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15 de julho de 2023

Lição 05: A Dessacralização da Vida no Ventre Materno

 TEXTO ÁUREO

E eis que em seu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” (Lc 1.31)

- O hebraico Yeshua significa "o Senhor é Salvação". Christos significa "o ungido" e é o equivalente exato da palavra hebraica para "Messias" (Dn 9.25)

 

VERDADE PRÁTICA

A concepção divina de Jesus Cristo sacraliza a vida no ventre materno e se opõe à cultura da morte, infantil intrauterina do presente século.

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 1.26-33, 39-45

 

INTRODUÇÃO

Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). Por isso, as Escrituras a valorizam desde a concepção no ventre materno (SI 139.13-16). Assim, toda ideologia que tem o objetivo de alterar o conceito da vida, desqualifica a autoridade bíblica e faz apologia à cultura de morte infantil no útero. A ideia progressista, que reivindica ao ser humano a autonomia sobre a vida, afronta a soberania divina. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da sacralidade da vida no útero materno.

Muitas das palavras usadas no relato da criação do homem em Gênesis 2.7 retratam um artesão mestre em atividade formando uma obra de arte à qual ele dá vida (1Co 15.45), acrescentando detalhes às afirmações encontradas no primeiro relato da criação do homem em Gn 1.27. Feito de barro, o valor do ser humano não está nos componentes físicos que formam o seu corpo, mas na qualidade de vida que forma a sua alma - O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida (Jó 33.4).

O Senhor é magnificado no desenvolvimento da vida humana antes do nascimento. Na gravidez, período divinamente planejado, o Senhor observa o desenvolvimento da criança ainda no útero de sua mãe. E na mente de Deus, toda a história está desenhada. Deus soberanamente determina a vida do homem antes que esse seja concebido.

O salmo 139 enaltece a criação humana como obra de Deus e retrata a gestação numa linguagem extremamente rica e sem deixar qualquer dúvida: o ser em desenvolvimento na madre precisa ser tratado com a mesma dignidade e proteção que as leis determinam para os indivíduos já nascidos.

Os defensores do aborto, porém, não veem o nascituro como viu Davi. O salmista identifica a mão de Deus, tal qual um artista, entretecendo de maneira maravilhosa o ser humano ainda no ventre materno (vv.13,14). Os defensores do aborto encaram a procriação como uma questão meramente técnica e funcional, não vendo qualquer problema moral na prática do aborto.

 

I- A CONCEPÇÃO DE CRISTO

1- O anúncio do nascimento. Uma virgem comprometida em casar-se com José, chamada Maria, recebe a visita do anjo Gabriel em Nazaré (Lc 1.26,27). O ser angelical lhe faz uma revelação: “em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás seu nome de Jesus” (Lc 1.31). Diante do inusitado, Maria indaga: “como se fará isso, visto que não conheço varão?” (Lc 1.34 ). A pergunta demonstra a perplexidade da virgem de como se daria a concepção sem a participação de um homem.

No Evangelho, a menção à cidade de Nazaré é profética (Lc 1.26), pois o Cristo seria chamado de “nazareno” (Mt 2.23). Lucas ainda enfatiza a virgindade da donzela e a descendência de José “da casa de Davi” (Lc 1.27b). Essas informações integram as profecias messiânicas e tornam fidedigno 0 relato bíblico (Is 7.14; SI 89.3,4).

No evangelho de Lucas 1.26-38, temos o registro da conversa do anjo de Deus com Maria. E ao dizer que ela ficaria grávida, ela mesma o questionou sobre como isso iria acontecer, já que era virgem. E o anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Portanto, o bebê que vai nascer será santo, e será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35 – NVT).

Em João 1, temos a revelação de que Jesus é Deus, portanto, Eterno, santo e perfeito. Sendo Deus, ele jamais poderia ser resultado de algo natural, por isso sua concepção é fruto de um milagre nunca repetido.

Sua concepção milagrosa conferiu nele duas naturezas, a divina e a humana. Por isso, afirmamos que Jesus era 100% homem e 100% Deus. Uma matemática diferente, mas como é milagre, a conta fecha perfeitamente. Em sua encarnação, Jesus se humilha e abre mão de exercer alguns atributos divinos, temporariamente. Mas em sua glorificação, ele é exaltado e se apropria novamente de toda a sua glória e majestade. Desde tempos imemoriais, o povo de Israel sabia que qualquer um nascido de uma pecadora era também um pecador, uma pessoa contaminada. Mas o Senhor Jesus por outro lado, foi concebido pelo Espírito Santo e era, portanto, puro e santo (Jó 14.4; Lc 1.35) o Filho de Deus tornou-se verdadeiro homem, mas em contraste com outras pessoas, Sua natureza não foi contaminada pelo pecado. Desse modo, Ele pôde tornar-se o Salvador de Seu povo e de nós também.

 

2- A miraculosa concepção. O anjo Gabriel explica a Maria que a concepção seria singular e miraculosa: “ descerá sobre ti o Espírito Santo ” (Lc 1.35a) e, por isso, declara que o menino, “O Santo, […] será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35b). A jovem não pediu sinal algum, mas o anjo lhe comunica da gravidez de Isabel como um incentivo de sua fé:“ tua prima, concebeu um filho em sua velhice” (Lc 1.36a).

O testemunho das Escrituras de mulheres estéreis que ficaram grávidas preparou o mundo para crer e receber o milagre da concepção de Jesus por meio de uma virgem. A respeito dessa realidade, o anjo endossa ao se referir à gestação de Isabel: “é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36b). Ao finalizar a mensagem, Gabriel completa: “porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

O anjo Gabriel traz as boas-novas a Maria (Lucas 1.26). A única aparição de Gabriel no Antigo Testamento é no livro de Daniel (8.15-28; 9.20-27), numa passagem em que, dentre outras coisas, ele profetiza que “setenta semanas” passarão entre o decreto de Ciro e a manifestação do “Ungido, o Princípe”.

A primeira coisa que precisa ser enfatizada quando falamos sobre o nascimento de Jesus é que ele aconteceu de forma miraculosa: Descerá sobre ti o Espírito Santo - esse foi um ato criativo do Espírito Santo, não o tipo de coabitação divinohumano visto algumas vezes na mitologia pagã. Obviamente negar o nascimento de Jesus Cristo é negar o Evangelho e, consequentemente, toda a Escritura, visto que ela aponta para esse acontecimento e seus desdobramentos. Os acadêmicos por vezes discutem se o termo hebraico presente em Is 7.14 significa "virgem" ou "serva". Mateus faz a citação a partir da Septuaginta, que usa o termo grego inequívoco para "virgem". Desse modo, ao escrever sob a inspiração do Espírito Santo, Mateus põe fim a qualquer dúvida sobre o significado da palavra em Is 7.14.

A Bíblia não esconde o fato de que José teve dificuldade de assimilar aquela situação. Mas um anjo do Senhor apareceu a ele em sonho e lhe explicou que ele não devia hesitar em tomar Maria como sua esposa, pois sua gravidez era procedente do Espírito Santo, e o filho que haveria de sair de seu ventre seria Aquele que salvaria o seu povo dos seus pecados (Mt 1.20,21).

A Igreja Apostólica nunca teve dúvida sobre a questão de Jesus ter sido concebido por uma virgem. Os primeiros líderes da Igreja cristã, chamados de Pais da Igreja, corroboraram positivamente com os ensinos dos apóstolos. Em 110 d.C., Inácio escreveu: "Pois nosso Deus Jesus Cristo [...] foi concebido no ventre de Maria [...] pelo Espírito Santo. Pois a virgindade de Maria e Aquele que dela nasceu... são os mistérios mais comentados em todo o mundo". Inácio recebeu a informação de seu mestre, o apóstolo João.

 

3- A bênção do nascimento. A vida gerada no ventre de uma mulher é um milagre (Ec 11.5), pois Deus dotou o ser humano com a dádiva da procriação (Gn 1.28). Por isso, o nascimento de filhos é uma recompensa divina (SI 127.3). Contudo, sem o dom da fertilidade, um ventre estéril torna-se obstáculo para a vivência da maternidade (Gn 30.1,2).

Assim, a relevância da gestação e a sacralidade da vida no ventre da mãe são endossadas quando a Bíblia registra a gravidez miraculosa de Maria e de Isabel; uma virgem e outra de idade avançada (Lc 1.34,36). Isabel trazia João no seu ventre, que nasceu com o objetivo de preparar ao Senhor um povo bem-disposto (Lc 1.15-17). Maria portava em seu ventre o Filho do Altíssimo, o Rei eterno (Lc 1.3233), que nasceu para ser o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.11).

Lucas 1.46-55 registra aquele que ficou conhecido como Magnificat, o louvor que Maria dirigiu ao Senhor por ocasião da sua visita a Isabel, sua prima, que também havia concebido de forma miraculosa, estando já no sexto mês de gravidez. Essa visitação não se deu apenas entre Maria e Isabel. Ela também se deu entre os seus respectivos filhos. João, filho de Isabel, foi o maior profeta da antiga aliança – aquele que foi chamado para anunciar a vinda de Cristo. Jesus era o Cristo, o Senhor da nova aliança. Assim, quando Isabel e Maria se encontraram a antiga e a nova aliança se conectaram.

O nascimento de Jesus é um dos assuntos que estão no centro da Fé Cristã, pois testemunha a respeito da encarnação da Segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que ele deixou para trás privilégios inimagináveis para a mente humana. Aquele que desfrutava de igualdade com Deus, pois Ele mesmo era Deus, voluntariamente aceitou assumir a forma de servo, tornando-se completamente humano (Jo 1.14). O nascimento virginal de Jesus indica que Ele nasceu sem herdar o pecado original do qual todos nós somos herdeiros. Jesus não teve um pai humano, mas nasceu por obra do Espírito Santo. Em outras palavras, o nascimento de Jesus interrompeu parcialmente a linhagem de Adão – por parte de pai –, e por isso Ele foi preservado de participar da culpa e da corrupção que todos os descendentes de Adão participam. Em seu caráter virginal, o nascimento de Jesus indica que de fato na pessoa de Cristo estavam unidas de forma plena, indivisível e também inconfundível, as naturezas divina e humana. Cristo tornou-se verdadeiramente homem, mas não ficou menos divino ou deixou de ser Deus. Seu nascimento aponta para a verdade bíblica de que a salvação não é obra do esforço humano, mas é obra do Senhor. Jesus nasceu na plenitude do tempo, o momento exato determinado por Deus para prover a redenção de seu povo (Gl 4.4,5).

 

 

II – A CULTURA DA MORTE

1- O projeto ideológico. A cultura da morte é um conjunto de ideias que visa modificar o conceito bíblico da vida. Entre suas pautas estão a legalização do aborto e da eutanásia, apologia ao suicídio e o controle da natalidade. Mediante estratégias culturais, intelectuais e políticas, impõe-se uma agenda de desconstrução da sacralidade da vida, algo caro à cultura cristã, como vimos no tópico anterior (cf. Lc 1.31).

Nesse sentido, estimula-se a “eugenia”: o descarte do ser humano com algum a má formação ainda no útero materno; a maternidade é depreciada a fim de que a mulher não deseje ser mãe; o conceito de saúde reprodutiva é modificado para justificar o aborto como medida de saúde feminina; o direito à vida no útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por meio do aborto decreta a morte do fruto de seu ventre.

No Brasil, tanto a eutanásia quanto o suicídio assistido são consideradas práticas ilegais e, consequentemente, passíveis de exame pelo Poder Judiciário. O pós-modernismo defende a legalização do aborto e da eutanásia, ignorando o que diz a Palavra de Deus no tocante à defesa da vida humana. Diversos países já alteraram a sua legislação para legalizar essas práticas criminosas. No Brasil, o legislativo federal enfrenta pressão de indivíduos e grupos representativos, a fim de que aprove tanto um quanto o outro.

Defendendo a ideia do aperfeiçoamento humano pela eliminação das pessoas tidas como menos qualificadas física e mentalmente, o pós-modernismo em nada difere do nazismo que, durante a Segunda Guerra Mundial, apregoava a eugenia — a tentativa de se criar uma raça perfeita a partir da engenharia genética

Embora a eutanásia e o aborto sejam questões complexas, na verdade, estas práticas são uma tentativa de descartar uma vida. A vida é um dom de Deus. O ser humano foi criado de modo especial, à imagem e semelhança de seu Criador. O homem é a coroa da criação (Gn 1.6). Através das Escrituras Sagradas, podemos observar o Senhor tratando com o ser humano antes de sua concepção: “Antes que eu te formasse no ventre eu te conheci...” (Jr 1.5). Nesta passagem, podemos constatar a presciência divina que contempla cada pessoa em sua individualidade. Os humanistas e materialistas defendem o aborto, porquanto desvalorizam o ser em gestação, encarando-o apenas como uma questão meramente técnica e funcional. Logo, eles não veem qualquer problema moral na prática do aborto.

Em relação à eutanásia, segundo a visão secular e maligna desses homens, o sofrimento diminui a “qualidade” da vida, por isso, lutam para legitimar o término da mesma, quer voluntariamente, quer pelo arbítrio ou determinação de outro. Jó passou por momentos muito difíceis. Parecia não haver saída para ele. Sua mulher o incentivava a buscar a morte, entretanto, confiante no Todo-Poderoso, ele declarava: “...como fala qualquer doida, assim falas tu; receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.7-10). O sofrimento para o cristão é momentâneo e propicia o seu aperfeiçoamento.

Como podemos perceber, tais assuntos são complexos, portanto, devemos estudá-los com toda a seriedade e afinco, mostrando o quanto Deus ama o ser humano. Ademais, enquanto “sal” e “luz” deste mundo, precisamos alçar a bandeira do evangelho de Cristo e proclamar as verdades bíblicas com coragem. Lutar contra o aborto e a eutanásia é dever de todo crente que ama a Deus, a sua Palavra e a vida.

 

2- O direito sobre o corpo. A cultura pós-moderna insiste que é direito do ser humano exercer autonomia sobre o próprio corpo. Essa ideia é de liberdade total ao controle individual sobre a constituição física e o comportamento humano. O slogan “meu corpo, minhas regras” é utilizado em defesa das liberdades sexuais e reprodutivas, bem como para a escolha de vida ou de morte.

Nessa percepção estão os “ direitos” à prostituição, ao aborto, à eutanásia, ao suicídio e outros. Qualquer opinião contrária é considerada violação da liberdade humana. Nesse quesito, as Escrituras asseveram que o corpo deve ser nutrido e respeitado (Ef 5.28,29); que embora livre, o ser humano não tem o direito de profanar o seu corpo (1 Co 6.13); e que a vida só tem sentido quando está sob o domínio de Cristo (G1 2.20).

Na defesa da vida humana, devemos sempre fundamentar-nos nos princípios, verdades e doutrinas da Palavra de Deus, e nunca em nossas próprias ideias, deduções e leis. Os pós-modernistas pugnam por um falso direito de escolha, menosprezando o que Deus exige em sua Palavra. Afinal, Ele criou e sustenta todas as coisas (Hb 1.2,3). Por conseguinte, todo o direito e toda autoridade têm a Deus como fonte.

A mulher, alegam os tais humanistas, tem o direito de decidir sobre o próprio corpo e de escolher entre dar à luz ao novo ser ou abortá-lo — principalmente se lhe for constatado alguma anomalia. Eles apregoam que o ser humano, nessa fase da vida, em nada difere de um objeto que pode ser descartado a qualquer momento. Não passam eles, pois, de adoradores de Moloque; repetem em seu materialismo perverso e criminoso, os mesmos pecados de Israel (Lv 18.21; Jr 32.35).

 

3- A prática do aborto. O aborto é a interrupção do nascimento por meio da morte do embrião ou do feto, é o ato de descontinuar a gestação do ser vivo. O termo gestação vem do latim “gestacione” e se refere ao tempo em que o embrião fica no útero, desde a concepção até o nascimento. Nesse caso, o aborto pode ser não intencional ou provocado no período de gestação. Na lei mosaica, provocar a interrupção da gravidez da mulher era um ato criminoso (Êx 21.22,23). No sexto mandamento, o homem é proibido de matar, o que significa literalmente “não assassinar” (Êx 20.13).

Os intérpretes do Decálogo concordam que a proibição do aborto está incluída neste mandamento. Assim , quem mata um embrião ou feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.

Aborto: conceito:

Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina.

Fernando Capez ensina que a lei não faz distinção entre óvulo fecundado (3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses) ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer, entre a concepção e início do parto, pois após o início do parto poderemos estar diante do delito de infanticídio ou homicídio.https://ibdfam.org.br/artigos/1324/Descriminaliza%C3%A7%C3%A3o+do+aborto+at%C3%A9+o+90%C2%BA+(nonag%C3%A9simo)+dia+de+gravidez+e+o+estado+da+gestante

Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. O Código Penal Brasileiro (CP/1940), autoriza o aborto em dois casos: 1)-interrupção da gravidez realizada por recomendação médica, a fim de salvar  a vida da gestante; e 2)- a autorização legal a gravidez quando a mulher foi vítima de estupro. Nestes dois casos, dentro da proteção à dignidade da pessoa humana, em confronto com o direito à vida (nesse caso, o feto ou embrião), optou o legislador por proteger a dignidade da mãe. A Constituição Federal de 1988 não dispõe o início da vida ou o preciso instante em que ela começa. Porém, a mera menção ao direito à vida implica proteção aos que não nasceram (embriões e fetos), visto que, sem tal proteção, a vida sequer poderia existir. Por fim, discute-se a possibilidade de até quantos dias seria permitido a interrupção da gravidez sem que tenha ocorrido a interrupção de uma vida humana seria tratada como aborto legalizado, mesmo ainda no caso de aborto eugênico/feto anencéfalo. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não se pronunciou de forma definitiva acerca do tema.

 

III- SACRALIDADE DA VIDA

1- A vida é inviolável. A vida humana é sagrada, pois ela é um ato criativo de Deus, autor e a fonte originária do fôlego da vida (Gn 2.7; Jó 12.10). Nessa perspectiva, o princípio da sacralidade assegura a dignidade da pessoa humana e a inviolabilidade do direito à vida (SI 36.9; 90.12). Portanto, o valor da vida é absoluto e deve se sobrepor a qualquer outro direito ou interesse (Jo 10.10).

Nesse aspecto, o princípio de defesa da vida humana, desde a concepção no útero materno, não pode conter exceções. Somente Deus tem poder sobre a vida e a morte (1 Sm 2.6). Em uma sociedade secularizada, o cristão precisa tomar cuidado com o relativismo, não fazer concessões e estar alerta quanto às ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana (2 Co 4.2; 1 Tm 4.1,2).

Os defensores destas causas antibíblicas argumentam eles que o ser em gestação não é uma pessoa por não dispor ainda, de maneira plena, dos mecanismos da razão — pensamento, raciocínio, consciência (inclusive do bem e do mal) e livre-arbítrio. Vejamos o que a Bíblia mostra em Juízes 13.2-25. Leia esta passagem com a mente aberta para Deus. No v.8, a criança prometida a Manoá e à sua esposa é apresentada em seu desenvolvimento inicial. No v.12, embora ainda não houvesse nascido, era considerada um ser humano pleno. No v.24, dá-se o seu nascimento. O interessante é que, nas três ocasiões, a criança, que viria a ser um dos maiores heróis de Israel, é tratada como um ser humano completo e não como algo descartável. Há diversos outros textos bíblicos correlatos que ensinam os futuros pais a se resguardarem dos ensinos do pós-modernismo.

 

2- O começo da vida. As Escrituras são incisivas ao afirmarem o início da vida desde a concepção: o profeta Jeremias afirma que a vida tem início na fecundação (Jr 1.5); o rei Davi corrobora que a pessoa é conhecida e cuidada pelo Senhor desde a concepção (SI 139.13); Deus é quem forma ao ser vivo dentro do ventre da mãe (SI 139 .14 ). Ainda, o salmista afirma que Deus vê o embrião ainda informe e o ama em todos os processos formativos da vida intrauterina, desde a fecundação até o nascimento e por toda a sua vida (SI 139.15,16).

Por conseguinte, de acordo com a s Escrituras, a vida começa quando ocorre a união do gameta masculino ao feminino. Essa nova célula é um ser humano e possui identidade própria e, portanto, o seu direito de nascer não pode ser interrompido por vontade, desejos ou caprichos humanos (Dt 32.39; Rm 9.20).

A luz da ética e da moral, o aborto é um crime, pois a vida humana tem início no exato momento da concepção. Sempre que a Bíblia descreve o nascimento de alguém, deixa claro que a vida humana está presente desde a concepção até o nascimento. Concepção, gestação e parto não se desvinculam (Gn 4.1). Davi, por sua vez, se reconhece no ventre materno como um indivíduo completo que ia sendo formado pelo próprio Deus (vv.15,16).

A prática do aborto não deve ser vista como um direito de escolha da mulher. Pois não leva em conta os direitos do ser em gestação que, aliás, não pode sequer alçar a voz para defender-se. Quando a Bíblia se reporta a algumas pessoas chamadas por Deus desde o ventre (Gn 25.20-23; Is 49.1; Lc 1.15,41; Gl 1.15,16) está implicitamente afirmando não só o direito de o ser em gestação nascer, mas de cumprir igualmente os propósitos para os quais vem ao mundo.

Os princípios bíblicos apontam para a soberania divina em cada concepção. Pois toda criatura nasce sob permissão de Deus, e só Ele, o doador da vida, tem o direito absoluto sobre ela (Is 45.12; Mt 10.28). Como afirmou Davi, referindo-se à própria concepção: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (v.16).

Como se vê, em nenhum momento os defensores do aborto tratam do propósito e da soberania de Deus concernente à vida humana. Os planos de Deus, contudo, são inegociáveis como Ele próprio declara ao profeta Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1.5).

 

3- A posição cristã. A igreja que mantém o princípio teológico da autoridade bíblica (2 Tm 3.16 ) defende a dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção. Ensina que a vida humana é sagrada em todas as etapas do desenvolvimento da vida e que não pode ser violada por nenhum tipo de cultura (1 Sm 2.6). Ratifica que toda ideologia que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida (2 Tm 3.8).

A morte passou a fazer parte da história do homem somente a partir da sua queda no Éden. Portanto, Deus não criou o homem para a morte; criou-o para a vida. A luta pela vida é algo inato no ser humano. Desejar a morte é algo que somente se manifesta em tempos de profunda crise. É exceção; contraria a vontade divina. Quando o profeta Elias foi tomado por esse cruel sentimento, Deus não lhe ofereceu a eutanásia como saída, mas reconfortou-lhe o coração, confiando-lhe algumas tarefas até que se cumprissem os seus dias (1Rs 19.1-21). Aqui, meditar atentamente no v.7. A morte, na verdade, é o resultado do juízo de Deus sobre os nossos primeiros pais, em virtude de sua desobediência, estendendo-se também a toda raça humana (Gn 3.19; Rm 5.12; 6.23).

Na sentença dada por Deus a Adão (ver Gn 3.17), vemos claramente a menção à vida: “com dor comerás dela [a terra] todos os dias da tua vida”. O texto pressupõe um tempo para viver que só seria dado por concluído quando chegasse a hora da morte, segundo os desígnios de Deus, e não conforme a vontade do homem (Ec 3.2). Assim, qualquer ato que implique na abreviação da vida, tenha o nome que tiver, vai de encontro ao que Deus planejou para o ser humano (2Tm 4.6-8; At 18.9-11).

 

 

CONCLUSÃO

A gestação e a procriação do ser humano são bênçãos divinas (Gn 9.7). A concepção de Cristo no ventre de uma virgem certifica a sacralidade da vida intrauterina. A interrupção da vida em qualquer fase da gravidez é uma agressão ao direito inviolável de nascer. A valorização da dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana (Jó 12.10).

O aborto e a eutanásia são, portanto, fruto da mente doentia dos humanistas, cuja consciência, cauterizada que está pelo pecado, já não reconhece as demandas de Deus em favor da vida. A raça humana, para os humanistas, é constituída de seres meramente orgânicos, que devem ser eliminados sem qualquer subordinação ao desígnio divino. Mas, como vimos, o nascer e o viver são atos da vontade soberana de Deus.

Mesmo sem ser uma pessoa completa, o embrião, ou feto, não é subumano; é uma pessoa em formação, em potencial. Da primeira à oitava semana (2 meses), completa-se a formação de todos os órgãos apresentados, inclusive, as impressões digitais. Aos três meses, no útero, o bebê já está formado esperando crescer e sair à luz. Mesmo como o ovo, ou feto, desde a concepção, cremos que o bebê não só tem vida, mas também alma e espírito dentro dele (Zc 12.1). O homem, nesse texto, não é um ser humano adulto, mas um ser criado, com todas as características genéticas, sem dúvida. Assim, Deus não dá o espírito (e a alma) a um amontoado de células ou a uma coisa, como entendem os materialistas, mas Ele o dá a um ser grande, com potencialidades para nascer.

Há quem defenda a eutanásia ativa, sob o argumento de que ‘não se deve manter artificialmente a vida subumana ou pós-humana vegetativa’, e que se deve evitar o sofrimento dos pacientes desenganados, com moléstias prolongadas (câncer, AIDS, etc). Somos de parecer que o cristão não deve apoiar essa prática, pois consiste em uma ação deliberada e consciente, normalmente por parte do médico, a pedido do paciente, ou de familiares (ou sem consentimento), através da aplicação de algum tipo de agente (substâncias, medicamentos, etc) que leve o paciente à morte, evitando o seu sofrimento. A Bíblia diz: “Não matarás...” (Êx 20.13). O verbo matar, aí, é rasab , que tem o sentido de assassinar intencionalmente (não se aplica ao caso de matar na guerra, em defesa própria, etc). A ação do médico, tirando a vida do paciente, é vista como um assassinato, segundo a maioria dos estudiosos da ética cristã. Tradicionalmente, se reconhece que a eutanásia é um crime contra a vontade de Deus, expressa no decálogo, e contra o direito de vida de todos os seres humanos” (LIMA, Elinaldo Renovato. Ética cristã, confrontando as questões do nosso tempo. RJ: CPAD, 2002, pp.46,138,139).

 

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- De acordo com a lição, o que preparou o mundo para crer e receber o milagre da concepção de Jesus por meio de uma virgem?

R. O testemunho das Escrituras de mulheres estéreis que ficaram grávidas.

2- De acordo com a lição, o que são endossadas quando a Bíblia registra a gravidez miraculosa de Maria e de Isabel?

R. A relevância da gestação e da sacralidade da vida no ventre da mãe.

3- Cite as pautas que caracterizam a cultura da morte.

R. Entres as pautas estão a legalização do aborto e da eutanásia, apologia ao suicídio e o controle da natalidade.

4- O que caracteriza o ato de abortar?

R. A descontinuidade da gestação do ser vivo.

5- O que a igreja defende quando mantêm o princípio teológico de autoridade bíblica?

R. A igreja que mantém o princípio teológico da autoridade bíblica (2 Tm 3.16) defende a dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção.