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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

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27 de outubro de 2024

EBD JOVENS| Lição 05: Proteção Contra a Preguiça |4° Trim/2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

“O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser diligente.” (Pv 12.27)

Entenda o Texto Principal:

- não assará: O preguiçoso não se preocupa em aproveitar as oportunidades (cf. vs. 11,25). A palavra hebraica para “roasteth” [chaarak (H2760)] não ocorre neste sentido em outro lugar. No caldeu, em que Daniel 3.27 está escrito, é encontrado neste sentido. O preguiçoso não leva em caça nada para assar; pois a caça exigiria trabalho, o que ele não gosta. Jacó agiu como um homem preguiçoso, que também é um homem enganador (Pv 12.24), quando torrou para seu pai o que não havia caçado e o enganou. Fuller (‘Miscelânea’) toma o hebraico da palavra aparentada karakim, ‘treliça’, ou cercadura dentro da qual os animais selvagens foram capturados (cf. o hebraico, Cântico de Salomão 2:9) A Septuaginta confirma isso [ouk epiteuxetai theeran], ‘Não obterá presas na caça.’ Portanto, a Vulgata Caldeia, Siríaca, Árabe. Ewald, do árabe, apoia a versão em inglês. mas a riqueza de quem trabalha com empenho lhe é preciosa – ‘mas a substância preciosa (será a porção) de um homem diligente’. Como um caçador bem-sucedido, seu trabalho “diligente” garante “substância preciosa”, que ele tanto pega como desfruta permanentemente. De Dieu toma as palavras em sua ordem hebraica, assim – ‘Mas a substância de um homem precioso é ouro’ (como o hebraico, chaaruwts (H2742), versão em inglês, “diligente” também pode significar). Eu prefiro a versão em inglês. [JFU, aguardando revisão]

🔗 Para se aprofundar no assunto, leia o texto “O temor do Senhor é o antídoto contra a preguiça” do pastor batista Paulo Alves.

 

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RESUMO DA LIÇÃO

A preguiça nos paralisa, mas o trabalho e a diligência nos fazem perseverar.

Entenda o Resumo da Lição:

- A preguiça é uma forma de idolatria do eu, um parasita que consome o nosso propósito de glorificar a Deus através do nosso relacionamento com Ele, com o próximo e com a criação.

 

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Provérbios 6.6-11: 24-30-34: 26.13-16

Provérbios 6

6. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso: olha para os seus caminhos e sê sábio.

- formiga... preguiçoso. Cf. 30.25. A formiga é um exemplo de produção, diligência e planejamento (vs. 7,8) e serve de censura para o preguiçoso (pessoa ociosa que hão tem autocontrole). A Sabedoria manda o preguiçoso aprender com a formiga (veja 10.4,26; 12.24; 13.4; 15.19; 19.15; 20.4; 26:14-16).

7. A qual, não tendo superior, nem oficial, nem dominador.

- não tendo chefe, nem supervisor, nem governante – ou seja, a formiga não tem alguém que dê ordens a ela.

8. Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento.

- prepara seu alimento no verão (compare com Provérbios 30:25).

9. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono?

- Quando se levantará de teu sono? (compare com Salmo 94:8; Jo 1:6; Romanos 13:11; Efésios 5:14; 1Tessalonicenses 5:2-7).

10. Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um pouco encruzando as mãos. para estar deitado

- Compare com Provérbios 6:6; Provérbios 19:15

11. Assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

- ladrão... homem armado. O preguiçoso, com sua devoção exagerada ao sono e não ao trabalho (vs. 9-10), aprende tarde demais, desse modo caindo na inevitável pobreza, corno uma vítima dominada por um ladrão (veja 24.33-34). Conquanto a preguiça leve à pobreza (cf. 10.4-5; 13.4; 20.4,13) ela nem sempre é a causa da pobreza (cf. 14.31; 17.5; 19.1,17,22; 21.1.2; 28.3.11).

 

Provérbios 24

30. Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento.

- ao campo… à vinha: os dois principais objetos de cuidado do agricultor, que necessitam de trabalho constante para serem produtivos. Moralizando sobre este trecho, Gregório (‘Moralia,’ 20.54) diz: “Passar pelo campo do preguiçoso e pela vinha do homem desprovido de entendimento é observar a vida de qualquer pessoa descuidada e avaliar suas ações.” [Pulpit]

31. E eis que toda estava cheia de cardos e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada.

- e eis que ela estava toda cheia de espinheiros. A superfície do campo, que antes era baixa, parecia ter, por assim dizer, subido devido aos espinhos que cresceram. e o seu muro de pedras estava derrubado. Os muros de limite eram feitos de pedras soltas, sem argamassa, que, se não fossem reparados de tempos em tempos, logo desabariam. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

32. O que tendo eu visto, o considerei e, vendo-o, recebi instrução.

- Quando eu vi isso , aprendi em meu coração (apliquei minha mente a isso)… e recebi instrução. Não olhei superficialmente, mas refleti bem sobre qual era a causa do estado desolado do campo, e assim recebi instrução para evitar a negligência do seu proprietário, pois desejaria escapar de seu destino. Embora os tolos não aprendam com os sábios, os sábios podem aprender muito com os tolos. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

33. Um pouco de sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado.

- Ou, como na versão NVI, “Vou dormir um pouco”, você diz. “Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco,”.

34. Assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado.

- Lentamente, passo a passo, como um assaltante que avança sem ser percebido, vem a dívida e a diminuição das posses. Mas logo a pobreza ataca, como alguém armado, com uma mão forte e irresistível. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]

Provérbios 26

13. Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho: um leão está nas ruas

- É virtualmente o mesmo que Provérbios 22:13. As palavras para “leão” são diferentes em duas partes do versículo, shakhal sendo o leão de idade avançada, ari o animal adulto; o último pode possivelmente ser considerado o mais perigoso dos dois, e então um clímax seria denotado. Há um provérbio corrente em Bechuana, que diz:“O mês da época da sementeira é a estação das dores de cabeça”. [Pulpit, aguardando revisão]

14. Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim o preguiçoso, na sua cama.

- Como a porta se move em torno do mesmo centro e não pode ser separada dele. Ele se move, de fato, mas não avança. Assim, o preguiçoso deita ora deste lado, ora daquele, mas não será arrancado da cama. [JFU, aguardando revisão]

15. O preguiçoso esconde a mão no seio: enfada-se de a levar à sua boca.

- Quase idêntico ao Provérbios 19:24. É um clímax para os dois versos anteriores. Wordsworth considera “o prato” um tipo de prazer, que o preguiçoso adora, embora não goste do trabalho ativo. [Pulpit, aguardando revisão]

16. Mais sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem

- O preguiçoso se acha mais sábio aos próprios olhos do que sete (isto é, do que a totalidade dos homens:sete representando um todo completo, Provérbios 26:25) que respondem com prudência – isto é, que mostram sua sabedoria em dando respostas sábias do que toda a gama de homens sábios. O preguiçoso pensa que encontrou em sua própria quietude indolente a soma de sabedoria e felicidade, e de modo que é mais sábio do que todos os sábios que se dão tanto trabalho em investigações e atividades ativas. [JFU, aguardando revisão]

 

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a advertência do Livro de Provérbios quanto à preguiça. Veremos que a Palavra de Deus tem muito a nos ensinar a respeito do assunto. Assim, à luz da explicação do texto bíblico que serve de leitura bíblica em classe, conceituaremos a preguiça, faremos uma distinção entre o que ela é e o que não é. Finalmente, refletiremos algumas formas básicas de se prevenir a respeito da preguiça. Que haja zelo e fervor em nossos corações no lugar da preguiça!

- Como os provérbios de Salomão foram colecionados para conhecer a sabedoria, um assunto muito importante e atual que o sábio aborda é a preguiça. Em Provérbios 6:6 ele diz: “Vá ter com a formiga, ó preguiçoso! Observe os caminhos dela e seja sábio”. Salomão usa o exemplo de um dos insetos mais “insignificantes” para repreender o preguiçoso. A formiga é um inseto que pode passar despercebido, mas veja que no versículo sete ele diz: “Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no verão prepara a sua comida, no tempo da colheita ajunta o seu mantimento”. Olhando para a nossa geração vemos uma ganância desenfreada em busca de ganhar a vida de forma fácil para não ter que trabalhar mais. Muitos enxergam o trabalho como um mal necessário e não como algo que dignifica o homem. O trabalho é uma forma de adorar a Deus e seu propósito foi estabelecido desde a criação e Adão já trabalhava antes da queda. Para vencê-la é primordial estabelecer e manter um relacionamento ativo com Deus.

            Vamos ao conteúdo? Boa leitura!

 

I. UMA ADVERTÊNCIA CONTRA A PREGUIÇA

1. Informações iniciais. O Livro de Provérbios tem diversas advertências de caráter prático na vida dos jovens. No capitulo 6, dentre muitas advertências (vv.1-19), priorizaremos a advertência contra a preguiça (vv.6-11). Correlaciona- remos esta seção com a de Provérbios 24.30-34 que traz uma admoestação contra o preguiçoso. Também, ampliaremos essa advertência bíblica por meio de um retrato irônico que o sábio faz a respeito do preguiçoso.

- O livro de Provérbios está repleto de sinais de advertência, luzes vermelhas piscan­do para nos alertar do perigo e do desastre à frente. Nesta seção temos quatro dessas luzes vermelhas piscando. Essas advertências nos lembram mais uma vez da relevância da mensagem de Provérbios. Numa época de revolta moral e de relativismo ético, é bom ler com frequência as palavras diretas e francas dos sábios de Israel "que falavam fran­camente dos males dos seus dias e indicavam aos jovens o caminho da sabedoria que é o caminho de Deus" (v. 27).

2. Provérbios 6.6-11. A advertência contra a preguiça em Provérbios 6 traz, na verdade, o estímulo à prática das virtudes da diligência e do trabalho, uma vez que a preguiça contraria a ambos. Por isso, o sábio se volta para a natureza e, por meio da observação da formiga, ele ensina lições de diligência e do trabalho. As formigas nos ensinam zelosa organização, mesmo que não tenha um chefe (vv.6.7), ela nos ensina uma dimensão muito consciente do tempo de trabalho e descanso bem recompensado (v.8). O sábio pergunta ao preguiçoso a fim de que ele faça uma autorreflexão de sua condição (v.9). E, ao final da seção, arremata: a pobreza se abaterá inesperadamente sobre o preguiçoso (vv.10.11).

- O sábio é aquele que tem os olhos abertos para contemplar a riqueza da criação de Deus e aprender com ela. Salomão coloca no palco uma sábia pedagoga e nos convida a aprender com ela. A formiga é trabalhadora. Apesar de não possuir chefe, oficial nem comandante, no estio prepara seu pão e, durante a colheita, ajunta seu mantimento. A formiga sabe que no inverno não se pode trabalhar. Então, cuidadosa e previdentemente, faz seu estoque para ter em abundância no período invernal. Ela é precavida, preventiva e provedora. Não deixa as decisões importantes da vida para a última hora. Age com antecedência e planejamento. Ela trabalha de modo planejado e incansável no tempo da colheita para ter provisão necessária no tempo em que não se pode trabalhar. Salomão exorta os preguiçosos a aprenderem com a formiga. Há pessoas que passam por crises e necessidades porque não são precavidas. Vivem descuidadamente. Não gostam de trabalhar. Não planejam nem saem a campo a fim de ganhar o pão de cada dia e fazer uma poupança para os tempos de dificuldades. A formiga não fez um curso de gestão nem tem diploma de economia, mas se apresenta como pedagoga para nos ensinar grandes e duradouras lições na área da administração e da economia. A segunda advertência trata das virtudes da diligência e do zelo pelo trabalho. As advertências contra a indolência são frequentes em Provérbios (10.26; 13.4; 19.15; 24.30­34). O mestre acreditava que a preguiça atrapalhava a prosperidade (10.4; 12.11; 20.13; 23.21; 24:33-34; 28.19). Salomão se volta aqui à natureza para apresentar um exemplo de diligência (cf. 1 Reis 4.33). A formiga (6), mencionada somente aqui e em 30.25, pode nos ensinar algumas lições sobre o zelo pelo trabalho e a previdência. Ela trabalha dili­gente e voluntariamente (7) para preparar no verão o alimento para o inverno que está adiante (8). A ocorrência tripla da expressão um pouco (10) destaca o fato de que pequenas negligências resultam em grandes deficiências. Hoje, só mais um gole antes de pegar o volante pode resultar em grandes tragédias. O sábio adverte que, como resultado da indolência repetida, a pobreza e a necessidade sobrevirão ao preguiçoso (11).

3. Provérbios 24.30-34; 26.13-16. Provérbios 24.30-34 traz a observação do sábio a respeito do campo do preguiçoso. E o que ele contempla: total desordem e ausência de diligente (vv.30,31). Diante da reflexão desse quadro, o sábio arremata mais uma vez (v.32): a pobreza virá sobre o preguiçoso de forma inesperada. Em Provérbios 26.13-16 o sábio faz uma ironia a respeito das “desculpas do preguiçoso” contra ser diligente e trabalhador: “um leão está no caminho, um leão está nas ruas” (v.13). O preguiçoso não levanta da cama, não tem a coragem de levar à mão a boca (vv.14.15) e, ainda, diante de sete pessoas que respondem bem, ele se acha sábio, dono da verdade, ou seja, o preguiçoso entra num processo de negação (v.16)

- O Capítulo 24 traz conselhos Sábios para um Filho. Este capítulo começa com uma advertência contra a influência maligna das más companhias! Nos versículos finais traz admoestações adicionais. Também estes (23) pode significar: "Aqui há mais palavras dos sábios de Israel" (cf. NVI). Nos versículos 23-26, os mestres destacam a imparcialidade na administração da justiça. Ter respeito a pessoas ("parcialidade no julgar", ARA) era algo proibido na lei dos hebreus (cf. Lv 19.15; Dt 1.17; 16.19). A expressão Beija com os lábios (26) pode significar que a pessoa que toma uma decisão correta vai ganhar respeito e afeição. No entanto, beijar na corte é algo que parece impróprio para alguns estudiosos. Eles preferem traduzir a palavra "beijar" por "equipar". Assim o versículo 26 poderia significar que equipar os lábios de alguém com conhecimento o capacitaria a dizer palavras retas. Sobre o versículo 27, Jones comenta: "O significado principal é que o casamento inclui a atenção especial para as responsabilidades de se prover o lar e o sustento. Estas necessidades devem ser supridas primeiro; então o casamento pode ter um bom funda­mento em que se pode edificar uma família". No versículo 28, temos uma advertência dirigida à falsa testemunha. No versículo 29, o sábio de Israel fala contra o pecado da retaliação. Esta verdade é ampliada no Sermão do Monte (Mt 5:38-48). Nos versículos 30-34, temos mais uma acusação contra o preguiçoso (veja co­mentário de 6:6-11). O preguiçoso ouve a seguinte admoestação: A pobreza virá sobre você como um ladrão, e a necessidade como um homem armado (34, RSV).

- Não há nenhuma interrupção entre os capítulos 25; 26. Os capítulos 25-29 constituem a segunda coletânea dos provérbios de Salomão. Dos versículos 13-16, o preguiçoso reaparece com as suas desculpas tolas (v. 22.13), com a sua lentidão em começar o dia (v. 14), com a sua ociosidade autodestrutiva (v. 15) e sua defesa inflexível contra a crítica (v. 16). Há uma obstinação na sua letargia que chega a ser uma falha moral, e não temperamental.

 

PENSE! Que consequência material a preguiça traz de maneira inesperada?

PONTO IMPORTANTE! Uma delas é a pobreza.

SUBSÍDIO 1

“Muitas pessoas vivem com a impressão de que o trabalho é uma maldição Alguns até mesmo tentam citar as Escrituras, para respaldar a sua posição de que o trabalho é a triste consequência do pecado de Adão, no jardim do Éden. Errado! Antes mesmo que o pecado entrasse no mundo, antes que a desobediência de Adão sujeitou o mundo as consequências do pecado, e quando a inocência total ainda prevalecia, Deus deu à humanidade a tarefa de cultivar o jardim, encher o mundo e governar a terra (Gn 128: 215).

O trabalho não é uma maldição Ao contrário, é um dom de Deus. Ele deu à humanidade a honra de se tornar o seu vice regente sobre a terra. A Queda da Humanidade, no entanto, transformou o trabalho em esforço. A maldição que se seguiu ao pecado também está por trás dos conflitos – as irritações que parecem espinhos que agora frustram o trabalho de uma pessoa O trabalho, em si mesmo, é um privilégio. É também um desafio à indolência, uma resposta à monotonia, uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento pessoal, e um lugar digno para investir as energias. E, talvez o mais importante, o trabalho atende as nossas necessidades físicas”. (Adaptado de SWINDOLL, Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 149)

 

II. A PREGUIÇA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

1. Conceituando a preguiça. De maneira geral, preguiça tem a ver com aversão ao trabalho, um estado de prostração, morosidade e lentidão. Do ponto de vista psicológico, tem a ver com uma indisposição crónica para realizar atividades corriqueiras, pode se revelar como aversão à ideia de disciplina e ordem e também, pode ser um sintoma que revela um problema orgânico. Além disso, com a preguiça, é possível desencadear sentimentos como tédio, melancolia e, a partir de uma combinação de fatores orgânicos e ambientais, a depressão. Quem nunca sentiu aquele sentimento de vazio ao tomar consciência da perda do tempo por causa de uma prostração causada pela preguiça? Quando esse estado se torna crônico, até mesmo a saúde é afetada.

- A preguiça é um dom espalhado entre diversas espécies, atingindo um grau supremo de refinamento na nossa. Às vezes ela é justa, causada por um excesso de trabalho; mas em geral ela tem uma vida própria e surge mesmo quando estamos descansados. Em Latim era pigritia, derivado de piger, “preguiçoso”, que alguns acreditam derivado de pinguis, “gordo, volumoso”, pelo sentido de “lento, pesado”, possivelmente com influência do Grego paresis, “enfraquecimento, relaxamento”. Pode ser uma falta de disposição crônica para realizar até mesmo atividades que se goste, um sintoma de uma condição de saúde mental, um sinal de insatisfação com a vida, uma aversão contínua à disciplina e compromissos, entre outras. Todas as pessoas possuem dificuldade para lidar com a preguiça uma vez ou outra. No entanto, se há muitos dias preguiçosos em sequência na vida de alguém, é um sinal de que algo está errado e que necessita tratamento.

2. O que não é preguiça? É muito importante ressaltar aqui o que não é preguiça. Descansar não é preguiça (Gn 2.2). Muito pelo contrário, é um princípio bíblico que, se ignorado, levará o ser humano à exaustão física e mental. Também não podemos confundir a preguiça com causas orgânicas. Às vezes o que muitos entendem por preguiça tem a ver com ausência de nutrientes provenientes de uma alimentação pouco saudável, ou ausência do tempo necessário de um sono reparador ou, até mesmo uma disfunção química na produção de hormônio em nosso organismo que tenha a ver com disposição e vitalidade. Portanto, nem tudo é preguiça!

- A preguiça pode ser um momento de ócio nas atividades corriqueiras, uma folga do trabalho formal, ou mesmo uma evitação de alguma tarefa que não queremos realizar naquele momento. Para entender melhor o quadro da preguiça ou alguma disfunção, é ideal que se tenha uma noção do que causa tanta indisposição e falta de vontade. Normalmente, aqueles acometidos por esse mal já têm uma ideia de suas amarras, mas não gostam de encará-las cara a cara ou não fazem o esforço necessário para mudar. Nem sempre isso acontece por má vontade. Muitas pessoas não têm um bom relacionamento com disciplina, planejamento e organização por conta de suas personalidades, experiências e até traumas de infância. Outra possível explicação para a preguiça crônica é a depressão. Dois sintomas característicos dessa condição são a fadiga e o desinteresse, os quais, quando combinados, levam às pessoas a abandonarem compromissos diários com muita facilidade.

3. A preguiça paralisa seu desenvolvimento. A preguiça, contra a qual a Bíblia adverte, paralisa o desenvolvimento espiritual, afetivo, académico e profissional do jovem. Ela liquida o senso da responsabilidade na vida. Ora, se entrarmos num modo mórbido de inatividade, infelizmente, sofreremos consequências sérias em nossa vida. Por exemplo, a nossa vida devocional depende do senso de responsabilidade em manter certa disciplina (Dn 6.10-13). Nossa disposição para o relacionamento social tem a ver com investir atenção e tempo com o próximo. Atingir o objetivo de passar em um concurso importante, ou vestibular, a fim de entrar em uma boa universidade tem a ver em manter o foco para atingir o objetivo. O sucesso profissional depende da disposição em fazer o melhor sempre. A preguiça, como uma disposição mórbida, sabota tudo isso. Não por acaso, no Novo Testamento, o apóstolo Paulo exorta sobre não ficar ocioso e trabalhar para comer o próprio pão (2 Ts 3.10-12) e não faltar zelo e fervor na vida (Rm 12.11). O que lemos em Provérbios 6. 24 e 26 está alinhado com o que o apóstolo Paulo ensinou e com a realidade da vida.

- Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para encruzar os braços em repouso (Pv 6.9,10). Depois de exortar o preguiçoso a seguir o exemplo da formiga, o sábio cutuca o preguiçoso dorminhoco, com o propósito de mexer com o seu brio. Ferroa-o com o aguilhão da responsabilidade. Sacode-o com o propósito de despertá-lo de sua letargia. O preguiçoso é tratado aqui como uma pessoa cujo único objetivo é dormir e desfrutar os deleites do descanso. Ele quer apenas os confortos da vida, e não o peso da responsabilidade. Quer apenas desfrutar as benesses da existência, e não a labuta do trabalho pesado. Quer apenas desfrutar da farta colheita do sono, sem ter semeado diligentemente com o suor do seu rosto. O preguiçoso anda cansado e tem necessidade de dormir. O trabalho para ele é um castigo. Os desafios da vida são para ele barreiras intransponíveis. Seu projeto de vida é desfrutar de uma cama macia e render-se a um sono benfazejo. Nada de estresse. Nada de esforço. Nada de trabalho. Dormir e dormir é seu lema. Gozar a vida é sua aspiração. O preguiçoso não é previdente como a formiga. Não faz provisão para o tempo do inverno. Não ajunta em celeiros para os dias de crise. Só pensa no agora. Só investe em seu descanso. Só quer dormir para acordar e dormir novamente. Seu ciclo de vida não vai além do um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso.

 

PENSE! O que a preguiça pode paralisar?

PONTO IMPORTANTE! Nosso desenvolvimento espiritual, afetivo, acadêmico e profissional.

SUBSÍDIO 2

Professor (a), explique aos alunos que “de todas as passagens das Escrituras que tratam do assunto da preguiça, as mais eloquentes são os dizeres de Salomão. Entre as palavras que ele usou, preguiçoso parece ser a sua favorita. Não há como evitar isso: a preguiça se concentra nos obstáculos, nas desculpas que se agigantam à frente de uma tarefa. As pessoas que são preguiçosas não conseguem arregaçar as mangas e mergulhar no trabalho. No entanto, se perambulamos demais ao redor do trabalho, te sobreviverá a tua pobreza como um ladrão, para que nunca possa fazer nada. Às vezes, é melhor simplesmente mergulhar e começar a trabalhar.” (Adaptado de SWINDOLL Charles R. Vivendo Provérbios. Rio de Janeiro: CPAD. 2013. p. 149)

 

 

III. PROTEGENDO-SE CONTRA A PREGUIÇA

1. Desenvolvendo o senso de responsabilidade. Não há um passo a passo para vencer a preguiça. Contudo, construir um senso de responsabilidade é um bom início. Ele tem a ver com a clareza do propósito de sua vida. Você conseguiria responder qual o propósito da sua vida? O senso de responsabilidade tem a ver com a consciência que temos da vocação da nossa vida. De acordo com isso é que teremos motivação para levantar todo dia a fim de fazer alguma coisa. De acordo com Provérbios 6, o preguiçoso não tem motivação para se levantar (Pv 6.9.10, 24.33). Assim, algumas perguntas assertivas podem ser feitas a nós mesmos para criar esse senso de responsabilidade: “Qual é o propósito da minha vida?” “O que eu desejo que Deus pense ao meu respeito?” “Que legado quero deixar para as pessoas com as quais eu me relaciono? “Que senso de responsabilidade o do apóstolo Paulo: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Co 9.16).

- Há uma lei inevitável e irreversível na natureza: só colhe quem planta; só ceifa quem semeia. Aqueles que encolhem as mãos preguiçosas na semeadura jamais estenderão as mãos diligentes para colher. Quem não semeia com lágrimas não colhe com júbilo. A herança dos preguiçosos é a pobreza. Na crise, faltar-lhes-á o necessário, porque, quando todos estavam trabalhando e fazendo a sua reserva, os preguiçosos estavam dormindo. Salomão destaca dois resultados da preguiça. O primeiro deles é a pobreza repentina e inesperada. O ladrão vem sem aviso prévio e de forma repentina. A prosperidade é fruto do trabalho e da bênção de Deus. Quem cruza os braços para trabalhar e quer apenas gozar os benefícios do sono, sem o peso do trabalho, enfrentará pobreza. Deus não premia a preguiça nem galardoa os preguiçosos. O segundo resultado da preguiça é a necessidade. Ela vem como um homem armado. E inescapável e inevitável. A formiga não passa fome no inverno porque laboriosamente ajuntou sua provisão na ceifa. Mas o preguiçoso desfruta os deleites do sono enquanto os trabalhadores, com fadiga e suor no rosto, sofrem as agruras do sol e o desconforto das chuvas. Porém, no dia da crise, aqueles que se preveniram desfrutarão do trabalho de suas mãos, mas o preguiçoso passará necessidade.

2. Cuidando do corpo. Com o senso de responsabilidade estabelecido, agora devemos fazer a manutenção do nosso corpo para executar a nossa responsabilidade. Uma coisa que geralmente nos descuidamos na juventude é com o nosso corpo e com a alimentação, condicionamento físico e o sono. Se não nos alimentarmos bem e de maneira saudável, não teremos os nutrientes adequados para dar conta da nossa responsabilidade (At 27.33-38). Também se não cuidarmos do nosso condicionamento físico teremos problemas físicos e falta de mobilidade para dar conta de uma rotina (Ef 5.29). Também não é possível dormir tarde, acordar cedo e render bem ao longo do dia. É impossível! O sono é precioso para a nossa recuperação após um dia de trabalho e de estudo (1 Rs 19.5.6). Por isso, alimente-se de maneira saudável, trate de seu condicionamento físico e durma num horário regular em que o seu corpo descanse e se restabeleça para uma nova rotina. Seu corpo agradecerá e sua mente ficará mais leve. A preguiça faz pesar o corpo e a mente.

- A Bíblia fala sobre o cuidado do corpo em diversos trechos, como 1º Coríntios 3.16–17, Provérbios 23.20-21 e 1 Tessalonicenses 4.4-5. De acordo com a Bíblia, o corpo é um templo de Deus e deve ser tratado com respeito. Fomos criados para a glória de Deus (Is 43.7). Portanto, toda nossa essência deve ser conservada pura, santa e agradável a Deus (Rm 12.1,2). Controlar o estresse, fazer uma caminhada, manter uma dieta equilibrada é essencial para a saúde física e mental de qualquer ser humano. Muitos pastores se descuidam da saúde física em razão de estarem sobrecarregados com diversas atividades, compromissos ministeriais, estudo, trabalho, família etc. O resultado disso é a incidência cada vez maior de obreiros com problemas cardiovasculares. De acordo com os especialistas, a melhor maneira de prevenir as doenças do coração é reduzir a exposição aos fatores de risco: obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol e vida sedentária. Cuidar do corpo é questão de bom senso

3. Cultivando uma rotina saudável. Observe a natureza! O exemplo da formiga, visto em Provérbios 6, mostra-nos como seu ritmo e tempo são harmoniosos Olhe para as 4 estações outono, inverno, primavera e verão! Independentemente do que ocorra no mundo, esse ciclo acontecerá. Devemos aprender com a natureza. Ora, a rotina não é para nos oprimir, pelo contrário, é para nos dar maior liberdade para escolher as melhores opções que estão diante de nós. Nenhum atleta chega ao objetivo sem uma rotina. Nenhum escritor publica um livro sem uma rotina básica. Nenhum artista desenha uma tela sem uma rotina que se enquadre à sua realidade. Lembremo-nos que o primeiro capítulo de Gênesis mostra um Deus que trabalhou com rotina (Gn 1.2). Em Números, Ele ensinou o seu povo a se organizar e desenvolver uma rotina (Nm 1.2). A rotina é um grande antídoto contra a preguiça e Deus espera que nos organizemos, por meio de uma rotina saudável, tanto por dentro quanto por fora.

- O cuidado excessivo com o físico faz com que muitos crentes negligenciem a vida espiritual (Mc 8.36,37). Jesus afirmou que somos o sal da terra, e o sal representa equilíbrio, harmonia, moderação. É claro que precisamos cuidar do corpo e da nossa aparência, mas, sem exageros. Não podemos nos deixar levar pelos padrões impostos pelo mundo. Devemos, sim, nos adequar aos modelos divinos a fim de que em tudo o Senhor seja glorificado (1Pe 4.11). Cuidar do corpo é recomendação bíblica, mas cultuá-lo é idolatria. O cristão deve buscar o equilíbrio para sua saúde mental e física através de uma boa dieta, caminhada, não se estressando e usando o bom senso. A mordomia do corpo implica em reconhecer que o mesmo pertence ao Senhor, e, portanto, deve ser santo e agradável a Deus (Rm 12.1; 1Co 6.20). Quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador, mediante a fé, nosso corpo, outrora dominado pelo pecado, torna-se um santuário ou morada do Espírito Santo. Temos, então, a responsabilidade de mantermos esse santuário sempre arrumado, limpo e santo. Muitos acham que têm o direito de fazer o que quiserem com seu corpo. Esses tais imaginam que isso é liberdade. Porém, na realidade, não passam de escravos de seus próprios desejos. Nosso corpo não nos pertence, pois fomos comprados por bom preço (1Co 6.19,20). Seu corpo é propriedade do Senhor, por isso não viole os padrões de vida estabelecidos por Ele. Uma boa mordomia do corpo implica reconhecer que ele pertence ao Senhor e lhe é santuário.

 

PENSE! Com o que podemos relacionar o senso de responsabilidade?

PONTO IMPORTANTE! Podemos relacionar com o propósito de vida

 

 

CONCLUSÃO

O livro de Provérbios revela muitas advertências contra a preguiça. Que nesta oportunidade, tomamos como convite da Palavra de Deus para o nosso bem-estar. Cuidemos do nosso senso de responsabilidade, da nossa alimentação e do sono, bem como do estabelecimento de uma rotina saudável. Esses cuidados são iniciativas sábias para prevenir a preguiça e, consequentemente, desenvolvermos a nossa vida sob o ponto de vista espiritual, afetivo, académico e profissional.

- O preguiçoso, em geral, se tem alguma coisa, é porque recebeu por herança. Não trabalhou para adquirir o que tem. Mas, mesmo aquilo que lhe caiu no colo, sem nenhum esforço, é destruído por sua preguiça (Pv 24.30,31). Na Bíblia encontramos várias mensagens que nos orientam a manter-nos puros e saudáveis. Então, cuidemos do nosso corpo objetivando a glória de Deus: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31).

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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WhatsApp: 8398730-1186

 

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HORA DA REVISÃO

1. Qual é a principal advertência de Provérbios que estudamos?

A advertência contra a preguiça

2. Segundo a lição, conceitue a palavra preguiça.

De maneira geral, preguiça tem a ver com aversão ao trabalho, um estado de prostração, morosidade e lentidão

3. O que não é preguiça?

Descansar não é preguiça (Gn 2.2).

4. Com o que o senso de responsabilidade tem a ver?

Ele tem a ver com a clareza do propósito de sua vida.

5. O que podemos destacar no exemplo da formiga em Provérbios 6?

O exemplo da formiga, visto em Provérbios 6, mostra-nos como seu ritmo e tempo são harmoniosos