Título: O Tabernáculo — Símbolos da obra redentora de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
- L I Ç Ã O 3 -
21 de ABRIL de 2019
ENTRANDO
NO TABERNÁCULO: O PÁTIO
TEXTO ÁUREO
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e
entrará, e sairá, e achará pastagens." (Jo 10.9)
VERDADE PRÁTICA
Para
entrar à presença de Deus, no Lugar Santíssimo, o pecador deve passar por uma
única porta: Jesus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 27.9-19
9 Farás também o pátio do tabernáculo; ao lado do meio-dia,
para o sul, o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada
lado será de cem côvados.
10 Também as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de
cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
11 Assim também do lado do norte as cortinas na longura serão
de cem côvados de comprimento; e as suas vinte colunas e as suas vinte bases
serão de cobre; os colchetes das colunas e as suas faixas serão de prata.
12 E na largura do pátio do lado do ocidente haverá cortinas
de cinquenta côvados; as suas colunas, dez, e as suas bases, dez.
13 Semelhantemente, a largura do pátio do lado oriental, para
o levante, será de cinquenta côvados,
14 de maneira que haja quinze côvados de cortinas de um lado;
suas colunas, três, e as suas bases, três;
15 e quinze côvados de cortinas do outro lado; as suas
colunas, três, e as suas bases, três.
16 E à porta do pátio haverá uma coberta de vinte côvados, de
pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador; as
suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro.
17 Todas as colunas do pátio ao redor serão cingidas de faixas
de prata; os seus colchetes serão de prata, mas as suas bases, de cobre.
18 O comprimento do pátio será de cem côvados, e a largura de
cada banda, de cinquenta, e a altura, de cinco côvados, de linho fino torcido;
mas as suas bases serão de cobre.
19 No tocante a todos os utensílios do tabernáculo em todo o
seu serviço, até todos os seus pregos e todos os pregos do pátio, serão de
cobre.
INTRODUÇÃO
“O Tabernáculo representa um grande símbolo
espiritual para o povo de Israel. Ali, Deus se centralizava no meio de seu
povo. E Ele esperava que essa nação reconhecesse isso. Nessa perspectiva,
estudaremos acerca da posição do Pátio do Tabernáculo entre as Tribos de Israel,
descreveremos a construção da cerca do Pátio e conheceremos mais sobre o
sentido da Porta Principal do Pátio. Cada imagem nos revelará um valor
espiritual edificante concernente à Obra Expiatória de Jesus Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Deus acampa com o seu povo. O
plano de Deus sempre foi de morar em nós e ser o nosso Deus. Ele nos conduz,
ele nos quer e Ele fala a nós com a voz suave de um marido que está
desesperadamente apaixonado pela sua noiva. As bandeiras de cada tribo
apontavam para a real bandeira de Deus - Jesus Cristo. As quatro faces e as
quatro cores falam d'Ele. Ele é o nosso estandarte. O Senhor é chamado YHWH
Nissi (O Senhor é a nossa bandeira). Como o Levitas se levantavam entre o homem
e Deus, assim Jesus Cristo se levanta entre o homem e um Deus santo e irado,
para ser um Mediador, e trocar a vingança pela clemência. O cristão nunca verá
a ira da parte de Deus. Ele é nosso Pai, nosso Marido e nosso Amigo (Jo 17.22-23;
6.28-29; Hb 7.22-25). É útil estudar sobre o tabernáculo por que a nossa fé é
alimentada pelo estudo de tudo que foi antes escrito (Rm 15.4; 1Pd 2.2; Jo 5.39).
Por isso convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo. – Dito isto, convido-o a pensar
maduramente a fé cristã!
I - O PÁTIO ENTRE
AS TRIBOS DE ISRAEL
“Quando Moisés distribuiu
as tribos em torno do Pátio do Tabernáculo, estava revelado nesse ato um senso
de organização divino. O Pátio do Tabernáculo ficava no centro de todas as
tribos de Israel. Era o símbolo de que Deus estaria no meio de seu povo (Is
8.14).”
Isaías 8.14 lança uma luz sobre
a disposição das tribos em torno do pátio do santuário: Isaías encontrou
encorajamento no Senhor como o seu santo lugar de proteção contra seus
acusadores.
“1. As montagens provisórias do Tabernáculo. A Palavra de Deus
mostra que a construção do Pátio teve como primeira etapa a montagem da
estrutura do Tabernáculo no Sinai. Isso ocorreu no primeiro dia do primeiro mês
do segundo ano, após a saída do povo judeu do Egito (Êx 40.2,17), isto é,
quatorze dias antes da celebração da Páscoa. Do Sinai até Canaã passaram-se
muitos anos. Antes de Israel entrar em Canaã, Moisés orientou que um lugar fixo
deveria ser estabelecido para o Tabernáculo. Inicialmente, a estrutura foi
montada em Gilgal (Js 4.19; 5.10; 9.6; 10.6,43). Depois a transferiram para
Siló (Js 18.1), que ficava no território de Efraim. Tempos mais tarde, nos períodos
de Saul e Davi, e por causa das guerras internas e externas, a Arca da Aliança
ficava alojada em lugares diversos, o que demonstrava que o Tabernáculo já não
tinha localização fixa. Finalmente, Jerusalém foi conquistada por Davi e, no
reinado de Salomão, o Tabernáculo deu lugar ao Templo de Jerusalém, onde o
próprio Deus confirmou o lugar e o aprovou com a manifestação de sua glória (1
Rs 8.10,11).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 3, 21 ABR, 2019]
- O primeiro Tabernáculo era uma
tenda provisória que foi usado durante toda a peregrinação. Seu oficiante era
Moisés, ele fazia todos os serviços e durante algum tempo não houve nenhum
ritual oficial, nem sacerdócio oficial. Era o local onde podiam consultar e
ouvir Deus através de Moisés. Quando Moisés entrar a nuvem baixava sobre a
Tenda e cada pessoa, da porta de sua tenda, adorava ao Senhor. O formato de
tenda foi utilizado por mais ou menos 500 anos, até a construção do Templo de
Salomão. Na época dos Juízes, tendas e locais de adoração foram estabelecidos
por todo o país: Gilgal, Siló, Betel, Dã, Mispa, Ofra, Hebrom, Belém, Nobe e
outros lugares de menor importância. Durante o mandato de Eli o Tabernáculo e a
Arca ficaram em Siló. Numa batalha contra os Filisteus, os Israelitas levaram a
Arca para o campo de batalha e ela foi levada pelos inimigos, quando recuperada
foi levada para Quiriate-Jearim. No tempo de Samuel havia cultos e sacrifícios
em Mispa e em outros lugares. Nos dias de Davi, embora não fosse o Tabernáculo
completo, Davi construiu uma tenda em Jerusalém para abrigar a Arca de Deus e durante
um tempo ela ficou na Casa de Abinadabe, isto aconteceu quando Davi conquistou
Jerusalém. Depois Davi colocou esse Tabernáculo no Monte Sião, na época, os
utensílios essenciais do Tabernáculo estavam distribuídos entre Jerusalém e
Gibeom. Depois com a construção do Templo toda a mobília do Tabernáculo foi
reunida e Jerusalém se tornou o centro do verdadeiro culto divino. Com Salomão,
a Tenda dá lugar ao Templo, com a aprovação divina. A nuvem que pairou no
Templo por ocasião da dedicação, era "a glória do SENHOR", o símbolo
visível da presença de Deus. Ela sinalizava a aprovação desse novo templo pelo
Senhor. Uma manifestação semelhante ocorreu quando o tabernáculo foi dedicado
(Êx 40.34-35). A dedicação solene de Salomão foi dirigida ao Senhor. Salomão
reconheceu na nuvem escura uma manifestação da graciosa presença do Senhor
entre o seu povo (Êx 19.9; 20.21; Lv 16.2) e declarou que construíra o templo
para que o Senhor pudesse ali habitar na glória da espessa escuridão.
“2. A posição do Pátio do Tabernáculo. Para entender a organização
das tribos em torno do Pátio do Tabernáculo é preciso compreender o propósito
divino resumido em Êxodo 25.8: “E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles” (cf. 29.45,46). Aqui está expressa a vontade de Deus em ser o centro de
seu povo. A localização geográfica do Tabernáculo, o centro do acampamento e de
frente para o Oriente, isto é, voltado para o levante do Sol, revela exatamente
a vontade de Deus em habitar no coração do povo de Israel. Ora, Ele é quem deve
estar no centro do nosso coração. Deus é quem deve dominar a nossa mente e
vida.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Como já falamos em lições
anteriores, Tabernáculo, nome derivado do verbo "habitar", era o nome
apropriado para a construção que seria o lugar da presença de Deus com seu
povo. Sua presença estaria entre os querubins, e dali Deus se encontraria com
Moisés (Êx 25. 22). O Pentateuco registra cinco nomes para o tabernáculo:
• 1) "santuário", que
denotava o lugar sagrado ou posto à parte, ou seja, lugar santo;
• 2) "tenda", que
indicava a habitação temporária ou desmontável;
• 3) "tabernáculo",
de "habitar", que designava o lugar da presença de Deus (bem como
outros títulos);
• 4) "tabernáculo da
congregação ou reunião"; e
• 5) "tabernáculo do testemunho".
- É interessante notarmos a
maravilha do texto original de Êxodo 25.8 no hebraico bíblico: “וְעָשׂוּ לִי מִקְדָּשׁ
וְשָׁכַנְתִּי בְּתוֹכָם” (Veasu li miqedash veshachanti betocham), cuja
tradução literal seria: “E me farão um santuário, e habitarei DENTRO DELES”. Este era o propósito maior do
tabernáculo: Deus não habitasse apenas no MEIO DELES – mas sim DENTRO DELES.
- O Tabernáculo, como figura de
nossa comunhão com Deus, possuía apenas uma entrada descrita assim na Bíblia: “À porta do átrio, haverá um reposteiro de
vinte côvados, de estofo azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino retorcido,
obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e as suas bases, quatro”
(Êx 27.16).
3. A posição do Exército de Israel em torno do
Tabernáculo. Os exércitos das tribos
judaicas estavam localizados em torno do santuário divino.
1) De frente para a porta
principal de acesso ao Tabernáculo. Os exércitos de Judá, Issacar e Zebulom
estavam posicionados na porta principal do Pátio do Santuário. Juntos, esses
exércitos somavam 186.400 homens (Nm 2.3-9);
2) Aos fundos, do Oeste
para o Ocidente. Na retaguarda do Pátio do Tabernáculo estavam as tropas de
Efraim, Manassés e Benjamim que, juntas, somavam 108.100 homens (Nm 2.18-23);
3) Ao norte. Na lateral
do Tabernáculo, encontravam-se as hostes de Naftali, Dã e Aser. Juntas, somavam
157.600 homens (Nm 2.25-30);
4) Ao Sul. Na outra
lateral do Tabernáculo, estabeleceram-se os exércitos de Ruben, Simeão e Gade.
Ambos somavam 151.450 homens (Nm 2.12-19).
Ao todo eram 603.550
homens acima de vinte anos de idade que estavam entorno do Pátio do
Tabernáculo. Isso passava a mensagem de que Israel reconhecia a centralidade de
Deus na vida espiritual e social da nação. Assim, devemos tê-Lo como o centro
de todas as esferas da vida.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Cada uma das doze tribos teve
uma área específica do acampamento para habitar. Quando os seus antepassados
tinham partido ao sul rumo ao Egito aproximadamente 400 anos antes, eles tinham
constituído uma família de doze tribos, cada uma encabeçada por um dos filhos
de Jacó, que foi chamado por Deus de Israel. Enquanto eram escravos no Egito,
eles preservaram as suas divisões familiares, e durante os anos as famílias dos
doze filhos transformaram-se em famílias tribais ou tribos. s doze tribos, em
grupos de três, eram divinamente colocadas a uma certa distância ao redor do
tabernáculo. Quatro das tribos - Judá, Rúben, Efraim e Dã - foram reconhecidas
como líderes tribais. Cada uma teve seu próprio estandarte ou bandeira que os
identificava como cabeça das tribos, enquanto as outras tribos tiveram suas
insígnias, uma bandeira menor. É importante notar que o Jacó (o patriarca das
12 tribos) tinha profetizado que a posição sênior em sua família pertenceria à
tribo de Judá: "O cetro não se
arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele
se congregarão os povos" (Gn 49.10). Do lado oriental ficou a tribo de
Judá. Judá ocupava o lugar de honra ao leste. Gn 49.8-12 realça o papel e a
centralidade que Judá teria na derrota dos inimigos de Israel. Judá era a tribo
da qual o Messias nasceria. À sua direita, estava a tribo de Issacar e ao outro
lado Zebulon. Quando as tribos marchavam, o tabernáculo era transportado no
meio das tribos de Israel, seis tribos à frente e seis atrás.
II - A CONSTRUÇÃO
DA CERCA DO PÁTIO
“1. O cortinado de linho branco da cerca do Pátio. Uma cerca de 45 metros de comprimento com aproximadamente
22,5 centímetros de largura separava o Tabernáculo das Tribos ao redor. As
sessenta colunas de bronze, sobre as quais havia um cortinado de linho branco
torcido de aproximadamente 2,25 metros de altura, sustentavam a cerca do Pátio.
Assim, não se podia ver o que passava-se no interior do pátio, senão a
cobertura do Tabernáculo..” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Estudando sobre as cortinas
do tabernáculo, saberemos melhor da linguagem bíblica. Quando Davi desejava
edificar um templo ao Senhor, ele argumenta que ele morava em uma casa de cedro
“e a arca de Deus mora dentro de cortinas” (II Sm 7.2; II Cr 17.1). A profecia
da destruição de Israel dada por Jeremias menciona “as minhas cortinas” (Jr
4.20; 10.20). A cor da primeira cortina, de linho fino, era branca. É comentado
que na Palestina não abunda as cabras brancas, mas abunda as negras. Por isso a
cor da segunda cortina, de pêlos de cabra, é dada como negra, ou morena, por
ser escura (Ct 1.5). Sem estudar sobre as cortinas do tabernáculo essas
referências seriam um mistério. (PALAVRAPRUDENTE).
- O tabernáculo estava separado
de Israel por meio de um cortinado de linho branco de dois metros e meio de
altura, sustentado por sessenta colunas de bronze. No seu interior se
encontrava as demais peças e divisões. As cortinas do tabernáculo falam de
santidade. Dentro das cortinas tudo era santo, o impuro tinha que ficar do lado
de fora. Por serem de linho fino, as cortinas falam da santidade de Deus. No
livro de Habacuque encontramos a seguinte passagem: “Tu que és tão puro de
olhos que não podes ver o mal” (Hc 1.13).
“2. Colunas, cortinas e varais do Pátio (Êx 27.10-12). As colunas de bronze foram feitas de madeira de acácia e
ficavam presas na parte interior da cortina por bases ou placas de bronze
colocadas sobre o solo. Já as cortinas eram costuradas uma a outra até formarem
uma tela bem firme. Por sua vez, os varais encaixavam-se às colunas e ao
cortinado da cerca. Tudo era metricamente encaixado. Assim, as colunas, as
cortinas e os varais são elementos que didaticamente podem simbolizar a segurança, a estabilidade e a comunhão
na vida cristã, produzidas pela Obra Expiatória de Cristo. Ora, em Cristo toda
a justiça de Deus foi satisfeita na obra expiatória; por isso temos a segurança
da salvação (Rm 8.33-39). Estamos seguros em Cristo (Jo 10.28-30)! Depois, a
partir dessa obra, temos acesso às promessas de Deus, as quais nos dão
estabilidade na vida cristã (Rm 14.4; Cl 3.3). Por fim, a Expiação de nosso
Senhor não apenas salvou-nos, mas abriu-nos a porta da comunhão cristã (1 Co
12.12,13; Ef 2.1216). Portanto, à semelhança das colunas, cortinas e varais do
Tabernáculo, a Obra Expiatória de Cristo nos traz segurança, estabilidade e
comunhão na vida cristã.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Em se tratando de segurança
em Cristo, Romanos 8.33 é esclarecedor: “é Deus quem justifica - quem pode
acusar com êxito alguém a quem Deus declarou justo?” Há quatro razões pelas
quais o cristão não pode ser declarado culpado:
1) a morte de Cristo;
2) sua ressurreição;
3) sua posição soberana;
4) sua contínua intercessão por
eles (Is 53.12; Hb 7.25; Rm 8.35-39).
- Em Romanos 8.35-39, o
apóstolo lista uma relação de experiências ou pessoas que não podem separar o
cristão do amor de Deus em Cristo, e para Paulo, não é apenas uma teoria. Ao
contrário, foi um testemunho pessoal de alguém que havia, pessoalmente,
sobrevivido a ataques dessas entidades e emergiu triunfante. A estabilidade na
vida cristã advém do modo como Cristo avalia cada cristão, e o seu julgamento não
leva em consideração a tradição religiosa ou a preferência pessoal (Rm 8.33-34;
1Co 4.3-5), mas considera o coração. Também já estamos mortos com Cristo.
Escrevendo aos Colossenses 3.3, o apóstolo utiliza um tempo verbal para indicar
que a morte ocorreu no passado; nesse caso, na morte de Jesus Cristo, quando os
cristãos foram unidos com ele, o castigo pelo pecado deles foi pago e eles
ressuscitaram com ele para uma nova vida oculta juntamente com Cristo, em Deus.
Essa significativa expressão tem um sentido triplo:
1) os cristãos têm uma vida
espiritual comum com o Pai e com o Filho (1Co 6.17; 2Pe 1.4);
2) o mundo não pode compreender
a grande importância da nova vida do cristão (1Co 2.14; 1Jo 3.2); e
3) os cristãos estão seguros e protegidos
de todos os inimigos espirituais, bem como têm acesso a todas as bênçãos de
Deus (Jo 10.28; Rm 8.31-39; Hb 7.25; 1Pe 1.4).
“3. A cerca de linho: a santidade e a justiça de Deus. A parte reservada na esfera interna do Pátio, separada pelo
“linho branco torcido”, revelava a santidade de Deus. Ali, os sacerdotes
ministravam os cerimoniais de sacrifícios pelos pecados do povo. Nesse sentido,
o Pátio do Tabernáculo revelava que o pecador não tinha acesso ao Deus Santo,
senão por meio do sacerdote. Deus é Santo e Justo. O homem carece de santidade
e de justiça. No entanto, em Cristo, o pecador é justificado e santificado para
a salvação. Esse é o maior milagre que o pecador pode desfrutar de seu encontro
com Jesus. Só quem pode justificá-lo e santificá-lo é Jesus!” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 3, 21 ABR, 2019]
- O Tabernáculo estava separado
da congregação por uma cerca de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se
um cortinado de linho branco, de dois metros e meio de altura. Temos uma
tipologia que aponta para a separação entre Deus e o pecador (Êx 38.10-15, 19,
31; Is 59.2). No Evangelho segundo Lucas temos o linho branco apontando para o
homem perfeito, para o caráter justo de Jesus. Esse evangelista apresenta a
pessoa do Salvador como o Filho do homem. E o Evangelho do Filho do homem. E
como todo homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o médico
Lucas registra a ascendência de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de
Zacarias 6.12: "E dize-lhe: Assim
diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo: ele brotará do
seu lugar, e edificará o templo do Senhor".
III - A PORTA DO
PÁTIO
“1. A Porta do Pátio: uma tipificação do único caminho (Êx 27.16). Para se entrar no Pátio do Tabernáculo havia apenas uma
Porta. Esta porta dava acesso ao local sagrado, onde Deus habitava. Cristo, o
nosso Senhor, é a verdadeira Porta de acesso para todos os pecadores. Ele mesmo
declarou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e
sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9). Essa palavra de nosso Senhor confirma
toda a doutrina do Novo Testamento que tem em Cristo o único caminho de entrada
possível para chegarmos ao Pai: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Essa porta, portanto, é o único meio de acesso a Deus (At 4.12; Ef 2.18).”.
- A entrada foi ornamentada com
uma cortina (Êx 26.36) de 9 m de comprimento. Provavelmente era muito bonita,
como o véu dentro do Tabernáculo. A cortina que formava a cobertura, para a
entrada no átrio tinha cores diferentes daquela que circundava o átrio
retangular. Havia somente um caminho para entrar-se nesse lugar especialíssimo
escolhido por Deus e enfaticamente indicado como o lugar de sua habitação com o
povo. João 10.9 e 10 são uma maneira proverbial de insistir que a fé em Jesus
como o Messias e o Filho de Deus é o único meio para ser "salvo" do
pecado e do inferno, e receber vida eterna. Somente Jesus Cristo é a única
fonte verdadeira de conhecimento de Deus e a única base para a segurança
espiritual. Jesus diversas vezes se autodeclarou "Eu sou" (veja Jo 6.35;
8.12; 10.7-9; 10.11,14; 11.25; 15.1,5). Em resposta à pergunta de Tomé, Jesus
declarou que ele é o caminho para Deus porque ele é a verdade de Deus (Jo 1.14)
e a vida de Deus (Jo 1.4; .3.15; 11.25). João discorre no capítulo 14.6 sobre o
fato de que, a exclusividade de Jesus como o único caminho para o Pai é
enfática. Existe somente um caminho, não muitos caminhos, para Deus, ou seja,
Jesus Cristo (Jo 10.7-9; Mt 7.13-14; Lc 13.24; At 4.12).
“2. As quatro colunas e suas bases: uma tipificação do Evangelho (Êx
27.16). Destacamos aqui as quatro colunas e suas quatro bases. Essas bases
e colunas sustentavam a porta principal do Pátio. Esse fato nos faz rememorar
os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), o maior instrumento que o
ser humano tem para conhecer a pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo.
Toda a revelação de que precisamos saber acerca da pessoa de Cristo está
narrada nos Evangelhos. Por isso, para ter uma base espiritual sólida e
conhecer a pessoa de Jesus, precisamos começar pelos Evangelhos. Assim, Leia
toda a Palavra de Deus e a guarde no seu coração.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- Sobre isto, transcreve um trecho
do livro de Abraão de Almeida, “O TABERNÁCULO E A IGREJA - Entrando com ousadia
no santuário de Deus” (CPAD): “As quatro
colunas da entrada do Tabernáculo têm também um significado muito importante.
Em Êxodo 27.16 lemos: "A porta do átrio haverá um reposteiro de vinte
côvados, de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido, obra de
bordador; as suas colunas serão quatro, as suas bases quatro". Estas
quatro colunas representam ou falam da oportunidade para todos, pois o número
quatro está sempre relacionado com a plenitude da Terra. Todos têm oportunidade
de entrar no Santuário (Mateus 24.31; João 3.16).
Os quatro véus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda,
por suas cores significativas, apontam-nos os quatro Evangelhos, pela ordem em
que estes aparecem no Novo Testamento. Comparemos essas cores com os retratos
de Jesus que os quatro evangelistas nos deram:
1. A púrpura.
Esta cor se relaciona com a realeza e aponta para o Evangelho segundo Mateus,
que é o Evangelho do Rei. Mateus enfatiza este aspecto do caráter de Jesus,
quando, por 14 vezes, o chama de Filho de Davi, o famoso rei cuja descendência
Deus prometeu perpetuar no trono de Israel. O Messias viria como Rei, conforme
a profecia de Zacarias 9.9: "Eis aí o teu Rei". Por isso Mateus
registra a genealogia de Jesus, pois um Rei precisa provar a sua ascendência
real.
2. O carmesim. O
Evangelho segundo Marcos está relacionado com a cor carmesim, ou seja, como
sangue, que aponta para o servo sofredor, para o Messias na cruz, conforme a
profecia de Isaías 42.1: "Eis aqui o meu servo, a quem sustento; o meu
escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele meu Espírito, e ele
promulgará o direito para os gentios". Um servo não precisa de genealogia,
por isso Marcos não trata da ascendência do Senhor. Mateus, em seu Evangelho,
focaliza a pessoa de Jesus do ponto de vista de sua realeza, e isto nos leva ao
Lugar Santíssimo do Tabernáculo, onde Deus habitava sobre o Propiciatório,
entre os querubins da glória. Marcos, por sua vez, já apresenta os traços de
Jesus do ponto de vista da cruz, como o servo sofredor, e isto nos leva ao
altar de bronze, ou dos holocaustos. Percebemos esses pontos de vista
claramente expressos em Mateus 13.23 e Marcos 4.8,20, respectivamente. Nesses
textos, que tratam da Parábola do Semeador, a frutificação em Mateus é
decrescente, enquanto em Marcos é crescente. Mateus diz: a 100, a 60 e a 30 por
um, e Marcos registra: a30,a60ea 100 por um, e isso conforme as três principais
divisões do Tabernáculo: o Pátio, o Santuário e o Santo dos Santos.
3. Linho branco.
No Evangelho segundo Lucas temos o linho branco apontando para o homem
perfeito, para o caráter justo de Jesus. Esse evangelista apresenta a pessoa do
Salvador como o Filho do homem. E o Evangelho do Filho do homem. E como todo
homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o médico Lucas
registra a ascendência de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de
Zacarias 6.12: "E dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o
homem cujo nome é Renovo: ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do
Senhor".
4. Azul.
Finalmente chegamos à cortina azul, e essa cor indica sempre o Céu ou aquilo
que é celeste. Vemos em João o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Filho de
Deus, cumpre a profecia de Isaías 40.9: "Tu, ó Sião, que anuncias
boas-novas, sobe a um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a Jerusalém,
ergue a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis
aí está o vosso Deus". João não registra a genealogia de Jesus, pois Deus
não tem genealogia.
Dentre as referências ao azul no Antigo Testamento destaca-se à
do cordão azul em Números 15.38-40: "Fala aos filhos de Israel, e
dize-lhes que nos cantos das suas vestes façam borlas pelas suas gerações; e as
borlas em cada canto presas por um cordão de azul. E as borlas vos serão para
que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e
não seguireis os desejos do vosso coração, nem os dos vossos olhos, após os
quais andais adulterando. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e
os cumprais, e santos sereis a vosso Deus".” (Abraão
de Almeida, O TABERNÁCULO E A IGREJA - Entrando com ousadia no santuário de
Deus CPAD, pág 16)
3. As cores da cortina de entrada: diversos tipos (Êx
27.16). Azul, púrpura, carmesim e
branco eram as cores da cortina de entrada ao Pátio. Nas Sagradas Escrituras,
as cores sempre simbolizaram aspectos importantes da fé. Muitas igrejas de
tradições cristãs distintas (como as episcopais, as reformadas e, até mesmo, algumas
pentecostais) observam o que se convencionou chamar de Calendário Litúrgico.
Nele, os dias comemorativos são inspirados por cores. Essa prática está
ancorada nas comemorações litúrgicas do povo de Deus do Antigo Testamento.
Nesse aspecto, podemos destacar, por exemplo, que o azul lembra o céu. A
púrpura lembra a ideia de realeza. O carmesim lembra a ideia de humilhação e
sofrimento. O branco lembra a ideia de justiça, perfeição (Rm 5.18). O Senhor
Jesus remonta essas cores: Ele veio e foi para o céu, Ele é o Rei dos reis e
Senhor dos senhores, Ele é justo e perfeito, e foi humilhado e moído pelos
nossos pecados (Is 42.1; Fp 2.5-9).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- No hebraico, a palavra masak
é usada para descrever a cortina da entrada da tenda (Êx
27.16;35.17;38.18;39.40;40.8,33). Algumas vezes, essa palavra é usada para se
referir ao véu que separava o lugar santo do santíssimo (Êx 35.12;39.34;40.21;
compare com o termo véu em Êx 26.31). Essa separação era feita com fios
multicoloridos e acabamento artístico. Era pendurada em cinco colunas de
madeira de cetim, revestidas de ouro, e ainda havia cinco bases de cobre. A
cortina que permitia a entrada no tabernáculo não poderia ser levantada por
qualquer vento. O acesso ao interior da tenda era altamente restrito por esta
pesada e ornamentada barreira. Isso lembra ao cristão que o maravilhoso acesso
ao Deus vivo se deu porque Cristo completou Sua obra (Hb 4.16). Os governantes
antigos, em sua maioria, não eram acessíveis para ninguém que não fizesse parte
de seus principais conselheiros (Et 4.11). Em contrapartida, o Espírito Santo
pede a todos que se acheguem com confiança ao trono de Deus para receber
misericórdia e graça por meio de Jesus Cristo (Hb 7.25; 10.22; Mt 27.51). A
arca da Aliança era vista como o lugar na terra onde Deus se assentava em seu
trono entre os querubins (cf. 2Rs 19.15; Jr 3.16-17). Os tronos orientais
incluíam um estrado para os pés — mais uma metáfora para a arca (Sl 132.7). Foi
no trono de Deus que Cristo fez expiaçâo pelos pecados, e é ali que a graça é
dispensada aos cristãos para todas as questões da vida (2Co 4.15; 9.8; 12.9; Ef
1.7; 2.7). "Graça seja convosco" tornou-se uma saudação comum entre
os cristãos que celebravam essa provisão (Rm 1.7; 16.20.24; ICo 1.3; 16.2.3;2Co
1.2; 13.13;Cl 1.3;6.18;Ef 1.2: 6.24; Fp 1.2; 4.18; Cl 1.2; 4.18; 1Ts 1.1; 5.28;
2Ts 1.2; 3.18; tTm 1.2: 6.21;2Tm 1.2; 4.22;Tt 1.4; 3.15; Fm 3,25).
CONCLUSÃO
“Nesta lição, estudamos a centralidade de
Deus em nossa vida por meio da posição do Tabernáculo. Fomos estimulados a
termos uma base e segurança espiritual por meio da construção do Pátio do
Tabernáculo. E concluímos que o Senhor é o único meio de acesso a Deus através
da imagem da porta do pátio. Portanto, sejamos conscientes de que Jesus Cristo
se revelou ao seu povo como o único caminho para o pecador alcançar a salvação.
Ele é o único caminho que conduz ao Céu!” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]
- "tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim
de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança"
(Rm 15.4). O Tabernáculo, construído por Moisés no deserto, deixou profundas
lições para a Igreja, tanto através da rica tipologia dos seus objetos, como
também pelo significado espiritual do sacerdócio, dos sacrifícios e das
celebrações anuais.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de
“Entrando no Tabernáculo: o Pátio”, responda:
• Em relação às tribos,
em qual posição o Tabernáculo ficava posicionado?
O Pátio do
Tabernáculo ficava no centro de todas as tribos de Israel.
• O que está expresso em
Êxodo 25.8?
O propósito divino
resumido em Êxodo 25.8 era: “E me farão um santuário, e habitarei no meio
deles” (cf. 29.45,46).
• Por que podemos ter a
segurança da salvação?
Ora, em Cristo toda a
justiça de Deus foi satisfeita na obra expiatória; por isso temos a segurança
da salvação (Rm 8.33-39).
• O que Cristo declarou a
respeito dEle mesmo?
Ele mesmo declarou:
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e
achará pastagens” (Jo 10.9).
• Quais eram as cores da cortina de
entrada ao Pátio?
Azul, púrpura,
carmesim e branco eram as cores da cortina de entrada ao Pátio. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 3, 21 ABR, 2019]