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10 de fevereiro de 2025

EBD ADULTOS | Lição 07: As naturezas humana e divina de Jesus | 1° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5).

Entenda o Texto Áureo:

deles são os patriarcas – aqui, provavelmente, os três grandes pais da aliança – Abraão, Isaque e Jacó – pelos quais Deus condescendeu em nomear a si mesmo (Êxodo 8:6, 13; Lucas 20:37). e deles – privilégio mais exaltado de todos e, como tal, reservado ao último. quanto à carne – (veja em Romanos 1:3). bendito eternamente, Amém – Para livrar-se do brilhante testemunho aqui dado à suprema divindade de Cristo, vários expedientes foram adotados:(1) Para colocar um período, seja após as palavras “concernente à carne, Cristo veio”, tornando a próxima oração como um doxologia ao Pai – “Deus, que é sobre todos, seja abençoado para sempre”; ou depois da palavra “todos” – assim, “Cristo veio, que é sobre todos:Deus seja abençoado”, etc. [Erasmus, Locke, Fritzsche, Meyer, Jowett, etc.]. Mas é fatal para essa visão, como até Socinus admite, que em outras doxologias da Escritura a palavra “Abençoado” precede o nome de Deus a quem a bênção é invocada (assim:“Bendito seja Deus”, Salmo 68:35; seja o Senhor Deus, o Deus de Israel ”(Salmo 72:18). Além disso, qualquer doxologia aqui seria “sem sentido e frígida ao extremo”; o triste assunto sobre o qual ele estava entrando sugerindo qualquer coisa além de uma doxologia, mesmo em conexão com a Encarnação de Cristo (Alford). (2) Transpor as palavras traduzidas como “quem é”; caso em que a prestação seria, “cujos (isto é, os pais”) é Cristo de acordo com a carne “[Crellius, Whiston, Taylor, Whitby]. Mas este é um expediente desesperado, em face de toda autoridade manuscrita; como também é a conjectura de Grotius e outros, que a palavra “Deus” deve ser omitida do texto. Resta então, que não temos aqui nenhuma doxologia, mas uma declaração de fato, que enquanto Cristo é “da” nação israelita “como concernente à carne”, Ele é, em outro aspecto, “Deus sobre todos, abençoado para sempre. ”(Em 2Coríntios 11:31, a frase muito grega que é aqui traduzida como“ quem é ”, é usada no mesmo sentido e comparar Romanos 1:25, em grego). Nesta visão da passagem, como um testemunho da suprema divindade de Cristo, além de todos os pais ortodoxos, alguns dos mais capazes críticos modernos concordam [Bengel, Tholuck, Stuart, Olshausen, Filipos, Alford, etc.]

 

VERDADE PRÁTICA

Jesus é o eterno e verdadeiro Deus e, ao mesmo tempo, o verdadeiro homem.

Entenda a Verdade Prática

Jesus é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, pois possui duas naturezas, divina e humana, que se unem de forma inseparável. Jesus é o Verbo eterno. Ele preexiste à criação. Não teve origem, mas é a origem de todas as coisas. O Verbo divino fez-se carne. O eterno entrou no tempo. O infinito tornou-se finito. O senhor se fez servo. Se Jesus não fosse Deus não poderia oferecer um sacrifício de valor infinito. Se não fosse homem não poderia ser o nosso substituto. Porque é Deus e ao mesmo tempo Homem pode ser o Mediador entre Deus e os homens. Porque é Deus-homem pôde fazer um sacrifício perfeito, capaz de expiar a culpa de todo aquele que nele crê.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 1.1-4; Filipenses 2.5-11.

Romanos 1

1. Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,

(1-7) A SAUDAÇÃO. Ao contrário da “saudação” [chairein] que conhecemos das composições epistolares dos gregos e que é usada uma vez no Novo Testamento (Tiago 1:1), as Epístolas Paulinas começam com uma bênção para os destinatários, assim como a segunda carta de João e a de Judas. Porém, a saudação desta Epístola é única, pois inclui afirmações doutrinárias (como observa Olshausen), que a tornam uma unidade completa em si mesma. Nas Epístolas aos Gálatas e a Tito, algo semelhante pode ser notado, mas em menor grau. Tão rica e exuberante é a Saudação aqui, que é útil subdividi-la em partes para maior clareza. Sendo um estranho em comparação àqueles a quem está prestes a se dirigir, Paulo inicia a Epístola com uma apresentação de si mesmo. Paulo (sobre este nome, veja a nota em Atos 13:9), servo de Cristo Jesus [Ieesou Christou – não Christou Ieesou, com Tischendorf e Tregelles, com base na autoridade única de B e na antiga Vulgata Latina, com Agostinho e Ambrósio (que certamente seguiram sua própria versão latina); enquanto o Texto Recebido é apoiado por todos os outros Unciais, muitos cursivos, várias versões antigas e pelos pais gregos e latinos: Lachmann mantém o Texto Recebido.] No Novo Testamento, várias palavras são usadas para “servo”, das quais, exceto uma, transmitem a ideia de serviço voluntário [therapoon, hupeeretees, oiketees, diakonos, pais]. A única que denota serviço de escravo é a usada aqui [doulos] – ver Gálatas 3:28; 1Timóteo 6:1; Apocalipse 6:15. Trata-se de uma palavra mais frequente que todas as outras e, literalmente, significa “escravo”. Assim, Lutero a traduz pela palavra que denota serviço servil (“Knecht”). Porém, como as ideias repulsivas de servidão tendem a associar-se desagradavelmente a esses termos, talvez seja melhor evitá-los na tradução – lembrando sempre, no entanto, que, ao expressar a relação dos servos de Cristo com Ele, este termo invariavelmente significa “aquele que é propriedade de outro” e, portanto, está “sujeito à sua vontade e inteiramente à sua disposição”. Entre os primeiros cristãos, era considerado uma grande honra e privilégio estar em tal relação com Cristo, tanto que a palavra “servo” perdeu as associações repulsivas que costumava ter. No Apocalipse, ela é até usada para expressar a posição dos santos glorificados diante de Deus e do Cordeiro; enquanto seus serviços nessa condição são descritos pelo termo que denota serviço religioso – “Seus servos [douloi] o adorarão” [latreusousin] (Apocalipse 22:3). Nesse sentido – de sujeição e devoção total a outro – é que o termo é aplicado no Novo Testamento aos discípulos de Cristo em geral (Romanos 6:22; 14:4; 1Coríntios 7:21-23; Apocalipse 19:2; 19:5), assim como no Antigo Testamento foi aplicado a todo o povo de Deus (Salmo 135:1; Isaías 65:13; Daniel 3:26). Além disso, assim como os profetas e reis de Israel tinham sido chamados oficialmente de “servos de Yahweh” (Deuteronômio 34:5; Josué 1:1), os apóstolos do Senhor Jesus se intitulam “servos de Cristo”, expressando uma sujeição e devoção a Ele que jamais ofereceriam a uma mera criatura. Nesse mesmo espírito, João Batista falou de si mesmo como indigno de realizar para seu Mestre, Cristo, a mais simples tarefa de um escravo (Marcos 1:7). Nesse sentido absoluto, então, é que o autor aqui se autodenomina “um servo de Jesus Cristo”. chamado para ser apóstolo. Em seguida, Paulo se descreve como “chamado para ser apóstolo” [kleetos apostolos]. Alguns traduzem isso como “um apóstolo chamado”, mas isso poderia dar a entender que poderia haver apóstolos que não fossem chamados. Assim, acreditamos que a tradução da nossa versão é preferível. O chamado aqui mencionado refere-se àquela gloriosa manifestação de Cristo que o colocou no mesmo nível dos Doze originais (1Coríntios 15:7-8; Atos 26:16-18). separado para o evangelho. Em três momentos distintos de sua vida ele foi divinamente “separado”, e a mesma palavra é usada para expressar cada um deles. Primeiro, no seu nascimento: “Quando aprouve a Deus, que me separou [aforisas] desde o ventre de minha mãe” (Gálatas 1:15) – ordenando todas as circunstâncias desde então, e todos os eventos até o momento de sua conversão, para treiná-lo para sua grande obra como servo de Cristo. Em seguida, quando chamado tanto à fé quanto ao apostolado de Cristo, ele foi oficialmente “separado [afoorismenos] para o evangelho”, como aqui é expressado. Por fim, na igreja em Antioquia, logo antes de sua designação para a vocação missionária: “Disse o Espírito Santo: Separai-me [aforisate] Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13:2). o evangelho de Deus. Isso significa não o evangelho “sobre Deus” (como interpretado por Crisóstomo), mas o evangelho do qual Deus é o glorioso Autor (como em Romanos 15:16; 2Coríntios 11:7; 1 Tessalonicenses 2:8-9; 1 Pedro 4:17). Ele chama de “evangelho de Deus” aqui, porque nos dois versículos seguintes ele falará de forma mais direta sobre o que Deus tem a ver com ele. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

2. o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras,

que antes havia prometido…nas santas Escrituras – Embora a Igreja romana fosse gentia por nação (ver em Romanos 1:13), ainda que consistisse principalmente de prosélitos à fé judaica (veja a Introdução a esta epístola), eles são aqui lembrados de que ao abraçar a Cristo eles não se afastaram, mas somente mais profundamente se renderam a Moisés e os profetas (Atos 13:32-33).

3. acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,

acerca do seu Filho – o grande peso deste “Evangelho de Deus”. quanto à carne – isto é, em Sua natureza humana (compare com Romanos 9:5; Jo 1:14); implicando, é claro, que Ele tinha outra natureza, da qual o apóstolo imediatamente fala. nasceu da descendência de Davi – como, de acordo com “as sagradas escrituras”, Ele foi escolhido para ser (veja em Mateus 1:1). [Jamieson; Fausset; Brown]

4. declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, - Jesus Cristo, nosso Senhor,

e declarado Filho de Deus [horisthentos] – ‘marcado’, ‘apontado’ e, assim, ‘declarado’ ou ‘manifestado’ – como os melhores críticos, antigos e modernos, interpretam o sentido da palavra. [O latim antigo – aparentemente confundindo horisthentos com prooristhentos – traduziu-o como proedestinatus, que Jerônimo infelizmente manteve na Vulgata. Erasmo faz observações excelentes sobre essa palavra.] Não passa despercebido ao leitor atento que o apóstolo modifica cuidadosamente sua linguagem aqui. Ele diz: “feito da descendência de Davi segundo a carne”; mas ele não afirma, “feito Filho de Deus”; pelo contrário, ele diz que Jesus foi apenas “declarado (ou ‘manifestado’) Filho de Deus” – exatamente como em João 1:1; João 1:14: “No princípio era o Verbo… E o Verbo se fez carne”; e Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu.” Assim, a filiação de Cristo é apresentada, não como algo temporal ou de nascimento humano, mas como uma filiação essencial e incriada; o Filho de Deus, por Sua encarnação, apenas revestiu-se de nossa natureza, manifestando-se publicamente. Mas somente após Sua ressurreição dos mortos é que os discípulos mais perspicazes puderam afirmar, de maneira completa, “Contemplamos Sua glória.” Foi apenas nesse momento e dessa forma que Ele foi “manifestado como o Filho de Deus” em poder. em poder. Se conectarmos isso com as palavras anteriores – “o Filho de Deus com poder” – o significado é que o poder que Ele sempre possuíra, mas que estava velado aos olhos humanos até então, brilhou intensamente quando Ele ressuscitou dos mortos. (Assim entenderam a Vulgata, Crisóstomo, Melanchthon, Calvino, Philippi, Lange, entre outros, como nós mesmos fizemos anteriormente.) No entanto, parece melhor ligar essas palavras a “declarado”; e, nesse caso, o sentido é que Ele foi “declarado com poder”, ou gloriosamente evidenciado como o Filho de Deus pela Sua ressurreição. (Assim interpretam Lutero, Beza, Bengel, Fritzsche, Meyer, Tholuck, entre outros.) segundo o Espírito de santidade [kata pneuma hagioosunees] – uma frase incomum e um tanto difícil, cujo sentido depende de estarmos diante de um clímax ou de um contraste. Aqueles que tentam afastar o testemunho da divindade de Cristo aqui afirmam que o apóstolo não está contrastando as naturezas inferior e superior de Cristo, mas descrevendo a transição de Cristo de uma condição inferior para uma condição superior de existência, ou da Sua condição humilhada, do nascimento à morte, para o estado exaltado de ressurreição e glória. Nesse caso, “o Espírito de santidade” é interpretado como o Espírito Santo ou como aquela “energia espiritual” que habitava nele acima dos demais homens, manifestando-se de maneira preeminente em Sua ressurreição. Aqueles que não reconhecem nada em Cristo além da mera humanidade naturalmente adotam essa visão; mas alguns ortodoxos interpretam esta passagem de maneira semelhante. Mas, já que sem dúvida “a carne”, em tais passagens, significa “natureza humana” em sua fragilidade e mortalidade (ver a nota em João 1:14), e, consequentemente, o fato de Cristo ser descendente da semente de Davi “segundo a carne” deve significar Sua descendência de Davi “em relação à Sua natureza humana”, segue-se que Sua declaração como “Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade”, deve significar que Ele foi manifestado assim de acordo com Sua outra e superior natureza, que vimos ser a do essencial e incriado “Filho de Deus”. Mas por que o apóstolo chamaria isso de “o Espírito”? Sem dúvida, porque ele já havia falado de Sua natureza humana sob o termo “carne”; e “carne” e “espírito” são os contrastes usuais entre si. Em 2Coríntios 3:17 (diz Tholuck) – “Agora, o Senhor é o Espírito” – a substância ou elemento que constitui a Personalidade superior de Cristo é chamada de Espírito. E se “Deus é Espírito” (João 4:24), por que este Deus encarnado não poderia receber o título de “Espírito” em um sentido absoluto? Clemente de Roma (Efésios 2, 100: 9) [ou quem quer que tenha escrito aquela carta] expressa isso com as palavras: ‘Cristo o Senhor, sendo primeiro Espírito, tornou-se carne’. É nesse mesmo sentido que devemos entender a expressão em Hebreus 9:14, “o Espírito eterno”; e em 1Timóteo 3:16 temos o mesmo contraste entre “carne” e “espírito” que vemos aqui. Mas surge ainda uma questão: Por que essa Natureza Superior de Cristo é chamada de “Espírito de santidade”? Muito provavelmente, porque se ele tivesse dito “segundo o Espírito Santo”, seus leitores certamente teriam entendido que ele estava falando sobre o Espírito Santo; e foi para evitar essa interpretação que acreditamos que ele usou a expressão incomum, “segundo o Espírito de santidade”. Podemos aqui observar que hagioosunee, diferindo de hagiotees, pode presumivelmente referir-se a uma “condição subjetiva”, em contraste com uma “qualidade objetiva”. pela ressurreição dentre os mortos; o Cabeça ressurreto é aqui visto apenas como as “Primícias daqueles que dormem”. [Lutero interpretou erroneamente ex aqui como “desde” ou “após”, provavelmente induzido ao erro pelo uso do ex na Vulgata, que, embora capaz desse sentido, foi muito provavelmente usada para expressar a ideia de “por” ou “através”.] [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

 

Filipenses 2

5. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,

Os manuscritos mais antigos diziam: “Tende em ti essa mente”, etc. Ele não se apresenta (ver em Filipenses 2:4 e Filipenses 1:24) como exemplo, mas Cristo, aquele eminentemente que não procurou Sua própria, mas “humilhou-se” (Filipenses 2:8), primeiro em assumir-lhe a nossa natureza, em segundo lugar, em se humilhar ainda mais nessa natureza (Romanos 15:3). [Jamieson; Fausset; Brown]

6. que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.

Ernst Lohmeyer expandiu o significado desta seção de versículos. Ele diz que este é um hino cristão muito antigo, originalmente escrito em aramaico (o dialeto judeu do hebraico) e cantado em conexão com a ceia do Senhor. Mas, ao estudar isso, observe que Paulo a usa para enfatizar a ética cristã, não a teologia. em forma de Deus. Compare Jo 1:1-3; Hebreus 1:3. [Ice, 1974]

7. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

Ele esvaziou a si mesmo – “não da Sua natureza Divina, pois isso era impossível, mas das glórias que lhes são de direito como Deus. Ele fez isso assumindo a forma de servo” (Lightfoot).

8. e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.

até a morte, e morte de cruz. Não uma morte comum, mas, de todas as formas de morte, a mais torturante, a mais vergonhosa – uma morte reservada pelos romanos para os escravos, uma morte amaldiçoada aos olhos dos judeus (Deuteronômio 21:23). [Pulpit, 1895]

9. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,

Por isso Deus também o exaltou supremamente. A exaltação é a recompensa da humilhação: “aquele que humilhar a si mesmo, será exaltado”. O aoristo “exaltou supremamente” (ὑπερύψωσεν) refere-se aos fatos históricos da Ressurreição e Ascensão. e lhe deu o nome que é acima de todo nome. Os dois verbos aoristas “exaltou supremamente” e “lhe deu” (ἐχαρίσατο), referem-se ao tempo da ressurreição e ascensão de nosso Senhor. Ele assumiu voluntariamente uma posição subordinada; Deus Pai o exaltou. Devemos interpretar, juntamente com os melhores manuscritos, “o Nome”. Isso parece significar, não o nome Jesus, que lhe foi dado em sua circuncisão, de acordo com a mensagem do anjo; mas o nome Senhor ou Jeová (ver Filipenses 2:11), que na verdade era dele antes de sua encarnação, mas foi dado (Mateus 28:18, “todo poder me é dado no céu e na terra”) a Jesus Cristo , o Filho encarnado, Deus e Homem em uma só Pessoa. Ou, mais provavelmente, talvez, a palavra “Nome” seja usada aqui, como tantas vezes nas Escrituras Hebraicas, para a majestade, glória, dignidade da Deidade. Compare com as palavras frequentemente repetidas do salmista: “Louvado seja o nome do Senhor”. Gesenius, em seu léxico hebraico sobre a palavra ֵםשׁ, explica o Nome do Senhor como (b) Jeová sendo invocado e louvado pelos homens; e (c) a Deidade como presente com os mortais (comp. Efésios 1:21; Hebreus 1:4). [Pulpit, 1895]

10. para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,

se dobre. Melhor traduzido como “se incline”, em sinal de adoração. Isso faz referência a Isaías 45:23, citado também em Romanos 14:11. Adorar “em o nome de Jesus” significa adorar o próprio Jesus (compare com Filipenses 2:11; Provérbios 18:10) ou Deus em Cristo (João 16:23; Efésios 3:14). Compare também: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor (ou seja, invocar o Senhor em Seu caráter revelado) será salvo” (Romanos 10:13; 1Coríntios 1:2); “todos os que invocam o nome de Jesus Cristo nosso Senhor” (compare com 2Timóteo 2:22); e “invocar o Senhor” (Atos 7:59, “invocando… e dizendo: Senhor Jesus”; Atos 9:14; Atos 9:21; Atos 22:16). nos céus – anjos. Eles O adoram não apenas como Deus, mas como o Deus-homem ascendido, “Jesus” (Efésios 1:21; Hebreus 1:6; 1Pedro 3:22). na terra – homens, entre os quais Ele habitou durante algum tempo. debaixo da terra – mortos, entre os quais Ele foi contado uma vez (Romanos 14:9; Romanos 14:11; Efésios 4:9-10; Apocalipse 5:13). Indiretamente, os demônios e os perdidos podem ser incluídos, pois mesmo eles prestam homenagem, embora por medo, e não amor, a Jesus (Marcos 3:11; Lucas 8:31; Tiago 2:19; veja Filipenses 2:11). [Jamieson; Fausset; Brown, 1873]

11. e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

toda língua – compare com “todo joelho” (Filipenses 2:10). Ele será reconhecido como Senhor (não mais como “servo”, Filipenses 2:7). para a glória de Deus Pai – o grande propósito do ofício mediador e reino de Cristo; este findará quando seu propósito for plenamente alcançado (Jo 5:19-23, Jo 5:30; Jo 17:1, Jo 17:4-7; 1Coríntios 15:24-28). [JFU, 1866]

 

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INTRODUÇÃO

Uma vez estabelecida definitivamente a Cristologia em Niceia (325) e a Trindade em Constantinopla (381), surgem novas especulações teológicas em torno das naturezas de Cristo: humana e divina. Essas controvérsias deram origem ao Concílio de Calcedônia (451), hoje um bairro de Istambul, na Turquia. A presente lição é sobre o Nestorianismo e Monofisismo, dois pensamentos considerados heréticos no Concílio de Calcedônia.

É interessante como o corpo doutrinário vai se desenvolvendo à medida que começam a surgir dúvidas sobre algum aspecto da fé. Isso não implica dizer que, antes que houvesse uma decisão sobre determinado dogma, não houvesse crença nesse dogma. Nenhuma doutrina foi mais debatida ao longo da História que a Cristologia. Vários concílios da igreja se reuniram ao redor desse tema como os Concílios de Nicéia, Constantinopla e Calcedônia. A Palavra de Deus revela-nos que Jesus tem duas naturezas distintas: uma divina, outra humana. Jesus é Deus sem deixar de ser homem e é homem sem deixar de ser Deus. Este é um glorioso mistério: o menino que nasceu em Belém e foi enfaixado em panos é o criador do universo, o Pai da eternidade. O Natal, portanto, revela-nos a mais gloriosa de todas as mensagens, a mensagem de que Deus se fez homem e veio habitar entre nós. Jesus é verdadeiramente Deus, o Verbo eterno. Ele preexiste à criação. Não teve origem, mas é a origem de todas as coisas. Antes que todas as coisas existissem, ele já existia eternamente, em plena comunhão com o Pai e com o Espírito Santo. Mesmo se fazendo homem, não deixou de ser Deus. Ele não abdicou de sua divindade ao fazer-se homem. Mesmo em seu estado de humilhação, revelou seus atributos divinos. Jesus não foi a primeira criação de Deus como ensinava Ário de Alexandria no século quarto e como prega ainda hoje os Testemunhas de Jeová. Jesus é coigual, coeterno e consubstancial com o Pai. Ele é autoexistente e imutável. Ele e o Pai são um. Jesus tem os atributos da divindade: É o criador e sustentador da vida. Conhece todas as coisas e pode todas as coisas. Nele habita corporalmente a plenitude da divindade. Ele foi adorado como Deus. Reivindicou adoração como Deus. Realizou obras milagrosas como Deus. Sua vida, seus ensinos e suas obras provam, de forma irrefutável, sua divindade. Jesus também é verdadeiramente Homem. O Verbo divino fez-se carne. O eterno entrou no tempo. O infinito tornou-se finito. O senhor se fez servo. Aquele que estava entronizado acima dos querubins foi desprezado pelos homens. Aquele cujas hostes celestes adoravam sem cessar foi cuspido pelos seus algozes. Aquele que é bendito eternamente fez-se maldição por nós e foi traspassado na cruz pelas nossas iniquidades. Aquele que jamais conheceu pecado foi feito pecado por nós. Aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo esvaziou-se e humilhou-se, nascendo numa família pobre, num berço pobre, numa cidade pobre e viveu como pobre, sem ter onde reclinar a cabeça. Ele foi verdadeiramente homem. Como homem foi sujeito a seus pais e aprendeu a obedecer. Como homem sofreu cansaço, sede, fome e finalmente foi preso, açoitado e pregado na cruz, onde morreu. Como homem identificou-se conosco e morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.

O Título da revista é Em defesa da Fé Cristã — Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência. No entanto, percebe-se alguns erros ao longo desta lição, sobre os quais irei me deter um pouco mais.

 

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Palavra-Chave:

NATUREZA

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I. O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

1. “Descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). O apóstolo está se referindo aos ancestrais de Jesus. Ele veio de uma família humana de carne e ossos, que vivia entre o povo de Israel. A sua linhagem está registrada na introdução do Evangelho de Mateus e no capítulo 3 de Lucas. Jesus foi concebido no ventre de Maria, uma virgem de Israel, pelo Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Aí está o elo humano-divino, as duas naturezas do Senhor Jesus.

Jesus foi concebido pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem (Lc 1.35; cf. Is 7.14) e nasceu de modo natural. Paulo utiliza o termo γίνομαι (gínomai), tornar-se, isto é, vir à existência, começar a ser, receber a vida. Essa palavra enfatiza que Jesus foi um personagem histórico real. Muitos escritores antigos bem conhecidos, como o historiador romano Tácito (Anais 15.44), o historiador judeu Josefo (Antiguidades, 2.18.3} e Plínio, o Jovem, (Cartas 10.96-97); confirmaram a historicidade de Jesus, da descendência de Davi. O Antigo Testamento profetizou que o Messias seria da linhagem de Davi (2Sm 7.12-13; SI 89.3-4,19,24; Is 11.1-5; Jr 23.5-6). Tanto Maria, a mãe de Jesus (Lc 2.23,31), quanto José, o seu pai legal (Mt 1.6,16; Lc 1.27), eram descendentes de Davi. João faz da crença de que Cristo veio em carne um teste crucial de ortodoxia (1Jo 4.2-3). Por ser plenamente humano, bem como plenamente Deus, ele pôde servir como substituto do ser humano (Jo 1.29; 2Co 5.21) e como um sumo sacerdote compassivo (Hb 4.15-16).

2. “Declarado Filho de Deus em poder” (v.4). Essa expressão indica a divindade de Jesus e isso é reforçado logo em seguida pelas palavras “Jesus Cristo, nosso Senhor”. Mais adiante, Paulo, ao descrever os privilégios que Deus concedeu a Israel como a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; o apóstolo conclui: “dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5). O Senhor Jesus é um judeu, descendente de Israel e, ao mesmo tempo, é o “Deus bendito eternamente”.

- No versículo 4, o termo utilizado é ὁρίζω (horízō), definir, determinar marcar as fronteiras ou limites (de algum lugar ou coisa) determinar, designar aquilo que foi determinado, de acordo com um decreto ordenar, determinar, designar designado. A palavra grega, da qual deriva a palavra "horizonte", significa "distinguir". Assim como o horizonte serve como uma nítida linha de marcação, dividindo a terra e o céu, a ressurreição de Jesus Cristo nitidamente o distingue do restante da humanidade, fornecendo evidências irrefutáveis de que ele é o Filho de Deus. Esse título, usado por quase 30 vezes nos evangelhos, identifica Jesus Cristo como sendo da mesma essência de Deus (Jo 1.34,49; 11.27; 19.7; Hb 1.5; 2Sm 7.14). A ressurreição de Cristo declarou de maneira explicita a divindade de Jesus, a expressão do próprio Deus em forma humana. Conquanto ele fosse eternamente o Filho em antecipação à sua encarnação, foi quando veio ao mundo encarnado que foi declarado a todo mundo como o Filho de Deus e assumiu o papel de submeter-se ao Pai (SI 2.7; Hb 1.5-6). Em sua encarnação, Cristo, por vontade própria, submeteu-se à vontade do Pai, somente pela direção, ação e pelo poder do Espírito Santo (Mt 3.16; Lc 4.1; Jo 3.34; At 1.2). Sua vitória sobre a morte foi a demonstração suprema e a mais conclusiva evidência de que ele é Deus Filho (Rm 10.9; At 13.29-33; 1Co 15.14-17).

3. O antigo hino cristológico (Fp 2.5,6). O texto está dizendo que embora Jesus sendo Deus, não usou as prerrogativas da divindade durante seu ministério terreno e, mesmo que fizesse uso delas, não consideraria isso uma usurpação. O apóstolo está se referindo ao status de Cristo antes da encarnação (Jo 1.1,14). Mas enfatiza o aspecto humano (vv.7,8). O apóstolo está sendo muito claro no ensino das naturezas humana e divina em uma só Pessoa. Essa passagem é parte de um provável hino que os primeiros cristãos cantavam nos cultos e o apóstolo Paulo a inseriu nessa epístola aos Filipenses. O termo grego morphē, “forma”, usado pelo apóstolo Paulo, “sendo em forma de Deus” (v.6), indica essência imutável, portanto, Ele jamais deixou de ser Deus.

Esta é uma das passagens cristológicas mais majestosas e profundas de todas as Santas Escrituras. Não há homem que ouse escalar os picos montanhosos da revelação contida nestes versículos. Ao lê-los, ficamos mais inclinados a louvar do que a analisar ou discorrer cerca da teologia que revelam. Considerando a construção e equilíbrio meticuloso das frases, temos a sensação de que se trata de um poema ou hino usado na adoração pela igreja primitiva. Mas não podemos evitar a interpretação e, historicamente, estes versículos deram origem a pontos de vista numerosos e, por vezes, antagônicos. Quaisquer que sejam as mínimas diferenças de significado que se identifiquem aqui, a mensagem essencial de Paulo (idêntica ao pensamento expresso em 2 Co 8.9) não é difícil de descobrir. Para isso, temos de manter em mente que seu propósito primário é de natureza prática. Os gregos tinham duas palavras para referir-se a forma (6). Uma referia-se à mera aparência externa, como quando uma miragem toma a forma de água. Neste caso, não há verdadeira equivalência entre a aparência e o que se afigura que é. A outra palavra grega denota que a aparência do objeto é a verdadeira revelação ou expressão do próprio objeto. Quer dizer, a forma participa da realidade; assim a realidade se revela na forma. É a segunda palavra grega (morphe) que Paulo emprega aqui: Que, sendo em forma de Deus (Mc 16.12). Cristo é o morphe theou, ou seja, a verdadeira e plena expressão ou revelação de Deus. Esta revelação não pode ser explicada por categoria humana. É totalmente inexplicável à parte da afirmação de que a fonte absoluta da revelação é o próprio Deus. Portanto, Paulo fala de Cristo Jesus como sendo ou "subsistindo" (huparchon) em forma de Deus — e não que Cristo Jesus "é" (einai) na forma de Deus. Em outras palavras, aquilo que se revelou, ou seja, Deus, é antes da própria revelação. Mas a revelação, Cristo, que é o revelador, é um com Deus, que é o revelado. Por ser assim, a revelação de Deus em Cristo é verdadeira. Por conseguinte, Paulo está proclamando de modo querigmático e didático o que a igreja sustentava teologicamente — que Deus e Cristo Jesus são homoousias, "de uma substância". Não teve por usurpação ser igual a Deus (6). O termo grego harpagmon (usurpação) é derivado do verbo que significa "arrebatar", "agarrar" ou "pegar violentamente". Daí esta tradução da frase: "Não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se" (NVI; cf. BV, CH). Pelo visto, "ser igual" não se refere tanto à natureza quanto à relação. Há base racional para presumir que Cristo, sendo a revelação de Deus, teria exigido seus direitos de ser reconhecido como igual a Deus. Mas, contrário à acusação dos seus inimigos (Jo 5.17-18), foi precisamente isso que ele recusou fazer — insistir nos seus direitos ou usurpar o lugar de Deus. Ele recusou buscar enriquecimento próprio ou auto-satisfação. É possível que Paulo tivesse em mente o contraste entre o primeiro Adão, que egoisticamente desejou ser "como Deus" (Gn 3.5), e Cristo, o segundo Adão, que altruisticamente atentou "para o que é dos outros".

 

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SINOPSE I

O Senhor Jesus é declarado “da descendência de Davi segundo a carne” e “Filho de Deus em poder”.

 

AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO

“A ENCARNAÇÃO: DEUS PÔDE SE TORNAR HOMEM, SEM DEIXAR DE SER DEUS?

[...] A teologia histórica e baseada na Bíblia argumentou que Deus é onisciente (sabe todas as coisas), onipotente (todo-poderoso), sem pecado e não corpóreo (sem um corpo), e que estes atributos são essenciais e necessários para a divindade. Caracteristicamente, os seres humanos não exibem estes atributos. Assim sendo, como pode Jesus ser, simultaneamente, plenamente divino e plenamente humano? Seguindo estas linhas de raciocínio, alguns atacaram a doutrina da encarnação, tentando afirmar que ela é ilógica e contraditória. Esta suposta contradição lógica baseia-se em uma interpretação equivocada fundamental de como a natureza humana é definida, de acordo com Thomas V. Morris em seu livro The Logic of God Incarnate (A Lógica de Deus Encarnado).

[...] O entendimento histórico da Encarnação expressa as crenças de que Jesus Cristo é plenamente Deus — isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de Deus; Jesus Cristo é também plenamente humano — isto é, Ele possui todas as propriedades essenciais de um ser humano.” (Bíblia de Estudo Apologia Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1892).

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II. AS HERESIAS CONTRA O ENSINO BÍBLICO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

 

1. Quem foi Nestório? Ele foi bispo de Constantinopla entre 428-431. Nestório discordava do título dado à Maria, defendido por Cirilo de Alexandria (376-444), “mãe de Deus”, em grego theotokos, literalmente “portadora de Deus”. Ele sugeriu “receptora de Deus” ou christotokos, “mãe de Cristo”. Sim, Maria é mãe do Jesus humano (Mt 2.11,13,14,20,21), e não mãe de Deus, visto que Deus é eterno (Sl 90.2; 93.2; Is 40.28). A expressão adotada por Cirilo era uma contradição em si mesma. Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicamente correta, a popularidade do termo “mãe de Deus” de Cirilo impediu o êxito do termo e da explicação de Nestório. A preocupação dele era menos com a Mariolatria e mais com as ideias do Arianismo.

Precisamos analisar bem o que está proposto aqui pelo Comentarista, considerando o título da revista - EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ Combatendo as Antigas Heresias, que se Apresentam com Nova Aparência – o que está proposto aqui (Sim, Maria é mãe do Jesus humano ... e não mãe de Deus, visto que Deus é eterno ... Embora a posição de Nestório fosse bíblica e teologicamente correta). Lembremos que Nestório foi condenado como herege. Percebe-se claramente que o Comentarista faz uma defesa da ideia Nestoriana (Christotokos), por conseguinte, defende uma heresia – o pensamento nestoriano faz a separação das naturezas de Cristo, que são inseparáveis - união hipostática, um termo usado para descrever como Deus Filho, Jesus Cristo, tomou para Si a natureza humana, ao mesmo tempo permanecendo 100% Deus. Jesus sempre foi Deus (Jo 8.58; 10.30), mas na encarnação Jesus se fez carne – Ele passou a ser um ser humano (Jo 1.14). A adição da natureza humana à natureza divina resulta em Jesus, o Deus-homem. Na Trindade econômica, Maria foi mãe do Deus Filho, apesar de Cristo ser pré-existente, num momento da historia Ele assumiu forma humana, mas continuou sendo verdadeiramente Deus. Essa é a união hipostática, Jesus Cristo, uma Pessoa, 100% Deus e 100% homem. As duas naturezas de Jesus, humana e divina, são inseparáveis. Jesus vai ser para sempre Deus-homem, 100% Deus e 100% homem, duas naturezas distintas em uma Pessoa. A humanidade de Jesus e a Sua divindade não se misturam, mas se unem sem perderem suas identidades separadas. Jesus às vezes vivia com as limitações de humanidade (Jo 4.6; 19.28) e outras vezes com o poder de Sua divindade (Jo 11.43; Mt 14.18-21). Nos dois casos, as ações de Jesus foram de Sua única Pessoa. Jesus tinha duas naturezas, mas só uma pessoa ou personalidade.

Um dos tópicos no Concílio de Éfeso em 431 d.C. foi o uso do termo grego Theotókos (literalmente, “Portadora de Deus” ou “aquela que dá Deus à luz”) em referência a Maria. O uso de Theotokos por aquele concílio pretendia combater a heresia do Nestorianismo, que dividia a natureza e a pessoa de Cristo em duas: as naturezas humana e divina de Cristo eram completamente divergentes e desconectadas. Segundo Nestório, Maria deu à luz Cristo, mas não Deus; Maria era a mãe da Sua humanidade, que era totalmente distinta da Sua divindade - Jesus era, essencialmente, duas pessoas compartilhando um só corpo. Perceba que, se concordarmos com Nestório e dizer que ele estava biblicamente correto, estaremos reafirmando uma heresia! O Concílio de Éfeso afirmou a plena divindade de Cristo e a unidade da Sua pessoa, declarando que Maria, de fato, carregou Deus em seu ventre. Maria é a “mãe de Deus” no sentido de que, como Jesus é Deus e Maria é a mãe de Jesus, ela é a mãe de Deus. "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade" (Jo 1.14), e Maria foi Sua mãe. Devemos distinguir o termo Theotokos de mãe de Deus, porque existe uma diferença sutil, mas importante. O termo mãe de Deus pode ser erroneamente interpretado como sugerindo que Maria foi a origem de Deus, semelhante à forma como Juno era a mãe de Vulcano na mitologia romana. Claro, o cristianismo ensina que Deus é eterno e que Jesus Cristo possui uma natureza divina preexistente. A ideia de que Maria é a mãe de Deus, no sentido de que ela foi a fonte de Deus ou que de alguma forma precedeu a Deus ou que ela própria faz parte da Divindade é patentemente antibíblica. Por outro lado, o termo Theotokos é mais específico e menos suscetível de ser mal interpretado. Theotokos simplesmente sugere que Maria carregou Deus em seu ventre e deu à luz Ele. Maria foi o agente humano através do qual o eterno Filho de Deus assumiu um corpo humano e uma natureza humana e entrou no mundo. O termo Theotokos foi uma expressão sucinta do ensinamento bíblico da Encarnação, e foi assim que o Concílio de Éfeso utilizou a palavra. Maria é a "Portadora de Deus" no sentido de que dentro de seu corpo a pessoa divina de Deus o Filho assumiu a natureza humana, além da Sua natureza divina preexistente. Como Jesus é totalmente Deus e totalmente homem, é correto dizer que Maria "carregou" Deus. Mesmo que o termo Theotokos tenha sido originalmente usado para ajudar a explicar a Encarnação, muitas pessoas hoje usam o termo, ou o relacionado mãe de Deus, para comunicar algo diferente. Ao longo dos anos, muitas lendas se acumularam em torno da pessoa de Maria, e ela se tornou um objeto de adoração em si mesma. Cerca de 350 anos depois que o Concílio de Éfeso usou o termo Theotokos em referência a Maria, o Segundo Concílio de Niceia declarou: “Nós honramos e saudamos e reverentemente veneramos ... a imagem de ... nossa Senhora imaculada, a toda santa mãe de Deus.” Isso mostra a tendência dentro da Igreja Romana de passar de um foco na Encarnação de Deus para a veneração da "Mãe de Deus", até o ponto de honrar suas imagens e rezar a ela como a "Rainha do Céu", "Benfeitora" e "Mediadora". A necessidade de tal veneração não é implicada pelo termo Theotokos, mas algumas pessoas erradamente o inferem.

As heresias católicas e orientais sobre esse dogma, transportando o louvor daquele que estava no ventre para Maria, não pode nos levar, por medo de incorrermos no mesmo erro, a pensar como Nestório, e assim também ensinarmos uma heresia – a separação das naturezas de Cristo:

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11).

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.14).

com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 1.3-4).

sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1Coríntios 2.8).

vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5).

Esses versículos apresentam o profundo mistério do eterno e infinito Filho de Deus adentrando no tempo e no espaço e assumindo a natureza humana. Não existe pensamento mais grandioso no qual possamos ponderar do que esse. Como já bem definido até aqui, o nestorianismo enfatizava a distinção entre as naturezas de Cristo de tal modo que fazia parecer que Cristo era duas pessoas em um corpo. E espantosamente o Comentarista defende a mesma ideia como aqui apresentada no subtópico e também no livro de apoio. Erro que foi definitivamente rejeitado 451 d.C., no Concílio de Calcedônia (fora da antiga Constantinopla), de onde resultou um credo afirmando tanto a plena humanidade como a plena divindade de Jesus, com as suas duas naturezas unidas em uma pessoa. Esse credo, formulado na Calcedônia, tornou-se a afirmação fundamental da igreja acerca de Cristo. O Credo Calcedônico é lido como segue:

Nós, portanto, seguindo os santos pais, todos perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, possuindo alma racional e corpo; consubstancial com o Pai, segundo a divindade, e consubstancial conosco, segundo a humanidade; em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado; gerado antes de todos os séculos pelo Pai segundo a divindade, e, nestes últimos dias, por nós e por nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar em duas naturezas, inconfundíveis, imutáveis, indivisíveis, inseparáveis e indivisíveis; a distinção da naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e Subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus o Verbo, Jesus Cristo o Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos padres nos transmitiu.

2. Nestorianismo. Nestório defendia a formulação dos pais nicenos, a divindade de Cristo e a humanidade definida no Credo Niceno-constantinopolitano em 381. Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas. Essa foi a acusação contra ele. A ilustração nestoriana era a comparação de marido e mulher serem uma “uma só carne” (Gn 2.4). Essa alegada afirmação nestoriana foi considerada heresia pelo Concílio de Éfeso em 431, ele foi condenado por esse concílio que o declarou herege e o imperador o exilou.

História do Credo Niceno:

O que você diz quando alguém pergunta: “Quem é Jesus Cristo?” Talvez você responda: “Jesus é a Palavra que se fez carne e morreu pelos pecados de uma vez por todas, antes que Deus o ressuscitasse dos mortos no terceiro dia” (João 1, 1 Pedro 3, Atos 10). Se esta é sua resposta, você se junta aos cristãos que, ao longo dos séculos, resumiram sua fé para proclamar o Evangelho e garantir que o ensino na igreja seja completamente bíblico. Esses resumos são frequentemente chamados de “credos”. Você já deve estar familiarizado com o Credo dos Apóstolos, mas o Credo Niceno de 325 d.C. é menos conhecido. Sua origem é interessante. Um pregador chamado Ário começou a ensinar falsas doutrinas como: 1) Deus Pai é Deus sozinho; 2) Jesus Cristo é um ser criado; e 3) houve um tempo em que Cristo não existia. Cerca de 220 anciãos se reuniram na cidade de Nicéia (na Turquia moderna) para abordar os falsos ensinamentos de Ário. Eles escreveram uma breve declaração, usando palavras bíblicas, para esclarecer que os cristãos acreditam que Jesus Cristo é totalmente Deus, e que aqueles que acreditam e ensinam qualquer coisa menos do que isso carecem de fé bíblica. Omitimos um parágrafo que condena um falso ensinamento específico da época.

Uma explicação da adição de Constantinopla (381 d.C.):

Crença em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo é uma parte essencial da fé bíblica. Conhecer a Deus e constantemente afirmar essa fé é parte do que significa ser um cristão. Em 381 d.C., na cidade de Constantinopla, um grupo de anciãos formou um conselho para escrever uma declaração reafirmando sua fé no Pai, Filho e Espírito. Esta declaração, comumente conhecida como Credo Niceno de 381 d.C., declara verdades bíblicas como 1) Jesus é Deus; 2) Jesus morreu na cruz e ressuscitou dos mortos; 3) o Espírito Santo também é Senhor; 4) há uma igreja universal; e 5) os mortos serão ressuscitados. Mais tarde, este credo foi alterado para deixar claro que o Espírito procede tanto do Pai quanto do Filho. Este credo foi uma resposta apropriada aos falsos ensinamentos do passado, e continua sendo um meio útil para se proteger contra falsos ensinamentos que podem ocorrer no futuro.

O nestorianismo ensinava que a pessoa divina de Cristo e sua pessoa humana estavam divididas e com vontades divididas, mas residindo no mesmo corpo. Cirilo de Alexandria refutou os falsos ensinos do Nestorianismo. Essa ideia não é bíblica, no entanto, e vai contra a doutrina cristã ortodoxa da união hipostática, que afirma que Cristo é totalmente Deus e totalmente homem em uma Pessoa indivisível. Deus Filho, Jesus Cristo, assumiu uma natureza humana, mas permaneceu totalmente Deus ao mesmo tempo.

Cirilo de Alexandria elaborou na ocasião do Concílio de Éfeso, uma autêntica e límpida teologia da Encarnação. “O Emanuel tem certamente duas naturezas: a divina e a humana. Todavia, o Senhor Jesus é um só, único e verdadeiro filho natural de Deus, ao mesmo tempo Deus e homem, não um homem deificado, semelhante aos que pela graça se tornaram partícipes da natureza divina, mas Deus verdadeiro que para a nossa salvação apareceu na forma humana”. https://www.paulus.com.br/portal/santo/sao-cirilo-de-alexandria-bispo-e-doutor-da-igreja/.

A ideia do Comentarista está fundamentada em obra de Hubertus R DROBNER. Nesta obra, há uma redescoberta de Nestório. Penso ser muito perigoso ensinar algo a partir de um autor, que contraria o pensamento histórico da Igreja. Defender a alternativa nestoriana Christotokus – que afirma ser Maria apenas a mãe do lado humano de Cristo, é separa as naturezas do Emanuel. Nestório afirmava que Deus não pode ter uma mãe e nenhuma criatura poderia ter gerado uma divindade. Maria, portanto, teria gerado o homem, o veículo da divindade, pois seria impossível que Deus estivesse sendo transportado nove meses no ventre de uma mulher ou que tenha usado fraldas, sofrido, morrido e sido sepultado. KELLY. J.N.D. Op. Cit., pp.234-235. O Concílio de Éfeso estabeleceu que Cristo era “completo em sua divindade e completo em sua humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem”, tendo “duas naturezas, sem confusão, sem mudança, sem divisão, sem separação”. Na Encarnação, essas duas naturezas reuniram-se harmoniosamente numa Pessoa com uma só essência.

Qual o perigo de esposar a ideia nestoriana como faz o Comentarista?

Abraçar o nestorianismo faz da encarnação uma ilusão, uma questão aparente e palavras vazias, o que afeta inclusive, a redenção da humanidade em Cristo, visto que seus sofrimentos, bem como atos salvíficos não seriam do Deus encarnado, mas de um homem comum. Como se pode ver, o termo Theotokos não foi utilizado inicialmente para dar a Maria uma posição divinal, mas para reforçar a natureza divina de Cristo.

3. Monofisismo. O termo vem de duas palavras gregas monos, “único”, e physis, “natureza”. Seu principal expoente foi Êutico, também conhecido como Eutique. Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada. O sentido de “amalgamar”, não o de unir, não se trata de união, mas mistura, fusão, assim, seria uma só natureza híbrida, nem totalmente Deus e nem totalmente homem. Essa doutrina foi condenada no Concílio da Calcedônia, em 451.

a) Ilustração. O bronze é uma liga de cobre e estanho, de modo que nem é cobre e nem estanho, mas outro metal; quanto a cor verde, é uma mistura das cores azul e amarela. Assim como bronze não é cobre e nem estanho; e, o verde não é azul e nem amarelo, da mesma forma, de acordo com Êutico, as naturezas de Cristo não são divina nem humana.

b) Resposta bíblica. Segundo a Bíblia, O Senhor Jesus é perfeito quanto à divindade e perfeito quanto à humanidade (Rm 9.5; Fp 2.5-11).

- O monofisismo foi uma doutrina cristã que defendia que Jesus Cristo tinha apenas uma natureza, seja a divina ou a humana. A palavra monofisismo vem do grego mono- ("único") e physis ("natureza"). Êutico ou Eutique, como era também chamado, um monge de Constantinopla (aproximadamente 378-454), foi o principal expoente dessa doutrina, por isso, 0 monofisismo é também conhecido como eutiquianismo. Sua intenção era combater o ensino de Nestório, mas caiu em outro erro. o nestorianismo e o monofisismo foram rejeitados em 451, no Concílio de Calcedônia. Algumas igrejas hoje ensinam o que pode ser considerado uma forma modificada de monofisismo chamada miafisismo ou henofisitismo. O miafisismo ensina que Cristo tem uma natureza, mas que essa natureza consiste em duas naturezas, unidas em uma “sem mistura, sem confusão e sem alteração” (da liturgia divina copta). As igrejas ortodoxas orientais, incluindo a Igreja Ortodoxa Copta, mantêm a doutrina miafisista ou não-calcedônia. O erro comum do monofisismo e do eutiquianismo é o ensino de que Cristo tinha apenas uma natureza. A doutrina da natureza de Cristo é crítica quando se trata da expiação. Se Jesus não fosse verdadeira e plenamente homem, então Ele não poderia ter sido um verdadeiro substituto para a humanidade; se Ele não fosse verdadeira e plenamente Deus, então Sua morte não poderia ter expiado nossos pecados.

4. O Concílio de Calcedônia. Essa formulação teológica fala das duas naturezas de Cristo em uma só pessoa: “as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só Pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas Pessoas, mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor”. A encarnação do Verbo não é uma conversão ou transmutação de Deus em homem e nem de homem em Deus. A distinção é precisa entre natureza e pessoa, diz o documento. A união dessas duas naturezas é permanente como resultado da encarnação. O documento é uma interpretação precisa das Escrituras (Is 9.5; Jo 10.30-37).

Durante os últimos 1500 anos, até os dias de hoje, quase todos os teólogos ortodoxos cristãos definiram sua “ortodoxia” tendo o Concílio de Calcedônia como referência. Isso sem dúvida inclui a tradição protestante. Não podemos pensar que os primeiros concílios ecumênicos foram infalíveis, mas nós, em geral, consideramos que estavam gloriosamente certos no que afirmaram, e que cristãos que levam a Igreja e a sua história a sério devem reconhecer esses concílios como marcos providenciais no desenvolvimento da história de vida do povo de Deus. Calcedônia, basicamente tentou resolver as consequências da controvérsia de Ário no século IV. Os teólogos bíblicos combateram, com sucesso, o arianismo para afirmar a divindade de Cristo. Mas isso levou a mais controvérsias. Desta vez, o problema era a relação entre o divino e o humano em Cristo. Duas tendências se tornaram proeminentes com rapidez. Uma era relacionada a uma Igreja de Antioquia, que queria proteger a realidade completa da divindade e humanidade de Cristo. Para fazer isso, as mantinham o mais separadas possível. Os antioquenos tinham medo de que qualquer mistura poderia confundi-las. As limitações humanas de Cristo poderiam se aplicar a Sua divindade — nesse caso Ele não teria sido completamente Deus. Ou Seus atributos divinos poderiam ser aplicados à Sua humanidade — nesse caso Ele não teria sido completamente humano. Isso estava certo, até certo ponto. O problema era que, às vezes, os antioquenos separavam tanto as duas naturezas de Cristo, que Ele parecia acabar sendo duas pessoas: um humano, filho de Maria habitado pelo divino Filho de Deus. O mais famoso pensador antioqueno que seguia por essa linha foi Nestório, condenado pelo Terceiro Concílio Ecumênico de Éfeso em 431 (o qual também condenou o pelagianismo como heresia). A outra tendência era associada à Igreja de Alexandria. A maior preocupação deles era proteger a pessoa do Filho como o único “objeto” da encarnação. Em outras palavras, há apenas um “Eu” em Cristo, apenas um agente individual, que é a segunda pessoa da Trindade, o Deus Filho. E, novamente, estavam certos até certo ponto. O problema era que, às vezes, os alexandrinos se tornavam tão zelosos pela pessoa divina de Cristo que acabavam perdendo de vista a Sua humanidade. Para os extremistas na Alexandria, qualquer tipo de ênfase na natureza humana de Cristo parecia ameaçar a soberania de Sua pessoa divina singular. Cristo não seria dividido em duas pessoas — a detestada heresia do nestorianismo — se alguém insistisse demais na realidade completa de Sua humanidade? Os alexandrinos foram os mais ativos na divulgação de suas ideias no período posterior à condenação de Nestório em Éfeso, no ano de 431. O maior pensador deles era Cirilo de Alexandria. Porém, quando Cirilo morreu, em 444, uma figura mais extrema tomou o seu lugar. Ele era Êutiques, o arquimandrita dos monges de Constantinopla. Êutiques era tão violento em seu compromisso com a pessoa divina individual de Cristo que não poderia tolerar nenhuma rivalidade (por assim dizer) de Sua humanidade. Então, em uma frase infame, Êutiques ensinou que, na encarnação, a natureza humana de Cristo teria sido engolida e perdida em Sua divindade: “Como uma gota de vinho no oceano.” Essa visão alexandrina extrema triunfou em outro Concílio Ecumênico, em Éfeso, em 449. Entretanto, a sua vitória deve-se não pelos argumentos teológicos e persuasão, mas por grupos de monges alexandrinos rebeldes e suas ações violentas que foram apoiadas pelas tropas do imperador Teodósio II, que favorecia Êutiques. O concílio foi condenado na metade ocidental do Império romano, que falavam latim. Papa Leão, o Grande, esbravejou contra isso, se referindo ao concílio como “Sínodo de Ladrões” (e o nome pegou). Após a morte do imperador Teodósio, um novo imperador, Marciano, convocou um novo concílio em Calcedônia (na Ásia Menor) em 451. Desta vez, Êutiques e os alexandrinos extremos foram derrotados. O concílio reuniu habilmente tudo que era bom e verdadeiro na visão antioquense e alexandrina, e produziu uma obra-prima teológica sobre a pessoa de Cristo:

[…] Todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma racional e de corpo; consubstancial ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus; Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis; a distinção de naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e subsistência; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo dos padres nos transmitiu. Henry Bettenson, Documentos da igreja cristã (São Paulo: ASTE/Simpósio, 1998), p. 101.

Talvez pudéssemos apreciar melhor o que o Concílio de Calcedônia alcançou se nos perguntássemos quais seriam as consequências caso Nestório ou Êutiques tivessem vencido. Em primeiro lugar, vamos considerar o nestorianismo. Se a encarnação for mesmo o caso de um filho humano de Maria sendo habitado pelo divino Filho de Deus, então, em princípio, Cristo não difere de nenhum humano santo. Todo homem santificado é habitado pelo Filho. Seria Cristo apenas o maior exemplo disso? Nesse caso, nenhuma encarnação realmente aconteceu. Não podemos dizer que “Jesus de Nazaré é o Filho de Deus”. Podemos dizer apenas que “Jesus de Nazaré teve uma relação com o Filho de Deus”. Imagine como isso afetaria a nossa doutrina da expiação! Teríamos que dizer que fomos salvos por meio do sofrimento de Jesus, um mero homem que acabou sendo habitado por Deus (como todas as pessoas santas são). Isso não levaria a uma crença de que sofrimento humano — talvez o nosso próprio — poderia expiar os nossos pecados? E imagine o que isso faria com a nossa adoração. Não iríamos poder adorar a Jesus, apenas o Filho divino que habitou em Jesus. Isso destruiria completamente a adoração cristã. Entretanto, imagine o que aconteceria se o eutiquianismo tivesse vencido. Se a humanidade de Cristo tivesse sido perdida e engolida por Sua divindade, “como uma gota de vinho no oceano”, então, novamente, não teria ocorrido nenhuma encarnação real. Ao invés de termos Deus se tornando homem, teríamos um homem sendo aniquilado em Deus. Pode-se ver facilmente como isso poderia culminar em todo tipo de misticismo que negue a humanidade. Afinal de contas, se Cristo é nosso padrão, não deveríamos também fazer com que a nossa humanidade fosse engolida e perdida na divindade como uma gota de vinho no oceano? Os pais da Igreja na Calcedônia se opuseram firmemente contra ambas as tendências nocivas. Afirmaram que Cristo é, de fato, uma única pessoa divina, não algum tipo de aliança de uma pessoa divina e uma pessoa humana, como ensina o nestorianismo. O sujeito, o “eu”, o agente pessoal que encontramos em Jesus Cristo é singular, e não plural; essa pessoa é o “Filho Unigênito, Deus, Palavra, Senhor”: a segunda pessoa da Trindade. Portanto, Maria é com razão, chamada de “a portadora de Deus”, uma verdade fervorosamente rejeitada por Nestório. A pessoa que Maria carregou em sua barriga era, precisamente, o Deus Filho! Maria é a mãe do Deus encarnado (apesar de não ser, é claro, a mãe da natureza divina). Os pais da Igreja na Calcedônia afirmaram, de modo unânime, que essa pessoa singular existe em duas naturezas distintas, completamente divina e completamente humana, rejeitaram, assim, a absorção do eutiquianismo de uma por outra. Vemos em Cristo tudo o que é ser humano, e tudo o que é ser divino em uma pessoa e, ao mesmo tempo, sem nenhum deles ser comprometido pelo outro. Podemos dizer que, em Cristo, pela primeira vez e pela última, toda a plenitude do ser humano e toda plenitude do ser divino se juntaram e coexistiram exatamente da mesma maneira: como o Filho do Pai e o Portador do Espírito Santo. Ou, para expressar de maneira mais simples, Cristo é completa e verdadeiramente homem, completa e verdadeiramente Deus e, ao mesmo tempo, uma única pessoa. Os pais da Igreja da Calcedônia fizeram um ótimo trabalho. Em questões cristológicas somos, talvez, como apenas anões em ombros de gigantes. Podemos ser capazes de enxergar ainda mais se sentarmos ali. Mas se descermos, me questiono se veremos algo além da lama do nestorianismo ou do eutiquianismo. Este artigo foi publicado originalmente na Tabletalk Magazine.

 

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SINOPSE II

O Nestorianismo e o Monofisismo são duas heresias contrárias ao ensino bíblico da dupla natureza de Jesus.

 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

NESTORIANISMO E O QUE A BÍBLIA DIZ

“Nestorianismo. É a doutrina que ensinava a existência de duas pessoas separadas no mesmo Cristo, uma humana e uma divina, em vez de duas naturezas em uma só Pessoa. Nestor — ou Nestório, como aparece em outras versões — nasceu em Antioquia. Ali, tornou-se um pregador popular em sua cidade natal. Em 428, tornou-se bispo de Constantinopla. Embora ele mesmo nunca tenha ensinado essa posição herética que leva o seu nome, em razão de uma combinação de diversos conflitos pessoais e de uma boa dose de política eclesiástica, Nestor foi deposto do seu ofício de bispo, e seus ensinos, condenados. Não há nas Escrituras a indicação de que a natureza humana de Cristo seja outra pessoa. [...]

O que a Bíblia diz. O ensino bíblico a respeito da plena divindade e plena humanidade de Cristo é claro, mediante as muitas referências bíblicas. O entendimento exato de como a plena divindade e a plena humanidade se combinavam em uma só Pessoa tem sido ensinado desde o início pela igreja, mas só alcançou a forma final na Definição de Calcedônia, em 451. Antes desse período, diversas posições doutrinárias inadequadas quanto às naturezas de Cristo foram propostas e rejeitadas. Primeiro, pelos apóstolos. Depois, pelos chamados pais da igreja.” (GILBERTO, Antônio. et alTeologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.126,127).

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III. O PERIGO DESSAS HERESIAS NA ATUALIDADE

 

1. Os monofisitas. Quando a doutrina monofisista foi rejeitada juntamente com o nestorianismo, houve reação. Jacob Baradeus (500-578), um monge sírio, liderou o grupo monofisista e preservou a tradição siro-monofisista, conhecida como tradição jacobita. Ele e seus seguidores rejeitaram a decisão do Concílio de Calcedônia. Quem são eles hoje? São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas. É importante conhecer a cristologia dessa tradição cristã e saber como responder seus questionamentos, e, sobretudo, conservar a fé no Jesus, o Deus que se fez homem o Emanuel, “Deus Conosco” (Mt 1.23); o Deus “que se manifestou em carne” (1Tm 3.16).

Historicamente, o monofisismo se refere primordialmente à posição dos que (especialmente no Egito e, em menor grau, na Síria) rejeitaram as decisões do Concílio de Calcedônia em 451 (o quarto concílio ecumênico). Os membros mais moderados entre eles, porém, defendem a teologia "miafisista", que se tornou a oficial para as Igrejas Orientais Ortodoxas. Muitos orientais ortodoxos, porém, rejeitam essa classificação, mesmo como um termo genérico, mas ele é amplamente utilizado na literatura histórica. O monofisismo e sua antítese, o nestorianismo, foram temas discutidos acaloradamente e foram dogmas que provocaram divisões nos primeiros anos do cristianismo, especialmente na primeira metade do século V, os tumultuados anos finais do Império Romano do Ocidente. Foi uma época marcada por uma mudança do centro de gravidade do poder, agora localizado no Império Bizantino, particularmente na Síria, no Levante e na Anatólia, regiões onde o monofisismo era muito popular.

2. O kenoticismo. Do verbo grego kenoō, significa “esvaziar” (Fp 2.7). A doutrina kenótica afirma que Jesus, enquanto esteve na Terra, esvaziou a si mesmo dos atributos divinos. São duas linhas principais, o Verbo possuía os atributos divinos, mas escolheu não os usar; e, as prerrogativas da deidade foram usadas, mas na submissão do Pai e na direção do Espírito Santo. Entendemos que, sem atributos divinos, Jesus é menos que Deus. O kenosis é o “esvaziamento” de Cristo. Isso foi uma condição para o seu messiado e por isso Ele abriu mão de sua glória celeste (Jo 17.5). Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26,27; Mc 4.39). Somente Deus tem esse poder (Sl 65.7; 89.9).

O kenoticismo é uma doutrina teológica cristã que trata do esvaziamento de Jesus Cristo dos seus atributos divinos. O termo kenosis (ou kenose) refere-se à doutrina do “esvaziamento de si mesmo” de Cristo em Sua encarnação. A palavra vem do grego de Filipenses 2:7, que diz que Jesus “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana”. A palavra traduzida como “esvaziou” é uma forma de kenoó, de onde vem a palavra kenosis. Observe que Filipenses 2.7 não especifica do que o Filho de Deus “se esvaziou”. E aqui devemos ter cuidado para não ir além do que as Escrituras dizem. Jesus não se esvaziou de Seus atributos divinos – tais atributos não são mencionados no versículo, e é óbvio nos evangelhos que Jesus possuía o poder e a sabedoria de Deus. Acalmar a tempestade é apenas uma demonstração do poder divino de Jesus (Mc 4.39). Ao vir à terra, o Filho de Deus não deixou de ser Deus e não se tornou um “deus inferior”. Qualquer que seja o significado do “esvaziamento”, Jesus permaneceu plenamente Deus: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9). É melhor pensar no “esvaziamento” de Cristo de Si mesmo como um abandono dos privilégios que eram Seus no céu. Em vez de permanecer em Seu trono no céu, Jesus “se fez nada” (Fp 2.7). Quando veio à terra, “Cristo abriu mão de seus privilégios divinos”. Ele velou a Sua glória e escolheu ocupar a posição de escravo.

3. Mariolatria. O catolicismo romano adotou o termo “mãe de Deus” de Cirilo, ou seja, um pensamento antibíblico que se desenvolveu numa teologia e permanece até hoje por conta da sua popularidade. Com isso aprendemos que o que parece certo e a escolha popular nem sempre representam a verdade (At 8.9-11).

A principal refutação a respeito da doutrina da Mariolatria na história da teologia cristã aconteceu no século IV d.C. quando Nestório, desejou negar a divindade de Cristo, afastando-se da ortodoxia fixada no Concílio de Niceia. “O termo usado pelos cristãos era “theotokos”, que literalmente é ‘portadora de Deus’ por causa das controvérsias Cristológicas da época para exaltar a deidade absoluta de Jesus” (SOARES, 2011, p. 181). Cirilo de Alexandria e outros ortodoxos esclareciam que Maria concebeu somente a humanidade de seu filho, que aconteceu na encarnação, carregando o Deus-homem, por isso o termo “portadora de Deus” (theotokos). O concílio da Calcedônia, 20 anos mais tarde, declarou o termo “theotokos” como mãe de Jesus humano” (SOARES, 2011, p. 181).

- Para os católicos romanos, este texto é um dos textos chaves para o dogma de Maria e as doutrinas de Mariologia. As doutrinas da imaculada Conceição são antigas e perpassam de Éfeso (3º Concílio) ao Vaticano II, cada um formando parte do que hoje é o todo da Mariologia católica romana. Mas, foi o Concílio de Trento, que a isentou do pecado original, imunizando-a de toda culpa e pecado, inclusive afirmando a liceidade do culto de sua imagem, isto bem em meio a reforma protestante (1545 a 1563), considerado uma resposta à reforma, chamado, por muitos, como Concílio da Contrarreforma. Entretanto, foi a Bula “Ineffabilis Deus”, que proclamou o dogma mariano, como recordado pelo Papa João Paulo II, em sua homília do 150º aniversário da definição dogmática: “Repetimo-las hoje com alegria fervorosa, na solenidade da Imaculada Conceição, recordando o dia 8 de Dezembro de 1854, quando o Beato Pio IX proclamou este admirável dogma da fé católica, precisamente nesta Basílica do Vaticano[1]”

- Relembrando o que vimos até aqui sobre o termo grego Theotokos, apesar da expressão se referir diretamente à pessoa da mãe do Redentor, na verdade indica, segundo o Credo de Calcedônia, a afirmação da união das duas naturezas e a declaração que ele é Deus-homem [theantropico]. Então, negar o termo, implica numa negação dogmática da ortodoxia cristológica. Esse foi o erro denunciado em Nestorius. É verdade que há muita e desnecessária confusão no uso deste termo, tanto por papistas como por protestantes. Os católicos romanos tendem a erros devido à tradição da mariolatria [hiperdulia], que se desenvolveram nos escritos de teólogos do período da patrística e medievais, e solidificaram-se nas decisões conciliares de Trento, Vaticano I e Vaticano II. Os protestantes incorrem também, em geral, em erros. O equívoco destes é por não entenderem, ou não interpretarem, corretamente o contexto histórico e dogmático da controvérsia nestoriana, que culminou no Concílio de Calcedônia [451 d.C.], e talvez, também, por um errôneo sentimento anti-Maria. Entretanto, o risco aqui é alinhar-se com a heresia nestoriana, negando a tradição ortodoxa da Igreja Cristã. Ambos os erros são perigosos e devem ser evitados. Assim, ao sermos ensináveis, espera-se que é melhor aprender com os melhores historiadores na área de teologia histórica.

 

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SINOPSE III

As heresias a respeito da dupla natureza de Jesus trazem implicações para a conservação de nossa fé em Cristo e sua perfeita revelação.

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CONCLUSÃO

O Concílio de Calcedônia em 451 reafirma os dois concílios anteriores, o de Niceia, em 325, e o de Constantinopla, em 381, ratificando os credos produzidos por esses conclaves gerais e estabeleceu definitivamente as duas naturezas de Cristo. A melhor maneira de se proteger dessas, e de outras heresias, é conhecer bem no que acreditamos, os ensinos oficiais de nossa igreja e seus respectivos fundamentos bíblicos. Isso serve como nosso referencial quando nos deparamos com doutrinas inadequadas.

A Cristandade tem a unidade na crença comum dos três primeiros Credos. Estamos unidos ao rejeitar as heresias que estes documentos combateram e, ainda, é nossa batalha pela fé na afirmação da soberania de Cristo (Jd 3-4). Não precisamos negar a doutrina calcedônica acerca de Theotokos, mas compreendê-la corretamente, sem correr o risco de errar, nem criar uma aparência do mal sujeita à acusação de heresia, ou mesmo gerar confusões naqueles que desconhecem o assunto. Nós, Protestantes,  acreditamos no Theotokos para exaltar o status de Jesus como Deus e não para enaltecer Maria. Engana-se que pensa que o Theotokos é uma doutrina puramente católica, os protestantes ao longo da história abraçaram esse termo e sua correta interpretação.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Non Nobis Domine, Non Nobis

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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REVISANDO O CONTEÚDO

 

1. Cite três passagens bíblicas que mostram diretamente as duas naturezas de Cristo, em uma só Pessoa.

Romanos 1.3; 1.4; Fp 2.5,6.

2. Qual o pensamento nestoriano sobre as duas naturezas de Cristo?

Segundo o pensamento nestoriano, as duas naturezas de Cristo, a humana e a divina, eram duas pessoas.

3. O que ensina o monofisismo de Êutico?

Essa doutrina afirma que as duas naturezas de Cristo são fundidas em uma só natureza amalgamada, nem totalmente Deus nem totalmente homem.

4. Quais ramos do cristianismo não reconhecem o Credo de Calcedônia e mantêm ainda o monofismo de Êutico?

São as igrejas ortodoxas, cóptica, armênia, abissínia e jacobitas.

5. Mostre como Jesus agiu como Deus, estando na Terra.

Jesus revelou sua natureza divina quando esteve na Terra, Ele agiu como Deus, pois perdoou pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48), recebeu adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Jo 9.38), repreendeu a fúria do mar (Mt 8.26,27; Mc 4.39).