Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Porque, se de todo te calares neste tempo,
socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu
pai perecereis; e quem sabe para tal tempo como este chegaste a este reino?”
(Et 4.14)
Entenda o Texto Áureo:
- socorro e livramento. Mordecai exibiu uma fé salutar no poder da soberania de Deus em preservar o sou povo. Ele pode ter se lembrado da promessa do Senhor a Abraão (Gn 12.3; 17.1-8). tu... perecereis. Mordecai indicou que Ester não escaparia da sentença e que não seria poupada por causa da sua proeminência (cf. 4.13). conjuntura como esta. Mordecai indiretamente apelou ao tempo providencial de Deus.
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VERDADE PRÁTICA
A
perfeita vontade de Deus é nos guiar por caminhos que levem ao cumprimento de
seus eternos propósitos.
Entenda a Verdade Prática:
- Uma vida moral e espiritualmente imaculada, esta é a maneira santa de
viver que Deus aprova. Em outras palavras, Não siga as modas e costumes da
sociedade mundana que o cerca, mas deixe seu modo de pensar ser tão mudado pelo
Espírito Santo que você procure e reconheça a vontade de Deus, e ame fazer isso.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 1.1-9
1. E sucedeu, nos dias de Assuero (este é aquele
Assuero que reinou, desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete
províncias);
- Assuero governou de c. 486 a 465 a.C.; Ester cobre o
período de 483-473 a.C., do seu reinado. O nome Assuero representa a
transliteração hebraica do nome persa "Khshayarsha", enquanto
"Xerxes" representa o seu nome grego. Índia até à Etiópia. A Etiópia, e não a Asia Menor, é citada
aqui como representando o extremo ocidental do reino para evitar qualquer
lembrança da derrota anterior do rei para os gregos em c. 481-479 a.C. (c.f.
8.9). Essa descrição também evita qualquer confusão com o Assuero de Dn 9.1. cento e vinte e sete províncias. O
reino compreendia 20 regiões (3.12; 8.9; 9.3) que depois foram divididas em
províncias dirigidas por governadores (3.12).
2. naqueles dias, assentando-se o rei Assuero sobre o
trono do seu reino, que está na fortaleza de Susã,
- na cidadela
de Susã. Susã (a tradução hebraica do grego Susa),
a residência de inverno, ora uma das quatro capitais; as outras três eram:
Babilônia, Acmetá (Ed 6.2) e Persépolis. A cidadela refere-se ao complexo
fortificado do palácio construído acima da cidade para proteção.
3. no terceiro ano de seu reinado, fez um convite a
todos os seus príncipes e seus servos (o poder da Pérsia e Média e os maiores
senhores das províncias estavam perante ele),
- no terceiro
ano. C. 483 a.C. Isso provavelmente
incluía a fase de planejamento da futura campanha de Assuero contra a Grécia,
em que o rei sofreu uma humilhante derrota (c. 481-479 a.C.) Pérsia e Média.
Ciro. o persa, herdou a Média e, por isso o nome Media tornou-se tão importante
quanto o da Pérsia (50 a.C).
4. para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o
esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber, cento e oitenta
dias.
- as
riquezas etc. Heródoto (vii. 27) fala da árvore de plátano de ouro e da
videira de ouro dadas por Pítio, um rico de Celenas, a Dario. Ésquilo (Persas,
161) menciona as paredes adornadas com ouro. O texto pode se referir, entre
outras coisas, às barras de ouro que Dario tinha armazenado no tesouro
(Heródoto iii. 96). cnto e oitenta
dias. Isso pode significar uma série de entretenimentos para sucessivos
grupos de convidados. Os ‘príncipes’ dificilmente poderiam ser todos
dispensados de suas satrapias de uma vez. [Streane, 1907]
5. E, acabados aqueles dias, fez o rei um convite a
todo o povo que se achou na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por
sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
- Banquetes em uma escala tão extensa não eram
incomuns no Oriente. Diz-se que Ciro, em uma ocasião, banqueteou “todos os
persas”. Mesmo ordinariamente, os monarcas persas posteriores entreteriam
15.000 pessoas em sua mesa (compare com o comentário de Ester 1:3). [Barnes]
6. As tapeçarias eram de pano branco, verde e azul
celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e
colunas de mármore; os leitos eram de ouro e de prata, sobre um pavimento de
pórfiro, e de mármore, e de alabastro, e de pedras preciosas.
- As cortinas
eram de linho branco e azul celeste. A
palavra traduzida como ‘verde’ na ACF é melhor traduzida como algodão e é de
origem persa. Os cordões, que por meio de argolas de prata prendiam as cortinas
às colunas, forneciam um contraste de cores, ou seja, tecido fino, linho
branco, misturado com um púrpura avermelhado. colunas de mármore. Os restos das colunas encontradas em Susã
são de uma calcário azul escuro, que a palavra hebraica pode muito bem denotar.
os leitos eram de ouro e de prata
– ou seja, com cobertores trabalhados com ouro e prata, ou possivelmente com
uma estrutura desses materiais (como explica o Targum), como aqueles que
Heródoto (ix. 82) nos diz que Xerxes trouxe consigo em sua expedição contra a
Grécia. de pórfiro, mármore,
madrepérola e pedras preciosas. Um pavimento de mosaico de vários
materiais valiosos aparentemente é o que se quer dizer, mas o significado exato
dos termos usados é incerto. Talvez possamos entender que cada um seja o nome
de um material, não uma cor (ACF). Devemos observar, no entanto, que o segundo
destes é a mesma palavra usada na descrição das colunas, e que o último pode
significar mármore com manchas ou veios escuros. A Septuaginta acrescenta que
havia leitos de cristal cobertos com rosas. [Streane, 1907]
7. E dava-se de beber em vasos de ouro, e os vasos
eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo o estado do
rei.
- taças de
ouro. Muitas dessas foram capturadas pelos
gregos no acampamento persa perto de Plateia. as taças eram diferentes umas das outras. Isso parece ser
notado como uma circunstância incomum. Na representação do banquete de Sargão,
retratado nas paredes de seu palácio em Khorsabad, os cálices segurados pelos
banqueteadores têm formas uniformes (ver Rawlinson, Monarquias Antigas, 2ª ed.,
i. 580). generosidade.
Hebraico mão, ou seja, como era de se esperar no caso de um soberano tão
grande, de uma maneira digna de um rei. [Streane, 1907]
8. E o beber era, por lei, feito sem que ninguém
forçasse a outro; porque assim o tinha ordenado o rei expressamente a todos os
grandes da sua casa que fizessem conforme a vontade de cada um.
- de acordo
com a lei – melhor, de acordo com a direção
dada pelo rei para a ocasião. As palavras que seguem sugerem que,
ordinariamente, a bebedeira era imposta. A embriaguez era comum entre os
persas. [Streane, 1907] Veja a descrição de uma companhia bêbada colocada por
Xenofonte (Ciro, o Grande, i. 3. 12) na boca de Ciro, que descreve o espetáculo
apresentado por Astíages e seus amigos na ocasião do banquete de aniversário do
rei.
9. Também a rainha Vasti fez um banquete para as
mulheres da casa real do rei Assuero.
- a rainha
Vasti. A literatura grega registra o seu
nome como Amestris. Ela deu à Iuz (c. 483 a.C.) ao terceiro filho de Assuero,
Artaxerxes, que mais tarde sucederia ao seu pai Assuero no trono (Ed 7.1).
INTRODUÇÃO
Concluímos
o estudo de Rute. Nesta lição iniciamos o estudo do livro de Ester. Rute é
cheio de referências expressas ao nome de Deus. Ester, por sua vez, tem como
característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de
Deus. Nem por isso o agir divino deixa de estar patente no livro. Ester não
contém alusões diretas ao Deus da providência, mas nos apresenta uma história
cujo roteiro é, por inteiro, uma manifestação da providência de Deus.
- "Ester" tem sido usado como título sem variações através dos
tempos. Tanto esse livro como o de Rute são os únicos livros do Antigo Testamento
que receberam o nome em homenagem a mulheres. Como acontece com Cântico dos
Cânticos, Obadias e Naum, o Novo Testamento não cita Ester e nem faz qualquer
alusão a esse livro. Como escrever teologia sobre um livro que se quer menciona
o nome de Deus? Pode parecer difícil mas basta lê-lo com atenção para perceber,
nas entrelinhas, Sua atuação bem evidente. O único livro do Antigo Testamento
onde isto acontece é Cantares de Salomão, mas ali, em hebraico o nome de YAHWEH
foi discernido (8:6). Ester surge como o 17? livro na cronologia literária do Antigo
Testamento e encerra a sua parte histórica. Além de Ester, apenas Esdras 7-10,
Neemias e Malaquias relatam a história posterior do AT. O relato de Ester termina
em 473 a.C., antes de Assuero morrer assassinado (c. 465 a.C.). Ester 10.2 fala
como se o reinado de Assuero estivesse concluído, portanto a data mais antiga
de sua redação seria depois do seu reinado, em meados do século 5? a.C. A data razoável
mais recente seria antes de 331 a.C., quando a Grécia conquistou a Pérsia.
I. A ORGANIZAÇÃO DO LIVRO
1. A categorização de
Ester.
Da mesma forma que Rute, Ester pertence aos Escritos, os onze livros que
compõem a terceira seção da Bíblia Hebraica. E nesta seção – também ao lado de
Rute, integra os Megillot, os cinco livros curtos lidos anualmente nas festas
judaicas. As categorizações de Rute e Ester também são semelhantes na Bíblia
Cristã, na qual figuram entre os livros históricos. Por sua reconhecida canonicidade,
Ester compõe o conjunto da revelação divina escrita, completa e perfeita (2 Tm
3.16,17).
- Acrescento aqui a informação de que há duas versões do livro de Ester:
uma hebraica e outra, mais recente, grega. A versão hebraica foi editada pelo
final do período persa (em torno de 350 a.C.), e não menciona Deus nem traz
lições piedosas. A versão grega ampliou com seis longos acréscimos a hebraica e
foi inserida no final do segundo 2º século a.C. As Bíblias Católicas trazem as
duas versões unidas, diferenciando a parte grega com caracteres itálicos e os
versículos acompanhados com uma letra. A intenção dos autores gregos é
introduzir no texto comentários religiosos e devocionais, a partir das
convicções religiosas.
2. Características
literárias. O
Livro de Ester tem 10 capítulos. Dentre suas características literárias
destaca-se sua objetiva historicidade, vista na expressa referência ao rei
persa Assuero (Et 1.1) e em vários outros detalhes factuais, além de seu
caráter de fonte primária para a Festa de Purim, anualmente celebrada pelos
judeus (Et 9.20-32). O estilo narrativo é menos dialógico que o de Rute. O
texto é mais do narrador que dos personagens.
- O propósito principal do livro de Ester é explicar a origem da Festa de
Purim e estabelecê-la como um memorial oficial do grande livramento que Deus
concedeu ao povo judeu durante o período em que tiveram sob o domínio persa.
Saiba mais sobre as festas judaicas. O livro de Ester é um livro que possui uma
riqueza literária muito grande. Seu autor dominava muito bem as técnicas para
construção de uma narrativa envolvente, repleta de detalhes, tensão, contrastes
e reviravoltas surpreendentes. Um exemplo do nível de organização apresentado
no texto é o contraste que autor estabelece de forma perfeita entre os planos
de Hamã e o que de fato lhe aconteceu (Et 6-7). O nível de sutileza nos
detalhes empregados pelo autor pode ser notado no episódio em que Hamã suplica
pela misericórdia de Ester e acaba sendo acusado de tentativa de estupro (Et 7.7-9).
Mas toda essa forma impecável de escrita é utilizada pelo autor para apontar
para a provisão de Deus na história da salvação do seu povo. O autor do livro
de Ester conduziu muito bem uma narrativa de suspense que certamente prende a
atenção do leitor. Também é possível identificar algumas semelhanças entre a
história contatada no livro de Ester e a história de José registrada no livro
de Gênesis (Et 2.2-4; 3.10; 8.6; Gn 41.34-42; 44.34).
3. Autoria e data. O autor de
Ester é desconhecido. Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por
um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo
conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos
do Império Persa. Considerando essa possível autoria e algumas evidências
internas, acredita-se que o livro seja datado ainda do século V a.C. (por volta
de 460 a.C.), logo após a morte de Assuero, ocorrida em 465 a.C. Outro fator
levado em conta para essa datação é de ordem linguística: o autor empregou
algumas palavras persas em meio ao hebraico, mas não fez uso algum de
expressões originárias do grego, o que revela um estilo anterior à ascensão da
Grécia sobre a Pérsia, que se deu com Alexandre, o grande, em 330 a.C.
- O autor do livro de Ester é desconhecido. Alguns já sugeriram que tenha
sido Mardoqueu, porém detalhes textuais tornam essa possibilidade bastante
improvável. O que se sabe ao certo é que o autor do livro de Ester foi um judeu
que possuía um grande conhecimento dos costumes persas, da geografia do império
e da corte. É bem provável que ele tenha vivido em Susã. Possivelmente ele
também teve acesso aos escritos de Mardoqueu, às crônicas do governo persa e
aos decretos reais. Devido a algumas semelhanças no estilo hebraico, Esdras e
Neemias também já foram apontados como possíveis autores. A data mais provável
em que o livro de Ester foi escrito fica entre segunda metade do século 5 a.C e
o início do século 4 a.C. Alguns tentam propor uma data mais recente, por volta
do século 1 a.C. Entretanto, as evidencias praticamente descredenciam essa
sugestão. Já falamos que o autor do livro de Ester conhecia muito bem as
dependências do palácio de Susã, e este palácio foi queimado em no máximo 30
anos após a morte do rei Assuero (465 a.C.). Também o autor demonstra uma
postura favorável com relação ao rei persa. Por último, a ausência da
influência da linguística grega no texto, praticamente anula qualquer
possibilidade do livro ter sido escrito após 331 a.C., quando Alexandre o
Grande tomou o Império Persa. Considerando tudo isto, uma data entre 465 a.C. e
o final do reinado de Artaxerxes I em 424 a.C. parece ser a melhor
possibilidade.
SINÓPSE I
O Livro de Ester tem 10 capítulos e está
classificado na categoria de livros históricos da Bíblia Cristã.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“NOME E PANORAMA GERAL
O livro de Ester leva o nome de sua
personagem principal, uma judia chamada Hadassa (‘murta’), mas que foi
renomeada Ester (‘uma estrela’). Um nome provavelmente escolhido como um reconhecimento
de sua beleza, após tornar-se rainha. A história pertence cronologicamente ao
período entre o retorno de Zorobabel e Esdras, ou seja, entre o sexto e o
sétimo capítulo de Esdras. Os estudiosos chegaram à conclusão de que o rei
Assuero a que se refere, é identificado como Xerxes. Assuero ou Akhashverosh
equivale no hebraico ao persa Khshayarsha, e é denominado Xerxes em grego.
O escritor foi meticuloso ao datar seus
acontecimentos. O banquete de casamento em que Ester tomou posse como rainha, ocorreu
no sétimo ano do reinado de Assuero (479 a.C.), quatro anos depois da
celebração que resultou no divórcio de Vasti. “Acreditava-se que entre estes
acontecimentos, Assuero (Xerxes) tenha feito sua mal sucedida expedição à
Grécia. Assim, ele retornou da sua derrota vergonhosa em Salamina (480 a.C.) e
encontrou consolo nos braços de Ester”. Os acontecimentos indicados no livro
variam do terceiro ao décimo segundo ano do reinado de Xerxes, ou de 483 a 474
a.C.” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. II. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 543).
II. O CONTEXTO HISTÓRICO
1. O povo
hebreu no exílio. Para uma melhor compreensão do contexto histórico do
Livro de Ester é importante mencionar o final do período da monarquia do povo
hebreu. Em 722 a.C. houve a queda do Reino do Norte sob os assírios (2 Rs
17.6). Pouco mais de 100 anos depois, Judá, o Reino do Sul, foi levado para o
Cativeiro Babilônico em três levas: 605, 597 e 586 a.C. Conforme Jeremias havia
profetizado, o exílio na Babilônia duraria 70 anos (Jr 25.11; 29.10-14). Foi um
período em que Deus tratou com Judá, principalmente para extirpar a idolatria
que havia contaminado a nação (Ez 36.16-25). Deus abomina todo o pensamento,
sentimento e comportamento idolátricos (Rm 1.18-25). Por isso, nada em nossa
vida pode ocupar o lugar que pertence a Ele (1 Jo 2.15-17). “A soberania de
Deus não encontra limites. Ele age em qualquer época ou lugar para cumprir seus
propósitos.”
- O livro de Ester se concentra no período de reinado do rei Assuero,
conhecido na história como Xerxes I (486-465 a.C.). O livro relata alguns
momentos da vida do povo judeu exilado sob o domínio do Império Persa. Os
personagens principais do livro são: Ester, Vasti, Assuero, Mardoqueu e Hamã. O
Império Persa dominava 127 províncias, desde a Índia até a Etiópia (Et 1.1,3;
10.1). Estima-se que naquela época o império possuía aproximadamente 100
milhões de habitantes. Destes, pelo menos 3 milhões eram judeus. A história
narrada no livro se passa em Susã, uma das três capitais persas. Essa cidade
também servia como a residência real de inverno. Várias evidências
arqueológicas e documentos históricos estão de acordo com os detalhes descritos
no livro. Existem indícios de que havia uma lei que limitava o governante persa
a ter uma única esposa, porém o livro de Ester afirma que havia um harém no
palácio de Assuero. Depois, achados arqueológicos confirmaram que de fato Dario
e Xerxes tinham haréns. Arqueólogos franceses descobriram nas ruínas de Susã os
mesmos detalhes que são descritos pelo autor acerca do palácio (Et 1.2-6; 2.11,14;
3.15; 5.1; 6.4; 7.7,8). Alguns questionam o motivo de Heródoto, historiador
grego, não mencionar Vasti e Ester como esposas de Xerxes, enquanto destaca
Amestris como sua mulher. Todavia, é conhecido que Heródoto por vezes omitiu em
seus escritos personagens importantes. Por outro lado, Heródoto registra que Xerxes
convocou uma importante reunião em seu terceiro ano de reinado para discutir
uma campanha contra os gregos. Isto está de acordo com o que é relatado no
livro de Ester, onde uma assembleia de príncipes é descrita naquele mesmo ano
(Et 1.3).
2. O fim do exílio. Ao mesmo
tempo em que julgava Judá por sua idolatria, o Deus Eterno, Juiz de toda a
terra, exercia seu justo juízo sobre a Babilônia, por sua iniquidade (Jr
25.12). Antes, já havia julgado a Assíria, como profetizado por Naum: Deus não
tem o culpado por inocente (Na 1.2,3). Em 539 a.C. Ciro venceu os babilônios e
anexou seu território ao Império Persa. Logo no primeiro ano de reinado,
“despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia” e o fez decretar o
retorno do povo judeu para Jerusalém (Ed 1.1-3). Daniel havia se humilhado
diante de Deus, jejuando e orando fervorosamente para a restauração de
Jerusalém, confessando os pecados da nação de Israel (Dn 9.1-19). O ensino
bíblico a respeito de nosso relacionamento com as estruturas de poder terreno é
sempre confiar na soberania divina, buscando, com humildade, a intervenção de
Deus em nosso favor (2 Cr 7.14). Agindo assim, poderemos ter “uma vida quieta e
sossegada, em toda a piedade e honestidade”, e contribuir para o cumprimento do
maior propósito de Deus, que é a salvação de todos os homens, inclusive dos que
não governam segundo os valores divinos (1 Tm 2.1-4).
- O reino do norte (Israel) terminou em 722 com a tomada da Samaria pelos
assírios e em 587, quando Jerusalém foi saqueada e o templo destruído pelos
babilônios, grande parte da população foi deportada para a Babilônia,
terminando, praticamente, também o reino do sul (Judá). Com isso, chega ao fim
a monarquia em Israel. Na história do povo de Israel, existem várias ocasiões
em que os hebreus estiveram longe de sua terra. Se considerarmos o período que
ficaram no Egito como um tipo de cativeiro, já que não tinham permissão para
partirem, então desde antes de se estabelecerem na Palestina os israelitas já
experimentaram essa realidade. Assim, podemos entender que a Bíblia menciona
três grandes cativeiros que o povo de Israel precisou enfrentar: o cativeiro no
Egito (apesar de haver algumas distinções com os demais), o cativeiro na
Assíria e o cativeiro na Babilônia. Desde muito antes das grandes quedas frente
à Assíria e a Babilônia, alguns hebreus já eram levados cativos em algumas
situações. Um exemplo disto é a própria invasão do Faraó Sisaque a Palestina em
aproximadamente 930 a.C. (1Rs 14:25-28). Existe certa discussão entre os
estudiosos sobre essa questão. Jeremias profetizou claramente que o exílio
babilônico duraria 70 anos (Jr 25:11,12; 29:10-14). Se considerarmos a data da
queda de Jerusalém até a permissão de retorno dada por Ciro, então teremos
aproximadamente 50 anos. Porém, se for considerada a data da primeira invasão
do rei Nabucodonosor contra Judá em 605 a.C., a qual Daniel foi levado cativo,
até o decreto de Ciro, então o período estimado é muito próximo à 70 anos. Essa
foi a interpretação do escritor de Crônicas e do profeta Zacarias (2Cr 36.20-23;
Zc 1.12). Para quem argumenta que as datas não se encaixam com exatidão, é
necessário entender que o número 70 possui um peso simbólico muito grande, ou
seja, não se deve interpretá-lo apenas como uma simples cronologia. Esse princípio
pode ser notado na profecia das 70 semanas de Daniel (Dn 9), onde essa profecia
inicial de 70 anos foi estendida sete vezes devido à falta de penitência do
povo no exílio
3. O pós-exílio. Ester
registra fatos ocorridos na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e
o segundo retorno dos judeus para Jerusalém. Estima-se que mais de 1 milhão de
judeus viviam na região da Babilônia. Mesmo com o decreto de Ciro, que permitia
a volta para Jerusalém, a maioria absoluta dos judeus decidiu pelo que lhes
parecia mais cômodo: permanecer nas cidades que ocupavam na Babilônia. Somente
cerca de 50 mil voltaram para Jerusalém no primeiro grupo, liderados por
Zorobabel (Ed 1.5; 2.64,65), no segundo ano do reinado de Ciro (538 a.C.). Esse
período da história é narrado do capítulo 1 ao capítulo 6 do livro de Esdras.
Entre o capítulo 6 e o capítulo 7 há um intervalo de aproximadamente 60 anos. É
na segunda metade desse período que se passam os fatos do livro de Ester
(483-473 a.C.).
- Como Deus das nações, em última instância, foi ele quem fez o seu povo ser
dominado e ir para o cativeiro; foi ele quem fez o povo voltar. Nesse tempo, as
duas autoridades centrais para o povo eram o governador da cidade e o sumo
sacerdote. No entanto, a força motivadora, a palavra final, tanto para o povo
quanto para o governador foi dada pelos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias.
Antes, porém, demos uma olhada na concepção que a Bíblia mostra sobre Deus. A
volta do cativeiro babilônico foi tão predita quanto o cativeiro propriamente
dito e esse retorno era geralmente relacionado com a queda da Babilônia (cf. Is
13; 14; Jr 25.12; 50; 51; etc.; Dn 9.1, 2). Observaremos que Jeremias profetizou
que a duração do cativeiro seria setenta anos. A volta dos judeus cativos para
a terra natal foi um fato único; não existiu nada semelhante na história. Essa
volta divide-se em três fases distintas. Em algum momento entre a primeira e a segunda
volta do cativeiro, ocorreram os incidentes narrados no livro de Ester.
Assuero, o Xerxes da história greco-persa, ficou descontente com a rainha Vasti
e divorciou-se dela. Casou-se então com Ester, uma bela judia, desconhecendo a
nacionalidade da donzela. Hamã, um membro da corte persa, envaidecido com um
novo cargo, indignou-se com a atitude do judeu Mordecai, por haver este se
recusado a prostrar-se diante dele e planejou o extermínio dos judeus em todo o
império. Assuero, sem perceber, consentiu no decreto. Ester, arriscando a
própria vida, aventurou-se heroicamente a comparecer à presença do rei sem ser
convidada, com o propósito de interceder pelo povo. Sua petição foi atendida e
Hamã foi executado na forca que preparara para Mordecai. Cerca de oitenta anos
após a volta chefiada por Zorobabel, Esdras, um sacerdote judeu, conduziu uma pequena
companhia composta por cerca de sete mil judeus de volta à Jerusalém. Os
trabalhadores da época de Zorobabel já deviam ter falecido. Esdras ficou
angustiado ao descobrir que os judeus estavam se casando com samaritanos e rejeitando
a lei de Moisés. Ele corrigiu as contrariedades e fez uma revisão dos escritos
do Antigo Testamento. Foi provavelmente nessa época que os serviços nas
sinagogas foram instituídos visando uma melhor instrução nas Escrituras. A
história de Ester mostra que a maior parte dos judeus não regressaram, mas, um grande
número, permaneceu espalhado por todo o império. Entre esses judeus da
dispersão estava Neemias. Ele ocupava o honroso posto de copeiro do rei
Artaxerxes Longimanus. Por intermédio de uma companhia de judeus recentemente chegada
de Susã, Neemias foi informado a respeito do estado desolador e indefeso de Jerusalém.
Pediu permissão ao rei para ir a Jerusalém e edificar seus muros. Comissionado pelo
rei como governador da província, ele partiu para a Judéia. Diante das ameaças
e incessantes aborrecimentos dos samaritanos, ele deu início às obras com
tamanha valentia e vigor que, em cinquenta e dois dias, os muros estavam
levantados, embora cada operário tivesse de trabalhar com uma só mão, segurando
na outra uma arma. Durante vinte anos, Neemias permaneceu como governador dos
judeus, mantendo generosamente sua casa oficial às próprias custas, a fim de aliviar
os encargos do povo empobrecido. Depois disso, voltou à Pérsia, mas fez uma
visita posterior a Jerusalém, corrigindo casamentos mistos, violações do sábado
e outras contrariedades que os haviam contaminado. O Último Profeta e o
Encerramento do Antigo Testamento. — Na época de Neemias, ou logo depois, o
último pronunciamento profético foi feito por Malaquias. Ele reprovou os sacerdotes
por violarem a aliança matrimonial e o povo, pelo formalismo na religião,
encerrando devidamente o cânone do Antigo Testamento com uma profecia de
“Elias, o profeta”, precursor do Messias, o João Batista do Novo Testamento.
SINÓPSE II
Os fatos registrados no Livro de Ester se
passam na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno
dos judeus para Jerusalém.
III. PROPÓSITO E MENSAGEM
1. A
providência divina. O principal propósito do livro de Ester é registrar o
cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito de suas escolhas fora
de seu propósito. Ao decidirem permanecer na Babilônia, sob os domínios do
Império Persa, os judeus olharam para a estabilidade que imaginavam ter
conquistado, não apenas no aspecto econômico, mas também cultural, social e
religioso. Os persas tinham fama de benevolência com os povos que dominavam,
principalmente quanto à liberdade religiosa. O retorno a Jerusalém exigia renúncia
e disposição para uma viagem penosa e para a dura reconstrução de uma cidade
totalmente destruída. Para muitos, pareceu melhor ficar na Babilônia: “Há
caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”
(Pv 14.12).
- Este evento não é apenas um conto de fadas antigo; é um exemplo claro
da providência divina. A ascensão de Ester ao trono não foi um mero acaso. A
narrativa bíblica nos mostra que Deus estava orquestrando cada detalhe para
proteger Seu povo, os judeus, de uma ameaça iminente. Este ato de providência
divina é um tema central no livro de Ester, lembrando-nos que Deus atua nos
bastidores de nossas vidas para cumprir Seus propósitos. Em todo o livro de
Ester o nome de YAHWEH não é citado. Não há menção de Deus nele, mas o tempo
todo a presença do Deus de toda a providência e seus planos eternos estão em
evidência. A providência divina vista nos pequenos detalhes revela um Deus que
controla a história. Deus está ali de maneira muito direta, e assim também em
nossas vidas. Precisamos crer que Deus tem planos eternos para cada um de nós,
e não nos desamparou, nem desamparará. Ele prometeu e cumprirá seus propósitos
de levar a bom termo tudo o que planejou. Ester foi levantada rainha para
aquele propósito, o de salvar o povo de Deus. Ela não estava ali para “ser
feliz”, ou ser um exemplo que os mais simples podem também vencer na vida. Não.
Deus tinha um plano especial para aquela moça judia, pobre e órfã, como tem um
propósito singular para a sua vida.
2. Uma falsa estabilidade.
Ester
nos transmite como mensagem o perigo de confiar nas falsas estabilidades que as
estruturas do mundo nos oferecem, e costumam parecer mais vantajosas. Estava
tudo indo muito bem em Susã, até surgir a ordem de extermínio total dos judeus
(Et 3.7-13). A falsa segurança foi embora. O povo de Judá dependia novamente da
intervenção divina para sua sobrevivência. Ester nos mostra Deus agindo mais
uma vez, movendo as estruturas humanas; agora, no grande e poderoso Império
Persa. Seja qual for a circunstância, é melhor confiar no Senhor do que no
homem (Sl 118.8,9).
- A obra das mãos de Deus é claramente vista em dois temas principais do
livro de Ester. O primeiro é o tema do Grande Conflito. Os personagens e os
resultados da história representam o conflito cósmico universal. E é difícil
não ver o outro tema principal de Ester: as reviravoltas. O livro de Ester é
cheio de reviravoltas na sorte de indivíduos e de grupos de pessoas. Mais do
que coincidências, essas reviravoltas são a prova do trabalho silencioso de
Deus. Em Ester 1 somos apresentados ao rei do Império Persa, Assuero (esta é a
forma grega do nome Xerxes). A primeira cena imediatamente nos mostra o seu
caráter. O rei realiza uma festa de seis meses de duração, para exaltar as
glórias do seu reino. Então o rei concede a todos os moradores, grandes e
pequenos, de sua capital, Susã, uma festa especial de uma semana de duração. Feitos
bastante extravagantes, não é mesmo? Enquanto os homens do reino comiam e
bebiam em excesso, a rainha Vasti realizava uma festa para as mulheres. No
último dia da festa, o rei convocou Vasti. O rei havia guardado o melhor para o
final e orgulhosamente planejava exibir diante de todos o seu precioso troféu:
a sua bela esposa. Vasti não gostou nada disso e se recusou a realizar o desejo
de seu marido bêbado. É fácil imaginar a cena quando o rei Assuero recebeu a
notícia da recusa. Enfurecido, ele se volta para os seus conselheiros e pede a
sua opinião. Os homens, agitados, disseram que as ações de Vasti deviam receber
uma punição exemplar, para o bem do reino e dos casamentos por toda a Pérsia.
Vasti foi destituída da posição de rainha e foi exigido, por decreto real,
respeito para com os maridos em todo o império. Felizmente, nós servimos a um
rei que não é orgulhoso, destemperado, fraco ou exigente como Assuero. O Deus
do Universo nos ama o suficiente, para permitir-nos o livre-arbítrio. Ele nunca
exigiu que O honrássemos. No entanto, nosso Deus é o único digno de toda honra!
3. A Festa de Purim. O livro de
Ester tem como propósito, também, registrar a instituição da Festa de Purim,
ordenada por Mardoqueu depois do grande livramento que os judeus receberam (Et
9.20-28). Purim é o plural da palavra pur (“lançar sorte”). Conforme Ester 3.7,
Hamã lançou sorte para fixar o dia da morte dos judeus. A festa comemora a
frustração desse nefasto plano diante da providencial ação divina para a
libertação de seu povo. A soberania de Deus não encontra limites. Ele age em
qualquer época ou lugar para cumprir seus propósitos.
- “Ordenando-lhes que comemorassem
o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos” (Et
9.21). Uma vez que a própria continuidade do povo escolhido estivera em jogo, o
seu milagroso resgate não podia deixar de ser comemorado. Mordecai escreveu e enviou
cartas falando sobre os acontecimentos que concerniam a todo o povo judeu,
incorporando os aspectos importantes em escritos que apresentavam as diretrizes
para o futuro. O sistema postal real tornava as comunicações relativamente
fáceis e abrangentes, alcançando todos os judeus- os de per to e os de longas
distâncias de até 3.000 quilômetros. Assim, a carta de Mordecai estabeleceu a
festa de Purim, que não fora estabelecida pela lei mosaica, mas ordenada por
Mordecai (Et 9.20-28). Na Festa de Purim, os judeus, tanto de longe quanto de
perto, deve riam reunir-se para festejar, regozijar-se, dar presentes uns aos
outros e fazer doações aos pobres. Essa celebração deveria se repetir para
sempre, como as leis dos persas e dos medos, que não podiam ser revogadas. Do
que as pessoas deveriam se lembrar era da trama de Hamã e da intervenção do rei
para livrá-las (Et 9.23-28). Em nenhuma parte dessas instruções encontramos
qualquer menção clara do povo de Deus se reunindo para louvar a Deus pelo seu
livramento e lembrar aos seus filhos dessa demonstração da fidelidade de Deus,
algo que era central numa festa como a Páscoa. Parece que é como se para eles
fosse possível obedecer o edito de Mordecai e Ester sem pensar em Deus pelo
menos uma vez durante todo o dia. […] a essência do Purim, conforme está
registrado na Bíblia estava precisamente correta. Tratava-se de um memorial do
tempo em que os judeus tiveram descanso de todos os seus inimigos, quando a
tristeza deles foi transformada em alegria e o la mento deles em celebração.
[…] Como seria possível alguém se lembrar da transformação das trevas em luz e
da obtenção de descanso dos inimigos sem pensar em Deus? Como alguém poderia
celebrar o Purim sem ver o que Deus havia feito? Os desvalidos que são erguidos
do pó e os necessita dos que são tirados do monturo para se assentar junto aos
principes não deveriam precisar ser incitados a louvar o Senhor (SI 113.5-9). A
Festa de Purim, quando corretamente compreendida, é mais do que apenas um
lembrete para o povo de Deus da habilidade passada Dele para intervir
decisivamente, mesmo permanecendo escondido de todos, menos dos olhos da fé.
SINOPSE III
O propósito do livro é registrar a providência de Deus com seu povo; sua
mensagem é a respeito do perigo de se confiar nas falsas estabilidades.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“A INSTITUIÇÃO DA FESTA DE PURIM
Um dia de banquetes e alegria inaugurou a celebração de Purim (9.17,26).
‘Dia de banquetes e de alegria’ é uma hendíadis, uma figura de linguagem que
expressa uma ideia por meio de duas palavras independentes — cada uma delas
amplificando a outra de modo que no final a ideia é maior que as duas palavras
isoladas —, em vez de uma palavra com um modificador (cp. 9.17-19,24,28). O
livro tem muitos aspectos poéticos, incluindo aliteração, paralelismo,
hipérbole, ironia e também construções quiasmáticas. O nome da festa (Purim ou
Festa das Sortes), uma das duas festas não estabelecidas no Pentateuco (cp. Êx
34.18-27; Lv 23.1-44; 25.1-17), mas consideradas pelos judeus tão obrigatórias
quanto as celebrações, salienta a importância do lançar sortes como um indício do
cuidado providencial do povo de Deus e do controle de seus inimigos (Et
9.24-26). Foram designados dois dias para as celebrações: os judeus em Susã
tiveram dois dias para matar seus inimigos (v. 18) e descansaram no dia 15 de
adar (final de fevereiro ou início de março) e, por conseguinte, a celebração
deles foi designada para esse dia. Os judeus nas províncias remotas tiveram
apenas o dia 13 de adar para responder a seus inimigos, e eles celebraram no
dia 14 de adar (9.19). O dia 13 de adar também é celebrado por alguns judeus
como a Festa de Ester, por causa da menção de comemorar as práticas do jejum e
do seu clamor (v. 31)” (Patterson, D. K, KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da
Mulher – Antigo Testamento. Vol. I. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp. 897-98).
CONCLUSÃO
O
Livro de Ester nos lembra de que vivemos neste mundo, mas não devemos confiar
em suas estruturas. Todos os reinos deste mundo passarão (Dn 2.37-45). Por
isso, a Palavra de Deus diz que “a nossa cidade está nos céus, donde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
- O relato de Ester 1.1-17 destaca a importância da fé e da confiança na
providência divina. A jornada de Ester de uma jovem humilde a rainha da Pérsia
é um testemunho poderoso de como Deus pode usar circunstâncias inesperadas para
realizar Seus planos. Que possamos aprender a confiar na providência divina em
nossas próprias vidas, sabendo que, mesmo quando não vemos, Deus está
trabalhando para o nosso bem. Podemos ver a atuação providencial e maravilhosa
de Deus em todas as páginas do livro de Ester. Sendo assim, é justo celebrar
com entusiasmo os livramentos proporcionados por Deus, por meio de Sua providência
constante.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual a característica mais destacada do Livro de
Ester?
Ester, por sua vez, tem como
característica singular, e sempre destacada, a completa ausência do nome de
Deus.
2.
Quais as evidências da historicidade do Livro de Ester?
Muitos estudiosos consideram que o livro
foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar
amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes
documentos do Império Persa.
3.
Qual o contexto histórico de Ester em relação ao período pós-exílico?
Ester registra fatos ocorridos na capital
do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para
Jerusalém.
4.
Qual o principal propósito do livro de Ester?
O principal propósito do livro de Ester é
registrar o cuidado providencial de Deus com o seu povo, a despeito de suas
escolhas fora de seu propósito.
5.
Que mensagem principal podemos extrair de Ester?
Ester nos transmite como mensagem o perigo
de confiar nas falsas estabilidades que as estruturas do mundo nos oferecem, e
costumam parecer mais vantajosas.