TEXTO PRINCIPAL
“Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9)
Entenda o Texto Principal:
- Honra ao SENHOR... bens. A visão bíblica dos bens exige que
eles sejam usados para a honra de Deus. Isso se cumpre quando se confia em Deus
(v. 5); quando se entrega o primeiro e melhor para Deus ("primícias";
cf. Êx 22.29; 23.19; Dt 18.4); quando se é justo (vs. 27-28); quando se oferta
generosamente (11.25); e quando se expressa gratidão por tudo o que ele dá (Dt 6.10-12).
O resultado dessa fidelidade em honrá-lo é prosperidade e satisfação.
RESUMO DA LIÇÃO
A
forma como tratamos nossas finanças mostram quem está no controle de nossas
vidas.
Entenda o Resumo da Lição:
- Deus é o criador do universo, Ele fez todas as coisas e
tudo pertence a Ele. Se tivermos apego as coisas deste mundo vamos entristecer
a Deus pois Ele quer que façamos apenas a boa administração das coisas que Ele
nos deu. Por isso, ao honrarmos a Deus com as primicias da nossa renda, nossos
celeiros se encherão fartamente.
TEXTO BÍBLICO
Deuteronômio 8.11-18
11 Guarda-te
para que te não esqueças do Senhor, teu Deus, não guardando os seus
mandamentos, e os seus juízos, e os seus estatutos, que hoje te ordeno.
– Guarda-te, que não te esqueças do SENHOR
– Depois de mencionar os exemplos da bondade divina, Moisés fundou sobre eles
um argumento para sua futura obediência. [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando
revisão].
12 Para que,
porventura, havendo tu comido, e estando farto, e havendo edificado boas casas,
e habitando-as.
– edifiques boas casas. Uma das
condições prescritas por Jonadabe, filho de Recabe, para sua família foi:
“Todos os vossos dias habitareis em tendas; para que vivais muitos dias na
terra em que sois estrangeiros” (Jeremias 35:7). [Ellicott, aguardando revisão].
13 E se tiverem
aumentado as tuas vacas e as tuas ovelhas, e se acrescentar a prata e o ouro,
e.se multiplicar tudo quanto tens.
– (10-18) Mas se os israelitas comessem ali e ficassem
satisfeitos, ou seja, vivessem no meio da abundância, deveriam ter cuidado para
não esquecer seu Deus; que quando sua prosperidade – seus bens, na forma de
casas elevadas, gado, ouro e prata e outras coisas boas – aumentasse, seu
coração poderia não ser levantado, ou seja não se tornassem orgulhosos e,
esquecendo sua libertação do Egito e sua milagrosa preservação e orientação no
deserto, atribuíssem os bens que haviam adquirido às suas próprias forças e ao
trabalho de suas próprias mãos. Para afastar o povo deste perigo de esquecer
Deus, que se segue tão facilmente do orgulho da riqueza, Moisés enumera mais uma
vez em Deuteronômio 8:14-16 as manifestações da graça divina, sua libertação do
Egito a casa dos escravos, seu ser conduzido através do grande e terrível
deserto, cujos terrores ele retrata ao mencionar uma série de coisas nocivas e
até fatais, tais como cobras, cobras ardentes (sarafe, ver em Números 21; 6),
escorpiões, e a terra sedenta onde não havia água. As palavras do נחשׁ, em
diante, são anexadas retóricamente ao que precede por simples aposição, sem
nenhuma partícula de ligação lógica; embora não faça esquecer inteiramente a
forma retórica da enumeração, e fornecer a preposição בּ antes do נחשׁ e as
palavras que se seguem, para não dizer que estaria completamente fora de
caráter antes destes substantivos no singular, como um povo inteiro não poderia
passar por uma serpente, etc. Nesta terra ressequida, o Senhor tirou a água do
povo da rocha áspera, a pedra mais dura, e os alimentou com maná, para
humilhá-los e tentá-los (compare com Deuteronômio 8:2), para que (esta era a
intenção final de toda a humilhação e provação) “te fizesse bem no teu último
fim”. O “último fim” de qualquer um é “o tempo que segue algum ponto distinto
em sua vida, particularmente um ponto importante de marcante época, e que pode
ser considerado como o fim em contraste, sendo o tempo antes daquela época
considerado como o começo” (Schultz). Neste caso, Moisés se refere ao período
de sua vida em Canaã, em contraste com o qual o período de sua permanência no
Egito e sua peregrinação no deserto é registrado como o início; conseqüentemente
a expressão não se refere à morte como o fim da vida, como em Números 23:10,
embora esta alusão não deva ser totalmente excluída, pois uma morte abençoada é
apenas a conclusão de uma vida abençoada. – Como toda a orientação de Israel
pelo Senhor, o que é dito aqui é aplicável a todos os crentes. É através de
humilhações e provações que o Senhor conduz Seu povo à bem-aventurança. Através
do deserto de tribulação, ansiedade, angústia e interposição misericordiosa,
Ele os conduz para Canaã, para a terra de descanso, onde são revigorados e
satisfeitos no pleno gozo das bênçãos de Sua graça e salvação; mas somente
aqueles que continuam humildes, não atribuindo a boa sorte e prosperidade a que
finalmente alcançam, ao seu próprio esforço, força, perseverança e sabedoria,
mas apreciando com gratidão este bem como um presente da graça de Deus. חיל עשׂה,
para criar propriedade, para prosperar em riqueza (como em Números 24:18). Deus
deu força para isso (Deuteronômio 8:18), não por causa do mérito e do mérito de
Israel, mas para cumprir Suas promessas que Ele havia feito sob juramento aos
patriarcas. “Como hoje”, como era bastante evidente então, quando o
estabelecimento do pacto já havia começado, e Israel havia atravessado o
deserto até a fronteira de Canaã (ver Deuteronômio 4:20). [Keil e Delitzsch,
aguardando revisão]
14 Se não eleve
o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do
Egito, da casa da servidão.
– E se eleve logo teu coração; como se você recebesse e
desfrutasse dessas coisas por sua própria sabedoria, valor e atividde,
Deuteronômio 8:17, ou por seu próprio mérito, Deuteronômio 9: 4 . Veja Oséias
13:6 1Coríntios 4:7. [Matthew Poole, aguardando revisão]
15 Que te guiou
por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e
de secura, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha do seixal.
– Que te fez caminhar por um deserto grande e
espantoso, de serpentes ardentes, e de escorpiões – Répteis grandes e
venenosos são encontrados em grande número ainda, particularmente no outono. Os
viajantes devem tomar muito cuidado ao organizar suas tendas e camas à noite;
mesmo durante o dia, as pernas não só dos homens, mas dos animais que eles
montam, são passíveis de serem mordidas.quem tirou água da rocha de pedra –
(veja Deuteronômio 9:21). [Jamieson; Fausset; Brown, aguardando revisão].
16 Que no
deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar,
e para te provar, e para, no teu fim, te fazer bem.
– O grande fim de todas as relações de Deus com os
israelitas no deserto, tanto as provações a que eles foram submetidos como os
benefícios que receberam, foi que Ele poderia fazer-lhes bem em última análise.
para ao fim fazer-te bem; não o fim da vida, como em Números
23:10, mas o estado que se seguiu ao término de seu período de disciplina e
provação no deserto (compare com Jó 8:7; Jó 42:12; 2 Pedro 2:20). Deus assim
tratou os israelitas como ainda trata seu povo; ele os aflige não para seu
prazer, mas para seu lucro (Hebreus 11:12); ele os submete à provação e à
disciplina variada para que ele os sirva para o resto e para a alegria que, no
final, será deles. [Alexander, aguardando revisão].
17 E não digas
no teu coração: A minha força e a fortaleza de meu braço me adquiriram este
poder.
– E digas em teu coração. Isso não é
apenas como se estivesse convencido; mas, quer diga isto ou não expressamente
com os lábios, você sente e praticamente se comporta como se seu próprio poder
e pudesse lhe ter conseguido esta riqueza. [Smith, aguardando revisão]
18 Antes, te
lembrarás do Senhor, teu Deus, que ele é o que te dá força para adquirires
poder; para confirmar o seu concerto, que jurou a teus pais, como se vê neste
dia.
– (10-18) Mas se os israelitas comessem ali e ficassem
satisfeitos, ou seja, vivessem no meio da abundância, deveriam ter cuidado para
não esquecer seu Deus; que quando sua prosperidade – seus bens, na forma de
casas elevadas, gado, ouro e prata e outras coisas boas – aumentasse, seu
coração poderia não ser levantado, ou seja não se tornassem orgulhosos e,
esquecendo sua libertação do Egito e sua milagrosa preservação e orientação no
deserto, atribuíssem os bens que haviam adquirido às suas próprias forças e ao
trabalho de suas próprias mãos. Para afastar o povo deste perigo de esquecer
Deus, que se segue tão facilmente do orgulho da riqueza, Moisés enumera mais
uma vez em Deuteronômio 8:14-16 as manifestações da graça divina, sua
libertação do Egito a casa dos escravos, seu ser conduzido através do grande e
terrível deserto, cujos terrores ele retrata ao mencionar uma série de coisas
nocivas e até fatais, tais como cobras, cobras ardentes (sarafe, ver em Números
21; 6), escorpiões, e a terra sedenta onde não havia água. As palavras do נחשׁ,
em diante, são anexadas retóricamente ao que precede por simples aposição, sem
nenhuma partícula de ligação lógica; embora não faça esquecer inteiramente a
forma retórica da enumeração, e fornecer a preposição בּ antes do נחשׁ e as
palavras que se seguem, para não dizer que estaria completamente fora de
caráter antes destes substantivos no singular, como um povo inteiro não poderia
passar por uma serpente, etc. Nesta terra ressequida, o Senhor tirou a água do
povo da rocha áspera, a pedra mais dura, e os alimentou com maná, para
humilhá-los e tentá-los (compare com Deuteronômio 8:2), para que (esta era a
intenção final de toda a humilhação e provação) “te fizesse bem no teu último
fim”. O “último fim” de qualquer um é “o tempo que segue algum ponto distinto
em sua vida, particularmente um ponto importante de marcante época, e que pode
ser considerado como o fim em contraste, sendo o tempo antes daquela época
considerado como o começo” (Schultz). Neste caso, Moisés se refere ao período
de sua vida em Canaã, em contraste com o qual o período de sua permanência no
Egito e sua peregrinação no deserto é registrado como o início;
conseqüentemente a expressão não se refere à morte como o fim da vida, como em
Números 23:10, embora esta alusão não deva ser totalmente excluída, pois uma
morte abençoada é apenas a conclusão de uma vida abençoada. – Como toda a
orientação de Israel pelo Senhor, o que é dito aqui é aplicável a todos os
crentes. É através de humilhações e provações que o Senhor conduz Seu povo à
bem-aventurança. Através do deserto de tribulação, ansiedade, angústia e
interposição misericordiosa, Ele os conduz para Canaã, para a terra de
descanso, onde são revigorados e satisfeitos no pleno gozo das bênçãos de Sua
graça e salvação; mas somente aqueles que continuam humildes, não atribuindo a
boa sorte e prosperidade a que finalmente alcançam, ao seu próprio esforço,
força, perseverança e sabedoria, mas apreciando com gratidão este bem como um
presente da graça de Deus. חיל עשׂה, para criar propriedade, para prosperar em
riqueza (como em Números 24:18). Deus deu força para isso (Deuteronômio 8:18),
não por causa do mérito e do mérito de Israel, mas para cumprir Suas promessas
que Ele havia feito sob juramento aos patriarcas. “Como hoje”, como era
bastante evidente então, quando o estabelecimento do pacto já havia começado, e
Israel havia atravessado o deserto até a fronteira de Canaã (ver Deuteronômio
4:20). [Keil e Delitzsch, aguardando revisão]
Mateus 6.19-24
19 Não ajunteis
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam.
– Não ajunteis para vós tesouros na terra,
onde e a traça. Tesouros orientais, consistindo em parte em roupas
caras guardadas (Jó 27:16); eram sujeitos a serem consumidos por traças (Jó
13:28; Isaías 50:9; Isaías 51:8). Em Tiago 5:2 há uma referência evidente às
palavras de nosso Senhor aqui. gastam – ‘fazem desaparecer’.
Através desta referência à traça e à ferrugem, nosso Senhor ensina como tais
tesouros terrenos são perecíveis. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
20 Mas ajuntai
tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões
não minam, nem roubam,
– ajuntai para vós tesouros no céu.
Estas, como na passagem paralela de Lucas 12:33, são as boas obras, ou melhor,
o caráter formado por elas, que nos segue para o mundo invisível (Apocalipse
14:13), e não está sujeito a nenhum processo de decadência. Portanto, os homens
são “ricos em boas obras” (1Timóteo 6:18), “ricos em fé” (Tiago 2:5), são
feitos participantes das “riquezas insondáveis de Cristo e de Sua glória”
(Efésios 3:8,16). [Ellicott, 1905]. tesouros. Não ajunte riquezas
terrenas. Ele recomenda o uso de bens financeiros para propósitos que sejam
celestiais e eternos.
21 Porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
– Os homens podem tentar convencer-se de que terão um
tesouro na terra e também um tesouro no céu, mas, a longo prazo, um ou outro
afirmará sua pretensão de ser o verdadeiro tesouro, e reivindicará a lealdade
total do coração. [Ellicott, 1905]
22 A candeia do
corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
terá luz.
– Como teremos certeza de que estamos acumulando tesouros
no céu e agindo de maneira simples e pura para a glória de Deus? Aqui nosso
Senhor responde: Prestando atenção nas nossas consciências e mantendo-as
saudáveis. Estamos muito inclinados a acreditar que elas certamente nos levarão
ao que é certo, esquecendo que a própria consciência pode ser obscurecida pelo
pecado. A consciência é como o olho. Quando o olho está saudável, todo o corpo
é cheio de luz (Mateus 6:22). Todo objeto é visto em suas cores e proporções
verdadeiras. Mas se houver catarata no olho, malformação ou daltonismo, todo o
corpo estará cheio de luz distorcida ou escuridão (Mateus 6:23). Assim pode ser
com a consciência, e por isso somos advertidos contra confiar cegamente em
nossa consciência, que pode, através do pecado passado ou da falta de educação
moral, estar vendo as coisas em uma luz falsa, ou até mesmo ser totalmente
corrompida, proporcionando-nos escuridão moral em vez de luz. Devemos submeter
nossas consciências aos ensinos de Jesus Cristo, e ter certeza antes de confiar
nelas, que elas emitem os mesmos julgamentos morais e são tão sensíveis quanto
as dos melhores cristãos. Quando nossa consciência estiver sã e nossa alma
cheia de luz, poderemos discernir se estamos servindo a Deus ou a mamom. Se
nossas consciências não são saudáveis, podemos continuar servindo mamom a vida
inteira sem saber. [Dummelow, 1909]
23 Se, porém,
os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que
em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!
– Essa é uma argumentação do menor para o maior. A analogia
é simples. Se o seu olho for mau, nenhuma luz poderá entrar e você será deixado
nas trevas por causa dessa enfermidade. Pior ainda será o problema se ele não
estiver relacionado apenas à percepção externa, mas for uma corrupção interior
de toda a natureza da pessoa, de modo que as trevas de falo emanem de dentro e
afetem o ser por completo. Ele os estava acusando pela sua religião terrena
superficial que havia deixado seus corações nas trevas.
24 Ninguém pode
servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará
a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
– dois senhores. Nosso Senhor declara que, em último caso,
existem apenas duas classes de homens, aqueles que servem a Deus e aqueles que
servem ao [sistema do] mundo. [Dummelow, 1909].
- OBS.: Todos os comentários,
exceto os com citações, são da Bíblia de Estudo MacArthur, SBB, Edição de
Janeiro de 2017)
- Caso deseje, poderá baixar o
MyBible: https://play.google.com/store/apps/details?id=ua.mybible.
INTRODUÇÃO
Um
dos maiores desafios do ser humano é lidar com os recursos financeiros. Vivemos
em um mundo onde o dinheiro é largamente utilizado, e a sua influência alcança
todas as pessoas, quer creiam em Deus, quer não. Mas o que o Cristianismo
ensina a respeito do dinheiro, o seu uso e de que forma esses ensinos podem ser
aplicados à nossa vida? É o que veremos nesta lição.
- Historicamente, muitos cristãos,
tanto no Brasil como em outros países, têm enfrentado sérios problemas na
sensível área das finanças. Não é sem razão que o dinheiro e seu uso estão
entre os temas mais frequentes da Bíblia. Na maior parte dos textos que falam
sobre o assunto, o tom é de solene advertência quanto aos perigos que espreitam
nessa área. O apóstolo Paulo chega ao ponto de afirmar que os que anseiam por
ficar ricos caem em tentação e cilada, e que o amor ao dinheiro é raiz de todos
os males (1Tm 6.9-10). Existem alguns elementos no ambiente cultural evangélico
brasileiro que contribuem para esses problemas. O princípio da mordomia cristã
é o reconhecimento da soberania de Deus, conforme está escrito: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe,
o mundo e os que nele vivem” (Sl 24.1). Neste sentido, as Escrituras
ensinam que o princípio da mordomia cristã deve ser aplicado integralmente à
vida do crente: Mente, Corpo, Tempo e Oportunidades, Dons e Talentos e também
os Bens materiais.
I. O DINHEIRO E SUA UTILIDADE
1. Uma breve
história. Para que possamos compreender a importância do dinheiro, é importante
conhecer um pouco da sua história. Segundo historiadores e financistas, o
dinheiro surgiu da necessidade de se mensurar quantidades de valores para se
adquirir bens. Nos tempos antigos, a troca ou câmbio era utilizada para que as
pessoas pudessem ter os bens ou serviços de que necessitavam. Mas como calcular
o valor de um bem? Se eu tenho, por exemplo, cinco sandálias de couro e desejo
trocá-las por duas sacas de grãos, que tipo de equivalência haveria entre esses
bens? Como ter certeza de que nessa troca uma pessoa não ganharia mais, e a
outra, menos? O sistema de trocas serviu por um bom tempo, até que houvesse uma
busca pela uniformização de um bem que representasse um valor: o dinheiro.
Então surgiram as moedas de metal inicialmente de metais preciosos, e depois
feitas de metais não tão valiosos.
- “Ao longo dos séculos, com o desenvolvimento da
inteligência, passou a espécie humana a sentir a necessidade de maior conforto
e a reparar no seu semelhante. Assim, como decorrência das necessidades
individuais, surgiram as trocas. Esse sistema de troca direta, que durou por
vários séculos, deu origem ao surgimento de vocábulos como “salário”, o
pagamento feito através de certa quantidade de sal; “pecúnia”, do latim
“pecus”, que significa rebanho (gado) ou “peculium”, relativo ao gado miúdo
(ovelha ou cabrito). As primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, peças
representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia),
no século VII A. C.. As características que se desejava ressaltar eram
transportadas para as peças através da pancada de um objeto pesado (martelo),
em primitivos cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, onde os signos
monetários eram valorizados também pela nobreza dos metais empregados, como o
ouro e a prata. Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do
ouro e da prata por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o
passar dos séculos, a associação dos atributos de beleza e expressão cultural
ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam
figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das
sociedades.” Texto extraído de: https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html#:~:text=As%20primeiras%20moedas%2C%20tal%20como,martelo)%2C%20em%20primitivos%20cunhos.
2. O valor do dinheiro. O tempo passou, e
o papel passou a ser usado para representar determinados valores, chamado de
papel-moeda. Hoje existem transações bancárias feitas por meios digitais, como
por exemplo, o Pix. E por mais que os modelos de transações monetárias possam
ter evoluído e mudado com o passar do tempo, para muitas pessoas ter dinheiro é
sinal de status e de poder. As Escrituras Sagradas não condenam ter bens
materiais, entretanto, alertam para o amor ao dinheiro (1 Tm 6.10).
- 1Timóteo 6.10 adverte sobre amor do dinheiro;
Literalmente, sobre o afeto pela prata. No contexto, esse pecado aplica-se
especificamente aos falsos mestres, mas o princípio é uma verdade universal. O
dinheiro em si mesmo não é mau, uma vez que é uma dádiva de Deus (Dt 8.18).
Paulo condena somente o amor ao dinheiro (c.f. Mt 6.24) que é tão
característico dos falsos mestres (1 Pe 5.2;2Pe 2.1-3,15). Ainda falando dos falsos
mestre e por lição, dos que se apegam ao dinheiro, aqueles como estes, se
desviaram da fé, ou seja, do corpo da verdade cristã. O ouro substituiu
Deus para esses apóstatas que deixaram de buscar as coisas de Deus para
dedicar-se ao dinheiro.
3. Um assunto bastante espiritual. Há quem pense que
tratar de finanças é um assunto carnal, pois para essas pessoas, na eternidade
não seremos medidos pelo que temos, e sim pelo que fizemos com o que nos foi
dado. Mas em muitas passagens das Escrituras, como veremos, Deus fala sobre o
dinheiro. É Ele que diz: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o SENHOR dos
Exércitos” (Ag 2.8). Jesus mencionou o dinheiro e a sua influência na vida de
uma pessoa quando observou a viúva trazendo as duas únicas moedas que tinha para
dar de oferta (Lc 21.1-4), quando pagou o imposto (Mt 17.24-27), quando narrou
a Parábola do Bom Samaritano, que deu dois denários ao dono da estalagem, e ao
falar da dracma perdida (Lc 15.8-10). Mesmo em seu ministério, Jesus
experimentou sustento financeiro, e nos é dito que Judas, o traidor, valia-se
dos recursos do ministério de Jesus para pegar dinheiro para si (Jo 12.6).
Portanto, finanças é um assunto espiritual, e o Senhor Jesus sabia da
necessidade de se lidar com o dinheiro enquanto esteve neste mundo.
- O dinheiro é para ser usado,
administrado e colocado a serviço de Deus. A isso chamamos Mordomia Cristã. Mordomo
é a pessoa encarregada de cuidar e administrar os bens de outra pessoa. De
acordo com a Bíblia, somos todos mordomos daquilo que Deus nos deu para
desfrutar durante nossa vida. Tudo o que você tem pertence ao Senhor, você
apenas é o mordomo. Essa verdade combate o consumismo, o hedonismo e o egoísmo.
- Uma nota sobre o uso do texto
de Ageu 2.8: Minha é a prata – (Jó 41:11; Salmo 50:12). A
citação pelo comentarista é equivocada, isso porque Deus está corrigindo um
pensamento errado sobre a ornamentação do Templo! Diz o Senhor: Vocês estão
desapontados com a ausência desses metais preciosos no adorno deste templo, em
comparação com o primeiro templo: Se eu me agradasse, eu poderia adornar este
templo com eles, mas eu o adornarei com uma “glória” (Ageu 2:7,9) muito mais
precioso; ou seja, com a presença do Meu divino Filho em Sua primeira velada
glória e em Sua segunda vinda com Sua glória revelada, acompanhada de adornos
externos de ouro e prata. Assim, no caso do indivíduo pobre crente, Deus, se
Ele quisesse, poderia outorgar ouro e prata, mas Ele concedia melhores
tesouros, cuja posse poderia ser posta em perigo pela posse dos primeiros (Tg 2.5).
- O ensino bíblico a respeito de dinheiro somente faz
sentido quando enxergamos o dinheiro no contexto dos “principados e
potestades”. O Novo Testamento usa termos como “visíveis”, “invisíveis”,
“potestades”, “tronos”, “soberanias”, “autoridades”, para descrever certos
aspectos do âmbito do invisível (Cl 1.16). Devido ao pecado, essas potestades
perderam o relacionamento adequado projetado na criação pelo Senhor. Elas
caíram e estão em estado de revolta contra o Criador. E é por isso que trazem
consigo grande confusão. Foster afirma que “o dinheiro é uma dessas
potestades”. Quando Jesus usa o termo aramaico mamon para referir-se às
“riquezas”, está conferindo a elas natureza pessoal e espiritual,
personificando Mamom como um deus rival (Mt 6.24). Ao dizer isso, Jesus deixa
claro que o dinheiro não é um meio impessoal de troca. Ele não é algo
moralmente neutro, um recurso a ser usado de maneiras boas ou más, dependendo
unicamente de nossa atitude para com ele. Mamom é um poder que busca dominar-nos
(DSP, p.41).
O dinheiro é um agente ativo; é uma lei por si mesmo; e é
capaz de inspirar devoção. Tal capacidade faz sobressair o seu lado sombrio. É
a realidade espiritual por trás dele que desejamos negar tão vigorosamente!
Mamom pede nossa devoção de uma forma que extrai de nosso ser toda reserva de
bondade. É por isso que grande parte dos ensinamentos de Jesus referentes à
riqueza tem natureza evangelística (DSP, p.42). Leia Mateus 19.21. Se salvação
não é pelas obras, por que Jesus faz essa exigência ao jovem rico? A resposta
é: Jesus sabia que a riqueza daquele jovem era um deus rival, que buscava a
dedicação completa do rapaz. Para Cristo, o dinheiro é um ídolo a quem
precisamos dar as costas a fim de que não nos convertamos a ele.
II. DEUS E O DINHEIRO
1. Os dízimos. O assunto dos dízimos era tratado em Israel com
naturalidade, como uma forma de os judeus reconhecerem o poder de Deus e o
sustento divino em suas vidas. Os dízimos eram trazidos pelos hebreus e serviam
para custear os elementos utilizados no culto e os levitas. Ele antecede à Lei
de Moisés, pois Abrão, após vir de uma guerra, entregou o dízimo a
Melquisedeque (Hb 7.1,2). Lamentavelmente, há em nossos dias quem insista em
dizer que os dízimos são contribuições para serem feitas pelos judeus, na
Antiga Aliança, e que na Nova Aliança os dízimos foram abolidos. Curiosamente,
essas pessoas não excluem de suas vidas os textos da Antiga Aliança que falem
de bênçãos, vitórias, ou de que Deus estará presente com eles. Para tais, Deus é
o Senhor de toda a provisão, mas não é o que repreende o seu povo quando esse
deixa dizimar. O Senhor chamou de Ladrões os que se esqueceram de trazer seus
dízimos para a Casa de Deus (Ml 3.7-10). O Antigo Testamento é tão Palavra de
Deus quanto o Novo, e por meio dele, o Eterno nos alerta para que não
esqueçamos a sua obra e não sejamos dominados pela avareza. Como os hebreus,
também somos convidados a entregar nossos dízimos como uma questão de fé, em
gratidão pelo que temos recebido do Eterno. Nossos dízimos mantêm nossas
igrejas, os ministros, cumprindo sua vocação, e provê, a partir da igreja, socorro aos nossos irmãos
que precisam de auxílio.
- Em Malaquias 3.7-10, Deus está repreendendo os sacerdotes
que roubavam os dízimos. O texto não se refere ao povo, estes continuavam
apresentando seus dízimos e ofertas, no entanto, os sacerdotes desviavam. O
Texto exorta os sacerdotes! Atenção! O comentarista erra ao afirmar “O Senhor chamou de Ladrões os
que se esqueceram de trazer seus dízimos para a Casa de Deus (Ml 3.7-10)”. Isso por que 1Co 6.10 diz que
...Ladrões não herdarão o Reino de Deus – isto é, não terão qualquer
participação em seus privilégios presentes e bênçãos futuras. O reino de Deus é
um reino espiritual (Jo 18.36); suas bênçãos e privilégios são espirituais;
como poderiam então homens tão pouco espirituais como os listados, cuja conduta
tendia a endurecer o coração e a entorpecer o discernimento espiritual, ter
qualquer parte nele? Assim, ao chamar aqueles que não dizimam de ladrões, está
cometendo uma heresia, tirando da Cruz de Cristo o poder de salvar e colocando
sobre o dízimo! Veja que não estou pregando contra o dízimo, mas alertando para
o uso de textos fora de contexto e aplicações equivocadas!
- Toda pessoa que passou por uma experiência pessoal com
Jesus Cristo, imediatamente, foi salva e perdoada, passando a integrar a
família da fé, tendo o compromisso de dizimar. Assim, mesmo aqueles que ainda
não se tornaram membros da igreja, têm o privilégio de dizimar, pois entenderam
que sua responsabilidade pelo crescimento do Reino de Deus inicia antes do
batismo e da pública profissão de fé. São alguns privilégios de ser dizimista:
• Envolvimento na causa de Deus priorizando o seu Reino (1
Co 9.23);
• Certeza de que tudo que temos e somos é dádiva de Deus
(Sl 24.1). Ele é o dono de todo o ouro e de toda prata (Ag 2.8);
• Reconhecimento de que somente entregamos o dízimo porque
Deus nos deu primeiro (Rm 11.35);
• Consciência de que sendo ou não assalariado podemos
mensurar o valor do dízimo (Hb 7.2);
• Oportunidade de entregar as primícias e o melhor para
Deus (Hb 7.4);
• Promessa de defesa contra os saqueadores e contra os
ladrões sobre nossos campos e hortas (Ml 3.11);
• Entrega do dízimo completo para o tesouro do templo, onde
somos assistidos e alimentados (Ml 3.10);
• Segurança na fidelidade de Deus sobre minha vida e da
minha família (Sl 128);
• Crença na causa que abraçamos e defendemos, na pérola de
grande valor que encontramos (Mt 13.45-46);
• Certeza de ser o povo mais feliz com a extensão da bênção
ao nosso país da “graça”, bondade e favor de Deus (Ml 3.11).
Quando entregamos o dízimo, testemunhamos da provisão
divina e o senhorio de Cristo na nossa vida. Somos mordomos e por isso não
podemos reter e nem administrar aquilo que não é nosso, isso cabe à liderança
que prestará contas a Deus. Deus é fiel conosco e exige nossa fidelidade. Ele
nos ordena a fazer prova d’Ele nessa área. Deus prometeu que abriria as janelas
dos céus e nos concederia bênçãos sem medida (Ml 3.10), se formos fiéis. É
grande privilégio sermos participantes da missão de Deus investindo no avanço
da Sua obra e na expansão do Evangelho, seja na manutenção do culto e das
instalações, no cuidado de pastores, obreiros e missionários, distribuição de
Bíblias, plantação e revitalização de igrejas, assistência social, tudo para o
louvor da Sua glória!
- Por fim, ele afirma “e provê, a partir da igreja,
socorro aos nossos irmãos que precisam de auxílio.”, está correto, mas,
temos visto isso acontecer?
2. Honrando ao Senhor. “Honra ao SENHOR com a tua fazenda, e com as
primícias de toda a tua renda” (Pv 3.9). Honrar é dar destaque, é privilegiar.
Deus deve ser honrado não com o que sobra, mas com os primeiros frutos e
rendimentos do nosso trabalho. E Ele honra aqueles que o honram, abençoando-os de tal forma que não
tenham falta: “E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão
de mosto os teus Lagares” (Pv 3.10).
- Thomas Coke comentando Provérbios 3.9, diz: “Honre o Senhor com a sua substância – De
acordo com as maneiras do oriente, um sujeito deveria prestar sua homenagem e
mostrar seu apego ao seu senhor e soberano por presentes. Dar presentes a um
rei é reconhecê-lo, prestar-lhe homenagem. Deus não queria que seu povo se
apresentasse diante dele com mãos vazias. Êxodo 23:15 . A Septuaginta traduz
este versículo assim: Honra ao Senhor por
todos os teus trabalhos justos e paga a ele as primícias da tua justiça.
Eles fazem uso das palavras justiça, e justiça, para mostrar o detesto que Deus
tem das ofertas que são feitas a ele por posses perversamente adquiridas. “Tudo
o que é oferecido a Deus pelas mãos da maldade (diz um dos antigos) irrita a
ira do Todo-Poderoso.” As promessas no próximo versículo e, portanto, ao longo
deste livro, todas de natureza temporal, referem-se aos israelitas carnais: os
israelitas espirituais desejam depositar tesouros no céu. E Joseph Benson
comenta assim: “Honre o Senhor com a sua
substância” – Estabeleça o seu estado, não para agradar a si mesmo, mas
para glorificar a Deus; e com as primícias de todo o teu crescimento – Ou, com
o chefe, ou melhor; que responde às primícias da lei. Assim os teus celeiros
serão cheios de abundância – Este não é o caminho para diminuir o teu estado,
como alegam pessoas avarentas e profanas, mas sim para aumentá-lo.
- Uma sociedade que se acostumou com estelionatários que
usam capas religiosas para dar seus golpes, prejudicando a imagem e o sustento
de quem realmente se dedica a servir a Deus, encontra seu paralelo em
Provérbios3.9,10. No passado não era diferente, pois o culto israelita
demandava a existência de uma classe sacerdotal e o comprometimento da tribo de
Levi nos afazeres no templo, cada um deles necessitando do seu sustento para
poder se dedicar a tais atividades. Por isso, Deus também instituiu um sistema
de ofertas. Entretanto, o homem sempre teve problemas nessa área desde que Caim
quis oferecer os frutos do seu campo (Gn 4.3) em meio a uma vida de pecados (Gn
4.6,7), talvez como forma de tentar subornar o Senhor para que relevasse sua
impiedade — tentativa, por sinal, fracassada. Por isso, a exigência divina é
que a oferta fosse uma expressão genuína de adoração, pelo que Salomão diz: “Honre o Senhor com todos os seus recursos e
com os primeiros frutos de todas as suas plantações”. Com isso, o melhor
devia ser oferecido, ao passo que o uso de “todos” os bens devia ser motivo de
engrandecimento e glória a Deus. Esse é um princípio que não parece ser nada
misterioso ou difícil de entender.
O Comentarista se equivoca, ou cita uma teologia equivocada
ao afirmar “E Ele honra [eu tenho um problema com essas
afirmativas – Deus honrando o homem...] aqueles que o honram, abençoando-os de tal forma que não tenham falta:
“E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os
teus Lagares” (Pv 3.10)”, como que seja uma espécie de barganha, de troca, ou
recompensa, e muitos crentes estão dizimando e ofertando com esse entendimento
equivocado. Essa sequência costuma ser malcompreendida, já que o escritor
afirma que “os seus celeiros ficarão
plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho”. Isso faz muita
gente imaginar que se trate de um tipo de barganha com Deus, na qual o servo dá
sua oferta e a recebe de volta com juros. Mas isso não é verdade. Trata-se do
bom relacionamento entre Deus e o servo, no qual o Senhor cuida amorosamente
dos seus filhos enquanto eles o adoram com toda a sua vida, seu tempo, suas
forças, sua dedicação e seus recursos financeiros. Por isso, Deus não cobra o
melhor apenas dos recursos, mas também do tempo, das forças e da dedicação. Não
é possível adorar ao Senhor com o que sobra do nosso dia, nem ler a Bíblia
correndo ou orar quando já se está com sono. Deus sempre concedeu o melhor amor
e cuidado aos seus. Não é muito pedir que seus servos o honrem da melhor
maneira possível.
3. Auxiliando os irmãos. Deus pode nos dar mais recursos do que realmente
necessitamos. Desses recursos, podemos poupar e nos preparar para o futuro, o
que é lícito. Mas também devemos nos lembrar daqueles que têm menos e que
precisam ser socorridos em momentos de dificuldades. Paulo, escrevendo aos
Coríntios, mostrou o exemplo dos cristãos filipenses. Esses crentes souberam
que os irmãos em Jerusalém estavam passando necessidade, e mesmo tendo poucos
recursos, pediram ao apóstolo para participar daquele socorro enviando os
poucos recursos de que dispunham, e que seriam enviadas para Jerusalém. Ninguém
tem tão pouco que não possa ser partilhado, e a generosidade faz a diferença
quando nos damos ao Senhor (2 Co 8.5).
- Jesus elogiou o ganho através de trabalho
produtivo e do investimento, como na famosa Parábola dos Talentos. Ele
aconselhou a administração cuidadosa do dinheiro nos negócios, como em Lucas 14.28-30,
incentivou a doação voluntária e privada a propósitos e instituições de
caridade dignos, como na Parábola do Bom Samaritano e elogiou aqueles que
apoiavam ministérios, missões e o templo com seus dízimos e ofertas, como na
história da viúva em Marcos 12.41-44 e Lucas 21.1-4. Em muitas ocasiões, ele
convidou as pessoas a se ajudarem - inclusive por meio de doações em dinheiro -
para atender necessidades legítimas e melhorar as condições das outras pessoas.
Você e eu fazemos o mesmo, talvez diariamente no trabalho ou em casa. Não
ignoramos que o dinheiro é um valor que pode abençoar quem recebe ou dá. Paulo
escreveu em sua Segunda Carta aos Coríntios sobre a importância do dinheiro
para socorrer os necessitados (caps. 8 e 9).
III. ADVERTÊNCIAS CONTRA MAU USO DO
DINHEIRO
1. O cuidado com a avareza e o enriquecimento ilícito. O dinheiro tem o
poder de mudar o pensamento de algumas pessoas. E muitos acabam substituindo
Deus pelos bens materiais, esquecendo-se de que o “amor do dinheiro é a raiz de
toda espécie de males” (1 Tm 6.10). Muitos irmãos se afastam dos propósitos do
Senhor na busca por mais dinheiro, independentemente da fonte pelo qual ele
virá. Roubar pode trazer aumento para a renda de uma pessoa, mas é um pecado, e
quem faz isso é ladrão. Receber propina também se configura em injustiça, ainda
que traga riquezas e status para quem a recebe. Deixar de pagar um funcionário
que trabalhou é um ato condenado na Lei de Moisés (Lv 19.13). Portanto, a
avareza não pode fazer parte da vida de quem serve a Deus. Nos tempos antigos,
os povos no entorno de Israel aceitavam que pecados sexuais fossem aceitos como
oferendas, mas Deus rejeitou tais costumes: “Não permitam que o salário pago a
prostituta ou a prostituto, por qualquer voto, seja trazido à Casa do SENHOR,
seu Deus; porque uma e outra coisa são igualmente abomináveis ao SENHOR, seu
Deus” (Dt 23.18 – NAA). O princípio aqui é que Deus aceita somente o fruto das
finanças de um trabalho honesto e agradável a Ele. Para o Senhor, a forma como
trabalhamos para obter nossos recursos faz a diferença.
- O apego aos valores materiais
assedia a maioria dos homens. Possuir dinheiro e tudo que ele pode comprar dá
satisfação e segurança. O desejo de adquirir mais do que necessitamos alimenta
o egoísmo natural que faz parte do mundo que a Palavra de Deus nos proíbe amar
(1Jo 2.15). O avarento não tem herança no reino de Deus (1Co 6.10). “O amor ao
dinheiro é raiz de todos os males” (1Tm 6.10). Basta notar a frequência de
notícias de corrupção nos altos escalões do governo para perceber que dinheiro
é uma forte fonte de tentação. A maldição das posses é muito sutil. Poucas
pessoas reconhecem o seu perigo. A maioria pensa que ganhar mais dinheiro
demonstra a bênção de Deus sobre a vida. Em alguns casos, é verdade. Mas, na
realidade, a falta de dinheiro pode ser o caminho da bênção, porque humilha,
rebaixando os homens ao nível de mendigos. Tornam-se dependentes da graça de
Deus, e alvos do amor dos irmãos na fé. A maldição invade nossas igrejas se não
há generosidade. A prática da igreja de Jerusalém não nos incentiva a cuidar
dos órfãos e viúvas, mesmo diante da declaração que “religião pura e sem
mácula” é cuidar dos órfãos e viúvas (Tg 1.27). Um dos casos bíblicos mais
impressionantes relata a consequência maldita da mentira de Ananias e Safira
(At 5.1-11). Esse casal crente, da igreja de Jerusalém, vendeu uma propriedade.
A avareza os levou a concordar em reter uma parte do preço e oferecer a Deus o
resto. Mentiram, afirmando que a quantia depositada “aos pés dos apóstolos” era
o valor total. O resultado foi a morte sumária dos dois. Por quê? Não foi
porque não ofereceram tudo para o Senhor, mas porque mentiram, desejando
apresentar-se mais desprendidos do que na realidade foram. Outra surpresa na
Palavra é descobrir que é possível distribuir todos os bens entre os pobres sem
amor (1Co 13.3). Se assim for, não há proveito nenhum para o doador. Com isso,
Deus quer nos ensinar que podemos dar com motivos errados. Sacrifício material,
sem amor, não agrada a Deus e não acarreta benefício algum para o doador.
Seguramente muitos filantropos oferecem somas grandes para acolher aos
necessitados, mas eles não recebem nenhum proveito diante do Juízo do universo.
Joan Kroc, herdeira da fortuna da cadeia mundial de lanchonetes McDonald’s,
doou ao Exército de Salvação de San Diego, na Califórnia, 80 milhões de
dólares. No juízo final, será revelado se a sra. Kroc terá algum benefício em
troca dessa razoável oferta. Pr Russell Shedd - Dinheiro ― bênção ou
maldição? Disponível em:
https://teologiabrasileira.com.br/dinheiro-%E2%80%95-bencao-ou-maldicao/.
2. Não seja fiador de ninguém. Uma das mais sérias advertências que a
Palavra de Deus nos dá é para que não sejamos fiadores de ninguém. Ser fiador é
garantir que a dívida de outra pessoa seja paga com os nossos recursos, e isso
é temerário (Pv 6.1-4). Se por um Lado podemos passar por problemas financeiros
advindos de escolhas mal feitas e impensadas por nós, quando nos tornamos
fiadores estamos comprando a dívida de outra pessoa. Caso a pessoa deixe de
pagar o financiamento, seremos nós que responderemos por ele com nossos
recursos e bens. Por isso, não aceite ser fiador de ninguém.
- Vejo aqui dissonância entre
este subtópico e o II., 3. Auxiliando os irmãos. Os textos
do Antigo Testamento devem, de alguma forma, apontar para a Nova Aliança,
baseada muito menos em regras rígidas do que em princípios rígidos! Para mim, o
maior princípio, é o dever de amarmos os irmãos de forma prática incluindo, se
necessário, a esfera econômica. Isso é retirado de alguns trechos do livro de
Atos e, principalmente, do texto de Tg 2.15-16, em que o autor tenta convencer
a Igreja a praticar ações de amor em favor dos necessitados ao invés de
espiritualizar essas situações. É claro que se todos são pecadores (Rm 3.23),
nada me obriga a acreditar absolutamente na palavra de qualquer homem. Porém, o
que importa mais é a necessidade de alguém que partilha da mesma fé, do mesmo
batismo e da mesma mesa de comunhão (Santa Ceia). Uma pessoa ou uma família sem
abrigo deveria ser um problema de toda a sua comunidade (igreja local) e
deveria ser natural que os irmãos se esforçassem para suprir essa necessidade,
ainda que isso tivesse um custo muito alto, como o valor de uma propriedade (At
4.34) ou como o valor da própria vida (2Co 8.5). Entre os cristãos primitivos,
ninguém considerava exclusivamente seu nada do que possuía (At 4.32) e isso os
fazia viver uma comunhão que incluía a vida econômica de cada um. Na verdade,
se entendemos que todos os dons só existem para serem desfrutados em um
ambiente comunitário e não para a satisfação individual (1Co 12), e se
entendermos também que Deus é o único dono toda a riqueza que há na Terra (1Cr
29.11,12), então, logicamente, entenderemos que nossos bens e propriedades não
tem nenhuma função a não ser glorificar a Deus através de um uso santo e
saudável que envolva sempre a esfera comunitária. Tal concepção seria tão
radical e tão contra-cultural nos das atuais, marcados pela individualidade
extrema, que se fosse entendida e praticada em uma grande comunidade, chamaria
a atenção de muitos não cristãos para uma nova mensagem, para uma boa notícia.
E novas pessoas nos seriam acrescentadas quase que naturalmente. Enquanto não
aprendemos isso, sigamos vergonhosamente nossos projetos evangelísticos.
3. Saiba lidar com os recursos que Deus dá. É preciso que aprendamos a
guardar para o futuro. Salomão apresenta o exemplo da formiga: “Vai ter com a
formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual, não tendo
superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão: na sega
ajunta o seu mantimento” (Pv 6.6-8). Esses insetos juntam comida na época em
que ela é mais abundante, e no inverno ficam abastecidos. Tenha também cuidado
com os cartões de crédito. Eles são bons para as compras, mas precisam ser
usados com bastante cuidado, pois nos dão a falsa sensação de que o que
compramos não precisará ser pago, pois a fatura leva vários dias para chegar.
Não é errado ter cartões de crédito, pois eles facilitam a vida de muita gente,
mas se o seu possuidor não tiver controle dos gastos, logo estará endividado,
pois os juros dos cartões são altíssimos. Portanto, use-o com sabedoria. Não se
perca comprando coisas desnecessárias. Às vezes somos tentados a comprar um
produto ou bem de que não precisamos, com um dinheiro que não temos, para
impressionar pessoas com quem não temos qualquer comunhão. Por isso, devemos
ter bastante cuidado com o que gastamos.
- Quem nunca teve problemas
financeiros? Quem nunca passou “aperto” por falta de dinheiro? Quem nunca se
preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? Isto
se agrava mais em nossos dias, marcados pelo consumismo, pelo materialismo,
pelo viver na moda, pela procura de status, ou seja: uma vida apoiada sobre
falsos valores. Certamente, o equilíbrio e a bênção na vida financeira começam
pelo reconhecimento de quem Deus é. Honramos alguém quando tratamos essa pessoa
conforme as expectativas dela, fazendo o que ela deseja, como ela quer. A forma
como empregamos nosso dinheiro também demonstra a realidade de nosso amor por
Deus. Devemos honrar a Deus com aquilo que produzimos, com integridade – “Dai a
César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17) e com alegria e
gratidão.
- “O mercado produz e tenta
convencê- lo: “Você tem de comprar. Faça em 12 vezes sem juros. Alguns recebem
uma carta dizendo que são clientes preferenciais. E, pior, acreditam mesmo
serem preferenciais. É ordem do Senhor não devermos cousa alguma a ninguém,
exceto o amor (Rm 13.8). As dívidas desgastam nossas emoções, nosso tempo,
nossa família, nossa vida espiritual (cf. 2Rs 4.1-7). Por isso:
Evite financiamentos e
empréstimos, especialmente para bens de consumo (Pv 18.9)
Hoje, se você financia um bem em
12 vezes, você paga em média 70% a mais do que ele vale. Em outras palavras,
está jogando dinheiro fora. Os financiamentos para compra de imóvel e de bens
duráveis devem ser analisados criteriosamente e submetidos a Deus, em oração.
2. Evite cartões de crédito
O pastor batista, Vernie Russel
Jr., de Norfolk (EUA), disse que o cristão não pode servir ao Master (Senhor) e
ao Mastercard ao mesmo tempo. Cuidado com os seus cartões de crédito (ou de
dívida?). Se você não consegue conviver bem com eles, é melhor não tê-los.
VI. O princípio do planejamento (Pv 21.15; Lc 14.28-30)
Se você não planejar o uso do seu
dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver
endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. Em seguida,
coloque-se diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore
por isso. Se necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na
execução do seu planejamento.
VII. O princípio do que é necessário
Antes de comprar, faça algumas
perguntas a si mesmo.
1. Eu realmente necessito do que
estão me oferecendo?
2. O uso justifica a compra?
3. Tenho condições de pagar?
4. Como esse bem me ajuda a
cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?
5. Se eu não comprar, o propósito
Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são
oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.
Provérbios para hoje:
Discuta a frase: consumir de
propósito ou consumir com propósito?
VIII. O princípio da poupança e do investimento
1. Visando tempos difíceis (Pv
30.25)
2. Para ter o que dar não somente
aos seus filhos, mas também aos seus Netos (Pv 13.22; 19.14). Todavia, não
guarde mais do que deve.
3. Deus nos administrará a Sua
graça com generosidade, à medida que formos generosos (Pv 19.17; 22.9; 28.27;
Lc 6.38).
Isso não significa distribuir dinheiro
indiscriminadamente, para qualquer um que pede, mas “Informa-se o justo da
causa dos pobres” (Pv 29.7).” Extraído
na íntegra de: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/etica/financas-planejamento-e-controle/.
CONCLUSÃO
A
forma como lidamos com o dinheiro mostra quem está no comando de nossa vida.
Não é errado ter recursos financeiros, desde que não sejam eles que mandem em
nós. O dinheiro tem a capacidade de mudar o pensamento daquele que se deixa
levar por ele, e por isso, somos advertidos a não colocar nosso coração nas
riquezas, pois elas são instáveis e podem nos desviar dos propósitos divinos.
Portanto, usemos o dinheiro com sabedoria, cientes de que prestaremos contas a
Deus de nossa mordomia.
- Jesus ensinou no sermão do
monte: “onde está o teu tesouro, aí
estará também o teu coração” (Mt 6.21). Se você é solteiro e ainda depende
de seus pais; é solteiro e começou a ganhar seu próprio dinheiro, mas ainda não
conseguiu administrá-lo bem; se você ainda não escolheu uma profissão; se está
definindo sua vocação; seja qual for seu caso, use esta lição para definir qual
é a influência que o dinheiro terá em sua vida. Quem será seu deus? Glorifique
a Deus por meio da sua prosperidade. Lembre-se das palavras de Jesus ao jovem
rico: “Se queres ser perfeito, vai, vende
os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me”
(Mt 19.21).
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HORA DA REVISÃO
1. Segundo
historiadores, como o dinheiro surgiu?
Segundo historiadores e financistas, o
dinheiro surgiu da necessidade de se mensurar quantidades de valores para se
adquirir bens
2. Segundo a lição, as Escrituras Sagradas condenam ter bens materiais?
As Escrituras Sagradas não condenam
ter bens materiais, entretanto alertam para o amor ao dinheiro (1 Tm 6.10).
3. Para que servia o dízimo no Antigo Testamento?
Os dízimos serviam para custear os
elementos utilizados no culto, os levitas e ajudar as viúvas.
4. De acordo com a lição, o que é “honrar”?
Honrar é dar destaque, é privilegiar.
Deus deve ser honrado não com o que sobra, mas com os primeiros frutos e
rendimentos do nosso trabalho.
5. O que a Bíblia fala a respeito de ser fiador?
Uma das mais sérias advertências que a Palavra de Deus nos dá é para que não sejamos fiadores de ninguém.