Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos
olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
- L I Ç Ã O 5 -
5 de MAIO de 2019
DÍZIMOS E OFERTAS COMO DISCIPLINA PARA UMA VIDA BEM-SUCEDIDA
TEXTO DO DIA
“Conforme está escrito: Espalhou,
deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre” (2Co 9.9).
SÍNTESE
Os textos bíblicos que tratam a
respeito de dízimos e ofertas estão relacionados com justiça, misericórdia e
fé.
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 14.18-24; 2 Coríntios 9.9,10.
Gênesis 14
18 E Melquisedeque, rei de Salém,
trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.
19 E abençoou-o e disse: Bendito
seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
20 e bendito seja o Deus Altíssimo,
que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.
21 E o rei de Sodoma disse a Abrão:
Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti.
22 Abrão, porém, disse ao rei de
Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e
da terra,
23 e juro que, desde um fio até à
correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não
digas: Eu enriqueci a Abrão;
24 salvo tão somente o que os
jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e
Manre; estes que tomem a sua parte.
2 Coríntios 9
9 conforme está escrito: Espalhou,
deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá a semente ao
que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará
os frutos da vossa justiça;
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Para tratar a respeito do tema desta lição, dízimos e ofertas como
disciplinas para lidar com o dinheiro, vamos analisar uma narrativa bem
conhecida do livro de Gênesis. Veremos a respeito da entrega do dízimo de
Abraão a Melquisedeque, rei de Salém, após a vitória surpreendente sobre quatro
grandes reis orientais. Também vamos tratar a respeito da entrega do dízimo no
Novo Testamento. Vamos refletir a respeito de um texto bastante usado para
falar sobre o assunto, 2 Coríntios 9.9,10. Veremos também dois textos que
mostram como Jesus lidou com as ofertas e os dízimos. Desejamos que o estudo
desses textos nos auxiliem a ter uma visão equilibrada a respeito de nossas
contribuições e da nossa vida financeira.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]
- O dízimo de Abraão é
mencionado no Antigo Testamento, quando este ainda era chamado de Abrão (Gn 14.18-20),
bem como no Novo Testamento (Hb 7.4). Este relato de Gênesis contém o primeiro registro
de dízimo na Bíblia. Em primeiro lugar, é necessário atentar para o fato de que
Abraão deu o dízimo, dez por cento aqui, dos despojos de guerra, como explica
Hebreus 7.4, e não de seu patrimônio ou da renda de seu gado e lavouras como, mais
tarde, exigia a Lei Mosaica e nem em dinheiro como é defendido hoje. Os
historiadores não sabem qual o motivo de Abraão haver entregado esse dízimo.
Alguns defendem a tese de que ele estava apenas cumprindo uma lei cananita,
pois diversas civilizações tinham leis sobre dádivas aos sacerdotes, apesar de
não ser explicitado nas Escrituras. Mas aprendemos que Abrão reconheceu que
tudo o que obteve proveio de Deus e não falhou no dízimo. – That said, let's think maturely the Christian
faith!
I. ABRÃO
ENTREGOU O DÍZIMO A MELQUISEDEQUE PORQUE ERA DESPRENDIDO DE BENS MATERIAIS
“1. O motivo da gratidão de Abrão (Gn 14.1-17). O capítulo
14 de Gênesis inicia com o relato da guerra entre reis do oriente e reis
cananeus. Quatro reis das maiores potências orientais da época (Anrafel, rei de
Sinar; Arioque, rei de Elasar; Quedorlaomer, rei de Elão e Tibal, rei de Goim)
derrotaram os cinco reis das cidades cananeias (Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e
Zoar). Os vencedores levaram consigo os prisioneiros, entre eles o sobrinho de
Abrão (Ló) e sua família, além dos despojos da guerra, como era o costume. O
texto demonstra que Abrão, ao saber do ocorrido e que seu sobrinho Ló e sua
família também estavam entre os prisioneiros, convidou seus confederados Aner,
Escol e Manre e armou seus criados formando uma pequena tropa de 318 homens (Gn
14.12-14). O grupo foi atrás dos reis do Oriente que haviam vencido os cinco
reis cananeus e libertou os prisioneiros, recuperando os bens materiais e os
alimentos (despojos). Esta é a única menção de Abrão participando de uma
guerra. Ao retornar, ele consagrou a décima parte (dízimo) ao rei-sacerdote de
Salém. O texto afirma: “E deu-lhe o dízimo de tudo”. O que era o tudo? Era a
totalidade dos despojos resgatados por Abrão e seu grupo. A prática comum da
época era o dízimo da colheita, entregue pelos camponeses. Este é o único caso
bíblico em que é citado o dízimo do despojo de uma guerra. O interessante que é
a primeira coisa que Abrão faz após a vitória, uma forma de gratidão a Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5
Maio, 2019]
- Despojos São as presas tomadas
na guerra (Nm 31.27-32). Segundo a lei de Moisés, a presa devia ser igualmente
dividida entre aqueles que estiveram no campo de batalha e os que ficaram em
casa e no campo. Davi resolveu que, no exército, as tropas que guardavam a
bagagem deviam ter parte igual à daqueles que entravam na luta (1Sm 30.24). Mas
mesmo no tempo de Abraão era reservada uma porção dos despojos para fins
religiosos, com o nome de dízimo (Gn 14.20). Neste particular
exemplo mostra Abraão o seu edificante desinteresse, recusando a sua parte do
que havia sido tomado ao inimigo. Invadir, conquistar e fazer outros reis e
cidades-estado vassalos subservientes eram ações que faziam parte do mundo do Crescente
Fértil no tempo de Abraão. A localização mencionada vai desde Sinar no leste
(região de Babilônia na Mesopotâmia) até a região sul do mar Morto, o vale do
Jordão, a terra de Moabe, ao oeste do mar Morto, ao monte Seir (mais tarde
Edom). Os amalequitas ainda não existiam no tempo de Abraão, mas quando Moisés
escreveu, sim. Os amorreus espalhados pela Palestina se tornaram cananeus.
Estados vassalos, quando pensavam que podiam livrar-se impunemente do jugo de seu
suserano, rebelaram-se não pagando os impostos e esperavam uma resposta
militar. Dessa vez, a rebelião evocou uma excursão militar maior pelo ofendido
suserano Quedorlaomer e seus aliados; no conseqüente confronto com Sodoma e
Gomorra e seus aliados, os vassalos calcularam mal e perderam. Ló, residente em
Sodoma, foi levado cativo. A milícia particular de Abrão, membros de sua
família maior (nascidos em sua casa) num total de 318, eram guarda-costas
altamente capazes e a força protetora das suas propriedades. Estes, juntamente
com os homens treinados dos aliados, foram convocados e saíram em perseguição dos
seqüestradores militares, para que os cativos não fossem levados para o leste,
para Sinar (nome antigo da Mesopotâmia) ou mais adiante para o leste, até Elão.
Abrão, homem experiente em batalhas e conhecedor de estratégias militares,
perseguiu o inimigo por mais de 240 km (norte de Damasco) e derrotou a tropa
saqueadora, obtendo pleno sucesso no seu objetivo.
“2. Melquisedeque, o sacerdote do Deus altíssimo,
recebe o dízimo de Abraão (Gn 14.18-20). Melquisedeque, rei de Salém, é
identificado como sacerdote do Deus Altíssimo. Salém era o reino onde
posteriormente seria edificada a cidade santa de Jerusalém (Sl 76.2). No
encontro com Abrão, Melquisedeque ofereceu pão e vinho, um gesto que indicava
oferta de paz e de bênção em nome do Deus Altíssimo. O fato de Abrão entregar o
dízimo a Melquisedeque, pela cultura da época, torna-o maior que Abrão, por
isso o autor considera seu ministério superior ao dos filhos de Levi, uma vez
que eram descendentes de Abrão. O nome de Melquisedeque é relacionado, mais
tarde, com a figura do Messias Rei e Sacerdote (Sl 110.4; Hb 7). Abrão se une a
Melquisedeque por meio do dízimo e fica evidente a aliança e a boa convivência
entre Abrão e os cananeus, um defendendo o outro. No episódio da entrega do
dízimo de Abrão a Melquisedeque, vemos uma legitimação da prática do dizimo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5
Maio, 2019]
- Sobre Melquisedeque, do
hebraico מַלְכִּי־צֶדֶק (Malkiy-Tzadeq) "meu rei é justiça", o rei de
Salém, a antiga Jerusalém, e sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18-20; Sl
110.4; Hb 5.6-11; 6.20-7.28). A falta de detalhes biográficos e genealógicos
desse governante, cujo nome significa "rei justo" e que era sumo
sacerdote da antiga Jerusalém, foi mais tarde, com base em outras revelações,
identificado como um tipo de Cristo (SI 110.4; Hb 7.17,21). Seu status superior
no tempo de Abrão é testemunhado:
1) pelo rei de Sodoma, o primeiro a encontrar
Abrão quando este retornava vitorioso, submetendo-se a Melquisedeque antes de
continuar com o seu pedido (vs. 17,21) e
2) por Abrão, sem dúvida, aceitando a bênção
dele bem como também dando o dízimo ao sacerdote-rei (vs. 19-20).
O uso de El Elyon (Soberano Senhor) para o nome de Deus indicava que
Melquisedeque, que usou esse título duas vezes (Gn 14.18-19), não adorava,
servia ou representava nenhuma deidade cananeia, mas a mesma a quem Abrão
também chamou de YHWH El Elyon (v. 22). Esse fato é confirmado pela descrição
adicional "que possui os céus e a terra",
usada por Abrão bem como por Melquisedeque nos versículos 19 e 22. O crédito pela
vitória sobre uma coalizão militar foi corretamente atribuído ao Soberano
Senhor (El Elyon) e não à bravura de Abrão. Tanto para Melquisedeque quanto
para Abrão, isso correspondia à adoração do Deus verdadeiro, o dízimo. Essa é a
primeira menção na Escritura da oferta de 10 por cento. Essa oferta era
totalmente voluntária e pode ter sido apenas um décimo do melhor, não um décimo
do total (Hb 7.4). Esse décimo não é igual aos décimos exigidos de Israel na
lei mosaica (Nm 18.21-24; Dt 14.22; 26.12). Abraão, o pai da fé hebraica, deu dízimo
a Melquisedeque. Essa é uma prova de que Melquisedeque era superior a Abraão. O
menor dá dízimo ao maior. Melquisedeque não apenas recebeu um dízimo de Abraão,
mas também o abençoou. Impetrar a bênção e receber o dízimo do espólio, nesse
caso, demonstram claramente a superioridade de Melquisedeque sobre Abraão.
“3. Abrão entregou o dízimo a Melquisedeque e não
lhe fez falta (Gn 14.21-24). Após cumprir suas obrigações religiosas, Abraão vai
até o rei de Sodoma. Este oferece a Abrão os bens recuperados como gratidão
pela libertação, mas ele recusa veementemente (vv.21-23), diferente do bom
grado com que recebeu os presentes e a bênção do rei-sacerdote Melquisedeque. O
comportamento de Abrão foi atípico de situações semelhantes em que era
concedido ao vencedor da guerra o direito sobre o despojo. No entanto, Abrão
demonstra sua característica pacífica e o desprendimento de bens materiais como
já havia demonstrado no episódio da separação de Ló e seu grupo (Gn 13). Ele
não quis dar motivo para que o rei de Sodoma falasse a seu respeito e preferiu
selar um juramento em agradecimento a Deus. A atitude de Abrão se dá pelo seu
desapego aos bens materiais, como comprovado na entrega do dízimo. Ele não teve
a intenção de enriquecer com o evento ocorrido e essa é uma atitude geralmente
típica de quem entrega seus dízimos, não sendo avarento e tendo suas contas
controladas. O fato de Abrão rejeitar os valores do despojo não fez falta em
sua vida financeira, pelo contrário, ele prosperou mesmo assim. A entrega do
dízimo nos ajuda a desenvolver uma forma correta de lidar com os bens
materiais. Muitas pessoas não entregam seus dízimos e suas ofertas por falta de
controle financeiro.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]
- O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) afirma que “Abrão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque.
O rei de Sodoma tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta,
contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente do
combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que fizera o
voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma, para que,
depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo repulsivo. Abrão
também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR e não era apenas
outra deidade Cananéia. A única coisa que Abrão pediu foi que os soldados
fossem recompensados pelos serviços prestados e que seus aliados, Aner, Escol e
Manre, tivessem participação no saque”. Comentário Bíblico Beacon -
CPAD - O Livro de Gênesis - George Herbert Livingston, B.D., Ph.D. Agora
note o que o escritor de Hebreus afirma: “Considerai,
pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos
despojos” (Hb 7.4). Assim, Abraão dizimou sim dos despojos de guerra e o resto entregou ao rei de Sodoma,
tirante a parte que cabia aos seus tirados. Para si, nada tirou Abraão, para
que não se dissesse que tinha enriquecido à custa dos reis vencidos. Ele tinha
direito inegável a uma parte, assim como Aner e os outros dois aliados, e
ninguém o poderia censurar por isso, mas como não tinha ido à guerra por
espírito ambicioso, nada quis para si. Não precisava, embora este não fosse o
ponto envolvido, não quis que se dissesse que tinha enriquecido à custa da
batalha O ponto importante aqui, não é a origem daquilo que foi dizimado – pessoal
ou despojos – mas sim, que o dízimo de Abraão foi um tributo de gratidão pela sua vitória (Gn 18.20).
II. OS CONTRIBUINTES FIÉIS TÊM UMA VIDA EQUILIBRADA E GARANTIA DE
BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS
“1. Paulo incentiva a prática de contribuições para
os menos favorecidos. O apóstolo Paulo dedica dois capítulos de sua
Segunda Epístola aos Coríntios, 8 e 9, para orientar a respeito da contribuição
aos irmãos pobres de Jerusalém. Para incentivar os coríntios, Paulo utiliza o
exemplo das igrejas da Macedônia, uma região pobre, mas rica em generosidade e
bens espirituais. O apóstolo Paulo incentivava uma contribuição consciente,
pois elas tinham como fim a igualdade, e não a sobrecarga. O texto demonstra que
o processo requer uma disciplina, exige uma atitude de amor e equilíbrio,
consequência da obediência à Palavra de Deus. Com essa contextualização em
mente, é possível compreender melhor 2 Coríntios 9.6, texto muito utilizado
para o momento das ofertas e dos dízimos. Paulo utiliza a figura da semente
para incentivar os coríntios a semearem ricamente, pois não padeceriam
necessidades e a semeadura produziria bons frutos. O texto de 2 Coríntios
9.9,10 deixa claro qual é o resultado esperado: “[…] também multiplicará a
vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça”. As pessoas
compromissadas em ajudar os mais pobres em suas necessidades não vivem em
função do acúmulo de bens materiais, com objetivos egoístas.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5
Maio, 2019]
- Embora a seção de 2Co 8.1 a 9.15
lide, especificamente, com as instruções de Paulo aos coríntios a respeito da
coleta especial para os santos de Jerusalém, fornece também o mais rico e mais
detalhado exemplo de contribuição cristã no Novo Testamento. Note que Paulo
destacou três elementos referentes à oferta dos macedônios, os quais resumiram
o conceito da oferta voluntária:
1) "na
medida de suas posses". A oferta é proporcional — Deus não estabelece nenhuma
quantidade ou porcentagem, e espera que seu povo oferte com base em suas posses
(Lc 6.38; 1Co 16.2);
2) "e
mesmo acima delas". A oferta é sacrifical. O povo de Deus deve dar de
acordo com suas posses, embora deva ser em proporções que sejam sacrificiais (Mt
6.25-34; Mc 12.41-44; Fp 4.19); e
3) "se
mostraram voluntários" - literalmente "aquele que escolhe seu próprio curso de ação". A oferta é
voluntária - o povo de Deus não deve doar por compulsão, manipulação ou
intimidação. A oferta voluntária sempre foi o plano de Deus (Gn 4.2-4; 8.20; Êx
25.1-2; 35.4-5,21-22; 36.5-7; Nm 18.12; Lc 19.1-8). Paulo reúne argumentos do Antigo
Testamento (SI 112.9) para o que ele acabou de dizer a respeito dos princípios
divinos da oferta. Deus repõe e recompensa o contribuinte justo tanto no devido
tempo quanto na eternidade. Paulo recorreu a Isaías 55.10 para mais um apoio do
Antigo Testamento - o mesmo Deus que é fiel em suprir todas as necessidades
físicas de suas criaturas e é bom para com todas as pessoas, é, de modo único,
gracioso para com os seus filhos. Ele sempre cumpre a sua promessa de
reabastecer a generosidade deles. Os frutos da vossa justiça são as bênçãos
passageiras e eternas de Deus para quem dá com alegria (Os 10.12).
“2. Jesus ratifica a entrega do dízimo, mas critica
sua prática sem justiça, misericórdia e fé (Mt 23.23). O texto de
Mateus 23.23 faz parte de um contexto de conflito entre Jesus, os escribas e os
fariseus. Jesus critica algumas práticas hipócritas e contraditórias desses
líderes religiosos. Eles tinham uma visão equivocada a respeito da vontade de
Deus em relação ao dízimo e às ofertas. Por isso, Jesus os adverte dizendo: “Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho e desprezai o mais importante da lei, o juízo, a
misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. A
recomendação do judaísmo era pagar o dízimo de rebanhos, vinho, grãos e óleo
para sustento dos levitas, manutenção do templo e ajuda aos pobres (Lv
27.30-33; Dt 14.22-29; Ml 3.8-12). Jesus até reconheceu o acréscimo, dízimo das
ervas, mas reprova a motivação deles. Ele os acusa de desprezar o que é mais
importante na lei: a justiça e o juízo. No Dia do Senhor, haverá juízo para
aqueles que negligenciaram os pobres e a justiça (Mt 5.20). Jesus não coloca as
regras acima das pessoas, Ele resume toda a tradição judaica em amar a Deus e
ao próximo (Mt 7.12; 22.37-39). Os líderes são criticados não por pagar o
dízimo, mas por se justificarem por isso, e negligenciarem a justiça, a
misericórdia e a fé, que são causas maiores.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]
- Hortelã, endro e cominho eram
ervas da horta caseira, não exatamente o tipo de produtos de colheita que o dizimo
tinha o propósito de abranger (Lv 27.30). Mas os fariseus pesavam
meticulosamente um décimo de cada erva, talvez até mesmo contando cada semente
do endro. A questão que Jesus queria destacar, porém, não era condenar a
observância das minúcias da lei. O problema era que eles haviam
"negligenciado os preceitos mais importantes" da justiça, da misericórdia
e da fé - os princípios morais que
estavam por trás de todas as leis. Eles se satisfaziam em focalizar no
secundário e no externo, mas resistiam obstinadamente ao significado espiritual
da lei. Jesus disse que eles deveriam se concentrar nas questões mais
importantes "sem omitir" as outras.
“3. O dízimo e a parábola do fariseu e do publicano
(Lc 18.9-14). Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões
legalistas como jejuns, orações, esmolas, dízimo, entre outras práticas que
excediam até as próprias leis cerimoniais mosaicas. Jesus apresenta, por meio
da parábola, algo que chocou seus ouvintes: colocar um dos cobradores de
impostos, considerado traidor pelos judeus, como justificado diante de Deus,
enquanto um fariseu zeloso pela sua religião é reprovado. A lição de Jesus é
clara: o publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições
de pagá-la, e a única coisa que poderia fazer era rogar pela misericórdia de
Deus. Não recorreu a obras que havia realizado, nem ofereceu fazer nada,
simplesmente rogou que Deus fizesse por ele o que ele próprio não podia fazer,
somente baseado na fé e misericórdia divina. Por outro lado, o fariseu
demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados, dízimos e outras
obras consideradas justas o tornariam aceito por Deus. Uma cobrança de
retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois, somente o publicano foi
justificado. Às vezes, como o fariseu, o cristão ignora o aprendizado com os
julgamentos de Jesus e corre o risco de, no final, ser reprovado. Em suma, o
dízimo deve ser apresentado a Deus pela fé. É um reconhecimento à bondade
divina.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]
A parábola do fariseu e o
publicano registrada em Lucas 18.9-14 é rica em verdades a respeito da doutrina
da justificação pela fé. Ela ilustra perfeitamente de que maneira um pecador
totalmente destituído de retidão pessoal pode ser instantaneamente declarado
justo diante de Deus por meio de um ato da fé repleta de arrependimento. A
parábola é dirigida aos fariseus que confiavam em sua própria retidão. Tal
confiança na retidão inerente da pessoa é uma esperança condenatória (Rm 10.3;
Fp 3,9), porque a justiça humana – até mesmo a justiça do mais obstinado
fariseu - está aquém do padrão divino (Mt 5.48). A Escritura ensina de modo
consistente que os pecadores são justificados quando a perfeita justiça de Deus
lhes é imputada (Gn 15.6; Rm 4.4-5; 2Co 5.21; Fp 3.4-9) — e era com base apenas
nisso que esse publicano (ou qualquer outra pessoa) poderia alcançar a salvação.
CONCLUSÃO
“Na lição de hoje nós aprendemos que Abraão é um exemplo do Antigo
Testamento de desprendimento dos bens materiais e gratidão a Deus. Aprendemos
também que as contribuições e os dízimos não podem ser usados para barganhar
com Deus. Jesus ratificou a entrega do dízimo, mas rechaçou veementemente essa
prática com a finalidade de promoção pessoal ou meio de justificação pessoal.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]
- Quando Abraão e Ló precisaram
se separar por causa da contenda entre os seus pastores, Abraão não demonstrou
ganância sentindo-se no direito de escolher a melhor parte. Pelo contrário, Abrão
alegremente propôs que Ló escolhesse (Gn 13.9,10,11) o que este desejava para
si e seus rebanhos. Depois que Ló fizesse a escolha, então Abrão se contentaria
com o que sobrasse para ele. Talvez, aos olhos dos servos, esse gesto restaurasse
a integridade e a reputação de Abrão. Ele sabia que Deus o abençoaria de uma
forma ou outra; e esse princípio foi demonstrado em toda a sua vida. Devemos
viver sem ganância. Nossos olhos devem estar fixados no que o Senhor nos
prometeu. Abraão em tudo dava graças, foi um exemplo de dizimista, eu devo
seguir seu modelo. "e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
adversários nas tuas mãos. E de tudo lhe deu Abrão o dízimo" (Gn 14:20). O
furto ou a desonestidade é motivada pelo apego aos bens materiais e ao
dinheiro. Por isso, Paulo advertiu seu jovem discípulo Timóteo:“Tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada,
e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens
na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns,
nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas
dores.” (1Tm 6.8-10).
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Abril de
2019
HORA DA
REVISÃO
1.
Qual foi a primeira ação de Abrão após retornar vitorioso da guerra com os
quatros reis orientais?
A primeira coisa que Abrão fez foi entregar o dízimo de todo o despojo.
2.
Gênesis 14.20 afirma que Abrão deu o dízimo de tudo. O que era esse “tudo”?
O “tudo” mencionado era a totalidade dos despojos resgatados por Abrão e
seu grupo.
3.
Como Melquisedeque é identificado em Gênesis 14?
Melquisedeque é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo e também
como rei de Salém, reino onde posteriormente seria edificada a cidade santa de
Jerusalém (Sl 76.2).
4.
Qual o exemplo que Paulo utilizou para incentivar os coríntios a contribuírem
com a igreja de Jerusalém, que passava por uma fase de necessidades?
Para incentivar os coríntios Paulo utiliza o exemplo das igrejas
macedônias, uma região mais pobre, mas rica em generosidade e bens espirituais.
5.
Qual a posição de Jesus em relação ao dízimo?
Jesus ratificou a entrega do dízimo (Mt 23.23). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 Maio, 2019]