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12 de fevereiro de 2025

EBD JOVENS | Lição 7: Autenticidade e sabedoria | 1° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

 O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e a ciência do Santo, a prudência.” (Pv 9.10).

- O temor ao SENHOR é o princípio da sabedoria (compare com Provérbios 1:7; Jó 28:28; Salmo 111:10; Eclesiastes 12:13). Entre os grupos antagônicos (tratados em Provérbios 9:7-9) dos “seus filhos”, que já aceitaram seu convite, e que a amam por suas repreensões e se beneficiam de suas instruções (Provérbios 9:8-9), e dos “escarnecedores” e “perversos”, que a odeiam e insultam (Provérbios 9:7-8), há ainda o grupo neutro dos “ingênuos”, aos quais a Sabedoria agora retoma seu apelo direto. E, ao fazer isso, ela volta aos primeiros princípios e estabelece novamente a condição essencial sobre a qual a sabedoria pode ser alcançada. o conhecimento do Santo é entendimento (compare com Provérbios 2:5; Provérbios 30:3; 1Crônicas 28:9; Mateus 11:27; Jo 17:3; 1João 5:20). A palavra original para “Santo” é plural, plural em excelência ou dignidade. [Cambridge, 1899].

 

RESUMO DA LIÇÃO

A verdadeira sabedoria, proveniente de Deus, é comprovada por boas obras e promove paz e justiça.

- O princípio da sabedoria é o temor do Senhor. O temor ao Senhor é a síntese do livro de Provérbios. O temor ao Senhor é a síntese do livro de Provérbios. Quem respeita a Deus e procura fazer Sua vontade encontrará sabedoria. Os mandamentos de Deus são sábios e nos ajudam a viver da melhor maneira.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 3.13-18.

13. Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria.

- humildade de sabedoria – ou seja, “com a humildade que vem da sabedoria” (NVT).

14. Mas, se tendes amarga inveja e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.

- nem mintam contra a verdade – ou seja, nem mintam dizendo que são sábios, quando não o são (Barnes); ou então, nem mintam contra o Evangelho (Ellicott, Plumptre).

15. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.

- animal – literalmente, animalesca: a sabedoria do homem “natural” (1Coríntios 2:14, o mesmo grego), não nascido de novo de Deus; “não tendo o Espírito” (Judas 1:19). demoníaca – ou seja, originária do inferno (Tiago 3:6), não de Deus, o Dador da verdadeira sabedoria (Tiago 1:5); a sua qualidade inerente está de acordo com a sua origem. “Terrena, animal, e demoníaca” corresponde aos três inimigos espirituais do ser humano, o mundo, a carne e o diabo. [JFU, 1866]

16. Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa.

- inveja e rivalidade (compare com Tiago 3:14; 1Coríntios 3:3; Gálatas 5:20).

17. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.

- [cheia] de boas obras – em contraste com “toda obra perversa” (Tiago 3:16). No original grego, [cheia] de bons frutos.

18. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.

- Os pacificadores (“os que promovem a paz”) que semeiam em paz colherão as bênçãos do Reino (“fruto da justiça”).

 

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INTRODUÇÃO

A Carta de Tiago apresenta uma visão clara e prática da sabedoria, diferenciando a terrena da que vem do alto. Nesta lição, veremos as características da verdadeira sabedoria e seus efeitos na vida dos crentes. Veremos também a definição de sabedoria e os frutos dela.

- Tiago volta a falar sobre a sabedoria, aqui em Tg 3.13-18. Ele traça as diferenças entre a sabedoria terrena e a sabedoria celeste, entre a sabedoria que não vem do alto (v.15) e a sabedoria que vem do alto (v.17). Lembremos: sabedoria é a arte de viver a vida na perspectiva da Palavra de Deus. Não significa ter conhecimento intelectual. Há gente com muito conhecimento, mas vive cometendo tolices. A sabedoria é viver no centro da vontade de Deus, e tomar as decisões corretas. A sabedoria é encarnar Cristo em nosso viver diário. Cristo é a nossa Sabedoria (1Co 1.30). Em Tg 3.13, lemos uma pergunta: “Quem entre vós é sábio e tem conhecimento?”. A reposta vem na sequência: “Mostre suas obras pelo seu bom procedimento, em humildade de sabedoria”. Observa-se que ser “sábio” significa ter um “bom procedimento”. O adjetivo “bom” ou “condigno” (ARA) (gr. kalos) significa “bonito de olhar, excelente em sua natureza e características”. O sábio é aquele que tem um comportamento admirável. A sabedoria se expressa em nossos relacionamentos pessoais. Sábio é aquele que se relaciona bem com as pessoas. Não à toa, Tiago volta a falar sobre sabedoria imediatamente depois de falar sobre o poder da língua (Tg 3.1-12). Em Provérbios, uma das pilastras de uma vida sábia é o uso apropriado da língua. Aqui em Tiago 3.13-18, a sabedoria tem a ver com estancar o orgulho, a inveja e o espírito faccioso que promove intrigas.

 

I. A SABEDORIA AUTÊNTICA

1. Demonstrada mediante as boas ações. Você conhece alguém que se diz sábio, mas, na verdade, age de forma tola? Infelizmente existem pessoas assim, por isso Tiago faz a seguinte pergunta: “Quem entre vós é sábio e inteligente?”. Logo em seguida ele afirma: “Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria”. Aprendemos aqui que a verdadeira sabedoria não se limita ao conhecimento intelectual, mas é demonstrada por meio de boas ações. A sabedoria pode ser medida pelo caráter de uma pessoa. Assim como é possível identificar uma árvore pelo seu fruto, é possível avaliar a inteligência de alguém pela maneira como age. “Sabedoria e inteligência” são sinônimos neste texto, referindo-se à capacidade de viver bem, segundo os princípios bíblicos. Em outras palavras, sabedoria é o conhecimento posto em prática mediante as atitudes.

- Tiago faz uma transição, deixando de discutir sobre os mestres e a língua para tratar do impacto da sabedoria na vida de todos. Ele respalda a verdade da literatura de sabedoria do Antigo Testamento (de Jó a Cântico dos Cânticos) no sentido de que a sabedoria está dividida em duas esferas — a do ser humano e a de Deus. "Sábio" é uma palavra comum no grego para se referir à filosofia e ao conhecimento especulativo, mas os hebreus acrescentaram um significado muito mais rico que incluía a aplicação habilidosa do conhecimento nas questões da vida prática. A palavra traduzida como "inteligente" é usada somente aqui no Novo Testamento, com o sentido de um especialista ou profissional que poderia aplicar com habilidade seus conhecimentos a situações práticas. Tiago está perguntando quem realmente tem habilidade na arte de viver. Sabedoria que se traduz por mansidão, bondade - o oposto de arrogância e promoção pessoal (Mt 5.5; cf. 1.21; Nm 12.3; Gl 5.23). Os gregos descreviam a mansidão como poder sob controle, sabedoria. É importante se dizer que este é o tipo que provem somente de Deus (1.5; Jó 9.4,28; Sl 104.24; 111.10; Pv 1.7; 2.1-7; 3.19-20; 9.10; Jr 10.7,12; Dn 1.17; 2.20-23; Rm 11.33; 1Co 1.30; Ef 3.10; Cl 2.3).

2. A sabedoria terrena. Nos versículos 14 e 15, Tiago faz um contraste entre a sabedoria terrena e a divina. Ele descreve a sabedoria terrena como cheia de “inveja amarga e sentimento faccioso”, logo ela não procede de Deus, mas é humana e diabólica. Esse tipo de conhecimento leva à desordem e ao caos. O apóstolo Paulo diz claramente que “Deus não é Deus de confusão” (1Co 14.33). Tiago reforça esse ensino afirmando que onde há invejas e disputas, Deus não está presente.

- Terrena, animal e demoníaca é uma descrição da sabedoria humana como sendo limitada à terra; caracterizada pela humanidade, pela fragilidade, por um coração não santificado e um espírito não redimido; e gerada pelas forças de Satanás (cf. 1 Co 2.14; 2Co 11.14-15).

3. Origem da sabedoria divina. Tiago mostra que a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, amável, complacente, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera (v.17). Ela tem sua origem em Deus e reflete seu caráter santo e amoroso. Nós podemos atrelar a sabedoria que vem do alto (de Deus) com o fruto do Espírito que Paulo apresenta em Gálatas 5.22.

- Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Uma pessoa pode ser culta e tola. Sabedoria é também olhar para a vida com os olhos de Deus. Tiago está contrastando dois diferentes tipos de sabedoria: a sabedoria da terra e a sabedoria do céu. Qual sabedoria governa a sua vida? Por qual caminho você está trilhando? Que tipo de vida você está vivendo? Que frutos esse estilo de vida está produzindo? A sua fonte é doce ou salgada (3.12)? Há uma sabedoria que vem de Deus, a verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração (1.5), ela é dom de Deus (1.17). Essa sabedoria está em Cristo: Ele é a nossa sabedoria (1Co 1.30). Em Jesus nós temos todos os tesouros da sabedoria (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1.17; Tg 1.5).

 

SUBSÍDIO I

 “Sabedoria diabólica — Essa falsa ‘sabedoria’ é, principalmente, ‘diabólica’ (no grego daimoniodes), literalmente ‘demoníaca’. Utilizando este termo, Tiago não está dizendo que ela seja ‘do demônio’, no sentindo de ter se originado dele, mas que é ‘demoníaca’ em sua qualidade. Essa assim chamada ‘sabedoria’ tem sua verdadeira natureza exposta pelo fato de resultar em ‘perturbação e toda obra perversa’ (v.16). Ao invés de ser uma ‘sabedoria’ genuína, é simplesmente igual à mesma ‘concupiscência’ que ‘dá à luz o pecado’ (Tg 1.14,15), a respeito do qual Tiago anteriormente já preveniu seus leitores. O retrato que Tiago nos oferece daquilo que é considerado como ‘sabedoria’ pela maioria das pessoas é bastante perturbador, mas precisamos ser cuidadosos para não entendermos sua linguagem erroneamente. Ele não está sugerindo que não exista qualquer coisa boa na humanidade. O problema com essa sabedoria ‘terrena, animal e diabólica’ é que tem sua origem na alma humana. Sendo assim, participa dos desejos divididos dos ‘inconstantes’; é capaz de fazer o bem, mas também de muitas vezes levar a ‘toda obra perversa’.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.876).

 

II. FRUTOS DA SABEDORIA AUTÊNTICA

1. Paz e justiça. “Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz” (v.18). Ao contrário da sabedoria do mundo, a divina promove a paz e resulta em justiça. Crentes que buscam adquirir esse tipo de inteligência procuram criar ambientes de harmonia e justiça na igreja, na família e no ambiente corporativo. É importante ressaltar que em Mateus 5.9, Jesus afirma que os pacificadores serão chamados de filhos de Deus. Estes são os que procuram unir as pessoas para que alcancem harmonia e paz. Uma colheita justa, conforme nos diz Tiago, é semeada pelos pacificadores. Tiago mostra que não é possível produzir justiça onde impera a amargura e o egoísmo, pois a justiça é alcançada na paz.

- Justiça aqui são as boas obras que resultam da salvação; Os pacificadores (“os que promovem a paz”) que semeiam em paz colherão as bênçãos do Reino (“fruto da justiça”) (Mt 5.6; Gl 5.22-23; Fp 1.11). A sabedoria divina não é contenciosa nem facciosa e nem beligerante. A sabedoria do homem leva à competição, rivalidade e guerra (4.1,2), mas a sabedoria de Deus conduz à paz. Essa é a paz produzida pela santidade e não pela complacência ao erro. Não se trata da paz que encobre o pecado, mas da paz fruto da confissão do pecado.

2. Amor e bondade. A sabedoria do alto é “cheia de misericórdia e bons frutos” (v.17) e nos capacita a agir de maneira que o amor de Deus e o seu caráter sejam revelados em nossas ações. A misericórdia, nesse contexto, vai além da compaixão; ela se manifesta em ações concretas que beneficiam os outros. A sabedoria celestial não é apenas teórica, mas prática e visível por meio de atos de bondade. Jesus ensinou sobre a importância da misericórdia, dizendo: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). A sabedoria de Deus nos impulsiona a ajudar os necessitados, perdoar os que nos ofenderam e ser um canal de bênçãos para os outros.

- A palavra misericórdia significa lançar o coração na miséria do outro. O dom de mostrar interesse por aqueles que sofrem dor e passam por dificuldades, como também a capacidade de perdoar rapidamente (Mt 5.7; Rm 12,8). E inclinar-se para socorrer o aflito. E sentir ternura pelo necessitado e estender-lhe a mão, ainda que ele nada mereça. A parábola do bom samaritano nos exemplifica esse tipo de sabedoria: para um samaritano, cuidar de um judeu que o hostilizava era um ato de misericórdia. As pessoas que são fiéis são frutíferas. Quem não produz frutos, produz galhos. A sabedoria de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus.

3. Sinceridade e imparcialidade. A sabedoria autêntica é “imparcial e sincera” (v.17). Isso significa que ela não é tendenciosa ou hipócrita, mas sim honesta e justa em todas as circunstâncias. Essa sabedoria promove a integridade e a equidade nas relações entre os seres humanos. Ser imparcial implica tratar todos com justiça, independentemente de posição social ou riqueza. A sabedoria que vem do alto rejeita favoritismos e discriminações, promovendo um tratamento justo e igualitário para todos. A sinceridade, ou pureza de coração, é uma qualidade que reflete a integridade. Jesus valorizou a sinceridade, dizendo: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). A sabedoria divina nos chama a viver sem duplicidade, sendo autênticos em nossas palavras e ações. A sinceridade constrói confiança e fortalece as relações, pois as pessoas sabem que podem contar com a nossa honestidade e transparência.

- Imparcial é aquela pessoa que não tem duas mentes, duas almas (1.6). A palavra grega adiákritos significa “não dividido em julgamento”. Quando você tem a sabedoria de Deus, você julga conforme a verdade e não conforme a pressão ou conveniência. Sem fingimento, significa sinceridade, sem hipocrisia. O hipócrita é um ator que representa um papel diferente ao da sua vida real. Na sabedoria divina não existe jogo de interesse nem política de bastidor. A sabedoria não opera por detrás de uma máscara, supostamente para o bem de outros, mas, na realidade, visando apenas os seus próprios interesses.

 

SUBSÍDIO II

 “As ações revelam as origens da sabedoria (3.13-18) — Esse capítulo começa com Tiago prevenindo contra a soberba de sermos ensinadores, e pode estar ampliando esse conceito nos versos 13 e 14. A maneira mais adequada de demonstrar que alguém é ‘sábio e inteligente’ não é simplesmente colocar-se à frente dos semelhantes e discursar sobre seus conhecimentos, mas através de mostrar ‘pelo seu bom trato, as suas obras de mansidão de sabedoria’. A verdadeira sabedoria espiritual somente poderá ser demonstrada através da consistência entre palavras e obras, uma consistência que não só expressa a vontade de Deus, mas que também pratica essa vontade no mundo. Se a motivação que leva alguém a ser um ensinador for ‘amarga inveja e sentimento faccioso’, mostrará que seus desejos interiores, em seu coração, ainda estão divididos e que ela ainda não aceitou a ‘sabedoria’ como um dom de Deus. Gabar-se de sua ‘sabedoria’, como sendo uma conquista pessoal, é o mesmo que iludir a si próprio e ‘mentir contra a verdade’.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Volume 2. 4ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.875).

 

III. HUMILDADE E SABEDORIA DO ALTO

1. Reconhecimento da fragilidade humana. A sabedoria divina nos faz reconhecer nossa fragilidade e dependência do Senhor. Ela não promove arrogância, mas leva à humildade, reconhecendo que todo conhecimento e habilidade vêm do alto, do Eterno. Como criaturas somos finitos e falíveis, suscetíveis ao erro e limitados, entretanto Deus é Onipotente, Onisciente e Perfeito. Tal verdade nos leva a uma postura de humildade e reverência, sabendo que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). É por meio do entendimento dessa verdade que reconhecemos que precisamos da graça e misericórdia de Deus. A sabedoria que procede do Senhor nos faz perceber que todas as nossas capacidades e realizações são dádivas de Deus. Tiago nos lembra que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes” (Tg 1.17). Ao reconhecer isso, nossa postura deve ser de gratidão e dependência contínua de Deus, evitando a soberba que, frequentemente, acompanha o conhecimento humano.

- A origem da sabedoria determina os resultados. A sabedoria do mundo produz resultados mundanos; a sabedoria espiritual, resultados espirituais. A sabedoria do mundo produz problemas (3.16b). Inveja, confusão, e todo tipo de coisas ruins são o resultado da sabedoria do mundo. Muitas vezes, esses sintomas da sabedoria do mundo estão dentro da própria igreja (3.12; 4.1-3; 2Co 12.20). Pensamentos errados produzem atitudes erradas. Uma das causas do porquê deste mundo estar tão bagunçado é que os homens têm rejeitado a sabedoria de Deus. A palavra “confusão” significa desordem que vem da instabilidade. Essas pessoas são instáveis como a onda (1.8) e indomáveis como a língua (3.8). Essa palavra é usada por Cristo para revelar a confusão dos últimos dias (Lc 21.9). Como poderemos identificar uma pessoa que não tem sabedoria? Suas palavras e atitudes provocarão inveja, rivalidades, divisão, guerras. A sabedoria de Deus produz bênçãos (3.18): vida reta (3.13). Uma pessoa sábia é conhecida pela sua vida irrepreensível, conduta santa. Obras dignas de Deus (3.13). Uma pessoa sábia não apenas fala, mas faz. Fruto de justiça (3.18). A vida cristã é uma semeadura e uma colheita. Nós colhemos o que semeamos. O sábio semeia justiça e não pecado. Ele semeia paz e não guerra. O que nós somos, nós vivemos e o que nós vivemos, nós semeamos. O que nós semeamos determina o que nós colhemos. Temos que semear a paz e não problemas no meio da família de Deus. Como poderemos conhecer uma pessoa sábia? Uma pessoa sábia é sempre uma pessoa humilde. Aquele que proclama as suas próprias virtudes carece de sabedoria.

2. A aceitação dos limites pessoais. Tiago 3.13 fala de “mansidão de sabedoria”, sugerindo que a verdadeira sabedoria nos ensina a aceitar nossos limites e a viver de maneira modesta. Isso evita a arrogância e nos leva a viver de modo mais equilibrado. Jesus, em Mateus 11.29, convida-nos a aprender dEle, que é “manso e humilde de coração”. Essa mansidão reflete uma aceitação serena dos próprios limites e uma disposição para servir aos outros sem buscar reconhecimento ou glória pessoal.

- "Sábio" é uma palavra comum no grego para se referir à filosofia e ao conhecimento especulativo. A sabedoria humana é assim guiada. A sabedoria buscada pelo cristão tem um significado muito mais rico que inclui a aplicação habilidosa do conhecimento nas questões da vida prática. Sábio é aquele que submete todos seus projetos à orientação divina. Os projetos humanos sem a orientação divina sempre acabam em frustração. Veja a torre de Babel, em Gênesis 11. Quando não submetemos nossos desejos à vontade de Deus, pagamos um alto preço. Atos inconsequentes geram lágrimas, em nós e nos outros.

3. Dependência de Deus. Aquele que é sábio reconhece a sua dependência do Criador em todas as áreas da vida. Quem realmente vive de forma inteligente, busca a orientação divina antes de tomar qualquer decisão e, assim, desenvolve um relacionamento íntimo com Deus. Em Tiago 1.5, somos encorajados a pedir sabedoria a Deus, que a dá liberalmente. Reconhecer nossa necessidade de orientação divina nos mantém humildes e prontos para receber os ensinos do Espírito Santo. Assim, seja humilde reconhecendo diariamente sua necessidade de Deus, e cultive um relacionamento íntimo com Ele através da leitura regular da Bíblia, da prática da oração e jejum.

- A compreensão de Tiago já aparece no início do seu livro quando revela que Deus concede sabedoria a quem pede com fé (Tiago 1.5-6). Em outras palavras, a sabedoria é derramada como um reflexo da relação com Deus por meio da oração para todo aquele que a reconhece necessária. Ele afirma que a verdadeira sabedoria não é terrena, animal ou diabólica, mas vem do alto, ou seja, é um dom divino (Tiago 3.15, 17), sendo um reflexo do caráter de Deus. Esse ponto nos chama a avaliar as influências que moldam nossas decisões e a buscar, em oração, a orientação divina para nossa vida. No ensino bíblico, a sabedoria que desce do alto não é um mero conceito, mas foi personificada na pessoa de Jesus. Nas palavras de Paulo: Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus (1 Coríntios 1.24); Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2.2-3). A sabedoria do alto não pode ser adquirida pela lógica ou esforço, mas pelo reflexo da presença de Deus em nós por intermédio de Cristo, revelada a nós por meio do Espírito Santo (1 Coríntios 6.10). Por isso, peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele (Efésios 1.17 – NAA).

 

SUBSÍDIO III

Professor(a), inicie o tópico fazendo as seguintes perguntas: “O que a sabedoria divina nos faz reconhecer?”; “Quais os benefícios de adquirir a sabedoria autêntica?”. Incentive a participação dos alunos, em especial os mais tímidos que sentem mais dificuldades em participar ativamente da aula. Ouça os alunos com atenção e explique é “o homem transmite conhecimento. Deus dá sabedoria. O conhecimento nos vem com a educação, seja absorvendo o que os mais educados têm a dizer, seja simplesmente reunindo informações aqui e ali, no caminho da vida. Mas e quanto à sabedoria que vem do alto? Como você já sabe, não há curso, não há escola, não há banco de dados na terra onde possamos acessar a sabedoria. Diga aos alunos(as) que uma pessoa pode adquirir conhecimento, e ainda assim estar distante do Deus vivo. Mas os que são sábios conhecem o Senhor Deus, pela fé no seu Filho, Jesus Cristo, e também o consideram com reverência e respeito. O ‘temor do Senhor’ ainda é o princípio da sabedoria, bem como o mais fiel indicador da sua presença na vida de uma pessoa.” (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p.834).

 

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que é preciso buscar a sabedoria divina e que essa sabedoria é demonstrada por meio de ações. Ela promove paz e justiça, e é caracterizada por: amor, bondade, sinceridade e imparcialidade. Além disso, essa sabedoria nos conduz à humildade, reconhecimento de nossa fragilidade e dependência de Deus. Como cristãos, somos chamados a buscar a sabedoria divina, permitindo que ela transforme nossas vidas de maneira que venhamos a refletir o caráter de Cristo.

- A sabedoria que vem do alto não apenas transforma o indivíduo, mas também tem um impacto poderoso na comunidade. Ela constrói pontes, restaura relacionamentos e estabelece um ambiente de justiça e integridade. Por outro lado, a ausência dessa sabedoria gera confusão e toda sorte de males (Tiago 3.16). Esse ensino nos desafia a ser agentes de paz e reconciliação, pessoas que vivem e promovem a sabedoria divina no lar, na igreja e na sociedade. Quando guiados por essa sabedoria, nossa vida se torna testemunho vivo do reino de Deus. Qual tipo de sabedoria você tem buscado? A sabedoria que não vem do alto ou aquela que vem do alto? A sabedoria que não vem do alto é terrena, animal e demoníaca. Ela busca os seus próprios interesses, e coloca o “eu” no centro de tudo. A sabedoria que vem do alto é aquela promovida pelo Espírito Santo, e nos torna santos e amáveis. Que o Senhor nos ajude a buscar a sabedoria que vem do alto.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Non Nobis Domine, Non Nobis

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. Como podemos demonstrar a verdadeira sabedoria?

Por meio de boas ações.

2. De acordo com a Lição, o que é sabedoria?

“Sabedoria e inteligência”, são sinônimos, referindo-se à capacidade de viver bem, segundo os princípios bíblicos. Em outras palavras, sabedoria é o conhecimento posto em prática mediante as atitudes.

3. Quais são os “frutos” da sabedoria?

Paz, justiça, amor, bondade, sinceridade e imparcialidade.

4. O que a sabedoria divina nos faz reconhecer?

A sabedoria divina nos faz reconhecer nossa fragilidade e dependência do Senhor.

5. O que Tiago 1.5 nos encoraja a pedir?

Em Tiago 1.5, somos encorajados a pedir sabedoria a Deus, que a dá liberalmente.