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26 de maio de 2024

EBD ADULTOS | Lição 9: Resistindo à Tentação no Caminho | 2° Trimestre de 2024

TEXTO ÁUREO

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

Entenda o Texto Áureo:

- a carne é fraca. A doçura do seu apelo é tocante. O próprio Cristo estava familiarizado com o sentimento das fraquezas humanas (Hb 4.15) — mas sem pecado. Nesse exato momento ele estava preso numa luta contra as paixões humanas que, embora não sejam pecaminosas em si, devem ser subjugadas à vontade divina para que o pecado seja evitado.

 

VERDADE PRÁTICA

No lugar de ceder à tentação, é melhor triunfar sobre ela

Entenda a Verdade Prática:

- A Bíblia diz que Deus nunca dá tentações que são impossíveis de resistir. Ele sempre oferece uma saída (1Co 10.13). Resistir à tentação pode ser muito difícil às vezes, mas não é impossível. Se você se arrependeu de seus pecados e crê em Jesus, ele vai lhe ajudar a vencer a tentação.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 4.1-11

 

1. Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.

- levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. O próprio Deus jamais é o agente da tentação (Tg 1.13), mas aqui — assim como no livro de Jó — Deus usa até mesmo a tentação satânica para servir a seus propósitos soberanos. Cristo foi tentado em todos os aspectos (Hb 4.15; 1 Jo 2.16); Satanás o tentou com "a concupiscência da carne" (vs. 2-3), "a concupiscência dos olhos' (vs. 8-9) e "a soberba da vida" (vs. 5-6).

2. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;

- quarenta dias e quarenta noites. De modo semelhante Moisés não teve comida nem bebida no Sinai por "quarenta dias e quarenta noites" (Dt 9.9) e Elias também jejuou por esse período (1Rs 19.8).

3. E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.

- Se és Filho de Deus. A condicional "se" tem, nesse contexto o sentido de "uma vez que". Satanás não tinha dúvidas de quem Jesus era, mas o seu objetivo era levar Jesus a violar o plano de Deus e usar o poder divino do qual ele havia aberto mão em sua humilhação humana (cf. Fp 2.7).

4. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

- Está escrito. Todas as três respostas de Jesus ao diabo foram extraídas de Deuteronômio. Essa, de Dt 8.3, afirma que Deus permitiu que Israel tivesse fome para que o Senhor pudesse alimentá-lo com o maná e ensinar-lhe a confiar que Deus lhe daria a provisão Desse modo, o versículo é diretamente aplicável às circunstância de Jesus, além de ser uma resposta adequada à tentação de Satanás. toda palavra que procede da boca de Deus. Sendo uma fonte de sustento mais importante que a comida, ela nutre nossas necessidades espirituais de uma maneira que nos beneficia eternamente, em vez de simplesmente prover alívio temporário da fome física.

5. Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,

- pináculo do templo. Era provavelmente um telhado com um pórtico, localizado na face sudeste do complexo do templo, ou um enorme muro de arrimo que se estendia do alto do monte do templo até o vale de Cedrom. De acordo com o historiador judeu Josefo, era uma queda de c. 135 m.

6. e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.

- porque está escrito... para não tropeçares nalguma pedra. Observe que Satanás também citou a Escritura (Sl 91.11-12), porém, torcendo o seu sentido ao usar uma passagem que fala sobre confiar em Deus para justificar a atitude de provar a Deus.

7. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.

- Também está escrito. Cristo respondeu com outro versículo que fala da peregrinação de Israel pelo deserto (Dt 6.16), relembrando a experiência em Massá, onde os israelitas murmurado, colocaram o Senhor à prova, exigindo furiosamente que Moisés produzisse água onde ela não podia ser achada (Êx 17.2-7).

8. Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.

- Lucas (Lc 4.5) acrescenta a importante sentença: “num instante”; uma sentença que parece fornecer uma chave para o verdadeiro significado. Que uma cena foi apresentada ao olho natural de nosso Senhor parece claramente expressa. Mas limitar isso à cena mais extensa que o olho natural poderia absorver, é dar um sentido à expressão “todos os reinos do mundo”, bastante violenta. Resta, então, reunir da expressão “em um momento de tempo” – que manifestamente se destina a intimar alguma operação sobrenatural – que foi permitido ao tentador estender sobrenaturalmente por um momento a visão de nosso Senhor, e lance uma “glória” ou brilho sobre a cena da visão: algo que não é inconsistente com a analogia de outras declarações escriturísticas sobre as operações permitidas do iníquo. Neste caso, a “altura excedente” da “montanha” de onde esta vista foi contemplada favoreceria o efeito a ser produzido. [Jamieson; Fausset; Brown]

9. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.

- Tudo isto te darei. Satanás é o "príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e"o Deus deste século" (2Co 4.4). O mundo inteiro está sob o seu poder (1 Jo 5.19). Isso é ilustrado em Dn 10.13, onde o poder demoníaco controlava o reino da Pérsia, de modo que um demônio é chamado de Príncipe da Pérsia.

10. Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.

- porque está escrito. Aqui Cristo estava citando e parafraseando Dt 6.13-14. Mais uma vez, a passagem está relacionada às experiências dos israelitas no deserto. Tal como eles, Cristo foi levado ao deserto para ser provado (cf. Dt 8.2). Diferentemente do povo de Israel, ele resistiu a todos os aspectos do teste.

11. Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.

- Paralelo. 4.11 vieram anjos e o serviram. O SI 91.11-12 — o versículo que Satanás tentou torcer — foi desse modo cumprido da maneira de Deus, e no tempo perfeito de Deus.

 

INTRODUÇÃO

A tentação é algo que o crente enfrenta ao longo de sua jornada. Não por acaso, o Senhor Jesus nos ensinou a orar de modo que Deus não deixasse que caíssemos em tentação (Mt 6.13 NVT). Por isso, nesta lição, estudaremos o conceito bíblico de tentação, a maneira como nosso Senhor a enfrentou no deserto e como devemos resisti-la. Veremos que é imperioso seguir a recomendação de Jesus Cristo a respeito de vigiar e orar para não cedermos à tentação ao longo da caminhada (Mt 26.41).

- Tentação é um convite para pecar. Ela cria o desejo de pecar. A tentação vem do diabo, vem de outras pessoas e vem de dentro, mas nunca vem de Deus. Deus não tenta as pessoas (Tg 1.13), mas as submeterá a provações que as deixará expostas aos ataques de Satanás, como no caso de Jó e Pedro (Lc 22.31-32). Na oração do “Pai Nosso” em Mateus 6.13, a petição “não nos deixe cair em tentação”, reflete o desejo do crente de evitar totalmente os perigos do pecado. Deus sabe quais são as necessidades de uma pessoa antes mesmo de ela pedir (v. 8) e promete que ninguém será submetido a uma prova além do que possa suportar. Ele também proverá um livramento — muitas vezes pela perseverança (1Co 10.13). Mas ainda assim, a atitude correta do crente é a expressa nessa petição!

 

I. A TENTAÇÃO E SUA ESFERA HUMANA

 

1. Conceito bíblico de tentação. Na Bíblia, três palavras aparecem para conceituar “tentação”. A primeira é a palavra hebraica massáh, que significa “teste”, “provação” (Dt 4.34; 9.22; SI 95.8). A segunda e a terceira são palavras gregas respectivamente: peirasmós, “teste”, “prova”, aparecendo 25 vezes no Novo Testamento (At 20.19; 1 Co 10.13; Tg 1.2,12); е о verbo peirázó, testar, submeter à prova (Jo 6.6; Gl 6.1; Ap 2.2,10), ocorrendo aproximadamente 36 vezes no Novo Testamento. Assim, podemos dizer que tentação é um experimento, teste ou prova diante de uma atração para fazer o mal a fim de obter prazer ou lucro.

- A definição das palavras originais é sempre muito elucidativa, no entanto, a interpretação dada pode estar equivocada. Nesse exemplo, o comentarista diz que: “podemos dizer que tentação é um experimento, teste ou prova”. A depender do texto, podemos dizer que provação e tentação têm o mesmo significado. A diferença entre as duas está no fato de que a origem e o objetivo de cada uma são diferentes. A provação vinda de Deus terá sempre o objetivo de nos fortalecer e fazer crescer. Já a tentação tem origem na cobiça e pode ser induzida pelo diabo; o objetivo dela é o de nos fazer cair e pecar. Conforme João 10.10, o diabo vem somente para roubar, matar e destruir. Por isso, é importante conhecer o que é tentação. Com toda certeza, a afirmativa destacada não é verdadeira, como expliquei, o teste/prova tem fonte divina, enquanto que a tentação tem fonte humana/diabólica. Saber línguas originais não é certeza de uma boa interpretação.

2. Duas vias da tentação. De acordo com a Palavra de Deus, a tentação pode vir primeiramente do Diabo (Gn 3) e, também, de dentro do ser humano (Tg 1.14,15). Ela tem origem no Diabo quando o seu objetivo, semelhantemente ao que aconteceu com Jesus, é de desviar-nos da rota de nossa missão e propósito de vida estabelecido por Deus. Já a que nasce de dentro do ser humano tem a ver com os vícios da alma quando, no lugar de darmos primazia ao fruto do Espírito, entregamo-nos à atração, ao engodo e ao deleite da concupiscência da carne. Ambas as vias da tentação se processam na esfera humana.

- Deus não é o responsável pela tentação; Ele não tenta ninguém (Tg 1.13). A tentação tem por objetivo fazer pecar, induzir ao erro. Não lemos na palavra que Deus é o tentador, mas o diabo é assim chamado (cf. Mt 4.3 e 1Ts 3.5). Esse papel é do diabo, não de Deus. Imaginar que Deus nos induz ao mal é contrariar a natureza divina Dele. Deus é bom (cf. Sl 136.1). No nosso desejo de nos livrar da culpa do pecado, acabamos cometendo outro erro: atribuir ao diabo todas as nossas culpas. Porém, embora o diabo seja chamado de tentador, a Bíblia atribui o problema à cobiça humana e não à tentação diabólica (Tg 1.14). Nenhum efeito teria a tentação diabólica se não houvesse a cobiça humana, pois, como vimos antes, não nos vem tentação que não seja humana e cada um é tentado pela própria cobiça.

3. Tentação: um fenômeno humano. Na Epístola de Tiago está escrito: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ninguém tenta” (Tg 1.13). É verdade que há a provação que vem da parte de Deus para aperfeiçoar o caráter do crente (Tg 1.2,4; Mt 5.48; 1 Pe 1.7). Contudo, um teste que incita ao mal não vem de Deus, ou seja, as ações que evidenciam uma vida dominada pelas paixões carnais são de inteira responsabilidade humana (Mt 5.28; Rm 8.6). Ainda que o Inimigo possa nos persuadir a cair em tentação, esta se dá no campo da esfera humana e terrena (1 Co 10.13).

- A afirmação de que Deus não pode ser tentado pelo mal salienta o caráter bondoso de Deus. A natureza santa de Deus é solidificada no bem, e o mal é incapaz de seduzi-Lo. Habacuque 1.13 revela que a bondade de Deus é inabalável, a ponto de Ele sequer poder olhar o mal. Tiago afirma no versículo 13 que “Deus não pode ser tentado pelo mal”. Entendamos que, ainda que o diabo tente uma pessoa, ela só cairá se ceder. A tentação surge da cobiça, e isso é inviável para Deus. Ele é o Dono de tudo (cf. Sl 24.1), de forma que não há o que cobiçar. Além disso, o décimo mandamento de Deus diz: “Não cobiçarás” (Êx 20.17), e Deus não pode negar a Si mesmo (cf. 2Tm 2.13). A tentação, sendo o caminho do mal, é totalmente contrária à natureza de Deus.

- Mais uma vez, se faz necessário separar os termos “tentação” e “prova”. Novamente o comentarista confundo os termos na afirmativa: “É verdade que há a provação que vem da parte de Deus para aperfeiçoar o caráter do crente [...] Contudo, um teste que incita ao mal não vem de Deus, ou seja, as ações que evidenciam uma vida dominada pelas paixões carnais são de inteira responsabilidade humana”. Embora o nome de “tentador” seja atribuído ao diabo, vimos que o maior problema da tentação não é o diabo, e sim os nossos desejos. De onde vem a tentação?

-    Do diabo – o diabo quer nos destruir, levando-nos ao pecado; ele tentou Adão e Eva e eles caíram no pecado;

-    De outras pessoas – algumas pessoas nos convidam ou pressionam a fazer o que é errado; isso é tentação;

-    De dentro – nossa natureza humana nos convida a pecar diante de algumas situações, porque somos imperfeitos – (Tg 1.14).

 

II. O SENHOR JESUS E A TENTAÇÃO

 

1. A provação do Senhor Jesus. De acordo com o Evangelho de Mateus, após o batismo de Jesus, o Espírito Santo o conduziu ao deserto (cf. Mc 1.12,13; Lc 4.1,2). Foram 40 dias sendo tentado por Satanás, uma intensa batalha espiritual contra o Adversário, o “príncipe deste mundo” (Jo 16.11; cf. Ef 2.2). O objetivo de Satanás era fazer com que Jesus desviasse de seu propósito, satisfazendo desejos e necessidades, contrariando a vontade de Deus (cf. Jo 4.34). Por isso, houve um ataque intenso do Maligno contra nosso Senhor, que resistiu sabiamente por meio da oração, do jejum e da Palavra. Embora fisicamente frágil, o Senhor Jesus estava espiritualmente forte.

- A chamada do subtópico ficaria melhor como “A tentação do Senhor Jesus” (Lc 4.1 Uma tentação é um convite para pecar, enquanto que uma provação é um teste à nossa fé. Deus permite provas e tentações mas ele nunca tenta ninguém para o pecado. Não se deve pensar que as únicas tentações de Jesus foram as que aconteceram no deserto da Judeia, por ocasião do prolongado jejum de quarenta dias, logo após o batismo no Rio Jordão (Mt 4. 1-10). Com a vitória de Jesus, o diabo recuou e apartou-se dele não para sempre, mas “até momento oportuno” (Lc. 4.13). Jesus foi tentado no deserto, quando o diabo lhe ofereceu o governo de todos os povos do mundo, se Jesus o adorasse (Lc 4.5-7). A oferta era apelativa, Jesus poderia dominar sobre o mundo inteiro, sem luta nem disputa. Era tão fácil… Mas, para isso, teria de trair o Pai. Jesus resistiu à tentação e escolheu conquistar o mundo da maneira melhor e mais difícil: obedecendo a Deus e morrendo na cruz. As Escrituras Sagradas não escondem de nós que Jesus Cristo foi tentado a pecar. As tentações eram “de toda sorte”, registra o Evangelho de Lucas (4.13). Foi ele “tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado”, acrescenta o Epístola aos Hebreus (4.15).

2. As áreas que Jesus foi tentado. Podemos dizer que Jesus Cristo foi tentado em três áreas: a área física, a natureza divina e a área espiritual. Na área física, o Diabo o tentou pedindo que transformasse pedras em pães, após sentir fome devido ao processo de jejum, pois isso revelaria que Ele era o Filho de Deus (Mt 4.3). Na área da natureza divina, o Diabo tenta Jesus pedindo que Ele se atirasse do pináculo do Templo, pois os anjos o guardariam (Mt 4.5,6). Na área espiritual, o Diabo tenta nosso Senhor, desafiando-o a evitar o caminho da cruz para estabelecer um reino pela sua força, o que seria prontamente aceito pelos judeus; mas era necessário apenas uma coisa: Jesus deveria adorar o Diabo (Mt 4.9). Assim, podemos dizer que o nosso Senhor foi tentado na área física, com as necessidades humanas; em sua natureza divina, com a ideia de ostentar seus divinos atributos ao público; e na área espiritual, no sentido de idolatrar outro ser.

- As tentações de Jesus não são representações teatrais. Ele foi realmente tentado. O Senhor sofreu pressão externa para comportar-se de modo errado ou impróprio. Ele foi a vítima de sutilezas, de armadilhas, de emboscadas. As circunstâncias foram inteligentemente estudadas e usadas, como se vê nas tentações do deserto. Nem sempre as tentações partiram diretamente de Satanás. Algumas foram provocadas por sentimentos normais e saudáveis. Como, por exemplo, a vontade de comer e a vontade de não morrer. A tentação mais violenta e mais difícil é aquela que se mistura com coisas lícitas e justas. Paulo a isto se refere quando explica: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm” (1Co 6.12; 10.23).

-“ Embora alguns tenham sugerido que o período de jejum do Senhor se compara ao de Moisés (Êxodo 34:28) e ao de Elias (1 Reis 19:8), o ponto principal é como o Senhor lida com a tentação à luz da Sua humanidade. É porque Ele é humano, e feito como nós em todos os aspectos, que pôde fazer três coisas vitais: 1) destruir o poder do diabo e libertar aqueles que estavam mantidos em escravidão pelo medo da morte (Hebreus 2:15); 2) tornar-se um Sumo Sacerdote misericordioso e fiel a serviço de Deus e expiar nossos pecados (Hebreus 2:17); e 3) ser Aquele que é capaz de simpatizar conosco em todas as nossas fraquezas e enfermidades (Hebreus 4:15). A natureza humana de nosso Senhor permite que Ele simpatize com as nossas próprias fraquezas, porque também foi sujeito à fraqueza. Mais importante ainda, temos um Sumo Sacerdote que é capaz de interceder em nosso favor e proporcionar a graça do perdão. A tentação nunca é tão grande como quando alguém faz uma declaração pública de fé, como fez nosso Senhor quando foi batizado no Jordão (Mateus 3:13–17). No entanto, também notamos que, durante este período de testes exaustivos, nosso Senhor também foi ministrado por anjos, um mistério impressionante que o Onipotente resolveu condescender em receber tal ajuda de seres inferiores! Aqui está uma bela descrição do ministério do qual Seu povo também se beneficia. Durante tempos de teste e provação, também somos ajudados por anjos que são espíritos ministradores enviados àqueles que herdarão a salvação (Hebreus 1:14). As tentações de Jesus seguem três padrões comuns a todos os homens. A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mateus 4:3–4). Nosso Senhor está com fome, e o diabo O tenta para transformar pedras em pão, mas Ele responde com as Escrituras, citando Deuteronômio 8:3. A segunda tentação diz respeito ao orgulho da vida (Mateus 4:5-7), e aqui o diabo usa um versículo das Escrituras (Salmos 91:11-12), mas o Senhor responde novamente com as Escrituras em contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que é errado Ele abusar de Seus próprios poderes. A terceira tentação diz respeito à concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum caminho rápido para o messianismo pudesse ser alcançado, contornando a paixão e a crucificação para as quais Ele veio originalmente, esse era o caminho. O diabo já tinha controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas agora estava pronto para dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. Mas o mero pensamento quase faz com que a natureza divina do Senhor estremeça diante de tal conceito e Ele responde bruscamente: “O Senhor, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás” (Deuteronômio 6:13). Infelizmente, caímos em muitas tentações porque nossa carne é naturalmente fraca, mas temos um Deus que não nos deixará ser tentados além do que podemos suportar; Ele fornecerá uma saída (1 Coríntios 10:13). Podemos, portanto, ser vitoriosos e então agradeceremos ao Senhor pela libertação da tentação.https://www.gotquestions.org/Portugues/Jesus-tentacoes.html.

3. Como Jesus venceu a tentação? Nosso Senhor venceu o Diabo com a Palavra de Deus. Em todas as áreas da tentação, Ele respondeu: “Está escrito”. Na primeira tentação, Ele disse: “Está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Na segunda tentação, Ele disse: Está escrito: “Não tentarás ao Senhor teu Deus” (Mt 4.7). Na terceira tentação, Ele disse: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (Mt 4.10). Nessa batalha espiritual contra o Diabo, nosso Senhor sempre apelou para a exposição da Palavra de Deus. Isso significa que Ele via as Escrituras como autoridade suprema de fé e de prática. Assim, ao lado da oração e do jejum, conforme já estudamos, devemos vencer o Inimigo e seus ardis tentadores com a Palavra de Deus (Ef 6.11,17). Imitemos o nosso divino Mestre!

- A experiência de Jesus no deserto ajuda-nos a ver estas tentações comuns que nos impedem de servir a Deus eficazmente. Além disso, aprendemos com a resposta de Jesus às tentações exatamente como devemos responder – com as Escrituras. As forças do mal chegam até nós com uma infinidade de tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em sua essência: a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida. Só podemos reconhecer e combater estas tentações saturando os nossos corações e mentes com a Verdade. A armadura de um soldado cristão na batalha espiritual da vida inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do Espírito que é a Palavra de Deus (Ef 6.17). Conhecer a Bíblia intimamente colocará a espada em nossas mãos e nos permitirá ser vitoriosos sobre as tentações

 

 

III. RESISTINDO À TENTAÇÃO

 

1. Todos somos tentados. Por mais que observemos as disciplinas da oração, do jejum e da leitura da Palavra, o Inimigo não deixará de nos tentar. Por esse motivo, temos de estar conscientes a respeito, visto que vivemos em uma cultura pós-moderna que, por meio de seus artistas, escritores, filósofos e, até mesmos “teólogos”, intentam naturalizar o relativismo, procurando nos moldar conforme seus costumes mundanos. Diante disso, somos encorajados pelas Escrituras a assumir a postura de Cristo e a não se conformar com este mundo (Rm 12.2).

- A tentação, por sua própria natureza, parece ser algo errado. A lei moral de Deus está escrita no coração de cada ser humano (Rm 1.20), e quando uma tentação pecaminosa é introduzida, as nossas consciências imediatamente percebem o perigo. No entanto, a tentação em si não é o pecado. Jesus foi tentado (Mc 1.13; Lc 4.1-13), mas nunca pecou (Hb 4.15). O pecado ocorre quando lidamos mal com a tentação. A tentação não é por si mesma pecaminosa. Torna-se pecado quando permitimos que a tentação se torne ação, mesmo em nossas mentes. Quando cedemos à tentação de alimentar tais pensamentos, eles criam raízes em nossos corações e nos contaminam (Mt 15.18–19). Quando cedemos à tentação, substituímos o fruto do Espírito pelo fruto da carne (Ef 5.9; Gl 5.19-23). E, muitas vezes, o que foi inicialmente entretido como um pensamento torna-se ação (Tg 1.15).

2. Rejeite a tentação! Há uma célebre frase do reformador Martinho Lutero: “Você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedir que eles se instalem com seus ninhos!”. Embora não seja um versículo da Bíblia, a frase revela uma verdade que encontramos na Palavra de Deus. Podemos percebê-la na fuga de José diante da mulher de Potifar (Gn 39.12); na atitude de Jó em fugir do mal (Jó 1.1). Assim, não podemos impedir que a tentação apareça, mas, com a força do Espírito Santo, podemos evitar que ela nos domine. Por isso, precisamos seguir o que o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo: “Fuja de tudo que estimule as paixões da juventude” (2 Tm 2.22 NVT). Portanto, ao longo da nossa jornada, a melhor estratégia é fugir da tentação.

- A melhor defesa contra ceder à tentação é fugir à primeira sugestão. José é um grande exemplo de alguém que não permitiu que a tentação se tornasse pecado (Gn 39.6–12). Embora tentado a pecar sexualmente, ele não deu à tentação tempo para que criasse raízes. José usou as pernas que Deus lhe deu e fugiu fisicamente. Em vez de ficar em uma situação potencialmente perigosa e tentar falar, raciocinar, justificar, explicar ou de alguma forma enfraquecer a sua determinação, José saiu correndo. A tentação não lhe foi um pecado porque ele lidou com ela de uma maneira honrosa a Deus. Poderia facilmente ter se tornado pecado se José tivesse ficado por perto e tentado vencer a tentação com as suas próprias forças. Precisamos resistir ao diabo, mas devemos fugir das nossas paixões (cf. Tg 4.7; 1Co 6.18; 2Tm 2.22). É muito difícil vencermos sozinhos o nosso próprio instinto. Paulo sentiu isso na pele. Por mais que ele quisesse fazer o bem, realizá-lo estava além de sua capacidade como ser humano (cf. Rm 7.15-25). A razão é que nossa natureza humana foi corrompida pelo pecado, e somente por meio do sacrifício de Jesus podemos ser purificados e deixar de ser escravos do pecado (cf. Rm 6.20,22). Com Jesus, somos capazes de evitar o pecado, e a melhor forma de fazer isso diante de nossa própria cobiça é fugirmos. A cobiça só tem dois fins: ou é saciada, ou é abandonada. A melhor forma de abandonar a cobiça é afastar-se daquilo que é cobiçado. Ninguém nunca disse que tal atitude seria fácil. Jesus nos diz que existem dois caminhos a seguir: um que leva à vida; outro que leva à morte.

3. Arrependa-se! No meio da nossa caminhada, é possível que o crente ceda à tentação e, por isso, rompe a comunhão com Deus. Contudo, é possível restabelecer o relacionamento com Ele por meio da confissão de pecados, arrependimento e quebrantamento espiritual. Há um caminho de cura e restauração para quem age dessa maneira (Pv 28.13). Por essa razão, em caso de ceder à tentação, não tentamos nos justificar, culpar os outros ou ignorar os atos pecaminosos. O caminho divino é o da confissão e arrependimento para desfrutar o perdão.

- O caminho da vida é apertado e difícil de entrar (cf. Mt 7.13-14); para o trilharmos, temos que estar dispostos a negar a nós mesmos (cf. Mt 16.24). O que você tem perdido por causa do pecado: sonhos, amigos, oportunidades, família, ministério? Quantas dessas coisas poderiam ter sido salvas se você abrisse mão de alguns desejos egoístas e buscado seguir o que Jesus nos ensinou? O momento certo para se arrepender e sair de um abismo é antes de cair nele. Antes que seja tarde demais.

 

 

CONCLUSÃO

Semelhante ao Senhor, que foi tentado em tudo, mas não pecou (Hb 2.18; 4.15); podemos seguir o caminho de não sermos seduzidos pela tentação. Assim, podemos desfrutar mais de uma vida em santidade e comunhão com Deus. Por isso, ao oferecermos resistência à tentação ao longo da jornada, lograremos êxito e receberemos a coroa da vida (Tg 1.12).

- A tentação é um problema provocado por nós e não por Deus. O diabo é o tentador, mas está em nós cair na tentação e pecar. O desafio é reconhecer nossa vulnerabilidade, nossa fraqueza, e vencê-la. Não temos condições de enfrentar a tentação, pois somos fracos diante de nossos próprios desejos. Portanto, a única forma de vencer a tentação é fugir dela. Mas fugir do que nos atrai exige força espiritual. Por isso precisamos buscar forças no único que foi tentado, mas nunca pecou: Jesus Cristo (cf. Hb 4.15). Alimentemo-nos da pa­lavra de Deus e cuidemos (cf. 1Tm.4.16), pois o mal que o tentador sugerir só terá efeito se nos deixarmos levar por ele!

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Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a lição, como podemos conceituar tentação?

Tentação é um experimento, teste ou prova diante de uma atração para fazer o mal a fim de obter prazer ou lucro.

2. Quais são as duas vias da tentação?

De acordo com a Palavra de Deus, a tentação pode vir primeiramente do Diabo (Gn 3) e, também, de dentro do ser humano (Tg 1.14,15).

3. Em quais áreas o Senhor Jesus foi tentado?

Podemos dizer que Jesus Cristo foi tentado em três áreas: a área física, a natureza divina e a área espiritual.

4. Para o que o Senhor Jesus sempre apelou contra o Diabo?

Nessa batalha espiritual contra o Diabo, nosso Senhor sempre apelou para a exposição da Palavra de Deus.

5. Qual é a melhor estratégia diante da tentação?

A melhor estratégia é fugir da tentação.