Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos
olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
- L I Ç Ã O 2 -
14 de ABRIL de 2019
NEM POBREZA E NEM RIQUEZA, MAS O NECESSÁRIO
TEXTO DO DIA
“Porque onde estiver o vosso
tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.21).
SÍNTESE
O dinheiro pode se tornar um deus
ou um instrumento de bênção, tudo vai depender da forma como o crente o
utiliza.
TEXTO
BÍBLICO
Deuteronômio 28.1-6; Mateus 6.19-24.
1 E será que, se ouvires a voz do
SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te
ordeno hoje, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra.
2 E todas estas bênçãos virão
sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus:
3 Bendito serás tu na cidade e
bendito serás no campo.
4 Bendito o fruto do teu ventre, e
o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais, e a criação das tuas vacas, e
os rebanhos das tuas ovelhas.
5 Bendito o teu cesto e a tua
amassadeira.
6 Bendito serás ao entrares e
bendito serás ao saíres.
Mateus 6
19 Não ajunteis tesouros na terra,
onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
20 Mas ajuntai tesouros no céu,
onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem
roubam.
21 Porque onde estiver o vosso tesouro,
aí estará também o vosso coração.
22 A candeia do corpo são os olhos;
de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.
23 Se, porém, os teus olhos forem
maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas,
quão grandes serão tais trevas!
24 Ninguém pode servir a dois
senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e
desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
“Essa lição abre uma série de quatro lições cujo tema é o uso correto do
dinheiro. É evidente que a evolução da organização em sociedade, a fuga de uma
vida rural para uma vida mais urbana, influenciou o uso do dinheiro e o acesso
aos bens materiais aumentou, promovendo o uso das pessoas e o amor às “coisas”.
Para analisarmos qual é a perspectiva cristã e bíblica em relação ao dinheiro,
temos que primeiro analisar qual era a perspectiva do povo hebreu, e assim o
faremos com base no texto de Deuteronômio 28.1-6. Somente depois poderemos analisar
o ensino de Jesus em Mateus 6.19-24 e quais foram as suas recomendações aos
seus discípulos.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019.
Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Na Bíblia Deus diz que o
dinheiro pode ser uma bênção mas não deve dominar nossa vida. O dinheiro serve
para facilitar a vida mas quando é usado de forma errada pode trazer muitos
problemas. A riqueza ou falta dela não serve para medir a espiritualidade das
pessoas. Deus aceita e ama tanto o rico como o pobre. O problema real não está
no dinheiro, no sistema, no modo de vida... o problema está em nossa natureza caída,
propensa ao mal. Para o regenerado, deveria ser diferente, mas ainda travamos
essa batalha com o “eu” e temos, muitas vezes, fracassado. Quando gerido bem, o
dinheiro serve para:
• Suprir necessidades – com
dinheiro podemos comprar as coisas que precisamos para sobreviver, sustentar a
família e preparar para o futuro
• Ajudar outros – dinheiro dado
com sabedoria pode ajudar a aliviar o sofrimento de pessoas que estão passando
dificuldade (2Co 8.13-15)
• Realizar a obra de Deus –
podemos usar nosso dinheiro para sustentar a igreja, instituições de caridade
ou até para realizar sonhos dados por Deus
• Adquirir comodidades – o
dinheiro também pode servir para diversão e lazer; não é errado desfrutar do
dinheiro quando cumprimos também nossas obrigações (Ec 5.19) – That said, let's think maturely the Christian
faith!
I. A PROSPERIDADE FINANCEIRA NO ANTIGO TESTAMENTO (Dt 28.1-6)
“1. A prosperidade atrelada à obediência (v.1). Os
expoentes da Teologia da Prosperidade, erroneamente, defendem que aqueles que
estão enfermos, enfrentando um tempo de escassez ou de sofrimento, estão em
pecado ou perderam a fé. Na verdade, o propósito destes é a mercantilização da
fé. A Teologia da Prosperidade também é conhecida como a Teologia da
Retribuição. Segundo os ensinos errôneos desses falsos profetas, tal teologia é
bem destacada no livro de Jó. Nesse livro, ela é representada pelos “amigos de
Jó”. Eles, ao chegarem para consolar Jó das desgraças que haviam lhe abatido,
logo procuram a causa do ocorrido, buscando obter de Jó a confissão dos pecados
cometidos. Para eles o pecado de Jó era a causa de todo sofrimento. Esse tipo
de teologia defende e legitima a riqueza, pois segundo seus defensores, a
riqueza é sinônimo de justiça, pureza e santidade. Por outro lado, a pobreza
significa castigo pelo pecado e injustiça praticada. Jó questiona essa
teologia, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus e da vida íntegra que
vivia. Ele era testemunha viva de que a obediência era fundamental para uma
vida bem-sucedida, mas não significava que o obediente não enfrentaria
adversidades. A Teologia da Prosperidadade é a “teologia da barganha” com Deus.
Entretanto, já no Antigo Testamento tal ensino errôneo era questionado pelos
servos de Deus, como por exemplo, Jó.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Os estudiosos dizem que as “doutrinas nascem na Alemanha, são
amadurecidas na Inglaterra, deturpadas nos Estados Unidos e copiadas no Brasil”.
Assim como outros países, o Brasil é um importador e consumidor de bens
materiais e culturais norte-americanos. Isso ocorre também na área religiosa. A
teologia da Prosperidade, também é conhecida como “confissão positiva”,
“palavra da fé”, “movimento da fé” e “evangelho da saúde e da prosperidade”,
tem sua origem não no pentecostalismo, como querem afirmar alguns, mas sim em
algumas seitas sincréticas da Nova Inglaterra, no início do século 20. A
teologia da prosperidade é um tipo diferente de erro teológico, e é mais
difícil de ser percebido por que ela é diferente das heresias clássicas,
aquelas defendidas pelos mórmons e “testemunhas de Jeová” sobre a pessoa de
Cristo, por exemplo. Ela não nega diretamente nenhuma das verdades fundamentais
do Cristianismo. A questão é de ênfase. O problema não é o que a teologia da
prosperidade diz, e sim o que ela não diz. Mesmo não tendo origem pentecostal,
foi em nosso arraial que o movimento ganhou força e se espalhou, tanto nos
Estados Unidos como no Brasil. Essek W. Kenyon é o pioneiro e Kenneth Hagin, o
divulgador. “Os ensinos de Hagin
influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de
Kenneth Copeland, seu herdeiro presuntivo. Outros seguidores seus foram Benny
Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles
Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle e Paul (David) Yonggi Cho, entre outros.
Em 1979, Doyle Harrison, genro de Hagin, fundou a Convenção Internacional de
Igrejas e Ministros da Fé, uma virtual denominação. Nos anos 80, os ensinos da
confissão positiva e do evangelho da prosperidade chegaram ao Brasil. Um dos
primeiros a difundi-lo foi Rex Humbard. Marilyn Hickey, John Avanzini e Benny
Hinn participaram de conferências promovidas pela Associação de Homens de
Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep). Outros visitantes foram Robert Tilton e
Dave Robertson. Entre as primeiras manifestações do movimento estavam a Igreja
do Verbo da Vida e o Seminário Verbo da Vida (Guarulhos), a Comunidade Rema
(Morro Grande) e a Igreja Verbo Vivo (Belo Horizonte). Alguns líderes que
abraçaram essa teologia foram Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio
Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo”
Miguel Ângelo da Silva Ferreira, da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de
Janeiro, e R. R. Soares, responsável pela publicação da maior parte dos livros
de Hagin no Brasil. Talvez a figura mais destacada dos primeiros tempos tenha
sido a pastora Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que
conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul. As igrejas
brasileiras sofreram o impacto de uma avalanche de livros, fitas e apostilas
sobre confissão positiva. Ricardo Gondim observou em 1993: “Com livros
extremamente simples, [Hagin] conseguiu influenciar os rumos da igreja no
Brasil mais do que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos”.” (ULTIMATO).
O doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador
oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil, Alderi Souza de Matos, escreve: “No Brasil, três obras significativas
publicadas em 1993 -- “O Evangelho da Prosperidade”, de Alan B. Pieratt; “O
Evangelho da Nova Era”, de Ricardo Gondim; e “Supercrentes”, de Paulo Romeiro
-- alertaram solenemente as igrejas evangélicas para esses perigos. Tristemente,
vários grupos, principalmente os que têm maior visibilidade na mídia, estão
cada vez mais comprometidos com essa teologia desconhecida da maior parte da
história da igreja. Ao defenderem e legitimarem os valores da sociedade secular
(riqueza, poder e sucesso), e ao oferecerem às pessoas o que elas ambicionam, e
não o que realmente necessitam aos olhos de Deus, tais igrejas crescem de
maneira impressionante, mas perdem grande oportunidade de produzir um impacto
salutar e transformador na sociedade brasileira.” (ULTIMATO).
“2. As bênçãos da prosperidade são consequências
naturais (vv.2-5). É interessante notar que Deuteronômio 28.2-5
destaca que as bênçãos não são buscadas, elas são atraídas pela atitude
obediente daqueles que ouvem e obedecem à voz de Deus: “E todas estas bênçãos
virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR, teu Deus” (Dt
28.2). Desse modo, as melhores bênçãos são decorrentes do ouvir e obedecer ao
Senhor. Qual seria o resultado na vida de uma pessoa que teme a Deus, o obedece
e procura viver uma vida honesta, dedicada à sua família e ao trabalho?
Evidente que as consequências serão as melhores possíveis, todavia essas
pessoas também estão sujeitas a enfrentar dificuldades. Como nos mostra o Salmo
73, o ímpio também pode ser bem-sucedido em seus negócios e em outras áreas da
vida. Contudo, do que vale essa prosperidade, sem a graça de Deus? No final
eles perecerão: “Pois eis os que se alongam de ti perecerão; tu tens destruído
todos aqueles que, apostatando, se desviam de ti” (Sl 73.27). A prosperidade
financeira não é um sinal da aprovação do Senhor. Temos de ser sábios e pedir
ao Senhor discernimento para enfrentar as falsas doutrinas com relação ao uso
do dinheiro e à prosperidade financeira. O crente precisa seguir o conselho de
Agur em Provérbios 30.8: “[…] Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me
do pão da minha porção acostumada”.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- No texto de Deuteronômio 28.1-2 encontramos: “atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu
Deus” – com os termos "atentamente
ouvires" enfatizando a necessidade de obediência plena da parte de
Israel. O povo não conseguiria, legal ou pessoalmente, merecer a bondade e a
bênção de Deus, mas o constante desejo de obedecer a ele, cultuá-lo e manter
uma relação correta com ele seriam evidências de sua fé verdadeira e seu amor a
Deus (Dt 6.5). Isso seria, também, evidência
da obra graciosa de Deus no coração deles. Ainda no texto, podemos ver no
versículo 1: “exaltará sobre todas as
nações” - se Israel obedecesse ao Senhor, a bênção maior seria dada na forma
de proeminência sobre todos os povos do mundo (Dt 26.19). A condição indispensável para obterem essa bênção era a salvação,
que resultava em obediência ao Senhor pelo cumprimento dos seus mandamentos.
Essa bênção se realizará finalmente no reino milenar, especialmente designado para
exaltar o Rei de Israel, o Messias, e seu povo (veja Zc 13.1-14.21; Rm
11.2.5-27). As bem-aventuranças resumem as várias esferas nas quais a bênção de
Deus se manifestaria na vida de Israel. O favor de Deus também objetiva permear
todas as ocupações, como é enfatizado mais adiante no resumo ampliado em
28.7-14, na condição de obediência (vs. 1-2,9,13-14). Os israelitas conhecerão
vitória, prosperidade, pureza, respeito, abundância e domínio — bênção
compreensiva.
- Em Provérbios 30.7-9 vemos a
oração de um verdadeiro perseguidor da sabedoria. Ele pede que Deus lhe conceda
honestidade no coração e que no Senhor ele encontre a suficiência (longe dos
perigos apresentados pelos extremos da pobreza ou da riqueza). Se ele tiver
demais, poderá deixar de depender de Deus (veja Dt 8.11-20; 10.15; 18.11) e se
tiver pouco, poderá ser levado pela preguiça (6.6-11).
“3. Bem-aventurado quem mantém sua integridade o
tempo todo (v.6). O fato de possuir muitos bens materiais e
prestígio pode significar, para algumas pessoas, sucesso e garantia de uma vida
feliz. Contudo, isso não condiz com a realidade bíblica. Existem muitas pessoas
desfrutando de prosperidade financeira, porém infelizes e depressivas. Da mesma
forma, têm pessoas com um baixíssimo poder aquisitivo, porém felizes e
desfrutando de paz. Assim, não é a riqueza ou a pobreza que define o sucesso.
Segundo os padrões bíblicos, uma vida próspera é uma vida de comunhão com Deus
e de obediência aos princípios bíblicos. Segundo Eclesiastes 7.8, “o fim é
melhor do que o começo” pois, existem pessoas que começam bem, mas não terminam
bem. Deuteronômio 28.6 nos mostra que o ideal é desfrutar da bem-aventurança em
todo o percurso de vida. Para isso, é preciso ser fiel a Deus em todo o tempo,
independente das circunstâncias. No Antigo Testamento fica claro que muitos
servos e servas, embora obedientes a Deus e fiéis, passaram por várias
privações, como por exemplo o profeta Jeremias. No entanto, para quem não
começou bem resta uma esperança, pode ainda terminar bem, se entrar pelo
caminho da fé e obediência a Deus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- As Escrituras enfatizam o fato de que há mais
a ser aprendido com as adversidades do que com os momentos de alegria. A verdadeira
sabedoria se desenvolve em meio às maiores tribulações da vida. Não é pelo fato
de obtermos riquezas neste mundo que a felicidade
se fará presente, até porque, a real felicidade está em glorificar a Deus e
gozá-lo para sempre ( Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef
1.5-6; Is 60.21; 61.3). Assim, a teologia da prosperidade acerta quando afirma
que Deus tem prazer em abençoar seus filhos com bênçãos materiais; no entanto,
erra ao deixar de dizer que qualquer bênção vinda de Deus é graça e não um
direito que nós temos e que podemos reivindicar ou exigir dele.
- è importante que se defina o
que é integridade:
• Integridade não é o que você
aparenta manter quando todos te observam. É quem você é, quando ninguém está
olhando. É um nível de moralidade excelente, sem importar-se com o que está
acontecendo ao seu redor.
• É um alto padrão de honestidade, verdade,
decência e honra que jamais é quebrado. É fazer aos outros aquilo que gostaria
que lhe fizessem, “Portanto, tudo o que
vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós, porque esta é a lei e
os profetas” (Mt 7.12).
- Deus conhece nosso coração e
sabe se, de fato, somos diferentes, a exemplo de Jó, “íntegros e retos, tementes
a Deus e que se desvia do mal” (Jó 1.8). A integridade tem que ser o resultado
de nossa nova vida com Cristo, não há meio termo, não há outra via. A avaliação
de Deus da nossa vida pode mudar. Ele pode esquecer dos nossos pecados e nos
aceitar como pessoas justas – justificadas pelo sangue de Jesus. “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos,
nos deu vida juntamente com Cristo, – pela graça sois salvos” (Ef 2.4-5; 1Co
6.9-11).
II. A PROSPERIDADE FINANCEIRA E O CRISTIANISMO
“1. O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver
em paz (Mt 6.19-21). Em uma sociedade consumista e centrada na economia
de mercado, o dinheiro e os bens materiais assumem um papel peculiar. As
pessoas são educadas para se ocuparem com o “ter”, como a busca por uma boa
formação acadêmica, um emprego que dê uma boa projeção financeira e social, uma
boa casa, um bom carro. Os desejos são muitos. Não há nenhum problema em se
preparar para o mercado de trabalho e buscar conquistar uma boa posição
financeira. O problema é quando isso se torna a única meta principal a ser
atingida. Jesus adverte que o principal tesouro a ser conquistado não é o
material, terreno, pois eles produzem satisfação e alegrias momentâneas,
efêmeras. Em vez disso, Ele recomenda ajuntar tesouros no céu, onde a traça e a
ferrugem não podem consumir (Mt 6.19).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Não ajunte riquezas terrenas.
Ele recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam celestiais e
eternos. “No ordenamento quotidiano de
nossas vidas, a verdadeira sabedoria consiste em buscar obter somente aquelas
coisas que duram. Quer compremos um traje ou um vestido ou um automóvel ou um
tapete ou um jogo de móveis, o sentido comum nos recomenda evitar a aquisição
de produtos mal feitos e perecíveis a curto prazo, e comprar aquelas coisas que
possuem solidez e permanência e estão bem feitas. Isto é, exatamente, o que
Jesus nos está dizendo nesta passagem: que devemos nos concentrar nas coisas
que duram.” (BIBLIOTECABIBLICA)
“2. A metáfora do olho como lâmpada do corpo (Mt
6.22,23). O Reino de Deus irrompeu num tempo em que o mundo
do primeiro século estava em profunda crise. A maioria, na pobreza, vivia
ansiosa pelas coisas fundamentais à sobrevivência e em grande expectativa pelo
futuro, com fé na esperança messiânica. Por outro lado, havia uma minoria que
vivia em função do dinheiro e do que ele podia proporcionar. Eles não viam a
obtenção do lucro, a qualquer custo, como um problema ético ou moral, mas como
sinal de bênção divina. Certa vez, Jesus falou a respeito da pureza dos olhos
(Mt 6.22). O texto descreve dois tipos de olhos: O bom e o mau. O bom enxerga
segundo a vontade de Deus. É um olhar livre da ansiedade obsessiva pelas
provisões materiais. Por isso prioriza a caridade e a solidariedade, o que torna
todo o corpo luminoso. O olho mau revela o interesse exagerado pela riqueza
egoísta, buscando o acúmulo de bens, ainda que estes sejam adquiridos de forma
corrupta e torna todo o corpo tenebroso. Jesus mostra que as escolhas humanas
são moldadas pela visão de mundo de cada pessoa. Desse modo, o “olho” é que
determinará o futuro do corpo, o lugar para onde irá.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14
ABR, 2019]
- Em Mateus 6.22 temos uma
argumentação do menor para o maior. A analogia é simples. Se o seu olho for
mau, nenhuma luz poderá entrar e você será deixado nas trevas por causa dessa
enfermidade. Pior ainda será o problema se ele não estiver relacionado apenas à
percepção externa, mas for uma corrupção interior de toda a natureza da pessoa,
de modo que as trevas de falo emanem de dentro e afetem o ser por completo. Ele
os estava acusando pela sua religião terrena superficial que havia deixado seus
corações nas trevas. Em Lucas 11.34 “a
lâmpada do teu corpo” é uma metáfora diferente da que é apresentada no versículo
33. Ali, a lâmpada fala da Palavra de Deus; aqui, os "olhos" são a
"lâmpada" — isto é, a fonte de luz — para o corpo. “Se os olhos forem maus” - o problema era
a percepção daqueles ouvintes de Jesus, não a falta de luz. Eles não precisavam
de um sinal; precisavam de coração para crer na grande mostra de poder divino
que já tinham visto.
“3. A escolha entre servir a Deus ou ao materialismo,
o deus Mamom (Mt 6.24). Em todo o capítulo 6 de Mateus o tema recorrente é
o compromisso do coração. Um compromisso desvirtuado tem como foco o acúmulo de
bens materiais. Jesus adverte, constantemente, a respeito da motivação egoísta
do nosso coração. Quando Mateus se refere ao Diabo e suas tentações, ele se
concentra nos aspectos econômicos da vida. O ser humano é tentado pelas
ambições pessoais, pelo desejo de ter mais do que necessário, mesmo que para
isso tenha que tirar dos desfavorecidos, como tem ocorrido em muitas nações. No
versículo 24, Jesus adverte que ninguém pode servir a dois senhores, pois para
muitos o dinheiro já se tornou um deus. Mamom, é o deus do egoísmo e contrário
ao amor. Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em
primeiro lugar, voltar-se para Deus de todo o coração e resistir ao amor ao
dinheiro. Precisamos aprender a fazer um uso sábio e prudente dos recursos
materiais, pois ninguém pode servir a dois senhores. Não tem como amar e ser
fiel a Deus e a Mamom, por isso a decisão de quem servir é pessoal e inevitável
(1Jo 2.15; Tg 4.4). Escolha servir a Deus, ainda que isso exija de você
sacrifícios e renúncias.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- A palavra Mamom vem do aramaico e significa “dinheiro” ou “riqueza”.
Não era uma pessoa nem um demônio. Algumas traduções antigas ainda mantêm a
palavra Mamom em Mateus 6.24, mas traduções mais modernas preferem traduzir
para português, como dinheiro ou riqueza - tesouros terrenos e materiais,
especialmente o dinheiro. Muitos Fariseus ensinavam que a devoção ao dinheiro e
a devoção a Deus são perfeitamente compatíveis (Lc 16.14). Isso andava de mãos
dadas com a noção geral de que as riquezas terrenas significavam bênção divina.
As pessoas ricas, portanto, eram consideradas as favoritas de Deus. Embora não
condenasse a riqueza per se, Cristo denunciou tanto o amor quanto a devoção às
riquezas. Sobre o amor ao dinheiro, O apóstolo escreve em 1 Tm 6.9 sobre os que
“querem ficar ricos caem em tentação”,
"querem" refere-se a um
desejo consciente e racional que descreve claramente a motivação dos que são
culpados de avareza. A forma do verbo grego traduzida por "caem" indica que quem tem esse
desejo está constantemente caindo em tentação. Os gananciosos são compulsivos —
sempre caem nas ciladas do pecado por causa do desejo que os consome de adquirir
cada vez mais. Essa ganância pode levar estas pessoas a sofrerem o fim trágico
da destruição e do inferno; Esses termos referem-se ao castigo eterno dos
ímpios. Isso, porque em Lc 6.10, o “amor
do dinheiro” Literalmente "afeto
pela prata", (e esse pecado aplica-se especificamente aos falsos
mestres), o princípio é única verdade universal. O dinheiro em si mesmo não é
mau, uma vez que é uma dádiva de Deus (Dt 8.18). O que o apóstolo condena é o amor,
o apego, o afeto ao dinheiro que é tão característico dos falsos mestres (1 Pe 5.2;
2Pe 1.3,15). A consequência do amor ao dinheiro é o desviar-se da fé, do corpo da
verdade cristã. O ouro substituiu Deus para esses apóstatas que deixaram de
buscar as coisas de Deus para dedicar-se ao dinheiro. Paulo aconselha Timóteo
quanto ao que ensinar aos que são ricos em bens materiais, aqueles que têm mais
do que é simplesmente essencial, como comida, vestes e abrigo. Paulo não
condena essas pessoas nem lhes ordena que se livrem de suas riquezas. Ele as
chama para que sejam bons mordomos dos recursos que Deus lhes tem dado (Dt 8.l
8; 1Sm 2.7; 1Cr 29.12)
.
CONCLUSÃO
“Os amigos de Jó acreditavam que ele deveria ter cometido um terrível
pecado, por isso lhe sobrevieram tantas dores e infortúnios. Muitos acreditam,
como os amigos de Jó, que quando temos saúde, bens materiais e não enfrentamos
lutas e provações estamos fazendo a vontade de Deus e em comunhão com Ele.
Contudo, Jesus nos alertou que no mundo teríamos aflições (Jo 16.33). Jesus
combateu o amor ao dinheiro e propagou a prática da solidariedade e a
valorização das pessoas e não dos bens. Os valores de Jesus, do Reino de Deus,
são imutáveis e inegociáveis e precisam ser observados por sua Igreja.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR, 2019]
- Jesus usou a palavra Mamom
para mostrar como a riqueza pode se tornar o senhor de nossas vidas. O dinheiro
escraviza quem se dedica a ele. Não podemos servir fielmente a Deus e também ao
dinheiro. Somente um dos dois pode reinar no coração. Os que têm muito costumam
confiar em sua riqueza (cf. Pv 23.4-5). Mas é Deus quem provê muito mais
segurança do que qualquer investimento terreno pode dar (Ec 5.18-20; Mt
6.19-21). Em 1Tm 6.19, o apóstolo adverte para “que acumulem... sólido fundamento”. "Que acumulem" pode ser traduzido por "ajuntar uma fortuna", enquanto
"fundamento" pode
referir-se a um fundo de investimento. A ideia é que os ricos neste mundo não
deveriam se preocupar com o retorno que seus investimentos terrenos podem lhe
dar. Aqueles que fazem investimentos eternos irão contentar-se em receber seus
dividendos no céu. Para concluir, é bom que se diga que não é errado ter
desejos. “Fomos criados para o prazer e
para a felicidade. Muitas pessoas pensam que o cristianismo é a religião da
autonegação, da morte do desejo. Muitos pensam que ser crente é não fumar, não
beber, não jogar, não ter sexo antes do casamento. Mas há muitas pessoas não
crentes que também não fazem essas coisas. Muitos chegam a pensar que ser
crente é viver a vida sem qualquer prazer. Mas a bíblia não se opõe ao desejo
nem ao prazer. Ao contrário, ela diz que os nossos desejos são muito limitados,
acanhados e fracos. A bíblia repetidamente nos exorta a buscar a nossa plena
felicidade. Deus nos criou para o maior dos prazeres: amá-lo, glorificá-lo e gozá-lo
para sempre!” (Rev Hernandes Dias Lopes. Leia
mais aqui)
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco
Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de
2019
HORA DA
REVISÃO
1.
Segundo a lição, qual o outro nome da Teologia da Prosperidade?
Teologia da Retribuição que é evidenciada no livro de Jó.
2.
Qual foi o sábio pedido de Agur a Deus?
“Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha
porção acostumada” (Pv 30.8).
3.
De acordo com a lição, qual é o maior tesouro para se obter?
O maior tesouro é fazer a vontade Deus e viver em paz.
4.
Se nossos olhos forem bons, qual será o resultado (Mt 6.22)?
Todo o corpo será luminoso.
5.
Segundo a lição, como se livrar de Mamom?
Para se livrar desse “demônio” e de suas tentações é preciso, em
primeiro lugar, resistir o amor ao dinheiro e as vantagens egoístas que ele
pode proporcionar. Fazer um uso sábio e prudente dos recursos materiais.
[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 2, 14 ABR,
2019].