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11 de abril de 2019

(JOVENS) Lição 2: NEM POBREZA E NEM RIQUEZA, MAS O NECESSÁRIO



REVISTA JOVENS 2° TRIMESTRE 2019
Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves

- L I Ç Ã O   2 -
14 de ABRIL de 2019

NEM POBREZA E NEM RIQUEZA, MAS O NECESSÁRIO

TEXTO DO DIA
“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).

SÍNTESE
O dinheiro pode se tornar um deus ou um instrumento de bênção, tudo vai depender da forma como o crente o utiliza.

TEXTO BÍBLICO
Deuteronômio 28.1-6; Mateus 6.19-24.
1 E será que, se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.
2 E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus:
3 Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo.
4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas.
5 Bendito o teu cesto e a tua amassadeira.
6 Bendito serás ao entrares e bendito serás ao saíres.

Mateus 6
19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Essa lição abre uma série de quatro lições cujo tema é o uso correto do dinheiro. É evidente que a evolução da organização em sociedade, a fuga de uma vida rural para uma vida mais urbana, influenciou o uso do dinheiro e o acesso aos bens materiais aumentou, promovendo o uso das pessoas e o amor às “coisas”. Para analisarmos qual é a perspectiva cristã e bíblica em relação ao dinheiro, temos que primeiro analisar qual era a perspectiva do povo hebreu, e assim o faremos com base no texto de Deuteronômio 28.1-6. Somente depois poderemos analisar o ensino de Jesus em Mateus 6.19-24 e quais foram as suas recomendações aos seus discípulos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Na Bíblia Deus diz que o dinheiro pode ser uma bênção mas não deve dominar nossa vida. O dinheiro serve para facilitar a vida mas quando é usado de forma errada pode trazer muitos problemas. A riqueza ou falta dela não serve para medir a espiritualidade das pessoas. Deus aceita e ama tanto o rico como o pobre. O problema real não está no dinheiro, no sistema, no modo de vida... o problema está em nossa natureza caída, propensa ao mal. Para o regenerado, deveria ser diferente, mas ainda travamos essa batalha com o “eu” e temos, muitas vezes, fracassado. Quando gerido bem, o dinheiro serve para:
• Suprir necessidades – com dinheiro podemos comprar as coisas que precisamos para sobreviver, sustentar a família e preparar para o futuro
• Ajudar outros – dinheiro dado com sabedoria pode ajudar a aliviar o sofrimento de pessoas que estão passando dificuldade (2Co 8.13-15)
• Realizar a obra de Deus – podemos usar nosso dinheiro para sustentar a igreja, instituições de caridade ou até para realizar sonhos dados por Deus
• Adquirir comodidades – o dinheiro também pode servir para diversão e lazer; não é errado desfrutar do dinheiro quando cumprimos também nossas obrigações (Ec 5.19) – That said, let's think maturely the Christian faith!

I. A PROSPERIDADE FINANCEIRA NO ANTIGO TESTAMENTO (Dt 28.1-6)
1. A prosperidade atrelada à obediência (v.1). Os expoentes da Teologia da Prosperidade, erroneamente, defendem que aqueles que estão enfermos, enfrentando um tempo de escassez ou de sofrimento, estão em pecado ou perderam a fé. Na verdade, o propósito destes é a mercantilização da fé. A Teologia da Prosperidade também é conhecida como a Teologia da Retribuição. Segundo os ensinos errôneos desses falsos profetas, tal teologia é bem destacada no livro de Jó. Nesse livro, ela é representada pelos “amigos de Jó”. Eles, ao chegarem para consolar Jó das desgraças que haviam lhe abatido, logo procuram a causa do ocorrido, buscando obter de Jó a confissão dos pecados cometidos. Para eles o pecado de Jó era a causa de todo sofrimento. Esse tipo de teologia defende e legitima a riqueza, pois segundo seus defensores, a riqueza é sinônimo de justiça, pureza e santidade. Por outro lado, a pobreza significa castigo pelo pecado e injustiça praticada. Jó questiona essa teologia, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus e da vida íntegra que vivia. Ele era testemunha viva de que a obediência era fundamental para uma vida bem-sucedida, mas não significava que o obediente não enfrentaria adversidades. A Teologia da Prosperidadade é a “teologia da barganha” com Deus. Entretanto, já no Antigo Testamento tal ensino errôneo era questionado pelos servos de Deus, como por exemplo, Jó. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Os estudiosos dizem que as “doutrinas nascem na Alemanha, são amadurecidas na Inglaterra, deturpadas nos Estados Unidos e copiadas no Brasil”. Assim como outros países, o Brasil é um importador e consumidor de bens materiais e culturais norte-americanos. Isso ocorre também na área religiosa. A teologia da Prosperidade, também é conhecida como “confissão positiva”, “palavra da fé”, “movimento da fé” e “evangelho da saúde e da prosperidade”, tem sua origem não no pentecostalismo, como querem afirmar alguns, mas sim em algumas seitas sincréticas da Nova Inglaterra, no início do século 20. A teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico, e é mais difícil de ser percebido por que ela é diferente das heresias clássicas, aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de Cristo, por exemplo. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz. Mesmo não tendo origem pentecostal, foi em nosso arraial que o movimento ganhou força e se espalhou, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Essek W. Kenyon é o pioneiro e Kenneth Hagin, o divulgador. “Os ensinos de Hagin influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de Kenneth Copeland, seu herdeiro presuntivo. Outros seguidores seus foram Benny Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle e Paul (David) Yonggi Cho, entre outros. Em 1979, Doyle Harrison, genro de Hagin, fundou a Convenção Internacional de Igrejas e Ministros da Fé, uma virtual denominação. Nos anos 80, os ensinos da confissão positiva e do evangelho da prosperidade chegaram ao Brasil. Um dos primeiros a difundi-lo foi Rex Humbard. Marilyn Hickey, John Avanzini e Benny Hinn participaram de conferências promovidas pela Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep). Outros visitantes foram Robert Tilton e Dave Robertson. Entre as primeiras manifestações do movimento estavam a Igreja do Verbo da Vida e o Seminário Verbo da Vida (Guarulhos), a Comunidade Rema (Morro Grande) e a Igreja Verbo Vivo (Belo Horizonte). Alguns líderes que abraçaram essa teologia foram Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo” Miguel Ângelo da Silva Ferreira, da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, e R. R. Soares, responsável pela publicação da maior parte dos livros de Hagin no Brasil. Talvez a figura mais destacada dos primeiros tempos tenha sido a pastora Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul. As igrejas brasileiras sofreram o impacto de uma avalanche de livros, fitas e apostilas sobre confissão positiva. Ricardo Gondim observou em 1993: “Com livros extremamente simples, [Hagin] conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais do que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos”.” (ULTIMATO). O doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, Alderi Souza de Matos, escreve: “No Brasil, três obras significativas publicadas em 1993 -- “O Evangelho da Prosperidade”, de Alan B. Pieratt; “O Evangelho da Nova Era”, de Ricardo Gondim; e “Supercrentes”, de Paulo Romeiro -- alertaram solenemente as igrejas evangélicas para esses perigos. Tristemente, vários grupos, principalmente os que têm maior visibilidade na mídia, estão cada vez mais comprometidos com essa teologia desconhecida da maior parte da história da igreja. Ao defenderem e legitimarem os valores da sociedade secular (riqueza, poder e sucesso), e ao oferecerem às pessoas o que elas ambicionam, e não o que realmente necessitam aos olhos de Deus, tais igrejas crescem de maneira impressionante, mas perdem grande oportunidade de produzir um impacto salutar e transformador na sociedade brasileira.” (ULTIMATO).

2. As bênçãos da prosperidade são consequências naturais (vv.2-5). É interessante notar que Deuteronômio 28.2-5 destaca que as bênçãos não são buscadas, elas são atraídas pela atitude obediente daqueles que ouvem e obedecem à voz de Deus: “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus” (Dt 28.2). Desse modo, as melhores bênçãos são decorrentes do ouvir e obedecer ao Senhor. Qual seria o resultado na vida de uma pessoa que teme a Deus, o obedece e procura viver uma vida honesta, dedicada à sua família e ao trabalho? Evidente que as consequências serão as melhores possíveis, todavia essas pessoas também estão sujeitas a enfrentar dificuldades. Como nos mostra o Salmo 73, o ímpio também pode ser bem-sucedido em seus negócios e em outras áreas da vida. Contudo, do que vale essa prosperidade, sem a graça de Deus? No final eles perecerão: “Pois eis os que se alongam de ti perecerão; tu tens destruído todos aqueles que, apostatando, se desviam de ti” (Sl 73.27). A prosperidade financeira não é um sinal da aprovação do Senhor. Temos de ser sábios e pedir ao Senhor discernimento para enfrentar as falsas doutrinas com relação ao uso do dinheiro e à prosperidade financeira. O crente precisa seguir o conselho de Agur em Provérbios 30.8: “[…] Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
-  No texto de Deuteronômio 28.1-2 encontramos: “atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus” – com os termos "atentamente ouvires" enfatizando a necessidade de obediência plena da parte de Israel. O povo não conseguiria, legal ou pessoalmente, merecer a bondade e a bênção de Deus, mas o constante desejo de obedecer a ele, cultuá-lo e manter uma relação correta com ele seriam evidências de sua fé verdadeira e seu amor a Deus (Dt  6.5). Isso seria, também, evidência da obra graciosa de Deus no coração deles. Ainda no texto, podemos ver no versículo 1: “exaltará sobre todas as nações” - se Israel obedecesse ao Senhor, a bênção maior seria dada na forma de proeminência sobre todos os povos do mundo (Dt 26.19). A condição indispensável para obterem essa bênção era a salvação, que resultava em obediência ao Senhor pelo cumprimento dos seus mandamentos. Essa bênção se realizará finalmente no reino milenar, especialmente designado para exaltar o Rei de Israel, o Messias, e seu povo (veja Zc 13.1-14.21; Rm 11.2.5-27). As bem-aventuranças resumem as várias esferas nas quais a bênção de Deus se manifestaria na vida de Israel. O favor de Deus também objetiva permear todas as ocupações, como é enfatizado mais adiante no resumo ampliado em 28.7-14, na condição de obediência (vs. 1-2,9,13-14). Os israelitas conhecerão vitória, prosperidade, pureza, respeito, abundância e domínio — bênção compreensiva.
- Em Provérbios 30.7-9 vemos a oração de um verdadeiro perseguidor da sabedoria. Ele pede que Deus lhe conceda honestidade no coração e que no Senhor ele encontre a suficiência (longe dos perigos apresentados pelos extremos da pobreza ou da riqueza). Se ele tiver demais, poderá deixar de depender de Deus (veja Dt 8.11-20; 10.15; 18.11) e se tiver pouco, poderá ser levado pela preguiça (6.6-11).

3. Bem-aventurado quem mantém sua integridade o tempo todo (v.6). O fato de possuir muitos bens materiais e prestígio pode significar, para algumas pessoas, sucesso e garantia de uma vida feliz. Contudo, isso não condiz com a realidade bíblica. Existem muitas pessoas desfrutando de prosperidade financeira, porém infelizes e depressivas. Da mesma forma, têm pessoas com um baixíssimo poder aquisitivo, porém felizes e desfrutando de paz. Assim, não é a riqueza ou a pobreza que define o sucesso. Segundo os padrões bíblicos, uma vida próspera é uma vida de comunhão com Deus e de obediência aos princípios bíblicos. Segundo Eclesiastes 7.8, “o fim é melhor do que o começo” pois, existem pessoas que começam bem, mas não terminam bem. Deuteronômio 28.6 nos mostra que o ideal é desfrutar da bem-aventurança em todo o percurso de vida. Para isso, é preciso ser fiel a Deus em todo o tempo, independente das circunstâncias. No Antigo Testamento fica claro que muitos servos e servas, embora obedientes a Deus e fiéis, passaram por várias privações, como por exemplo o profeta Jeremias. No entanto, para quem não começou bem resta uma esperança, pode ainda terminar bem, se entrar pelo caminho da fé e obediência a Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
-  As Escrituras enfatizam o fato de que há mais a ser aprendido com as adversidades do que com os momentos de alegria. A verdadeira sabedoria se desenvolve em meio às maiores tribulações da vida. Não é pelo fato de obtermos riquezas neste mundo que  a felicidade se fará presente, até porque, a real felicidade está em glorificar a Deus e gozá-lo para sempre ( Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef 1.5-6; Is 60.21; 61.3). Assim, a teologia da prosperidade acerta quando afirma que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais; no entanto, erra ao deixar de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos reivindicar ou exigir dele.
- è importante que se defina o que é integridade:
• Integridade não é o que você aparenta manter quando todos te observam. É quem você é, quando ninguém está olhando. É um nível de moralidade excelente, sem importar-se com o que está acontecendo ao seu redor.
 É um alto padrão de honestidade, verdade, decência e honra que jamais é quebrado. É fazer aos outros aquilo que gostaria que lhe fizessem, “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7.12).
- Deus conhece nosso coração e sabe se, de fato, somos diferentes, a exemplo de Jó, “íntegros e retos, tementes a Deus e que se desvia do mal” (Jó 1.8). A integridade tem que ser o resultado de nossa nova vida com Cristo, não há meio termo, não há outra via. A avaliação de Deus da nossa vida pode mudar. Ele pode esquecer dos nossos pecados e nos aceitar como pessoas justas – justificadas pelo sangue de Jesus. “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos” (Ef 2.4-5; 1Co 6.9-11).


II. A PROSPERIDADE FINANCEIRA E O CRISTIANISMO
1. O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver em paz (Mt 6.19-21). Em uma sociedade consumista e centrada na economia de mercado, o dinheiro e os bens materiais assumem um papel peculiar. As pessoas são educadas para se ocuparem com o “ter”, como a busca por uma boa formação acadêmica, um emprego que dê uma boa projeção financeira e social, uma boa casa, um bom carro. Os desejos são muitos. Não há nenhum problema em se preparar para o mercado de trabalho e buscar conquistar uma boa posição financeira. O problema é quando isso se torna a única meta principal a ser atingida. Jesus adverte que o principal tesouro a ser conquistado não é o material, terreno, pois eles produzem satisfação e alegrias momentâneas, efêmeras. Em vez disso, Ele recomenda ajuntar tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não podem consumir (Mt 6.19). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Não ajunte riquezas terrenas. Ele recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam celestiais e eternos. “No ordenamento quotidiano de nossas vidas, a verdadeira sabedoria consiste em buscar obter somente aquelas coisas que duram. Quer compremos um traje ou um vestido ou um automóvel ou um tapete ou um jogo de móveis, o sentido comum nos recomenda evitar a aquisição de produtos mal feitos e perecíveis a curto prazo, e comprar aquelas coisas que possuem solidez e permanência e estão bem feitas. Isto é, exatamente, o que Jesus nos está dizendo nesta passagem: que devemos nos concentrar nas coisas que duram.” (BIBLIOTECABIBLICA)

2. A metáfora do olho como lâmpada do corpo (Mt 6.22,23). O Reino de Deus irrompeu num tempo em que o mundo do primeiro século estava em profunda crise. A maioria, na pobreza, vivia ansiosa pelas coisas fundamentais à sobrevivência e em grande expectativa pelo futuro, com fé na esperança messiânica. Por outro lado, havia uma minoria que vivia em função do dinheiro e do que ele podia proporcionar. Eles não viam a obtenção do lucro, a qualquer custo, como um problema ético ou moral, mas como sinal de bênção divina. Certa vez, Jesus falou a respeito da pureza dos olhos (Mt 6.22). O texto descreve dois tipos de olhos: O bom e o mau. O bom enxerga segundo a vontade de Deus. É um olhar livre da ansiedade obsessiva pelas provisões materiais. Por isso prioriza a caridade e a solidariedade, o que torna todo o corpo luminoso. O olho mau revela o interesse exagerado pela riqueza egoísta, buscando o acúmulo de bens, ainda que estes sejam adquiridos de forma corrupta e torna todo o corpo tenebroso. Jesus mostra que as escolhas humanas são moldadas pela visão de mundo de cada pessoa. Desse modo, o “olho” é que determinará o futuro do corpo, o lugar para onde irá. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Em Mateus 6.22 temos uma argumentação do menor para o maior. A analogia é simples. Se o seu olho for mau, nenhuma luz poderá entrar e você será deixado nas trevas por causa dessa enfermidade. Pior ainda será o problema se ele não estiver relacionado apenas à percepção externa, mas for uma corrupção interior de toda a natureza da pessoa, de modo que as trevas de falo emanem de dentro e afetem o ser por completo. Ele os estava acusando pela sua religião terrena superficial que havia deixado seus corações nas trevas. Em Lucas 11.34 “a lâmpada do teu corpo” é uma metáfora diferente da que é apresentada no versículo 33. Ali, a lâmpada fala da Palavra de Deus; aqui, os "olhos" são a "lâmpada" — isto é, a fonte de luz — para o corpo. “Se os olhos forem maus” - o problema era a percepção daqueles ouvintes de Jesus, não a falta de luz. Eles não precisavam de um sinal; precisavam de coração para crer na grande mostra de poder divino que já tinham visto.

3. A escolha entre servir a Deus ou ao materialismo, o deus Mamom (Mt 6.24). Em todo o capítulo 6 de Mateus o tema recorrente é o compromisso do coração. Um compromisso desvirtuado tem como foco o acúmulo de bens materiais. Jesus adverte, constantemente, a respeito da motivação egoísta do nosso coração. Quando Mateus se refere ao Diabo e suas tentações, ele se concentra nos aspectos econômicos da vida. O ser humano é tentado pelas ambições pessoais, pelo desejo de ter mais do que necessário, mesmo que para isso tenha que tirar dos desfavorecidos, como tem ocorrido em muitas nações. No versículo 24, Jesus adverte que ninguém pode servir a dois senhores, pois para muitos o dinheiro já se tornou um deus. Mamom, é o deus do egoísmo e contrário ao amor. Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em primeiro lugar, voltar-se para Deus de todo o coração e resistir ao amor ao dinheiro. Precisamos aprender a fazer um uso sábio e prudente dos recursos materiais, pois ninguém pode servir a dois senhores. Não tem como amar e ser fiel a Deus e a Mamom, por isso a decisão de quem servir é pessoal e inevitável (1Jo 2.15; Tg 4.4). Escolha servir a Deus, ainda que isso exija de você sacrifícios e renúncias. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- A palavra Mamom vem do aramaico e significa “dinheiro” ou “riqueza”. Não era uma pessoa nem um demônio. Algumas traduções antigas ainda mantêm a palavra Mamom em Mateus 6.24, mas traduções mais modernas preferem traduzir para português, como dinheiro ou riqueza - tesouros terrenos e materiais, especialmente o dinheiro. Muitos Fariseus ensinavam que a devoção ao dinheiro e a devoção a Deus são perfeitamente compatíveis (Lc 16.14). Isso andava de mãos dadas com a noção geral de que as riquezas terrenas significavam bênção divina. As pessoas ricas, portanto, eram consideradas as favoritas de Deus. Embora não condenasse a riqueza per se, Cristo denunciou tanto o amor quanto a devoção às riquezas. Sobre o amor ao dinheiro, O apóstolo escreve em 1 Tm 6.9 sobre os que “querem ficar ricos caem em tentação”, "querem" refere-se a um desejo consciente e racional que descreve claramente a motivação dos que são culpados de avareza. A forma do verbo grego traduzida por "caem" indica que quem tem esse desejo está constantemente caindo em tentação. Os gananciosos são compulsivos — sempre caem nas ciladas do pecado por causa do desejo que os consome de adquirir cada vez mais. Essa ganância pode levar estas pessoas a sofrerem o fim trágico da destruição e do inferno; Esses termos referem-se ao castigo eterno dos ímpios. Isso, porque em Lc 6.10, o “amor do dinheiro” Literalmente "afeto pela prata", (e esse pecado aplica-se especificamente aos falsos mestres), o princípio é única verdade universal. O dinheiro em si mesmo não é mau, uma vez que é uma dádiva de Deus (Dt 8.18). O que o apóstolo condena é o amor, o apego, o afeto ao dinheiro que é tão característico dos falsos mestres (1 Pe 5.2; 2Pe 1.3,15). A consequência do amor ao dinheiro é o desviar-se da fé, do corpo da verdade cristã. O ouro substituiu Deus para esses apóstatas que deixaram de buscar as coisas de Deus para dedicar-se ao dinheiro. Paulo aconselha Timóteo quanto ao que ensinar aos que são ricos em bens materiais, aqueles que têm mais do que é simplesmente essencial, como comida, vestes e abrigo. Paulo não condena essas pessoas nem lhes ordena que se livrem de suas riquezas. Ele as chama para que sejam bons mordomos dos recursos que Deus lhes tem dado (Dt 8.l 8; 1Sm 2.7; 1Cr 29.12)
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CONCLUSÃO
Os amigos de Jó acreditavam que ele deveria ter cometido um terrível pecado, por isso lhe sobrevieram tantas dores e infortúnios. Muitos acreditam, como os amigos de Jó, que quando temos saúde, bens materiais e não enfrentamos lutas e provações estamos fazendo a vontade de Deus e em comunhão com Ele. Contudo, Jesus nos alertou que no mundo teríamos aflições (Jo 16.33). Jesus combateu o amor ao dinheiro e propagou a prática da solidariedade e a valorização das pessoas e não dos bens. Os valores de Jesus, do Reino de Deus, são imutáveis e inegociáveis e precisam ser observados por sua Igreja. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Jesus usou a palavra Mamom para mostrar como a riqueza pode se tornar o senhor de nossas vidas. O dinheiro escraviza quem se dedica a ele. Não podemos servir fielmente a Deus e também ao dinheiro. Somente um dos dois pode reinar no coração. Os que têm muito costumam confiar em sua riqueza (cf. Pv 23.4-5). Mas é Deus quem provê muito mais segurança do que qualquer investimento terreno pode dar (Ec 5.18-20; Mt 6.19-21). Em 1Tm 6.19, o apóstolo adverte para “que acumulem... sólido fundamento”. "Que acumulem" pode ser traduzido por "ajuntar uma fortuna", enquanto "fundamento" pode referir-se a um fundo de investimento. A ideia é que os ricos neste mundo não deveriam se preocupar com o retorno que seus investimentos terrenos podem lhe dar. Aqueles que fazem investimentos eternos irão contentar-se em receber seus dividendos no céu. Para concluir, é bom que se diga que não é errado ter desejos. “Fomos criados para o prazer e para a felicidade. Muitas pessoas pensam que o cristianismo é a religião da autonegação, da morte do desejo. Muitos pensam que ser crente é não fumar, não beber, não jogar, não ter sexo antes do casamento. Mas há muitas pessoas não crentes que também não fazem essas coisas. Muitos chegam a pensar que ser crente é viver a vida sem qualquer prazer. Mas a bíblia não se opõe ao desejo nem ao prazer. Ao contrário, ela diz que os nossos desejos são muito limitados, acanhados e fracos. A bíblia repetidamente nos exorta a buscar a nossa plena felicidade. Deus nos criou para o maior dos prazeres: amá-lo, glorificá-lo e gozá-lo para sempre!” (Rev Hernandes Dias Lopes. Leia mais aqui)


Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2019

HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual o outro nome da Teologia da Prosperidade?
Teologia da Retribuição que é evidenciada no livro de Jó.
2. Qual foi o sábio pedido de Agur a Deus?
“Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção acostumada” (Pv 30.8).
3. De acordo com a lição, qual é o maior tesouro para se obter?
O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver em paz.
4. Se nossos olhos forem bons, qual será o resultado (Mt 6.22)?
Todo o corpo será luminoso.
5. Segundo a lição, como se livrar de Mamom?
Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em primeiro lugar, resistir o amor ao dinheiro e as vantagens egoístas que ele pode proporcionar. Fazer um uso sábio e prudente dos recursos materiais. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019].