Pb Francisco Barbosa
TEXTO
ÁUREO
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16.18)
Entenda o Texto Áureo:
- tu és Pedro. No original grego
Petros; aramaico, Kephas. Jesus havia dado esse nome a Pedro na primeira
conversa que tiveram (Jo 1:42), e agora o confirma solenemente. sobre esta pedra. A palavra para
"Pedro", Petros, significa pedra pequena (Jo 1.42). Jesus fez um jogo
de palavras aqui com o termo petra,
que significa um leito rochoso ou fundação (cf. 7.24-25). Uma vez que o NT
deixa abundantemente claro que Cristo é tanto o fundamento (At 4.11-12; 1Co
3.11) quanto o cabeça (Ef 5.23) da igreja, é um erro pensar que ele esteja
dando aqui qualquer um desses papéis a Pedro. Sendo assim, as palavras de
Cristo aqui são mais bem interpretadas como um simples jogo de palavras que
expressa que uma verdade fundamental saiu da boca de alguém que era considerado
uma pedra pequena. O próprio Pedro explica a imagem em sua primeira epístola: a
igreja é edificada com "pedras que vivem" (1Pe 2.5) que, tal como
Pedro, confessam que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. O próprio Cristo é
a "principal pedra, angular" (1 Pe 2.6-7). igreja. Mateus é o único Evangelho em que esse termo é
encontrado (veja também 18.17). Cristo a chama aqui de "minha
igreja", enfatizando que apenas ele é o Arquiteto, Construtor,
Proprietário e Senhor. A palavra grega para igreja significa "chamados
para fora". Embora Deus esteja desde o início da história redentora
reunindo os remidos pela graça, a igreja singular que ele prometeu edificar
começou no Pentecoste, com a chegada do Espírito Santo, por meio de quem o
Senhor batizou os crentes em seu corpo, que é a igreja (At 2.1-4; ICo
12.12-13). as portas do inferno.
Lit., "as portas do Hades". O inferno é o local de punição do
espírito dos descrentes que morrem. O ponto de entrada para tal é a morte.
Essa, então, é uma expressão judaica que se refere à morte. E mesmo a morte, a
derradeira arma de Satanás (cf. Hb 2.14-15), não tem poder para obstruir a
igreja. O sangue dos mártires, de fato, acelerou o crescimento da igreja em
tamanho e em poder espiritual.
Meu trabalho aqui é gratuito.
Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material, CONSIDERE
fazer uma contribuição. Qualquer valor é importante!
Chave PIX: assis.shalom@gmail.com
VERDADE
PRÁTICA
As promessas de Deus para a
Igreja são gloriosas: promessas de vida eterna, de poder e glorificação final
do nosso corpo.
Entenda a Verdade Prática:
- Deus
é Deus de Promessas. E quando promete Ele cumpre porque não é homem para que
minta (Nm 23.19). Há cerca de 7.500 promessas na Palavra de Deus. Promessas
específicas (dadas a personagens específicos da Bíblia como Elias, Noé, Moisés)
e promessas universais (dadas a todos os crentes em todas as épocas). Dentre as
várias promessas dadas aos cristãos há promessas de conforto e também promessas
de aflições (Jo 16.33).
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 28.18-20; Marcos 16.15-18;
Atos 1.6-8
Mateus 28
18. E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na
terra.
- Todo o poder. Veja 11.27; Jo 3.35.
Autoridade soberana absoluta — senhorio sobre tudo — é concedida a Cristo,
"no céu e na terra". Essa é uma prova clara de sua divindade. O tempo
de sua humilhação havia chegado ao fim e Deus o exaltou acima de todas as coisas
(Fp 2.9-11).
19. Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo;
- portanto. Ou seja, com base na sua
autoridade, os discípulos foram enviados a fazer "discípulos de todas as
nações". O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por
meio da autoridade ilimitada de Jesus, em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo. A fórmula é uma forte declaração do trinitarianismo.
20. ensinando-as
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!
- ensinando-os a guardar todas as coisas que
vos tenho ordenado. O tipo de evangelismo evocado nessa comissão não
termina com a conversão do não crente; estou
convosco. Existe aqui um tocante eco do início do Evangelho de Mateus.
Emanuel (1.23), "que quer dizer: Deus conosco", permanece conosco
"todos os dias até à consumação do século" — isto é, até que ele
volte corporalmente para julgar o mundo e estabelecer o seu. reino na terra.
Marcos 16
15. E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
- Semelhante
ao relato de Mateus da Grande Comissão, com o contraste adicional entre aqueles
que foram batizados (crentes) e os que se recusaram a crer e são condenados. Mesmo
se o v. 16 for parte genuína do Evangelho de Marcos, ele não ensina que o
batismo salva, uma vez que os perdidos são condenados pela descrença, e não por
não terem sido batizados (At 2.3.S).
16. Quem crer e
for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
- Quem crer e for batizado será salvo
– O batismo é aqui colocado para a assinatura externa da fé interior do
coração, assim como “confessar com a boca” está em Romanos 10:10; e lá também
como aqui esta manifestação externa, uma vez mencionada como o fruto apropriado
da fé, não é repetida no que se segue (Romanos 10:11). mas quem não crer será condenado – Estas questões terríveis da
recepção ou rejeição do Evangelho, embora muitas vezes registradas em outras
conexões, são dadas neste contexto somente por Marcos. [Jamieson; Fausset;
Brown, aguardando revisão]
17. E estes
sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas
línguas;
- E esses sinais – esses milagres.
Essas evidências de que eles são enviados por Deus. Aqueles que acreditam – Os apóstolos, e aqueles na era
primitiva que foram dotados com o mesmo poder. Essa promessa foi cumprida se
for demonstrado que esses sinais seguiram no caso de quem acreditasse, e não é
necessário supor que eles o seguiriam no caso de todos. O significado é que
eles seriam o resultado da fé ou da crença no evangelho. É verdade que eles
eram. Esses sinais foram mostrados no caso dos apóstolos e dos primeiros
cristãos. O infiel não pode dizer que a promessa não foi cumprida, a menos que
possa mostrar que isso nunca ocorreu; o cristão deveria estar satisfeito de que
a promessa fosse cumprida se esses milagres fossem realmente feitos, embora não
ocorram agora; e o crente agora não deve esperar um milagre no caso dele.
Milagres eram necessários para o estabelecimento da religião no mundo; eles não
são necessários para a sua continuidade agora. Em meu nome – Pela minha autoridade, e usando o poder que eu
faria em tais casos, se presente corporal. Isso foi feito; e nisto diferiam
essencialmente da maneira pela qual o próprio Jesus realizou milagres. Ele fez
isso em “seu próprio nome” e como possuidor de autoridade original e
subvencionada. Veja o relato de sua quietude no mar ( Mateus 8:26 , etc.); de
sua cura ao doente Mateus 9: 5-6 ; de ter criado Lázaro, Atos 3: 6 , etc.
Havia, portanto, uma diferença importante entre Jesus e todos os outros
mensageiros que Deus enviou ao mundo. Ele agiu em seu próprio nome; eles em
nome de outro. Ele exercia seu próprio poder; eles eram os instrumentos pelos
quais Deus apresentou a onipotência de seu braço para salvar. Ele era,
portanto, Deus; eles eram homens de paixões iguais às dos outros homens, Atos
14:15. Devem expulsar demônios
– Veja as notas em Mateus 4:24. Compare Atos 16: 16-18. Falará em novas línguas – Falará outras línguas além da sua
língua nativa. Isso foi notavelmente cumprido no dia de Pentecostes, Atos 2:
4-11 . Existia também em outros lugares. Ver 1 Coríntios 12:10. Comentário de Albert
Barnes
18. pegarão nas
serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
- Eles pegarão em serpentes; – O poder
aqui mencionado incluía, como no caso de São Paulo, Atos 28: 3-5 a capacidade
de curar as feridas mais perigosas causadas pela picada dos animais mais
nocivos. Nós devemos entender a próxima cláusula com algumas restrições; tanto
quanto dizer: “Se, por alguma tentativa secreta ou aberta, eles beberem algum
veneno mortal, isso não os prejudicará”, pois não se deve imaginar que Deus
alguma vez pretendeu que esses poderes milagrosos devessem ser usados ??apenas
para ostentação, ou para gratificar a curiosidade dos espectadores.
Considerando o grau de refinamento horrível que a arte do envenenamento trouxe
a essa época, bem como a frequência com que a execução foi feita envenenando
pessoas condenadas, na época e nos países em que os apóstolos viveram ou
trabalharam, uma promessa como essa isso parecerá mais importante do que o
leitor pode apreender primeiro. Comentário de Thomas Coke
Atos 1
6. Aqueles,
pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu
neste tempo o reino a Israel?
- Aqueles, pois, que se haviam reunido
– É muito provável que isso seja entendido por eles se reunirem em uma das
montanhas da Galiléia e ali encontrarem nosso Senhor. restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? – que os
discípulos, em comum com os judeus, esperavam que o reino do Messias fosse pelo
menos em parte secular, muitas vezes tive ocasião de observar. Nesta opinião,
eles continuaram menos ou mais até o dia de pentecostes; quando o poderoso
derramamento do Espírito Santo lhes ensinou a natureza espiritual do reino de
Cristo. O reino havia sido retirado por um tempo considerável de Israel; os
romanos, não os israelitas, tinham o governo. O objetivo da pergunta dos
discípulos parece ter sido o seguinte: obter informações, de seu Mestre
onisciente, se já havia chegado o momento, em que os romanos deveriam ser
expulsos e Israel fez, como antigamente, um independente reino. Mas embora o
verbo ap??a??sta?e?? signifique restabelecer, renovar, restaurar um estado ou
mestre anterior, dos quais numerosos exemplos ocorrem nos melhores escritores gregos,
ele também tem outro significado, como Schoettgen observou aqui, viz. de
terminar, abolir, apagar: assim diz Hesychius, ap??atastas?? é o mesmo que
te?e??s?? , terminando, terminando uma coisa. E Hipócrates, Aph. vi. 49, usa-o
para significar o término de uma doença. Nesta interpretação, os discípulos
devem perguntar, tendo recordado a previsão de nosso Senhor sobre a destruição
de Jerusalém, e toda a comunidade judaica: Senhor, neste momento destruirás a
comunidade judaica, que se opõe à tua verdade, para que teu reino possa ser
montado sobre toda a terra? Essa interpretação concorda bem com todas as partes
da resposta de nosso Senhor, e com todas as circunstâncias dos discípulos, do
tempo e do lugar; mas, ainda assim, o primeiro é o mais provável. Comentário de
Adam Clarke
7. E
disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder.
- Esse
versículo mostra que a expectativa dos apóstolos era de um reino terreno
literal, que refletisse o que Jesus ensinou e o que o AT predisse. Não fosse
assim, ele os teria corrigido sobre um aspecto tão importante do seu ensino,
tempos ou épocas. Essas duas palavras referem-se às características, os tempos
e os acontecimentos que farão parte do reino terreno de Cristo, que começará
por ocasião de sua segunda vinda (Mt 25.21-34). Porém, o tempo exato do seu
retorno permanece desconhecido (Mc 13.32; cf. Dt 29.29).
8. Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra.
- A
missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual
o Espírito Santo os capacitou. Esse acontecimento alterou dramaticamente a
história mundial, e a mensagem do evangelho finalmente chegou a todas as partes
da terra (Mt 28.19-20). recebereis
poder. Os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo
de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres. Em breve eles receberiam a
presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar
(veja 2.4; 1Co 6 .19-20; Ei 3.16,20). testemunhas.
Pessoas que contam a verdade sobre Jesus Cristo (cf. Jo 14.26; 1 Pe 3.15). A
palavra grega significa “pessoa que dá a vida pela sua fé", pois esse foi
o preço comumente pago pelo testemunho. Judeia.
A região na qual Jerusalém se localizava. Samaria. A região imediatamente ao norte da Judeia.
INTRODUÇÃO
A Igreja de Cristo é portadora de
promessas gloriosas de Deus. Ela foi idealizada pelo Pai, edificada por Cristo
e guiada pelo Espírito Santo. É a comunidade dos salvos em Cristo Jesus para
adorá-lo, servi-lo e ser a agência propagadora do Evangelho de Jesus. Por isso,
nesta lição, estudaremos a respeito da natureza das promessas divinas feitas à
Igreja, as promessas propriamente ditas e as condições para viver essas
promessas de Deus para a ela
- Atos 2.14-47 é um dos textos mais conhecidos da Bíblia.
Nele, se cumprem promessas feitas por Deus no Antigo Testamento, e a igreja
primitiva passa a viver essas promessas na prática, o que basicamente significa
viver como corpo. A Igreja é chamada para ser um sinal do Cristo vivo e
ressurreto no mundo – a Igreja. A vida cristã é a vida vivida em comunidade, em
serviço, na presença e no poder daquele que foi crucificado e ressuscitou!
PALAVRA-CHAVE: Igreja
I. A NATUREZA DA PROMESSA DE DEUS PARA A
IGREJA
1. A promessa de sinais sobrenaturais.
O Evangelho de Mateus 28.18-20 revela o estabelecimento da Grande Comissão de
Cristo para seus discípulos. Nesta comissão, três palavras resumem a tarefa:
Ide, Ensine e Batize (v.19). Em Marcos 16 temos uma promessa de que sinais
sobrenaturais ocorreriam para confirmar a obra da Grande Comissão (v.17). Dessa
forma, como Igreja de Cristo, ao proclamar a mensagem de arrependimento e
salvação, devemos esperar que milagres em nome de Jesus aconteçam como
realidade de que o Reino de Deus está agindo no mundo (Lc 9-2). Portanto,
estamos diante de uma promessa de confirmação da obra de evangelização.
- Considerando que, a boa nova é o próprio Jesus (16.15), as
boas-novas (euangelion) é uma das palavras favoritas de Marcos. Ele a usa sete
vezes. Para Marcos, a história de Jesus é a boa nova a ser proclamada. O
evangelho é a mensagem de que Deus está agindo por meio de Jesus, seu Filho,
trazendo libertação ao cativo, quebrando o poder do diabo, do pecado e da
morte. Pelo evangelho proclamamos que em Jesus o curso da História tem sido
mudado. Jesus pela sua morte e ressurreição estabeleceu o seu Reino. Isso é a
grande boa nova do evangelho. Cremos que Deus pode e tem dado seus dons de
sinais onde e quando quer, a quem quer, livre e soberanamente, segundo o seu
beneplácito, para o louvor da sua própria glória, para a salvação dos eleitos e
a edificação dos santos. A grande ênfase de Marcos é que quando a Igreja
proclama a mensagem de Deus, o próprio Deus confirma essa mensagem com a
manifestação do seu poder (1Co 2.4; 1Ts 1.5), transformando vidas, atraindo as
pessoas irresistivelmente pelo seu poder sobrenatural. A Igreja é chamada para
ser um sinal do Cristo vivo e ressurreto no mundo. A vida cristã é a vida vivida
na presença e no poder daquele que foi crucificado e ressuscitou!
2.
A promessa de revestimento de poder. Com base na promessa de Cristo para
seus discípulos, em Atos 1, nosso Senhor faz uma promessa de capacitação
espiritual para a proclamação do Evangelho de Cristo: “Recebereis a virtude do
Espírito” (v.8). É a promessa do batismo no Espírito Santo para capacitar o
crente na transmissão das Boas-Novas de Salvação. Além de poder para proclamar,
a capacitação do Espírito também nos forja como “testemunhas de Cristo” em
nossa família, bairro, cidades e nações (v.8). Portanto, estamos diante de uma
promessa de capacitação espiritual para a evangelização.
- Atos 1.8 é o programa que os apóstolos deveriam seguir:
Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia, Samaria e até aos
confins da terra. Atos é definitivamente um documento missionário, com a grande
comissão de Atos 1.8 como chave para a sua estrutura. Lucas, seu autor humano,
compreendeu que o evangelho não ficou restrito à despedida de Jesus, mas
continuava seu próprio curso pelo mundo, saindo de Jerusalém e indo para
Samaria, Antioquia, Ásia Menor, Macedônia e Grécia, até a capital do mundo,
Roma, e a estrutura do livro corresponde a esse percurso. Atos demonstra como o
evangelho tinha em mira os gentios, e não apenas os judeus, e para uma obra
dessa monta, era necessário um reforço sobrenatural – o poder do Espírito
Santo! A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal
para a qual o Espírito Santo os capacitou. Esse acontecimento alterou
dramaticamente a história mundial, e a mensagem do evangelho finalmente chegou
a todas as partes da terra (Mt 28.19-20).
3.
Promessas espirituais para uma instituição espiritual. Ao
longo das Escrituras, percebemos que a Igreja foi forjada espiritualmente em
Cristo. Por isso a natureza das promessas para a Igreja é primariamente
espiritual. Notemos como Jesus se refere à Igreja em Mateus: “Edificarei a
minha igreja” (Mt 16.18). A palavra grega para igreja aqui é ekklesia, é um
termo que remonta uma reunião de pessoas chamadas do mundo para participarem
ativamente do Reino de Deus. Isso é possível ‘ pela obra poderosa de nosso
Senhor na Cruz. Por isso, a Igreja é denominada no Novo Testamento como Corpo
de Cristo (Cl 1.24), o Templo de Deus (1 Co 3.16), a Noiva de Cristo (Ef
5.25-27). Assim, uma instituição espiritual tem promessas espirituais para
serem confirmadas em seu ministério no mundo (Mc 16.18-20; At 1.6-8).
- O Comentário Bíblico Beacon traz o seguinte: “A palavra
Pedro corresponde ao termo grego petros, que quer dizer “pedra”. O rochedo é
uma petra ou “uma massa de pedra diferente de petros, que é um pedaço de pedra
solta ou seixo”. Muitos estudiosos fazem uma objeção dizendo que só existe uma
palavra em aramaico com os dois sentidos, isto é, Kepha, e que, como Jesus
falou em aramaico, nesse caso não se aplica a distinção entre as duas palavras
gregas. Mas nessa área de gentios que falavam grego é totalmente possível que
Jesus tenha falado em grego e mudado propositadamente as palavras. M’Neile
acredita que Jesus falou em aramaico, usando a palavra kepha. Ele observa que
essa palavra é do gênero feminino, e assim ela foi corretamente representada
por petra, ou “rocha”. Ele entende que a palavra petros, ou “pedra”, tinha o
mesmo significado, embora fosse mais apropriada para um nome de homem por ser
do gênero masculino. Ele acrescenta, entretanto: “Não se pode concluir a partir
desse jogo de palavras que ‘esta rocha’ seja Pedro”, e conclui: “A referência
foi feita provavelmente à verdade que o apóstolo havia proclamado, isto é, ao
fato de que o Messianismo do Senhor seria como uma rocha imóvel sobre a qual a
sua ‘ecclesia’ (igreja) estaria segura”.30 Acreditamos que essa interpretação
seja preferível à de Cullmann, que faz de Pedro a rocha sobre a qual a igreja
seria construída. Cullmann, naturalmente, está se referindo a Pedro como
apóstolo e não como bispo. Jesus declarou: edificarei a minha Igreja. Nos
Evangelhos, a palavra grega ekklesia ocorre apenas nessa passagem e em 18.17
(duas vezes). Mas ela é encontrada cerca de vinte e quatro vezes em Atos e mais
de sessenta vezes nas epístolas de Paulo. Seu significado básico é
“assembleia”. Na Septuaginta, essa palavra foi usada para a “congregação” de
Israel. Na época de Jesus, seu significado comum era uma reunião legal dos cidadãos
livres e eleitores de uma cidade grega. No Novo Testamento, ela foi empregada três
vezes com esse sentido secular (At 19.32, 39, 41). O significado literal de
ekklesia é “chamados para fora”. Da mesma maneira, a igreja de Jesus Cristo é
composta por pessoas “chamadas para fora”, as quais têm o especial privilégio
de funcionar como uma congregação de Deus. As portas do inferno (Hades)
provavelmente significam aqui os “poderes da morte”, isto é, todas as forças
que se opõem a Cristo e ao seu Reino. Em grego, Hades era o lugar dos espíritos
que partiram e equivale à palavra hebraica Seol. Morrison diz: “Nosso Salvador
quer dizer que a sua verdadeira igreja nunca sucumbirá à morte e à destruição”.
O que Jesus quis dizer com Eu te darei as chaves do Reino dos céus? O livro de
Atos parece sugerir a resposta. Pedro usou primeiramente as chaves quando sua pregação
no Pentecostes abriu as portas do Reino dos Céus aos judeus e prosélitos, e mais
de três mil almas entraram em um único dia. Mais tarde ele usou as chaves para abrir
a porta aos gentios na casa de Cornélio. Em um sentido real: “Cada pregador usa
as chaves do reino dos céus quando proclama os termos da salvação em Cristo”. Mais
notável ainda é a afirmação de Cristo de que tudo que Pedro ligar na terra será
ligado no céu, e tudo que for desligado na terra será desligado no céu. Qual
seria o significado de ligar e desligar? M’Neile explica: “‘Ligar’ e ‘desligar’
parecem representar em aramaico os termos técnicos do veredicto de um professor
da Lei que, baseado na força de seu conhecimento específico da tradição oral,
declarou que algum ato ou coisa é ‘ligado’, isto é, proibido, ou ‘desligado’,
isto é, permitido”.34 Em outras palavras, baseado nos ensinos de Jesus, Pedro
daria as decisões que seriam ligadas no céu, isto é, seriam honradas por Deus.”
Beacon Bible Commentary 10 Volume Set. Páginas 118 e 119.
SINOPSE I
As promessas de Cristo
para sua Igreja atuam no âmbito espiritual e material.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
A AÇÃO DA IGREJA NO MUNDO
“(1) Os seguidores de
Cristo têm o privilégio e a responsabilidade de buscar constantemente os
propósitos e o modo de vida que agrada a Deus em tudo o que fazem, para que a
sua presença e o seu poder sejam evidentes às pessoas que estiverem à sua
volta. Isto requer fome e sede espiritual profundas pela presença e pelo poder
de Deus, tanto em suas próprias vidas como na comunidade cristã (veja Mt 5.10,
notas; 6.33, nota). (2) Em Mt 11.12 Jesus transmite informações adicionais
sobre a natureza e o caráter daqueles que se tornam parte do seu reino. Ali,
Ele indica que “pela força” as pessoas se apoderam do reino dos céus. Isto se
refere às pessoas que estão corajosamente comprometidas a romper com os
costumes do mundo, que são pecaminosos e desafiam a Deus, e que buscam
intensamente um conhecimento mais profundo de Cristo, da sua Palavra e dos seus
perfeitos propósitos. Não importa o custo ou a dificuldade, essas pessoas
buscam intensamente o reino, com todo o seu poder. Tudo isto quer dizer que
vivenciar o reino dos céus e todos os seus benefícios exige um esforço sincero
e persistente para crescer na fé e para resistir às más influências de Satanás,
do pecado e de uma sociedade corrupta. (3) Os benefícios supremos do reino de
Deus não se destinam aos que têm pouca fome espiritual – aos que raramente
oram, que negligenciam a Palavra de Deus, ou que fazem concessões aos
comportamentos ímpios e aos modos de vida do mundo” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1639).
II. AS PROMESSAS DE DEUS PARA A IGREJA
1. Promessa de vida eterna. O
estabelecimento da Grande Comissão do nosso Senhor, como vimos em Mateus 28 e
em Marcos 16, constatamos que a primeira e grande promessa da Igreja é a de
vida eterna, a salvação em Cristo Jesus. Essa promessa é para todo “aquele que
nele crê”. Ora, “aquele que nele crê” é salvo pelo Senhor e, consequentemente,
torna-se membro do Corpo de Cristo, a Igreja do Deus vivo, desde o primeiro dia
de seu arrependimento e fé (Jo 3.16; Jo 5.24).
- Em João 3.15, vida
eterna é a primeira das dez ocorrências no Evangelho de João. Outra palavra
grega igualmente aparece no texto e que também é traduzida oito vezes por
"vida eterna". As duas expressões aparecem no Novo Testamento cerca
de 50 vezes. Vida eterna refere-se não apenas à quantidade eterna, mas à
qualidade divina da vida. Significa, literalmente, "vida do tempo por vir" e refere-se, portanto, à ressurreição e
à existência no céu em perfeita glória e santidade. Essa vida para os crentes
no Senhor Jesus é experimentada antes de alcançarem o céu. Esta "vida
eterna" é, na essência, nada menos do que participar na vida eterna do
Verbo vivo, Jesus Cristo. Há vida de Deus em cada crente, porém ainda não
plenamente manifesta agora, mas que será manifesta na ressurreição (Rm 8
.19-23; Fp 3.20-21). A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao
supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (Jo
6.32,51; 12.47; 19; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus. Em João
3.16, a expressão "de tal maneira”
enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e
amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21). A este, Deus
concede vida eterna, aos que dedicam fé [crê no nome] - essa frase significa
mais do que simples aceitação intelectual das afirmações do evangelho. Inclui
confiança e comprometimento com Cristo como Senhor e Salvador, que resulta o
recebimento de uma nova natureza, que produz mudança no coração e obediência ao
Senhor.
2.
Promessa de Poder. Uma vez salvo em Cristo, e membro de
seu Corpo, de acordo com o que lemos em Atos 1, temos uma gloriosa promessa de
poder do alto para sermos instrumentos vivos em que os sinais e os milagres de
Deus possam confirmar a Palavra que Ele nos entregou. Essa promessa foi feita
em Atos dos Apóstolos (At 1.5,8), foi experimentada naquele tempo (At 10.44-46;
19.6) e, ao longo da história da Igreja, tem sido confirmada novamente na vida
de milhares de servos de Deus que experimentam o Batismo no Espírito todos os
dias e recebem dons espirituais preciosos para fazer a obra de Deus com fé e
ousadia. O mesmo Senhor que batizou em Atos dos Apóstolos ainda batiza hoje!
- O Pai prometeu o Espírito e a igreja deveria esperá-lo
(Jl 2.28-32; Jo 14.16; G1 3.14; Ef 1.13). Jesus reafirmou essa promessa várias
vezes: Mas, o Consolador, o Espírito
Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e
vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito (Jo 14.26). Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos
enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará
testemunho de mim (Jo 15.26). Mas eu
vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador
não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei (Jo 16.7). Essa
espera deveria ser, com obediência irrestrita. Eles não poderiam ausentar-se de
Jerusalém. O lugar do fracasso haveria de ser o território da vitória. O mesmo
lugar onde Cristo foi humilhado, ali deveria também ser exaltado. O palco do
padecimento deveria ser também o cenário do derramamento do Espírito. O lugar
onde Jesus foi rejeitado haveria de ser o lugar onde começaria novo testemunho
dele. Essa espera deveria ser com perseverança inabalável. Eles deveriam esperar
até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49). Por fim, essa espera
deveria ser com expectativa triunfante. Eles deveriam receber o revestimento de
poder.
Numa aula de EBD bem ministrada e de forma sincera, devemos
esclarecer nosso ponto de vista sobre o assunto estudado. No entando, nosso
aluno não pode ser privado de entender outros pontos de vista! Porque João, na verdade, batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
Explique aos seus alunos que a terminologia batismo
com o Espírito Santo tem sido muito debatida e gerado discussões acaloradas
e muita distorção nas últimas décadas. Muitos estudiosos acreditam que o
batismo com o Espírito é uma experiência distinta da conversão. Outros defendem
que sua evidência é o falar em outras línguas. Há aqueles, porém, que entendem
que o batismo com o Espírito se dá na conversão, quando somos batizados no corpo
de Cristo pelo Espírito (lCo 12.13). Embora o Espírito já estivesse agindo
antes do Pentecostes, sua dispensação plena começa ali, pois só quando Cristo
foi glorificado é que o Espírito Santo foi derramado para estar para sempre com
a igreja. Lucas está falando da vinda definitiva do Espírito para habitar na igreja
e também da capacitação de poder para testemunhar o evangelho. Em Jo 16.7: Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu
vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu
for, eu vo-lo enviarei, Jesus confirma essa verdade!
Cabe aqui, ainda, um exame no texto grego de Atos 1.5: Vós sereis batizados com o Espírito Santo.
A voz passiva do verbo indica que o batismo não depende dos nossos esforços
para alcançar a promessa, mas baseia-se na vontade do Senhor. O tempo futuro
demonstra que não há incerteza ou dúvida na promessa. A palavra grega para
batizados significa imersos ou mergulhados. A conotação dessa palavra grega também
diz respeito a identificar-se com alguém ou algo. O batismo espiritual nos
coloca em união espiritual uns com os outros no Corpo de Cristo, a Igreja (1 Co
12.12,13).
A Bíblia de Estudo Pentecostal, comentando o texto de At
1.4: O prometido dom do Pai (Jl 2.28,29; Mt 3.11) é o batismo no Espírito Santo
(ver v. 5 nota). O cumprimento desta promessa, no entanto, é descrito como ser
cheios do Espírito Santo (2.4). Assim, batizado no Espírito e cheio do Espírito
, às vezes, são usados como equivalentes nas Escrituras. A partícula grega que
aparece nos pertinentes textos do NT leva para a tradução com ou no Espírito
Santo, em se tratando do batismo pentecostal. Este batismo com ou no Espírito
Santo, não deve ser identificado com o recebimento do Espírito Santo na ocasião
da regeneração. São duas obras distintas do Espírito, muitas vezes separadas
por um período de tempo. A preposição com é a partícula grega en, que pode ser
traduzida como ‘em’ ou ‘com’. Por isso, muitos preferem a tradução sereis
batizados no Espírito Santo. Da mesma forma, batizados com água pode ser
traduzido batizados em água. O próprio Jesus é aquele que batiza no Espírito Santo
os que nEle creem.
- 1. Poder para
vencer o mundo. O batismo no Espírito Santo cumpre alguns propósitos na vida do
crente. Muitos o confundem como algo mágico, manipulado, um objeto sobrenatural
para produzir fenômenos que glorifiquem o homem ou lhe traga algum tipo de
vantagem, como pensava o mágico Simão, duramente repreendido pelos apóstolos Pedro
e João (At 8.9-24). No entanto, Deus não dá dons aos homens para produzir
espetáculos, para glorificação humana, mas com finalidades bem específicas na
sua obra.
Assim, os pentecostais creem que:
a) O batismo no Espírito Santo, com a evidência inicial do
falar em línguas (At 2.1-6; At 10.44-48; At 19.1-6), é um revestimento de poder
celestial que capacita o crente a testemunhar eficazmente de Jesus e também
vencer o mundo dentro de si mesmo e externamente (cf. Jo 14.17). Enquanto a
promessa da salvação lhe provê as vestes do perdão dos pecados e da própria
salvação (Is 61.10), a promessa do batismo no Espírito Santo lhe reveste de
autoridade para vencer os poderes tenebrosos “que combatem contra a alma” (1 Pe
2.11b).
b) Poder para vencer o Diabo. Aqui entra outro aspecto
fundamental da promessa do batismo no Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu
aos Efésios afirmando que a nossa luta não é contra a carne e o sangue (Ef
6.10-18). Essa batalha se trava no mundo espiritual, onde as forças demoníacas
atuam para destruir a nossa fé. É uma guerra incessante na qual o interesse do
Inimigo é o futuro de nossas almas e onde ele emprega os seus agentes mais
poderosos para distanciá-las de Deus. Assim, esse revestimento vindo do céu
permite ao crente combater contra as forças espirituais da maldade no poder do
Senhor (Lc 9.1; 10.19; At 4.7-10), tal qual fizeram os apóstolos nas primeiras
horas da Igreja, e não em sua própria força (Zc 4.6). O crente cheio do
Espírito Santo faz bom uso das armas de Deus para resistir aos ataques malignos
e triunfar contra todas as ciladas do Diabo.
c) Poder para proclamar a fé. O propósito principal da
promessa do batismo no Espírito Santo é conceder ao crente poder para
testemunhar a sua fé em Cristo. O Senhor Jesus estabeleceu, em suas últimas
instruções aos discípulos, uma correlação direta entre o recebimento de poder e
o cumprimento da missão de proclamar o evangelho a todos os povos (At 1.8).
Essa conexão determina a finalidade do recebimento da promessa. É tanto que no
dia de Pentecostes quase três mil almas aceitaram a Cristo (v.41). Está
implícito aqui que a proclamação das boas novas encontraria toda sorte de
oposição, inclusive com o sacrifício da própria vida, como revela o livro de
Atos e a própria história da Igreja. Portanto, não seria uma tarefa meramente
intelectual, para ser realizada com argumentos humanos. Ela demandaria um poder
sobrenatural que só é obtido mediante o enchimento renovado do Espírito Santo
(At 4.8, 31; Ef 5.18).
3.
A promessa da glorificação do nosso corpo. No mesmo corpo
do texto bíblico em que se encontra a promessa do revestimento de poder, em
Atos 1, também se encontra a promessa da Vinda do Senhor: “Varões galileus, por
que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima
no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At 1.11). A Palavra de
Deus nos mostra que quando o nosso Senhor arrebatar a sua Igreja, “seremos
semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 Jo 3.2). Quando nosso
corpo for glorificado, o “veremos face a face” e o conheceremos como também Ele
nos conhece (1 Co 13.12). Que promessa gloriosa!
- A entrada do crente no céu somente é possível mediante a
purificação dos pecados pelo sangue de Jesus e por meio da ministração do
Espírito Santo na vida do salvo. Como em todas as demais promessas bíblicas,
nossa entrada no céu está condicionada às exigências estabelecidas por Deus.
Ele mesmo supriu essas exigências mediante o sacrifício do seu próprio Filho
para que nos fosse de uma vez por todas garantido o acesso às moradas eternas
(1 Jo 1.7; Ef 2.13-19; Hb 9.14). O sangue do Cordeiro garante, aos que crêem, a
entrada triunfante no céu. Assegurando-nos seguir pelo novo e vivo caminho que
Ele abriu, mantendo firme a esperança no porvir pela convicção de nossa fé (Hb
10.19-25; Ap 5.9,10). Nossa entrada no céu pode ser representada pela figura da
noiva adornada para as núpcias com o Cordeiro (Ap 19.7-9). Este será o momento
de maior júbilo em toda a história da salvação, pois consumará o projeto de
Deus, a Igreja, mediante a morte do Cordeiro. Ele tem adornado sua Noiva,
através do Espírito Santo para essa grande festa de celebração. Para que
tenhamos garantida a promessa de entrada no céu, precisamos persistir em nossa
caminhada, qual uma noiva em direção ao altar, mantendo alvas as vestes
espirituais, através do sangue do Cordeiro, e em atitude de vigilância até a
hora da chegada do Noivo (Ap 3.4-6; 16.15; 22.14). Precisamos ter em mente a
mensagem de Apocalipse 22.17: “E o
Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e
quem quiser tome de graça da água da vida”. Todos os salvos em Cristo
serão, no céu, eternos adoradores e servidores do único e bendito Senhor. Só
nos resta aguardar, com alegria e convicta esperança em nosso coração o dia em
que estaremos para sempre com o Senhor nas moradas eternas. Enquanto aguardamos
esse dia, aprendamos sobre como alcançar as promessas de Deus, tema da próxima
lição.
4.
É preciso obedecer a Deus. Obedecer é a condição para que Deus
cumpra suas promessas na vida de alguém ou de um povo, bem como de sua Igreja.
A ordem era clara para os discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém,
até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Há tanto valor para
Deus na obediência que a Bíblia diz que é melhor obedecer que oferecer
sacrifícios (1 Sm 15.22). Assim, é tempo de estar na presença de Deus em santa
obediência (At 3.19)!
- Quando conhecemos verdadeiramente a Deus, descobrimos que
suas promessas conduzem à realização do seu propósito. Deus falou a Abraão que
sua descendência ficaria escrava por 400 anos em terra estranha, onde se
encheria de bens, para só então tomar posse da terra, Gn 15.13-16. Esse seria
um tempo em que o povo de Israel estaria sendo preparado para, no tempo de
Deus, assumir-se como nação perante os povos. Deus tinha propósitos em suas
promessas para com a descendência de Abraão e as cumpriu quando libertou Israel
do Egito (Lv 11.45; 23.42-44; Dt 9.25,26). Apossar-se das promessas de Deus
significa ter a certeza de que tudo quanto nos prometeu, em sua Palavra, há de
realizar desde que permaneçamos fiéis ao seu chamado (Tg 1.2; Fp 1.6). As
promessas divinas conduzem o crente ao propósito de Deus. As promessas mostram
a fidelidade de Deus. As promessas de Deus em nossa vida são testemunhos
inegáveis da fidelidade de Deus. Israel, no deserto, foi um povo de dura
cerviz, rebelde e obstinado em seus atos contra o Todo-Poderoso (Nm 3.4). Os
desobedientes tombaram no meio do caminho; não entraram no repouso (v.7), mas
Deus manteve-se fiel ao que prometera ao obediente Abraão (v.17) e Israel
continuou a existir como nação. A fidelidade é parte intrínseca da natureza das
promessas de Deus. Elas jamais falham. Tenhamos absoluta certeza de que o Senhor
jamais se esquecerá de nós e cumprirá tudo aquilo que prometeu. A posse das
promessas de Deus resultará em descanso para os que crêem. A entrada no repouso
eterno indica a posse da vida eterna, e sugere também o descanso ainda nesta
vida. A travessia de Israel pelo deserto teria sido mais curta se a
incredulidade não predominasse no meio do povo. Todos enfrentam desertos, uns
mais demorados, outros mais curtos, todavia nossa presença ali será menos ou
mais prolongada, na medida em que soubermos fixar os olhos firmemente nas
promessas de Deus e descansar nos braços daquEle que as prometeu (At 3.19; Hb
4.1-11).
SINOPSE II
Em Cristo, cada crente
recebe a promessa de vida eterna, de revestimento de poder pelo batismo no
Espírito Santo e de um corpo glorificado na volta do nosso Senhor.
III. CONDIÇÕES PARA VIVER AS PROMESSAS DE
DEUS
1. É preciso crer. As Escrituras mostram que perseverar
na fé em Deus é condição indispensável para viver o tempo do cumprimento de
suas promessas (At 2.1). A Bíblia mostra que Abraão recebeu uma promessa de que
seria pai de uma grande nação. Ele creu em Deus, perseverou na fé “e isso lhe
foi imputado como justiça” (Rm 4.3; cf. Gn 21.5). Nestes últimos dias,
precisamos reanimar a nossa fé nas promessas de Deus. É tempo de confiar no
Senhor e se fortalecer na força do seu poder (Ef 6.10)!
- Precisamos reter a confiança no que Deus prometeu. A
dureza de coração fez os israelitas rebeldes tombarem no deserto (vv.8-10).
Dureza de coração significa coração obstinado, resistente, arrogante e soberbo,
que não se dobra diante da verdade (Mc 3.5; Hb 3.13). A dureza de coração é a
porta de entrada para outros pecados e a perda das promessas de Deus.
Cumpre-nos pedir ao Espírito Santo que quebrante os nossos corações para que a
nossa fé permaneça firme e possamos entrar no descanso de Deus (Sl 34.18;
51.17).
2.
É preciso ser fiel. Uma vez que cremos no Senhor, devemos
nos apresentar a Ele de maneira fiel. Os discípulos de Cristo, conforme nos
mostra o Livro de Atos, permaneceram fiéis diante do que ouviram diretamente do
Senhor (At 1.8; 2.1). Não importa o tempo que passe, nos apresentaremos a Deus
em fidelidade como fez Jó que mesmo sem saber que era alvo da malignidade do
Diabo que tirou-lhe os bens, os filhos e a saúde, manteve- -se fiel (Jó 1.21);
como Daniel, lançado na cova dos leões, ainda assim permaneceu fiel ao Senhor
(Dn 6.9-10). Tomemos as palavras de Jesus: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a
coroa da vida” (Ap 2.10).
- Para obter as preciosas e benditas promessas divinas, o
crente fiel deve afastar a dureza de coração, a desobediência, a incredulidade,
a falta de amor e a rebeldia de sua vida. A dureza de coração leva à
desobediência. O texto fala que os filhos de Israel provocaram a Deus (v.16).
Provocar significar insultar, irritar, desafiar ou impor-se com atitude
rebelde. A rebelião é como o pecado de feitiçaria, diz a Bíblia (1 Sm 15.23).
Cometer esse pecado é trilhar o caminho do Inimigo e acabar distante de Deus
(Jd v.11). O Senhor jurou que os desobedientes não entrariam no seu repouso
(v.18). Não podemos dar lugar à desobediência sob pena de não retermos a
confiança nas promessas de Deus. A incredulidade foi outro obstáculo à entrada
dos filhos rebeldes de Israel na Terra Prometida (v.19). Não há como seguir
adiante, se não cremos. Não é possível alcançar as promessas de Deus, se a
incredulidade predomina em nossa vida (Hb 11.1,6). Não poderemos vislumbrar
nenhum tesouro espiritual, se a fé não estiver ativa em nossos corações.
Devemos afastar toda incredulidade pelo poder do Espírito Santo, para que
experimentemos, aqui e agora, as ricas e preciosas promessas de Deus.
3.
É preciso obedecer a Deus. Obedecer é a condição para que Deus
cumpra suas promessas na vida de alguém ou de um povo, bem como de sua Igreja.
A ordem era clara para os discípulos: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém,
até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49). Há tanto valor para
Deus na obediência que a Bíblia diz que é melhor obedecer que oferecer
sacrifícios (1 Sm 15.22). Assim, é tempo de estar na presença de Deus em santa
obediência (At 3.19)!
- Deus é fiel e “vela pela sua palavra para que se cumpra”
(Jr 1.12). Suas promessas são inúmeras e estão registradas nas Escrituras. A
maior de todas é a da vida eterna e da volta de seu Filho nas nuvens para
arrebatar a sua Igreja. Nada se compara ao fato de que um dia iremos passar a
eternidade ao lado do Cordeiro de Deus. Sejamos pois firmes nas promessas do
Altíssimo! “A garantia do crente em Cristo, de que ‘Deus é por nós’ (Rm 8.31),
foi demonstrada na cruz. A partir da cruz de Cristo temos a garantia do favor
de Deus e do seu desejo de que sejamos prósperos em todas as áreas de nossa
vida pessoal, tanto no plano material quanto no plano espiritual. A Bíblia
declara que, por Jesus, nos tornamos herdeiros de tudo. Paulo escreveu aos
gálatas: ‘E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros
conforme a promessa’ (Gl 3.29). O apóstolo Pedro escreveu em sua epístola que
Deus nos tem dado preciosas promessas (2 Pe 1.4). Prosperidade e abundância,
tanto espiritual quanto material, são frutos daquilo que faz parte do próprio
Deus. Ele é próspero e abundante, por isso, Ele é o dono do mundo”. (CABRAL,
E. Mordomia cristã. RJ: CPAD, 2003, p.121-2.)
SINOPSE III
Segundo as Sagradas
Escrituras, é necessário à Igreja fé, fidelidade e obediência para viver em
plenitude as promessas divinas.
AUXÍLIO HERMENÊUTICO
AS PROMESSAS BÍBLICAS
“Algumas promessas
bíblicas são incondicionais, enquanto outras são condicionais. Uma promessa
condicional é uma promessa com um “se” embutido. Este tipo de promessa
necessita que certas obrigações ou condições sejam satisfeitas para que Deus a
cumpra. Se o povo de Deus deixa de satisfazer as condições, Deus não está
obrigado, de forma alguma, a cumprir a promessa. Um exemplo disso é Tiago 1.25:
‘Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso
persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será
bem-aventurado no seu feito’. A bênção prometida nesse versículo depende da
obediência à Palavra de Deus. Outro exemplo é João 15.7: ‘Se vós estiverdes em
mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiseres, e vos
será feito’. Essa promessa garante 0 atendimento das orações somente para
aqueles que permanecem em Cristo e em quem as palavras de Cristo permanecem. Se
a condição for satisfeita, a promessa é cumprida. Uma promessa incondicional
não depende de tais requisitos para seu cumprimento. Não há nenhum “se”
embutido. O que foi prometido é concedido soberanamente ao beneficiário da
aliança, independentemente de qualquer merecimento (ou falta de merecimento)
por parte deste. […] O fato de sermos filhos e herdeiros na família de Deus não
depende do cumprimento de certas obrigações. Ao contrário, é algo que vale para
todos os cristãos” (RHODES, Ron. Reconhecendo as Promessas de Deus. Rio de
Janeiro: CPAD, 2012, pp. 24-25).
CONCLUSÃO
As promessas de Deus para a Igreja do
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo são de grande valor espiritual. Como
Igreja, estamos integrados como membros desse corpo espiritual. Por meio de
Cristo, as promessas do Senhor são grandiosas para todos os que fazem parte da
Igreja. Nele, viveremos as promessas da vida eterna, de poder e da glorificação
final do nosso corpo. Os planos de Deus para a sua Igreja são infalíveis
- O Antigo
Testamento é um prelúdio indispensável à discussão sobre o batismo no Espírito
Santo. Os eventos acontecidos no dia de Pentencostes (At 2) foram o clímax das
promessas de Deus. Duas passagens são especialmente importantes: Ez 36.25-27 e
Jl 2.28,29. A passagem de Ezequiel fala sobre a água pura sendo espalhada e a
purificação de todas as imundícias espirituais. Ela continua, dizendo que o
Senhor removerá os corações de pedra de seu povo e dar-lhe-á ‘um coração novo’
e ‘um coração de carne’, além de colocar dentro dele ‘um espírito novo’. A
concessão do Espírito Santo é o meio pelo qual essa mudança acontecerá: ‘porei
dentro de vós o meu espírito’. Como resultado, o Senhor diz: ‘e farei que
andeis nos meus estatutos, e guardareis os meus juízos, e os observeis’ (v.27).
A promessa é claramente relacionada ao conceito de regeneração do Novo
Testamento. Paulo fala sobre ‘a lavagem da regeneração e da renovação do
Espírito Santo’ (Tt 3.5), ecoando a declaração de Jesus sobre a necessidade de
‘nascer da água e do Espírito’ (Jo 3.5). A transformação que acontece no novo
nascimento resulta num estilo de vida transformado, tornando possível pela
concessão do Espírito Santo”. (PALMA, A. D. O batismo no Espírito Santo e
com fogo. RJ: CPAD, 2002, p.14,15)
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD
Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São
Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo
no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?
WhatsApp: 8398730-1186
Esse artigo foi útil? Nosso
trabalho te ajudou?
Considere fazer uma
contribuição. Qualquer valor é importante! Oferte para Chave PIX;
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que o Evangelho de Mateus 28.18-20
revela?
Revela o estabelecimento
da Grande Comissão de Cristo para seus discípulos. Nesta comissão, três
palavras resumem a tarefa: Ide, Ensine e Batize (v.19).
2. O que temos em Marcos 16?
Em Marcos 16 temos uma
promessa de que sinais sobrenaturais ocorreriam para confirmar a obra da Grande
Comissão (v.17).
3. Qual é a promessa que o Senhor Jesus
faz em Atos 1?
A promessa de capacitação
espiritual para a proclamação do Evangelho de Cristo: “Recebereis a virtude do
Espírito” (v.8). É a promessa do batismo no Espírito Santo.
4. Além da promessa de revestimento de
poder em Atos 1, qual é a outra promessa que vemos nesse mesmo texto?
A promessa da Vinda do
Senhor.
5. Qual o valor da obediência a Deus?
Há tanto valor para Deus
na obediência que a Bíblia diz que é melhor obedecer do que oferecer
sacrifícios (1 Sm 15.22).