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13 de agosto de 2024

EBD JOVENS|Lição 7: Deus abate o coração orgulhoso|3° Trimestre de 2024

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37)

Entenda o Texto Principal:

- extol… honra – Ele empilha palavra na palavra, como se ele não pudesse dizer o suficiente em louvor a Deus. todos cujas obras … verdade … julgamento – isto é, são verdadeiras e justas (Apocalipse 15:3; Apocalipse 16:7). Deus não tratou injustamente ou muito severamente comigo; seja o que for que eu tenha sofrido, eu merecia tudo. É uma marca de verdadeira contrição condenar o próprio eu e justificar a Deus (Salmo 51:4). aqueles que andam em orgulho … humilhar – exemplificado em mim. Ele se condena diante do mundo inteiro para glorificar a Deus. [Fausset, aguardando revisão]

 

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RESUMO DA LIÇÃO

Nunca devemos nos orgulhar de nossas capacidades e realizações, pois em tudo dependemos da graça de Deus.

Entenda o Resumo da Lição:

- Muitos dos fardos que temos na vida se tornam muito mais pesados porque agregamos a eles uma imagem enorme de nós mesmos. Simplesmente, temos uma tendência a pensar sobre nós mesmos mais elevadamente e com maior frequência do que deveriamos (Romanos 12.3). Por de lado o peso de querer ser fabuloso ocorre quando substituímos nossa atenção a nossas conquistas, status e recompensas e a focamos em Cristo.

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Para identificar nossas maiores fortalezas de orgulho, devemos lembrar que muitas vezes elas não se parecem com uma sensação de orgulhosa de superioridade arrogante (embora possa). Muitas vezes elas se parecem com áreas de baixa auto-estima, porque o que está alimentando nossa baixa auto-estima é um desejo frustrado e envergonhado de ser fabuloso. A isso, Jesus nos dá uma promessa graciosa: “​Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lucas 14.11). E ele nos lembra que veio até nós “como quem serve” (Lucas 22.27), e que devemos ter essa mentalidade também, nada fazendo “por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a [nós] mesmo[s]” (Filipenses 2.3, 5)”.

Jon Bloom

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TEXTO BÍBLICO

Daniel 4.1-6

1. Nabucodonosor, rei, a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!

– O louvor a Deus por parte de Nabucodonosor em 4.1-3 e em 34b-37 é o tema que circunda a experiência que o rei confirma usando a primeira pessoa (vs. 4-34). Ele começa e termina a narrativa com louvor a Deus e, entre esses louvores, diz a razão pela qual se converteu à adoração do Deus verdadeiro (Cf. Rm 11.3.3).

2. Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.

Pareceu-me bem (Salmo 107:2-8) fazer conhecidos os sinais e maravilhas que o Deus altíssimo fez comigo. Sinais significativos da onipotência de Deus. O plural é usado, pois compreende o maravilhoso sonho e a maravilhosa interpretação dele. [JFU].

3. Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração.

um reino eterno (מלכות עלם). Compare com Salmo 145:13 (מלכות כל עולמים). de geração em geração (ou seja, gerações sucessivas): assim Daniel 4:34 (Aram. 31). Para ‘com’, compare com também Daniel 7:2 e Salmo 72:5 hebraico. O pensamento desta e da cláusula anterior, como Daniel 4:34 b, Salmo 145:13: compare com também Daniel 2:44, Daniel 7:14 b, 18 b. [Driver, aguardando revisão]

4. Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e florescente no meu palácio.

em repouso – minhas guerras, meu reino em paz. florescendo – “verde”. Imagem de uma árvore (Jeremias 17:8). Próspero (Jó 15:32). [Fausset, aguardando revisão]

5. Tive um sonho, que me espantou; e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram.

as imaginações. A palavra é peculiar, e só se encontra aqui no Antigo Testamento. A idéia expressa por ele é provavelmente a de fantasias, imaginações (em siríaco significa miragem); nos Targums é usado especialmente (como o verbo cognato) de imaginações pecaminosas, como Isaías 57:17 (para o ‘caminho’ hebraico), Ezequiel 38:10. visões da minha cabeça. Daniel 2:28. me perturbaram – me assustou: compare com Daniel 4:19, Daniel 5:6; Daniel 5:10, Daniel 7:15; Daniel 7:28; também Daniel 5: 9 . A palavra hebraica correspondente significa perturbar ou desanimar. [Driver, aguardando revisão]

6. Por mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho.

os sábios da Babilônia. O Senhor lhes deu uma nova oportunidade (cf. 2.2-13} e, novamente, eles não conseguiram.

 

 

- OBS.: Todos os comentários, exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de Janeiro de 2017)

- Caso deseje, poderá baixar o MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Na aula de hoje, iremos explorar o quarto capítulo do livro de Daniel que apresenta um impactante testemunho pessoal do rei Nabucodonosor. Neste relato, testemunhamos como sua soberba o levou, por divina sentença, a uma condição de insanidade, fazendo-o viver como um animal selvagem por um período conhecido como “sete tempos”, até que Deus o redimiu dessa situação. Ao fim desse período, Nabucodonosor experimentou uma profunda transformação, reconhecendo a soberania do Deus Altíssimo.

- A graça de Deus é soberana, Seu chamado é irresistível. Os propósitos de Deus não podem ser frustrados. Ele leva a cabo tudo o que determina fazer. Agindo Deus, ninguém o impedirá. O apóstolo Paulo declara: “Aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou” (Rm 8.30). Daniel, no capítulo 4, mostra a luta de Deus na salvação de Nabucodonozor. Deus move os céus e a terra para levar esse soberbo rei à conversão. O livro de Daniel mostra a soberania de Deus na história e também na salvação de cada pessoa.

 

I. O EDITO E O SONHO DO REI

 

1. O edito real. O quarto capítulo do livro de Daniel começa com um edito de Nabucodonosor, uma espécie de pronunciamento oficial para conhecimento de todos. Nele, o rei declara a grandeza de Deus (4.3). Contudo, como veremos, o reconhecimento da grandiosidade de Deus pelo rei se deu somente depois da experiência dramática que ele narra a seguir (4.37).

- O louvor a Deus por parte de Nabucodonosor em 4.1-3 e em 34b-37 é o tema que circunda a experiência que o rei confirma usando a primeira pessoa (vs. 4-34). Elo começa e termina a narrativa com louvor a Deus e, entre esses louvores, diz a razão pela qual se converteu à adoração do Deus verdadeiro (Cí. Rm 11.3.3). “Nabucodonozor nos faz perceber quão longânimo é Deus. Deus se manifestou a ele indiretamente no capítulo 1, abordou-o diretamente no capítulo 2 e sacudiu-o no capítulo 3. Deus insistiu, insistiu e insistiu de novo. Mas o coração do rei ainda não se encontrava aberto para Deus. No capítulo 4, Deus o instou mais uma vez. A graça de Deus é soberana e, nessa ocasião, Ele agirá de tal forma que destruirá toda resistência ao Seu poder. Deus determinou entrar no coração de Nabucodonozor, e o fará”. Stuart Olyott. Ouse ser firme. O livro de Daniel, p. 56.

2. A satisfação momentânea do rei e o seu sonho. O rei estava satisfeito e próspero em seu palácio (4.4). Com suas conquistas, ele havia estendido o domínio do seu vasto império, alcançando grande sucesso. Nabucodonosor desfrutava de riqueza e fama. Sua cidade, Babilônia, era um esplendor e ele se sentia sossegado. No entanto, a paz e a satisfação do rei foram abruptamente interrompidas por um sonho perturbador, Convocados para darem a interpretação do sonho, mais uma vez os sábios da corte não são capazes de desvendar o seu sentido (vv. 6,7). O rei, então, manda chamar novamente Daniel. O monarca sabia que Daniel era diferente, em quem habitava o espírito de um ser divino (vv. 8,9). Diante das dificuldades, os descrentes buscam o socorro daqueles que dão testemunho de Deus.

- Nabucodonozor, apesar dessa estupenda revelação, permanece ainda pagão. Está atribulado por causa de seu sonho, furioso com os sábios que não conseguem decifrá-lo. Por isso, mandou matá-los. Só um homem sem Deus pode agir assim. Daniel falou-lhe acerca do Reino de Deus que viria e que jamais seria destruído. Nabucodonozor foi levado a contemplar a ruína de sua religião e a confessar que o Deus de Daniel é o Deus dos deuses (Dn 2.47). Ele ficou impressionado, reconheceu que Deus existe, chegou a reconhecer que o Senhor é o maior de todos os deuses. Mas ele não se converteu. Logo no capítulo 3, esquece ele sua confissão.

3. A descrição do sonho. Ao narrar o sonho, o rei diz ter visto uma árvore frondosa, que crescia cada vez mais até sua copa chegar ao céu. Suas folhas eram belas e muitos eram os seus frutos. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os pássaros faziam ninhos em seus ramos (vv.10,12). No sonho surge uma sentinela, um anjo que descia do céu que dava ordem para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes, presos com ferro e bronze. Ele deveria ser molhado como orvalho do céu, e viveria com os animais selvagens. Durante sete tempos, teria a mente de um animal selvagem em vez de mente humana (vv. 15-17).

- Uma árvore, isso retrata Nabucodonosor depois de 60.5 a.C. (cf. 4.20-22). Os animais no v. 12 representam o povo que estava sob seu governo (v. 22). A queda da árvore representa o tempo de castigo de Deus que estava vindo (cí. 4.23-25). A base (o núcleo) do reino, ainda subsistindo no v. 26 (cf. ls 6.13), virá a brotar naturalmente como ocorre na natureza (Jó 14.7-9). As cadeias garantem que Deus guardará intacto o remanescente e que preservará o governo do rei (v. 26). Em 4.16, coração de animal, é uma forma da doença denominada licantropia, na qual a pessoa imagina ser um animal e vive de maneira selvagem, o que a leva a comer grama, ter unhas grandes e descuidadas, cabelos desgrenhados e a comportar-se de maneira não humana. Por sete tempos, (cf. também 4.23,25,32), provavelmente "tempos" signifiquem "anos" e não "meses", que ó usado no v. 29. Daniel usa o mesmo termo de modo claro para dizer "anos" em 7.25. Nabucodonozor fez uma hedionda estátua, representando a si mesmo, e ordenou que todos a adorassem. Perdeu sua convicção anterior de que Deus é o Deus dos deuses. Agiu em direta contradição às verdades que recentemente confessara. As palavras de sua boca não alcançaram seu coração. Hoje isso se repete. Muita gente fica impressionada, a verdade as cativa e as entusiasma, ficam inquietas com o que ouvem, mas não dão lugar ao Evangelho. Era essa a condição de Nabucodonozor no capítulo 3. Sua fúria de homem não convertido levou-o a jogar os três jovens na fornalha acesa. Ele teve o testemunho de fidelidade desses jovens, teve a visão do Filho de Deus pré-encarnado andando na fornalha. Ele, mais uma vez, confessou que não há deus que liberte como o Deus daqueles jovens. Mas Deus é o Deus de Mesaque, Sadraque e Abednego, não o seu Deus pessoal. Hoje, talvez, Deus é o Deus de seus pais, de seu marido, de sua esposa, de seus filhos, mas ainda não é o seu Deus pessoal. Você sabe que Deus livra, salva, liberta, mas você ainda não foi transformado por Ele nem está comprometido com Ele.

 

SUBSÍDIO 1

Professor (a), explique que buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É sinal de egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio é traiçoeiro. No esforço de tornar-se imperial adquire a mentalidade que diz: ‘Estou gostando dessa liderança. Sei o que é melhor, apenas sigam-me! Apreciam alguns poderosos – leigos, pregadores, empresários, educadores, oficiais do governo ou quem quer que seja – o brilho, a honra e o prestígio da liderança? Tem prazer em chegar ao topo pela escada da adubação? Veem as pessoas como irmãos e irmãs, e a si mesmos como um de seus companheiros de serviço? Ou estão mais inclinados a manter o rebanho em seu lugar? Trovejam mensagens quanto ao que o trabalho deve ser? Ou guiam alegremente como um pastor? Quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para o simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos. Nossa atitude com relação às pessoas é, frequentemente, uma ofensa a Deus e aos que estão se esforçando para servir. Enquanto as pessoas estão quase sempre ansiosas para liderar – liderança santa e inspirada – estamos afundados em nosso trabalho! Quando isso acontece, podemos facilmente nos tornar insensíveis aos sentimentos alheios.’ (DORTCH R. W. Orgulho Fatal. Rio de Janeiro; CPAD 1996, pp. 103,104.)

 

 

II. DANIEL INTERPRETA O SONHO E ACONSELHA O REI

1. Agindo com prudência. Depois de ouvir o relato do sonho, Daniel ficou bastante estarrecido durante certo tempo (v.19), de sorte que até mesmo o rei tentou tranquilizá-lo. Daniel, porém, sabia do significado do sonho, e possivelmente estava preocupado em como declarar a interpretação ao rei. Mesmo para comunicar a verdade, é preciso ter prudência, e saber a forma adequada de se expressar.

- O abalo piedoso de Daniel pelo desastre que se aproxima. Os versículos 17, 25 e 32 do capítulo 4 do livro de Daniel revelam a última ação de Deus para quebrar as resistências de Nabucodonozor. Deus levou esse homem à loucura para converter seu coração. “Nabucodonozor nos faz perceber quão longânimo é Deus. Deus se manifestou a ele indiretamente no capítulo 1, abordou-o diretamente no capítulo 2 e sacudiu-o no capítulo 3. Deus insistiu, insistiu e insistiu de novo. Mas o coração do rei ainda não se encontrava aberto para Deus. No capítulo 4, Deus o instou mais uma vez. A graça de Deus é soberana e, nessa ocasião, Ele agirá de tal forma que destruirá toda resistência ao Seu poder. Deus determinou entrar no coração de Nabucodonozor, e o fará”. Stuart Olyott. Ouse ser firme. O livro de Daniel, p. 56.

2. A Interpretação do sonho. Agindo com coragem e cautela, Daniel passou a contar ao rei a interpretação do sonho:

a) A árvore majestosa (vv 11, 12). A árvore simbolizava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor. Realmente, este rei que governou a Babilônia no período de 605 a 562 a.C, foi um dos mais poderosos da história da Mesopotâmia. Daniel, foi enfático ao dizer que a árvore era do próprio rei: ‘És tu, o rei'(v. 22).

b) O juízo divino. O semblante do rei deve ter caído ao ouvir o restante da interpretação. O seu reino estava com os dias contados. Isso porque, a árvore deveria ser cortada, deixando somente o tronco com as suas raízes, presas com ferro e bronze. O verso 15 mostra que a intenção não era a destruição completa de Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se converter e reconhecer que o céu reina (v.26).

c) Vivendo entre os animais. Daniel diz, ainda, que o entendimento do rei seria afetado, passando a viver e a comer entre os animais, durante sete tempos. Isso indicava a perda do discernimento mental, por algum tipo de insanidade.

- A humilhação é terrível (Dn 4.32,33). O rei ficou louco. Deus o fez descer ao fundo do poço, tirou seu entendimento e deu-lhe um coração de animal. Seu cabelo cresceu como penas de águia, suas unhas cresceram como as das aves. Vivia como animal no campo, comendo capim, pastando no meio dos bois. Sua doença era chamada de insânia zoantrópica, licantropia ou boantropia, ou seja, considerar-se um animal, agir como um animal. As pessoas que sofrem desta terrível enfermidade agem como o animal que imaginam ser e emitem os ruídos que o caracterizam. Deus colocou o homem mais poderoso do mundo no meio dos bois. Deus golpeou seu orgulho para levá-lo à conversão. Ele passou a comer capim, a rolar no chão com os cascos crescidos. O poderoso Nabucodonozor virou bicho, foi pastar. A humilhação é irremediável (Dn 4.32,33). Ninguém pôde ajudar Nabucodonozor, embora fosse o homem mais rico e mais poderoso da terra. A humilhação finalmente é proposital (Dn 4.27).

         1) E cheia de esperança (v. 26,32);

         2) Visa o arrependimento (v. 27). Deus o mandou comer capim para não o mandar para o inferno. Essa é a eleição da graça, que leva o homem ao fundo do poço e depois o tira de lá. Deus não fez o mesmo com Belsazar que foi condenado inapelavelmente. Herodes, por não dar glória a Deus, foi comido de vermes. O Deus que fere é o Deus que cura. O que humilha, também exalta. E melhor ficar louco e ser salvo que ser lançado eternamente no inferno.

3. O conselho de Daniel. Percebemos que Daniel não se limitou a explicar o sentido do sonho. Ele também aconselhou o rei a deixar a sua soberba e a renunciar aos seus pecados (v.27). Isso envolvia a prática da justiça e o abandono da iniquidade, usando de misericórdia com os pobres. Isso mostra que a disciplina sobre o imperador também se devia a sua negligência e falta de misericórdia com os menos afortunados. O Senhor considerou essas falhas tão graves que o rei teria de passar por um período de disciplina, comendo com os animais do campo. Daniel era um conselheiro de valor e não estava preocupado em satisfazer o rei para manter o seu cargo na corte, razão pela qual admoestou Nabucodonosor sobre seus vícios de caráter.

- põe termo... em teus pecados, Daniel conclamou todos a reconhecerem os seus pecados e a se arrependerem (cf. ls 55.7). Ele não estava apresentando uma salvação pelas obras, mas tratando da questão do pecado exatamente como Jesus fez com o jovem rico em Mt 10.16-25. 0 rei não se arrependeu nesse momento (v. 30). Como Deus operou a conversão de Nabucodonozor? Não foi exaltando-o, mas humilhando-o. E assim que Deus converte as pessoas. Quem não se fizer como criança, não pode entrar no Reino de Deus. Primeiro, o homem precisa ser confrontado com seu pecado e saber que está perdido. Depois, a lei o condena e o leva ao pó para reconhecer sua indignidade. No céu só entram pessoas quebrantadas.

 

SUBSÍDIO 2

“A LIÇÃO DA HUMILDADE

E, lançando mão de uma criança (v.36). Cristo, assim como os profetas da antiguidade, ensinava por meio de gestos, sinais e objetos materiais. A lição da humanidade é tão importante que, de qualquer maneira, devemos aprendê-la. Em vez de menosprezar as crianças, como nosso orgulho nos leva a fazer, devemos contemplá-las e meditar nesta lição de Cristo sobre a humildade.

Se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Aos que procuram os lugares de mais honra no Reino, Jesus declara que realmente não estão no Reino. Anjos foram lançados fora dos céus por causa do orgulho. Os que se ensoberbecem cairão na condenação do diabo ( Tm 3.6). Se não abandonarmos o nosso orgulho, a entrada nos céus ser-nos-á vedada. Se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino de Deus (Mt 18.3). E evidente, portanto, que as criancinhas são salvas. Aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus (Mt 18.4). A resposta de Jesus causa grande surpresa. Conforme a ideia popular, deveria responder: Quem pois, se tornar com um anjo, ou como o pastor de nossa igreja, esse e o maior no Reino dos céus. Se não vos fizerdes como crianças (Mt 18.3). Não significa meninos:

1) no entendimento (1 Co 14.20);

2) na firmeza (Ef 4.14);

3) na censura (Mt 11.16,17);

4)no conhecimento da Palavra (Hb 5.12-14).

Mas, sim, meninos:

1) em desejar o leite espiritual da Palavra (1 Pe 2.2);

2) em confiar no Pai celestial que nos alimentará e vestirá (Mt 6.25);

3) isentos da milícia (1 Co 14.20);

4) na humildade.

É a isso que se refere Cristo. Como crianças, ‘não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes, não sejais sábios em vós mesmos’ (Rm 12.16). Qualquer que receber uma destas (v.32). Receamos que se nos humilharmos como criança, ninguém nos receberá mais? Receamos que o próximo nos maltratará? Mas a essa dificuldade Cristo antecipa, acrescentando: ‘Qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a mim me recebe. Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar’ (Mt 18.5,6). Esta palavra divina é como uma barreira de fogo em redor dos seus fiéis, A mim me recebe (v.37). Quem põe sua mão sobre a cabeça da criança, põe-na sobre o coração da mãe da criança. Igualmente, quem recebe um dos menores recebe a Cristo, que tanto ama os pequeninos. (BOYER O. Espada Cortante 1: Daniel, Apocalipse, Mateus e Marcos, Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.542)

 

III. O CUMPRIMENTO DA PROFECIA E A RESTAURAÇÃO DO REI

 

1. Deus abate o orgulho. Doze meses após o sonho, ele cumpriu-se cabalmente sobre a vida de Nabucodonosor (4.29). Quando o rei se vangloriava (4.39), uma voz do céu declarou-lhe o destino, sendo expulso da companhia humana e passando o rei a viver como animal. Teve um surto que retirou a sua sanidade mental. Deus estava mostrando quem era o verdadeiro soberano, e que ele resiste aos soberbos. No capítulo 5, Daniel declara que “quando o seu coração se exaltou, e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono real, e passou dele a sua glória” (5.20). Reiteradamente a Bíblia adverte sobre os perigos da soberba e do orgulho prepotente (Pv 16.5,18; Tg 4.6). Jesus afirmou que qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado (Lc 14.10,11), Portanto, é melhor se humilhar, para ser exaltado por Deus, do que se exaltar, e ser humilhado por ele.

- Nabucodonozor via a glória de sua cidade. Ele tocava trombeta para si mesmo. Gostava de viver sob as luzes da ribalta. Aplaudia sua própria glória. Deus, portanto, o humilhou. Jogou-o no pó. Mandou-o para o pasto comer grama. Tirou suas roupas palacianas e molhou seu corpo com o orvalho do céu. Suas unhas esmaltadas viraram casco. Apesar de ser um “instrumento” usado pelo Senhor, segundo o pastor Matthew Henry, “Nabudonosor foi o rival mais ousado da soberania do Deus Supremo do que qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido”. Traspassado pela presunção, Nabucodonosor ficou longos “sete tempos” numa situação irracional à semelhança dos animais do campo (Dn 4.28-33). Só assim o soberano caldeu viu que o Altíssimo está acima dele.

2. O rei reconhece a grandeza de Deus. Tudo isso sobreveio sobre Nabucodonosor para que ele reconhecesse o poder do Altíssimo. Embora fosse chamado pelo profeta Jeremias de “servo” do Senhor (Jr 26.9), no sentido de ter sido o instrumento divino para punir Israel, o rei babilônio não assumiu uma posição de humildade perante Deus. Ocorre que o ímpio precisa ser confrontado pela Palavra de Deus e saber que se encontra perdido. Muito diferente de algumas pregações de hoje, a mensagem de Deus para o rei não buscou inflar o seu ego, mas mostrar o seu estado, para que pudesse se arrepender. E assim aconteceu. Passados os dias conforme a revelação, a consciência de Nabucodonosor retornou, recobrando o juízo. Ele glorificou ao Senhor e reconheceu o seu poder eterno (4.34). A restauração do rei da Babilônia mostra que o evangelho tem poder é capaz de transformar a vida de qualquer pessoa. O evangelho e o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

- Depois de ter experimentado a punição de sua soberba, Nabucodonosor se arrependeu do seu pecado e foi restaurado de sua demência. Isso o levou a fazer uma proclamação acerca do eterno domínio de Deus (Dn 4.34-37). O rei babilônio aprendeu que o Senhor, em sua soberania, é aquele “que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis” (Dn 2.21). A conversão de Nabucodonozor pode ser vista por intermédio de quatro evidências: ele glorifica a Deus (Dn 4.34). Agora, ele olha para o céu, para cima. Nossa vida sempre segue a direção de nosso olhar. Até agora ele só olhava para baixo, para a terra. Como aquele rico insensato que construiu só para esta vida, e Deus o chamou de louco. Muitos levantam os olhos tarde demais, como o rico que desprezou Lázaro. Ele levantou seus olhos, mas já estava no inferno. Nabucodonozor confessou a soberania de Deus (Dn 4.35). Testemunhou sua restauração (Dn 4.36) e adorou a Deus (Dn 4.37).

3. Pregando para todas as pessoas. A postura de Daniel ao transmitir integralmente a mensagem divina ao rei, nos ensina sobre a necessidade de pregarmos para todas as pessoas, sem medo (Mc 16.15), Na universidade, no trabalho ou em qualquer lugar, fale de Jesus e do plano da salvação indistintamente, Anuncie o evangelho aos pobres e ricos, e não tenha receio de testemunhar para as autoridades. Daniel não desistiu de Nabucodonosor, e não se deixou levar pelo histórico. Ele sabia que quem transforma é Deus.

- Nunca devemos desistir da conversão de qualquer pessoa. Aquele que arruinou Jerusalém destruiu o templo, carregou os vasos sagrados, esmagou a cidade, levou cativo o povo, adorava deuses falsos e era cheio de orgulho converteu-se. Se aquele que manda matar seus próprios feiticeiros e também jogar na fornalha os filhos de Deus; se aquele que exige adoração de seus súditos e força as pessoas a adorarem falsos deuses; se aquele que era o homem mais poderoso do mundo converteu-se, podemos crer que não há conversão impossível para Deus.

 

 

CONCLUSÃO

A história pessoal de Nabucodonosor nos oferece uma poderosa lição sobre as consequências da arrogância e da exaltação diante da majestade do Todo-Poderoso. Ela destaca a suprema soberania divina sobre toda a criação, lembrando-nos de que nenhuma criatura pode rivalizar com a glória de Deus. O episódio ilustra a capacidade da misericórdia e da justiça divinas de redimir o ser humano arrependido, revelando a esperança de transformação e restauração para qualquer pessoa.

- Que Deus nos livre da soberba, pois ela é como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e faz com que ele perca o senso de autocrítica, passando a agir irracionalmente (Sl 101.5; 2Cr 26.16). Estejamos atentos, pois a Palavra de Deus nos mostra que a soberba nos cega (1Tm 3.6; 6.4), nos afasta de Deus e traz ruína.

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

Graduado em Gestão Pública;

Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

Pós-graduando em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. Qual a ordem que a sentinela que surge no sonho dá?

Para que a árvore fosse derrubada, deixando somente o toco e suas raízes, preso com ferro e bronze.

2. O que simbolizava a árvore majestosa?

A árvore simbolizava formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor

3. Quanto tempo depois o sonho se cumpriu?

Doze meses (4.29)

4. Quais palavras foram usadas por Nabucodonosor demonstrando a sua vanglória?

‘Não é esta grande Babilônia que eu edifiquei para casa real, com a força do meu poder e para a glória da minha magnificência?’ (4.39

5. O que nos ensina a postura de Daniel de transmitir a mensagem divina ao rei?

Nos ensina sobre a necessidade de pregarmos para todas as pessoas sem medo (Mc 16.15)