Pb Francisco Barbosa
TEXTO
ÁUREO
“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.” (Jo 14.15)
Entenda o Texto Áureo:
- Se me amais, guardareis os meus mandamentos.
Cf. vs. 21-24. O amor a Cristo é inseparável da obediência a ele (veja Lc 6.46;
1 Jo 5.2-3). "Os meus mandamentos" não são apenas os mandamentos éticos
no contexto (vs. 23-24), mas toda a revelação do Pai (veja 3.31-32; 12.47-49;
17.6).
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VERDADE
PRÁTICA
A obediência a Cristo demanda
bênçãos espirituais que influenciam diversas áreas da vida.
Entenda a Verdade Prática:
- Nos
versículos 15-31, Jesus promete aos crentes o consolo de cinco bênçãos
sobrenaturais, das quais o mundo não usufrui:
1) um
Consolador sobrenatural (vs. 15-17);
2) uma
vida sobrenatural (vs. 18-19);
3) uma
união sobrenatural (vs. 20-25);
4) um
Mestre sobrenatural (v. 26); e
5) uma
paz sobrenatural (vs. 27-31). A chave para tudo isso é o v. 15, que diz que
essas promessas sobrenaturais se destinam àqueles que amam a Jesus Cristo, cujo
amor é evidenciado pela obediência.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 29.1,9-12; Hebreus
8.6-13
Deuteronômio 29
1. Estas são as
palavras do concerto que o Senhor ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que
fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em
Horebe.
- 29.1—30.20
Esses capítulos contêm o terceiro sermão de Moisés, que é um contraste entre a
aliança sinaítica e a aliança projetada para Israel no futuro. Embora no
passado Israel tenha falhado em guardar a aliança e quanto a confiar em Deus,
havia esperança para o futuro. Foi essa esperança que Moisés enfatizou no
conteúdo desses capítulos, focalizando claramente sobre temas da nova aliança. São estas as palavras. O texto
hebraico numera esse versículo como 28.69, em vez de 29.1, considerando-o como
a conclusão do segundo sermão de Moisés. Todavia, como em 1.1, “estas as
palavras" apresentam o que segue, servindo de introdução ao terceiro
sermão de Moisés. aliança... na terra
de Moabe. A maioria dos intérpretes considera essa aliança como urna
referência à aliança feita no Sinai. De acordo com esse ponto de vista, a
aliança que Deus havia feito com Israel no Sinai (Horebe) foi renovada em Moabe.
Entretanto, esse versículo claramente afirma que a aliança da qual Moisés fala
agora é "além da" ou "em acréscimo à" aliança anterior:
Essa é ema outra aliança, distinta daquela feita no Sinai. Essa aliança é vista
por alguns intérpretes como a aliança palestina, que deu a Israel o título da
terra (veja 30.5). Porém, a ênfase desses dois capítulos não está na Terra
Prometida, mas na mudança do coração de Israel (veja o contraste entre 29.4 a
30.6). Foi exatamente essa mudança do coração que mais tarde os profetas
denominariam "nova aliança" (veja Jr 31.31-34; Ez 36.26-27). Em
resposta ao fracasso indubitável de Israel sob as provisões da aliança sinaítica
(29.23-28), Moisés previu a nova aliança sob a qual Israel seria obediente ao
Senhor e, finalmente, colheria suas bênçãos (30.1-10).
9. Guardai,
pois, as palavras deste concerto e cumpri-las para que prospereis em tudo
quanto fizerdes.
- Guardai, pois, as palavras desta aliança.
A experiência espiritual da fidelidade de Deus para com Israel deveria ter
levado à obediência às estipulações da aliança sinaítica no futuro, mas não sem
a transformação do coração (vs. 4,18) e sem verdadeiro conhecimento de Deus (v.
6).
10. Vós todos
estais hoje perante o Senhor, vosso Deus: os cabeças de vossas tribos, vossos
anciãos, os vossos oficiais, todo o homem de Israel,
- Vós estais, hoje, todos perante o SENHOR,
vosso Deus. É provável que todos estivessem posicionados de modo
ordeiro perante Moisés, mas esse não é um chamado a uma ordem exterior, mas a
uma devoção interior, para fazer da aliança uma questão do coração e da vida.
11. os vossos
meninos, as vossas mulheres e o estrangeiro que está no meio do teu arraial;
desde o rachador da tua lenha até ao tirador da tua água;
- A
aliança do Senhor abraçou, entretanto, não apenas os homens de Israel, mas
também as esposas e os filhos, e o estrangeiro que se apegou a Israel, como os
egípcios que saíram com Israel (Êxodo 12:38; Números 11:4), e os midianitas que
se uniram aos israelitas com Hobabe (Números 10:29), até o mais baixo servo,
“desde o teu cerne de lenha até a tua gaveta de água” (compare com Josué 9:21,
Josué 9:27). [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]
12. para que
entres no concerto do Senhor, teu Deus, e no seu juramento que o Senhor, teu
Deus, hoje faz contigo.
- entres na aliança... e... juramento.
"Entres" expressa total submissão em fé e arrependimento diante de
Deus, resultando em obediência do coração. As pessoas deveriam comprometer-se
sob juramento a obedecerem às estipulações da aliança de Deus (cf. Gn 26.28).
Hebreus 8
6. Mas agora
alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor
concerto, que está confirmado em melhores promessas.
- Mediador. Cf. 9.15. A palavra
descreve o papel de um intermediário ou árbitro, nesse caso entre Deus e o
homem. Veja nota em 1 Tm 2.5 (cf. Gl 3.19-20). superior aliança... superiores promessas. Veja 7.19,22; Jo
1.17-18. Essa aliança é identificada com a "nova aliança" nos vs.
8,13; 9.15.
7. Porque, se
aquele primeiro for irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o
segundo.
- Cf.
o mesmo argumento em 7.11. A antiga aliança, incompleta e imperfeita, foi
designada para ser temporária.
8. Porque,
repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa
de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto,
- encontrando defeitos – o povo do
antigo pacto, que não foi feito “sem defeito” por ele (Hebreus 8:7); e cuja
desconsideração do pacto de Deus fez com que Ele “não os visse” (Hebreus 8:9).
A lei não é em si mesma culpada, mas as pessoas que não a observaram. disse-lhes – (Jeremias 31:31-34;
compare Ezequiel 11:19; Ezequiel 36:25-27). Em Rama, a sede de Nebuzar-adan,
para onde os cativos de Jerusalém haviam sido levados, Jeremias proferiu essa
profecia da restauração de Israel sob outro Davi, por meio do qual Rachel, chorando
por seus filhos perdidos, seria consolada; literalmente em parte cumprida na
restauração sob Zorobabel, e mais completamente para ser daqui em diante no
retorno de Israel à sua própria terra; espiritualmente cumprido no pacto do
Evangelho, pelo qual Deus perdoa absolutamente os pecados de Seu povo, e
escreve Sua lei pelo Seu Espírito no coração dos crentes, o verdadeiro Israel.
“Esta profecia forma a terceira parte da terceira trilogia das três grandes
trilogias nas quais as profecias de Jeremias podem ser divididas: Jeremias
21-25, contra os pastores do povo; Jeremias 26-29, contra os falsos profetas;
Jeremias 30:1-24 e Jeremias 31:1-40, o livro de restauração ”[Delitzsch in
Alford]. Eis que os dias vêm –
a fórmula frequente introduzindo uma profecia messiânica. faça – grego, “perfeito”;
“Consumado”. Uma expressão adequada quanto ao novo pacto, que aperfeiçoou o que
o velho não podia (compare o final de Hebreus 8:9 com o final de Hebreus 8:10).
Israel … Judá – Portanto, as
dez tribos, assim como Judá, participam da nova aliança. Como ambos
compartilham o exílio, ambos devem compartilhar a restauração literal e
espiritual. [Fausset, aguardando revisão]
9. não segundo
o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquele meu concerto, eu para
eles não atentei, diz o Senhor.
- eu não atentei para eles. A passagem
de Jr 31.32 diz: "não obstante eu os haver desposado". O escritor do
NT está citando a Septuaginta, que usa uma leitura variante que não altera
necessariamente o significado.
10. Porque este
é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o
Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.
- mente... coração. Por sua natureza,
a aliança da lei era principalmente exterior, mas a nova aliança é interior
(cf. Ez 36.26-27'
11. E não
ensinará cada um ao seu próximo, nem a cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o
Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.
- Segundo
das “melhores promessas” (Hebreus 8:6). eles
não devem – “eles não terão que ensinar” (Alford). seu vizinho – So Vulgata lê; mas os
manuscritos mais antigos têm “seu (colega) cidadão”. irmão – uma relação mais próxima e mais cativante do que o
concidadão. desde o menor deles até o
maior – grego, “do menor para o maior”. Zacarias 12:8, “Aquele que for
fraco entre eles será como Davi”. Sob o antigo pacto, os lábios do sacerdote
deveriam guarde conhecimento, e na sua boca o povo deve buscar a lei: sob a
nova aliança, o Espírito Santo ensina cada crente. Não que o ensino mútuo de
irmãos seja excluído enquanto o pacto estiver sendo promulgado; mas quando uma
vez que o Espírito Santo tenha ensinado totalmente toda a remissão dos seus
pecados e santificação interior, então não haverá mais necessidade do homem
ensinar ao próximo. Compare 1Tessalonicenses 4:9; 1Tessalonicenses 5:1, um
fervoroso desse estado perfeito por vir. No caminho para esse estado perfeito,
todo homem deve ensinar seu próximo. “O ensino não é difícil e forçado, porque
a graça torna tudo ensinável; porque não é o ministério da letra, mas do
espírito (2Coríntios 3:6). A firmeza do crente não depende da autoridade de
professores humanos. O próprio Deus ensina ”(Bengel). O Novo Testamento é mais
curto que o Antigo Testamento, porque, em vez dos detalhes de uma lei externa,
dá os princípios abrangentes da lei espiritual escrita na consciência, levando
a pessoa à espontânea obediência instintiva em detalhes externos. Ninguém,
salvo o Senhor, pode ensinar eficazmente “conheça o Senhor”. [Fausset,
aguardando revisão]
12. Porque serei
misericordioso para com as suas iniquidades e de seus pecados e de suas
prevaricações não me lembrarei mais.
- A
Septuaginta representa uma leve expansão da última sentença de Jr 31.34. Para,
etc. – o terceiro das “melhores promessas” (Hebreus 8:6). O perdão dos pecados
é e será a raiz deste novo estado de graça interior e conhecimento do Senhor.
Sendo o pecado abolido, os pecadores obtêm a graça. serei misericordioso – grego, “propício”; o hebraico “salach” é
sempre usado por Deus apenas em relação aos homens. e suas iniquidades – não encontradas na Vulgata, siríaco, copta
e um manuscrito grego mais antigo; mas os manuscritos mais antigos têm as
palavras (compare com Hebreus 10:17). não
se lembre mais – Contraste a lei, Hebreus 10:3. [Fausset, aguardando
revisão]
13. Dizendo novo
concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece
perto está de acabar.
- prestes a desaparecer. Pouco tempo
depois que o livro de Hebreus foi escrito, o templo em Jerusalém foi destruído
e seu sistema levítico de adoração chegou ao fim.
INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta uma relação entre
promessa e obediência. Ao longo das Escrituras, percebemos que a obediência é
um princípio divino que não caducou no Novo Testamento. Ela continua sendo
requerida por Nosso Senhor para vivermos promessas específicas de Deus neste
mundo. O Deus que prometeu no Antigo Testamento é o mesmo que prometeu no Novo
e, ao mesmo tempo, exige do seu povo obediência à sua Palavra. Entretanto,
quais são os termos da obediência no Novo Concerto conforme revelado no Novo
Testamento? É o que estudaremos nesta lição.
- As promessas de Deus não são amuletos para trazer sorte
ao homem, mas um comprometimento da sua Palavra, segundo os seus soberanos
propósitos para as nossas vidas. As promessas de Deus são atos de sua suprema
autoridade, para cumprir seus soberanos propósitos. Elas não são receitas
mágicas que o homem, a seu bel-prazer, lança mão em situações particulares para
exigir, decretar ou determinar que as coisas aconteçam a seu modo. Ao
contrário, elas estão inseridas no amplo contexto dos propósitos de Deus para a
vida humana. Isto significa que devemos compreendê-las sob a perspectiva do
cumprimento desses propósitos em nossas vidas, e não para atender os desejos do
nosso egoísmo. Importante esclarecer isso para não incorrermos no erro de
pensar que a obediência seja uma chave para abrir o baú de tesouros das
promessas de Deus. Filipenses 2.13 afirma que o Senhor opera em nós o seu
querer, isto é, a sua vontade. Esta é uma obra de sua bendita graça sobre as
nossas vidas. Ela nos alcança e faz com que, voluntariamente, nos submetamos ao
seu senhorio em todas as coisas. A palavra “operar”, no original, traz a ideia
de uma ação continuada, permanente, produzida pela presença e ação do Espírito
Santo em nós, que nos move e atrai para o centro da soberana vontade de Deus. O
mesmo texto diz que Deus também opera em nós o efetuar, ou seja, Ele é soberano
em determinar que nossas ações reflitam o seu querer e resultem em glória para
o seu nome de modo que tudo quanto fazemos sempre seja sob essa perspectiva (1
Co 10.31).
PALAVRA-CHAVE: Obediência
Obediência é um dos assuntos mais importantes na Bíblia.
Obedecer a Deus implica colocar nossa fé nele. Jesus nos chama para uma vida de
obediência como Ele mesmo foi obediente ao Pai (Filipenses 2:8). Obediência é
abrir mão da nossa vontade pessoal para fazer a vontade do Pai em nossa vida.
Para que isso aconteça é necessário conhecer ao Senhor e confiar que o que Ele
faz é sempre o melhor para nós. Isso é chave para o nosso crescimento e
amadurecimento espiritual (Salmos 37:5).
I. A OBEDIÊNCIA NO ANTIGO TESTAMENTO
1. O Concerto de Horebe. O Concerto feito
por Deus ‘com o povo de Israel, no deserto de Horebe (Dt 29.1; Êx 19), era uma
reafirmação das promessas que Ele havia feito a Abraão e seus descendentes (Gn
12.1-3; 22.8). No deserto do Horebe (também denominado de “Sinai”) ficou
patente que o concerto divino exigia santa obediência do povo para que fosse
bem-sucedido entre as nações: “se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes o meu concerto, então, sereis minha propriedade peculiar dentre todos
os povos; porque toda a terra é minha” (Êx 19.5). Pela santa obediência, o povo
seria “um reino sacerdotal”, um “povo santo” (Êx 19.6). A nação de Israel
deveria obedecer aos mandamentos do Senhor para viver as promessas em toda a
sua peregrinação no deserto (Êx 20.1-17).
- O Senhor deu três títulos a Israel: "propriedade
peculiar", “reino de sacerdotes" e "nação santa",
dependendo de serem um povo obediente e cumpridor da aliança. Esses títulos
resumiam as bênçãos divinas que um povo como esse experimentaria: pertencer
especialmente ao Senhor, representá-lo na terra e ser posto à parte para servir
aos propósitos do Senhor. Os títulos igualmente desdobram o significado ético e
moral de Israel ter sido levado ao Senhor. O que o Senhor requer de nós a todo tempo
é que reconheçamos o seu poder e a nossa total dependência, assim como Ele
mesmo diz que é dono de toda terra. Se nós cuidadosamente ouvirmos a sua voz e
guardarmos o seu concerto assim como os seus mandamentos seremos então
propriedade do Senhor.
2.
O Concerto nas campinas de Moabe. Muitos anos se passaram depois do
Concerto de Horebe (Êx 19), e a maioria dos peregrinos havia perecido no
deserto. Então, Moisés reuniu novamente o povo, agora nas campinas de Moabe,
pois uma nova geração estava prestes a entrar na Terra Prometida: “Estas são as
palavras do Concerto que o Senhor ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que
fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em
Horebe” (Dt 29.1). A exposição básica desse Concerto pode ser vista em
Deuteronômio 4 a 26.19, bem como sua ênfase nas bênçãos e maldições dos
capítulos 27 a 30 do mesmo livro. Tudo nesse Concerto dependeria da fidelidade
do povo de Israel aos mandamentos divinos.
- Em Dt 29:30 encontram-se os elementos de um formulário da
aliança (cf. 10,12+; 28,1+). O discurso é começado por uma recordação histórica
dos acontecimentos do Êxodo (vv. 1-7, cf. 1,4; 4,46-47; 8,2-4). A seguir vem o
protocolo da aliança apresentado sob forma parenética (vv. 9-14) e seguido de
uma pregação (vv. 15-20), que parece continuar em 30,11-14. As bênçãos e as
maldições normalmente associadas a estes tratados encontram-se em 30,15-20. A
seção 29,21-30,10, agrupando elementos diversos, parece ser uma inserção da
escola deuteronomista. O concerto (1) feito em Horebe está prestes a ser
renovado em Moabe. Ao entrarem neste concerto, Moisés lembra os israelitas das
bênçãos que receberam do SENHOR (2). Três bênçãos são recordadas. A primeira é
a libertação da escravidão egípcia (2,3). Grandes provas (3) é boa tradução. A
segunda é a provisão milagrosa no deserto (5,6)
; e a terceira, as vitórias sobre Seom e Ogue (7,8;
2:30-3.11), cujas terras agora ocupam. Contudo, a despeito destas demonstrações
de poder sobrenatural dadas para evocar fé em Deus (6; cf. 8:2-4), Israel ainda
estava desconfiado (4). "Ao atribuir a Jeová a dureza de coração de
Israel, Moisés está meramente adotando o modo de pensar que percorre todo o
Antigo Testamento: atribuir todas as coisas a Jeová como fonte última."'
No que diz respeito a este concerto renovado, as coisas deviam ser diferentes
(9).
3.
As promessas provenientes da obediência. O Concerto de
Moabe mostra uma lista de promessas que seriam proferidas no Monte Gerizim:
bênçãos no campo, na cidade, na procriação, na vida doméstica, ao entrar e sair
da terra (Dt 28.1-14). Em toda a área da vida dos judeus, as bênçãos divinas
seriam derramadas como consequência da obediência aos mandamentos divinos
estabelecidos nos concertos proferidos por Moisés. Também é verdade que as
maldições seriam proferidas do Monte Ebal como consequência da desobediência
aos mandamentos do Senhor (Dt 27.11-26). Portanto, no Antigo Testamento, vemos
que a obediência tinha uma relação direta ao cumprimento de uma promessa na
vida do povo de Israel.
- O concerto tinha de ser observado por causa das bênçãos
de Deus já recebidas e por causa das tremendas consequências da desobediência.
A principal ameaça para Israel seria a idolatria. Esta subdivisão começa com
uma advertência dupla, embora não esteja muito clara na maioria das traduções.
No começo dos versículos 16:18 algumas palavras como "prestai
atenção" têm de ser acrescentadas (cf. o v. 18 na NVI). Pouco importando a
intensidade do fascínio da adoração idólatra, os resultados seriam desastrosos.
A raiz (18) venenosa daria fruto amargo. Esta apostasia poderia ocorrer
inclusive por parte de quem imaginou que a maldição (19; "juramento",
NTLH; NVI) garantiria segurança incondicional. Longe disso, a infração do
concerto ocasionaria a destruição da nação inteira. Quanto à expressão: Para
acrescentar à sede a bebedice (19), leia: "Isto levaria à ação de tomar de
roldão secos e molhados" (RSV), provérbio que indica ruína geral (cf.
NTLH; NVI). Nos versículos 21:29, a perspectiva se amplia e se alonga. Nos
versículos 18:21, a tônica se concentra no indivíduo traiçoeiro. O efeito de
seu ato sobre a nação é mencionado de modo incidental (19). Agora, porém, ele é
tratado como fonte de contaminação para a nação inteira, e o tom muda de
advertência para predição. As consequências medonhas são descritas em um
diálogo dramático entre os vossos filhos, que se levantarem depois de vós (22;
os israelitas do futuro), e o estranho, alusão aos visitantes estrangeiros a
quem Israel se tornou horrível atração turística, uma segunda Sodoma (23; cf.
Gn 14:2-19.29). E até os surpresos pagãos entenderão a causa do abandono:
Porque deixaram o concerto do SENHOR (25). Os próprios pagãos se sentiam
ligados aos seus deuses, mesmo sendo falsos. O Israel incrédulo mostrara uma
deslealdade que nem mesmo os pagãos conseguiam igualar (26); daí a razão da
ruína e exílio (27,28). A advertência é, então, repetida. As coisas encobertas
(29) do futuro estão somente na mente de Deus. O dever de Israel é viver pelo
que sabe hoje — a lei, o concerto, a vontade de Deus.
SINOPSE I
No Concerto de Deus com
Israel, observamos o cumprimento das promessas a partir da obediência do povo.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“O CONCERTO DE DEUS COM OS ISRAELITAS
1) As promessas de Deus
neste concerto eram basicamente as mesmas que foram feitas a Abraão. Deus
prometeu que daria aos israelitas a terra de Canaã depois de libertá-los da
escravidão no Egito (Êx 6.3-6;19.4;23.20,23) e que Ele seria o seu Deus e os
adotaria como seu povo (Êx 6.7519.6; ver Dt 5.2 nota). […]
2) […] Depois de Deus
revelar os dez mandamentos, e muitas outras leis do Concerto, os israelitas
juraram a uma só voz: ‘Todas as palavras que o SENHOR tem falado faremos’ (Êx
24.3). Sem essa promessa solene de aceitarem as normas da Lei de Deus, o
Concerto entre eles e o Senhor não teria sido confirmado.
3) Essa resolução de
cumprir a Lei de Deus continuou como uma condição prévia do Concerto. Somente
pela perseverança na obediência aos mandamentos do Senhor e dos sacrifícios
determinados por Deus no Concerto é que Israel continuaria como a possessão
preciosa de Deus e igualmente continuaria a receber as suas bênçãos” (Bíblia de
Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.333).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“Aliança. Pacto, Concerto
ou acordo (heb. berit). A palavra correspondente do NT diathêkê, definida como
‘disposição’ legal de bens pessoais. A aliança é algo que une as partes ou
obriga uma parte à outra. Embora existam implicações legais associadas à
aliança, o aspecto relacional da aliança é mais bem entendido como uma relação
com as ilegalidades relacionadas. […] Embora o tema da aliança seja menos
difundido no NT, o seu significado cristológico é profundo. O NT destaca o
papel messiânico significativo de Cristo em relação às alianças”. Amplie mais o
seu conhecimento, lendo o Dicionário Bíblico Baker, editado pela CPAD,
pp.32-33.
II. A OBEDIÊNCIA NO NOVO TESTAMENTO
1.
Um Novo Concerto. Hebreus 8
apresenta aspectos do Antigo Concerto, mostrando o quanto eles apontam para o
perfeito ministério do Senhor Jesus. Ali, vemos que o relacionamento entre Deus
e o seu povo se dava por meio de uma fé manifesta pela obediência aos
mandamentos da Lei e à observação ao sistema de sacrifício do Antigo
Testamento. Contudo, o profeta Jeremias profetizou que chegaria o momento em
que Deus instituiu um novo Pacto e que sua Lei se estabeleceria no interior da
pessoa, isto é, no coração: “Mas este é o concerto que farei com a casa de
Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: porei a minha lei no seu interior e
a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”
(Jr 31.33; cf. Hb 8.8-12).
- O dispensacionalismo vê inúmeros concertos (alianças ou
pactos) feitos por Deus com seu povo, mas o Novo Testamento reconhece
essencialmente dois: primeiro, aquele que prevaleceu antes de Cristo e,
segundo, aquele que prevalece desde Cristo. O Antigo Testamento registra a
história e operação da economia do antigo concerto, enquanto o Novo Testamento
expõe o novo. Hebreus é a exposição por excelência, e poderíamos defender a
proposta de que seu tema básico é o novo concerto — seu significado, seus
recursos e o Mediador. O antigo concerto foi inaugurado (oficial, plena e
conclusivamente) por Moisés (9.19,20) ; o novo, por Cristo. O conceito do
concerto humano-divino (diatheke) não é tão complexo para ser prontamente
entendido. É um relacionamento que Deus inicia com seu povo, mas que o povo
deve ratificar. É um relacionamento especial, separando o povo do concerto de
todos os outros, possibilitando a Deus dizer: eu lhes serei por Deus, e eles me
serão por povo (10). Isto envolve da parte do povo não somente certos privilégios,
mas obrigações definidas, que eles aceitam. Deus promete certas bênçãos, mas de
acordo com termos específicos; assim, o concerto assume (somente em um sentido
deduzível) a natureza de um contrato, concordado e assumido mutuamente (Hb
7:20-22 ; 9.15,16). Antes de descrever o novo concerto, o autor justifica-o ao
lembrar-nos das limitações do antigo: Porque, se aquele primeiro fora
irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo (v. 7). Em outras
palavras, o fato de Deus prometer um novo concerto prova que o antigo era
insatisfatório. Se tivesse sido intrinsecamente adequado para os propósitos de
Deus, Ele simplesmente o teria renovado, em vez de tê-lo substituído (v. 13).
Mas o fato é que nas Escrituras hebraicas há promessas de uma nova ordem.
Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com
a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei um novo concerto (v. 8; Jr
31:31). No versículo 7, ele infere imperfeição no concerto; agora, no versículo
8, ele atribui imperfeição ou culpa ao povo. No primeiro caso, a ideia é de
prováveis limitações inerentes; isto é, havia uma eficácia limitada no primeiro
concerto, por causa da sua natureza preparatória. Mas o uso da palavra
"falta" (NVI) no versículo 8 indica culpa, como é mostrado no
versículo seguinte: não segundo o concerto que fiz com seus pais, no dia em que
os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram
naquele meu concerto, eu para eles não atentei, diz o Senhor (v. 9). Suas
limitações eram inerentes, como Deus já sabia desde o princípio, mas o seu
completo colapso era culpa deles.
2.
Jesus Cristo, o mediador. O Senhor Jesus é o mediador que
estabelece o Novo Concerto, o Novo Pacto profetizado pelo profeta Jeremias (Hb
8.10). Em vista disso, podemos afirmar que o Novo Pacto é uma promessa de graça
e amor de Deus aos que o respondem com arrependimento e fé à oferta de
Salvação. Assim, o relacionamento de obediência entre o salvo e Deus se dá nos
termos do Novo Concerto, em que o Senhor Jesus é o verdadeiro mediador (1 Tm
2.5).
- Em Hb 8.1-10.18, se analisa cuidadosamente o ofício de
Jesus como verdadeiro sumo sacerdote (Hb 2.17, 8.1-2 Conforme Sl 110.1). Ambos
os temas são retirados do Salmo: rei (à destra do trono da Majestade) e
sacerdote (v. 2; Sl 110.4), aplicando-os a Jesus (Hb 1.13, e 2.17). Diferente
dos sacrifícios da lei, a morte de Cristo purifica a consciência (9.9-14), para
que façamos a vontade de Deus (10.36; 13.21). Esta passagem faz referência a Jr
31:31-34 e compara o novo pacto com o antigo. O antigo acordo foi o pacto de
lei entre Deus e Israel. O novo e melhor pacto é o da graça. Cristo nos oferece
perdoar nossos pecados e nos conduzir a Deus mediante sua morte expiatória.
Este pacto é novo em extensão; vai além do Israel e Judá, e inclui a todas as
nações gentis. É novo em sua aplicação, já que está escrito em nosso coração e
em nossa mente. Oferece um novo caminho para o perdão, não mediante o
sacrifício de animais a não ser através da fé, entrou você nesse novo pacto e
começou a andar da melhor maneira? Se nosso coração não troca, seguir as regras
de Deus será desagradável e difícil. Rebelaremo-nos contra o que nos há dito
quanto a viver. Entretanto, o Espírito Santo nos dá novos desejos e nos ajuda a
querer obedecer a Deus (veja-se Fp 2.12-13). Com um novo coração, encontraremos
que servir a Deus é nosso maior gozo. Sob o novo pacto de Deus, a lei de Deus
está em nós. Não é mais um conjunto de regras e princípios externos. O Espírito
Santo nos recorda as palavras de Cristo, ativa nossa consciência, influi em
nossos motivos e desejos, e faz que desejemos obedecer. Fazer a vontade de Deus
agora é algo que desejamos com todo nosso coração e toda nossa mente.
3.
Obediência do Novo Concerto. Os ensinos do Novo Testamento mostram
que fé e obediência andam lado a lado. Nosso Senhor ensinou: “Se me amardes,
guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Essa expressão “guardareis” também
pode ser substituída por “obedecereis”. Isso significa que o nosso amor pelo
Salvador, que foi primeiramente obediente ao Pai (Fp 2.8), não pode ser apenas
de palavras, mas em atos de obediência (At 26.19). Dessa forma, podemos
desfrutar de bênçãos espirituais provenientes de uma vida de obediência a Deus
e sua Palavra.
- É para aquele que ama que Jesus se faz real — E aquele que me ama... eu o amarei e me
manifestarei a ele (Jo 14.21). Então aqui, a obediência e o amor estão
inseparavelmente ligados. Não há lei mais elevada do que a lei do amor. Ela não
exige obediência. Antes, a obediência é a sua consequência inevitável. Um dos
principais temas deste livro é a fé. Enquanto a fé crê no invisível a
superstição crê no inexistente. No capítulo 11 encontramos a galeria dos heróis
da fé, aqueles que traduziram o conhecimento de Deus para a vida com Deus. Hebreus
afirma que eles creram, portanto, obedeceram. Assim nos apresenta uma fé não
utilitária, fundamentada nos desejos humanos, mas sim obediente, fundamentada
nos desejos de Deus. Não é manipulada pelo homem mas sim um instrumento para
que o homem seja usado por Deus. Desta forma Hebreus nos fala que pela fé
ruíram as muralhas de Jericó, subjugaram reinos, obtiveram promessas, fecharam
bocas de leões, mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos. Esta fé
nos ensina que o impossível pode, a qualquer momento, acontecer, se o Senhor
assim desejar.
SINOPSE II
O NT mostra Jesus como a
Nova Aliança, cumprindo a promessa de salvação a todos que respondem com
arrependimento e fé.
III. BÊNÇÃOS PROVENIENTES DA OBEDIÊNCIA A
CRISTO
1. Bênçãos espirituais. No Novo
Testamento, é o Espírito Santo que rege a vida dos que fazem parte do Novo Concerto
por meio de Jesus Cristo mediante a fé (2 Co 3.4-6). Nesse contexto, aprendemos
que uma vida de obediência a Cristo, mediante a obra do Espírito Santo, demanda
bênçãos de natureza espiritual que abarcam todas as áreas de nossa vida:
“Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria
no Espírito Santo” (Rm 14-17).
- Obviamente que as bênçãos espirituais não são materiais,
mas provenientes dos “lugares celestiais”, isto é, do reino espiritual. Essas
bênçãos são mencionadas na longa passagem de Efésios (1.3-14), tais como: Deus
nos elegeu para sermos santos (1.4); predestinou-nos para sermos filhos (1.5);
nos fez agradáveis para si (1.6); remiu-nos por meio do sangue de Cristo (1.7);
acolheu-nos por sua vontade redentora (1.8-12); revelou-nos a Palavra da
verdade (1.13a); selou-nos com o Espírito Santo da promessa (1.13b); ainda
garantiu a validade da promessa (1.14). Tais bênçãos provêm de Deus, que
planejou a redenção; do Filho, que a realizou; e do Espírito Santo, que a
garante. Essas bênçãos nos conduzem a exclamar como Paulo: “Bendito Seja Deus!”
m sua graça providencial, Deus já deu aos cristãos toda sorte de bênçãos (Rm
8.28; Cl 2.10; Tg 1.17; 2Pe 1.3). "Espiritual" não se refere às
bênçãos não materiais como contrárias às materiais, mas à obra de Deus, o qual
é a fonte divina e espiritual de todas as bênçãos. “nas regiões celestiais” diz
respeito à esfera do domínio completo e celestial de Deus, do qual provem todas
as bênçãos. Todas as bênçãos elencadas são “Em Cristo”; As bênçãos
superabundantes de Deus pertencem somente aos cristãos que são seus filhos pela
fé em Cristo, de modo que o que ele tem pertence a eles — incluindo a sua
justiça, os seus recursos, os seus privilégios, a sua posição e o sou poder (Rm
8.16-17). A nossa vida está “em” Cristo, em união com Ele, para ser vivida na
harmonia prática que esta relação gera e implica. No Céu (regiões celestiais) –
Estamos em Cristo (Ef 1.3); Na terra – Cristo está em nós (1Co 1.30; 3.22,23;
2Co 2.14).
- “Gálatas 3:26-28
nos dá uma compreensão da frase "em Cristo" e o que significa.
"Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque
todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte,
não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus." Paulo está falando com os
cristãos na Galácia, lembrando-lhes de sua nova identidade desde que colocaram
sua fé em Jesus Cristo. Ser "batizado em Cristo" significa que se
identificam com Cristo, tendo deixado suas velhas vidas pecaminosas e recebendo
plenamente a nova vida em Cristo (Marcos 8:34, Lucas 9:23). Quando respondemos
à atração do Espírito Santo, Ele "nos batiza" na família de Deus. 1
Coríntios 12:13 diz: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados
em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos
nós foi dado beber de um só Espírito." Vários lugares da Escritura se
referem ao crente estando "em Cristo" (1 Pedro 5:14; Filipenses 1:1,
Romanos 8:1).” (gotquestions)
2.
Justiça e Paz. Quem obedece a Cristo vive piedosamente
em sua presença e em justiça (Mt 5.6). Dessa forma, temos uma vida de retidão
proveniente da fé e da obediência a Cristo, pois fomos justificados e
santificados por Deus (1 Co 6.11). Então, a paz que excede todo o entendimento
torna-se realidade em nós (Fp 4.7). É aquela paz de que o Senhor Jesus falou
aos seus discípulos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como
o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27).
Assim, a obediência a Cristo gera em nós justiça e paz em meio às turbulências
do mundo.
- Em Mateus 5.6, os
que têm fome e sede de justiça, é sobre o oposto da hipocrisia dos
fariseus. Fala daqueles que buscam a
justiça de Deus em vez de tentar estabelecer a sua própria justiça (Rm
10.3; Fp 3.9). Aquilo que buscam os encherá, ou seja, satisfará sua fome e
sede de um relacionamento correto com Deus. A paz de Deus é a calma
interior ou tranquilidade prometida para todos os cristãos que têm uma atitude
grata com base na inabalável confiança de que Deus é capaz de fazer tudo o que
for melhor para seus filhos e está disposto a isso (Rm 8.28). A origem divina
da paz excede todo o entendimento. Ela transcende a inteligência humana, as
análises e as introvisões (Is 26.3; Jo 16.33). A paz de Deus guarda os cristãos
da ansiedade, da dúvida, do medo e da angústia. Devido à união do cristão com
Cristo, ele guarda o ser interior com sua paz. Era impossível o homem pecador
ser reconciliado com o Deus santo sem que seu pecado fosse punido e sem que sua
culpa fosse removida. Pois Jesus se fez pecado por nós, carregando sobre o seu
corpo, no madeiro, nossas transgressões. Deus lançou sobre ele a iniquidade de
todos nós. Ao morrer por nós, em nosso lugar, morte vicária, ele pagou a nossa
dívida, abrindo-nos os portais do perdão. Fomos justificados. Agora não pesa
mais nenhuma condenação sobre aqueles que estão em Cristo Jesus. Em vez de
culpa, temos toda a infinita justiça de Cristo, creditada a nós. Fomos reconciliados
com Deus. Agora temos paz com Deus em relação ao passado, acesso à graça em
relação ao presente e esperança da glória em relação ao futuro. Estamos quites
com a lei de Deus e cobertos com a justiça de Cristo. A cortina que nos
separava de Deus foi rasgada de alto a baixo. Fomos aceitos no Amado. Somos
filhos e membros da família de Deus. Somos herdeiros de Deus e coherdeiros com
Cristo. Nada nem ninguém pode separar-nos do amor de Cristo. Estamos seguros
nos braços de Cristo. De suas onipotentes mãos ninguém pode nos arrebatar. Na
cruz de Cristo, a justiça e a paz se beijaram: “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram”
(Sl 85.10). A justiça foi feita, pois Deus puniu nosso pecado em seu Filho. Na
cruz de Cristo, Deus reivindicou sua justiça e satisfez todas as demandas de
sua lei. Ao mesmo tempo que ele é justo, também é o justificador daqueles que
creem. Nós que éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos de Deus fomos
aproximados pelo sangue de Cristo e, por isso, temos paz com Deus. A cruz é o
cenário onde houve esse bendito encontro da justiça e da paz. Ali a justiça e a
paz deram as mãos. Ali a justiça e a paz se beijaram, selando a nossa eterna
redenção.
3.
Alegria no Espírito Santo. A alegria proveniente de uma relação
com Cristo é a marca da vida de quem anda na justiça e tem a paz de Cristo. A
Bíblia mostra que a alegria é um fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Conforme
nos ensinam as Escrituras, essa alegria não está condicionada aos ambientes
externos da nossa vida, mas é consequência de uma vida cheia da presença do
Espírito Santo. A presença do Santo Espírito enche-nos de alegria.
- A Bíblia afirma que a alegria é fruto do Espírito Santo
(Gl 5.22). Quando vivemos a vida cristã normal, somos alegres e felizes, a
despeito das circunstâncias. A alegria é marca de uma vida santa, real,
verdadeira, cheia do Espírito Santo. As vicissitudes geram preocupação, mudam o
foco e estagnam as pessoas. Quando os
contratempos, as enfermidades, as privações, as necessidades e as perseguições
se arrastam por um interminável período, as pessoas se abatem, sofrem e, as
vezes, se entristecem. Já outros são acometidos por um sentimento de desistência,
quando perdem a perspectiva da própria vida. A alegria gerada pelo fruto do
Espírito é uma felicidade baseada nas promessas divinas imutáveis e nas
realidades espirituais. E no sentido do bem-estar experimentado por aquele que
sabe que tudo está bem entre elo mesmo e o Senhor (1 Pe 1.8). A alegria não é
resultado de circunstâncias favoráveis, e ocorre mesmo quando as circunstâncias
são as mais dolorosas e difíceis (Jo 16.20-22). A alegria é um dom de Deus, e
como tal, os cristãos não devem produzi-la, mas deleitar-se na bênção que já
possuem (Rm 14.17; Fp 4.4).
SINOPSE III
Os que obedecem a Cristo
vivem em santidade e justiça, regidos pelo Espírito Santo.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“O NOVO CONCERTO –
Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um novo Concerto, um
melhor Concerto, com o seu povo (Jr 31.31-34 notas cf. Hb 8.8-12) […] Jesus é
quem instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento (ambas as ideias estão
contidas na palavra grega diatheke), e seu ministério celestial é
incomparavelmente superior ao dos sacerdotes terrenos do AT. O Novo Concerto é
um acordo, promessa, última vontade e testamento, e uma declaração do propósito
divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam ao Senhor mediante a fé
obediente. […] Estabelecido o Novo Concerto em Cristo, o Antigo Concerto se
tornou obsoleto (8.13). Não obstante, o Novo Concerto não invalida a totalidade
das Escrituras do Antigo Testamento, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual
a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de
sacrifícios. O Antigo Testamento não está abolido; boa parte de sua revelação
aponta para Cristo […], e por ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para
ensinar, repreender, corrigir e instruir na retidão” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.1910-1911).
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a respeito da
obediência como relacionamento com Deus tanto na perspectiva do Antigo
Testamento quanto do Novo. Vimos que, a despeito do Novo Pacto ter superado o
Antigo, o princípio da obediência a Deus e à sua Palavra permanece o mesmo.
Dessa forma, há promessas de justiça, paz e alegria no Espírito Santo para quem
obedece aos mandamentos do Senhor Jesus. São promessas condicionadas à nossa
obediência a Cristo.
- Obedecer a Deus
implica colocar nossa fé em Deus. A obediência pode ser definida como "o
cumprimento devido ou submisso aos comandos daqueles que têm autoridade". Obediência
é abrir mão da nossa vontade pessoal para fazer a vontade do Pai em nossa vida.
A Bíblia tem muito a dizer sobre a obediência. De fato, a obediência é uma
parte essencial da fé cristã. O próprio Jesus foi “obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8) - Jesus nos chama
para uma vida de obediência como Ele mesmo foi obediente ao Pai. Para os
cristãos, tomar a nossa cruz e seguir a Cristo (Mt 16.24) significa obediência.
A Bíblia diz que devemos mostrar o nosso amor por Jesus obedecendo-o em tudo:
"Se me amais, guardareis os meus
mandamentos" (Jo 14.15). Podemos perguntar corretamente a um cristão
que não obedece aos mandamentos de Cristo: "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?"
(Lc 6.46). Hoje não somos chamados a
obedecer à lei de Moisés. Isso foi cumprido em Cristo (Mt 5.17). Devemos
obedecer à "lei de Cristo", que é uma lei de amor (Gl 6.2; Jo 13.34).
Jesus declarou o maior mandamento de todos: "Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás
o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu
entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a
este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.36-40). Se
amamos a Deus, vamos obedecê-lo. Não seremos perfeitos em nossa obediência, mas
nosso desejo é nos submeter ao Senhor e fazer boas obras. Quando amamos a Deus
e lhe obedecemos, naturalmente temos amor pelos outros. Quando obedecemos aos
mandamentos de Deus, nós nos tornamos luz e sal em um mundo escuro e insípido
(Mt 5.13-16).
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
_______________
Francisco Barbosa (@Pbassis)
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo
Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT,
1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do
Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil,
Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina
Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que foi o Concerto de Horebe?
Foi uma reafirmação das
promessas que Deus havia feito a Abraão e seus descendentes (Gn 12.1-3; 22.8).
2. Como se pode ver uma exposição
básica do Concerto nas Campinas de Moabe?
O Concerto de Moabe
mostra uma lista de promessas que seriam proferidas no Monte Gerizim: bênçãos
no campo, na cidade, na procriação, na vida doméstica, ao entrar e sair da
terra (Dt 28.1-14).
3. O que o capítulo de Hebreus 8
apresenta?
Hebreus 8 apresenta
aspectos do Antigo Concerto, mostrando o quanto eles apontam para o perfeito
ministério do Senhor Jesus.
4. Quem rege a vida dos salvos do Novo
Concerto?
O Espírito Santo.
5. De onde a alegria é proveniente?
A alegria proveniente de
uma relação com Cristo é a marca da vida de quem anda na justiça e tem a paz de
Cristo.