Pb Francisco Barbosa
TEXTO
PRINCIPAL
“O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a prudência.” (Pv 9.10).
- O temor ao SENHOR é o princípio
da sabedoria (compare com Provérbios 1:7; Jó 28:28; Salmo 111:10;
Eclesiastes 12:13). Entre os grupos antagônicos (tratados em Provérbios 9:7-9)
dos “seus filhos”, que já aceitaram seu convite, e que a amam por suas
repreensões e se beneficiam de suas instruções (Provérbios 9:8-9), e dos
“escarnecedores” e “perversos”, que a odeiam e insultam (Provérbios 9:7-8), há
ainda o grupo neutro dos “ingênuos”, aos quais a Sabedoria agora retoma seu
apelo direto. E, ao fazer isso, ela volta aos primeiros princípios e estabelece
novamente a condição essencial sobre a qual a sabedoria pode ser alcançada. o
conhecimento do Santo é entendimento (compare com Provérbios 2:5;
Provérbios 30:3; 1Crônicas 28:9; Mateus 11:27; Jo 17:3; 1João 5:20). A palavra
original para “Santo” é plural, plural em excelência ou dignidade. [Cambridge,
1899].
RESUMO
DA LIÇÃO
A verdadeira sabedoria,
proveniente de Deus, é comprovada por boas obras e promove paz e justiça.
- O princípio da sabedoria é o temor
do Senhor. O temor ao Senhor é a síntese do livro de Provérbios. O temor ao
Senhor é a síntese do livro de Provérbios. Quem respeita a Deus e procura fazer
Sua vontade encontrará sabedoria. Os mandamentos de Deus são sábios e nos
ajudam a viver da melhor maneira.
TEXTO
BÍBLICO
Tiago 3.13-18.
13. Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as
suas obras em mansidão de sabedoria.
- humildade de sabedoria –
ou seja, “com a humildade que vem da sabedoria” (NVT).
14. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não
vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
- nem mintam contra a verdade
– ou seja, nem mintam dizendo que são sábios, quando não o são (Barnes); ou
então, nem mintam contra o Evangelho (Ellicott, Plumptre).
15. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e
diabólica.
- animal – literalmente,
animalesca: a sabedoria do homem “natural” (1Coríntios 2:14, o mesmo grego),
não nascido de novo de Deus; “não tendo o Espírito” (Judas 1:19). demoníaca
– ou seja, originária do inferno (Tiago 3:6), não de Deus, o Dador da
verdadeira sabedoria (Tiago 1:5); a sua qualidade inerente está de acordo com a
sua origem. “Terrena, animal, e demoníaca” corresponde aos três inimigos
espirituais do ser humano, o mundo, a carne e o diabo. [JFU, 1866]
16. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra
perversa.
- inveja e rivalidade
(compare com Tiago 3:14; 1Coríntios 3:3; Gálatas 5:20).
17. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e
sem hipocrisia.
- [cheia] de boas obras – em
contraste com “toda obra perversa” (Tiago 3:16). No original grego, [cheia] de
bons frutos.
18. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.
- Os pacificadores (“os que
promovem a paz”) que semeiam em paz colherão as bênçãos do Reino (“fruto da
justiça”).
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INTRODUÇÃO
A Carta de Tiago
apresenta uma visão clara e prática da sabedoria, diferenciando a terrena da
que vem do alto. Nesta lição, veremos as características da verdadeira
sabedoria e seus efeitos na vida dos crentes. Veremos também a definição de
sabedoria e os frutos dela.
- Tiago volta a falar sobre a
sabedoria, aqui em Tg 3.13-18. Ele traça as diferenças entre a sabedoria
terrena e a sabedoria celeste, entre a sabedoria que não vem do alto (v.15) e a
sabedoria que vem do alto (v.17). Lembremos: sabedoria é a arte de viver a vida
na perspectiva da Palavra de Deus. Não significa ter conhecimento intelectual.
Há gente com muito conhecimento, mas vive cometendo tolices. A sabedoria é
viver no centro da vontade de Deus, e tomar as decisões corretas. A sabedoria é
encarnar Cristo em nosso viver diário. Cristo é a nossa Sabedoria (1Co 1.30). Em
Tg 3.13, lemos uma pergunta: “Quem entre vós é sábio e tem conhecimento?”. A
reposta vem na sequência: “Mostre suas obras pelo seu bom procedimento, em
humildade de sabedoria”. Observa-se que ser “sábio” significa ter um “bom
procedimento”. O adjetivo “bom” ou “condigno” (ARA) (gr. kalos) significa
“bonito de olhar, excelente em sua natureza e características”. O sábio é
aquele que tem um comportamento admirável. A sabedoria se expressa em nossos
relacionamentos pessoais. Sábio é aquele que se relaciona bem com as pessoas.
Não à toa, Tiago volta a falar sobre sabedoria imediatamente depois de falar
sobre o poder da língua (Tg 3.1-12). Em Provérbios, uma das pilastras de uma
vida sábia é o uso apropriado da língua. Aqui em Tiago 3.13-18, a sabedoria tem
a ver com estancar o orgulho, a inveja e o espírito faccioso que promove
intrigas.
I. A
SABEDORIA AUTÊNTICA
1. Demonstrada mediante as boas ações. Você conhece alguém que se diz sábio, mas, na
verdade, age de forma tola? Infelizmente existem pessoas assim, por isso Tiago
faz a seguinte pergunta: “Quem entre vós é sábio e inteligente?”. Logo em
seguida ele afirma: “Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de
sabedoria”. Aprendemos aqui que a verdadeira sabedoria não se limita ao
conhecimento intelectual, mas é demonstrada por meio de boas ações. A sabedoria
pode ser medida pelo caráter de uma pessoa. Assim como é possível identificar
uma árvore pelo seu fruto, é possível avaliar a inteligência de alguém pela
maneira como age. “Sabedoria e inteligência” são sinônimos neste texto,
referindo-se à capacidade de viver bem, segundo os princípios bíblicos. Em
outras palavras, sabedoria é o conhecimento posto em prática mediante as
atitudes.
- Tiago faz uma transição, deixando
de discutir sobre os mestres e a língua para tratar do impacto da sabedoria na vida
de todos. Ele respalda a verdade da literatura de sabedoria do Antigo Testamento
(de Jó a Cântico dos Cânticos) no sentido de que a sabedoria está dividida em
duas esferas — a do ser humano e a de Deus. "Sábio" é uma palavra
comum no grego para se referir à filosofia e ao conhecimento especulativo, mas
os hebreus acrescentaram um significado muito mais rico que incluía a aplicação
habilidosa do conhecimento nas questões da vida prática. A palavra traduzida
como "inteligente" é usada somente aqui no Novo Testamento, com o
sentido de um especialista ou profissional que poderia aplicar com habilidade
seus conhecimentos a situações práticas. Tiago está perguntando quem realmente
tem habilidade na arte de viver. Sabedoria que se traduz por mansidão, bondade
- o oposto de arrogância e promoção pessoal (Mt 5.5; cf. 1.21; Nm 12.3; Gl
5.23). Os gregos descreviam a mansidão como poder sob controle, sabedoria. É
importante se dizer que este é o tipo que provem somente de Deus (1.5; Jó
9.4,28; Sl 104.24; 111.10; Pv 1.7; 2.1-7; 3.19-20; 9.10; Jr 10.7,12; Dn 1.17;
2.20-23; Rm 11.33; 1Co 1.30; Ef 3.10; Cl 2.3).
2. A sabedoria terrena. Nos versículos 14 e 15, Tiago faz um contraste entre
a sabedoria terrena e a divina. Ele descreve a sabedoria terrena como cheia de
“inveja amarga e sentimento faccioso”, logo ela não procede de Deus, mas é
humana e diabólica. Esse tipo de conhecimento leva à desordem e ao caos. O
apóstolo Paulo diz claramente que “Deus não é Deus de confusão” (1Co 14.33).
Tiago reforça esse ensino afirmando que onde há invejas e disputas, Deus não
está presente.
- Terrena, animal e demoníaca é uma
descrição da sabedoria humana como sendo limitada à terra; caracterizada pela
humanidade, pela fragilidade, por um coração não santificado e um espírito não
redimido; e gerada pelas forças de Satanás (cf. 1 Co 2.14; 2Co 11.14-15).
3. Origem da sabedoria divina. Tiago mostra que a sabedoria que vem do alto é pura,
pacífica, amável, complacente, cheia de misericórdia e de bons frutos,
imparcial e sincera (v.17). Ela tem sua origem em Deus e reflete seu caráter
santo e amoroso. Nós podemos atrelar a sabedoria que vem do alto (de Deus) com
o fruto do Espírito que Paulo apresenta em Gálatas 5.22.
- Sabedoria é o uso correto do
conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola. Sabedoria é também olhar para a
vida com os olhos de Deus. Tiago está contrastando dois diferentes tipos de
sabedoria: a sabedoria da terra e a sabedoria do céu. Qual sabedoria governa a
sua vida? Por qual caminho você está trilhando? Que tipo de vida você está
vivendo? Que frutos esse estilo de vida está produzindo? A sua fonte é doce ou salgada
(3.12)? Há uma sabedoria que vem de Deus, a verdadeira sabedoria vem de Deus,
do alto, visto que ela é fruto de oração (1.5), ela é dom de Deus (1.17). Essa
sabedoria está em Cristo: Ele é a nossa sabedoria (1Co 1.30). Em Jesus nós
temos todos os tesouros da sabedoria (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra,
visto que ela nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta
de oração (Ef 1.17; Tg 1.5).
SUBSÍDIO I
“Sabedoria diabólica —
Essa falsa ‘sabedoria’ é, principalmente, ‘diabólica’ (no grego daimoniodes),
literalmente ‘demoníaca’. Utilizando este termo, Tiago não está dizendo que ela
seja ‘do demônio’, no sentindo de ter se originado dele, mas que é ‘demoníaca’
em sua qualidade. Essa assim chamada ‘sabedoria’ tem sua verdadeira natureza
exposta pelo fato de resultar em ‘perturbação e toda obra perversa’ (v.16). Ao
invés de ser uma ‘sabedoria’ genuína, é simplesmente igual à mesma
‘concupiscência’ que ‘dá à luz o pecado’ (Tg 1.14,15), a respeito do qual Tiago
anteriormente já preveniu seus leitores. O retrato que Tiago nos oferece
daquilo que é considerado como ‘sabedoria’ pela maioria das pessoas é bastante
perturbador, mas precisamos ser cuidadosos para não entendermos sua linguagem
erroneamente. Ele não está sugerindo que não exista qualquer coisa boa na
humanidade. O problema com essa sabedoria ‘terrena, animal e diabólica’ é que
tem sua origem na alma humana. Sendo assim, participa dos desejos divididos dos
‘inconstantes’; é capaz de fazer o bem, mas também de muitas vezes levar a
‘toda obra perversa’.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume
2. 4ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.876).
II.
FRUTOS DA SABEDORIA AUTÊNTICA
1. Paz e justiça. “Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz” (v.18). Ao
contrário da sabedoria do mundo, a divina promove a paz e resulta em justiça.
Crentes que buscam adquirir esse tipo de inteligência procuram criar ambientes
de harmonia e justiça na igreja, na família e no ambiente corporativo. É
importante ressaltar que em Mateus 5.9, Jesus afirma que os pacificadores serão
chamados de filhos de Deus. Estes são os que procuram unir as pessoas para que
alcancem harmonia e paz. Uma colheita justa, conforme nos diz Tiago, é semeada
pelos pacificadores. Tiago mostra que não é possível produzir justiça onde
impera a amargura e o egoísmo, pois a justiça é alcançada na paz.
- Justiça aqui são as boas obras que
resultam da salvação; Os pacificadores (“os que promovem a paz”) que semeiam em
paz colherão as bênçãos do Reino (“fruto da justiça”) (Mt 5.6; Gl 5.22-23; Fp
1.11). A sabedoria divina não é contenciosa nem facciosa e nem beligerante. A
sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (4.1,2), mas a
sabedoria de Deus conduz à paz. Essa é a paz produzida pela santidade e não
pela complacência ao erro. Não se trata da paz que encobre o pecado, mas da paz
fruto da confissão do pecado.
2. Amor e bondade. A sabedoria do alto é “cheia de misericórdia e bons frutos”
(v.17) e nos capacita a agir de maneira que o amor de Deus e o seu caráter
sejam revelados em nossas ações. A misericórdia, nesse contexto, vai além da
compaixão; ela se manifesta em ações concretas que beneficiam os outros. A
sabedoria celestial não é apenas teórica, mas prática e visível por meio de
atos de bondade. Jesus ensinou sobre a importância da misericórdia, dizendo:
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt
5.7). A sabedoria de Deus nos impulsiona a ajudar os necessitados, perdoar os
que nos ofenderam e ser um canal de bênçãos para os outros.
- A palavra misericórdia significa
lançar o coração na miséria do outro. O dom de mostrar interesse por aqueles
que sofrem dor e passam por dificuldades, como também a capacidade de perdoar
rapidamente (Mt 5.7; Rm 12,8). E inclinar-se para socorrer o aflito. E sentir
ternura pelo necessitado e estender-lhe a mão, ainda que ele nada mereça. A
parábola do bom samaritano nos exemplifica esse tipo de sabedoria: para um
samaritano, cuidar de um judeu que o hostilizava era um ato de misericórdia. As
pessoas que são fiéis são frutíferas. Quem não produz frutos, produz galhos. A sabedoria
de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus.
3. Sinceridade e imparcialidade. A sabedoria autêntica é “imparcial e sincera” (v.17).
Isso significa que ela não é tendenciosa ou hipócrita, mas sim honesta e justa
em todas as circunstâncias. Essa sabedoria promove a integridade e a equidade
nas relações entre os seres humanos. Ser imparcial implica tratar todos com
justiça, independentemente de posição social ou riqueza. A sabedoria que vem do
alto rejeita favoritismos e discriminações, promovendo um tratamento justo e
igualitário para todos. A sinceridade, ou pureza de coração, é uma qualidade
que reflete a integridade. Jesus valorizou a sinceridade, dizendo:
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). A
sabedoria divina nos chama a viver sem duplicidade, sendo autênticos em nossas
palavras e ações. A sinceridade constrói confiança e fortalece as relações,
pois as pessoas sabem que podem contar com a nossa honestidade e transparência.
- Imparcial é aquela pessoa que não
tem duas mentes, duas almas (1.6). A palavra grega adiákritos significa “não dividido em julgamento”. Quando você tem
a sabedoria de Deus, você julga conforme a verdade e não conforme a pressão ou
conveniência. Sem fingimento, significa sinceridade, sem hipocrisia. O
hipócrita é um ator que representa um papel diferente ao da sua vida real. Na
sabedoria divina não existe jogo de interesse nem política de bastidor. A
sabedoria não opera por detrás de uma máscara, supostamente para o bem de
outros, mas, na realidade, visando apenas os seus próprios interesses.
SUBSÍDIO II
“As ações revelam as
origens da sabedoria (3.13-18) — Esse capítulo começa com Tiago prevenindo
contra a soberba de sermos ensinadores, e pode estar ampliando esse conceito
nos versos 13 e 14. A maneira mais adequada de demonstrar que alguém é ‘sábio e
inteligente’ não é simplesmente colocar-se à frente dos semelhantes e discursar
sobre seus conhecimentos, mas através de mostrar ‘pelo seu bom trato, as suas
obras de mansidão de sabedoria’. A verdadeira sabedoria espiritual somente
poderá ser demonstrada através da consistência entre palavras e obras, uma
consistência que não só expressa a vontade de Deus, mas que também pratica essa
vontade no mundo. Se a motivação que leva alguém a ser um ensinador for ‘amarga
inveja e sentimento faccioso’, mostrará que seus desejos interiores, em seu
coração, ainda estão divididos e que ela ainda não aceitou a ‘sabedoria’ como
um dom de Deus. Gabar-se de sua ‘sabedoria’, como sendo uma conquista pessoal,
é o mesmo que iludir a si próprio e ‘mentir contra a verdade’.” (Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD,
2009, p.875).
III.
HUMILDADE E SABEDORIA DO ALTO
1. Reconhecimento da fragilidade humana. A sabedoria divina nos faz reconhecer nossa
fragilidade e dependência do Senhor. Ela não promove arrogância, mas leva à
humildade, reconhecendo que todo conhecimento e habilidade vêm do alto, do
Eterno. Como criaturas somos finitos e falíveis, suscetíveis ao erro e
limitados, entretanto Deus é Onipotente, Onisciente e Perfeito. Tal verdade nos
leva a uma postura de humildade e reverência, sabendo que “todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). É por meio do entendimento
dessa verdade que reconhecemos que precisamos da graça e misericórdia de Deus.
A sabedoria que procede do Senhor nos faz perceber que todas as nossas
capacidades e realizações são dádivas de Deus. Tiago nos lembra que “toda boa dádiva
e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). Ao
reconhecer isso, nossa postura deve ser de gratidão e dependência contínua de
Deus, evitando a soberba que, frequentemente, acompanha o conhecimento humano.
- A origem da sabedoria determina os
resultados. A sabedoria do mundo produz resultados mundanos; a sabedoria espiritual,
resultados espirituais. A sabedoria do mundo produz problemas (3.16b). Inveja, confusão,
e todo tipo de coisas ruins são o resultado da sabedoria do mundo. Muitas
vezes, esses sintomas da sabedoria do mundo estão dentro da própria igreja
(3.12; 4.1-3; 2Co 12.20). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma
das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm
rejeitado a sabedoria de Deus. A palavra “confusão” significa desordem que vem
da instabilidade. Essas pessoas são instáveis como a onda (1.8) e indomáveis
como a língua (3.8). Essa palavra é usada por Cristo para revelar a confusão
dos últimos dias (Lc 21.9). Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria?
Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras. A
sabedoria de Deus produz bênçãos (3.18): vida
reta (3.13). Uma pessoa sábia é conhecida pela sua vida irrepreensível,
conduta santa. Obras dignas de Deus
(3.13). Uma pessoa sábia não apenas fala, mas faz. Fruto de justiça (3.18). A vida cristã é uma semeadura e uma
colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele
semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós
semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a
paz e não problemas no meio da família de Deus. Como poderemos conhecer uma
pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama
as suas próprias virtudes carece de sabedoria.
2. A aceitação dos limites pessoais. Tiago 3.13 fala de “mansidão de sabedoria”, sugerindo
que a verdadeira sabedoria nos ensina a aceitar nossos limites e a viver de
maneira modesta. Isso evita a arrogância e nos leva a viver de modo mais
equilibrado. Jesus, em Mateus 11.29, convida-nos a aprender dEle, que é “manso
e humilde de coração”. Essa mansidão reflete uma aceitação serena dos próprios
limites e uma disposição para servir aos outros sem buscar reconhecimento ou
glória pessoal.
- "Sábio" é uma palavra comum no grego para se referir à
filosofia e ao conhecimento especulativo. A sabedoria humana é assim guiada. A
sabedoria buscada pelo cristão tem um significado muito mais rico que inclui a
aplicação habilidosa do conhecimento nas questões da vida prática. Sábio é
aquele que submete todos seus projetos à orientação divina. Os projetos humanos
sem a orientação divina sempre acabam em frustração. Veja a torre de Babel, em
Gênesis 11. Quando não submetemos nossos desejos à vontade de Deus, pagamos um
alto preço. Atos inconsequentes geram lágrimas, em nós e nos outros.
3. Dependência de Deus. Aquele que é sábio reconhece a sua dependência do
Criador em todas as áreas da vida. Quem realmente vive de forma inteligente,
busca a orientação divina antes de tomar qualquer decisão e, assim, desenvolve
um relacionamento íntimo com Deus. Em Tiago 1.5, somos encorajados a pedir
sabedoria a Deus, que a dá liberalmente. Reconhecer nossa necessidade de
orientação divina nos mantém humildes e prontos para receber os ensinos do
Espírito Santo. Assim, seja humilde reconhecendo diariamente sua necessidade de
Deus, e cultive um relacionamento íntimo com Ele através da leitura regular da
Bíblia, da prática da oração e jejum.
- A compreensão de Tiago já aparece
no início do seu livro quando revela que Deus concede sabedoria a quem pede com
fé (Tiago 1.5-6). Em outras palavras, a sabedoria é derramada como um reflexo
da relação com Deus por meio da oração para todo aquele que a reconhece
necessária. Ele afirma que a verdadeira sabedoria não é terrena, animal ou
diabólica, mas vem do alto, ou seja, é um dom divino (Tiago 3.15, 17), sendo um
reflexo do caráter de Deus. Esse ponto nos chama a avaliar as influências que
moldam nossas decisões e a buscar, em oração, a orientação divina para nossa
vida. No ensino bíblico, a sabedoria que desce do alto não é um mero conceito,
mas foi personificada na pessoa de Jesus. Nas palavras de Paulo: Cristo é o
poder de Deus e a sabedoria de Deus (1 Coríntios 1.24); Cristo, no qual estão
escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses
2.2-3). A sabedoria do alto não pode ser adquirida pela lógica ou esforço, mas
pelo reflexo da presença de Deus em nós por intermédio de Cristo, revelada a
nós por meio do Espírito Santo (1 Coríntios 6.10). Por isso, peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o
Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento dele (Efésios 1.17 – NAA).
SUBSÍDIO
III
Professor(a), inicie o tópico fazendo as seguintes perguntas: “O
que a sabedoria divina nos faz reconhecer?”; “Quais os benefícios de adquirir a
sabedoria autêntica?”. Incentive a participação dos alunos, em especial os mais
tímidos que sentem mais dificuldades em participar ativamente da aula. Ouça os
alunos com atenção e explique é “o homem transmite conhecimento. Deus dá
sabedoria. O conhecimento nos vem com a educação, seja absorvendo o que os mais
educados têm a dizer, seja simplesmente reunindo informações aqui e ali, no
caminho da vida. Mas e quanto à sabedoria que vem do alto? Como você já sabe,
não há curso, não há escola, não há banco de dados na terra onde possamos
acessar a sabedoria. Diga aos alunos(as) que uma pessoa pode adquirir
conhecimento, e ainda assim estar distante do Deus vivo. Mas os que são sábios
conhecem o Senhor Deus, pela fé no seu Filho, Jesus Cristo, e também o
consideram com reverência e respeito. O ‘temor do Senhor’ ainda é o princípio
da sabedoria, bem como o mais fiel indicador da sua presença na vida de uma
pessoa.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro:
CPAD, 2013, p.834).
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos
que é preciso buscar a sabedoria divina e que essa sabedoria é demonstrada por
meio de ações. Ela promove paz e justiça, e é caracterizada por: amor, bondade,
sinceridade e imparcialidade. Além disso, essa sabedoria nos conduz à humildade,
reconhecimento de nossa fragilidade e dependência de Deus. Como cristãos, somos
chamados a buscar a sabedoria divina, permitindo que ela transforme nossas
vidas de maneira que venhamos a refletir o caráter de Cristo.
- A sabedoria que vem do alto não
apenas transforma o indivíduo, mas também tem um impacto poderoso na
comunidade. Ela constrói pontes, restaura relacionamentos e estabelece um
ambiente de justiça e integridade. Por outro lado, a ausência dessa sabedoria
gera confusão e toda sorte de males (Tiago 3.16). Esse ensino nos desafia a ser
agentes de paz e reconciliação, pessoas que vivem e promovem a sabedoria divina
no lar, na igreja e na sociedade. Quando guiados por essa sabedoria, nossa vida
se torna testemunho vivo do reino de Deus. Qual tipo de sabedoria você tem
buscado? A sabedoria que não vem do alto ou aquela que vem do alto? A sabedoria
que não vem do alto é terrena, animal e demoníaca. Ela busca os seus próprios
interesses, e coloca o “eu” no centro de tudo. A sabedoria que vem do alto é
aquela promovida pelo Espírito Santo, e nos torna santos e amáveis. Que o
Senhor nos ajude a buscar a sabedoria que vem do alto.
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que
o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Non Nobis Domine, Non Nobis
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer
(S.J.C./SP);
• Pós-graduado em Teologia Bíblica e
Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde
1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS,
2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima),
2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil
em Campina Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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HORA DA
REVISÃO
1. Como
podemos demonstrar a verdadeira sabedoria?
Por meio de boas ações.
2. De
acordo com a Lição, o que é sabedoria?
“Sabedoria e inteligência”, são sinônimos, referindo-se à
capacidade de viver bem, segundo os princípios bíblicos. Em outras palavras,
sabedoria é o conhecimento posto em prática mediante as atitudes.
3. Quais
são os “frutos” da sabedoria?
Paz, justiça, amor, bondade, sinceridade e imparcialidade.
4. O que
a sabedoria divina nos faz reconhecer?
A sabedoria divina nos faz reconhecer nossa fragilidade e
dependência do Senhor.
5. O que
Tiago 1.5 nos encoraja a pedir?
Em Tiago 1.5, somos encorajados a pedir sabedoria a Deus, que a
dá liberalmente.