Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o
desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
- L I
Ç Ã O 1 -
7 de ABRIL de 2019
UM
MUNDO IMERSO NUMA CULTURA MATERIALISTA
TEXTO DO DIA
“Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está
nele” (1Jo 2.15).
SÍNTESE
O crente
vive em um mundo dominado por uma cultura materialista, egoísta e efêmera, mas
não se deixa dominar por ele. O seu prazer é fazer a vontade de Deus.
TEXTO BÍBLICO
1 João 2.15-17.
15 Não ameis o mundo, nem o que no
mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
16 Porque tudo o que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é
do Pai, mas do mundo.
17 E o mundo passa, e a sua
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Neste trimestre estudaremos a respeito da
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. O
conteúdo da primeira lição servirá como uma introdução ao tema do trimestre.
Nas demais lições serão detalhadas as recomendações bíblicas a respeito do
nosso relacionamento com o dinheiro, o sexo e o poder. Ao final do trimestre,
se você tiver participado de todas as aulas, provavelmente estará mais
preparado para vencer as tentações nessas áreas.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- Estamos diante de uma tríplice armadilha. Neste trimestre estaremos expostos
ao contraste entre dois mundos, duas verdades, duas fontes totalmente
diferentes. Uma vida caminha em direção à eternidade e outra vive em função dos
prazeres oferecidos pelo sistema mundano. Esta “tríplice armadilha” é antiga e
muitos tropeçaram por causa dela, precisamos estar atentos para não sermos
tragados por ela. Esta tríplice armadilha é o sistema de rebelião e orgulho que
domina o mundo sem Deus e que busca desafiar, destituir e se voltar contra a
soberania divina. – That said, let's
think maturely the Christian faith!
I. QUEM AMA O MUNDO O AMOR DO PAI NÃO ESTÁ NELE (v.15)
“1. O que é o mundo? A palavra
grega para mundo é kosmos. Ela tem três diferentes significados no Novo
Testamento. Observe: o mundo físico criado por Deus, o planeta em que vivemos
(Mt 13.35; At 17.24); a humanidade em geral, objeto do amor sacrificial de Deus
para salvação (Jo 3.16) e o sistema dominante que se opõe a Deus (Mt 16.26; Jo
14.17; 15.18). Nas lições do trimestre vamos tratar a respeito deste último (Rm
12.2).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- O termo grego tem pelo menos, sete significados, claramente
definidos no Novo Testamento, não apenas três, como cita a revista. "Kosmos"
é usado para definir o Universo como um todo (At 17.24), definir a terra (Jo 13.1;
Ef 1.4). definir o sistema mundial (Jo 12.31; Mt 4.8; 1Jo 5.19), definir toda a
raça humana (Rm 3.19), definir a humanidade menos os crentes (Jo 15.18; Rm 3.6),
definir os Gentios em contraste com os Judeus (Rm 11.12), definir somente os
crentes (Jo 1.29; 3.16,17; 6.33; 12.47; 1Co 4.9; 2Co 5.19). Nesta passagem de 1
Jo 2.15, o mundo não é uma referência ao mundo físico e material, mas ao
sistema espiritual invisível do mal dominado por Satanás (2Co 10.3-5) e tudo o
que ele oferece em oposição a Deus, à sua Palavra e ao seu povo (1Jo 5.19; Jo
12.31; 1Co 1.21; 2Co 4.4; Tg 4.4; 2Pe 1.4). Assim, a palavra Kosmos
frequentemente se refere ao vasto sistema de vida desta era, fomentado por
Satanás e existente à parte de Deus. Consiste não somente nos prazeres
obviamente malignos, imorais e pecaminosos do mundo, mas também se refere ao
espírito de rebelião que nele age contra Deus, e de resistência ou indiferença
a Ele e à sua revelação.
“2. Não ame o mundo. A Primeira
Carta de João mostra que o mundo é constituído por três tipos de pessoas: as
que não conhecem a Deus (3.1); as que são contrárias à Igreja de Cristo (3.13)
e as que são dominadas pelo maligno (5.19). O cristão não deve tomar a mesma
forma das pessoas que fazem parte do mundo (Rm 12.1,2). O crente deve renovar
sua mente por meio da Palavra de Deus, da oração e do jejum. Ele deve
influenciar, com suas ações e palavras, as pessoas que se opõem a Deus. O
crente é “sal” e “luz” e não pode jamais permitir ser influenciado pelo estilo
de vida daqueles que não conhecem a Deus. O mundo usurpa a paixão de quem se
deixa levar por ele. Por isso, precisamos estar em constante vigilância para
que não venhamos a nos acostumar com o estilo de vida daqueles que são
contrários à vontade e à ética do Reino de Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR,
2019]
- Os verdadeiros alienígenas no mundo não são os
extraterrestres, mas os cristãos. Tendo nascido de novo e recebido uma nova
natureza de origem celestial, os cristãos exibem uma natureza e um estilo de
vida como os de seu Salvador e Pai celestial; uma natureza totalmente estranha
(de outro mundo) para os não salvos (1Co 2.15-16; 1 Pe 4.3-4). Não é de admirar
que a Escritura descreva os cristãos como "peregrinos" e
"forasteiros" (Hb 11.13; 1Pe 1.1; 2.11). O Senhor Jesus não teve
origem terrena, e o mesmo acontece com os que nasceram de novo. Nossa vida transformada
ainda não se manifestou (Rm 8.18-24). Viver na realidade da volta de Cristo faz
diferença na conduta de um cristão. Uma vez que um dia os cristãos serão
semelhantes a ele, deveria crescer neles um desejo de se tornarem como ele
agora. Essa era a paixão de Paulo, expressa em Fp 3.12-14. Para isso, é preciso
purificar-se do pecado, uma atitude na qual desempenhamos um pape! (2Co 7.1; 1Tm
5.22; 1Pe 1.22).
“3. O amor ao mundo é
inconsistente com o amor de Deus. Quanto mais próximo o cristão
estiver do sistema deste mundo, mais ele se distanciará da presença de Deus.
Jesus, na oração sacerdotal, deixou claro que seus discípulos estavam no mundo
(Jo 17.11), mas eles não eram do mundo, ou seja, não se conformavam com o
sistema opressivo dominante dos homens ímpios (Jo 17.14). O discípulo de Cristo
já foi chamado e resgatado do mundo de trevas; como filho de Deus, e nova
criatura, é enviado ao mundo como luz e testemunha viva da transformação que se
dá por meio do Evangelho (Jo 17.18). Os que se amoldam ao estilo de vida do
mundo não tiveram uma experiência real com Jesus Cristo e jamais poderão
agradar a Deus. Cristo provou o seu amor por nós oferecendo a sua vida em sacrifício
vivo e perfeito. Se queremos retribuir a esse amor, precisamos viver uma vida
santa, longe dos pecados deste mundo. Paulo traz uma advertência séria para
nós, pois os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus: “Portanto, os
que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne,
mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós […]” (Rm 8.8,9).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7
ABR, 2019]
- Satanás é o deus
do presente sistema mundano (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2 Co 4.4; 5.19). Ele o
controla juntamente com uma hoste de espíritos malignos, seus subordinados (Dn
10.13; Lc 4.5-7; Ef 6.12,13). Por essa razão, o mundo e a igreja verdadeira são
dois grupos distintos de povo. O mundo está sob o domínio de Satanás (Jo
12.31); a igreja pertence exclusivamente a Deus (Ef 5.23,24; Ap 21.2). Por
isso, o crente deve separar-se do mundo. No mundo, os crentes são forasteiros e
peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe 2.11), não é possível pertencer ao mundo (Jo 15.19),
se conformar a ele (Rm 12.2), amá-lo (1Jo 2.15). Amar o mundo corrompe nossa
comunhão com Deus e leva à destruição espiritual. É impossível amar o mundo e
ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13). Amar o mundo significa estar em
estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e
prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe
a Ele. É dedicar-se aos tesouros, filosofias e prioridades vigentes. Deus diz a
Seus filhos que definam suas prioridades de acordo com o Seu sistema de valores
eterno. Devemos "buscar primeiro" o reino e a justiça de Deus (Mt 6.33).
Ninguém pode servir dois Senhores (Mt 6.24), e não podemos ser dedicados a Deus
e ao mundo ao mesmo tempo. Note, é claro, que os termos “mundo” e “terra” não
são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, isto é, à natureza, às
montanhas, às florestas, etc.
II. A COBIÇA E A SOBERBA, FRUTOS DA CULTURA MATERIALISTA (v.16)
“1. A cobiça da carne. A
concupiscência da carne é a falta de domínio sobre os desejos carnais. As
pessoas que se entregam à cobiça da carne tornam-se escravas de pecados, como
por exemplo, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias (Gl
5.19,20). Porém, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões
e concupiscências” (Gl 5.24). O cristão deve ter domínio sobre a natureza
humana, caída e pecaminosa. Algumas pessoas atribuem suas condutas imorais
somente à ação de Satanás, mas o apóstolo Tiago deixa bem claro que elas
cometem pecados motivadas pelos próprios pecados: “Mas cada um é tentado,
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7
ABR, 2019]
- “A concupiscência da carne” inclui os desejos impuros e a
busca de prazeres pecaminosos e a gratificação sensual (1Co 6.18; Fp 3.19; Tg
1.14). Manifesta-se através do desejo incontrolável de satisfazer o apetite da
carne. São as tentações que têm a sua origem de dentro para fora, é o apelo
para a vida e o prazer imediato, sem medir as consequências. Nessa armadilha, o
homem torna-se escravo de seus desejos carnais mais internos e intensos e neles
poderão estar inclusos todos os pensamentos e palavras relacionados à
fornicação, ao estupro, ao adultério, à sodomia, à sensualidade etc. Em outras
palavras, a concupiscência da carne refere-se a qualquer coisa que agrade à
natureza decaída do ser humano. Em Tiago 1.14 ‘pela sua própria cobiça’ refere-se
à luxúria, ao forte desejo da alma humana de desfrutar ou adquirir algo para
satisfazer a carne. A natureza caída do homem tem a propensão para desejar
fortemente qualquer pecado que a satisfará (Rm 7.8-25). A expressão "sua
própria" descreve a natureza individual da luxúria — ela é
diferente para cada pessoa em conseqüência das tendências herdadas, do
ambiente, da criação e das escolhas pessoais. A gramática grega também indica
que essa "cobiça" é o agente ou a causa direta do pecado individual. (Mt
15.18-20). Note, ainda, os termos ‘atrai’ - essa palavra grega era
usada para descrever animais de caça que eram atraídos para armadilhas. Assim
como os animais podem ser levados à morte por meio de iscas atrativas, a
tentação promete às pessoas algo bom, que, na verdade, é prejudicial, ‘seduz’
Um termo de pesca que significa "capturar" ou "pegar com
isca" (2Pe 2.14,18). Forma um paralelo com "atrai".
“2. A cobiça dos olhos. Os olhos
são considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelos
interesses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiça
desenfreada e ao afastamento da vontade de Deus. A Bíblia narra alguns
episódios de pessoas que, devido à cobiça dos olhos, atraíram para si
resultados desastrosos.
- ‘A Concupiscência dos Olhos’ – trata-se do desejo intenso
de adquirir bens materiais. Enquanto a concupiscência da carne manifesta-se de
dentro para fora, a concupiscência dos olhos ataca o homem de fora para dentro.
É quando o homem acredita que a felicidade é encontrada nas coisas que se pode
comprar com o dinheiro e usufruir com os olhos. Normalmente esse desejo está
associado diretamente com a avareza, buscando preencher com bens aquilo que só
Deus pode preencher, ou seja, o vazio do coração humano.
Observe:
a) Adão e
Eva. A narrativa da criação apresenta a entrada do
pecado no mundo tendo sua origem na cobiça dos olhos. A ambição dos olhos
conduziu à desobediência (Gn 3.6,7);
- Em Gn 3.6, Eva viu que a oferta da serpente era boa... agradável... desejável. Eva achou
que Satanás estava dizendo a verdade e que ela havia entendido Deus erroneamente,
não sabia, porém, o que estava fazendo. Não foi uma rebelião manifesta contra
Deus, mas sedução e engano para fazer com que a mulher acreditasse que seu ato
era a coisa certa a fazer (Gn 3.13). O NT confirma que Eva foi enganada (2Co
11.3; 1Tm 2.14; Ap 12.9). O fato dela ter tomado do fruto e comido, caracteriza
transgressão direta sem ilusão (1Tm 2.13-14). É importante que se diga que o papel
subordinado da mulher depois da queda não resultou em uma corrupção cultural e
chauvinista do desígnio perfeito de Deus; pelo contrário, Deus estabeleceu o
papel da mulher como parte dc sua criação original (1Tm 1.3). Deus criou a
mulher depois do homem para que ela fosse sua auxiliadora idônea (Gn 2.18; 1Co
11.8-9). Na verdade, a queda confirma o plano divino de criação (Gn 3.1-7). Por
natureza, Eva não foi criada para assumir a postura de responsabilidade máxima.
Ao abandonar a proteção de Adão e usurpar a liderança dele como cabeça, ela era
vulnerável e caiu, confirmando, assim, a importância de permanecer sob a
proteção e a liderança de seu marido (2Tm 3.6-7). Depois Adão transgrediu a sua
função de liderança, seguiu Eva em seu pecado e mergulhou a raça humana na
pecaminosidade — tudo isso está ligado à violação das funções planejadas por Deus
para o homem e a mulher. Por fim, a responsabilidade pela queda ainda é de
Adão, uma vez que ele optou por desobedecer a Deus sem ter sido enganado (Rm
5.12-21; 1Co 15.21-22).
b) Acã. Durante a
conquista liderada por Josué, Acã avista entre os despojos de guerra uma linda
capa babilônica, vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda a comunidade foi
prejudicada (Js 7.20,21);
- Há quatro passos progressivos no pecado de Acã: "vi...
cóbiceí-os... tomei-os... estão escondidos". A ‘Boa capa babilônica’ era uma túnica
ornamentada e cara de Sinar, embelezada com representações de homens ou
animais, tecidas ou bordadas, e talvez enfeitada com joias.
c) Davi. Quando
estava em um lugar que não deveria estar, vê uma formosa mulher (casada)
tomando banho. Ele a cobiça, comete adultério e depois um assassinato (2Sm
11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não estão
atentas ao risco da cobiça dos olhos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- O pecado de Davi com Bate-Seba seguiu o mesmo padrão do
pecado de Acã (25m 11; Tg 1.14-15). A concupiscência dos olhos se refere à
cobiça ou desejo descontrolado por coisas atraentes aos olhos, mas proibidas
por Deus, inclusive o desejo de olhar para o que dá prazer pecaminoso (Êx
20.17; Rm 7.7). Nesta era moderna, isso inclui o desejo de divertir-se
contemplando pornografia, violência, impiedade e imoralidade no teatro, na
televisão, no cinema, ou em periódicos (Gn 3.6; Js 7.21; 2 Sm 11.2; Mt 5.28).
“3. A soberba da vida. Pessoas
famosas acabam influenciando outras, em especial a juventude. Jovens também
querem, a todo custo, fama, dinheiro e prestígio. Aquele que não tem o temor de
Deus busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar renuncia à
prática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O mundo
consumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grande
influência no comportamento das pessoas. Mas o maior e melhor modelo a ser
seguido é Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendo
uma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas
(Fp 2.6-11).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- “A soberba da vida”, que significa o espírito de
arrogância, orgulho e independência auto-suficiente, que não reconhece Deus
como Senhor, nem a sua Palavra como autoridade suprema. Tal pessoa procura
exaltar, glorificar e promover a si mesma, julgando não depender de ninguém (Tg
4.16). O homem soberbo é aquele que confia em seu próprio poder, recursos e
despreza, vergonhosamente, a lei de Deus e os direitos humanos. É alguém
arrogante que tenta impressionar os outros com sua importância. O homem soberbo
é aquele que se vangloria com as riquezas externas que possui, com sua posição
social, inteligência, joias, veículos, roupas etc. É alguém que gosta de estar
em evidência em detrimento dos outros. É aquele indivíduo que se torna um
“deus” de si mesmo e é movido por uma espécie de alucinação ilusória de si.
III. ENTRE O MATERIALISMO TEMPORÁRIO E A VONTADE ETERNA DE DEUS
“1. A vida é passageira. Algumas
pessoas, enquanto jovens, pensam que a juventude vai durar para sempre, mas ela
é passageira. O autor de Eclesiastes, no capítulo 12, aborda de maneira
magistral, a respeito do envelhecimento humano. Ele incentiva o temor e reverência
a Deus desde o tempo de força e vitalidade (juventude), para não chegar ao
final da vida sem forças, sem desejos e com o peso do arrependimento. Tudo teve
um começo e terá um fim, a vida também. Ela é efêmera e um dia teremos de
prestar contas a Deus do que fizemos com nossos recursos, dons e talentos. Por
isso, a necessidade de priorizar o que é eterno. Não coloque a sua confiança
nos prazeres momentâneos ou nos bens e recursos humanos, pois o conselho
bíblico continua atual: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade,
antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não
tenho neles contentamento” (Ec 12.1).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- Lembre-se de que você é propriedade de Deus, por isso,
empregue sua vida para servi-Lo desde o início de seus anos e não no final,
quando a capacidade de servir se torna bastante limitada. Sabemos que a vida é
passageira, afirmamos isso de olho nos acontecimentos e até mesmo de acordo com
a palavra, quando Moisés pergunta o que é a vida? Moisés diz que é no máximo 70
anos e depois disso são anos difíceis. Por outro lado vivemos de uma forma que
parece que não temos convicção daquilo que falamos. O conselho de Salomão é
aplicável a qualquer jovem que leia essas palavras, independente da época ou
lugar que ele ou ela esteja vivendo. A mensagem de Eclesiastes 11:9-10 diz-nos
que Deus não é um desmancha prazeres! O padrão normal de vida que Ele deseja
para nós inclui a felicidade e o prazer que Ele nos deu. Porém, deve haver
equilíbrio em nosso viver diário. Eclesiastes, adequadamente entendido no
contexto de toda a Bíblia, dá-nos orientações divinas para uma vida com
alegria.
“2. Jovens que venceram a oferta
do mundo por meio da Palavra. O texto de 1 João 2.15-17 faz parte de um contexto
literário maior. Ele está unido a 1 João 2.12-14, que afirma ter os jovens já
vencido as ofertas do mundo por meio da Palavra. O autor enfatiza: “[…] Eu vos
escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já
vencestes o maligno” (v.14). Texto que, por sua vez, também tem relação com a
passagem bíblica precedente (vv.3-11). Jovem, você já venceu as ofertas do
mundo, procure fazer a vontade de Deus e observe os mandamentos do Senhor.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7
ABR, 2019]
- Em 1Jo 2.14, "Jovens" são aqueles que, embora
não tendo a experiência madura de conhecer a Deus na Palavra e por meio da
vida, conhecem a sã doutrina. São fortes contra o pecado e o erro porque a
Palavra de Deus está neles. Assim, eles vencem as artimanhas do diabo, que
destrói os inexperientes (Ef 4.14). Urna vez que os esforços de Satanás
concentram-se na falsidade e no engano, eles o vencem. "Filhinhos"
são aqueles que têm somente o conhecimento básico de Deus e precisam crescer. Todos
estão na família de Deus e manifestam o caráter de Cristo em diferentes níveis.
“3. Trabalhando em favor do que é
eterno. Jesus, após a multiplicação dos pães, recomenda a
seus ouvintes trabalharem “não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna” (Jo 6.27). Ele acrescenta que a libertação
verdadeira se dá somente aos que “permanecerem em sua palavra” (Jo 8.31). Deus
quer que as pessoas compreendam sua vontade (Ef 5.17) e conheçam seus atos e
caminhos (Sl 103.7). Quem ama a Deus sente alegria em fazer a vontade divina e
tem a garantia da vida eterna. Procure fazer a vontade de Deus ainda que você
tenha que abrir mão daquilo que deseja, pois a vontade de Deus para os seus
filhos é sempre boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7
ABR, 2019]
- Jesus repreendeu a multidão por causa das noções
materialistas que tinham a respeito do reino messiânico (Jo 6.26; 4.15). Embora
um dia o reino do Messias será um reino litoral e físico, o povo não percebia o
seu caráter e as suas bênçãos espirituais maiores de "vida eterna"
dadas imediatamente àqueles que creem no testemunho de Deus do seu Filho, comida...
que subsiste para a vida eterna -
a continuação do sermão indica que isso é uma referência ao próprio Jesus (v.
35). O primeiro passo no desenvolvimento rumo ao verdadeiro discipulado é crer
em Jesus Cristo como o Messias e o Filho de Deus. ‘Se vós permanecerdes na minha
palavra, sois verdadeiramente meus discípulos’ - isso revela o segundo passo
no desenvolvimento rumo ao verdadeiro discipulado. Obediência perseverante à Escritura
(Mt 28.19-20) é o fruto ou a evidência de fé genuína (Ef 2.10). A palavra
"permanecer" significa ater-se continuamente às palavras de
Jesus. O crente genuíno adere com firmeza aos ensinos de Jesus, obedece a eles
e o pratica. A pessoa que permanece no ensino de Jesus tem o Pai e o Filho (2Jo
9; cf. Hb 3.14; Ap 2.2b). Os discípulos verdadeiros são tanto alunos (o sentido
básico da palavra) como seguidores fiéis. A mente renovada é uma mente cheia da
Palavra de Deus e controlada por ela. “boa, agradável e perfeita” - uma
maneira santa de viver que Deus aprova. Essas palavras, emprestadas da
linguagem do sacrifício rio Antigo Testamento, descrevem uma vida moral e
espiritualmente imaculada, exatamente como os animais sacrificados tinham de
ser (cí. Lv 22.19-25).
CONCLUSÃO
“Nesta primeira lição aprendemos que o mundo
jaz no maligno e não deve ser amado e desejado, pois quem assim o faz, o amor
de Deus não está nele. Aprendemos também que a cobiça da carne, a cobiça dos
olhos e a soberba da vida são frutos de uma cultura materialista, que valoriza
as coisas e usa as pessoas. A vida e os seus prazeres são passageiros, mas quem
faz a vontade de Deus permanecerá eternamente em comunhão com Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 1, 7 ABR, 2019]
- É importante concluir afirmando que o crente não deve ter
comunhão espiritual com aqueles que vivem o sistema iníquo do mundo (Mt 9.11; 2
Co 6.14); deve reprovar abertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11), deve ser
sal e luz do mundo para eles (Mt 5.13, 14), deve amá-los (Jo 3.16), e deve
procurar ganhá-los para Cristo (Mc 16.15; Jd 22,23). Também é importante frisar
que da parte do mundo, o verdadeiro cristão terá tribulação (Jo 16.33), ódio
(Jo 15.19), perseguição (Mt 5.10-12) e sofrimento em geral (Rm 8.22,23; 1 Pe
2.19-21). Satanás, usando as atrações do mundo, faz um esforço incessante para
destruir a vida de Deus dentro do cristão (2 Co 11.3; 1 Pe 5.8). Sabemos que o
presente sistema é temporário e será destruído por Deus (Dn 2.34,35, 44); 2 Ts
1.7-10; 1 Co 7.31; 2 Pe 3.10; Ap 18.2).
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2019
HORA DA REVISÃO
1. Quais são os três significados da palavra mundo
no Novo Testamento?
O mundo físico criado por Deus, o planeta em que
vivemos, a humanidade em geral, objeto do amor sacrificial de Deus para a
salvação e o sistema dominante que se opõe a Deus.
2. Conforme a Primeira Carta de João, quais as
características de quem ama o “mundo”?
As características são: Não conhece a Deus (3.1), é
contrário à igreja de Cristo (3.13) e dominada pelo maligno (5.19).
3. Quais os exemplos bíblicos de cobiça dos olhos
que trouxeram resultados desastrosos, citados na lição?
A lição cita três exemplos: 1) Adão e Eva — a
cobiça dos olhos conduzindo à desobediência (Gn 3.6-7); 2) Acã — a cobiça por
uma linda capa babilônica que prejudicou todo o povo (Js 7.20-21); 3) Davi — a
cobiça dos olhos que resultou em adultério (2Sm 11—12).
4. Qual a recomendação dada por Jesus após o
milagre da multiplicação dos pães?
Jesus, após a multiplicação dos pães, recomenda a
seus ouvintes trabalharem “não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna” (Jo 6.27).
5. Segundo a lição, como é a vontade de Deus?
A vontade de Deus para os seus filhos é sempre boa,
agradável e perfeita (Rm 12.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre
2019. Lição 1, 7 ABR, 2019].