Pb Francisco Barbosa
TEXTO
PRINCIPAL
“Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.” (Rm 14.10).
Entenda
o Texto Principal:
- Tu, porém, por que… – O original é mais vivo:- “Mas tu (o
crente mais fraco), por que julgas teu irmão? E tu novamente (mais forte), por
que desprezes teu irmão? Pois todos nós – os fortes e os
fracos juntos. apresentados diante do tribunal de Deus – Todos os manuscritos
mais antigos e melhores lidos aqui, “o tribunal de Deus”. A presente leitura,
sem dúvida, surgiu em 2Coríntios 5:10, onde “o tribunal de Cristo” ocorre. Mas
aqui “o tribunal de Deus” parece ter sido usado, com referência à citação e a
inferência em Romanos 14:11-12. [Jamieson; Fausset; Brown]
RESUMO DA
LIÇÃO
Deus,
em sua soberania, é o único juiz com conhecimento perfeito e justiça imparcial.
Entenda
o Resumo da Lição:
- O direito de Deus agir como juiz é estabelecido por Ele mesmo; é decorrente
de sua natureza e soberania. Foi Deus mesmo quem “erigiu” o seu trono para
julgar. Ele mesmo preserva. O seu trono é um símbolo que expressa o seu
autopoder.
TEXTO BÍBLICO
Mateus
7.1-5; Tiago 4.11,12.
Mateus
7
1. Não julgueis, para que não sejais julgados.
- Não julgueis. Compare com Romanos 2:1. O julgar o
qual nosso Senhor se refere, o contexto deixa claro, é fazer críticas com
grosseria e censurar coisas insignificantes. O julgamento como um ato sério não
é proibido por Cristo. De fato, muitas vezes é dever do cristão julgar e
condenar severamente coisas que o mundo nunca pensa em julgar: compare com
Mateus 18:15; 1Coríntios 5:12; 2Timóteo 4:2. [Dummelow, 1909]
2. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados,
e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.
- Em outras palavras, “Porque como vocês tratam os outros, eles também vão
tratar vocês” (VIVA). com o juízo (“critério”, A21; “modo”, NVT) que julgardes
sereis julgados.
3. Por que reparas tu no argueiro que está no olho de
teu irmão e não vês a trave que está no teu próprio olho?
- Romanos 2:21,23, “tu, pois, que ensinas ao outro, não ensinas a ti
mesmo? Tu que pregas que não se deve furtar, furtas?…Tu, que te orgulhas da
Lei, pela transgressão da Lei desonras a Deus;”.
4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro
do teu olho, estando uma trave no teu?
- se eis que há uma trave em teu próprio olho? O que (1) deve
impedir a condenação de outra pessoa por uma ofensa menos grave; e que (2)
obscureceria o discernimento espiritual, e assim o tornaria um juiz incapaz. O
pecado farisaico de hipocrisia era mais profundo e fatal para a vida espiritual
do que os pecados que o fariseu condenou. [Cambridge, 1893]
5. Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e,
então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.
- Hipócrita é aquele que coloca uma máscara e finge ser o que não é.
Tiago 4
11. Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem que fala
mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se julgas
a lei, já não és observador da lei, mas juiz.
- Tendo mencionado os pecados da língua (Tiago 3:5-12), ele mostra aqui
que o falar mal flui do mesmo espírito de vanglória às custas do próximo como
causaram as “brigas” reprovadas neste capítulo (Tiago 4:1). não
faleis mal – literalmente, “não fale contra” um ao outro. fala
mal da lei – O mandamento, “ama o teu próximo como a ti mesmo” (Tiago
2:8) é virtualmente condenado pelo mal
falar mal e julgar (Estius). Aqueles que condena arrogantemente os atos e
palavras de outros que não lhe agradam, visando assim a reputação da santidade,
colocam sua própria morosidade no lugar da lei, e reivindicam para si mesmos um
poder de censurar acima da lei de Deus, condenando o que a lei permite
(Calvino); como se a lei não pudesse realizar sua própria função de julgamento,
mas ele deve assumi-la (Bengel). Esta é a última menção da lei no Novo
Testamento. Aqui a lei moral é aplicada em sua plenitude espiritual por Cristo:
“a lei da liberdade”. E se julgas a lei, não és um cumpridor da
lei, mas, sim, juiz – Nosso chamado cristão é cumprirmos a lei. Mas ao
julgar nosso irmão, julgamos a lei, que nos manda amar nosso irmão. [Jamieson;
Fausset; Brown]
12. Um só é Legislador e Juiz, que pode salvar e
destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?
- Um só é o Legislador e Juiz – Só Deus é
Legislador e, portanto, Juiz, pois só Ele pode executar Seus julgamentos; nossa
incapacidade a esse respeito mostra nossa presunção em tentar agir como juízes,
como se fôssemos Deus. Quem és tu… – Quão arrogante é
julgar teus companheiros, e tirar de Deus o ofício que pertence a Ele sobre ti
e ELES igualmente! [Jamieson; Fausset; Brown]
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INTRODUÇÃO
Já
sabemos que a Carta de Tiago é rica em conselhos práticos para uma vida cristã
próspera. Na lição deste domingo veremos os conselhos e advertências a respeito
do julgamento alheio. Tiago nos exorta que todo e qualquer julgamento pertence
exclusivamente a Deus. Então, vamos refletir a respeito da natureza do
julgamento dos homens, a soberania de Deus como único juiz e a necessidade de
praticar a humildade e a compreensão nas relações interpessoais.
- O Salmo 133.1 diz: “Oh! quão bom e
quão suave é que os irmãos vivam em união!” Certamente, os irmãos deveriam
viver unidos, em harmonia, mas muitas vezes eles vivem em guerra. Às vezes, os
membros da igreja de Corinto entravam em contendas e levavam essas guerras para
os tribunais do mundo (ICo 6.1-8). Na igreja da Galácia, os crentes estavam se
mordendo e se devorando (G1 5.15). Paulo escreveu aos crentes de Éfeso,
exortando-os a preservarem a unidade no vínculo da paz (Ef 4.3). Na igreja de
Filipos, duas mulheres, líderes da igreja, estavam em desacordo (Fp 4.1-3). Tiago
já havia denunciado a guerra de classes (2.1-9). Os ricos recebiam toda a atenção
e os pobres eram ignorados. Tiago também denunciou a guerra entre patrões e empregados
(5.1-6), quando os ricos estavam retendo com fraude os salários dos ceifeiros.
Tiago denuncia ainda a guerra dentro da igreja (1.19,20). Os crentes estavam
ferindo uns aos outros com a língua e com um temperamento descontrolado. Finalmente,
Tiago denuncia uma guerra pessoal (4.11,12). Os crentes estavam vivendo em
constante clima de hostilidade. Os crentes estavam falando mal uns dos outros e
julgando uns aos outros. Nós precisamos examinar primeiro a nossa própria vida
e depois ajudar os outros (Mt 7.1-5). Não somos chamados para ser juízes. Deus
é o nosso juiz.
I. A NATUREZA
DO JULGAMENTO HUMANO
1. Cuidado com a precipitação. Muitas vezes, julgamos precipitadamente uma pessoa,
sem conhecer todos os fatos. Esse julgamento pode nos levar a cometer
injustiças. Por isso Tiago aborda os efeitos maléficos dos conflitos, disputas
e o julgamento entre os irmãos. Ele identifica o orgulho e a cobiça como as
raízes desses conflitos e chama os crentes à humildade e à submissão a Deus. A
exortação “não faleis mal uns dos outros” é uma advertência divina para evitar
qualquer forma de calúnia, difamação ou crítica. No grego, a expressão
utilizada é katalaleite, que pode ser traduzida como “caluniar” ou “difamar”
pessoas ausentes, que não podem se defender das injúrias. Falar mal dos outros
prejudica a reputação alheia, mas também mina a unidade e o amor dentro da
igreja, levando à mornidão espiritual.
- Em Mateus 7.5, Jesus não condena o julgamento; Ele condena o julgamento
hipócrita. Embora o texto não seja citado, é útil aplicarmos a instrução do
Mestre ates de qualquer outro! Jesus não condena todo tipo de julgamento, o que
é evidenciado pelo contexto. No mesmo sermão Ele avisou sobre os falsos mestres
(Mt 7.15-17) e falsos irmãos (Mt 7.21-23). É impossível ter cuidado com falsos
profetas e falsos mestres sem julgar doutrina e prática comparando-as com a
Palavra de Deus. Em outras passagens somos ordenados a julgar, porém, devemos
julgar segundo a reta justiça (Jo 7.24). Devemos julgar todas as coisas (1Co 2.15-16).
Devemos julgar o pecado na igreja (1Co 5.3,12), disputas entre irmãos (1Co
6:5), pregação (1Co 14.29), aqueles que pregam falsos evangelhos, falsos
cristos, e falsos espíritos (2Co 11.1-4), as obras das trevas (Ef 5.11), e
profetas (1Jo 4.1).
2. Falta de conhecimento. Somos limitados em nosso conhecimento. Por isso,
quando julgamos os outros, baseamo-nos geralmente em informações que muitas
vezes podem estar incompletas ou erradas. Tiago prossegue dizendo que quem fala
mal de um irmão e julga a seu irmão, na verdade, fala mal da Lei e julga a Lei.
Aqui, “lei” provavelmente se refere à “Lei Régia” mencionada em Tiago 2.8:
“Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Criticar e julgar os outros é,
portanto, uma violação direta desse mandamento. Ao julgar a Lei, a pessoa se
coloca acima dela, assumindo uma posição de autoridade que pertence
exclusivamente a Deus. Tiago está enfatizando a presunção e a arrogância de
quem se acha no direito de julgar os outros. Isso é particularmente grave
porque a função do cristão é observar e obedecer a Lei, não julgar.
- O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas,
dentro das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por
isso Jesus orou pela unidade (Jo 17.21). Como podemos estar em guerra uns
contra os outros se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo
Salvador, se somos habitados pelo mesmo Espírito. A resposta de Tiago é que
temos uma guerra dentro de nós. Tiago aborda aqui três coisas: primeiro, um
fato: há guerra entre os irmãos. Essa guerra representa o contínuo estado de
hostilidade e antagonismo. Segundo, uma causa: os prazeres que militam na nossa
carne. Tiago diz que os nossos desejos são como um campo armado pronto para guerrear.
Terceiro, uma prática: a cobiça.
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3. Julgamento e orgulho. O julgamento humano é frequentemente influenciado
pelo orgulho. Ao julgar os outros, muitas vezes, nos consideramos melhores ou
mais justos, ignorando nossos próprios defeitos e falhas. O julgamento, como
resultado do orgulho, não só nos prejudica espiritualmente, mas também
prejudica nossos relacionamentos. Ele cria divisões, ressentimentos e impede a
verdadeira comunhão. O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir
superiores aos outros. Ele nos impede de enxergar as nossas próprias falhas e
nos leva a focar nos erros dos outros. Nas Escrituras Sagradas, este sentimento
é repetidamente condenado como um pecado que nos afasta de Deus. Quando
julgamos os outros com base em nossas percepções e sentimentos, estamos
essencialmente dizendo que somos melhores ou mais justos do que eles. Esse é um
ato de presunção que contraria a humildade, a santidade e a justiça de Deus.
- Tiago está tratando do falar mal (Tg 4.11). Julgamento apropriado é
falar a verdade em amor. A verdade não é má e falar a verdade em amor não é
mal. O tipo de julgamento condenado por Tiago é julgar no sentido de rebaixar,
transmitir informações oficiosas, e difamar. É julgar com má intenção. Quando
alguém julga biblicamente o pecado e o erro, nunca é com o desejo de ferir as
pessoas. Os fariseus julgaram Jesus desta forma má (Jo 7.52). Os falsos mestres
na Galácia e em Corinto julgaram Paulo desta mesma forma, tentando rebaixá-lo
ante os olhos das igrejas (2Co 10.10). Tiago está se referindo ao julgamento
feito de um modo que é contrário à lei de Deus (Tg 4.12). Isto se refere a
julgar outros pelos padrões humanos e não pelos divinos, colocando desta forma
a si mesmo como o legislador. Os fariseus fizeram isto quando julgaram Jesus
por suas tradições (Mt 15.1-3). Por outro lado, quando um crente julga as
coisas pela Palavra de Deus, de forma santa e com compaixão, ele não está
exercendo seu próprio julgamento; ele está julgando pelo julgamento de Deus.
Quando, por exemplo, digo que é errado a uma mulher ser pastor, este não é o
meu julgamento, é o de Deus (1Tm 2.12).
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SUBSÍDIO I
“Tiago nos ensina que
falar mal do irmão e julgá-lo nos torna juiz da lei. Sabemos que só existe um
único juiz e legislador — Deus. Quem somos nós para julgar nossos irmãos em
Cristo?”
Como seres humanos somos falhos, imperfeitos e não conhecemos o
que vai no interior de cada um. Deus é santo, justo e conhece as nossas
verdadeiras intenções, por isso, somente Ele tem como julgar as pessoas com
retidão. Em o Novo Testamento, Jesus afirmou que a lei se resume em dois
mandamentos, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo. Quem ama o seu
irmão não o julga. E quem não ama já está descumprindo a lei divina. Quais têm
sido suas atitudes para com seus irmãos? Você os ama, os compreende, ou tem se
colocado diante de cada um como um juiz impiedoso? Não se esqueça das
advertências do nosso Mestre: “Não julgueis, para que não sejais julgados,
porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que
tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 7.1,2).
“Julgar ou submeter-se à Lei? Tiago inicia uma transição da
convocação dos crentes para o seu preparo para o iminente julgamento,
exortando-os a cumprir sua responsabilidade perante os semelhantes que, por sua
vez, também o enfrentarão. Faz essa mudança de retórica e repetindo o aviso
feito em 3.1, que voltará a focalizar em 5.1-9, aconselhando a respeito da
atitude que as pessoas devem ter para com seus semelhantes.
Tiago é claramente enfático na sua denúncia sobre como os
crentes, às vezes, tratam os outros (‘não faleis mal uns dos outros’, v.11).
Essa tendência de falar julgando e condenando os outros, talvez sem um
verdadeiro motivo (calúnia), certamente representa uma das razões pelas quais
ele previne contra o orgulho de assumir responsabilidades de um ensinador
(3.1). O adequado papel de um mestre é ‘convencer do erro do seu caminho um
pecador’ (5.20), e não o condenar (cf. 7.1-5)” (Adaptado de Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1683).
II. A
SOBERANIA DE DEUS COMO ÚNICO JUIZ
1. Deus conhece tudo. Tiago 4.12 afirma: “Há um só Legislador e um Juiz,
que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?”. Deus é o
único que possui conhecimento perfeito (onisciência) de todas as situações e
das intenções dos corações humanos. Por essa razão somente Ele tem autoridade
para julgar, salvar e destruir. Ao tomar para nós o papel de juiz, estamos
usurpando a autoridade do Senhor. Deus, sendo onisciente, possui conhecimento
perfeito sobre todas as coisas. Ele conhece cada detalhe de nossas vidas,
incluindo nossos pensamentos, intenções, motivações e circunstâncias (Jr
17.10). Esse conhecimento absoluto garante que seus julgamentos sejam sempre
perfeitos e equitativos, pois Ele vê além das aparências e entende a totalidade
da situação.
- Deus, que deu a lei (cf. Is 33.22). Ele é o único que tem a autoridade
para salvar do castigo aqueles que se arrependem e destruir aqueles que se
negam a se arrepender. Tiago vai agora mais longe e mostra a magnitude do erro
envolvido nesta incriminação injusta dum irmão. Visto que aquele que faz isso
se arvora em juiz da lei de Deus, ele se coloca no mesmo nível de autoridade
como a fonte desta lei, o legislador. Por julgar injustamente seu irmão, ele,
na realidade, pode até mesmo presumir introduzir sua própria legislação,
baseada nas suas próprias normas pessoais. Mas Tiago expressa a verdade de que
há apenas um legislador e juiz. Ele não é algum homem, mas Deus, o Juiz e
Legislador supremo. Somente ele tem o soberano direito de estabelecer normas e
regras para a salvação, visto que apenas ele “é capaz de salvar e de destruir”,
sendo capaz de recompensar e punir plenamente. O Filho de Deus disse: “Não
fiqueis temerosos dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; antes,
temei aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo.” (Mt 10.28;
veja o Salmo 68.20; 75.7) Mesmo que aquele que fala contra seu irmão e o julga
não se aperceba plenamente da realidade e da magnitude da posição que assume,
quão perigosa é a atitude que toma ao tentar desempenhar as funções judicativas
do Deus infalível!
2. Justiça perfeita. Somente Deus é justo. Sua justiça é parte da sua
natureza santa, ao contrário do ser humano que é imperfeito e injusto. Em
Deuteronômio 32.4, Moisés nos diz que “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita,
porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele
injustiça; justo e reto é”. Deus julga com equidade, assegurando que cada
pessoa receba exatamente o que merece, de acordo com sua perfeita justiça.
- “A lei do SENHOR é perfeita”; portanto, é completa, refinada, não sendo
deficiente, inadequada ou incompetente para atingir o objetivo desejado. (Sl 19.7)
Deus disse aos israelitas: “Deveis cuidar
em cumprir cada palavra que vos ordeno. Nada lhe deveis acrescentar nem lhe
tirar.” (Dt 12.32; veja Provérbios 30.5,6; Ap 22.18.) “Tua lei é verdade”, diz o Salmo 119.142, e por isso está em
harmonia com a situação real das coisas e é correta para tudo o que realmente é
necessário. Sendo Deus o único Legislador e Juiz, só ele pode decidir quando
revogar qualquer de sua legislação como já tendo servido à sua finalidade
(assim como fez com o pacto da Lei), ou introduzir novos mandamentos e
legislação. (Hb 8.10-13; veja Gálatas 1.8,9,11,12) Assim como seria o cúmulo de
desrespeito se os homens se empenhassem em fazer parecer que a lei de Deus
aprova o que ela condena, assim, também, seria igualmente presunçoso fazer
parecer que proíbe o que ela permite. (Is 5.20; Pv 17.15) Os líderes
religiosos, judaicos, apesar de seu zelo pelo código da Lei, eram culpados
disso. Tiago mostra que seus irmãos na congregação cristã precisavam guardar-se
para não cometerem um erro similar.
3. Autoridade exclusiva. Deus possui autoridade exclusiva para julgar porque
Ele é o Criador de todas as coisas. Sua soberania abrange todo o universo e,
por ser o Criador, tem direitos sobre as criaturas. Cada um de nós dará conta
de si mesmo a Deus. A usurpação dessa autoridade é uma afronta à soberania
divina, e um sinal de falta de humildade e submissão da nossa parte. A Bíblia
ensina que haverá um julgamento final, onde o Senhor julgará todos os seres
humanos com base em suas obras e em sua fé em Cristo (Ap 20.12).
- “porém, quem τίς
és εἶ , que julgas κρίνω o próximo
ἕτερος?” Tg 4.12. A pergunta de Tiago é devastadoramente vigorosa. Realmente, parece
incrível que algum humano frágil, errante, imperfeito e pecaminoso consideraria
ter o direito e a competência para agir no lugar do Deus infalível em julgar o
próximo, quando Deus, por sua Palavra, não o faz. O Filho de Deus, perfeito e
sem pecado, declarou repetidas vezes sua aderência cuidadosa e fiel ao que seu
Pai dissera, e sua firme recusa de agir ou fazer julgamentos por conta própria.
(Jo 5.30, 45; 7.16-24; 8.15, 16, 26, 28; 12.28-50) Ele diz a nós, discípulos,
que, se nós, como criaturas imperfeitas e pecaminosas, não queremos ser
julgados e condenados, então não devemos presumir arbitrariamente de julgar e
condenar nosso próximo (Mt 7.1-5; Lc 6.37; veja Rm 2.1-3). A pergunta de Tiago
encontra paralelo na do apóstolo Paulo, em Romanos 14.4: “Quem és tu para julgares o servo doméstico de outro? Para o seu próprio
amo está em pé ou cai.” O amo tem o direito de estabelecer leis para o seu
próprio servo, para lhe impor deveres e restrições, para conservá-lo ou para
despedi-lo. A qualquer que presumisse de assumir esta responsabilidade, o amo
do servo diria de direito: ‘Quem é que pensa que é?’ (Veja Provérbios 30.10; 1
Coríntios 4.1-5.) Sendo assim, o apóstolo prossegue: “Mas, por que julgas tu o teu irmão? Ou, por que menosprezas também o
teu irmão? Porque nós todos ficaremos postados diante da cadeira de juiz de
Deus.” (Rm 14.10; veja também os versículos 11 a 13.) O reconhecimento da
imparcialidade de Deus no julgamento e de nossas próprias fraquezas os ajudará
a evitar sentimentos de auto-justiça e de superioridade para com o nosso
próximo. (Veja Jó 31.13-15.)
SUBSÍDIO
II
“Tiago identifica dois
problemas que se originam quando as pessoas reivindicam as prerrogativas de um
julgamento que por direito pertence somente a Deus, o ‘único Legislador e Juiz’
(v.12). Ao condenarmos outros, estamos principalmente condenando a própria lei.
Talvez Tiago acreditasse que esse era o caso porque quando condenamos as
pessoas estamos condenando aqueles que foram ‘feitos à semelhança de Deus’
(3.9), e assim, implicitamente, estamos condenando o próprio Deus (cf. Rm
14.1-8).
Aqueles que julgam os semelhantes estão se posicionando como
juízes acima da lei, ao invés de submeterem-se a ela (‘se tu julgas a lei, já
não és observador da lei, mas juiz’, Tg 4.11); isto é, inevitavelmente o padrão
de comportamento que reproduz o desejo do juiz humano e não a vontade de Deus
(veja 4.13-17). Ao invés de nos atermos às omissões dos semelhantes na
obediência à lei de Deus, deveríamos nos concentrar em nossa submissão a Ele
(4.7) e à sua lei.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição.
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.1683).
III. A
HUMILDADE E A COMPREENSÃO ENTRE IRMÃOS
1. Evite criticar. Tiago nos aconselha a não falar mal uns dos outros
(v.11) e para que isso aconteça, precisamos ter uma atitude de humildade com os
nossos irmãos, reconhecendo nossas próprias falibilidades. Ao nos lembrar de
que somos pecadores e que necessitamos da graça de Deus, nos tornamos mais
humildes e menos propensos a criticar e falar mal dos outros. A humildade nos
leva a agir com compaixão e misericórdia, em vez de críticas. Não podemos jamais
compactuar com os erros dos irmãos, mas precisamos orar para que haja
arrependimento e crer no perdão e na misericórdia divina.
- καταλαλέω (katalaléō), falar contra alguém, incriminar, difamar. Tiago
já havia denunciado a guerra de classes (2.1-9). Os ricos recebiam toda a atenção
e os pobres eram ignorados. Tiago também denunciou a guerra entre patrões e empregados
(5.1-6), quando os ricos estavam retendo com fraude os salários dos ceifeiros.
Tiago denuncia ainda a guerra dentro da igreja (1.19,20). Os crentes estavam
ferindo uns aos outros com a língua e com um temperamento descontrolado.
Finalmente, Tiago denuncia uma guerra pessoal (4.11,12). Os crentes estavam
vivendo em constante clima de hostilidade. Os crentes estavam falando mal uns
dos outros e julgando uns aos outros. Nós precisamos examinar primeiro a nossa
própria vida e depois ajudar os outros (Mt 7.1-5). Náo somos chamados para ser
juizes. Deus é o nosso juiz.
2. Ame. Quando você for criticar alguém, lembre-se da lei do
amor de Deus (Mt 22.37-40) e diga algo bom. Jesus ensina em Mateus 7.3-5 que
devemos primeiro remover a trave do nosso próprio olho antes de tentar remover
o cisco do olho do nosso irmão. Obedecer ao mandamento de amar ao próximo
implica falar e agir de maneira a edificar, e não a destruir. O amor ao próximo
é um dos pilares do ensinamento cristão e o verdadeiro amor se manifesta em
palavras e ações que promovem o bem-estar e o crescimento do outro. Falar mal
dos outros evidencia falta de amor. Quando amamos o próximo como a nós mesmos,
tratamos as falhas dos outros com a mesma compreensão e paciência com que
gostaríamos de ser tratados.
- Desejos egoístas são coisas perigosas. Eles levam a ações erradas (4.2).
E eles levam a orações erradas (4.3). Tiago agora se move do relacionamento
errado com outros irmãos para um relacionamento errado com Deus. Quando as
nossas orações são erradas, toda a nossa vida está errada. Nossas orações não são
respondidas quando há guerras entre os irmãos e paixões dentro do coração. Quando
temos guerra com os irmãos, temos a comunhão interrompida com Deus. A oração
seria a solução (4.2b), mas na prática, a oração não funciona (4.3a) porque ela
está motivada pela mesma razão que provoca as contendas (4.3b).
3. Seja misericordioso. Uma atitude de compreensão e misericórdia reflete o
caráter de Cristo em nós. Se quisermos ter bons relacionamentos, precisamos nos
esforçar para entender as circunstâncias e lutas dos outros, oferecendo apoio e
compaixão em vez de julgamento.
- “Porque o juízo será sem
misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do
juízo.” (Tg 2.13). O que teria levado o apóstolo Tiago a fazer tal
afirmação senão o fato de saber que nos encontramos, desde que Jesus morreu e
ressuscitou, na dispensação da Graça, em que vigora uma nova aliança com
Israel, na qual não apenas a nação de Israel é considerada o povo da aliança,
como no período do Velho Testamento, mas todas as pessoas de todas as nações
que estejam unidas a Cristo pela fé. Nesta é exigido que os aliançados sejam
misericordiosos para com todos os pecadores, assim como Deus tem sido
plenamente misericordioso para conosco. Ele determinou ser completamente
longânimo e misericordioso nesta dispensação, inclusive para com os Seus
inimigos que vivem deliberadamente na impiedade, e não apenas com aqueles que
tivessem sido alcançados pela Graça, tendo sido justificados pela fé nEle no
período da dispensação da Lei, e mesmo antes deste período, conforme foi o caso
por exemplo de Enoque, Noé, Abraão, entre outros. Que a misericórdia triunfa
sobre o juízo está sendo patentemente demonstrado pelo Senhor nesta dispensação
da Graça; pois todos os que se arrependem de seus pecados e que simplesmente
confiam em Cristo, são perdoados. Nunca antes de Jesus ter feito a expiação dos
nossos pecados na cruz do Calvário, e ter instituído uma Nova Aliança com base
no sangue do Seu sacrifico, houve na Terra uma tal disponibilidade de graça
salvadora e misericordiosa para todas as nações. Assim que nem sequer um jota
ou til serão eliminados da Lei até que tudo se cumpra, quando Cristo entregar o
Reino ao Pai no qual não mais existirá o pecado, e por conseguinte a
necessidade de uma Lei escrita, porque “não
se promulga Lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes,
irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas,
homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para
tudo quanto se opõe à sã doutrina,” (1Tm 1.9,10).
SUBSÍDIO
III
Professor(a), explique que, como crentes, devemos evitar as
críticas e amar a todos. Porém, “Cristo não negou a necessidade de exercitar o
discernimento ou de fazer julgamentos de valores com relação ao pecado na vida
dos outros. Certamente devemos fazer isto a fim de nós mesmos evitarmos o
pecado.” (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro:
CPAD, p.1210).
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CONCLUSÃO
Esta
lição nos oferece uma visão clara sobre o julgamento alheio, enfatizando que
essa prerrogativa pertence exclusivamente a Deus. A tendência humana de julgar
precipitadamente, sem pleno conhecimento e muitas vezes por orgulho, deve ser
substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único
juiz justo e conhecedor de todas as coisas, chama-nos a deixar toda avaliação
em suas mãos. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a
verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos do coração de Deus.
Que possamos praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquEle
que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.
- O julgamento pode ser bom ou pode ser mau. Quando é para fazer a
distinção entre o que está certo e o que está errado, é bom (1 Coríntios
11:13). Quando é para condenar uma pessoa sem dó, levando-a a tropeçar, é mau
(Romanos 14:13). Jesus também disse que devemos olhar para nós mesmos antes de
julgar os outros, porque podemos acabar nos condenando a nós próprios. Se você
aponta o erro de outra pessoa, mas faz pior que ela, está sendo hipócrita e
precisa se consertar (Mateus 7:1-5). O importante é lembrar que você não é dono
da verdade absoluta. Só Deus sabe todas as coisas e devemos sempre ter muito
cuidado antes de julgar.
- Todos temos direito a uma opinião e a expressá-la. Às vezes também é
preciso repreender um irmão. Quando isso acontece:
• Faça tudo em amor
– quem ama não quer condenar seu irmão, mas ajudá-lo.
• Analise tudo à luz
da Bíblia (1 Tessalonicenses 5:21) – sua opinião é mesmo bíblica?
• Cuidado com as
aparências – procure se informar bem para fazer julgamentos justos (João 7:24).
• Olhe para você
mesmo antes de falar – você é um bom exemplo dos princípios que defende? Se não
for, admita.
• Seja sincero, mas
compreensivo – tente compreender o outro lado da questão.
• Seja tolerante –
tolerar é suportar em amor quem age de maneira que você acha errada; não é
concordar nem ficar calado sobre o assunto.
• Evite a polêmica –
a controvérsia muitas vezes leva à troca de palavras duras e divisões entre
pessoas; se a conversa for nessa direção, abandone-a (1 Coríntios 11:16).
Tudo já valeu a pena, mas a maior
recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é
o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Non Nobis Domine, Non Nobis
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer
(S.J.C./SP);
• Pós-graduado em Teologia Bíblica e
Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde
1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS,
2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima),
2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil
em Campina Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
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HORA DA
REVISÃO
1. Segundo a lição, qual a origem dos conflitos,
disputas e julgamento entre irmãos?
O orgulho e a cobiça.
2. O que frequentemente influencia o julgamento humano?
O julgamento humano é frequentemente influenciado pelo orgulho.
3. O que o orgulho nos faz sentir?
O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir superiores
aos outros.
4. Quem é o Único que conhece tudo?
Deus é o único que possui conhecimento perfeito (onisciência),
de todas as situações e das intenções dos corações humanos, por essa razão
somente Ele tem autoridade para julgar, salvar e destruir.
5. O que a humildade e a atitude de misericórdia revelam?
Revelam o caráter de Cristo em nós.