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13 de agosto de 2024

EBD ADULTOS| Lição 7: A Deposição da Rainha Vasti e a Ascensão de Ester |3° Trim/2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

“Antes, dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tg 4.6)

Entenda o Texto Áureo:

- maior graça. O único raio de esperança nas trevas espirituais do ser humano é a graça soberana de Deus, a única que pode resgatar o homem de sua propensão à luxúria pelas coisas malignas. O fato de que Deus concede "maior graça" mostra que sua graça é maior do que o poder do pecado, da carne, do mundo e de Satanás (cf. Rm 5.20). A citação do AT (de Pv 3.34; cf. 1Pe 5.5) revela quem obtém a graça de Deus — os humildes, e não os inimigos soberbos de Deus. A palavra "humildes" não define uma classe especial de cristãos, mas engloba todos os cristãos (cf. Is 57.15; 66.2; Mt 18.3-4).

 

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VERDADE PRÁTICA

Devemos nos conservar humildes, confiando na justiça de Deus, pois Ele governa a todos, abatendo ou exaltando.

Entenda a Verdade Prática:

- Devemos andar humildemente, em outras palavras, devemos andar em submissão à vontade de Deus, abraçando nossa total dependência dele a cada passo do caminho. Primeiro, porque a humildade é o necessário para reconhecer que não obedecemos perfeitamente ao chamado de amar a bondade e fazer justiça — e, portanto, precisamos do perdão do Senhor, e não apenas de seus mandamentos. E, segundo, porque, mesmo quando obedecemos a ele da maneira como Miqueias 6.8 [Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?] nos chama, a fecundidade de nossas obras não depende de nós.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ester 1.10-12,16,17,19; 2.12-17

Ester 1

10. E, ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e a Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,

- Os nomes dos sete camareiros, ou melhor, eunucos, que foram enviados para buscar Vasti, variam muito em sua forma na Septuaginta e em outras versões. Sua origem é, assim como sua nacionalidade, bastante incerta, uma vez que o mercado persa era amplamente abastecido com homens de outros povos para esse fim. [Streane, 1907].

11. que introduzissem na presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista.

- com a coroa real. Uma espécie de turbante pontiagudo, talvez ornamentado com jóias. para mostrar…sua beleza. Histórias semelhantes são contadas de outros reis do Oriente, mas nenhuma envolvendo uma exposição tão pública. [Streane, 1907]

12. Porém a rainha Vasti recusou vir conforme a palavra do rei, pela mão dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e ardeu nele a sua ira.

- a rainha Vasti recusou. O seu motivo não foi registrado, embora algumas sugestões incluam: 1) sua presença em meio a homens embriagados teria envolvido comportamento lascivo, ou 2) ela ainda eslava grávida de Artaxerxes.

16. Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente pecou contra o rei a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.

- Então Memucã disse. Pelos termos de sua resposta, é evidente que não havia uma lei existente na Pérsia que pudesse resolver o caso. Portanto, se algo fosse feito a respeito, uma nova lei deveria ser promulgada. Em favor da aprovação de tal lei, Memucã apresenta duas considerações; (a) que a perversidade de Vasti constituía uma ofensa contra todo o domínio do rei, e (b) que era inoportuno que tal ofensa ficasse impune, uma vez que a consequência natural seria que essa insubordinação doméstica seria amplamente imitada. Memucã assim mostra o lado mais negativo de um cortesão oriental pela servilidade com a qual ele ignora o fato de que foi o comportamento ultrajante do rei que causou a dificuldade, bem como pela tentativa um tanto maquiavélica de encobrir o ciúme que ele e seus companheiros sentiam da influência da rainha sob o pretexto de preocupação com o bem-estar social em todo o Império. [Streane, 1907]

17. Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos, quando se disser: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não veio.

- quando lhes for dito – ou melhor, elas…dirão (NVI). A Vulgata, consequentemente, tem “ut contemnant et dicant”. [Streane, 1907]

19. Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se nas leis dos persas e dos medos, e não se revogue que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e o rei dê o reino dela à sua companheira que seja melhor do que ela.

- e não se revogue. A natureza da irrevogabilidade da lei persa (Dn 6.8,12,15) teve um papel importante no modo como o resto do livro de Ester foi concluído (cf. 8.8).

 

Ester 2

12. E, chegando já a vez de cada moça, para vir ao rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo a lei das mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias das suas purificações, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com as coisas para a purificação das mulheres),

- E quando chegava a vez de cada uma das moças para vir ao rei Assuero. Um ano inteiro foi gasto na preparação para a honra pretendida. Considerando que isso ocorreu em um palácio, o longo período prescrito, juntamente com a abundância de cosméticos caros e perfumados empregados, provavelmente era exigido pela etiqueta do Estado. [Jamieson]

13. desta maneira, pois, entrava a moça ao rei; tudo quanto ela desejava se lhe dava, para ir da casa das mulheres à casa do rei;

- Então assim a moça vinha ao rei. O gineceu, o aposento das mulheres, era, pelo menos no palácio de Susa, um edifício distinto do edifício geral, separado da “casa do rei” por um pátio. Ele próprio era composto por pelo menos três conjuntos de aposentos, a saber: aposentos para as virgens, que ainda não haviam ido ao rei; aposentos para as concubinas; e aposentos para a rainha-consorte e as outras esposas. Essas diferentes partes estavam sob a supervisão de diferentes pessoas. Dois eunucos de distinção eram responsáveis, respectivamente, pela “primeira” e pela “segunda casa das mulheres”. A rainha-consorte era, pelo menos nominalmente, a autoridade máxima na terceira, sua autoridade estendendo-se sobre todos os seus habitantes, homens e mulheres (Rawlinson, ‘Ancient Monarchies’, 4:, p. 174). [JFU]

14. à tarde, entrava e, pela manhã, tornava à segunda casa das mulheres, debaixo da mão de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; não tornava mais ao rei, salvo se o rei a desejasse e fosse chamada por nome.

- Ela vinha à tarde – uma cláusula circunstancial, definindo mais precisamente a maneira de apresentação, e também preparando o caminho para a ação futura do livro. As jovens não eram meramente mostradas ao rei quando chegava sua vez, como esperaríamos; mas, em cada caso, a união matrimonial era consumada, como se vê no versículo 14b, onde elas retornam à casa das concubinas. à segunda casa. O lugar das concubinas. e pela manhã voltava à segunda casa das mulheres, ao cuidado de Saasgaz eunuco do rei, vigilante das concubinas. Tendo recebido a honra de ser admitida ao leito do rei, nenhuma jovem poderia voltar à companhia das candidatas sob a responsabilidade de Hegai; mas agora ia para outra seção do harém, sob a custódia de um eunuco diferente; onde, como concubina do rei, era presumivelmente mantida sob vigilância mais rigorosa. ela não voltava mais ao rei, a não ser se o rei a desejasse, e fosse chamada por nome. Aparentemente, a maioria das jovens nunca recebia um segundo chamado; mas permaneciam em viuvez prática na casa das concubinas. Apenas ocasionalmente, uma causava suficiente impressão no rei para que ele se lembrasse dela e desejasse vê-la uma segunda vez. Quantas jovens precederam Ester, não nos é dito; mas evidentemente ninguém tinha tais encantos que o rei pensasse nela como uma possível sucessora de Vasti. Esta história tem notável semelhança com a de Shehriyar no início das 1001 Noites. Ele também tinha uma nova esposa toda noite e não permitia que uma viesse a ele uma segunda vez. [Paton, 1908]

15. Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.

- alcançou favor. De acordo com o plano providencial do Senhor.

16. Assim, foi levada Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado.

- tebete. O décimo mês correspondente a dezembro/janeiro. no sétimo ano. C. 479-478 a.C. Quatro anos haviam se passado desde a queda de Vasti.

17. E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.

- o rei amou a Ester mais que todas as mulheres. A escolha recaiu sobre Ester, que encontrou favor aos olhos de Assuero. Ele a elevou à dignidade de principal esposa, ou rainha. As outras concorrentes foram alojadas no harém real e mantidas no status de esposas secundárias. ele pôs a coroa real em sua cabeça. Isso consistia apenas em uma faixa púrpura, listrada de branco, amarrada em volta da testa. As núpcias foram celebradas com uma magnífica festa, e, em honra à ocasião, “concedeu alívio às províncias e distribuiu presentes segundo a sua generosidade real” (NAA). O donativo às rainhas persas consistia em designar a elas a receita de certas cidades, em várias partes do reino, para cobrir seus gastos pessoais e domésticos. Alguns desses impostos o rei anulou ou diminuiu neste momento. [Jamieson]

 

 

INTRODUÇÃO

Deus estabeleceu princípios imutáveis, pelos quais governa a todos os povos, independente de cultura, época ou lugar. Nesta lição, veremos o claro contraste entre as condutas de Vasti e de Ester, a obediente moça judia que ascendeu ao trono de rainha de um dos maiores impérios de todos os tempos, o Império Persa.

- Os caminhos de Deus às vezes parecem desconcertantes. Como diz o apóstolo Paulo, são inescrutáveis (Rm 11.33). É por isso que, como cristãos, muitas vezes encorajamos uns aos outros a confiar na soberania de Deus, lembrar de Sua mão invisível e descansar no conhecimento de que Ele orquestra tudo para o nosso bem (Rm 8.28). Sabemos que Deus criou todas as coisas para a Sua glória. Isso significa dizer que Ele é sempre glorificado em cada uma das Suas obras. Por isso o apóstolo Paulo escreveu: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Ou seja, já que Deus governa sobre tudo e sobre todos, não pode haver nada que não concorra para o bem do Seu povo. Mesmo quando as circunstâncias apontam noutra direção, Deus continua no comando, direcionando tudo para os Seus eternos e justos propósitos e crescimento do Seu povo.

 

I. O BANQUETE DE ASSUERO E A RECUSA DE VASTI

 

1. O rei Assuero. Filho de Dario. Assuero governou o Império Persa por 20 anos (486-465 a.C.), reinando “desde a Índia até à Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1). Seu nome grego é Xerxes. No terceiro ano de seu reinado, Assuero convidou a nobreza imperial e os senhores de todas as províncias para mostrar-lhes a grandiosidade do reino e as suas riquezas. A recepção durou 180 dias. Acredita-se que foi nessa ocasião que Assuero tratou, com seus generais e conselheiros, da expedição militar que faria contra a Grécia, batalha que se transformou em um grande fracasso, conforme narra, em detalhes, o historiador grego Heródoto (484-425 a.C.).

- O rei Assuero foi o governante da Pérsia entre 486 e 465 a.C. Ele é mais conhecido como Xerxes, seu nome grego, pelo qual aparece em relatos extrabíblicos, sendo que é apenas no livro de Ester que ele é mencionado como Assuero. Alguns estudiosos consideram que “Assuero” poderia ter sido um tipo de título real que os monarcas persas recebiam, mas não há consenso sobre isso. O rei Assuero foi filho de Dario I, neto de Ciro e o pai de Artaxerxes I, o mesmo Artaxerxes que aparece no contexto de Esdras e Neemias (Ed 7:1; Ne 2:1). Segundo os relatos bíblicos, o rei Assuero governou um império grande e imponente que compreendia um território desde a Índia até a Etiópia, com 127 províncias. Ele ascendeu ao trono por designação do pai, já que não era o filho primogênito. Quando comparado os relatos bíblicos com possíveis fontes históricas extrabíblicas, o rei Assuero era uma pessoa vaidosa, excêntrica e volúvel. Em 482 a.C. ele precisou enfrentar uma rebelião na Babilônia, na qual a cidade foi parcialmente comprometida. A partir de 480 a.C., Xerxes empreendeu várias campanhas militares contra a Grécia. Um dos embates mais conhecidos de Xerxes foi contra Leónidas de Esparta. O rei Assuero também enfrentou uma derrota difícil quando suas tropas perderam a batalha em Salamina e em Samos. Alguns estudiosos consideram que o evento citado no capítulo 1 do livro de Ester teve a finalidade de planejar as campanhas do Império da Pérsia contra os gregos. Na sequência de seu reinado houve uma dedicação em relação à construção do novo palácio de Persépolis, além de também ocorrerem várias intrigas em sua corte. O rei Assuero foi assassinado em seus próprios aposentos, muito provavelmente em agosto de 465 a.C.

2. Um banquete público, outro exclusivo. Passados os 180 dias, Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Havia muito luxo e ostentação, além de bebida à vontade, em uma festa programada para durar sete dias (Et 1.5-8). Assuero tinha como mulher a rainha Vasti, que alguns estudiosos acreditam ser a mesma Améstris, citada por Heródoto em seu livro História. Ela também ofereceu um banquete, porém restrito às mulheres do palácio (Et 1.9).

- Mais do que isso, Assuero sabia como dar uma festa, um evento de seis meses, para seus líderes militares, seus príncipes e nobres, todos os poderosos do reino. O ambiente era ornado com pilares de mármore e cortinas de linho branco e violeta, sofás de ouro e prata – até mesmo pavimentos de mosaico feitos de materiais caros. Até o chão no qual os convidados caminhavam e os assentos nos quais eles se sentavam eram feitos de materiais que outros anfitriões teriam mantido trancadas em segurança como tesouros preciosos. Não havia duas taças de vinho idênticas e o vinho fluía livremente, graças à generosidade do rei. O grande rei, que governava sobre todo o mundo conhecido e gozava de recursos ilimitados, não obstante, era vulnerável. O rei Assuero vinha bebendo por sete dias seguidos e, como era de se esperar, estava “alto”. Ele tinha bebido demais para estar completamente sóbrio. Com um toque característico de exagero, ele enviou nada menos do que sete dos seus eunucos reais para intimar sua rainha, Vasti. Ela deveria comparecer usando sua coroa real para que os nobres e demais pessoas pudessem admirar sua beleza (Et 1.10-11). A ordem para que sua esposa aparecesse vestida com suas finas roupas reais para o deleite de uma multidão de homens alterados pelo vinho parecia ofensiva. “Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se infamou de ira” (Et 1.12). A lei dos persas e dos medos, que não podia ser revogada, podia, porém, ser recusada. A recusa de Vasti era um desprezo flagrante ao rei, que ficou furioso.

3. O convite à rainha. No sétimo dia de seu banquete, depois de ter bebido bastante, Assuero estava em euforia: “o coração do rei [estava] alegre do vinho” (Et 1.10). Foi quando ordenou que lhe trouxessem a rainha Vasti, “com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, porque era formosa à vista” (Et 1.11). A rainha simplesmente recusou acompanhar os sete eunucos que o rei enviou para conduzi-la à sua presença (Et 1.12).

- Crise institucional (Et 1.18) “Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e indignação.’ O desafio de Vasti a Assuero foi assim uma ameaça à ordem social estabelecida. Desencadeou uma crise institucional, e Assuero recorreu aos conselheiros credenciados do reino. O parecer oficial era que a crise conjugal provocada por Vasti prejudicaria a todos, e que sua atitude contaminaria todas as mulheres da Pérsia e da Média, ao ponto de elas virem a se revoltar contra seus cônjuges. A solução proposta foi um edito emergencial irrevogável para garantir que Vasti não fizesse aquilo que ela já havia decidido não fazer, ou seja, entrar na presença do rei. A sugestão “dê o reino a outra que seja melhor do que ela” abre caminho para Ester ocupar o lugar de Vasti no trono.  Vasti é destronada (Et 1.19) “Se bem parecer ao rei, promulgue de sua parte um edito real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei de o reino dela a outra que seja melhor do que ela”. A rainha Vasti, de acordo com o costume persa, estava dando uma festa separada para as mulheres: “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres 10 na casa real do rei Assuero” (Et 1.9). Ela recusou-se a atender as exigências de Assuero. Nenhuma razão foi apresentada para a recusa de Vasti, mas muitas foram sugeridas. O historiador Josefo afirma que pessoas estranhas não podiam ver a beleza de mulheres persas e outros sugerem que, por modéstia, Vasti não se comparece diante de um grupo de homens que tinham bebido mais do que era apropriado. Mas a gravidade da situação aponta para outro caminho. A recusa de Vasti em obedecer à ordem de Assuero foi vista como um precedente para as mulheres de todo o império. Os conselheiros do rei viram na atitude desrespeitosa de Vasti para com seu monarca, que também era seu marido, uma possível influência negativa sobre a maneira como outras mulheres do reino responderiam a seus maridos, provocando desordem e discórdia nos lares de toda a terra. O rei agiu de acordo com o conselho de seus oficiais. Assuero destronou Vasti e emitiu um decreto sobre sua substituição. O decreto reflete um princípio profundamente enraizado ainda hoje no Oriente Médio. O marido governa a casa, e somente ele tem o direito de iniciar ou dar o divórcio. Os filhos do matrimônio pertencem ao marido e, quando o divórcio acontece, ele os mantém. Assim, Vasti perdeu sua posição de poder e prestígio como rainha e foi despojada do seu título.

 

SINÓPSE I

O rei ordena a rainha Vasti para o acompanhar a fim de que sua formosura fosse mostrada aos convivas. A rainha não aceita.

 

AUXÍLIO VIDA CRISTÃ

“A RECUSA DA RAINHA VASTI

A rainha Vasti se recusou a desfilar diante dos amigos do rei, possivelmente por ser contra o costume persa uma mulher apresentar-se diante de uma reunião pública de homens. Este conflito entre o costume persa e a ordem do rei colocou-a em uma difícil situação, e ela escolheu não obedecer à ordem de seu marido embriagado, na esperança de que ele, mais tarde, recobrasse o juízo. Alguns sugerem que Vasti estava grávida de Artaxerxes, que nasceu em 483 a.C., e não queria ser vista em público naquele estado. Qualquer que tenha sido o motivo, sua atitude foi uma quebra de protocolo que também colocou Assuero em situação difícil. Se uma ordem era expedida por um rei persa, ele nunca poderia revertê-la (leia nota sobre 1.19). Enquanto se preparava para invadir a Grécia, Assuero havia convidado muitos importantes oficiais de todo o império para ver o seu poder, riqueza e autoridade. Caso sua autoridade sobre a própria esposa fosse colocada em dúvida, sua credibilidade militar — o maior critério de sucesso para um rei da antiguidade — seria prejudicada. Além disso, o rei Assuero estava acostumado a ter o que queria” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 687).

 

II. VASTI RESISTE À ORDEM DO REI E É DEPOSTA

 

1. A recusa da rainha. São diversas as opiniões a respeito das condutas do rei e da rainha nesse episódio. Fontes extrabíblicas tentam justificar a desobediência de Vasti, com versões que pintam como absurda a pretensão do rei em apresentá-la em seu banquete. O uso de fontes não bíblicas é saudável quando servem para aclarar o sentido do texto escriturístico. Contudo, podem levar à prática da eisegese quando dão à Escritura um sentido alheio ao que foi revelado. A narrativa bíblica é: uma festa pública acontecia e a rainha recusou atender ao rei. O texto para por aí. Fica difícil sustentar algum recato da rainha, principalmente se ela for, como alguns imaginam, a mesma Améstris citada por Heródoto, uma mulher astuta e sanguinária.

- A literatura grega registra o nome da rainha Vasti como Amestris. Ela deu à luz. Cerca de 483 a.C., ao terceiro filho de Assuero, Artaxerxes, que mais tarde sucederia ao seu pai Assuero no trono (Ed 7.1). O seu motivo de recusar o chamado do rei não foi registrado, embora algumas sugestões incluam: 1) sua presença em meio a homens embriagados teria envolvido comportamento lascivo, ou 2) ela ainda estava grávida de Artaxerxes. A Bíblia é singular em sua composição, com mais de 40 autores, culturas distintas, classes sociais diferentes e tudo isso ainda é acompanhado de certo lapso de tempo entre o fato e o registro. Para uma boa exegese do texto é necessário sim usarmos as Fontes Históricas da Bíblia. Estes são documentos e registros que fornecem informações valiosas sobre a história, cultura e contexto em que os eventos bíblicos ocorreram. Essas fontes são essenciais para a compreensão e interpretação correta dos textos bíblicos, pois nos ajudam a reconstruir o mundo antigo e a entender as circunstâncias em que os escritos sagrados foram produzidos. Existem diferentes tipos de Fontes Históricas da Bíblia, cada uma com sua própria relevância e contribuição para o estudo bíblico. Entre as principais fontes, podemos destacar:

1. Fontes Arqueológicas

2. Fontes Epigráficas

3. Fontes Literárias

4. Fontes Iconográficas

5. Fontes Geográficas.

Além disso, as Fontes Históricas nos ajudam a identificar e resolver aparentes contradições ou discrepâncias nos textos bíblicos. Ao comparar as informações fornecidas pelas fontes históricas com os relatos bíblicos, podemos obter uma visão mais completa e precisa dos eventos narrados. Isso nos permite reconciliar aparentes divergências e fortalecer a confiabilidade histórica dos textos bíblicos. As Fontes Históricas também nos permitem entender melhor a cultura, as tradições e as práticas religiosas dos tempos bíblicos. Ao examinar os artefatos, as inscrições e as representações visuais encontradas nessas fontes, podemos obter insights valiosos sobre a vida cotidiana, a religião e as crenças das pessoas da época. Isso nos ajuda a interpretar corretamente os aspectos culturais e religiosos dos textos bíblicos.

2. A aplicação da lei. Assuero estava, de fato, sob influência do vinho quando ordenou a vinda de Vasti, mas sua decisão de depô-la do cargo não se deu de forma intempestiva ou autoritária. Apesar da fúria, o rei suportou o constrangimento público de receber de volta os eunucos, sem a rainha. Em seguida, submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14). A pergunta do rei demonstrava prudência: “o que, segundo a lei, se devia fazer da rainha Vasti, por não haver cumprido [o seu mandado]”? (Et 1.15). Assuero estava em uma difícil situação. Como poderia exercer o governo do império se não tinha autoridade sobre sua própria esposa?

- A recusa de Vasti em concordar com o pedido do rei deixou o embriagado monarca enfurecido. Ele entregou o destino da rainha nas mãos dos astrólogos da corte, que em tais ocasiões eram seus conselheiros mais confiáveis. Embora estes conhecessem o tem-peramento do rei, e soubessem que ele provavelmente se arrependeria de sua atitude quando se recuperasse de seu estupor alcoólico, estes homens inteligentes resolveram tirar vantagem da oportunidade para obter a publicação de um decreto que contribuiria com os interesses da disciplina doméstica. Assaz desprezo e indignação (18): "as mulheres da Pérsia e Média... estão falando com orgulho e petulância com todos os oficiais do rei" (Moffat). Vasti não poderia mais entrar na presença do rei Assuero, e o reino dela deveria ser dado a outra melhor do que ela (19) ; as esposas de todas as partes deveriam honrar seus maridos (20) ; e todo homem deveria manter as regras e a liderança de sua casa (22). G. Campbell Morgan nota que "a história revela o lugar que a mulher ocupava fora da aliança do povo escolhido. Ela era, simultaneamente, uma diversão e uma escrava do homem'. De acordo com a lei, o que há para fazer com a rainha Vasti? dando assim à pergunta uma atmosfera ligeiramente mais judicial, como se o rei estivesse considerando o assunto de forma completamente imparcial, e simplesmente no interesse de seu reino. A natureza da irrevogabilidade da lei persa (cf. Dn 6.8,12,15) teve um papel importante no modo como o resto do livro de Ester foi concluído (cf. 8.8).

3. A sentença de Vasti. Examinado o caso, Memucã, um dos sábios, aconselhou ao rei que depusesse Vasti. Liderança pressupõe muita responsabilidade. Pela grande repercussão, a conduta da rainha seria um péssimo exemplo para todas as mulheres do reino: “Porque a notícia deste feito da rainha sairá a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seus maridos aos seus olhos” (Et 1.17). Isso provocaria desrespeito e discórdia nos lares (Et 1.18). O conselho de Memucã agradou a Assuero e seus nobres, e ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22). Uma das qualificações exigidas do líder cristão é exatamente esta: exercer o governo da própria casa. O princípio bíblico é: o homem que não lidera em casa não é apto para cuidar da Igreja de Deus (1 Tm 3.4,5).

- “Então Memucã disse”. Pelos termos de sua resposta, é evidente que não havia uma lei existente na Pérsia que pudesse resolver o caso. Portanto, se algo fosse feito a respeito, uma nova lei deveria ser promulgada. Em favor da aprovação de tal lei, Memucã apresenta duas considerações; (a) que a perversidade de Vasti constituía uma ofensa contra todo o domínio do rei, e (b) que era inoportuno que tal ofensa ficasse impune, uma vez que a consequência natural seria que essa insubordinação doméstica seria amplamente imitada. Memucã assim mostra o lado mais negativo de um cortesão oriental pela servilidade com a qual ele ignora o fato de que foi o comportamento ultrajante do rei que causou a dificuldade, bem como pela tentativa um tanto maquiavélica de encobrir o ciúme que ele e seus companheiros sentiam da influência da rainha sob o pretexto de preocupação com o bem-estar social em todo o Império. Os sábios aconselhou o rei que, por causa de sua recusa Vashti deve ser banido da presença do rei (v. Et 1:19 ), para que suas esposas da mesma forma agir após o seu exemplo desafiante (v. Et 1:18 ). Esse conselho agradou ao rei, e ele decretou que Vashti ser deposto. Além disso, o rei enviou cartas durante todo o ordenamento império cada um para governar a sua casa (v. Et 1:22). O ponto sutil envolvido era que as mulheres deveriam submeter-se a todas as regras e caprichos de seus maridos, como Vasti era esperado para submeter-se a Assuero. Tal relacionamento compromete seriamente a dignidade da feminilidade em qualquer cultura e em qualquer século. Um marido não é governar a sua casa depois dessa maneira.

 

SINÓPSE II

A recusa de Vasti a leva a perder o posto de rainha no reino de Assuero.

 

 

III. ESTER: A JUDIA SE TORNA RAINHA EM TERRA ESTRANHA

 

1. Quatro anos depois. Há certo consenso entre os estudiosos de que a escolha da substituta de Vasti ocorreu após a frustrada campanha militar que Assuero lançou contra os gregos. A destruição quase total das forças navais persas na Batalha de Salamina, ano 480 a.C., forçou seu retorno para Susã. Passada a ira, o rei se lembrou de Vasti, do que ela havia feito e do que ele havia decretado (Et 2.1). Assim, no 479 a.C., aconselhado por seus servos mais próximos, Assuero decide escolher a nova rainha (Et 2.2).

- Provavelmente durante a última parte do malfadado combate do rei contra a Grécia (481-479 a.C.), o rei lembrou-se de Vasti. O rei estava legalmente impedido de restaurar Vasti (Et 1.19-22), então os conselheiros propuseram um novo plano promissor. Cerca de três ou quatro anos após a destituição de Vasti, conforme a data indicada em 2.16, estabeleceu-se um plano para a escolha da nova rainha. Acredita-se que durante o período intermediário o rei esteve ocupado com sua campanha grega malsucedida, que resultou na derrota naval em Salamina, em 480 a.C., e na Batalha de Plataéias em 479 a.C. Conforme o plano sugerido pelos conselheiros do rei, belas jovens seriam procuradas pelo império e colocadas sob os cuidados de um eunuco do rei, do palácio de Susã, chamado Hegai. Lá elas deveriam se submeter a uma intensa preparação com cuidados de beleza e cosméticos por um período de doze meses, antes de serem avaliadas pelo rei.

2. O universo da escolha. Apesar de governar um império originário de longas sucessões entre famílias da Média e da Pérsia, Assuero decidiu escolher a nova rainha dentre moças de todas as províncias do reino. Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4). Quando Deus dirige o processo, nenhum detalhe fica esquecido. Ele cuida de tudo. O concurso foi divulgado e muitas moças levadas à Susã. Mardoqueu morava próximo ao palácio e, com ele, a prima Ester, criada como filha. Levada à casa do rei, Ester ficou sob os cuidados de Hegai, guarda das mulheres, de quem logo conquistou a simpatia (Et 2.7-9). Havia uma graça especial em Ester. Além de se apressar em dar-lhe os seus enfeites e alimentos, e sete moças para lhe assistirem, Hegai “a fez passar ao melhor lugar da casa das mulheres” (Et 2.9). Embora o texto não diga, não há outra explicação: o Deus que estava com José, estava também com Ester (Gn 39.2,21,23).

- Entre as várias jovens que foram levadas ao palácio, havia uma judia, de nome Hadassa ou Ester. Ela foi criada na casa de seu primo mais velho, Mardoqueu, um judeu da tribo de Benjamim, cujo bisavô, Quis, foi um daqueles que foram levados de Jerusalém para o exílio por Nabucodonosor em 597 a.C. Esta Ester é descrita com uma jovem bela... e formosa, que logo alcançou graça aos olhos de todos quantos a viam. Hegai, o chefe eunuco, a preferiu entre todas as outras jovens sob os seus cuidados; e a fez passar para os melhores aposentos da casa das mulheres, ou seja, o harém. Por sugestão de Mardoqueu, ela não revelou sua linhagem ou raça, visto que os judeus não obtinham favores entre os persas; e o fato de ser de origem judaica, se fosse descoberto, poderia impedir que ela fosse escolhida como rainha. "Todo dia Mardoqueu passava em frente ao átrio das mulheres para se informar como passava Ester, e o que lhe sucedia". Ao final de um ano inteiro de preparações, as candidatas a rainha, foram apresentadas uma por uma ao rei. Na preparação para esta apresentação final, foi-lhes permitido escolher o traje e a maquiagem que deveriam usar. Mas, quando chegou a vez de Ester, ela sabiamente contou com o julgamento do camareiro do rei, Hegai: coisa nenhuma pediu, senão o que disse Hegai em todas as questões. Ester sabia que ele não só era experiente nestes assuntos, como também conhecia bem o gosto do rei. Isto nos aponta algo na personalidade de Ester, que em todas as suas atitudes, exercitava o mesmo cuidado e discrição e o mesmo respeito pelo julgamento dos outros. A apresentação de Ester ao rei resultou em sua escolha imediata como rainha; o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres. Um grande banquete foi dado em sua homenagem. Para ganhar a afeição do povo para a nova rainha, o rei deu repouso às províncias, ou seja, uma redução especial nos tributos foi anunciada a todo o reino. Ele fez doações: "fez presentes, segundo a generosidade real". Uma judia se tornou rainha do governo mais poderoso daquela época. Através dela, Deus concedeu ao seu povo uma grande libertação dos desígnios malignos de seus inimigos. O caráter disciplinado de Ester pode ser entendido melhor à luz da sua educação. Mesmo nessa fase, ela cumpria o mandado de Mordecai como quando a criava.

3. A obediência de Ester. Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse qual era o seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu, à risca, a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer. Mardoqueu demonstrava profunda preocupação com o bem-estar de Ester, passando diariamente diante do pátio da casa das mulheres para saber como ela estava (2.11). Havia respeito e cuidado mútuo entre eles. Cumpridos os 12 meses de preparação, chegou a vez de Ester ser levada à presença de Assuero: “E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens; e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2.17).

- Os reis persas colecionavam não só grandes quantidades de jóias, mas também grande número de mulheres. Estas jovens virgens eram tiradas de suas casas e tinham que viver em um edifício separado perto do palácio chamado harém. Seu único propósito era servir ao rei e esperar seu chamado para lhe oferecer agradar sexual. Se tivesse sido rechaçada, Ester tivesse sido uma mais das muitas jovens que o rei houvesse visto somente uma vez e logo esquecido. Mas a presença e a beleza de Ester agradaram tanto ao rei que foi coroada rainha em lugar do Vasti. Rainha tinha uma posição de maior influencia que uma concubina e lhe dava mais liberdade e autoridade que às outras mulheres do harém. Entretanto até como rainha, Ester tinha muito poucos direitos. Especialmente pelo fato de ter sido escolhida para substituir a uma mulher que se tinha voltado muito atrevida. Já que não tinha direitos e muito pouco acesso ao rei, era melhor para o Ester não revelar sua identidade. Embora temos a responsabilidade de declarar nossa identidade como povo de Deus, há ocasiões em que uma boa estratégia é nos manter calados até que ganhemos o direito de ser escutados. Isto acontece especialmente quando tratamos com gente que tem autoridade sobre nós. Entretanto, sempre podemos lhes deixar ver a diferença que Deus faz em nossas vidas.

 

SINOPSE III

A jovem judia Ester é elevada ao posto de rainha numa terra estranha.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

“ESTER

Uma exilada judia que viveu na Pérsia durante o reinado de Assuero (Xerxes, 486-465 a.C.). O nome Ester vinha do persa stara, “estrela”, ou de Ishtar, uma deusa babilônia. Seu nome heb. era Hadassa, que significa “murta”. Ester era órfã e foi criada por seu primo Mardoqueu. Sua beleza foi o motivo de ter sido contada entre as virgens trazidas a Assuero para a seleção de uma rainha para reinar no lugar de Vasti. Foi escolhida, tornou-se rainha, e viveu no palácio em Susã (q.v.). Ester também é notada por sua bravura e lealdade ao seu povo. Arriscando a própria vida, ao revelar, pela primeira vez, que era judia, fez uma súplica ao rei para assinar um novo decreto, desfazendo o decreto de Hamã contra os judeus” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.696).

 

CONCLUSÃO

Ester havia chegado ao posto em que, no tempo oportuno, seria um instrumento para cumprir os propósitos divinos. Um dos atributos incomunicáveis de Deus é a sua presciência. Somente Ele conhece, de antemão, todos os acontecimentos futuros (Is 46.9,10). Podemos confiar nossa vida inteiramente à sua direção, pois Ele sabe o que é melhor para nós (Jr 29.11).

- A presciência é conhecer coisas ou eventos antes que existam ou aconteçam. Em grego, o termo para “pré-conhecimento” é prognóstico, que expressa a ideia de conhecer a realidade antes que ela seja real e os eventos antes que ocorram. Na teologia cristã, a presciência refere-se à natureza onisciente de Deus, pela qual Ele conhece a realidade antes que ela seja real, todas as coisas e eventos antes que aconteçam e todas as pessoas antes que existam. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento falam da presciência de Deus. Não há nada no futuro que esteja oculto aos olhos de Deus (Isaías 41:23; 42:9; 44:6-8; 46:10). Deus vê nossas vidas, nossos corpos e nossos dias mesmo antes de sermos concebidos: "Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles ainda existia" (Salmo 139:15-16).

- A presciência de Deus é mais do que a Sua capacidade de "ver o futuro"; a Sua presciência é o verdadeiro "conhecimento" do que está por vir, baseado em Sua própria vontade. Ele determina o que vai acontecer. Ou seja, a presciência não é apenas intelectual; é algo pessoal e de relação.

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual a diferença entre o banquete de Assuero e o de Vasti?

R. Assuero ofereceu um banquete para todo o povo de Susã, no pátio do jardim de seu palácio. Vasti também ofereceu um banquete, porém, restrito para as mulheres do palácio (Et 1.9).

2. Qual o procedimento adotado por Assuero para decidir o futuro da rainha?

R. Ele submeteu o caso ao exame dos sábios de seu reino, entendidos nas leis e no direito dos medos e persas (Et 1.13,14).

3. Que resolução foi acompanhada do seu decreto de deposição de Vasti?

R. Ele decretou a deposição de Vasti. Além disso, enviou cartas a todas as províncias, estabelecendo “que cada homem fosse senhor em sua casa” (Et 1.22).

4. Quais os critérios para a escolha da nova rainha?

Não havia restrição quanto à origem étnica ou racial. A única exigência é que fossem virgens e formosas (Et 2.2-4).

5. O que se destaca na obediência de Ester?

R. Mardoqueu ordenou a Ester que não declarasse seu povo e sua parentela. Qual a razão dessa ordem? Não sabemos ao certo, já que não havia restrição étnica no processo de escolha da nova rainha. Mesmo sem entender o motivo da proibição, Ester obedeceu à risca a ordem de Mardoqueu (Et 2.10). Ela não exigia explicação para obedecer.