Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37)
Entenda o Texto Principal:
- extol… honra – Ele empilha palavra
na palavra, como se ele não pudesse dizer o suficiente em louvor a Deus. todos cujas obras … verdade … julgamento
– isto é, são verdadeiras e justas (Apocalipse 15:3; Apocalipse 16:7). Deus não
tratou injustamente ou muito severamente comigo; seja o que for que eu tenha
sofrido, eu merecia tudo. É uma marca de verdadeira contrição condenar o
próprio eu e justificar a Deus (Salmo 51:4). aqueles que andam em orgulho … humilhar – exemplificado em mim.
Ele se condena diante do mundo inteiro para glorificar a Deus. [Fausset,
aguardando revisão]
Meu
trabalho aqui é gratuito. Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso
deste material, CONSIDERE fazer uma contribuição: Chave PIX. assis.shalom@gmail.com
RESUMO DA LIÇÃO
Nunca
devemos nos orgulhar de nossas capacidades e realizações, pois em tudo
dependemos da graça de Deus.
Entenda o Resumo da Lição:
- Muitos
dos fardos que temos na vida se tornam muito mais pesados porque agregamos a
eles uma imagem enorme de nós mesmos. Simplesmente, temos uma tendência a
pensar sobre nós mesmos mais elevadamente e com maior frequência do que deveriamos
(Romanos 12.3). Por de lado o peso de querer ser fabuloso ocorre quando
substituímos nossa atenção a nossas conquistas, status e recompensas e a
focamos em Cristo.
*******
“Para
identificar nossas maiores fortalezas de orgulho, devemos lembrar que muitas
vezes elas não se parecem com uma sensação de orgulhosa de superioridade
arrogante (embora possa). Muitas vezes elas se parecem com áreas de baixa
auto-estima, porque o que está alimentando nossa baixa auto-estima é um desejo
frustrado e envergonhado de ser fabuloso. A isso, Jesus nos dá uma promessa
graciosa: “Pois todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será
exaltado” (Lucas 14.11). E ele nos lembra que veio até nós “como quem serve”
(Lucas 22.27), e que devemos ter essa mentalidade também, nada fazendo “por
partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros
superiores a [nós] mesmo[s]” (Filipenses 2.3, 5)”.
Jon Bloom
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TEXTO BÍBLICO
Daniel 4.1-6
1. Nabucodonosor, rei, a todos os povos, nações e
línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada!
– O louvor a Deus por parte de
Nabucodonosor em 4.1-3 e em 34b-37 é o tema que circunda a experiência que o
rei confirma usando a primeira pessoa (vs. 4-34). Ele começa e termina a
narrativa com louvor a Deus e, entre esses louvores, diz a razão pela qual se
converteu à adoração do Deus verdadeiro (Cf. Rm 11.3.3).
2. Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e
maravilhas que Deus, o Altíssimo, tem feito para comigo.
– Pareceu-me bem (Salmo 107:2-8) fazer conhecidos os sinais e maravilhas
que o Deus altíssimo fez comigo. Sinais significativos da onipotência de
Deus. O plural é usado, pois compreende o maravilhoso sonho e a maravilhosa
interpretação dele. [JFU].
3. Quão grandes são os seus sinais, e quão poderosas,
as suas maravilhas! O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de
geração em geração.
– um reino eterno (מלכות עלם).
Compare com Salmo 145:13 (מלכות כל עולמים). de geração em geração (ou
seja, gerações sucessivas): assim Daniel 4:34 (Aram. 31). Para ‘com’, compare
com também Daniel 7:2 e Salmo 72:5 hebraico. O pensamento desta e da cláusula
anterior, como Daniel 4:34 b, Salmo 145:13: compare com também Daniel 2:44,
Daniel 7:14 b, 18 b. [Driver, aguardando revisão]
4. Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e
florescente no meu palácio.
– em repouso – minhas
guerras, meu reino em paz. florescendo – “verde”. Imagem de uma
árvore (Jeremias 17:8). Próspero (Jó 15:32). [Fausset, aguardando revisão]
5. Tive um sonho, que me espantou; e as imaginações na
minha cama e as visões da minha cabeça me turbaram.
– as imaginações. A palavra
é peculiar, e só se encontra aqui no Antigo Testamento. A idéia expressa por
ele é provavelmente a de fantasias, imaginações (em siríaco significa miragem);
nos Targums é usado especialmente (como o verbo cognato) de imaginações
pecaminosas, como Isaías 57:17 (para o ‘caminho’ hebraico), Ezequiel 38:10. visões
da minha cabeça. Daniel 2:28. me perturbaram – me assustou:
compare com Daniel 4:19, Daniel 5:6; Daniel 5:10, Daniel 7:15; Daniel 7:28;
também Daniel 5: 9 . A palavra hebraica correspondente significa perturbar ou
desanimar. [Driver, aguardando revisão]
6. Por mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem
introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me
fizessem saber a interpretação do sonho.
– os sábios da Babilônia. O
Senhor lhes deu uma nova oportunidade (cf. 2.2-13} e, novamente, eles não
conseguiram.
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Na
aula de hoje, iremos explorar o quarto capítulo do livro de Daniel que
apresenta um impactante testemunho pessoal do rei Nabucodonosor. Neste relato,
testemunhamos como sua soberba o levou, por divina sentença, a uma condição de
insanidade, fazendo-o viver como um animal selvagem por um período conhecido
como “sete tempos”, até que Deus o redimiu dessa situação. Ao fim desse
período, Nabucodonosor experimentou uma profunda transformação, reconhecendo a
soberania do Deus Altíssimo.
- A graça de Deus é soberana, Seu chamado é irresistível. Os propósitos de
Deus não podem ser frustrados. Ele leva a cabo tudo o que determina fazer. Agindo
Deus, ninguém o impedirá. O apóstolo Paulo declara: “Aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes
também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou” (Rm
8.30). Daniel, no capítulo 4, mostra a luta de Deus na salvação de
Nabucodonozor. Deus move os céus e a terra para levar esse soberbo rei à
conversão. O livro de Daniel mostra a soberania de Deus na história e também na
salvação de cada pessoa.
I. O EDITO E O SONHO DO
REI
1. O
edito real. O quarto capítulo do
livro de Daniel começa com um edito de Nabucodonosor, uma espécie de
pronunciamento oficial para conhecimento de todos. Nele, o rei declara a
grandeza de Deus (4.3). Contudo, como veremos, o reconhecimento da
grandiosidade de Deus pelo rei se deu somente depois da experiência dramática
que ele narra a seguir (4.37).
- O louvor a Deus por parte de Nabucodonosor em 4.1-3 e em 34b-37 é o
tema que circunda a experiência que o rei confirma usando a primeira pessoa
(vs. 4-34). Elo começa e termina a narrativa com louvor a Deus e, entre esses
louvores, diz a razão pela qual se converteu à adoração do Deus verdadeiro (Cí.
Rm 11.3.3). “Nabucodonozor nos faz
perceber quão longânimo é Deus. Deus se manifestou a ele indiretamente no
capítulo 1, abordou-o diretamente no capítulo 2 e sacudiu-o no capítulo 3. Deus
insistiu, insistiu e insistiu de novo. Mas o coração do rei ainda não se
encontrava aberto para Deus. No capítulo 4, Deus o instou mais uma vez. A graça
de Deus é soberana e, nessa ocasião, Ele agirá de tal forma que destruirá toda resistência
ao Seu poder. Deus determinou entrar no coração de Nabucodonozor, e o fará”.
Stuart Olyott. Ouse ser firme. O livro de Daniel, p. 56.
2. A satisfação momentânea do rei e o seu sonho. O rei estava satisfeito e próspero em
seu palácio (4.4). Com suas conquistas, ele havia estendido o domínio do seu
vasto império, alcançando grande sucesso. Nabucodonosor desfrutava de riqueza e
fama. Sua cidade, Babilônia, era um esplendor e ele se sentia sossegado. No
entanto, a paz e a satisfação do rei foram abruptamente interrompidas por um
sonho perturbador, Convocados para darem a interpretação do sonho, mais uma vez
os sábios da corte não são capazes de desvendar o seu sentido (vv. 6,7). O rei,
então, manda chamar novamente Daniel. O monarca sabia que Daniel era diferente,
em quem habitava o espírito de um ser divino (vv. 8,9). Diante das
dificuldades, os descrentes buscam o socorro daqueles que dão testemunho de
Deus.
- Nabucodonozor, apesar dessa estupenda revelação, permanece ainda pagão.
Está atribulado por causa de seu sonho, furioso com os sábios que não conseguem
decifrá-lo. Por isso, mandou matá-los. Só um homem sem Deus pode agir assim. Daniel
falou-lhe acerca do Reino de Deus que viria e que jamais seria destruído.
Nabucodonozor foi levado a contemplar a ruína de sua religião e a confessar que
o Deus de Daniel é o Deus dos deuses (Dn 2.47). Ele ficou impressionado,
reconheceu que Deus existe, chegou a reconhecer que o Senhor é o maior de todos
os deuses. Mas ele não se converteu. Logo no capítulo 3, esquece ele sua
confissão.
3. A descrição do sonho. Ao narrar o sonho, o rei diz ter visto uma árvore frondosa,
que crescia cada vez mais até sua copa chegar ao céu. Suas folhas eram belas e
muitos eram os seus frutos. Os animais do campo se abrigavam debaixo dela e os
pássaros faziam ninhos em seus ramos (vv.10,12). No sonho surge uma sentinela,
um anjo que descia do céu que dava ordem para que a árvore fosse derrubada,
deixando somente o toco e suas raízes, presos com ferro e bronze. Ele deveria
ser molhado como orvalho do céu, e viveria com os animais selvagens. Durante
sete tempos, teria a mente de um animal selvagem em vez de mente humana (vv.
15-17).
- Uma árvore, isso retrata
Nabucodonosor depois de 60.5 a.C. (cf. 4.20-22). Os animais no v. 12
representam o povo que estava sob seu governo (v. 22). A queda da árvore
representa o tempo de castigo de Deus que estava vindo (cí. 4.23-25). A base (o
núcleo) do reino, ainda subsistindo no v. 26 (cf. ls 6.13), virá a brotar
naturalmente como ocorre na natureza (Jó 14.7-9). As cadeias garantem que Deus
guardará intacto o remanescente e que preservará o governo do rei (v. 26). Em 4.16,
coração de animal, é uma forma da
doença denominada licantropia, na qual a pessoa imagina ser um animal e vive de
maneira selvagem, o que a leva a comer grama, ter unhas grandes e descuidadas, cabelos
desgrenhados e a comportar-se de maneira não humana. Por sete tempos, (cf. também 4.23,25,32), provavelmente
"tempos" signifiquem "anos" e não "meses", que ó
usado no v. 29. Daniel usa o mesmo termo de modo claro para dizer
"anos" em 7.25. Nabucodonozor fez uma hedionda estátua, representando
a si mesmo, e ordenou que todos a adorassem. Perdeu sua convicção anterior de
que Deus é o Deus dos deuses. Agiu em direta contradição às verdades que
recentemente confessara. As palavras de sua boca não alcançaram seu coração. Hoje
isso se repete. Muita gente fica impressionada, a verdade as cativa e as
entusiasma, ficam inquietas com o que ouvem, mas não dão lugar ao Evangelho. Era
essa a condição de Nabucodonozor no capítulo 3. Sua fúria de homem não
convertido levou-o a jogar os três jovens na fornalha acesa. Ele teve o
testemunho de fidelidade desses jovens, teve a visão do Filho de Deus
pré-encarnado andando na fornalha. Ele, mais uma vez, confessou que não há deus
que liberte como o Deus daqueles jovens. Mas Deus é o Deus de Mesaque, Sadraque
e Abednego, não o seu Deus pessoal. Hoje, talvez, Deus é o Deus de seus pais,
de seu marido, de sua esposa, de seus filhos, mas ainda não é o seu Deus
pessoal. Você sabe que Deus livra, salva, liberta, mas você ainda não foi
transformado por Ele nem está comprometido com Ele.
SUBSÍDIO
1
Professor
(a), explique que buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É
sinal de egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio
é traiçoeiro. No esforço de tornar-se imperial adquire a mentalidade que diz:
‘Estou gostando dessa liderança. Sei o que é melhor, apenas sigam-me! Apreciam
alguns poderosos – leigos, pregadores, empresários, educadores, oficiais do
governo ou quem quer que seja – o brilho, a honra e o prestígio da liderança?
Tem prazer em chegar ao topo pela escada da adubação? Veem as pessoas como
irmãos e irmãs, e a si mesmos como um de seus companheiros de serviço? Ou estão
mais inclinados a manter o rebanho em seu lugar? Trovejam mensagens quanto ao
que o trabalho deve ser? Ou guiam alegremente como um pastor? Quero chamar sua
atenção de perdedor financeiro para o simples fato: muitos de nós estamos
nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que
uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o
caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de
acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos. Nossa
atitude com relação às pessoas é, frequentemente, uma ofensa a Deus e aos que
estão se esforçando para servir. Enquanto as pessoas estão quase sempre
ansiosas para liderar – liderança santa e inspirada – estamos afundados em
nosso trabalho! Quando isso acontece, podemos facilmente nos tornar insensíveis
aos sentimentos alheios.’ (DORTCH R. W. Orgulho Fatal. Rio de Janeiro; CPAD
1996, pp. 103,104.)
II. DANIEL INTERPRETA O SONHO E
ACONSELHA O REI
1. Agindo com prudência. Depois de ouvir o relato do sonho, Daniel ficou bastante estarrecido
durante certo tempo (v.19), de sorte que até mesmo o rei tentou tranquilizá-lo.
Daniel, porém, sabia do significado do sonho, e possivelmente estava preocupado
em como declarar a interpretação ao rei. Mesmo para comunicar a verdade, é
preciso ter prudência, e saber a forma adequada de se expressar.
- O abalo piedoso de Daniel pelo
desastre que se aproxima. Os versículos 17, 25 e 32 do capítulo 4 do livro de
Daniel revelam a última ação de Deus para quebrar as resistências de Nabucodonozor.
Deus levou esse homem à loucura para converter seu coração. “Nabucodonozor nos faz perceber quão
longânimo é Deus. Deus se manifestou a ele indiretamente no capítulo 1, abordou-o
diretamente no capítulo 2 e sacudiu-o no capítulo 3. Deus insistiu, insistiu e
insistiu de novo. Mas o coração do rei ainda não se encontrava aberto para
Deus. No capítulo 4, Deus o instou mais uma vez. A graça de Deus é soberana e,
nessa ocasião, Ele agirá de tal forma que destruirá toda resistência ao Seu
poder. Deus determinou entrar no coração de Nabucodonozor, e o fará”. Stuart
Olyott. Ouse ser firme. O livro de Daniel, p. 56.
2. A Interpretação do
sonho. Agindo com coragem e cautela, Daniel passou a
contar ao rei a interpretação do sonho:
a) A árvore majestosa (vv 11, 12). A árvore
simbolizava a formosura, a grandeza, o poder e a riqueza do reino de
Nabucodonosor. Realmente, este rei que governou a Babilônia no período de 605 a
562 a.C, foi um dos mais poderosos da história da Mesopotâmia. Daniel, foi enfático
ao dizer que a árvore era do próprio rei: ‘És tu, o rei'(v. 22).
b) O juízo divino. O semblante do rei deve ter caído
ao ouvir o restante da interpretação. O seu reino estava com os dias contados.
Isso porque, a árvore deveria ser cortada, deixando somente o tronco com as
suas raízes, presas com ferro e bronze. O verso 15 mostra que a intenção não
era a destruição completa de Nabucodonosor, e sim dar-lhe a oportunidade de se
converter e reconhecer que o céu reina (v.26).
c) Vivendo entre os animais. Daniel diz, ainda, que
o entendimento do rei seria afetado, passando a viver e a comer entre os
animais, durante sete tempos. Isso indicava a perda do discernimento mental,
por algum tipo de insanidade.
- A humilhação é terrível (Dn
4.32,33). O rei ficou louco. Deus o fez descer ao fundo do poço, tirou seu entendimento
e deu-lhe um coração de animal. Seu cabelo cresceu como penas de águia, suas
unhas cresceram como as das aves. Vivia como animal no campo, comendo capim, pastando
no meio dos bois. Sua doença era chamada de insânia zoantrópica, licantropia ou
boantropia, ou seja, considerar-se um animal, agir como um animal. As pessoas
que sofrem desta terrível enfermidade agem como o animal que imaginam ser e emitem
os ruídos que o caracterizam. Deus colocou o homem mais poderoso do mundo no
meio dos bois. Deus golpeou seu orgulho para levá-lo à conversão. Ele passou a comer
capim, a rolar no chão com os cascos crescidos. O poderoso Nabucodonozor virou
bicho, foi pastar. A humilhação é irremediável (Dn 4.32,33). Ninguém pôde
ajudar Nabucodonozor, embora fosse o homem mais rico e mais poderoso da terra. A
humilhação finalmente é proposital (Dn 4.27).
1)
E cheia de esperança (v. 26,32);
2)
Visa o arrependimento (v. 27). Deus o mandou comer capim para não o mandar para
o inferno. Essa é a eleição da graça, que leva o homem ao fundo do poço e
depois o tira de lá. Deus não fez o mesmo com Belsazar que foi condenado
inapelavelmente. Herodes, por não dar glória a Deus, foi comido de vermes. O
Deus que fere é o Deus que cura. O que humilha, também exalta. E melhor ficar
louco e ser salvo que ser lançado eternamente no inferno.
3. O conselho de Daniel. Percebemos que Daniel não se limitou a explicar o sentido do sonho. Ele
também aconselhou o rei a deixar a sua soberba e a renunciar aos seus pecados
(v.27). Isso envolvia a prática da justiça e o abandono da iniquidade, usando
de misericórdia com os pobres. Isso mostra que a disciplina sobre o imperador
também se devia a sua negligência e falta de misericórdia com os menos
afortunados. O Senhor considerou essas falhas tão graves que o rei teria de
passar por um período de disciplina, comendo com os animais do campo. Daniel
era um conselheiro de valor e não estava preocupado em satisfazer o rei para
manter o seu cargo na corte, razão pela qual admoestou Nabucodonosor sobre seus
vícios de caráter.
- põe termo... em teus pecados, Daniel conclamou todos a reconhecerem
os seus pecados e a se arrependerem (cf. ls 55.7). Ele não estava apresentando
uma salvação pelas obras, mas tratando da questão do pecado exatamente como
Jesus fez com o jovem rico em Mt 10.16-25. 0 rei não se arrependeu nesse
momento (v. 30). Como Deus operou a conversão de Nabucodonozor? Não foi exaltando-o,
mas humilhando-o. E assim que Deus converte as pessoas. Quem não se fizer como
criança, não pode entrar no Reino de Deus. Primeiro, o homem precisa ser
confrontado com seu pecado e saber que está perdido. Depois, a lei o condena e
o leva ao pó para reconhecer sua indignidade. No céu só entram pessoas
quebrantadas.
SUBSÍDIO
2
“A LIÇÃO DA
HUMILDADE
E, lançando mão de uma criança (v.36).
Cristo, assim como os profetas da antiguidade, ensinava por meio de gestos,
sinais e objetos materiais. A lição da humanidade é tão importante que, de
qualquer maneira, devemos aprendê-la. Em vez de menosprezar as crianças, como
nosso orgulho nos leva a fazer, devemos contemplá-las e meditar nesta lição de
Cristo sobre a humildade.
Se não vos converterdes e não vos fizerdes
como crianças (Mt 18.3). Aos que procuram os lugares de mais honra no Reino,
Jesus declara que realmente não estão no Reino. Anjos foram lançados fora dos
céus por causa do orgulho. Os que se ensoberbecem cairão na condenação do diabo
( Tm 3.6). Se não abandonarmos o nosso orgulho, a entrada nos céus ser-nos-á
vedada. Se não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no Reino de
Deus (Mt 18.3). E evidente, portanto, que as criancinhas são salvas. Aquele que
se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus (Mt
18.4). A resposta de Jesus causa grande surpresa. Conforme a ideia popular,
deveria responder: Quem pois, se tornar com um anjo, ou como o pastor de nossa
igreja, esse e o maior no Reino dos céus. Se não vos fizerdes como crianças (Mt
18.3). Não significa meninos:
1) no entendimento (1 Co 14.20);
2) na firmeza (Ef 4.14);
3) na censura (Mt 11.16,17);
4)no conhecimento da Palavra (Hb 5.12-14).
Mas, sim, meninos:
1) em desejar o leite espiritual da Palavra
(1 Pe 2.2);
2) em confiar no Pai celestial que nos
alimentará e vestirá (Mt 6.25);
3) isentos da milícia (1 Co 14.20);
4) na humildade.
É a isso que se refere Cristo. Como
crianças, ‘não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes, não
sejais sábios em vós mesmos’ (Rm 12.16). Qualquer que receber uma destas
(v.32). Receamos que se nos humilharmos como criança, ninguém nos receberá mais?
Receamos que o próximo nos maltratará? Mas a essa dificuldade Cristo antecipa,
acrescentando: ‘Qualquer que receber em meu nome uma criança tal como esta a
mim me recebe. Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em
mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se
submergisse na profundeza do mar’ (Mt 18.5,6). Esta palavra divina é como uma
barreira de fogo em redor dos seus fiéis, A mim me recebe (v.37). Quem põe sua
mão sobre a cabeça da criança, põe-na sobre o coração da mãe da criança.
Igualmente, quem recebe um dos menores recebe a Cristo, que tanto ama os
pequeninos. (BOYER O. Espada Cortante 1: Daniel, Apocalipse, Mateus e Marcos,
Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.542)
III. O CUMPRIMENTO DA PROFECIA E A
RESTAURAÇÃO DO REI
1. Deus abate o orgulho. Doze meses após o sonho, ele cumpriu-se cabalmente sobre a vida de
Nabucodonosor (4.29). Quando o rei se vangloriava (4.39), uma voz do céu
declarou-lhe o destino, sendo expulso da companhia humana e passando o rei a
viver como animal. Teve um surto que retirou a sua sanidade mental. Deus estava
mostrando quem era o verdadeiro soberano, e que ele resiste aos soberbos. No
capítulo 5, Daniel declara que “quando o seu coração se exaltou, e o seu
espírito se endureceu em soberba, foi derrubado do seu trono real, e passou
dele a sua glória” (5.20). Reiteradamente a Bíblia adverte sobre os perigos da
soberba e do orgulho prepotente (Pv 16.5,18; Tg 4.6). Jesus afirmou que
qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se
humilhar será exaltado (Lc 14.10,11), Portanto, é melhor se humilhar, para ser
exaltado por Deus, do que se exaltar, e ser humilhado por ele.
- Nabucodonozor via a glória de
sua cidade. Ele tocava trombeta para si mesmo. Gostava de viver sob as luzes da
ribalta. Aplaudia sua própria glória. Deus, portanto, o humilhou. Jogou-o no
pó. Mandou-o para o pasto comer grama. Tirou suas roupas palacianas e molhou
seu corpo com o orvalho do céu. Suas unhas esmaltadas viraram casco. Apesar de
ser um “instrumento” usado pelo Senhor, segundo o pastor Matthew Henry,
“Nabudonosor foi o rival mais ousado da soberania do Deus Supremo do que
qualquer outro mortal jamais pudesse ter sido”. Traspassado pela presunção,
Nabucodonosor ficou longos “sete tempos” numa situação irracional à semelhança
dos animais do campo (Dn 4.28-33). Só assim o soberano caldeu viu que o
Altíssimo está acima dele.
2. O rei reconhece a
grandeza de Deus. Tudo isso
sobreveio sobre Nabucodonosor para que ele reconhecesse o poder do Altíssimo.
Embora fosse chamado pelo profeta Jeremias de “servo” do Senhor (Jr 26.9), no
sentido de ter sido o instrumento divino para punir Israel, o rei babilônio não
assumiu uma posição de humildade perante Deus. Ocorre que o ímpio precisa ser
confrontado pela Palavra de Deus e saber que se encontra perdido. Muito
diferente de algumas pregações de hoje, a mensagem de Deus para o rei não
buscou inflar o seu ego, mas mostrar o seu estado, para que pudesse se
arrepender. E assim aconteceu. Passados os dias conforme a revelação, a
consciência de Nabucodonosor retornou, recobrando o juízo. Ele glorificou ao
Senhor e reconheceu o seu poder eterno (4.34). A restauração do rei da
Babilônia mostra que o evangelho tem poder é capaz de transformar a vida de
qualquer pessoa. O evangelho e o poder de Deus para a salvação de todo aquele
que crê (Rm 1.16).
- Depois de ter experimentado a
punição de sua soberba, Nabucodonosor se arrependeu do seu pecado e foi
restaurado de sua demência. Isso o levou a fazer uma proclamação acerca do eterno
domínio de Deus (Dn 4.34-37). O rei babilônio aprendeu que o Senhor, em sua
soberania, é aquele “que muda os tempos e as horas; ele remove os reis e
estabelece os reis” (Dn 2.21). A conversão de Nabucodonozor pode ser vista por intermédio
de quatro evidências: ele glorifica a Deus (Dn 4.34). Agora, ele olha para o
céu, para cima. Nossa vida sempre segue a direção de nosso olhar. Até agora ele
só olhava para baixo, para a terra. Como aquele rico insensato que construiu só
para esta vida, e Deus o chamou de louco. Muitos levantam os olhos tarde
demais, como o rico que desprezou Lázaro. Ele levantou seus olhos, mas já estava
no inferno. Nabucodonozor confessou a soberania de Deus (Dn 4.35). Testemunhou
sua restauração (Dn 4.36) e adorou a Deus (Dn 4.37).
3. Pregando para todas as
pessoas. A postura de Daniel ao transmitir
integralmente a mensagem divina ao rei, nos ensina sobre a necessidade de
pregarmos para todas as pessoas, sem medo (Mc 16.15), Na universidade, no
trabalho ou em qualquer lugar, fale de Jesus e do plano da salvação
indistintamente, Anuncie o evangelho aos pobres e ricos, e não tenha receio de
testemunhar para as autoridades. Daniel não desistiu de Nabucodonosor, e não se
deixou levar pelo histórico. Ele sabia que quem transforma é Deus.
- Nunca devemos desistir da conversão
de qualquer pessoa. Aquele que arruinou Jerusalém destruiu o templo, carregou
os vasos sagrados, esmagou a cidade, levou cativo o povo, adorava deuses falsos
e era cheio de orgulho converteu-se. Se aquele que manda matar seus próprios
feiticeiros e também jogar na fornalha os filhos de Deus; se aquele que exige
adoração de seus súditos e força as pessoas a adorarem falsos deuses; se aquele
que era o homem mais poderoso do mundo converteu-se, podemos crer que não há
conversão impossível para Deus.
CONCLUSÃO
A
história pessoal de Nabucodonosor nos oferece uma poderosa lição sobre as
consequências da arrogância e da exaltação diante da majestade do
Todo-Poderoso. Ela destaca a suprema soberania divina sobre toda a criação,
lembrando-nos de que nenhuma criatura pode rivalizar com a glória de Deus. O
episódio ilustra a capacidade da misericórdia e da justiça divinas de redimir o
ser humano arrependido, revelando a esperança de transformação e restauração
para qualquer pessoa.
- Que Deus
nos livre da soberba, pois ela é como uma doença contagiosa que se aloja no
coração do homem e faz com que ele perca o senso de autocrítica, passando a
agir irracionalmente (Sl 101.5; 2Cr 26.16). Estejamos atentos, pois a Palavra
de Deus nos mostra que a soberba nos cega (1Tm 3.6; 6.4), nos afasta de Deus e
traz ruína.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Graduado
em Gestão Pública;
Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
Pós-graduando
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
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HORA DA REVISÃO
1.
Qual a ordem que a sentinela que surge no sonho dá?
Para que a árvore fosse derrubada,
deixando somente o toco e suas raízes, preso com ferro e bronze.
2.
O que simbolizava a árvore majestosa?
A árvore simbolizava formosura, a
grandeza, o poder e a riqueza do reino de Nabucodonosor
3.
Quanto tempo depois o sonho se cumpriu?
Doze meses (4.29)
4.
Quais palavras foram usadas por Nabucodonosor demonstrando a sua vanglória?
‘Não é esta grande Babilônia que eu
edifiquei para casa real, com a força do meu poder e para a glória da minha
magnificência?’ (4.39
5.
O que nos ensina a postura de Daniel de transmitir a mensagem divina ao rei?
Nos ensina sobre a necessidade de
pregarmos para todas as pessoas sem medo (Mc 16.15)