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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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4 de maio de 2024

EBD ADULTOS | Lição 6: As Nossas Armas Espirituais | 2° Trimestre de 2024

 

TEXTO ÁUREO

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4)

Entenda o Texto Áureo:

- nossa milícia. A ideia da vida cristã como uma milícia é comum no NT (cf. 6.7; Ef 6.10-18; 1Tm 1.18; 2Tm 2.3-4; 4.7). carnais. Humanas. fortalezas. A metáfora seria compreendida rapidamente pelos coríntios, visto que Corinto, como a maioria das cidades antigas, tinha uma fortaleza (no topo de uma colina, ao sul da cidade) na qual seus habitantes poderiam se refugiar. Essas fortalezas espirituais descomunais, preenchidas pelas forças do inferno, podem ser demolidas somente com as armas espirituais empunhadas pelos cristãos piedosos — de forma singular, a "espada do Espírito" (Ef 6.17), uma vez que apenas a Palavra de Deus pode derrotar as mentiras satânicas. Essa é verdadeira batalha espiritual. No AT, os cristãos não são instruídos a atacar os demônios ou Satanás, e sim, a atacar o erro com a verdade. Essa é a nossa batalha (Jo 17.17; Hb 4.12). sofismas. Pensamentos, ideias, especulações, raciocínios, filosofias e falsas religiões são as fortalezas ideológicas as quais os seres humanos usam como barricadas para se colocarem contra Deus e o evangelho (1Co 3.20).

 

VERDADE PRÁTICA

Diante da batalha espiritual, temos poderosas armas espirituais à nossa disposição: a Palavra de Deus, a Oração e o Jejum.

Entenda a Verdade Prática:

- Muito se tem falado sobre batalha espiritual e muitos são os métodos usados nessa batalha. Diante dessa guerra, temos uma arma poderosa: a "espada do Espírito" (Ef 6.17), uma vez que apenas a Palavra de Deus pode derrotar as mentiras satânicas. Essa é verdadeira batalha espiritual. Somos instruídos não a atacar os demônios ou Satanás e todo o seu reino, mas sim, a atacar o erro com a verdade! Nossa principal arma é a verdade! Essa é a nossa batalha!

 

LEITURA BÍBLIA EM CLASSE

Lucas 4.1-4, 16-20

1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.

- cheio do Espírito Santo. Lucas frequentemente chama atenção especial para a obra do Espírito, Lucas 3:22, Lucas 4:14; Atos 6:3; Atos 7:55; Atos 11:24. A expressão alude ao derramamento do Espírito sobre Jesus em Seu batismo, João 3:34. A narrativa deve ser comparada com Mateus 4:1-11; Marcos 1:12-13. João, que narra principalmente o que ele próprio viu, omite a tentação. foi levado. Um impulso divino o levou a enfrentar sozinho a hora do perigo. Marcos usa a expressão mais intensa, “imediatamente o Espírito O impele adiante”. Ele dedica apenas dois versículos (Marcos 1:12-13) à Tentação, mas adiciona o toque gráfico de que “Ele estava com as feras” (comp. Salmo 91:13), e implica no ministério contínuo de anjos (diekonoun) para ele. pelo Espírito. Em vez disso, no Espírito, comp. Lucas 2:27. A frase enfatiza o “cheio do Espírito Santo” e tem o mesmo significado que “no poder do Espírito”, Lucas 4:14 […] no deserto. Em vez disso, em. Ele estava “no Espírito” durante todo o período. Supõe-se que o cenário da tentação seja a montanha perto de Jericó, daí chamada Quarantânia. A tradição não é antiga, mas o local é muito provável, por ser rochoso, sombrio e repelente […] A Escritura em todos os lugares reconhece a necessidade de solidão e meditação na véspera de uma grande obra para Deus (Êxodo 24:2; 1Reis 19:4; Gálatas 1:17), e isso seria necessário para a natureza humana de nosso Senhor também. [Cambridge, aguardando revisão]

2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.

- durante quarenta dias, sendo tentado. Evidentemente a tentação de Cristo abrangeu todos os 40 dias do seu jejum (Mt 4.2). Tanto Mateus quanto Lucas fazem um relato condensado de apenas três tentações específicas. Lucas inverte a ordem das últimas duas tentações em relação ao texto de Mateus. Lucas ocasionalmente ordena o material de modo lógico em vez de cronológico. Lucas pode ter tido algum propósito em fazer isso aqui — talvez para que a finalização de seu relato sobre a tentação de Jesus se desse no templo de Jerusalém, um lugar muito importante na narrativa de Lucas.

3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.

- Se tu és Filho de Deus. Sem dúvida, uma alusão à voz divina em Seu batismo (Lucas 3:22). As mesmas palavras foram dirigidas de forma provocante a nosso Senhor na cruz (Mateus 27:40). O grego significa estritamente “Supondo que és”, mas no grego helenístico as palavras e frases nem sempre são usadas com sua delicada precisão anterior. diz a esta pedra. O grego implica que a sugestão chamou a atenção direta para uma pedra particular. Neste deserto, existem fósseis em forma de pão, conhecidos pelos primeiros viajantes como lapides judaici e pelos geólogos como septaria. Alguns desses acréscimos siliciosos assumem a forma de frutas e são conhecidos como “melões de Elijah” (Stanley). Eles eram popularmente considerados frutos petrificados das Cidades da Planície. Essas aparências enganosas intensificariam as dores da fome e aumentariam a tentação a tortura adicional de uma imaginação excitada. que se transforme em pão. A sutil malignidade da tentação é indescritível. Foi uma tentação para “a concupiscência” (isto é, o desejo) “da carne”; uma tentação de satisfazer um apetite natural e irrepreensível; um apelo ao livre-arbítrio e à obstinação, intimamente análogo à primeira tentação da raça do diabo. ‘Você pode; você pode; será agradável: por que não? ‘(Gênesis 3:1-15). Mas não veio de uma forma indisfarçadamente sensual, mas com a sugestiva semelhança das sanções bíblicas (1Reis 19:8; Deuteronômio 8:16; Salmo 78:19). [Cambridge, aguardando revisão]

4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.

- Está escrito. O gegraptai perfeito significa “foi escrito”, está escrito como uma lição eterna. Jesus frustra o tentador como homem para homem. Ele não dirá ‘Eu sou o Filho de Deus’ e ‘não considera a igualdade com Deus um prêmio a ser agarrado’ (Filipenses 2:6), mas agarra “a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus ”(Efésios 6:17). que não só de pão viverá o ser humano. A citação é de Deuteronômio 8:3, onde Moisés diz ao povo que Deus os deixou passar fome e os alimentou com maná, para mostrar-lhes a dependência do homem de Deus e o fato de que a vida é algo mais do que o mero viver, e só pode ser sustentado por dons divinos do que aqueles que são suficientes para a natureza inferior do homem. O pão sustenta o corpo; mas, para que possamos viver, também a alma e o espírito devem ser mantidos vivos. Êxodo 16:4; Êxodo 16:15. “Todos comiam da mesma carne espiritual.” 1Coríntios 10:3. [mas de toda palavra de Deus] Essas palavras, embora implícitas, são provavelmente adicionadas neste lugar de Mateus 4:4, uma vez que são omitidas por א, B, D, L e várias versões. “Palavra” não está no hebraico original. O versículo transmite uma verdade mais profunda e, ao referir-se a ela, nosso Senhor quis dizer: ’Deus suprirá minhas necessidades à Sua própria maneira, e a vida inferior nada é em comparação com a superior.’ Há muitos mais valiosos e instrutivos paralelos; veja João 4:32-34: “Uma comida tenho para comer que vós não conheceis … A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. Jó 23:12: “Tenho estimado as palavras de Sua boca mais do que o meu alimento necessário.” Jeremias 15:16: “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e tua palavra foi para mim a alegria e alegria de meu coração” Sl 16:6, “A palavra de Deus nutre o homem” Os rabinos judeus tinham a expressão notável: “Os justos comem da glória da Shechiná”. Comp. João 6:27-63. [Cambridge, aguardando revisão]

16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.

- Indo para Nazaré. Lucas reconheceu no v. 23 que Cristo já havia ministrado em Cafarnaum. Contudo, ele propositalmente situa esse episódio no início do seu relato do ministério público de Cristo. Aqui está um exemplo do costume de Lucas de ordenar as coisas pela lógica, em vez de fazer um arranjo cronológico. segundo o seu costume. Nazaré era a sua cidade natal, de modo que ele era bem conhecido de todos que frequentavam regularmente essa sinagoga.

17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

- Não há base suficiente para supor que nosso Senhor escolheu a porção do dia. A linguagem usada antes implica o contrário – que era uma parte selecionada por Ele mesmo para a ocasião. [JFU, aguardando revisão]

18. O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a

- pelo que me ungiu. Isto é, o próprio Espírito Santo o estava ungindo (vs. 1,14).

19. A apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

- o ano aceitável do Senhor. Ou "o ano do favor do Senhor". A passagem que Cristo leu foi Is 61.1-2. Ele parou na metade do v. 2. O restante do versículo profetiza juízo no dia da vingança de Deus. Uma vez que essa parte do versículo refere-se ao segundo advento, ele não a leu.

20. E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

- sentou-se. Era costume de um mestre colocar-se respeitosamente em pé durante a leitura da Escritura (v. 16) e sentar-se humildemente para ensinar.

 

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, estudamos a respeito de três opositores que se mostram como obstáculos de nossa jornada: o Diabo, a Carne e o Mundo. Nesta lição, enfatizo que usaremos três armas, isto é, recursos espirituais em que todo crente precisa lançar mão diante dos obstáculos da jornada: a Palavra de Deus, a Oração e o Jejum. Desde o início de nosso andar com Cristo, estamos diante de uma batalha espiritual que só terá fim com o Arrebatamento da Igreja para o céu.

-Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo convoca a Igreja para lutar e resistir aos inevitáveis conflitos contra as forças espirituais da maldade. Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se manter firme na marcha contra o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se de toda a armadura de Deus. É o que veremos na presente lição”. Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020. É interessante a abordagem desse assunto pelo autor sem citar Efésios. Chegando ao pináculo da carta aos Efésios, Paulo discorre acerca do viver cristão em meio as trevas – resulta em guerra. O ingresso na vida cristã na verdade, é um alistamento para uma guerra e o viver em Cristo, ao mesmo tempo que é um treinamento, é também uma batalha constante e precisamos ter e saber manejar as armas e equipamentos dados por Deus. Assim, Efésios 6.10-17 discorre sobre esta a batalha espiritual que o verdadeiro cristão que foi descrito nos capítulos 1 a 3, que vive a vida controlada pelo Espírito, como disposto nos capítulos de 4.1 a 6.9. Paulo encerra essa carta com uma advertência a respeito da batalha e com instruções sobre como vencê-la. A armadura necessária para combater o adversário e opor-se a ele é concedida aos santos pelo Senhor. Aqui, o apóstolo relata, brevemente, as verdades básicas referentes à preparação espiritual necessária ao cristão, bem como as verdades referentes ao seu inimigo, sua batalha, e sua vitória. Temos também uma descrição específica das seis principais peças da armadura espiritual com a qual Deus equipa os seus filhos para que resistam e superem os ataques de Satanás.

 

I. AS ARMAS DO CRENTE

 

1. As armas. De modo geral, podemos classificar as armas como instrumentos de ataque e de defesa. Nas Escrituras, os principais instrumentos de ataque são: espada (1 Sm 17.45); vara (Sl 23.4); funda (1 Sm 17.40); arco e flecha (2 Rs 13.15); lança (Js 8.18); e dardo (2 Sm 18.14). Os de defesa são: escudo (Ef 6.16), capacete (1Sm 17.5), couraça (1 Sm 17.5) e caneleiras (1 Sm 17.6). Essas armas eram usadas pelos exércitos antigos, bem como pelo exército de Israel, com a diferença de que este era instado a colocar a sua confiança no Senhor (Sl 20.7). Entretanto, para os cristãos, “armas” aqui tem um sentido metafórico, pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra pessoa, mas contra o mal encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se valem do Mundo e da Carne.

- Encontramos a descrição de diversos equipamentos militares ao longo da Bíblia e o seu uso real não foi metafórico. A história de Israel, desde o chamado de Abraão, está repleta de conflitos e até aniquilação de povos. Israel, saído do Egito, não era uma nação preparada para a guerra, não possuía bons equipamentos nem treinamento militar. Israel contava somente com o auxílio do Senhor. No Novo Testamento, Paulo usa a armadura comum usada pelos soldados romanos como uma analogia para a defesa espiritual do cristão e afirma a necessidade dela caso alguém queira manter sua posição enquanto estiver sob ataque. Nosso adversário usa “ciladas”, “esquemas” (Ef 6.11), como armas de ataque, e o emprego dessa descrição carrega a ideia de inteligência, métodos astuciosos, destreza e engano. As armadilhas de Satanás são propagadas por meio do sistema do mundo ímpio sobre o qual ele governa, e são executadas pela sua legião de demônios. “Ciladas” inclui tudo, abrangendo todo pecado, prática imoral, falsa teologia, falsa religião e atração mundana. O agente destes esquemas é o diabo, referido nas Escrituras como “querubim da guarda ungido” (Ez 28.14), “o maioral dos demônios” (Lc 11.15), “o deus deste século” (2Co 4.4), e “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2). Encontramos esse inimigo retratado opondo-se à obra do Deus (Zc 3.1), pervertendo a Palavra de Deus (Ml 4.6), atrapalhando o servo de Deus (1Ts 2.18), impedindo o evangelho (2Co 4.4), enganando o justo (1Tm 3.7) e mantendo o mundo em seu poder (1Jo 5.19).

2. As estratégias do inimigo. Não podemos desprezar o conhecimento a respeito da força do Inimigo de nossas almas. O Novo Testamento revela o que o Diabo é capaz de fazer para ludibriar as pessoas: arrebatar a boa Palavra do coração (Mt 13.19); buscar altas posições com mentiras (At 5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3,4); escravizar (2 Tm 2.26); enfraquecer a fé do crente (Lc 22.32); enganar com doutrinas demoníacas (1 Tm 4.1). Não por acaso, o apóstolo Pedro nos alertou a respeito da sagacidade do Inimigo: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.8).

- A palavra grega traduzida por "diabo" significa "caluniador"; portanto, um inimigo maligno que maldiz os cristãos. Ele e suas forças estão sempre ativos, procurando uma oportunidade para devastar o cristão com a tentação, a perseguição e o desânimo (cf. SI 22.13; 104,21; Ez 22.25). Satanás semeia discórdia, acusa Deus para os homens, acusa os homens para Deus e acusa os homens para os homens. Ele fará o que puder para arrancar o cristão da comunhão com Cristo e do serviço cristão (cf. Jó 1; Lc 22.3; Jo 13.27; 2Co 4.3-4; Ap 12). E ele constantemente acusa os cristãos diante do trono de Deus, tentando convencê-lo a abandoná-los (Jó 1.6-12; Ap 12.10).

3. O chefe de toda força do mal. O apóstolo Paulo escreve claramente que o Diabo é o chefe de todos os poderes das trevas que batalham contra nós (Ef 6.11; Rm 13.12). Até mesmo o apóstolo dos gentios foi por vezes impedido pelo Inimigo por meio de instrumentos humanos (1 Ts 2.18). Essa é uma das razões que o apóstolo cunha Satanás como o “príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2). Destacando ainda sua força e autoridade na hierarquia do mal, o Diabo é denominado de “o deus deste século” (2 Co 4.4). Portanto, não podemos ignorar que o Inimigo tem um reino organizado com seus servos, emissários, principados e potestades (LC 11.17-22).

- A Escritura refere-se ao diabo como "querubim da guarda ungido" (Ez 28.14), "o maioral dos demônios" (Lc 11.15), "o deus deste século" (2Co 4.4), e "o príncipe da potestade do ar" (2.2). A Escritura retrata-o com opondo-se à obra do Deus (Zc 3.1), pervertendo a Palavra de Deus (Ml 4.6), atrapalhando o servo de Deus (1Ts 2.18), impedindo o evangelho (2Co 4.4), enganando o justo (ITm 3.7) e mantendo o mundo em seu poder (1 Jo 5.19). Numa guerra, os exércitos inimigos empregam todos os meios para conhecer o potencial de seu opositor, para assim, planejar o combate a fim de obter a vitória. Não podemos lutar contra quem não conhecemos. Efésios 6.11,12 descreve as características desse inimigo; diz que o diabo, mesmo não sendo onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de Deus. Aqui Paulo usa um termo empregado para o combate corpo a corpo. Lutar retrata trapaça e engano, como Satanás e sua legião quando atacam. Confrontar a tentação enganosa requer a verdade e a justiça. Nesta batalha, a luta “não é contra o sangue e a carne”, mas contra as “forças espirituais do mal”, designando as mais abomináveis depravações, incluindo coisas como extremas depravações sexuais, ocultismo e a adoração a Satanás. O campo de batalha localiza-se “nas regiões celestiais”, que como nos capítulos 1.3; 3.10, diz respeito a toda esfera de seres espirituais.

 

A fim de abençoar meus leitores e seguidores com um pouco mais de conteúdo, com maior profundidade, mais clareza e biblicidade, iniciarei na segunda quinzena de maio, uma Pós-Graduação em Teologia Bíblica e Exegética do Novo Testamento, pela Faculdade Internacional Cidade Viva.

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Deus em Cristo retribua.

Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Cl 3:23-24).

 

II. AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

 

1. Palavra de Deus. O Senhor Jesus disse que não vivemos apenas de pão, mas de toda a Palavra de Deus (Mt 4.4). Dessa maneira, o apóstolo Pedro aconselha que “desejemos afetuosamente” o “leite racional” para o desenvolvimento da nossa salvação, isto é, o estudo perseverante da Palavra de Deus para o nosso crescimento espiritual (1 Pe 2.2). Uma vez nutrido e solidificado com a Palavra, estamos firmados em Deus para resistir às influências malignas, às armadilhas de Satanás e demais estratégias (Mt 7.24,25). Logo, quem se rende à Palavra de Deus experimenta a influência frutífera da verdade divina (Jo 17.17).

- 1Pe 5.9 nos exorta a combatermos esse adversário - resisti-lhe firmes na fé. "Resisti" significa "manter-se firme contra". Uma das maneiras de resistir ao diabo não é com fórmulas especiais, ou palavras dirigidas a ele, mas permanecendo firme na fé cristã. Isso significa continuar a viver de acordo com a verdade da Palavra de Deus (2Co 10.3-5). Na medida em que conhece a sã doutrina e obedece à verdade de Deus, o cristão resiste a Satanás (Ef 6.17). Paulo nos encoraja, ainda, afirmando que nossos irmãos experimentam sofrimentos iguais. Todos os irmãos na fé, toda a comunidade cristã, estão sempre passando por provações semelhantes causadas pelo leão rugidor que nunca deixa de tentar devorar os cristãos (cf. 1 Co 10.13). Não atoa Jesus em sua oração sacerdotal clama em Jo 17.17: Santifica-os na verdade. A ideia de santificação é separar alguma coisa para uso particular e de acordo com isso, os crentes são postos à parte para Deus e seus propósitos, de modo que fazem somente o que Deus quer e odeiam tudo o quo Deus odeia (Lv 11.44-45; 1 Pe 1.16). A santificação é realizada por meio da verdade, que é a revelação que o Filho proporcionou de tudo que o Pai lhe ordenou comunicar, e agora está contida nas Escrituras deixadas pelos apóstolos (Ef 5.26; 2Ts 2.13; Tg 1.21; 1 Pe 1.22-23). Por tanto, o estudo e a vivência em obediência à Escritura, é tanto arma de ataque quanto de defesa para o cristão!

2. A Oração. Aliada ao estudo da Palavra, a oração é uma das mais importantes armas espirituais que o crente tem ao longo de sua jornada para o Céu (Sl 55.17). Prestemos atenção para a seguinte declaração: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18). Note que o apóstolo Paulo não insere a oração como uma peça da armadura, pois na verdade, é como se ela trouxesse um ajuste ou alinhamento para a armadura toda. Nesse aspecto, essa imagem traz uma ideia de que a oração fortalece todas as esferas da nossa vida.

- O cristão tem duas armas muito poderosas à sua disposição, além da palavra de Deus que penetra os lugares mais profundos e tem poder para transformar vidas. Na batalha espiritual, as palavras da Bíblia são sua espada, que lhe ajuda a derrotar os inimigos espirituais. A outra arma poderosa é a oração! Quando você ora, você dá o controle a Deus. Você já não luta sozinho. A oração coloca você junto de Deus, que tem todo o poder para derrotar o inimigo. Não é você que vai vencer a batalha, é Deus. A oração ajuda em todas as batalhas: na tentação, no sofrimento, quando você está confuso ou debaixo de ataque… Por isso, ore em todo tempo! Nada é pequeno demais nem difícil demais para Deus, mas Ele espera que você venha ter com Ele. E a oração aproxima você de Deus.

3. O Jejum. Aliado à Palavra de Deus e à oração, a prática do jejum é uma terceira arma espiritual do crente durante a jornada para o Céu. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, o jejum é uma prática presente. Esse ato é usado no contexto de busca de uma orientação divina (Êx 34.28; Dt 9.9; 2 Sm 12.16-23). No Novo Testamento, o Senhor Jesus jejuou (Mt 4.1-4) e disse que seus discípulos também o fariam (Mt 9.14-17; Lc 5.33-39). A Igreja Primitiva observava a prática do jejum, buscando orientação divina para o envio de obreiros (At 13.2,3; 14.23). Ο apóstolo Paulo também jejuava por ocasião de seu ministério (2 Co 6.5; 11.27). Logo, o jejum tem um valor glorioso para a vida do crente, pois é um ato que nos auxilia a ter mais intimidade com Deus.

- O jejum e a oração devem fazer parte da natureza do cristão, pois a bíblia é bem clara no tocante a estas duas práticas. Se fizermos uma análise bíblica sobre os temas, veremos que homens, mulheres, e até mesmo nações inteiras, alcançaram respostas favoráveis da parte de Deus, por terem praticado o jejum e a oração. Não é de se admirar que até o próprio Cristo praticou a combinação do jejum com a oração em seu ministério terreno. Certamente Jesus deve ser o nosso maior exemplo bíblico de prática cristã. Se Ele sentiu a necessidade de tais práticas, quem somos nós para não acatá-las. É necessário resgatar os princípios bíblicos que foram tão eficazes para aqueles que assim como nós, professaram uma fé firme e sincera no Deus Todo Poderoso, e que em nossos dias infelizmente está bastante escasso. Creio que estamos num tempo de grandes realizações da igreja, porém estas dependem única e exclusivamente de nós nos sujeitarmos totalmente a vontade de Deus. O jejum nos quebranta. O jejum não muda Deus, mas nos muda. Ele faz com que a vontade de Deus seja feita em nós. Quando conseguimos alcançar um nível alto de quebrantamento, nós alcançamos o ponto do milagre, e a manifestação de Deus se faz presente (Is 57.15; Sl 51.17). O jejum nos deixa vulneráveis diante de Deus e Ele nos dá um cheque em branco se tivermos um coração totalmente voltado para Sua vontade (2Cr 7.14). Jejum nos deixa desapegado e disposto a largar o que for se Deus assim quiser. Quanto menos apegados estamos as coisas, mais apto estamos para tê-las, pois isso não irá nos corromper.

 

III. JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO

 

1. Vencendo o Diabo com a Palavra. Há dois episódios importantes que relatam o destaque especial que o Senhor Jesus deu à Palavra em Lucas 4. O primeiro enfatiza que o Senhor Jesus venceu o Tentador com a Palavra de Deus (Lc 4.4; cf. Dt 8.3). No segundo, Ele leu uma passagem do profeta Isaías na sinagoga em Nazaré e tomou para si o cumprimento do texto lido (Lc 4.16-20; cf. Is 61.1,2). Nosso Senhor deixou claro nesses episódios que os princípios da Palavra de Deus devem estar presentes em nossa vida na batalha contra o Maligno. Por isso, nessa contenda, o apóstolo Paulo aconselha-nos a tomar a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus, a única arma de ataque na armadura do crente (Ef 6.17), uma arma poderosa e eficaz que provém do Espírito Santo de Deus (2 Tm 3.16).

- Calçados os pés na preparação do evangelho da paz (Ef 6.15). Os soldados romanos usavam sandálias com pregos nelas para que se prendessem ao chão durante o combate. O evangelho da paz pertence às boas-novas que, por meio de Cristo, os cristãos estão em paz com Deus e ele está do lado deles (Rm 5.6-10). É essa confiança do apoio divino que permite ao cristão permanecer firme, sabendo que, uma vez que ele está em paz com Deus, Deus é a sua força (Rm 8.31,37-39); A Palavra de Deus nos sustenta! O pastor John Piper sugere outra maneira que foi altamente eficaz para ele em sua jornada cristã. "Memorizar as Escrituras torna a meditação possível. Nas vezes em que você não pode ler a Bíblia, a meditação é o caminho para uma compreensão mais profunda", diz Piper. "Se você vai meditar sobre a lei do Senhor dia e noite, você precisa ter algo em sua cabeça". Além disso, isso muda a forma como vemos o mundo, argumenta Piper. "Quando medito sempre nas Escrituras, isso muda minha mente de acordo com o ponto de vista de Deus em relação a tudo", ressalta. "Memorizar as Escrituras torna a Palavra de Deus mais fácil de alcançar para vencer a tentação do pecado. Porque as advertências e as promessas de Deus são a maneira como obtemos conquistas sobre as enganosas mentiras do Diabo", pontuou. "Memorizar as Escrituras me permite vencer o Diabo, batendo em sua cara com uma força na qual ele não pode resistir. Para proteger a mim e a minha família de suas investidas. Com o que você está batendo nele?", questiona o líder. "Ele é milhões de vezes mais forte que você. Ele odeia você, seu casamento e sua família, a Igreja e Deus. Como alguém atravessa este mundo governado pelo diabo sem uma espada nas mãos?", indaga. O pastor afirma que ter as Escrituras na mente fortalece a fé, pois a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus. Além disso, nos ajuda a detectar falhas em nossas vidas de forma mais rápida e eficaz.

2. Vivendo em oração. O evangelista Lucas mostra que Jesus se retirava para os lugares desertos para orar (Lc 5.16; 6.12; 9.28). Ele orava pelos apóstolos e pela Igreja (Jo 17.9,20-22), pelos seus algozes (Lc 23.34), por Simão (Lc 22.31,32), pelos que se encontravam junto ao túmulo de Lázaro (Jo 11.41,42). Ele sabia bem do valor da oração e, por isso, gastava muito tempo falando com Deus. Nesse sentido, nosso Senhor conta conosco para que nos dediquemos à prática da oração, selecionando um local reservado, horário e prioridade para buscar a Deus em súplicas (Mt 6.6).

- Embora isto seja importante e necessário, não é o bastante. A oração nunca foi designada por Deus para eximir-nos de nossas responsabilidades e incentivar a indolência. Não basta orar para vencermos as investidas do inimigo, mas é preciso estar debaixo da obediência à Palavra.

3. Vivendo em jejum. Além de meditar na Palavra e perseverar em oração, o Senhor Jesus jejuava (Lc 4.2). Ora, Ele também espera que o imitemos, jejuando. Infelizmente, há quem ensine que não precisamos jejuar. Exceto os que têm problemas de saúde, por isso é muito importante estarmos sob orientação médica, todo seguidor de Cristo é estimulado pela Bíblia a jejuar. Ademais, quando aliamos o estudo da Palavra e a oração ao jejum, aprofundamos a nossa intimidade com Deus e nos tornamos mais sensíveis à sua voz, conforme acontecia com a liderança e os membros da igreja antiga que jejuavam como o Senhor Jesus (At 9.9; 13.2,3).

- Importante que se diga, o efeito do jejum não tem a ver com Deus ou o mundo espiritual, mas conosco e a nossa percepção dele, porém, essa poderosa disciplina espiritual nos afeta de forma abrangente. Em Romanos 12.1-2 Paulo faz uma associação entre sacrifício e culto e fala do corpo como um sacrifício vivo, não matando o corpo literalmente, mas fazendo morrer a natureza pecaminosa (Cl 3.5). Para essa transformação é preciso uma mudança de mentalidade em três passos: refrear a carne, quebrar o molde de comportamento mundano e renovar a mente. O jejum é um grande exercício do domínio próprio, e também é um promotor tanto do sacrifício vivo quanto da contenção da carne. Não há remédio para natureza carnal, a não ser a mortificação. O jejum e o domínio próprio são ferramentas para conter a força da velha natureza e nos impedem de tentar adaptar o evangelho aos padrões da carne.

 

CONCLUSÃO

O nosso Inimigo é ardiloso e perverso. Por isso, não podemos ignorar suas estratégias. Contra ele, lutaremos com armas espirituais: Palavra, Oração e Jejum. Essas armas promovem crescimento e fortalecimento para nossa vida ao longo de nossa jornada espiritual. Assim, segundo o modelo de vida do nosso Senhor Jesus, que fez uso dessas armas, podemos vencer as estratégias do Maligno.

- Não há filho de Deus que não seja tentado. Não é pecado ser tentado. Pecado é ceder à tentação. Resistir ao diabo não é aprender uma meia dúzia de gírias evangélicas. Resistir ao diabo inclui submissão a Deus, vida de oração e santificação. É renúncia ao pecado, arrependimento e consagração a Cristo Jesus! Leia mais aqui!

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, qual é o sentido que devemos considerar a palavra “arma”?

O sentido metafórico, pois nosso combate não é de corpo a corpo com outra pessoa, mas contra o mal encabeçado pelo Diabo e seus demônios, que se valem do Mundo e da Carne.

2. Cite ao menos três estratégias do inimigo para ludibriar as pessoas.

Arrebatar a boa Palavra do coração (Mt 13.19); buscar altas posições com mentiras (At 5.3); usar pessoas para trair (Lc 22.3.4).

3. Cite as três armas espirituais do crente.

Palavra de Deus, o Jejum e a Oração.

4. O que acontece quando aliamos estudo da Palavra, Oração e Jejum?

Quando aliamos o estudo da Palavra e a oração ao jejum, aprofundamos a nossa intimidade com Deus e nos tornamos mais sensíveis à sua voz.

5. O que a Palavra de Deus, o Jejum e a Oração promovem em nossa jornada espiritual?

A Palavra de Deus, a Oração e o Jejum promovem crescimento e fortalecimento para nossa vida ao longo de nossa jornada espiritual.