Título: O Tabernáculo — Símbolos da obra redentora de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
- L I Ç Ã O
4 -
28 de ABRIL de 2019
O ALTAR
DO HOLOCAUSTO
TEXTO ÁUREO
"Cheguemo-nos
com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo o coração purificado da
má consciência e o corpo lavado com água limpa.” (Hb 10.22)
VERDADE PRÁTICA
Na
cruz, o Senhor Jesus Cristo purificou-nos de todos os pecados, tornando-nos
aceitáveis diante de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 27.1,2,6,7
27.1 Farás também o altar de madeira de cetim; cinco côvados
será o comprimento, e cinco côvados, a largura (será quadrado o altar), e três
côvados, a sua altura.
2 E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas
pontas serão uma só peça com o mesmo, e o cobrirás de cobre.
6 Farás também varais para o altar, varais de madeira de
cetim, e os cobrirás de cobre.
7 E os varais se meterão nas argolas, de maneira que os
varais estejam de ambos os lados do altar quando for levado.
INTRODUÇÃO
“Qual era o caminho que o pecador percorria
para ter seus pecados perdoados? Ao estudarmos o Altar dos Holocaustos e o rito
de lavagem dos corpos dos sacerdotes na pia de bronze, aprenderemos como alguns
símbolos apontavam, com impressionante precisão, para a completude da obra
expiatória de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nessa perspectiva,
estudaremos o Altar dos Holocaustos, enfatizaremos relação simbólica das suas
quatro pontas com a redenção provida pelo sacrifício vicário e, por último,
como o Altar dos Holocaustos revela uma imagem do Calvário para nós. Que o
Espírito Santo fale ao seu coração!” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- Temos uma descrição do Altar
dos Holocaustos em Êxodo 27.1-8. Em Êxodo 30.28 o altar é conhecido como o “Altar
dos Holocausto”. Sua localização era no pátio externo entre a entrada e do
Lugar Santo e era a primeira peça que se avistava ao adentrar o Santuário.
Nesse Altar ardia uma chama de origem divina (Lv 9.24) e permanecia
constantemente aceso (Lv 6.13). O Altar era figura do sacrifício de Cristo no
Calvário – sendo a primeira peça, nos ensina que só podemos entrar na presença
de Deus pelo caminho da cruz (Jo 14.6). Nós entramos em uma posição de comunhão
espiritual e bênçãos através de Cristo (Ef 1.3). – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I - O ALTAR DO
HOLOCAUSTO
“1. O Altar do Holocausto. O termo “holocausto” vem de um prefixo
hebraico que significa “ascendente” ou “aquilo que sobe”. Nós o descrevemos
como uma oferta consumida no fogo. No Antigo Testamento, a fumaça do holocausto
exalava um cheiro especial que subia pelos ares. Quando um ofertante entrava no
Pátio do Tabernáculo, a primeira imagem a aparecer-lhe era a do “altar”, mais
conhecido como “o altar dos holocaustos”. A palavra “altar” sugere uma ideia de
“mesa levantada”, visto que a imolação da vítima do sacrifício dava-se em cima
do altar, ou seja, neste lugar, o sangue dos muitos sacrifícios era derramado
pelos pecados do povo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 4, 28 ABR, 2019]
- Um holocausto era um
sacrifício totalmente queimado para Deus. O animal era morto e seu sangue era
derramado sobre o altar onde a carcaça era totalmente queimada (Êx 29.16-18). Era
o pagamento pelo pecado cometido. A palavra original é derivada de uma raiz que
significa ‘ascender’, e aplicava-se à oferta que era inteiramente
consumida pelo fogo e no sua fumaça subia até Deus. O termo ‘Altar’ tem a
significação mais usual da palavra hebraica e grega que significa ‘lugar de matança’. O nosso termo
‘Altar’ vem da palavra latina ‘altus’, que chamava-se assim por ser construída
em uma elevação, com a finalidade de sacrificar e para outros oferecimentos.
“2. O modelo do altar e seus materiais. A forma do altar era
quadrada. Seu lado interno era produzido com madeira de acácia e revestido com
uma grossa camada de bronze (ou cobre). O altar media 2,25m de largura, mais
1,35m de altura. Ele tinha uma base alta e apresentava quatro cantos com quatro
pontas em forma de chifres. Isso ajudava o sacerdote na ministração da
cerimônia, pois o animal ficava amarrado em um desses chifres para, em seguida,
ser sacrificado. Tão logo o pecador passasse pela porta principal do Pátio, ele
teria que passar por alguns metros de distância pelo Altar dos Holocaustos.
Assim, por meio do sacerdote, o pecador apresentaria a sua oferta de sacrifício
ao Senhor. O modelo estrutural do altar apresenta-nos alguns símbolos preciosos
acerca do sacrifício vicário de Jesus:
- O altar
era uma caixa quadrada de madeira de acácia coberta de bronze, medindo cinco
côvados de comprimento, cinco de largura e três de altura. Tinha pontas de
bronze em cada um dos quatro cantos. O Altar era oco e com uma grelha dentro
dele. As cinzas caíam num recipiente. Ele era transportado através de varas
cobertas de cobre que passavam pelas quatro argolas. Como nas outras peças da
mobília, há diferenças de opinião quanto aos detalhes da sua construção.
1) O Altar dos
Holocaustos indica o caminho de salvação para o pecador. No Altar dos
Holocaustos, o pecador tinha seus pecados expiados. Aqui, o Calvário de Cristo
tem um significado todo especial. O Cordeiro de Deus fez-se de oferta para
expiar toda a culpa do pecador. Ele é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo” (Jo 1.29). Assim, nosso Senhor suportou, em nosso lugar, o juízo de Deus
sobre o pecado, fazendo-se pecado por nós (Is 53.4,10; Zc 13.7; Mt 26.39; 1 Tm
2.5,6). Tenha confiança na suficiência do sacrifício de Jesus! Todo
acontecimento histórico e espiritual é relevante em Cristo. Examinar isso em
nosso coração, de maneira sincera, implicará nossa eternidade.
- O uso
de um cordeiro para sacrifício era bastante familiar aos judeus. Na instituição
da festa da Páscoa, um cordeiro foi usado como sacrifício (Êx 12.1 -36); um cordeiro
foi levado ao matadouro, segundo as profecias de Isaías (Is 53.7); um cordeiro
era imolado nos sacrifícios diários de Israel (Lv 14.12-21; Hb 10.5-7). João
Batista usou essa expressão como referência ao sacrifício definitivo de Jesus
na cruz para expiar os pecados do mundo, tema que o apóstolo João aborda ao
longo de seus escritos (Jo 19.36; Ap 5.1-6; 17; 17.14) e que aparece também em outros
escritos do Novo Testamento (1Pe 1.19). Jesus como o ‘cordeiro’ foi imolado em
nosso lugar, Cristo carregou "os pecados de muitos" (Hb 9.28) — e a
plenitude da ira divina caiu sobre ele (Is 53.10-11; 2Co 5.21). Esse foi o
preço do pecado que ele carregou, e ele o pagou plenamente. Seu grito de
angústia em 27.46 (Eli, Eli, lamá sabactâni?) reflete o extremo amargor do
cálice da ira que lhe Foi dado. não seja como eu quero, e sim como tu queres.
Isso não indica nenhum conflito entre as pessoas da Trindade. Antes, revela de maneira
clara como Cristo, em sua humanidade, voluntariamente rendeu sua vontade à
vontade do Pai em todas as coisas — de modo tão preciso que não haveria
conflito entre a vontade divina e os desejos dele (Jo 4.34; 6.38; 8.29; Fp 2.8)
2) Os chifres do Altar
indicam um símbolo de poder, autoridade e proteção. Na Bíblia, “os chifres” têm
um símbolo de autoridade, poder e proteção. Essa simbologia estava presente no
altar do holocausto e lembra-nos o mesmo poder, autoridade e proteção que o
Senhor revelou no Calvário. Jesus Cristo, a luz do mundo, é poderoso para salvar
todos os homens (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.47; At 1.8; 1Jo 2.2).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- As
pontas eram um símbolo de força e era um lugar de refúgio - Homens em apuros
fugiam para se agarrar as pontas do altar (1Rs 1.50-51). Cristo é a ponta da
salvação (Lc 1.68-69). Ele é o poder de Deus para salvação (Rm 1.16). Pela fé
em Cristo nós nos apoderamos da força salvadora do Senhor (Is 27.5). Ao
comissionar a Igreja à obra missionária, Jesus outorga seu poder, ou seja, com
base na sua autoridade, os discípulos foram enviados a fazer "discípulos
de todas as nações". O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é
consumado por meio da autoridade ilimitada de Jesus, em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo. A fórmula é uma forte declaração do trinitarianismo.
Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar,
guiar, ensinar e realizar milagres. Em breve eles receberiam a presença
habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4;
1Co 6 .19-20; Ef 3.16,20). E é interessante notar que o termo grego para ‘testemunhas’
encerra o sentido de “pessoa que dá a vida pela sua fé", pois esse foi o
preço comumente pago pelo testemunho.
II - AS QUATRO
PONTAS (CHIFRES) DO ALTAR E O SENTIDO DE REDENÇÃO
“O Antigo Testamento apresenta uma linguagem que prefigura
coisas e experiências presentes no Novo Testamento. De modo geral, a imagem das
quatro pontas do Altar dos Holocaustos apresenta-se nessa perspectiva quando
analisamos o sentido de redenção contido nelas:
1. As Quatro Pontas e a Propiciação. O ato de fazer a propiciação, segundo o Dicionário Houaiss,
implica “tentar obter de alguém sua boa vontade, torná-lo favorável, aplacar a
sua ira com sacrifícios”. Nas Escrituras, o sangue do sacrifício era de um
animal inocente. Quando o sacerdote imolava o animal e retirava-lhe o sangue no
altar de quatro pontas e, com esse gesto, apresentava a oferta pelos pecados do
povo. Isso é uma propiciação, ou seja, um modo de readquirir o favor de Deus. O
evento era uma ação para apaziguar a ira de Deus, a fim de que a sua justiça e
a santidade fossem satisfeitas e proporcionassem um perdão eficaz ao pecador. As
quatro pontas do altar do holocausto rememoram a morte de Cristo como
propiciação provida por Deus para cobrir o nosso pecado e manifestar a justiça
divina. O Senhor tomou sobre si o nosso pecado, revelando-nos o ato gracioso do
Pai (Rm 3.24-26; 1 Jo 2.2).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- A
palavra ‘propiciação’ carrega a ideia
básica de apaziguamento ou satisfação, especificamente em relação a Deus. A
propiciação é um ato de duas partes que envolve apaziguar a ira de uma pessoa
ofendida e se reconciliar com ela. “Propiciação:
“Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu
sangue, demonstrando a sua justiça” - Romanos 3:25 Aqui está a palavra que eu
mais admiro, pois ela demonstra a intenção de Deus em relacionar-se com seu
povo. “Propiciar”, segundo o dicionário é “tornar propício, favorável”. Você só
torna algo favorável quando este algo está desfavorável, ou pelo menos inerte.
Na mente de Paulo e João, quando escreveram sobre o ato de propiciar, estavam
as práticas feitas pelos pagãos de fazer sacrifícios de propiciação para tornar
um deus (falso) favorável a eles. Se eles queriam fertilidade, eles ofereciam
sacrifícios de propiciação para tornar os deuses da fertilidade propícios a
eles e terem seus desejos atendidos. Se fossem viajar pelo mar, faziam
sacrifício de propiciação para tornar os deuses dos mares favoráveis a eles
durante a viajem, afastando assim sua ira e ganhando seu favor. Era basicamente
isso que havia na mente deles quando escreveram sobre o ato de propiciar. Seus
leitores da época entendiam muito bem isso, pois se havia um deus qualquer
furioso, deveriam sacrificar algo em propiciação para afastar sua ira e ganhar
seu favor. Detalhe importante: há um deus enfurecido ou inerte, e eu quero que
ele seja favorável a mim? Então, sou eu que devo oferecer sacrifício de
propiciação para que ele se torna favorável a mim.” (Walter H. C.
Silva, Propiciação, Expiação, Justificação - Sabe a diferença? Disponível em: http://walterhcsilva.blogspot.com/2014/02/propiciacao-expiacao-justificacao-sabe.html.
Acesso em: 23 ABR, 2019)
- ‘Propiciação’
- crucial para o valor do sacrifício de Cristo, essa palavra carrega a ideia de
conciliação ou satisfação — nesse caso, a morte cruel de Cristo satisfez a
santidade ofendida e a ira de Deus contra aqueles pelos quais Cristo morreu (Is
53.11; Cl 2.11-14). A palavra hebraica equivalente a essa era usada para
descrever o propiciatório — a tampa da arca da Aliança — onde o sumo sacerdote
aspergia o sangue do animal morto no Dia da Expiação para expiar os pecados do
povo. Nas religiões pagãs, é o adorador e não a divindade o responsável por
acalmar a ira da deidade ofendida. Porém, na realidade, o homem é incapaz de
satisfazer a justiça de Deus se não for por intermédio de Cristo, exceto se
passar a eternidade no inferno.
“2. As Quatro Pontas e a Substituição. Levítico 16 diz muito acerca do sentido de “substituição”.
Ele narra que o sumo sacerdote Arão colocava as mãos sobre a cabeça do animal
para sacrificá-lo. Esse animal devia ser um macho sem defeito. Posteriormente,
o sumo sacerdote confessava os pecados e as faltas do pecador arrependido a
partir da oferta apresentada no altar dos holocaustos com as quatro pontas.
Logo, a oferta tomava o lugar do pecador. Foi exatamente assim que Jesus levou
sobre si a nossa culpa, oferecendo-se na cruz em nosso lugar (Is 53.4-6; Jo
1.29; 1 Pe 2.24). Na pessoa de Jesus Cristo, a nossa pena foi cumprida
plenamente (1 Co 5.7).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- A
palavra redimir significa “comprar os direitos”. O termo era usado
especificamente em referência à compra da liberdade de um escravo. A aplicação
desse termo à morte de Cristo na cruz é bem notável. Se somos “redimidos”,
então a nossa condição anterior era uma de escravidão. Deus comprou nossa
liberdade, e não somos mais escravos do pecado ou da lei do Velho Testamento.
Esse uso metafórico de redenção é o ensinamento de Gálatas 3.13 e 4.5.
- Cristo
não somente sofreu como o modelo do cristão, mas, muito mais importante, como o
substituto do cristão. Carregar os pecados era ser punido por eles (Nm 14.33; Ez
18.20). Cristo sofreu o castigo e a condenação no lugar dos cristãos,
satisfazendo, assim, a um Deus santo (2Co 5.21; Cl 3.13). Essa importante
doutrina da expiação substitutiva é a essência do evangelho. Exatamente como o
pão sem fermento simbolizou estar livre do Egito pela Páscoa (Êx 12.15-17), do
mesmo modo a igreja deve ser sem fermento, uma vez que foi separada do domínio
do pecado e da morte por meio do perfeito Cordeiro pascal, o Senhor Jesus
Cristo. A igreja, portanto, tem de eliminar tudo o que for pecaminoso, a fim de
ser separada da velha vida, incluindo a influência dos membros pecadores da
igreja.
“3. As Quatro Pontas e a Reconciliação. O Altar era o lugar-símbolo da reconciliação de Deus com o
povo de Israel. Ali, uma vítima inocente era completamente queimada e
consumida, restando apenas o sangue colocado numa pequena pia e encaminhado ao
Lugar Santíssimo, o qual, depois, era aspergido sobre o propiciatório (Êx
29.11-14; Lv 4.12,16-21; 16.14-19,27). Esse rito nos leva à cruz como o único
lugar onde Deus se encontra com o pecador, a fim de perdoá-lo e reconciliá-lo
mediante o sangue da expiação (Hb 9.12; Rm 5.10,11; 2 Co 5.18,19). Na cruz, o
Cordeiro Inocente pagou a dívida do culpado e, por isso, podemos dizer: “Deus
estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 4, 28 ABR, 2019]
- Todos os aspectos
relacionados à conversão de uma pessoa e à vida recém transformada em Cristo são
executados por um Deus soberano. Os pecadores por si mesmos não podem decidir
participar dessas novas realidades (Rm 5 .10; 1Co 8.6; 11.12; Ef 2.1).è Cristo
quem possui o ministério da reconciliação
- a realidade de que Deus deseja que os homens pecadores se reconciliem com Ele
(Rm .5.10; Ef 4 .17-24). Deus chama os cristãos para proclamar o evangelho da
reconciliação aos outros (1Co 1.17). O conceito de serviço, corno servir à mesa,
deriva da palavra grega para "ministério".
Deus quer que os cristãos aceitem o privilégio de servir aos incrédulos,
proclamando o desejo de se reconciliarem. Deus por sua própria vontade e propósito
usou seu Filho, o único sacrifício aceitável e perfeito, como meio de
reconciliar os pecadores consigo, (At 2.23; Cl 1.19-20; Jo 14.6; At 4.12; 1Tm
2.5-6). Deus dá início à mudança na situação do pecador no falo de que ele o
leva de uma posição de alienação a um estado de perdão e relacionamento correto
para com ele próprio. Essa é a essência do evangelho. O mérito intrínseco da
morte reconciliadora de Cristo é infinito e a oferta é ilimitada. Esse é o
cerne da doutrina da justificação pela qual Deus declara justo o pecador
arrependido, e não computa seus pecados contra ele porque o cobre com a justiça
de Cristo no momento em que o pecador coloca a sua fé sincera em Cristo e em
sua morte sacrifical (Rm 3 .2 4—4.5; SI 32.2; Rm 4.8).
4. As Quatro Pontas e a Redenção. A ideia que a palavra nos dá é a da libertação da prisão do
pecado. Logo, Redenção é o pagamento de um preço pelo resgate de uma pessoa. O
preço: a morte de Cristo na cruz (Mt 20.28; At 20.28; Gl 3.13; 1 Tm 2.5,6; 1 Pe
1.18,19). Aqui, é importante ressaltar que o termo “redimir” aparece, na língua
grega, com o significado de “comprar e tirar fora do mercado” (uma expressão
retirada do comércio de escravos), ou seja, “resgatar” de uma vez por todas a
pessoa da escravidão. Foi isso que Jesus fez por nós quando nos libertou da
escravidão do pecado (Rm 6.22).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- Em Mateus 20.28 lemos que o
Filho do Homem veio para ... dar a sua
vida em resgate por muitos. A palavra traduzida como “por" significa "em
lugar de", enfatizando a natureza substitutiva do sacrifício de
Cristo. Um "resgate" é um
preço pago para redimir um escravo ou prisioneiro. A redenção não envolve um preço pago a Satanás. Pelo contrário, o resgate é oferecido a Deus — para satisfazer
a sua justiça e a sua ira contra o pecado. O preço pago foi a própria vida de
Cristo, como expiação com sangue (Lv 17.11; Hb 9.22). Esse, portanto, é o
significado da cruz: Cristo submeteu-se à punição divina contra o pecado em
nosso favor (Is 53.4-5; 2Co 5.21). Suportar o impacto da ira divina no lugar
dos pecadores era o "cálice" que ele disse que teria de beber.
III - O ALTAR DO
HOLOCAUSTO É UMA IMAGEM DO CALVÁRIO
“1. O lugar do sacrifício. No Altar dos Holocautos,
como visto anteriormente, as vítimas inocentes eram sacrificadas no lugar dos
pecadores. Segundo a doutrina do Antigo Testamento, confirmada no Novo, “quase
todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de
sangue não há remissão” (Hb 9.22). O lugar em que foi cumprida de uma vez por
todas tal realidade foi no Calvário (Hb 9.27,28). Nele, o Cordeiro de Deus, o
Filho Unigênito, foi sacrificado por amor a nós (Jo 3.16).”
- "É o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11). A
fraseologia evoca as próprias palavras de Cristo (Mt 26.28). "Derramamento de sangue" refere-se à
morte (Hb 7.14,18). O ministério de Cristo como Sumo Sacerdote deve ser
exercido no tabernáculo perfeito do céu. O verdadeiro Sumo Sacerdote que ofereceu
o verdadeiro sacrifício pelo pecado no verdadeiro Tabernáculo. Ele é o
cumprimento pleno das figuras sombrias do sistema levítico. O tabernáculo
terreno e seus utensílios eram somente réplicas simbólicas do verdadeiro
tabernáculo celestial (Hb 8.2), e também foram contaminados por causa das transgressões
do povo (Lv 16.16). A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao
supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (Jo
6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus. Em João 3.15, a
expressão "de tal maneira”
enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e
amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21).
“2. O lugar de punição ao pecado. O altar do holocausto denota que
todo o ato pecaminoso deveria ser punido. A santidade de Deus e sua justiça não
deixam o pecado sem punição. Infelizmente, nos tempos atuais, muitos não gostam
de ouvir acerca da gravidade do pecado e como Deus se ira com ele. É preciso
afirmar que semelhante ao altar do holocausto, o Calvário foi o lugar de
punição do pecado de toda a humanidade. Na Cruz, Deus libertou-nos do pecado e
proveu-nos eficaz salvação em Jesus, pois as Escrituras afirmam: “Porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por
Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
Romanos 6.23 descreve duas
certezas inexoráveis:
1) a morte espiritual é o salário para toda
pessoa que é escrava do pecado; e
2) a vida eterna é um dom gratuito dado por
Deus aos pecadores indignos que creem no seu filho (cf. Ef 2.8-9).
“3. O lugar de esperança. A obra no Calvário foi
muito superior e mais ampla que a dos holocaustos, pois, a partir dali, o
pecador arrependido ressuscita para uma nova vida (2 Co 5.17). A obra do
Calvário traz-nos um chamado à ressurreição. Nossa vida manifesta agora todo o
refrigério do Evangelho e da ação do Espírito Santo em nós. Por isso, o
Calvário é um lugar de esperança!” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- “...em Cristo” (2Co 5.17), essas duas palavras compreendem uma
breve, mas a mais profunda afirmação do sentido inexaurível da redenção do
cristão, a qual inclui o seguinte:
1) a segurança do cristão em Cristo, que
suportou no seu corpo o castigo de Deus contra o pecado
2) a aceitação do crente em Cristo, apenas
em quem Deus se compraz;
3) a futura segurança do crente em Cristo,
que é a ressurreição para a vida eterna e o único fiador pela herança do
cristão no céu; e
4) a participação do crente na natureza
divina de Cristo, a Palavra eterna (2Pd 1.4). A obra do Calvário nos torna nova
criatura - algo criado num nível qualitativamente novo de excelência. Diz
respeito à regeneração ou novo nascimento (Jo 3.3; Ef 2.1-3; Tt 3.5; 1Pe 1.23;
1Jo 2.29). Essa expressão abrange o perdão dos pecados do cristão pagos pela
morte substitutiva de Cristo (Gl 6.15; Ef 4.24). Para estes, “as coisas antigas já passaram” - depois
que uma pessoa é regenerada, os sistemas de valores, as prioridades, as
crenças, as paixões e os planos antigos passam a pertencer ao passado. O mal e
o pecado ainda estão presentes, mas o cristão os vê a partir de uma nova
perspectiva, a eles não mais o controlam, eis que se fizeram novas. A gramática
grega indica que essa renovação é uma condição de fato contínua. A nova
percepção espiritual do cristão de todas as coisas é uma realidade constante
para ele, e agora ele vive para a eternidade, não para as coisas passageiras. Tiago
descreve essa transformação como a fé que produz obras (Tg 2.14-25).
CONCLUSÃO
“Hoje aprendemos que o pecador precisava, no Antigo
Testamento, passar pelo “altar de sacrifícios” para que fosse aceito diante de
Deus. Mas vimos também que Cristo é a oferta suficiente e eficaz para a
expiação completa de nossa culpa. Em Cristo, somos redimidos! Portanto,
prestemos ao Senhor um verdadeiro sacrifício de louvor!” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]
- “O holocausto era um cheiro suave e agradável para Deus (Lev. 1:9,13,17)
e fazia com que a pessoa fosse aceita diante de Deus e perdoada (Levítico
1:3-4). Em Efésios 5:2, Paulo nos mostra claramente que o holocausto era uma
figura exata do Senhor Jesus Cristo, que "vos amou e se entregou a si
mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave". O Salmo 22
descreve em detalhes e profeticamente as palavras de Jesus na cruz quando Deus
lança sobre Ele os pecados do mundo inteiro "Deus meu, Deus meu, por que
me desamparaste?" (Salmo 22:1), e a agonia de ser crucificado: "todos
os meus ossos se desconjuntaram" (Salmo 22:14). E então se segue o calor
do fogo da morte: "O meu coração é como cera; derreteu-se no meio de
minhas entranhas. A minha força se secou como um caco, e a língua se me pega ao
paladar (Salmo 22:14-15) Em seu último respiro, a oferta está completa e Jesus
clama: "Está consumado" (João 19:30). "Ele o fez!" (Salmo
22:31).” (PALAVRAPRUDENTE)
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de “O
Altar do Holocausto”, responda:
• De onde vem o termo
“holocausto”?
O termo “holocausto”
vem de um prefixo hebraico que significa “ascendente” ou “aquilo que sobe”.
• Quais símbolos
preciosos o modelo estrutural do altar dos holo- caustos nos apresenta?
O Altar dos
Holocaustos indica o caminho de salvação para o pecador; os chifres do Altar
indicam um símbolo de poder, autoridade e proteção.
• Em que consistia a ação
do evento da propiciação?
O evento era uma ação
para apaziguar a ira de Deus, a fim de que a sua justiça e a santidade fossem
satisfeitas e proporcionassem um perdão eficaz ao pecador.
• O altar dos holocaustos
revela qual lugar-símbolo?
O lugar-símbolo da
reconciliação de Deus com o povo de Israel.
• Se o Altar do
Holocausto é um lugar de sacrifício e punição do pecado, o que ele também é?
O lugar de esperança. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 4, 28 ABR, 2019]