Título: O Tabernáculo — Símbolos da obra redentora de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
- L I Ç Ã O
5 -
5 de MAIO de 2019
A PIA
DE BRONZE: LUGAR DE PURIFICAÇÃO
TEXTO ÁUREO
“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo
15.3).
VERDADE PRÁTICA
A Pia
de Bronze é o símbolo do processo da santificação que Cristo realiza em nós
através de seu sangue e da Palavra de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 30.18-21; 40.30-32;
1 Coríntios 6.11; Efésios 5.26,27.
Êxodo 30
18 Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para
lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela.
19 E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus
pés.
20 Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com
água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para
acender a oferta queimada ao Senhor.
21 Lavarão pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto
lhes será por estatuto perpétuo, a ele e à sua semente nas suas gerações.
Êxodo 40
30 Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar e
derramou água nela, para lavar.
31 E Moisés, e Arão, e seus filhos, lavaram nela as mãos e os
pés.
32 Quando entravam na tenda da congregação e quando chegavam
ao altar, lavaram-se, como o Senhor ordenara a Moisés.
1 Coríntios 6
11 E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas
haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus
e pelo Espírito do nosso Deus.
Efésios 5
26 para a santificar, purificando-a com a lavagem da água,
pela palavra,
27 para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula,
nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
INTRODUÇÃO
“O nosso presente estudo é sobre a Pia de
Bronze. Continuamos a avançar no Tabernáculo. Assim, veremos o simbolismo da
limpeza e da pureza que a Pia de Bronze apresenta; estudaremos os dois aspectos
do rito de lavagem presentes na função dos sacerdotes; e, finalmente, seremos
chamados à responsabilidade acerca da necessidade e urgência de vivermos uma
vida santa e irrepreensível diante de Deus e dos homens.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- Os utensílios do Tabernáculo
estão sendo expostos de maneira que o leitor possa sentir-se adentrando o
santuário e contemplando detalhadamente cada peça. Nesta lição será explorada a
única peça do Tabernáculo que não possui detalhes das suas dimensões. Feita “dos espelhos das mulheres que se reuniram
para servir à porta da tenda da congregação” (Ex 38.8), estava posicionada
“entre a tenda da congregação e o altar”
(Ex 30.18). O uso da Pia de Cobre era para Aarão e seus filhos lavar suas mãos
e seus pés em água limpa quando entrassem na tenda da congregação, ou quando
chegassem ao altar para ministrar (Ex 30.19-21). A água posta na nesta Pia, como
a água do batismo, representa a obra de Cristo e sua suficiência para lavar-nos
da condenação dos nossos pecados. A água do batismo manifesta como Cristo foi
sepultado por nossos pecados e a Sua saída da água como Ele foi ressuscitado
dentre os mortos, pela glória do Pai (Rm 6.3-6). Assim “andemos nós também em novidade de vida”! – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I. A PIA DE
BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE
“1. A pia de bronze e a água (Êx 30.18,19). Deus ordenou a Moisés
que fizesse uma pia de bronze. O objetivo era que antes de entrar ou sair do
Tabernáculo, Arão e seus filhos lavassem as mãos e os pés. O ofício de
apresentar holocaustos ao Senhor era Santo. Não é possível apresentar-se diante
de Deus de maneira a não reconhecer sua santidade e justiça. Oferecer um
sacrifício a Deus é prestar-lhe um culto santo e reverente. Não podemos perder
o senso de piedade e reverência diante de Deus. Por isso, nossos cultos, bem
como nossas vidas, devem refletir a santidade de Deus (1Pe 1.15,16).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- Lavar as mãos e os pés era
obrigatório antes do envolver-se nos deveres sacerdotais. Novamente, a necessidade
de estar cerimonialmente purificado é vista na advertência de morte caso essa
lavagem fosse negligenciada. Nada era feito casualmente no santuário ou no
átrio. A santidade, em essência, define a nova natureza e conduta do cristão em
contraste com o seu estilo de vida anterior à salvação. A razão para praticarem
um estilo santo de vida é que os cristãos estão associados com o Deus santo e
devem tratar a ele e sua Palavra com respeito e reverência. Portanto, nós o glorificamos
da melhor maneira quando somos semelhantes a ele (1Pd 16-17; Mt 5.48; Ef 5.1; Lv
11.44-45; 18.30; 19.2; 20.7; 21.6-8)
“2. Os sacerdotes e a santidade (Êx 30.20). Ao entrarem no
Tabernáculo, os sacerdotes deveriam se lavar “para não morrer”. Fosse para
ministrar, fosse para acender a oferta no altar, eles deveriam lavar-se antes.
Há que se destacar a expressão “para não morrer”. O ato colocava em risco a
vida dos sacerdotes. Apresentar-se diante de Deus sem atentar para a exigência
da purificação poderia custar-lhes a vida. Hoje, nós, os obreiros de Cristo,
devemos pautar nossas vidas na obra, exercitando-nos na piedade e na santidade.
Somos santos porque fomos chamados por um Deus Santo. Somos chamados para ser
um modelo de santidade. Não nos esqueçamos: “Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- “A lavagem das mãos e dos pés dos sacerdotes era muito importante ao
Senhor; a atenção ou desatenção ao deste único detalhe fazia a diferença entre
a vida ou a morte dos sacerdotes. Tal atenção de Deus Pai sobre os atributos
daqueles que ministravam as coisas sagradas nos ensina várias verdades.
Primeiramente a santidade de Deus Pai Quem exige tal lavagem constate é
manifesta (I Pe 1.16, “Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou
santo”). Em segundo lugar, entendemos a pureza de Cristo Quem o nosso Mediador
entre o homem e Deus (I Pe 2.22) e, finalmente, como o povo de Deus em geral, e
o ministrante da Palavra de Deus em particular, devem ser constantemente
adentro da Palavra de Deus para manterem-se capazes de entrar e sair da
presença de Deus. O salmista nos relembra da necessidade de ser limpos quando
diz: “Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade,
nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da
sua salvação”, Sl 24.3-5). Note também como Davi ensina essa verdade pela sua
pratica: Sl 26.6, “Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, SENHOR,
ao redor do teu altar”. Essas três verdades são enfatizadas pela qualificação:
“será por estatuto perpétuo” (Ex 30.21)” (PALAVRAPRUDENTE). Em
Hebreus, “Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” é explicado como:
1) voltar-se para Deus com plena fé e
consciência limpa (10.14,22) e
2) aceitar de maneira genuína Cristo como o
Salvador e sacrifício pelo pecado, que levou o pecador à comunhão com Deus. Os
incrédulos não estarão motivados a aceitar Cristo se a vida dos cristãos não
demonstrar as qualidades que Deus deseja, incluindo paz e santidade (Jo 13.35;
1Tm 4.3; 1Pd 1.16).
“3. A santidade para a vida (Êx 30.21). O versículo 21 traz-nos a
ideia de um pacto perpétuo a respeito do rito de lavagem da purificação. Esse
rito seria um estatuto perpétuo para os sacerdotes. Disso dependeria a vida
deles. Viver a vida de maneira santa, separada, única e exclusivamente para
Deus é a vocação de todo obreiro chamado para a sua obra. Santidade ao Senhor
gera espiritualidade profunda. Santidade ao Senhor gera uma vida de compromisso
com Deus. Santidade gera vida no altar de Deus!” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- “As mãos e os pés dos sacerdotes tinham que ser lavados constantemente
para não morrerem os Sacerdotes quando entraram na tenda para ministrar nas
coisas sagradas, ou para não morrerem quando chegarem ao altar para ministrar,
nisso aprendemos da natureza de Jesus Cristo (Ex 30.20, 21). Por Jesus ser
divino e, ao mesmo tempo, ser homem sem pecado, Ele é completamente e
constantemente limpo - I Pe 2.22, “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca
se achou engano”. A palavra ‘engano’ “dolos” significa no grego engano,
traição, deslealdade, cilada astuta, perfídia, (# 1388, Strong’s). Não há como
Nosso Mediador ser pego na iniqüidade e assim ser condenado e morto algo que
resultaria em nós ser deixados sem nenhuma salvação.” (PALAVRAPRUDENTE). “Devemos entender que todo homem precisa
passar pela purificação, antes de aproximar-se do Senhor para adorá-Lo e
servi-Lo. Esta limpeza acontece, quando a Palavra de Deus penetra em nosso
íntimo. É no interior do homem que a Palavra de Deus promove a necessária
purificação e limpeza, qualificando-o a estar na presença do Senhor. Jesus quer
para si um povo limpo através da Palavra, Ef 5.25-26, "...como também
Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a
santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra".
Observe ainda como este conceito de purificação é claro nas palavras de Jesus
aos seus discípulos em João 15.3, "Vós já estais limpos pela palavra que
vos tenho falado". Somente podemos nos tornar limpos através da ação da
Palavra de Deus em nós, tirando-nos toda sujeira e imundícia características do
pecado!” (IBVIR)
II. A PIA DE
BRONZE: LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA
“1. A Pia de Bronze (cobre) entre o Altar do Holocausto e o Tabernáculo. O termo hebraico para “pia” é kyyor, que significa “lugar
de se lavar”. Era uma bacia redonda. É assim que a imagem da Pia de Bronze é
geralmente apresentada nas ilustrações. Para entrar no santuário do
Tabernáculo, após ministrar no Altar dos Holocaustos, o sacerdote lavava-se na
Pia de Bronze com água limpíssima. Ora, o nosso pecado foi expiado por Cristo
no Calvário, o que significa que toda a nossa sujeira foi limpa para a glória de
Deus. Fomos “lavados” pelo “sangue remidor” de Jesus (1Co 6.11). No dia a dia,
encontramo-nos vulneráveis às imundícias das obras da carne. Entretanto, temos
um recurso divino, que nos purifica e santifica, prefigurado pela Palavra de
Deus (cf. 1Jo 1.7,8,10). O sangue de Jesus quitou a nossa culpa, cuja natureza
humana estava condenada a se curvar sempre diante das tentações e do pecado (Rm
3.24,25; Ef 1.7). Assim, a Palavra de Deus é o espelho que reflete a nossa nova
natureza e as obras que devemos praticar com a ajuda do Espírito Santo.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- “A Pia de Bronze (tvxn rwyk - kiyowr nechosheth) ficava no Átrio do
Tabernáculo entre o Altar e a Tenda da Congregação. Era o local onde os filhos
de Arão deveriam lavar as mãos e os pés para adentrarem a Tenda. Embora possa
haver uma discussão entre os estudiosos em relação ao material utilizado na
Pia, se cobre ou bronze, e isto em razão do termo hebraico tvxn, significar
tanto cobre, como bronze, parece ser coerente pensar que o mais correto seria
traduzir o termo hebraico "tvxn" por "cobre". Citando Cole:
"Para sermos coerentes, deveríamos traduzir ‘cobre’. Era provavelmente
bronze (uma liga de cobre e estanho), mas o hebraico não dispunha de um termo
especial para este material".” (IBVIR)
Em 1Co 6.11, o termo lavastes refere-se à nova vida, mediante
a limpeza e regeneração espiritual (cf. |o .1.3-8; 2 C o 5.17; Ef 2.10; T t
3.5). Santificados, resulta num novo comportamento, o qual uma vida
transformada sempre produz. A dominação total do pecado é quebrada e
substituída por um novo padrão de obediência e santidade. Embora não seja
perfeita, essa é uma nova direção (Rm 6.17-18,22). O cristão genuíno tem por
hábito andar na luz (verdade e santidade) e não em trevas (falsidade e pecado).
Seu modo de andar também resulta na purificação do pecado enquanto o Senhor continuamente
perdoa seus filhos. Uma vez que aqueles que andam na luz compartilham o caráter
de Deus, eles habitualmente são caracterizados pela santidade de Deus, indicando
sua verdadeira comunhão com ele (Tg 1.27). O cristão genuíno não anda em
trevas, mas somente na luz (2Co 6.14; Ef 3 : CI1.12-13), e a purificação do
pecado ocorre continuamente.
“2. A lavagem na Bacia de Bronze. A Pia era de bronze polido, fabricado com o espelho das
mulheres (Êx 38.8). Assim, exposta à luz do sol, a partir da água limpíssima,
toda impureza era revelada no interior da bacia. À semelhança dessa figura, a
obra regeneradora do Espírito Santo nos torna completamente limpos das sujeiras
do pecado (2Co 5.17; Ef 5.26). Outro ponto que devemos destacar é a consciência
de pureza que os sacerdotes deveriam ter para estar na presença de Deus, pois
quando se lavavam, as sujeiras desapareciam de seus corpos. Sabiam que, doutra
forma, não poderiam celebrar no interior do Tabernáculo. Só a Palavra de Deus é
eficaz para revelar o pecado do nosso coração, expô-lo e removê-lo. A imagem
dessa bacia nos rememora à santidade de Deus e a necessidade de se buscar uma
vida de retidão, tanto na área espiritual quanto na moral. Somos de Deus,
ovelhas de seu rebanho.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- É importante salientar que os
espelhos usados nos tempos antigos não eram de vidro, não se pareciam como os
de hoje, mas de metal polido. Bronze era o metal normalmente empregado para este
propósito, e era de uso comum no Egito, onde os espelhos eram placas de bronze,
redondas ou ovais, com uma alça. As mulheres ofereceram voluntariamente para o
serviço de Deus seus espelhos, peças que estavam entre as mais apreciadas entre
seus bens. Moisés, para marcar a aprovação de sua devoção, com esta oferta
confeccionou o mais honrado de todos os vasos de bronze e registrou o fato para
o crédito feminino. As mulheres que se reuniram à entrada da tenda de reunião
eram provavelmente mulheres devotas que amavam o serviço público da religião. A
desistência de seus espelhos para o uso do santuário era um sacrifício adequado
para tais mulheres fazerem (Êx 35.22). Em nota ao texto de Êxodo 38.8, Joseph
Benson comenta: “Ele fez a pia de latão —
A fonte de latão para os sacerdotes lavarem antes do culto, Êxodo 30:18 . Essa
pia significou a provisão que é feita no evangelho para purificar nossas almas
da poluição do pecado pelo sangue expiatório de Cristo e do Espírito
regenerador de Deus, para que possamos estar aptos a servir a Deus em santos
deveres. É dito aqui que são feitos os óculos, (ou melhor, os espelhos, porque
não eram óculos) das mulheres que se reuniram à porta do tabernáculo —
Espelhos, antes da invenção do vidro, eram feitos de latão polido. Plínio diz
que os de latão e lata misturados eram considerados os melhores, antes que os de
prata viessem a ser usados. Estes aqui mencionados, sem dúvida, eram do melhor
tipo de latão, e as mulheres que os deram parecem ter sido eminentes por
devoção, freqüentando mais constantemente do que outros no local de culto
público, que, aqui, é levado em conta para a sua honra. Na pia, esses espelhos
eram artisticamente unidos ou então fundidos e lançados de novo; mas é provável
que a pia estivesse tão brilhantemente polida que os lados dela ainda serviam
de espelhos, que os sacerdotes, quando viessem lavar-se, pudessem ver seus
rostos e assim descobrir as manchas para lavá-lo”.
Por estarmos agora em Cristo,
somos novas criaturas, segundo Paulo em 2 Co 5.17. Essas palavras compreendem
uma breve, mas a mais profunda afirmação do sentido inexaurível da redenção do
cristão, a qual inclui o seguinte:
1) a segurança do cristão em Cristo, que
suportou no seu corpo o castigo de Deus contra o pecado;
2) a aceitação do crente em Cristo, apenas em
quem Deus se compraz;
3) a futura segurança do crente em Cristo, que
é a ressurreição para a vida eterna ao único fiador pela herança do cristão no
céu; e
4) a participação do crente na natureza divina
de Cristo, a Palavra eterna (2Pd 1.4).
Nova criatura descreve
algo criado num nível qualitativamente novo de excelência. Diz respeito à
regeneração ou novo nascimento (Jo 3.3; Ef 2.1-3; Tt 3.5; 1Pe 1.23; 1Jo 2.29).
Essa expressão abrange o perdão dos pecados do cristão pagos pela morte
substitutiva de Cristo (Gl 6.15; Ef 4.24). Depois que uma pessoa é regenerada,
os sistemas de valores, as prioridades, as crenças, as paixões e os planos
antigos passam a pertencer ao passado. O mal e o pecado ainda estão presentes, mas
o cristão os vê a partir de uma nova perspectiva, eles não mais o controlam. A gramática
grega indica que essa renovação é uma condição de fato contínua. A nova
percepção espiritual do cristão de todas as coisas é uma realidade constante
para ele, e agora ele vive para a eternidade, não para as coisas passageiras. Tiago
descreve essa transformação como a fé que produz obras (Tg 2.14-25). A graça
salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt
2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.
“3. A Pia de Bronze e o caráter de juízo. No Altar dos Holocaustos, o juízo sobre o pecador era
aplicado na oferta do sacrifício, cobrindo o seu pecado. Nesse sentido, as
águas da pia cumpriam uma função de limpeza dos sacerdotes que passaram por
aquele processo. De igual modo, nosso Senhor tomou sobre si o juízo que
merecíamos, morrendo vicariamente por nós (2Co 5.21; Gl 1.4). Nesse aspecto, à
semelhança das águas purificadoras, a Palavra de Deus tem o poder de limpar e
disciplinar nossa vida (Hb 4.12,13). Embora nossos pecados tenham sido expiados
(Hb 10.17), ainda temos de nos chegar a Deus, continuamente, para sermos limpos
de tudo o que desagrada-o: pensamentos, palavras e obras. Infelizmente,
acidentes ocorrem no caminho da jornada cristã, e precisamos nos quebrantar na
presença de Deus. Busquemos a santidade em Jesus Cristo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- A pia é de grande
significação espiritual em nossa experiência Cristã. No altar de bronze nós
vemos nossa justificação. Na pia vemos nossa santificação. Em 2 Co 5.21, Paulo
resume o cerne do evangelho, solucionando o mistério e o paradoxo dos versículos
18-20, e explicando como os pecadores podem se reconciliar com Deus por meio de
Jesus Cristo. Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas da imputação e
substituição como nenhum outro versículo, aquele que não conheceu pecado. Jesus
Cristo, o Filho de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; Lc 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb
4.15; 7.26; 1Pd 1.19; Ap 5.2-10). Deus, o Pai, usando o princípio da imputação,
tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não o fosse, e o fez morrer
com o um substituto, a fim de pagar o castigo pelos pecados daqueles que creem
nele (Is 53.4-6; Gl .3.10-13; 1Pd 2.24). Na cruz, ele não se tornou um pecador
(como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo como sempre. Foi tratado como
se fosse culpado de todos os pecados já cometidos por todos aqueles que
creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido nenhum. A ira de Deus foi
exaurida nele e a condição justa da lei de Deus atendida para aqueles pelos quais
morrera, justiça de Deus. A justiça creditada na conta do cristão é a justiça
de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9), Como Cristo não
era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo os cristãos que
ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como se fossem
justos. Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam experimentar a sua
justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os pecados dos cristãos, e
trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as obras justas do Filho de
Deus sem pecado. Ninguém pode evitar o pecado por meio de esforços humanos ou
pelo cumprimento da lei (Rm 3.20); portanto, ele deve ser perdoado, o que
Cristo realizou por meio de sua morte expiatória na cruz (2Co 5.19-21; 1Pd
2.24).
III. DOIS ASPECTOS
DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES
“1. A lavagem completa. Essa lavagem era mais do
que simplesmente lavar mãos e pés. Significava uma “obra regeneradora”, que
implicava o primeiro passo para a consagração sacerdotal. Hoje, é inaceitável
que um ministro queira servir na Casa de Deus sem ter passado pela obra da regeneração
(Jo 13.10). É preciso que os obreiros do Senhor tenham experimentado uma
“limpeza completa” da alma e da mente. É preciso nascer da Palavra e do
Espírito (Jo 3.5,7; Jo 15.3; Tt 3.5; 1Pe 1.23).”
- No Antigo Testamento, quando
a água é usada de maneira figurada, isso geralmente se refere à renovação ou
purificação espiritual, especialmente quando usada em conjunção com
"espírito" (Nm 19.17-19; SI 51.9-10; Is .32.15; 44.3-5; Jr 2.13; Jl
2.28-29). A bacia fala de Jesus, que na última ceia lavou os pés de cada
discípulo. Jesus é a Palavra. Não precisamos mais de um espelho humano para ver
o que há de errado conosco, mas a Palavra é que nos vai revelar o que precisa
ser mudado, melhorado. “A própria palavra que tenho proferido, essa o julgará
no último dia.” (João 12.48) Ver também Tiago 1.23-24. A purificação realizada
por Cristo na salvação não precisa nunca ser repetida — uma vez que ela tenha
acontecido, a expiação está completa. Mas todos os que foram purificados pela
graciosa justificação de Deus necessitam de lavagem constante no sentido
experimental, na medida em que lutam contra o pecado na carne. Os crentes são
justificados e justiça lhes é imputada (Fp 3.8-9), mas ainda precisam de
santificação e justiça pessoal (Fp 3.12-14). É necessário experimentara lavagem
espiritual ou purificação da alma realizada pelo Espírito Santo por meio da
palavra de Deus, e isso no momento da salvação (Ef 5.26; Tt 3.5), requerida
para poder pertencer ao reino, então, é inconcebível haver obreiros/ministros
que não sejam nascidos de novo.
“2. A lavagem progressiva e constante. No dia a dia sacerdotal, a
limpeza exigida para ministrar no Lugar Santo era apenas das mãos e dos pés (Êx
30.19). Mas, de acordo com a doutrina do Novo Testamento, o “lavar-se”, aqui,
destaca o ato do Espírito que opera em nós a santificação (Ef 5.26; 2Co 7.1).
Nesse sentido, a consagração dos sacerdotes dava-se nos termos do compromisso
de uma vida santificada. Esse mesmo compromisso é que deve permear a vida do
obreiro, que se acha vocacionado para realizar a obra do Senhor.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
Água serve para lavar, limpar,
purificar. Uma equipe médica, antes de uma cirurgia, passa um bom tempo lavando
as mãos e escovando as unhas. Jesus disse a Pedro, em João 13.8 “se eu não te lavar, não tens parte comigo”.
Com frequência, a Escritura encoraja os cristãos a agir com base nas promessas
de Deus (Rm 12.1; 2Pe 1.3). Cada cristão deve fazer em sua própria vida uma ‘limpeza/purificação’
de toda impureza. Essa palavra grega, que aparece somente em 2Co 7.1 no Novo Testamento,
foi usada três ve zes no Antigo Testamento grego para se referir à corrupção
religiosa, ou às alianças profanas com ídolos, às festividades idólatras, às
prostitutas do templo, aos sacrifícios e aos festivais de adoração, da carne
como no espírito. A falsa religião estimula os desejos humanos representados
tanto pela "carne" com o pelo "espírito". Enquanto alguns
cristãos, por algum tempo, evitam sucumbir aos pecados carnais associados à
falsa religião, os cristãos que expõe sua mente ao falso ensino não pode evitar
a contaminação das ideologias e blasfêmias diabólicas que atacam a pureza da verdade
divina e blasfemam o nome de Deus. É bom ratificar que o termo "Santidade
" diz respeito à separação de tudo o que corrompe tanto o corpo quanto a
mente. A santidade completa ou perfeita foi concretizada somente em Cristo; portanto,
os cristãos devem buscá-lo (Lv 20.26; M t 5.48; Rm 8.29; Fp 3.12-14; 1 Jo
3.2-3). A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra
de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.
“3. Recapitulando verdades importantes. À luz de tudo quanto temos estudado até aqui, devemos
assimilar algumas lições apreendias até o presente momento:
1. Sobre o sangue de Jesus. O sangue de
Jesus Cristo nos livrou da pena do pecado (Mt 20.28; 26.28; 1Pe 4.17); - É
interessante notar que em Mt 20.28, a palavra traduzida como “por" significa "em lugar de", enfatizando a
natureza substitutiva do sacrifício de Cristo. Um "resgate" é um
preço pago para redimir um escravo ou prisioneiro. A redenção não envolve um
preço pago a Satanás. Pelo contrário, o resgate é oferecido a Deus — para satisfazer
a sua justiça e a sua ira contra o pecado. O preço pago foi a própria vida de
Cristo, como expiação com sangue ( Lv 17.11; Hb 9.22). Esse, portanto, é o
significado da cruz: Cristo submeteu-se à punição divina contra o pecado em
nosso favor (Is 53.4-5; 2Co 5.21). Suportar o impacto da ira divina no lugar
dos pecadores era o "cálice" que ele disse que teria
de beber!
2. Sobre a Palavra. A Palavra de Deus revela
quem somos (Tg 1.22-24); - O fato de Tiago chamar os cristãos professos
a ser "praticantes", e não somente a praticar, enfatiza que todos os
aspectos da personalidade do cristão deveriam ser caracterizados dessa maneira.
Os cristãos professos que se contentam apenas em ouvir a Palavra estão
cometendo um sério erro de cálculo em sua vida espiritual. Tiago faz uso de uma
palavra forte no grego (contempla) que
significa olhar com cuidado e cautela, em oposição a olhar de modo casual. Nos
dias de Jesus e de seus discípulos (século 1), os espelhos não eram de vidro,
mas metálicos, feitos de bronze, prata ou — para os ricos — ouro. Os metais eram
achatados e polidos até adquirirem um alto brilho, e a imagem que refletiam era
adequada, mas não perfeita (1Co 13.12). A menos que ajam de imediato de acordo
com o que ouvem da Palavra, os cristãos professos irão esquecer-se das mudanças
e melhorias que o seu reflexo lhes mostrou que precisavam fazer (“se esquece de como era a sua aparência”).
3. Sobre a limpeza espiritual. Uma vida
irrepreensível é prioritária e absolutamente necessária (Jo 15.3).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- Por meio da metáfora extensa
da videira e dos ramos (Jo 15.1-7), Jesus estabeleceu a base da vida cristã, Jesus
usou uma imagem da vida agrícola desse tempo, ou seja, videiras e produção de
uvas (Mt 20.1-16: 21.23-41; Mc 12.1-9; I c 13.6-9; 20.9-16). No Antigo Testamento,
a videira é comumente usada como símbolo de Israel (SI 80.9-16; Is 5.1-7;
27.2-6; Jr 2.21; 12.10; Ez 15.1-8; 17.1-21; 19.10-14; Os 10.1-2). Jesus se
identifica especificamente como "a videira verdadeira" e o Pai como
"o agricultor" ou aquele que cuida da videira. A videira possui dois
tipos de ramos: 1) ramos que produzem fruto (vs. 2,8) e 2) ramos que não
produzem (vs. 2,6). Os ramos que produzem fruto são os crentes genuínos. Embora
no contexto imediato o foco esteja sobre os 11 discípulos fiéis, a imagem
também engloba todos os crentes de todos os tempos. Os ramos que não produzem
fruto são os que se professam crentes, mas a falta de fruto indica que salvação
genuína jamais aconteceu e que não recebem vida da videira. Especialmente no
contexto imediato, Judas estava sendo visado, mas a imagem se estende além dele
para todos os que professam fé em Cristo, mas que, na verdade, não possuem salvação.
A imagem dos ramos improdutivos sendo queimados retrata o castigo escatológico
e a rejeição eterna (Ez 15.6-8).
CONCLUSÃO
“Nesta lição, vimos que a limpeza espiritual
é prioridade absoluta como consequência da obra expiatória de Cristo. Uma vez
que Cristo nos salvou, fomos chamados para ser santos. Atentemos para esse
precioso chamado de Cristo Jesus!” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]
- Conforme exposto até aqui,
devemos entender que a “limpeza espiritual” se
refere à busca por santidade, caracterizada por uma vida dedicada à causa do
Reino. Notemos que os Sacerdotes deveriam lavar as mãos e os pés - as mãos
falam do que eles faziam, o seu ministério, o seu trabalho, tudo eles puseram
as mãos era importante, e assim as suas mãos precisavam ser limpas sempre,
diariamente. Os pés representavam aonde eles iam, suas vidas e caminhos. O seu
andar tinha que ser um andar santo, assim os seus pés eram sempre lavados,
todos os dias.
- A bacia de bronze fala de
Jesus como Juiz, que julga nossas atitudes do dia-a-dia e requer de nós uma
santificação também dia-a-dia. Esta santificação diária vem pela Palavra, que é
também o nosso espelho. Temos que nos espelhar no Senhor Jesus! A bacia fala do
cuidado e da responsabilidade de quem exerce qualquer serviço na Casa de Deus,
e fala de morte para quem não observar a orientação de Deus. A Bacia nos lembra
que somos chamados a prosseguir em nossa caminhada, porque somos Sacerdócio
real.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2019
PARA REFLETIR
A respeito de “A
Pia de Bronze: Lugar de purificação”, responda:
• Qual era o objetivo
para o estabelecimento da pia de bronze, conforme a lição?
O objetivo era que
antes de entrar ou sair do Tabernáculo, Arão e seus filhos lavassem as mãos e
os pés, pois o ofício era santo.
• Qual expressão deve ser
destacada na lição?
Há que se destacar a
expressão “para não morrer”.
• O que significa a Pia
de Bronze?
O termo hebraico para
“pia” é kyyor, que significa “lugar de se lavar”.
• De que era formado o
interior da Pia de Bronze?
A Pia era de bronze
polido, fabricado com o espelho das mulheres (Êx 38.8).
• Cite os dois aspectos
do rito de lavagem dos sacerdotes.
A lavagem completa,
mais a lavagem progressiva e constante. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 5, 5 MAIO, 2019]