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10 de julho de 2023

Lição 03: O perigo do Ensino Progressista

 TEXTO ÁUREO

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” (2 Tm 3.1)

- últimos dias: Essa expressão refere-se a esta era, o tempo desde a primeira vinda do Senhor Jesus.

- tempos difíceis: A palavra "difíceis" é usada para descrever a natureza selvagem de dois homens possuídos por demônios (Mt 8.28). A palavra traduzida por "tempos" tem a ver com épocas, e não com o tempo cronológico ou o calendário. Essas eras ou épocas selvagens e perigosas serão cada vez mais frequentes e severas à medida que se aproximar a volta de Cristo (v. 13). A era da igreja está repleta desses movimentos perigosos que, pelo fato de o fim estar se aproximando, estão ganhando força (Mt 7.15; 24.11-12,24; 2Pe 2.1).

 

VERDADE PRÁTICA

Os ensinos progressistas buscam desconstruir a fé cristã por dentro e afastar as pessoas do verdadeiro cristianismo bíblico, tornando-as meras militantes de causas sociais.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Timóteo 3.1-9

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que os ensinos progressistas enfraquecem a autoridade da Bíblia. Suas heresias propagam que as Escrituras contêm erros, que Deus não é Soberano e que o sobrenatural é um mito. São indiferentes à doutrina bíblica do pecado, relativizam os valores morais e defendem a necessidade de “ressignificar” a fé cristã. Por conseguinte, seus ensinos progressistas resultam na descaracterização do cristianismo bíblico. Nesta oportunidade, verificaremos alguns de seus heréticos conceitos e os meios espirituais pelos quais a Igreja deve resistir aos seus efeitos maléficos (Jd 1.3).

- A salvação é uma bênção comum que todos os cristãos desfrutam, e isso nos leva a gozarmos a unidade e a Comunhão entre os cristãos e lembra-nos de que Deus não faz acepção de pessoas. Esse exército de santos deve saber que estamos em guerra, em três frentes de batalha: contra Satanás, contra o mundo e contra a nossa velha natureza. Temos um chamado à guerra pela verdade em vista da chegada dos mestres apóstatas. É necessário estarmos prontos, preparados para o combate contra os falsos mestres que pregam e vivem na prática de um evangelho falso e estão desviando os que precisam ouvir o verdadeiro evangelho. Vivemos dias de comunicação fácil e ao alcance de todos. Qualquer um pode gravar um vídeo e subi-lo à grande rede. São muitas as desinformações à disposição e isso tem causado grande confusão. As Escrituras têm uma chamada imperativa (Jd 3) para que os cristãos travem uma guerra contra o erro em todas as suas formas e lutem vigorosamente pela verdade, como um soldado a quem foi confiada uma tarefa sagrada de proteger um tesouro santo (1Tm 6.1 2; 2Tm 4.7).

Nossa fé – o corpo da verdade revelada acerca da salvação contida nas Escrituras (Gl 1.23; Ef 4.5,13; Fp 1.27; 1Tm 4.1), precisa ser conhecida (Ef 4.14; Cl 3.16; 1Pe 2.2; 1Jo 2.12-14); discernida do erro (1Ts 5.20-22), para assim confrontarmos e atacarmos o erro (2Co 10.3-5; Fp 1.7,27; 1Tm 1.18; 6.72; 2Tm 1.13; 4.7-8; Tt 1.3).

A revelação de Deus foi entregue uma única vez como uma unidade, na conclusão da Escritura, e não deve ser editada com supressões nem adendos (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.6; Ap 22.18-19). A Bíblia é completa, suficiente e está concluída; portanto, ela está fixada para sempre. Nada deve ser acrescentado ao corpo da Palavra inspirada, porque nada mais é necessário. Os cristãos agora têm a responsabilidade de estudar a Palavra (2Tm 2.15), pregar a Palavra (2Tm 4.1) e lutar para que ela seja preservada!

 

I- A DESCARACTERIZAÇÃO DO CRISTIANISMO

1- A deterioração moral. A expressão bíblica ”últimos dias” faz alusão ao período anterior à volta de Cristo, sendo retratado como um tempo “extremamente difícil” (2 Tm 3.1). O apóstolo Paulo alerta que o comportamento humano estará associado à impiedade, caracterizada pela profunda degradação moral (2 Tm 3.2-4). Por isso, a lista paulina é uma descrição da escalada dos pecados na sociedade. E o enfraquecimento da doutrina bíblica e o relativismo, que não aceita norma moral absoluta, instigam a má conduta da humanidade. O atual é alarmante crescimento do pecado e uma indicação de que já vivemos esses últimos dias. Não obstante, apesar das investidas heréticas, a Bíblia nos adverte a viver em santidade em qualquer época da jornada cristã (1 Pe 1.15, 23-25).

- Os últimos dias, segundo a opinião do autor, denotam o período pouco antes da parousia e do fim da era presente. Nosso entendimento, porém, é que os últimos dias não são apenas uma referência escatológica aos últimos dias que precederão imediatamente a segunda vinda de Cristo, mas também uma referência a todo o período compreendido entre a primeira e a segunda vindas de Cristo. A nova era chegou com Jesus Cristo e, por sua vinda, a era antiga passou, sendo agora o amanhecer dos últimos dias (At 2.l4-17; Hb 1.1,2).

- Assim como um soldado chamado a cumprir o seu dever se afasta completamente dos assuntos comuns da vida civil, o bom soldado de Jesus Cristo também deve impedir que as coisas do mundo o distraiam (Tg 4.4; 1Jo 2.15-17). O mundo experimenta uma escalada do mal, um aumento das obras da carne, uma anti-cultura judaico-cristã.

 

2- A erosão da ortodoxia. O ensino progressista representa um ataque ideológico à ortodoxia bíblica. Suas teses reduzem o texto bíblico a um mero registro de experiências religiosas. Desse modo, o fundamento da fé cristã é questionado, isto é, a autoridade bíblica é rejeitada e suas verdades negligenciadas; o conteúdo doutrinário cede espaço para a cultura, o entretenimento e ao resultado a qualquer custo; os cristãos tornam-se “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3.4); a vida em igreja fica desprovida do poder do Espírito, sendo incapaz de ser instrumento de transformação do caráter das pessoas (2 Tm 3.5; 2 Co 4.2,3). Portanto, não podemos negociar a verdade de que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus, dada pelo Espírito Santo, capaz de constranger a consciência dos pecadores (2 Tm 3.16,17).

- Esse tempo não é fácil para ser vivido - Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis. Esses dias são duros, difíceis, furiosos e violentos. Paulo emprega o termo grego chalepos, o mesmo usado para descrever os endemoninhados gadarenos que estavam furiosos (Mt 8.28). Isso indica que a violência dos últimos dias será incitada pelos demônios (lTm 4.1). No grego clássico, o termo foi empregado em referência a perigosos animais selvagens e também ao mar violento. Ainda se aplica à conjunção ameaçadora dos corpos celestes. Esse tempo do fim é uma época de terrível florescimento do mal, em que todos os alicerces morais são sacudidos. E uma confrontação com as forças do mal. É como se o mundo se tornasse ainda mais mundano, marcado por uma ativa oposição ao evangelho.

- A decadência da sociedade está relacionada com o que os homens são e consequentemente com o que os homens fazem.

- Paulo afirma que “Toda a Escritura” é inspirada por Deus, argumentando de modo persuasivo que a tradução "toda a Escritura é inspirada..." é precisa. Tanto a Escritura do Antigo Testamento como a do Novo Testamento estão incluídas (2Pe 3.15-16). Foi o próprio Deus quem "expirou " ou "soprou". As vezes, Deus dizia aos escritores da Bíblia as palavras exatas que deveriam ser ditas (Jr 1.9), mas, com maior frequência, ele usava a mente, o vocabulário e as experiências de cada um deles para produzir sua própria Palavra perfeita e infalível (1Ts 2.13; Hb 1.1; 2Pe 1.20-21). É importante observar que a inspiração aplica-se somente aos manuscritos bíblicos originais, e não aos escritores bíblicos; não existem escritores bíblicos inspirados, somente Escritura inspirada. Deus identifica-se tanto com sua Palavra que, quando as Escrituras falam, é Deus quem fala (Rm 9.17; Cl 3.8). A Escritura é chamada de "os oráculos ou a palavra de Deus" (Rm 3.2; 1Pe 4.11) e não pode ser alterada (Jo 10.35; M t 5.17-18; Lc 16.17; A p 22.18-19).

 

3- A corrupção da fé. Com o caráter humano maculado e a corrosão da ortodoxia, promovidos pelo progressismo no ensino, o cristianismo e a fé bíblica são descaracterizados. Não por acaso, o apóstolo Paulo acrescenta as práticas dos falsos cristãos (2 Tm 3.2-4) à repulsiva conduta da luxúria e de várias concupiscências (2 Tm 3.6). Os hereges cativam as pessoas por meio da sedução e do engano. Escravos que são das paixões, eles acreditam que os prazeres do corpo não podem contaminar a alma. Por isso, os pecados morais, a libertinagem e o abuso do corpo são tolerados, tais como: a prostituição, a ideologia de gênero, as drogas, o aborto, o relativismo moral etc. A rebeldia e a ausência de genuína conversão os impedem de alcançar o conhecimento da verdade (2 Tm 3.7). Por fim, o engano desses mestres e seus seguidores será objeto do juízo divino (2 Tm 3.8).

- O diagnóstico que Paulo dá da sociedade é sombrio: Pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus (2Tm 3.2-4).

Ele descreve a nossa sociedade; como vivem os seres humanos; quais são suas marcas. Esse tempo é marcado por um repúdio geral à lei, à decência e à afeição natural. O presente “catálogo de vícios” deve ser comparado a Romanos 1.29-32.

 

 

II – AS TEORIAS PROGRESSISTAS

1- A desconstrução da Bíblia. O ensino progressista e o desdobramento do liberalismo teológico. Sua principal característica é o repúdio a inspiração e inerrância da Bíblia (2 Tm 3.16). A Ênfase do Progressismo repousa no antropocentrismo (homem como centro). Esse ensino produz pessoas egocêntricas e retira a convicção do pecado (2 Tm 3.2). O parâmetro progressista e de reinterpretação das Escrituras para satisfazer a concupiscência humana (2 Tm 4.3). Então, propaga-se um “evangelho” em que a salvação do homem ocorre por meio de uma reforma social com a relativização do pecado, da moral e da fé bíblica (Gl 1.7-10). Assim, o termo “progressista” refere-se às teorias que se distanciam do cristianismo bíblico, em especial na deturpação das doutrinas e dos valores cristãos (Fp 3.18,19; 2 Pe 2.19).

- Estamos vivendo uma era de desconstrução, e isto está afetando a fé. Todos os ideais estão sendo escrutinados. A Escritura fornece o corpo compreensivo e completo da verdade divina que é necessário para a vida e a piedade (SI 119.97-105). A Bíblia repreende as pessoas por sua conduta ou crenças equivocadas. A Escritura expõe: o pecado (Hb 4.12-13) para que ele possa ser tratado mediante a confissão e o arrependimento. A Bíblia pode trazer a restauração do homem à sua devida condição. A Escritura não só repreende a conduta errada, mas também mostra o caminho de volta a um a vida piedosa. A Escritura fornece o treinamento positivo na conduta piedosa, e não apenas repreensão e correção de uma conduta errada (At 20.32; 1T m 4.6; 1P e 2.1-2).

Esse é o motivo de tanta repulsa às Escrituras e ao seu conteúdo, ela aponta os erros dos irregenerados e avisam que não podem agrada a Deus.

 

2- O Teísmo aberto. Outra corrente da teologia liberal/progressista é o ensino do teísmo aberto. Nessa teologia, Deus é limitado, não conhece o futuro em detalhes, não exerce o controle­ absoluto sobre o universo e nem sobre a vida humana. Afirma-se que o conhecimento divino das coisas que estão por acontecer depende das ações livres dos homens. Rejeita-se o conceito de presciência em que Deus sabe todas as coisas antecipadamente.

Nessa heresia, Deus foi surpreendido pelo pecado no Éden e forçado a redesenhar a história (Gn 3.8-19). Essa ênfase extremada nas decisões do homem sacrifica a soberania de Deus, e a autolimitação divina anula o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do gênero humano, afetando assim a doutrina da providência divina e da presença do mal moral no mundo. Logo, embora seus postulantes não reconheçam publicamente, a conclusão é bem lógica: Se Deus não é Soberano, então, não faz sentido orar a Ele.

- "Teísmo aberto”, também conhecido como “teologia da abertura” e “abertura de Deus”, consiste numa prática teológica onde são retiradas algumas das principais características de Deus: a onipresença, a onipotência e a onisciência. Esta corrente é também conhecida por "teologia da abertura" ou "abertura de Deus".

O teísmo aberto baseia estas crenças em Escrituras que descrevem Deus “mudando de idéia”, ou “sendo surpreendido”, ou “parecendo adquirir conhecimento” (Gênesis 6:6; 22:12; Êxodo 32:14; Jonas 3:10). À luz de diversas outras Escrituas que declaram o conhecimento de Deus acerca do futuro, estas Escrituras devem ser entendidas como Deus descrevendo a si próprio de maneira que possamos entender. Deus sabe quais serão nossas ações e decisões, mas Ele “muda de idéia” com relação às Suas ideias baseado nas nossas ações. Deus estando “surpreso” e decepcionado com a perversidade da humanidade não significa que Ele não sabia que as coisas iriam ocorrer.

Em contradição ao teísmo aberto, Salmos 139, versos 4 e 16 declaram: “Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda... e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda”. Como Deus poderia prever detalhes intricados sobre Jesus Cristo no Antigo Testamento se Ele não conhecesse o futuro? Como Deus poderia de alguma maneira garantir a nossa salvação eterna se Ele não soubesse o que haveria de acontecer no futuro?

Por fim, o teísmo aberto falha na sua tentativa de explicar o inexplicável – a relação entre o pré-conhecimento de Deus e o livre arbítrio da humanidade. Assim como formas extremas do Calvinismo falham ao fazer dos seres humanos nada mais que robôs pré-programados, o teísmo aberto falha ao rejeitar a verdadeira onisciência de Deus. Deus deve ser entendido por fé, pois “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6). O conceito do teísmo aberto não é, portanto, escritural. É simplesmente outra forma de o homem finito com a sua mente finita tentar entender um Deus infinito, da mesma forma que se tentasse beber um oceano inteiro. O teísmo aberto deve ser rejeitado pelos seguidores de Cristo. Mesmo que o teísmo aberto seja uma explicação para a relação entre o pré-conhecimento de Deus e o livre arbítrio humano – ele não é a explicação bíblica.

 

3- A Teologia da Demitologização. Em 1958, Rudolph Bultmann propôs um programa de demitologização do texto bíblico. O mito é uma história de caráter religioso que não tem fundamento na realidade, e que se destina a transmitir um conceito de fé. Para esse teólogo alemão havia mitos na Bíblia e era preciso separá-los da verdade. Nesse pensamento, o Céu e o Inferno, a tentação, os demônios e a possessão demoníaca passam a ser vistos como mitológicos. Até a doutrina da concepção, do nascimento virginal e a promessa da vinda de Cristo são classificados como mitologia. Nessa teologia, a Bíblia só é crível se dela forem extirpados os milagres, os sinais e outras revelações sobrenaturais. Em oposição a esses disparates, ratificamos que a Bíblia é a verdade plena de Deus, atestada pelo Espírito Santo, sustentada pela história e confirmada por milhões de pessoas alcançadas pela fé em Cristo (2 Pe 1.21).

- Para Bultmann a Teologia de cada época precisa ser contextualizada, tentando compreender o Kerigma, ou seja, a mensagem revelada, bem como traduzi-la tornando-a bem atual. Bultmann observa a teologia como ultrapassada, precisando ser atualizada e revaliar os conceitos em relação ao que ele considera mito: anjos, demônios, céu, inferno. Ele tenta desmitizar todo conceito segundo ele, ultrapassado e inadequado para este tempo. Isso tornou se um obstáculo até para a credibilidade da própria mensagem revelada, colocando a mesma sob suspeita.

Segundo Bultmann a teologia precisa se render à história, à hermenêutica e a filosofia, na tentativa de compreender questões obscuras da própria teologia no que diz respeito ao que considera mito. Ele descobre também que na própria história existe um número insuficiente de verdades que sejam discutíveis.

Toda a demitização bultmanniana está baseada na firme crença de que toda a historicidade e todo o sobrenatural faz parte da estrutura, da forma, e nunca da essência da revelação; os cristãos primitivos tinham em função disso uma visão mítico e metafísica, que não deixa de ser científica filosófica natural de seu tempo, e que hoje, debaixo de toda uma visão racional, inteligente e capaz de demitizar, deve ser reinterpretar para a preservação da pura mensagem cristã.

- Assim como a Escritura não é de origem humana, ela também não é o resultado da vontade humana. A ênfase na expressão é que nenhuma porção da Escritura foi produzida porque os seres humanos assim o quiseram. A Bíblia não é o produto do esforço humano. Na verdade, os profetas às vezes escreviam o que não conseguiam entender completamente (1Pe 1.10-11), mas, apesar disso, foram fiéis em escrever o que Deus lhes revelou, movidos pelo Espírito Santo. Gramaticalmente, significa que eles sempre foram levados ou conduzidos pelo Espírito de Deus (Lc 1.70 At 27.15,17). Portanto, o Espírito Santo é o autor e o criador divino aquele que produziu as Escrituras. Somente no Antigo Testamento, os escritores humanos referem-se mais de 3.800 vezes aos seus escritos como as palavras de Deus (Jr 1.4; Rm 3.2; 1Co 2.10). Embora os autores humanos da Escritura fossem mais ativos do que passivos no processo de composição da Escritura, Deus, o Espírito Santo, supervisionou-os para que, usando sua própria personalidade, processos de pensamento e vocabulário individuais, cada um deles escrevesse e registrassem nenhum erro as palavras exatas que Deus queria que fossem escritas. As cópias originais da Escritura são, portanto, inspiradas por Deus (2Tm 3.16) e inerrantes, ou seja, não têm erros (Jo 10.34-3517.17; Tt 1.2). Pedro definiu o processo de inspiração que criou um texto original sem erros (Pv 30.5; 1Co 14.36; 1Ts 2.13).

 

III – REFUTANDO O ENSINO PROGRESSISTA

1- Reafirmando a autoridade bíblica. Em refutação ao ensino progressista é indispensável reafirmar a doutrina da inspiração divina, verbal e plenária da inerrante Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17) e validar o princípio de Sola Scriptura instituído na Reforma, que estabelece a Bíblia como a única regra infalível e autoridade final de fé e prática. Nessa direção, Lutero advertia sobre a necessidade de distinguir entre o que foi entregue por Deus nos textos sagrados e o que foi inventado pelos homens no contexto da pesada tradição romana na Idade Média. Armínio, por sua vez, alertava que a perfeição das Escrituras é solapada quando sua verdade é negada ou reinterpretada. Desse modo, a autoridade bíblica é ratificada quando se oferece resistência a presunção das ideologias humanas em acrescentar ou retirar alguma coisa das Escrituras (Ap 22.18,19).

- PARA FRISAR BEM:

            Não obstante as centenas de livros evangélicos, as dezenas de Bíblias de estudo, estamos vendo uma geração analfabeta de Bíblia. Os crentes não têm firmeza. Eles correm atrás das últimas novidades do mercado da fé. Não examinam mais a Palavra de Deus. Não têm raízes nem compromisso. A luz interior é mais importante que a Palavra revelada. A experiência é mais importante que a verdade. As emoções estão no trono, e a razão está destronada. As pessoas buscam salvação, mas não o Salvador. Querem as bênçãos, mas não o abençoador. Querem as dádivas, mas não o compromisso.

A ordem de Paulo a Timóteo para permanecer firme nas Escrituras nunca foi tão oportuna quanto em nossa geração, pois, os homens se orgulham de inventar um novo cristianismo com uma nova teologia e uma nova moral, tudo isso dando sinais de uma nova reforma. Paulo ordena que Timóteo permaneça firme nas Escrituras, e isso porque ele não as aprendeu de nenhum aventureiro espiritual, mas, desde a infância, de sua avó e de sua mãe (2Tm 1.15; 3.15) e mais tarde do próprio apóstolo Paulo, a quem Jesus confiara esse sagrado depósito (1.2; 1.6; 1.11,12; 3.10).

 

2- Ensinando as doutrinas bíblicas. A Grande Comissão confiada a igreja consiste em fazer e ensinar discípulos (Mt 28.19,20). Compreende uma ordenança proclamadora e um mandato educacional. A incumbência é tanto de formação quanto de transformação de indivíduos. É responsabilidade da Igreja evangelizar o mundo e ensinar as doutrinas bíblicas (2 Tm 4.2). Em vista disso, Paulo exorta a necessária dedicação ao ensino (Rm 12.7). A atividade é essencial para instruir, expor e corrigir o erro (2 Tm 3.16). Essa atuação é primordial na transformação da velha natureza (Ef 4.22-24), formação do caráter cristão (Ef 4.13), resultando no genuíno crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16).

- Toda a Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na Bíblia deve ser pregada, ensinada, proclamada!

As Escrituras não são fruto da lucubração humana, mas da revelação divina. Elas não provêm da descoberta humana, mas do sopro divino. Toda a autoridade das Escrituras depende exclusivamente da sua origem divina. A palavra grega theopneustos significa literalmente “soprada por Deus”. Tm 4.2,

A ordem de Paulo em 2Tm 4.2, insta, provém de uma palavra grega que tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender (Lc 2.9; At 12.7) ou, sobrevir (Lc 20.1; At 4.1; 6.12; 23.27). Aqui a forma do verbo sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas para um pregador fiel (Jr 20.9; At 21.11-1.3; Ef 5.15-16; 1Pe 3.15).

- quer seja oportuno, quer não: O pregador fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não. Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de proclamar a Palavra de Deus.

- corrige, repreende: O aspecto negativo da pregação da Palavra (a "repreensão" e a "correção"). A palavra grega traduzida por “corrige" refere-se à correção da conduta ou da falsa doutrina com o uso cuidados o de argumentos bíblicos para ajudar a pessoa a entender o erro de suas ações. A palavra grega traduzida por “repreende" tem mais a ver com a correção dos motivos da pessoa ao convencê-la de seu pecado e levá-la ao arrependimento, exorta... doutrina, ü aspecto positivo da pregação (o "ensino" e a “educação").

- As Escrituras são sagradas, confiáveis e úteis. A Bíblia é o Livro dos livros: inspirada por Deus, escrita por homens santos, concebida no céu, nascida na terra, odiada pelo inferno, pregada pela igreja, perseguida pelo mundo e crida pelos fiéis. A Palavra de Deus é infalível, inerrante e suficiente. É vencedora invicta em todas as batalhas. Tem saído ilesa do ataque implacável dos críticos e das fogueiras da intolerância. A Palavra de Deus é a bigorna que tem quebrado todos os martelos dos céticos. Homens perversos se esforçam para destruí-la, queimá-la, escondê-la ou atacá-la, mas ela tem saído incólume de todas essas investidas. É viva e poderosa. É atual e oportuna. É a divina semente. Por meio dela somos gerados de novo. Por meio dela cremos em Cristo. Por meio dela somos fortalecidos. A Palavra de Deus é água para os sedentos, pão para os famintos e luz para os errantes. Por meio dela somos santificados e através dela recebemos poder. Ela é a arma de combate e o escudo que nos protege. É mais preciosa que o ouro e mais doce que o mel.

 

3- Enfatizando a santificação. O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das doutrinas cristãs precisam estar atrelados a uma vida de santidade (1 Pe 1.16). O verbo santificar vem do grego hagiazo que significa “separar, purificar, consagrar”. O adjetivo “santo” é tradução do vocábulo “hagios”. Desse modo, a santificação é a operação do Espírito Santo em manter o crente separado do pecado e consagrado a Deus (Rm 12.1,2). É a continuação da obra iniciada na regeneração (Ef 1.13), quando o salvo recebe novidade de vida (2 Co 5.17) e se estende até o dia da glorificação do crente (Rm 6.22). A ênfase está na obediência à Palavra de Deus (Tg 1.22), no abandono das concupiscências (1 Pe 1.13,14) e numa vida de retidão moral em toda a maneira de viver (1 Pe 1.15).

- Ficamos assustados com a quantidade de pessoas hoje, que se diz evangélica, mas não apresenta uma vida de santidade. Pessoas que se apresentam como crentes, mas continuam negando a fé, pelo seu comportamento. Pessoas que estão na igreja e que não mostram sinais de arrependimento, mudança de vida e de atitudes.

- Santificação (ou em sua forma verbal, santificar) significa literalmente o processo pelo qual se separa algo ou alguém para um uso ou um propósito religioso, ou seja, tornar sagrado ou consagrar.

- A Bíblia fala da santificação como uma coisa que já aconteceu, está acontecendo e ainda vai acontecer.

Fomos santificados – no momento em que você aceita Jesus em sua vida, você é santificado. A sua vida é dedicada a Deus, não mais ao pecado. Você agora é santo. (1Co 1.2; 6.11);

Estamos sendo santificados – a santificação é também uma coisa progressiva na vida do crente, transformando o seu caráter para ser mais e mais como Jesus. Com o tempo Deus vai lidando com os diferentes problemas e pecados na nossa vida. À medida que o relacionamento com Deus se vai aprofundando, Ele vai mostrando áreas da vida que precisam ser transformados e ajuda a mudar. É um crescimento. (2Co 3.18; 7,1), e

Vamos ser santificados – quando Jesus vier nos buscar, seremos completamente santificados, livres de todo o pecado e impureza. Aí teremos sido aperfeiçoados viveremos eternamente com Cristo. (1Ts 5.23-24).

- A bíblia ensina que a santificação consiste de duas partes: a mortificação do velho homem e a vivificação do novo homem. Trata-se de uma luta para abandonar os hábitos e procedimentos da vida antes da conversão, e a assimilação e pratica de novos hábitos. Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus (sobre os filhos da desobediência]. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Cl 3.5-10). Paulo fala da santificação como uma mudança de hábitos e de comportamento: “isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios” (Ef 4.17). Precisamos nos despojar do velho homem e nos revestir do novo homem (Ef 4.22-24). Em síntese, santificação é andar de acordo com a nossa nova natureza. É abandonar o estilo de vida que tínhamos antes da nossa conversão e andar em novidade de vida.

 

CONCLUSÃO

As Escrituras advertem que a conduta humana dos “últimos dias” é de repulsiva descaracterização da fé. A heresia progressista critica as Escrituras, promove o enfraquecimento da ortodoxia, instiga a frouxidão moral e afasta as pessoas do verdadeiro cristianismo. Contudo, a postura da Igreja não deve ser de inércia, mas de resistência à iniquidade. A defesa da fé ocorre quando os valores imutáveis e atemporais da Bíblia são exercitados pelo poder de Deus na vida diária do crente salvo (1Co 2.4,5).

- E importante destacar que toda a Escritura, e não apenas parte dela, é inspirada por Deus. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos compõem as Escrituras (3.14; 2Tm 5.18; ICo 2.13; 2Co 2.17; 13.3; Gl 4.14; Cl 4.16; lTs 2.13; 5.27; 2Pe 3.16). Muitos liberais aproximam-se das Escrituras carregados de ceticismo e contestando toda inspiração, inerrância e infalibilidade. Há aqueles que, enganosamente, afirmam que as Escrituras apenas contêm a Palavra de Deus, mas não são a Palavra de Deus. Outros negam sua historicidade e tentam, jeitosamente, explicar seus registros históricos e seus milagres de forma metafórica. Permanece a verdade inabalável de que toda a Escritura é inspirada por Deus. Sobre esse sólido fundamento, devemos erigir nossa fé.

A Bíblia é essencialmente um manual de salvação. Seu propósito mais alto não é ensinar fatos da ciência que o homem pode descobrir por sua investigação experimental, mas ensinar fatos da salvação que nenhuma exploração humana pode descobrir e somente Deus pode revelar.177 As Escrituras falam sobre a criação e a queda. Ensinam sobre o juízo de Deus e também de seu amor redentor.

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- Para o que o apóstolo Paulo alerta?

R. O apóstolo Paulo alerta que o comportamento humano estará associado à impiedade, caracterizada pela profunda degradação moral (2 Tm 3.2-4).

2- O que o ensino progressista representa?

R. O ensino progressista representa um ataque ideológico à ortodoxia bíblica. Suas teses reduzem o texto bíblico a um mero registro de experiências religiosas.

3- O que o ensino progressista enfatiza?

R. A ênfase do Progressismo repousa no antropocentrismo (homem como centro). Esse ensino produz pessoas egocêntricas e retira a convicção do pecado (2 Tm 3.2).

4- O que é indispensável na refutação do ensino progressista?

R. Em refutação ao ensino progressista é indispensável reafirmar a doutrina da inspiração divina, verbal e plenaria da inerrante Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17). Validar o princípio de Sola Scriptura instituído na Reforma, que estabelece a Bíblia como a única regra infalível e autoridade final de fé e prática.

5- O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das doutrinas cristãs precisam estar atrelados a que?

R. O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das doutrinas cristãs precisam estar atrelados a uma vida de santidade (1 Pe 1.16).