (1Co 15.35-54; Fp 3.20-21).
VERDADE PRÁTICA
O corpo é o templo do Espírito Santo e, por
isso, deve ser conservado em santificação até a volta de Cristo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios
6.12-20
INTRODUÇÃO
Deus criou o ser
humano para o louvor da sua glória (1 Co 6.20). Em vista disso, Ele espera do
homem regenerado uma vida de santidade (1 Pe 1.15). Contudo, os conceitos
secularistas propagam uma forma de vida independente dos preceitos divinos.
Nesta lição, vamos estudar a criação do homem e as características do corpo
humano nas Escrituras e correlacionar esse tema com a visão secular do corpo
hoje. Nossa finalidade é apresentar a visão bíblica do corpo, seu propósito e
sua glorificação final.
- O propósito supremo do cristão é glorificar a Deus em
tudo (1Co 10.31). A liberdade cristã, bem como o comportamento mais comum, é
ser conduzido de maneira a honrar a Deus (Ez 36.23). A santidade, em essência,
define a nova natureza e conduta do cristão em contraste com o seu estilo de
vida anterior à salvação. A razão para praticar um estilo santo de vida é que
os cristãos estão associados com o Deus santo e devem tratar a ele e sua
Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos da melhor
maneira quando somos semelhantes a ele (1Pe 1.16-17; Mt 5.48; Ef 5.1; Lv
11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8).
- A Bíblia adverte os cristãos acerca da importância do cuidado
do corpo. Os crentes devem entender que eles não são donos de seu próprio
corpo, mas são mordomos dele a serviço do Senhor. Sempre quando se fala acerca
do tema da mordomia cristã, frequentemente a mordomia do corpo acaba sendo um
ponto negligenciado. As pessoas enfatizam a mordomia dos dons, talentos,
conhecimento e, principalmente, dos bens, mas se esquecem que diante de Deus
também temos o dever de cuidar de nossos corpos. Os redimidos também servem a
Deus quando cuidam adequadamente de seus corpos.
I – A CRIAÇÃO DO SER HUMANO
1. A origem da
raça humana. O
homem é o único ser vivo criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Por
isso, nossa Declaração de Fé ensina que fomos criados por um ato sobrenatural,
imediato, e não por um processo evolutivo. Assim, o homem (adham) foi formado
do pó úmido da terra (Gn 2.7). Interessante notar que o uso do hebraico adham
denota nome próprio, mas também genérico, significando “homens” e “humanidade”
(Sl 73.5; Is 31.3). Logo, Adão foi o primeiro homem a ser criado (Gn
2.15,19,20); e Eva, a primeira mulher, formada do corpo de Adão (Gn 2.22;
3.20). Além disso, homem e mulher são descritos como criaturas da terra, porém,
Deus “soprou em seus narizes o fôlego da vida” (Gn 2.7b). Ele não fez isso com
os animais. O sopro de Deus foi a outorga do nosso espírito e isso nos
distingue dos demais seres criados.
- Muitas das palavras usadas no relato da criação do homem em
Gn 2.7 retratam um artesão mestre em atividade formando uma obra de arte à qual
ele dá vida (1Co 15.45). Isso acrescenta detalhes às afirmações encontradas em
1.27 (1Tm 2.13). Feito de barro, o valor do ser humano não está nos componentes
físicos que formam o seu corpo, mas na qualidade de vida que forma a sua alma
(Jó 33.4).
- “O termo bíblico
"pó da terra", em uma consideração simples, significa o conjunto ou a
totalidade de todos os elementos químicos que constituem o planeta terra com
tudo o que nela há, desde o núcleo interno até a sua crosta. Deus já havia
criado tudo quando formou Adão. Atente para o fato de que Ele, Deus, formou
Adão dos elementos da natureza que havia criado previamente. Quando Deus criou
Adão, Ele formou o seu corpo físico com os elementos químicos da natureza. Isto
é, deu forma a um corpo como Ele projetou. Deus não fez, por assim dizer, um
boneco de barro. Ele fez o seu corpo tal como o conhecemos, como se
estivéssemos observando um corpo humano, natural e inerte, da mesma forma e
aparência como se vê hoje. Com cabelos, unhas, globo ocular, massa encefálica,
lágrimas, saliva, pele, sangue, muco nasal, ossos, coração, rins, fígado,
unhas, pâncreas, duodeno, etc. Ou seja, Deus tomou átomos (prótons, elétrons,
neutrons) nas porcentagens ideais de elementos químicos da natureza, tais como
sílica, alumina, ferro, cálcio, magnésio, sódio, potássio, carbono, titânio,
fósforo, hidrogênio, oxigênio, etc., formou as moléculas necessárias e
adequadas, juntou-as e construiu o corpo humano. Fez o corpo do ser humano de
carne, pelos, ossos, cartilagem, pele e sangue. Todos os órgãos foram compostos
com os elementos químicos da natureza.
Sabemos, a grosso
modo, que mais de 75% do corpo humano é composto de água; ou seja, de átomos de
Hidrogênio e Oxigênio. Esses elementos químicos, juntamente com, pelo menos,
outros 19 (já vi uma lista com 60 elementos), constituem, compõem o corpo
humano.
A palavra
"formou", no texto bíblico, tem, entre outros, os seguintes
significados ou sinônimos:
1. dar origem a; fazer
existir.
2. dar forma a;
conferir um feitio ou uma configuração a.
3. conceber; imaginar.
4. constituir;
produzir.
5. organizar; dispor
numa dada ordem.
6. fundar; criar.
7. transmitir
conhecimentos que permitem exercer uma dada atividade; instruir.
8. estabelecer; fixar.
9. descrever; traçar.
Tudo isso representa
um pouco do que Deus fez.
Lembre-se: Deus é O
Autor, Originador e Criador da ciência de tudo, de todas as ciências, inclusive
os ramos Química, Física e Biologia. Será que Ele saberia lidar com esses
elementos materiais para formar e fazer o que quisesse para atender seus
propósitos?
Ele formou, ou
construiu o corpo humano, tal como ele é hoje. Com a mesma aparência. Só que
sem vida, sem respiração. Isso mesmo! Dessa forma!Nada de evolução, nem
ascendência, nem tampouco o ser humano é descendente de qualquer ancestral
primata.
Deus, o Criador, para
formar o corpo físico completo de Adão, construiu todos os sistemas necessários
ao seu funcionamento normal, tais como o sistema nervoso, o circulatório, o
digestivo, o urinário, o muscular, o reprodutor, o ósseo, o respiratório, etc.
Ato contínuo, soprou nele o fôlego de vida. Isto é, colocou nele o espírito
humano e a sede das emoções, dos pensamentos e da vontade; ou seja, a sua alma.
De maneira simplificada mas verdadeira, isso é o que significa ter o Senhor
Deus formado do pó da terra o homem que Ele criou”. Texto
extraído de: https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/a-formacao-de-adao.
Acesso em: 26 julho 2023.
- “O homem é a
obra-prima da criação de Deus, em que o Criador imprimiu a sua imagem e como
parte disso somos convocados para dominar e cuidar de toda a criação do Senhor.
O ser humano possui uma relação inegável com a criação e é através do seu corpo
que ele cumpre os mandatos de Deus. Mas, devido à sua desobediência, pelo
desejo de autonomia, o ser humano pecou e recebeu em si mesmo os efeitos do
pecado que distorceu esta imagem de Deus em nós, em todos os aspectos,
estrutural e funcional. Pecado que afetou inclusive o corpo humano e foi a porta
de entrada para doenças, problemas hormonais e anomalias genéticas. E de forma
oposta como alguns pensam, isto não é o mau de uns, este é o problema de todos
que nascem dia após dia. Sendo que a solução para este problema não é capaz de
ser realizada por mãos unicamente humanas. Somente Deus pode remover a prisão
da morte eterna em nosso corpo e nos dar vida novamente. E foi exatamente o que
fez, quando Ele mesmo se encarnou e se tornou um de nós na pessoa de Jesus
Cristo que, sem pecado, venceu a morte e todos os seus efeitos, que garante
vida novamente a todo o que n’Ele crer, através do seu grande sacrifício
vicário. Hoje temos a responsabilidade na condição de salvos, de nos unir a toda criação, nos entregando por inteiro em honra e glorificar a Deus,
inclusive com nosso corpo, por entendermos que Ele é nossa origem e nosso
destino”. Texto extraído de: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/31202.
Acesso em: 26 julho 2023.
2. A constituição
do ser humano. Nossa
Declaração de Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o
corpo ou a carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte
interna, denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2 Co
4.16; 1 Ts 5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia,
isto é, três substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12). Exemplo dessa
estrutura pode ser observada na pessoa de Cristo (Lc 23.46; 24.39). A Bíblia de
Estudo Pentecostal leciona que o nosso espírito é o componente pelo qual se tem
comunhão com o Espírito de Deus. E a alma é definida pelos aspectos da mente,
emoções e vontade. O corpo é a parte que volta ao pó e que, no caso dos salvos,
será transformado no dia da ressurreição (1 Co 15.42).
- A alma é a parte que
forma nossa personalidade. A alma tem os sentimentos, a vontade e o raciocínio.
Não é uma coisa física mas está ligada ao nosso corpo. A alma interpreta a
informação sensória do corpo e influencia suas ações. Na Bíblia a alma também
significa a essência da vida individual (Gn 2.7 – fôlego e alma são a mesma
coisa). As criaturas que têm alma estão vivas e coisas mortas não têm alma. Sem
a alma, o corpo morre. Na morte a alma é separada do corpo. Na ressurreição,
quem ama Jesus receberá um novo corpo para sua alma (1Co 15.42-44).
- Nosso espírito é nossa
ligação com as coisas espirituais. Deus é espírito. O espírito é aquilo que dá
vida, porque toda a vida vem de Deus. O espírito define as grandes influências
da nossa vida. É o espírito que recebe a influência do Espírito Santo, que
convence do pecado, da necessidade de arrependimento e da salvação e que dá
acesso a um relacionamento pessoal com Deus (Rm 8.16). Por outro lado, o
espírito, quando está em rebelião contra Deus, pode receber influências
malignas. Quando o espírito está afastado do Espírito de Deus, é como se
estivesse morto, porque Deus é a fonte de toda a vida. Só podemos conhecer Deus
espiritualmente e o verdadeiro louvor vem da ligação do espírito com o Espírito
Santo (Jo 4.24). A Bíblia também diz que o espírito tem emoções e toma
decisões, como a alma. É importante lembrar que a alma e o espírito estão
intimamente interligados, junto com o corpo. Algumas de suas funções se
sobrepõem e trabalham todos em conjunto (1Ts 5.23). O corpo, a alma e o
espírito formam um todo, que é a pessoa, não são três coisas separadas.
- “Antes de Moisés tratar da criação do homem com
maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o decreto de Deus quanto a essa
criação, nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança” (Gn. 1.26). A Igreja geralmente tem interpretado o verbo
“façamos”, no plural, para provar a autenticidade da doutrina da Trindade.
Alguns eruditos, porém, são da opinião que esta palavra expressa o plural de
majestade; outros a tomam como plural de comunicação, no qual Deus inclui os
anjos em diálogo com Ele; todavia, outros o consideram como o plural de
auto-exortação. Tem-se verificado, porém, que estas três últimas afirmações são
contrárias àquilo que pensam e expressam os pensadores e teólogos mais
conservadores, que creem que o plural “façamos” é uma alusão direta à Trindade
Divina, reunida em conselho para a formação do homem.” [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]
“Com respeito aos demais seres vivos, tais como os peixes, as aves, as
bestas da terra e dos mares, lemos que Deus os criou “segundo a sua espécie”,
isto quer dizer que eles possuem formas tipicamente próprias de suas espécies.
O homem não foi criado assim, e muito menos conforme o tipo de criaturas
inferiores. Com respeito a ele disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o
homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação.
Em Gênesis 2.7 vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma. O
corpo foi formado do pó da terra, um material pré-existente. Na criação da
alma, no entanto, não foi necessário o uso de um material pré-existente, mas
sim de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma do homem foi uma nova
criação de Deus. A Bíblia diz que o Senhor Deus soprou nas narinas do homem “o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2.7). Outras
passagens das Escrituras que falam da dupla natureza do homem são: Ec. 12.7;
Mt. 10.28; Lc. 8.55; 2Co. 5.1-8; Fp. 1.22-24; Hb. 12.9. O homem é apresentado
nas Escrituras como a obra prima de Deus. Criado o homem, a criação estava
coroada (Gn. 1.26-28; SI. 8.5-8). Como tal, foi dever e privilégio do homem
fazer com que toda a natureza, e todas as demais coisas criadas colocadas
debaixo do seu governo, servissem à sua vontade e a seu propósito, para que ele
e todo o seu glorioso domínio glorificassem o Todo-poderoso Criador e Senhor do
universo”. [http://www.cacp.org.br/antropologia-biblica/]
3. Queda e
restauração humana. A
Bíblia revela que todas as áreas de nosso ser foram afetadas pelo pecado (Rm
7.20-23). Conforme a Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, embora
constituído de três substâncias, se o ser humano for afetado em um elemento de
sua constituição humana, ele será afetado inteiramente. Nessa perspectiva, a
vida espiritual não pode estar desassociada de seu corpo: “glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Co
6.20). Desse modo, a conduta irrepreensível do cristão é requerida no espírito
quanto na alma e no corpo (1 Ts 5.23). Isso quer dizer que a santificação deve
atingir a parte material e imaterial do homem. Contudo, essa restauração
somente é possível por meio do sangue de Cristo, pela ação do Espírito e pela
Palavra de Deus (1 Pe 1.15-25).
- É preciso entender que todo cristão deve trazer em si a
marca de “santidade ao Senhor”, à semelhança do sacerdote da lei mosaica, que
trazia esta inscrição na mitra (Êx 28.36-39). A santificação do corpo é assunto
urgente, uma vez que vivemos dias em que a imoralidade que impera no mundo tem
entrado pelos portões da Igreja.
- Em I Tessalonicenses 5.23, Paulo fala sobre Deus nos
santificar “completamente”, o nosso ser inteiro, que é composto de espírito,
alma e corpo.
- Seu espírito é a parte de si que tem consciência de Deus
e das coisas espirituais. Sua alma é a parte de si que tem consciência de si
mesmo. Já seu corpo é a parte de si que tem consciência das coisas naturais. A
salvação divina atinge cada uma destas três partes da seguinte maneira:
ESPÍRITO – já passou pela santificação
inicial que se deu na ocasião da regeneração (2Co 1.21; Tg 1.18; 1Pe 1.21).
Agora se desenvolve mediante o processo de crescimento (1Pe 2.2; Ef 5.15) que
corresponde ao crescimento natural (1Co 3.1-3; Hb 5.13,14);
ALMA – é a nossa personalidade; sede
das emoções, intelecto e vontade. Não é regenerada, mas restaurada (Tg 1.21)
pela Palavra de Deus. Enquanto a santificação do espírito é inicial e imediata,
a santificação progressiva tem seu lugar na alma e no corpo. É o processo de
mudança de valores (Lc 5.33-39; Ef 4.23; Jr 18.1-6; Rm 12.1,2) que também
chamamos de desenvolver a salvação (Fl 1.6 e 2.12) e despir-se do velho homem
(Ef 4.20 a 5.21);
CORPO – nosso corpo só será totalmente
santificado depois de transformado (Rm 8.23; Fl 2.21; 1Co 15.50-53). Até que
isto aconteça, a santificação do corpo é o processo contínuo de sujeitar a
carne (1Co 9.27), guardar-se da imoralidade (1Co 6.13-20; 1Ts 4.1-8) e usar
adequadamente os membros do corpo. A santificação do corpo abrange ainda a
nossa forma de falar e de vestir (Ef 4.25,29; 1Tm 2.9,10).
- O que aconteceu em nosso espírito – a regeneração – é o
que chamamos de santificação inicial. Porém o processo de restauração da alma e
sujeição da carne é o que chamamos de santificação progressiva. Ao destacar
cada uma das três partes que compõem nosso ser enquanto falava da santificação,
o apóstolo Paulo estava nos mostrando a necessidade de trabalharmos com cada
parte em separado. Escrevendo aos Coríntios, ele falou sobre nos purificarmos
das imundícies tanto da carne como do espírito (2Co 7.1).
II – A VISÃO BÍBLICA DO CORPO
1. Parte
exterior do homem. O
termo corpo (do grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser
humano (Mt 10.28; 1 Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere
ao homem físico, inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os
termos indicam a parte visível e material da natureza humana. O corpo é o
invólucro da parte imaterial do ser humano; ele envelhece e morre, ocasião em
que alma e espírito o deixam (Gn 35.18; Tg 2.26). A carne (corpo) geralmente é
descrita em sentido negativo: “na minha carne, não habita bem algum” (Rm 7.18).
Entretanto, esse tom depreciativo diz respeito à natureza pecaminosa do homem e
não especificamente ao corpo físico. Assim sendo, nossa Declaração de Fé
rejeita a ideia de ser o corpo uma prisão da alma e do espírito ou de ser
inerentemente mau e insignificante.
- Soma e Sarx dizem respeito a partes distintas
do ser humano. A Bíblia também cita, em diversas passagens, Sarx como sinônimo de Soma (ex: Ef 5.29-30), mas também, ao se
tratar de inclinação ao pecado, parece distinguir as duas partes. Às vezes, a
palavra se refere claramente ao corpo físico, mas, em outras ocasiões, à
natureza humana caída.
- De acordo com o léxico de Strong, sarx se refere à carne
como a substância tenra do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com
sangue, tanto de seres humanos como de animais; entretanto, referindo-se à
simples carne material, o termo é usado apenas uma vez, em 1Co 15.39. STRONG,
LÉXICO DE. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. Versão eletrônica
(Libronix). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.
- A carne é parte da tríade de inimigos de Lutero: o mundo, a carne e o diabo.
Assim, é bom saber que o termo sarx é usado como o corpo físico, como designação genérica de
humanidade, como designação de relacionamentos humanos, como designação
genérica da existência humana, e como uma realidade antagônica a Deus.
- “Paulo fala sobre
uma guerra contínua entre a carne e o Espírito. “Digo, porém: andai no Espírito
e jamais satisfareis à concupiscência da carne”. Porque a carne milita contra o
Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que
não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo
Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são:
prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias,
ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias
e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já,
outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas
praticam. (Gl 5.16-21). O contraste aqui não é entre a carne e o espírito
humano, mas entre a vida que serve à carne, isto é, à natureza humana caída, e
a vida guiada pelo Espírito. Aqui vemos o nítido contraste entre a carne e
Espírito. Não é um conflito entre o corpo e a alma, mas entre o velho homem,
que é guiado pela sua natureza humana degenerada, e o novo homem, cheio do
Espírito de Deus. Carne e Espírito estão em conflito irreconciliável. Nossa
natureza caída resiste ao domínio do Espírito Santo e procura dominá-lo. Da
mesma maneira, o Espírito é inimigo da carne. Ele anseia pela glória de Deus,
que a carne abomina, e procura gerar seu fruto, que também é apresentado em uma
lista em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”. O
contraste é visto claramente nas duas listas (Gl 5.20-21; 22-23). A segunda
lista, que apresenta o fruto do Espírito, é bem conhecida pelos cristãos. Por
enquanto, porém, vamos manter nossa atenção na primeira lista, que apresenta as
obras da carne. Quando examinamos a lista das obras da carne, um elemento não
deve passar despercebido. A lista inclui pecados que envolvem nosso corpo e
pecados que são de caráter não físico. Na lista encontramos prostituição e
bebedice. Esses são pecados que cometemos com nossos apetites físicos e funções
corporais. Na mesma lista encontramos referência a ciúme, inveja, idolatria e
coisas semelhantes, que são pecados do coração. Concluímos, então, que, quando
o Novo Testamento fala da carne em contraste com o Espírito, a referência não é
ao nosso corpo físico, mas à nossa natureza pecaminosa, que inclui a pessoa
toda. É o conflito entre dois estilos de vida: a vida da carne, que é
controlada pela tendência ao pecado; e a vida do Espírito, que nos leva à
retidão, a agradar a Deus.” Extraído de: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/a-batalha-contra-a-carne/.
Acesso em: 26 julho 2023.
2. Templo do
Espírito Santo. A
Escritura declara que “o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor”
(1 Co 6.13b). Isso significa que o corpo pertence ao Criador e a Ele deve estar
unido (1 Co 6.17). Nesse sentido, essa parte material do salvo deve ser santa e
usada para glorificar a Deus (1 Co 6.20b). Em 1 Coríntios 6, lemos que os
corpos dos salvos são metaforicamente membros do Corpo de Cristo (1 Co 6.15;
cf. Rm 12.4,5). Por isso, eles não devem praticar atos imorais (Rm 6.13,19; 1
Co 6.15,16). Aqui, o cristão é exortado a não pecar contra o próprio corpo (1
Co 6.18), pois um resgate de alto preço foi pago por Cristo (1 Co 6.20a)
tornando o crente templo e morada do Espírito Santo (1 Co 6.19; Ef 1.13).
Portanto, como santuário, o corpo nunca deve ser profanado por impureza alguma.
- É essencial entendermos este ponto para não cairmos no
erro mortal de pensar que a justiça consiste principalmente em expressões
físicas exteriores. O reino de Deus envolve muito mais do que comida e bebida.
Se dermos atenção somente às coisas exteriores, corremos o risco de cair na
cilada do farisaísmo, que mede a justiça pelas ações exteriores. Um sorriso
doce pode ocultar um espírito invejoso. O Espírito Santo busca limpar toda a
nossa vida, tanto exterior como interiormente.
- Glorificar a Deus é o propósito supremos do cristão, e
deve fazê-lo em todos os aspectos de sua vida! O agir do cristão se fundamente
na ação histórica-salvífica de Deus por meio de Jesus Cristo. Na luta contra a
carne, a vitória não se alcança pelo esforço da vontade, mas pela confiança no
que Deus fez. O pecado foi vencido por Cristo que, tomando este “corpo de
carne” (Cl 1.22), foi feito pecado (2Co 5.21); vindo numa carne de condição
pecadora, ele condenou o pecado na carne mesma (Rm 8.3). Daí em diante o cristão
crucificou em Cristo a carne (Gl 5.24); a luta que ele trava (Gl 6.8) não tem
um desfecho fatal, mas é uma vitória garantida na medida em que, reencontrando
a sua condição autêntica de criatura, o crente põe sua confiança não na carne,
na sua fraqueza, mas na força da morte do Salvador, fonte do Espírito da vida.
O crente já está morto no que diz respeito às ambições e aos impulsos que
moldam a vida que se separa de Deus. Nesse sentido, já não está na carne (Rm
8.8-9).
- A Bíblia diz que o corpo do crente é o templo do Espírito
Santo porque o Espírito Santo mora dentro de cada pessoa salva. Um templo é um
lugar sagrado. Por isso, o corpo merece respeito e cuidado.
3. Glorificado
na ressurreição. A
ressurreição de Cristo aniquilou o império da morte (Hb 2.14,15) e garantiu a
nossa ressurreição (1 Co 6.14; 2 Co 4.14). Entre a morte e a ressurreição há um
estado intermediário, onde a parte imaterial do ser humano subsiste de modo
consciente (Lc 9.28-31; 16.22-31). Contudo, o nosso corpo carnal não pode
herdar o Reino de Deus (1 Co 15.50). Por isso, a última etapa de nossa salvação
é a glorificação (Rm 8.30). Inclui a redenção e a transformação de nosso corpo
mortal conforme o corpo glorioso de Cristo (Rm 8.23; Fp 3.21). Esse evento
ocorrerá quando Jesus voltar (1 Ts 4.13-17). Na ressurreição, a parte imaterial
será reunida em um corpo incorruptível, glorificado, espiritual e imortal (1 Co
15.42-44,52-54). Assim, a morte é o último inimigo a ser vencido (1 Co 15.26).
- Quando Paulo nos fala sobre a redenção do nosso corpo, não fala do corpo físico apenas, mas de
toda a corrupção ainda presente no homem (Rm 6.6,12; 7.5; 1Co 15.35-44; Fp
3.20-21; 2Pe 13-4; 1Jo 3.2). Glorificação é: o futuro recebimento de absoluta e
definitiva perfeição (física + mental + espiritual) por todos os crentes (Ro 8.22-23;
1Co 15.41-44, 51-55; 2Co 5.1-4).
- A "glorificação" é quando Deus remove por
completo o pecado da vida dos santos (isto é, todos os que são salvos) no
estado eterno (Rm 8.18; 2Co 4.17). Na vinda de Cristo, a glória de Deus (Rm
5.2) – a Sua honra, louvor, majestade e santidade - será realizada em nós; em
vez de sermos mortais sobrecarregados com a natureza pecaminosa, seremos
transformados em imortais santos com acesso direto e irrestrito à presença de
Deus, e vamos gozar da sagrada comunhão com Ele por toda a eternidade. Ao
considerar a glorificação, devemos nos concentrar em Cristo, pois Ele é a
"bendita esperança" de todo cristão; também podemos considerar a
glorificação final como a culminação da santificação. Assim, a glorificação dos
santos é o final da corrente de ouro da graça divina, é o futuro recebimento de
absoluta e definitiva perfeição (física + mental + espiritual) por todos os
crentes (Rm 8.22-23; 1Co 15.41-44,51-55; 2Co 5.1-4; 4.14-18; Jd 1.24-25). Pelas
passagens de 1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18, entendemos que nossa glorificação
começará no Arrebatamento e continuará através de toda a eternidade. Podemos,
ainda, perguntar: Qual o propósito da glorificação? “O propósito da
glorificação do corpo do crente é radiar o brilho da graça, das riquezas, do
poder, da bondade e do amor, enfim de todos os atributos de Deus, para que,
pelos séculos dos séculos, Ele (totalmente e exclusivamente) seja admirado,
magnificado, adorado e louvado por todos os anjos, homens, e criação”. Leia
mais aqui na Lição 13: Glorificados em Cristo, Data: 24 de Dezembro de 2017.
III – A VISÃO SECULAR DO CORPO
1. Hedonismo e
narcisismo. Zelar
e manter o corpo saudável é uma forma de glorificar a Deus (1 Co 6.20).
Contudo, em tempos pós-modernos de busca da felicidade, o hedonismo e o
narcisismo são incutidos na sociedade. Com hedonismo, nos referimos ao estilo
de vida em que a obtenção do prazer e a fuga do sofrimento são prioridades.
Nesse aspecto, tudo é permitido. Com narcisismo, aludimos ao amor excessivo que
uma pessoa tem por si própria. De acordo com essa abordagem, refere-se ao
indivíduo que, de modo insensato, persegue o corpo ideal por meio da boa
estética a qualquer custo e se porta com ostentação em busca da autorrealização
e de ser admirado. Em oposição a essa cultura, Paulo ensina: “todas as coisas
me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1 Co 6.12a). Livre de qualquer
moral divina, o indivíduo passa a exercer total controle sobre o corpo. Desse
modo, seus adeptos atuam contra o corpo na legalização do aborto, da
prostituição, das drogas, do suicídio assistido, dentre outros.”
- O hedonismo é caracterizado como uma doutrina moral que
defende que o único propósito da vida é a busca pelo prazer. É uma doutrina
filosófica-moral que teve origem na Grécia, e seu fundador foi Aristipo de
Cirene, contemporâneo de Sócrates. Em suas origens, o significado de hedonismo
está voltado para a busca egoísta do prazer passageiro e momentâneo, fato que a
tornou símbolo de decadência. Porém, o significado original do hedonismo como
doutrina é a busca da felicidade. Ela possui dois pontos importantes como base:
o prazer e a dor, que segundo Aristipo eram os dois estados da alma. Ele
defendia ainda, que independente da origem do prazer a sensação é a mesma, por
isso, para se alcançar a felicidade, é preciso aumentar o prazer e diminuir a
dor.
- O grande problema do hedonismo não circunscreve-se em
divinizar o prazer, mas sim, está na insaciabilidade da natureza humana, que
sempre buscará mais e mais satisfazer suas vontades, acostumada à ideia de que
a felicidade decorre do desprezo à ideia de disciplina e auto-controle. O homem
precisa viver com equilíbrio, em tudo sendo moderado a fim de que o nome do
Senhor seja exaltado mediante suas ações. Aliás, Epicuro não equiparou o termo
hedonismo com indulgência desenfreada, como fazemos hoje. Ele instava a
moderação e até o asceticismo, com base em que a maioria dos prazeres traz por
conseqüência a dor (como beber demais). A principal característica de sua moralidade
era que não estava baseada em padrão transcendente do bem; mas em nossa
preferência natural por certas sensações. Atualmente, o significado popular de
hedonismo é a busca pelo prazer e indiferença moral. Em 1 Timóteo 3.4 Paulo
advertiu que nos últimos dias os homens seriam “mais amigos dos prazeres que
amigo de Deus”, Certamente estamos nestes dias. Leia
mais sobre Hedonismo aqui!
- No enfrentamento da tendência egocêntrica do ser humano,
é importante conhecermos o que a Palavra de Deus revela sobre a origem do ser
humano, sua condição e o plano de divino de redenção.
- A Bíblia fala sobre o amor próprio: “Um dos mestres da lei achegou-se e os ouviu argumentando. Ao constatar
como Jesus lhes houvera respondido esplendidamente, perguntou-lhe: “De todos os
mandamentos, qual é o mais importante? ” Esclareceu Jesus: “O mais importante
de todos os mandamentos é este: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, o nosso Deus é o
único Senhor. Amarás, portanto, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força’. E o segundo
é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não existe qualquer outro mandamento
maior do que estes”(Mc 12.28-31). A Bíblia nos orienta a nos amar e amar ao
próximo como nos amamos, logo, para amarmos ao próximo, torna-se vital que nos
amemos. Amar a nós mesmos é bíblico e, portanto, saudável, desejável e de vital
importância para que tenhamos uma vida alegre e vitoriosa. Sendo assim, não
existe nenhum problema em cuidarmos da nossa aparência, do nosso corpo, alma e
espírito, pois, como já afirmamos, somos Templo do Espírito Santo. “Ou não
sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1Co 6.19ARC). Sobre
Narcisismo como um transtorno da mente, leia aqui.
2. Erotização e
libertinagem. Ao
formar o ser humano, Deus também criou a sexualidade (Gn 1.27,28). Portanto,
não se trata de algo impuro. O pecado não está no sexo, mas na perversão de seu
propósito. Nossa Declaração de Fé leciona que a relação sexual não é só para
procriar, mas também para o prazer dentro dos limites do matrimônio e do uso
natural do corpo (Rm 1.26,27; Hb 13.4). Todavia, em nossos dias, a erotização
do corpo é explorada nas mídias, artes, músicas e literaturas. O objetivo é
seduzir e estimular as práticas sexuais ilícitas. Como resultado, a
licenciosidade, isto é, a conduta sexual desregrada e imoral, prolifera
assustadoramente (1 Co 6.10). Diante disso, o apóstolo Paulo adverte: “todas as
coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1 Co
6.12b).
- Foi ideia de Deus criar as pessoas como machos e fêmeas e
uni-las através do sexo (Gn 2.24). Tanto os homens quanto as mulheres foram
criados com desejo sexual. O propósito de Deus para os seres humanos é que os
homens e as mulheres vivam um relacionamento vitalício, fiel, permanente e
responsável. Estas condições são satisfeitas dentro do contexto do casamento. É
nele que Deus abençoa e aprova esta união.
- o avanço da imoralidade sexual é uma consequência do
pecado e também já é uma forma de “punição” ao pecador (Rm 1.24). Paulo faz uso
de um termo judicial em Rm 1.24 <<Deus
entregou>> grego usado para entregar um prisioneiro para que cumpra a
sentença que recebeu. Quando, de modo consistente, os seres humanos abandonam a
Deus, ele os abandonará (Jz 10.13; 2Cr 15.2; 24.20; SI 81.11-12; Os 4.17; Mt
15.14; At 7.38-42; 14.16). Ele faz isso: 1) indireta e imediatamente, retirando
o seu controle sobre e eles e permitindo que os pecados deles sigam o seu curso
inevitável, e 2) direta e consequentemente, por ações específicas do julgamento
divino e punição. Ainda no mesmo texto é usado outro termo, <<imundícia>>,
muito usado para material em decomposição, como o conteúdo de uma sepultura.
Aqui, trata-se de imoralidade sexual (2Co 12.21; Cl 5.19-23; Ef 5.3; 1Ts 4.7),
a qual começa no coração e torna-se a vergonha do corpo. Assim, a degradação
moral que descamba em erotização e libertinagem, já é uma ‘paga’ e uma
demonstração de que Deus já retirou o ‘pé do freio’.
- A libertinagem representa o contrário do perfeccionismo.
Na prática, a libertinagem pode ser substituída por “dissolução”. Tudo é
permitido; é abusar da liberdade, fazendo coisas erradas e irresponsáveis. O
libertino não reconhece limites nem regras e usa sua liberdade para pecar.
Libertinagem parece liberdade mas na verdade escraviza. Libertinagem é uma
revolta contra as regras. Existem regras que escravizam e sufocam mas também há
regras muito importantes, que nos protegem. O libertino rejeita todas as regras
e vive satisfazendo todos os seus desejos sem se preocupar com as
consequências.
3. Liberdade e
autonomia. A
Bíblia atesta que o homem é dotado de livre-arbítrio (Gn 2.16,17). Isso indica
autonomia para tomar as próprias decisões e se autogovernar. Somos livres,
porém, todos os nossos atos serão alvo do juízo divino (Ec 12.14). Não
obstante, no atual cenário, ideias secularistas promovem a banalização do
corpo. O existencialismo ateu, por exemplo, afirma que para descobrir o sentido
da vida, o homem deve usufruir de liberdade incondicional. Nesse aspecto, livre
de qualquer moral divina, o indivíduo passa a exercer total controle sobre o
corpo. Desse modo, seus adeptos atuam contra o corpo na legalização do aborto,
da prostituição, das drogas, do suicídio assistido, dentre outros. Contrário a
esse ativismo, o apóstolo Paulo assevera: “não sabeis [...] que não sois de vós
mesmos?” (1 Co 6.19).
- Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a
natureza humana, as pessoas não ficaram num estado de total incapacidade
espiritual. Todo pecador pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo
uso determinará seu destino eterno. O pecador precisa da ajuda do Espírito, e
só é regenerado depois de crer, porque o exercício da fé é a participação
humana no novo nascimento, assim é entendido o livre-arbítrio na perspectiva
arminiana.
- O
livre-arbítrio é o poder que temos de tomar uma decisão, sem sermos obrigados a
escolher uma determinada opção. O livre-arbítrio é nosso poder de escolha. Por
causa do livre-arbítrio, cada pessoa é responsável por suas ações. Deus nos deu
o livre-arbítrio O que é o livre-arbítrio?; Disponível em: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-livre-arbitrio/.
Acesso em: 13 nov, 2017.. O site do Ministério Apologético CACP traz o
artigo ‘O que diz a bíblia sobre o livre arbítrio?’, onde defende a existência
do livre-arbítrio em toda a Bíblia (Leia aqui). Em contra-ponto, o
Calvinismo afirma que não há livre-arbítrio depois da queda, o que mais se
aproxima é a livre-agência. C. H. Spurgeon pregando em João 5.40 “Mas não
quereis vir a mim para terdes vida”, afirma: “...Geralmente quando o
texto é empregado, ele é dividido desta forma: primeiro, o homem tem uma
vontade. Segundo, ele é inteiramente livre. Terceiro, os homens tem que querer
por sua própria vontade vir a Cristo, de outra maneira eles não serão
salvos....”9. SPURGEON, c. H. ‘Livre-Arbítrio -
Um Escravo’. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/chspurgeon/Livre_Spurgeon.htm.
Acesso em 13 nov, 2017
-
Para os convertidos a Cristo, o corpo do cristão pertence ao Senhor, é um
membro de Cristo (1Co 6.15) e templo do Espírito Santo. Todo ato de fornicação,
adultério ou qualquer outro pecado é cometido pelo cristão no santuário, o
Santo dos Santos, onde Deus habita. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava
lá apenas uma vez por ano, e somente após uma extensiva limpeza, caso contrário
ele seria morto (Lv 16).
-
Note, ainda, que espiritualmente falando, o homem é sempre escravo: do pecado
ou de Deus. A servidão do pecado torna o homem cativo das paixões; a servidão a
Deus o torna livre. É conhecida a expressão de Agostinho: “Quanto mais escravo de Cristo sou, tanto mais livre me sinto”. A
escravidão de Deus é liberdade; a liberdade do pecado é escravidão. E
impossível ser escravo de dois senhores ao mesmo tempo (Mt 6.24). Somos servos
de Deus ou do pecado.
CONCLUSÃO
Vimos que a
família do rei Davi era disfuncional, o que trouxe problemas de longo prazo
para toda a família. Por isso, é preciso cultivar os valores da Palavra em
nossos lares, que os pais exerçam seus papéis em casa, transmitindo esses
valores e acompanhando de perto os seus filhos; que os cônjuges tenham um
relacionamento que traga equilíbrio e segurança aos filhos. A vida cristã em
família é a maior prevenção contra os desajustes da atualidade.
- Nesta conclusão, a família de Davi sofreu as
consequências do pecado de Davi. O profeta Natã sentenciou que as consequências
das ações de Davi afetariam Davi, sua família e todo o reino. Em cumprimento
das profecias de Natã, os tumultos e as contendas ocorridos na família de Davi
levaram a uma guerra civil que ameaçou destruir o reino de Israel. O pecado
pode ser confessado; mas as consequências virão. “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
- O ser humano, apesar de ainda viver ‘na carne’, não está
mais condenado a ‘viver segundo a carne’; a existência de inimizade com Deus
foi abolida. Mas apenas em obediência ao Espírito de Deus é possível, em vez de
praticar as obras da carne, praticar as do Espírito. Temos de entender que
lidar com o Deus vivo é coisa séria. Tratamos o pecado com o maior pouco caso;
somos tomados pela indiferença e achamos que podemos pecar e sair impunes. Mas
o Livro de Deus avisa: “Tenha certeza de
que seu pecado irá alcançá-lo” (Nm 32.23).
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como a nossa Declaração de Fé expressa nossa
constituição humana?
Nossa Declaração de
Fé professa que a natureza humana consiste numa parte externa, o corpo ou a
carne (Gn 6.3; Sl 78.39), chamada de “homem exterior”; e uma parte interna,
denominada de “homem interior”, composta de espírito e alma (2 Co 4.16; 1 Ts
5.23). Essa constituição humana é denominada de tricotomia, isto é, três
substâncias: espírito, alma e corpo (Hb 4.12).
2. Como é requerida a irrepreensível conduta do
cristão?
Conduta
irrepreensível do cristão é requerida no espírito, na alma e no corpo (1 Ts
5.23).
3. Como o corpo é identificado na Bíblia?
O termo corpo (do
grego, soma) normalmente identifica a parte exterior do ser humano (Mt 10.28; 1
Co 15.38). O termo carne (do grego, sarx), quando se refere ao homem físico,
inclui a sua dimensão exterior (Lc 24.39; At 2.31). Ambos os termos indicam a
parte visível e material da natureza humana.
4. Por que os corpos dos salvos não devem praticar
atos imorais?
Porque a parte
material do salvo deve ser santa e usada para glorificar a Deus (1 Co 6.20b).
Em 1 Coríntios 6, lemos que os corpos dos salvos são metaforicamente membros do
Corpo de Cristo (1 Co 6.15; cf. Rm 12.4,5).
5. No atual cenário, o que as ideias secularistas
promovem?