TEXTO ÁUREO
“E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1 Со 10.10)
Entenda o Texto Áureo:
- destruidor. Esse incidente está registrado em Nm 16.3-41. O mesmo anjo
havia assassinado o primogênito dos egípcios (Êx 12.23), os 70.000 homens por
causa do censo de Davi (2Sm 24.15-16) e todo o exército assírio que havia
sitiado Jerusalém (2Cr 32.21).
VERDADE PRÁTICA
A
prática da murmuração enfraquece a vida espiritual, acaba com a comunhão da
igreja local e nos impede de desfrutar das promessas de Deus
Entenda a Verdade Prática:
- É um pecado queixar-se contra Deus. “Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?”, perguntou Paulo
retoricamente (Rm 9.20a). Pode a criatura
indagar ao Criador: “Por que me fizeste assim?” (Rm 9.20b). A queixa contra
Deus é inoportuna e completamente inapropriada. Não se engane pensando que
apenas os piores blasfemos cometem esse pecado. Não é contra Deus que estamos
realmente nos queixando, quando reclamamos de alguma situação? Afinal de
contas, ele nos colocou onde estamos. A falta de gratidão e de contentamento
são, na realidade, ataques contra Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 16.1-7; 1 Coríntios
10.10,11
Êxodo 16
1. E, partidos
de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que
está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da
terra do Egito.
- o deserto de Sim. Mais detalhes sobre os locais de acampamento na
jornada de Ramessés a Sucote e além são encontrados em Nm 33.5-11. Esse
itinerário também lista a próxima parada, ou seja, Dofca (Nm 33.12). A
identificação desse lugar com a moderna Debber er Ramlé, situa-o a sudoeste da
península do Sinai em linha reta entre Elim e Sinai. aos quinze dias do segundo mês. Trinta dias após a partida de
Ramessés.
2. E toda a
congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no
deserto.
- Toda a congregação... murmurou. O que os caracterizou como um
todo foi essa atitude do negativismo. Defrontados com a escassez de recursos no
deserto, eles ansiavam pelos abundantes recursos que dispunham no Egito. O pais
que os escravizou parecia-lhes bom em comparação com o deserto. Novamente, o
fato de terem murmurado tão depressa depois que haviam sido beneficiados pelos milagres
de Deus, evidencia a memória curta e o egocentrismo deles.
3. E os filhos
de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na
terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando
comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para
matardes de fome a toda esta multidão.
- tivéssemos morrido pela mão do SENHOR. Incrivelmente, apesar da
murmuração, Israel ainda reconhecia a intervenção do Senhor na vida deles.
Sarcasticamente, expressaram preferência pela morte no Egito. A mão do Senhor
que eles haviam glorificado no cântico (15.6) apenas um mês antes, agora lhes
parecia que teria sido mais bem usada se os tivesse matado no Egito.
4. Então, disse
o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e
colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei
ou não.
- farei chover do céu pão. A resposta graciosa do Deus às murmurações
foi de prometer abundância de pão do qual sentiam falta. As instruções sobre
como juntar o pão igualmente testaria a obediência a ele (vs. 4-5,16,26-28).
5. E
acontecerá, ao sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que
colhem cada dia.
- O mesmo princípio em escala maior
alimentaria o povo durante e após o ano sabático (cf. Lv 25.18-22).
6. Então, disse
Moisés e Arão a todos os filhos de Israel: À tarde sabereis que o Senhor vos
tirou da terra do Egito,
- sabereis. A perda de memória de Israel teria curta duração Porque
naquele mesmo dia de murmuração eles testemunhariam não apenas provisão, mas
também seriam lembrados poderosamente de quem os havia tirado do Egito, a
saber, o Senhor, seu Deus (cf. vs. 11 -12).
7. e amanhã
vereis a glória do Senhor, porquanto ouviu as vossas murmurações contra o
Senhor, porque quem somos nós para que murmureis contra nós?
- a glória do Senhor. Ao constatarem o começo da provisão de pão
diário no dia seguinte, Israel também veria a glória do Senhor, termo adequado
a ser usado porque o que Deus fez de fato mostrou sua presença junto ao povo.
"Glória" refere-se tipicamente à manifestação da presença de Deus, o
que o torna magnífico e leva à adoração. as
vossas murmurações. Colocados no contexto de instrução de como o Senhor
agiria para supri-los, a quádrupla repetição dessa frase (vs. 6-9) serviu para
realçar a graciosa resposta de Deus em contraste com a ingrata murmuração
contra ele. Para uma efetiva apresentação poética desse contraste consulte SI
78.17-25.
1 Coríntios 10
10. E não
murmures, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor.
- alguns deles murmuraram – sobre a morte de Coré e seu grupo,
que também eram murmuradores (Números 16:41, 49). Suas reclamações contra
Moisés e Arão eram praticamente murmurações contra Deus (compare Êxodo
16:8,10). Paulo olha para os murmúrios coríntios contra si mesmo, o apóstolo de
Cristo. pereceram – quatorze
mil e setecentos morreram. pelo
destruidor – como o mesmo anjo destruidor enviado por Deus em Êxodo
12:23 e 2Samuel 24:16. [Jamieson; Fausset; Brown].
11. Ora, tudo
isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem
já são chegados os fins dos séculos.
- os fins dos séculos. O tempo do Messias; os últimos dias da
história da redenção antes do reino messiânico. Veja Hb 9.26; 1Jo 2.18.
INTRODUÇÃO
É
verdade que há ações maléficas que vêm direto do Inimigo, mas também é verdade
que há as que são produzidas dentro de nós como obras da carne. Uma delas é o
pecado da murmuração. Esse pecado é tão perigoso em nossa jornada que pode nos
levar à queda. Ele não acontece instantaneamente, pois geralmente sucede a
incredulidade. Sim, incredulidade e murmuração andam juntas. Por isso, nesta lição,
estudaremos os perigos da murmuração à luz da recomendação do apóstolo: “Fazei
todas as coisas sem murmurações” (Fp 2.14).
- Nossa sociedade, ironicamente, a
mais indulgente que o mundo conheceu até aqui é também a mais descontente.
Quanto mais as pessoas possuem, mais descontentes são para lidar com o que têm.
Parece que estamos produzindo uma geração de queixosos. Murmuração e
descontentamento estão presentes em todos os ambientes: em casa, na escola, no
trabalho, nas relações sociais… mas o que isso tem a ver com a vida cristã? E o
que a Escritura tem a dizer sobre isso?
I. A MURMURAÇÃO NA BÍBLIA
1. O que é murmurar? As principais
palavras para murmuração na Bíblia são as seguintes: do hebraico, o verbo liyn,
“resmungar”, “reclamar” e “murmurar” (Nm 14.36); e o substantivo higgayown,
“meditação”, “música solene”, “pensamento”, “conspiração” (Lm 3.62); do grego,
o verbo goggúzó, “murmurar”, “resmungar”, “queixar- -se”, “dizer algo contra em
um tom baixo”, “dos que confabulam secreta- mente” (Jo 7.32). De acordo com
essas palavras, o murmurador tem o espírito dominado pelo descontentamento, de
acordo, irá, queixas e oposição. Nem Deus escapa dele, pois basta lembrar do
que foi feito contra Moisés e Arão (Ex 15.24; 17.3; Nm 14.27; 16.41).
- “Murmurar”, conforme o dicionário, é
“soltar queixumes, lastimar-se, queixar-se em voz baixa, falar mal, apontar
faltas, formar mau juízo de alguém ou de alguma coisa”. Foi exatamente isto que
aconteceu com o povo de Israel, após o relatório trazido pelos homens que foram
enviados por Moisés para espiar a terra (Nm 13.25-33). A atitude dos
murmuradores, narrada nos vv. 39 a 45, mostra que, embora entristecidos, não
reconheciam a autoridade de Moisés, o seu legítimo representante. Também não
estavam levando Deus a sério. Na verdade, os murmuradores não gostam de se
submeter, agem por conta própria.
2. O comportamento dos
murmuradores.
De acordo com os dois testamentos da Bíblia, o mal da murmuração estava no meio
do povo Deus, entre os israelitas dos dias de Moisés (Ex 16.11); nos dias de
Jesus Cristo com os escribas e fariseus (Lc 15.2); na igreja em Jerusalém, no
início (At 6.1). Esse mal revela um comportamento inconveniente, um
temperamento inquieto, indiretas sarcásticas. O comportamento dos murmuradores
é tão sério que chegou a ameaçar a unidade da Igreja em Atos, se não fosse o
cuidado dos apóstolos (At 6.1-7). Por isso, precisamos ter toda cautela com
esse comportamento, pois o pecado da murmuração, além de enfraquecer a nossa
vida espiritual, também altera negativamente a nossa saúde emocional e física.
- Além de servir como o diagnostico de
alguém insatisfeito, a murmuração é também um traço cultural. Não é apenas um
hábito pessoal, mas coletivo. Depende do ambiente. Um padrão comportamental que
tem como código de ética a constante insatisfação. Geralmente o ambiente da
murmuração é extremamente carente de fé, sabedoria e do conhecimento das
Escrituras. Em família, escolas, empresas, igrejas ou qualquer outro lugar de
ajuntamento onde essas virtudes não sejam ensinadas, a murmuração encontrará
solo fértil para crescer e se alastrar. É necessário neutralizá-la
imediatamente, durante e depois. Esta conduta degenerativa para todos os grupos
sociais desagrega igrejas inteiras e até famílias. Não basta não alimentar a tradição
da murmuração, é preciso também atacá-la fervorosamente. Afinal, uma pessoa de
fé, cheia de sabedoria e do conhecimento das Escrituras não será alvo fácil
desse espinhoso costume. Seguindo a narrativa dos espias, podemos entender que,
os desejos, em vez de se projetarem para a Terra da Promessa, estavam fixados
no passado, isto é, no Egito. Tinham grande desejo das comidas dos egípcios (Ex
16.3; Nm 11.4-6). Em vez de olhar para frente, olhavam para trás. O comodismo
do passado sobrepunha-se aos riscos e possibilidades do futuro. Eles
questionavam: “Não nos seria melhor
voltar para o Egito”? (v. 3). A murmuração é tipicamente pessimista. Os
murmuradores sempre a encontram motivos para reclamar e se posicionarem contra.
Em Jesus vemos a figura do servo sofredor, resignado e obediente. Mesmo tendo
todos os motivos para reclamar e se esquivar de sua missão, não retrocedeu: “a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8).
3. O crente murmurador. Quem se diz
salvo em Cristo e tem o Espírito Santo em sua vida não pode naturalizar a
prática da murmuração. Não é normal um crente cheio do Espírito Santo se
entregar a esse pecado. Nesse sentido, estão presentes a indisciplina e o
descuido com as virtudes do Espírito (Gl 5.16). Quando um crente se torna um
murmurador, ele passa a ser um instrumento do Maligno contra a obra de Cristo
no mundo, permitindo ao
Diabo dominá-lo e usá-lo de todas as maneiras. Assim, não é possível o
crente murmurador ser alegre, bondoso e agradável por meio de sua atitude,
visto que sua alma está doente, pois o corpo só será luminoso se os olhos forem
bons (Mt 6.22,23).
- O texto de Números 14 diz que “todos os filhos de Israel murmuraram contra
Moisés e contra Arão” (v.2). A murmuração é um mal que rapidamente envolve
a todos. De uma hora para outra, a liderança bem sucedida de Moisés e Arão se
viu ameaçada: “E diziam uns aos outros:
Levantemos um capitão e voltemos para o Egito” (v.4). A conduta pouco ética
dos murmuradores faz com que, em pouco tempo, muitos sejam contagiados. A
ferramenta deles é a língua, a palavra. É por isso que, em Hebreus 12.13 e 14,
a Palavra de Deus recomenda: “Segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando,
diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus;
nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela,
muitos sejam contaminados”.
- É preciso esclarecer o dito pelo
comentarista: “Quando
um crente se torna um murmurador, ele passa a ser um instrumento do Maligno
contra a obra de Cristo no mundo, permitindo ao Diabo dominá-lo e usá-lo de todas as maneiras”. Os Cristãos são habitados pelo Espírito Santo (Rm
8.9-11, 1Co 3.16, 6.19). Certamente o Espírito Santo não permitiria que um demônio
possuísse a mesma pessoa em quem Ele habita. É impensável que Deus permitiria
que um de Seus filhos, alguém que Ele adquiriu com o sangue de Cristo (1Pe 1.18-19)
e tornou uma nova criatura (2Co 5.17), fosse possuído e controlado por um
demônio. Sim, como seguidores de Cristo, estamos em guerra com Satanás e seus
demônios, mas não de dentro de nós mesmos. O apóstolo João declara: "Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido
os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que
está no mundo" (1Jo 4.4). Quem é o Ser que em nós habita? O Espírito
Santo. Quem é o que está no mundo? Satanás e seus demônios. Portanto, o crente
tem vitória sobre o mundo dos demônios e o caso de possessão demoníaca de um
seguidor de Jesus não pode ser defendido biblicamente, razão pela qual,
discordo do ilustre comentarista neste aspecto – o Diabo não pode dominar o
crente e usá-lo! Murmuração tem a ver com o lado emocional da reclamação. A
tradução em português é onomatopeica, o que significa que a palavra representa
de modo audível a sua definição. A murmuração diz: “Eu mereço algo melhor!”.
Quando nós murmuramos, nós nos inserimos no centro do nosso universo e achamos
que tudo na vida é sobre nós. Quando não conseguimos o que queremos,
imediatamente quando queremos e precisamente como queremos, nós murmuramos. É a
representação audível de um coração capturado pelo reino claustrofóbico do eu –
crente murmurador é o crente “em-si-mesmado”!.
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Deus em Cristo retribua.
“Tudo o que
fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens,
sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor,
que vocês estão servindo” (Cl 3:23-24).
II. MURMURAÇÃO: IMPEDIMENTO DA PRIMEIRA GERAÇÃO
À TERRA PROMETIDA
1. A murmuração contra os
líderes escolhidos por Deus. Deus escolheu Moisés e seu irmão, como seu
auxiliador, para libertar o povo de Israel da escravidão de Faraó e conduzi-lo
à Terra Prometida (Ex 7.1,2). Após experimentar grande livramento, esse povo
passou a murmurar contra a liderança de Moisés e Arão de maneira sistemática,
alegando que o Legislador o conduzia para morrer em pleno deserto (Êx 16.3).
Nesses relatos, percebemos que a murmuração sucede à incredulidade. Há uma
ausência de fé e se passa escolher o que é mau: a prática da murmuração. Logo,
não se pode esperar mais atitudes de bondade, sinceridade e verdade de quem
submerge na murmuração, mas, sim de impaciência, ingratidão e desrespeito à
liderança bíblica (1 Ts 5.12,13; Hb 13.17).
- Não se pode confundir o
questionamento bem intencionado e a crítica construtiva, com o pecado a
murmuração. A murmuração inclui más intenções, é insensível e traiçoeira, é
negativa e destrutiva, é desagregadora. Somos desafiados a rever a maneira como
tratamos nossos líderes, pois o alvo dos murmuradores é sempre a liderança.
Confira a exortação contida nestas passagens bíblicas: Fp 2.25, 29, 30; I Ts 5.12
e 13; Hb 13.17. O povo de Israel sofreu muito no Egito, foram escravos dos
faraós e depois de muito sofrimento Deus preparou Moisés para que os tirassem
de lá. Saindo do Egito, ainda no deserto, quando veio a primeira prova o povo
ameaçou voltar para trás. Eles sentiram saudade da comida do Egito, da bebida
do Egito, enfim, da vida no Egito. Este quadro nos remete aos dias de hoje, nós
já saímos do Egito, lugar de sofrimento, mas muitos querem voltar para o Egito.
O ser humano parece que tem dentro de si "um Egito", uma vontade de
fazer algo, mesmo sabendo que não dará certo. Nunca estamos satisfeitos
praticamente com nada. A murmuração é o pecado mais comum hoje em dia. Tem um
hino na Harpa Cristã cuja letra diz o seguinte: "No mundo murmura-se tanto
entre os que cristãos dizem. Em vez de louvores há pranto, fraqueza em lugar de
poder. Murmuram assim no deserto, em Mara Israel murmurou. Oh não vês que Deus
está perto? Jamais seu auxílio negou (Hino 302). A murmuração faz parte da vida
do cristão e há sempre um motivo ou uma desculpa para murmurar. Nunca estamos
satisfeitos e sempre encontramos um "culpado" pelo que nos está
acontecendo. Moisés era o líder, portanto ele era o culpado, a "bola da
vez", afinal eles tinham comida no Egito, tinham abundância e na primeira
prova no deserto eles murmuraram. Eles tiveram medo assim como os discípulos lá
no mar no meio da onda quando pediram socorro ao Mestre, ao dono de tudo,
aquele que fala e o mar lhe obedece. Pede e o céu se abre, ora e o mundo se
transforma, a terra abre-se num terremoto, ou a chuva cai abundante no deserto
Mas os israelitas nessa hora se esqueceram de Deus, de seu cuidado e de suas
promessas. Isto é comum acontecer até nos dias de hoje. É muito fácil se
alegrar na bonança, na fartura, na alegria, nas festas, nas comemorações.
Quando a água corre calma e serena e forma pequenos córregos que vão se
encaminhando na vargem. Quando o sorriso brota nos lábios e abrilhanta o rosto
e a vida parece um sonho real. Aí, sim, é fácil se alegrar e glorificar a Deus.
Quando Moisés e Arão ouviram aquelas palavras e entenderam o que estava
acontecendo no meio daquela congregação caíram com o rosto sobre a terra diante
de todo o povo de Israel (versículo 5) E eles rasgaram as suas vestes e
disseram a todo o povo: "A terra que percorreremos para espionar é muito
boa". (versículo 7). Foi uma ação rápida diante do clamor e da reação do
povo. Muitas vezes temos que agir com decisão e com força, sem titubear. Às
vezes o momento exige que assim se faça. Essa é a decisão e a visão de um líder
nato, de alguém que foi escolhido por Deus para liderar. Precisamos de pessoas
assim nos dias de hoje porque o povo continua se queixando da liderança dos
israelitas dos dias atuais. Que esta seja a decisão e o empenho dos líderes cristãos
nos dias de hoje.
2. A murmuração contra
Deus.
O Senhor Deus respondeu às murmurações do povo, dizendo que faria cair “pão dos
céus” (Êx 16.4). Entretanto, o Senhor deixou claro que contemplou as suas
“murmurações”, mas tratou o povo com piedade e compaixão (Êx 16.12). Ora, o
Senhor Deus contempla todas as nossas ações, sabe do que precisamos e
necessitamos. Por isso, diante de uma circunstância difícil, é muito melhor nos
dirigirmos a Ele de maneira humilde, graciosa e amorosa do que nos achegarmos a
Ele com ingratidão, queixas e murmuração (Hb 4.16).
- Hebreus 4.16 diz: “Acheguemo-nos... confiadamente, junto ao
trono da graça”; Os governantes antigos, em sua maioria, não eram
acessíveis para ninguém que não fizesse parte de seus principais conselheiros (cf.
Et 4.11). Em contrapartida, o Espírito Santo pede a todos que se acheguem com
confiança ao trono de Deus para receber misericórdia e graça por meio de Jesus
Cristo (Hb 7.25; 10.22; Mt 27.51). A arca da Aliança era vista como o lugar na
terra onde Deus se assentava em seu trono entre os querubins (cf. 2Rs 19.15; Jr
3.16-17). Foi no trono de Deus que Cristo fez expiação pelos pecados, e é ali
que a graça é dispensada aos cristãos para todas as questões da vida (2Co 4.15;
9.8; 12.9; Ef 1.7; 2.7).
3. Por que é perigoso
murmurar?
A Palavra de Deus diz: “quem se endureceu contra ele [Deus] e teve paz?” (Jó
9.4). À luz desse texto, podemos dizer que a murmuração configura um ato de
impiedade extrema contra Deus. Ela se torna perigosa porque, além de revelar
uma ausência de fé, limita a nossa capacidade de enxergar as ações de Deus em
nossas vidas e no contexto em que estamos. Por conseguinte, a murmuração
cega-nos diante de Deus. Não lembramos mais das grandes obras do Senhor em
nossa vida. Não por acaso, o apóstolo Paulo reúne os episódios de murmuração
dos israelitas para que os crentes da atualidade tenham cuidado e não pratiquem
esse pecado a fim de não serem destruídos (1 Co 10.10,11; Rm 15.4).
- Deus sempre advertiu que não se
agrada com as atitudes de pessoas que vai contra a sua vontade, porque se
tornaram filhos da desobediência (Ef 2.2). A murmuração é uma arma maligna, que
o diabo o nosso adversário tem colocado na vida de muitos cristãos, por falta
de vigilância e obediência diante de Deus. Embora os cristãos vivam debaixo da nova aliança e não estejam debaixo da
antiga aliança, a lei moral de Deus não mudou e toda a Escritura é para
benefício espiritual (1Co 10.6,10-1 I; 2Pe 1.20-21). A descrição de Paulo dos
benefícios da Escritura certamente inclui o Novo Testamento, mas fala, em especial,
a respeito "das sagradas letras" — ou o Antigo Testamento (2Tm 3.1
5-1 7).
III. MURMURAÇÃO: UM PECADO QUE NOS
IMPEDE DE ENTRAR NA CANAĀ CELESTIAL
1. O fim dos israelitas
murmuradores.
Examinando os textos de Números 14.29 e 16.41-49, percebemos que, por causa da
murmuração, os israelitas daquela geração não entraram na terra da promessa,
foram mortos e sepultados no deserto (Nm 14.29). A peregrinação de Israel pelo
deserto nos serve de exemplo e advertência em nossa jornada para que não
adotemos seu comportamento murmurador. Devido a esse pecado, os israelitas
perderam de vista os propósitos divinos e não alcançaram o cumprimento da
promessa.
- Segundo a Bíblia, a murmuração é uma
atitude negativa que demonstra falta de confiança em Deus e insatisfação com
Sua vontade. Aqueles que se entregam a essa prática não serão considerados
dignos de entrar no reino dos céus. Em I Coríntios 10, Paulo relembra alguns pecados
cometidos por Israel no deserto e as tristes consequências da infidelidade. No
versículo 10, ele faz a seguinte advertência: “Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo
exterminador”. Esse versículo é uma referência ao episódio narrado no texto
de Números 14, quando os filhos de Israel foram duramente castigados pelo
Senhor por causa da murmuração. A murmuração é
incompatível com uma vida cristã marcada por fidelidade, confiança e
cooperação. Esse pecado afasta a bênção de Deus e atrai o seu juízo. Por outro
lado, quando se dá lugar à confiança em Deus, à união e cooperação entre os
irmãos, “ali derrama o Senhor a sua
bênção e a vida para sempre” (Sl 133).
2. O destino dos
murmuradores.
À luz dos relatos do livro de Números, o apóstolo Paulo faz uma séria
advertência ao povo da Nova Aliança: “E não murmureis, como também alguns deles
murmuraram e pereceram pelo destruidor” (1 Co 10.10). Isso significa que um
crente que vive praticando a murmuração já se encontra espiritualmente morto,
perdeu a comunhão com o Senhor e não tem mais o prazer nas coisas espirituais.
Logo, o seu destino é a morte, que, à luz do Antigo Testamento, infelizmente,
tem caráter físico e espiritual. A murmuração é um perigo ao longo da nossa
trajetória cristã.
- A Bíblia diz que só os salvos
entrarão no Reino dos Céus. Deus nos ama e quer que todos sejam salvos, mas o
pecado nos separa d'Ele. Por isso, Ele enviou Jesus para pagar por nossos
pecados. Quem rejeita Jesus e morre em seus pecados não irá para o Céu. Em 1
Coríntios 6:9-11 e Apocalipse 22:14-15 encontramos uma lista de pessoas que não
entrarão no Reino dos Céus. Não há lugar para o pecado no Céu, todos os
pecadores estão condenados. Mas Jesus pode nos purificar de todo o pecado,
quando O aceitamos como salvador. Sempre que a Bíblia fala sobre quem não
entrará no Reino dos Céus, ela contrasta com quem foi salvo por Jesus. Em Jesus
temos uma nova identidade purificada, livre do pecado. O pecado já não nos
define e podemos vencê-lo. Não pertencemos mais às trevas, mas à luz. As listas
de quem não entrará no Reino dos Céus se referem principalmente a descrentes
mas também servem de aviso aos crentes. Jesus morreu e ressuscitou para
podermos viver uma vida livre do pecado. Agora podemos rejeitar o pecado e
viver de maneira que agrada a Deus. Com a ajuda de Jesus, cada crente deve
lutar contra o pecado em sua vida, não vivendo mais como quem está longe de
Deus.
3. Os males da
murmuração.
Há muitos males que a murmuração pode provocar. Por exemplo, na vida da igreja
local a murmuração pode trazer desânimo espiritual, contendas comunitárias,
rebeldias espirituais e divisões ministeriais. Esse processo acaba com a vida
de comunhão da igreja local. Além disso, o nosso Senhor disse que o reino
dividido contra si mesmo é “devastado” e não “subsistirá” (Mt 12.25; cf. Lc
1.17-22). Há também o mal de caráter espiritual. Por exemplo, a murmuração
também resulta em mentiras e calúnias, portanto, o Espírito Santo não habita
uma vida que é dominada por esse tipo de obras carnais (Ef 4.30; Gl 5.19-21).
Por isso, afirmamos que quem se entrega a tal prática acaba atraindo outros
pecados para a sua vida, tais como: idolatria, rebelião, adultério, blasfêmias
contra Deus. Como consequência acaba prestando serviço ao inimigo e
estacionando no meio do trajeto celestial.
- Nossas reclamações revelam nosso
coração egoísta e as coisas que desejamos (Lc 6.45). “Porque na Igreja tanta gente murmura?
I- Deixam, ou param de vigiar –
a) O diabo fica de olho na pessoa que levanta de manhã faz oração ao Pai
celestial, canta hinos. Quando o crente esta alegre o inimigo procura frustrar
essa comunhão, fazendo-o murmurar. É uma pedrinha para tropeçar ou qualquer
outro imprevisto.
Se a pessoa valoriza mais os problemas esquecendo as bênçãos, está
murmurando.
Jonas 4:8 – Quem já pregou um sermão que faça convencer o prefeito ou governador,
impactuando-os levando-os ao jejum ?
Pois bem! Aconteceu com Jonas, mas depois disso queria a morte.
b) Quando o diabo quer fazer murmurar coloca vendas nos olhos. As pessoas
olham para as coisas e não percebem. Jó 15:11
Se o vizinho tem tudo sem Deus, e nós não temos nada, mas temos Deus, não
há razão para murmurarmos.
c) Murmuram porque perderam o amor fraternal
Quem não ama seu irmão é homicida deveria ir para cadeia. I Jo 3:15,
É mentiroso, não amigo. – Sl 41:7
d) - Murmuram porque são perseguidos por demônios
É muito forte essa, mas é a verdade, demônios da insatisfação.
O magro chega diante do espelho e diz: Oh! Meu Deus será que não vou
engordar nunca? O obeso reclama, o baixinho diz: estou cansado de ser chamado
de Zaqueu. Eu ganho uma mixaria.
Esse "Pastor" grita demais. Ele fala tão devagar, faz a gente
dormir. Esse Pastor vai de um lado ao outro do Púlpito, parece que vai decolar.
II- A pessoa do murmurador não tem lugar nos céus
Na bíblia vemos: prostituta (Raabe), defraudador de imposto (Zaqueu),
ladrão, todos conversos e salvos, mas não encontramos murmuradores salvos.
a) Todo murmurador é mentiroso
Números 16:41 - Quando a terra engoliu vivos 250 homens que foram
assistir a Coré, Datã e Abirão.
1) No outro dia os murmuradores acusaram Moisés e Arão de terem matado o
povo do Senhor. ( Foi Deus quem matou )
2) O povo do Senhor eram milhões, e foram mortos 250 pessoas
3) Eles jamais eram povo do Senhor, eram sim, murmuradores, e por isso
foram mortos.
b) O murmurador encontra defeito em tudo
O Pastor prega quinze minutos. Esse pastor está sem repertorio. Quando
prega uma hora, o Pastor quer matar a gente. Quando o Pastor coloca algum outro
para ensinar, os murmuradores dizem: Ele ganha para isso, porque outros devam
estar falando em seu lugar? Quando não coloca ninguém para falar. Esse Pastor
só pensa nele, só ele é que fala, e os demais obreiros para que serve?
Estou enfadado de ouvir esses hinos.
Hi! Já vem com essa história de oferta de novo? Pra que fazer almoço pra
tanta gente fica caro! Podia vender esse balsamo e repartir com os pobres. (Mc
14: 5)
c) Murmuração contra falta de amor
Aqui o povo não tem amor. Quanto tempo faz que o Pr. não me visita! - Não
vê a gente!
O melhor para igreja é nunca dar atenção ao murmurador
Consagremos nossa casa a Deus e nunca permita que seja uma casa de
murmuração, pelo contrário deva ser casa de oração.
A geração velha de Israel, com exceção de Josué e Calebe, não entraram na
terra prometida porque murmuravam em suas casas, ou tendas ( Sl 106: 25 )” https://www.casadosenhor.com.br/estudos/estudo/72/Murmuracao.
CONCLUSÃO
Nesta
lição, vimos o quanto a prática da murmuração é perigosa e destruidora tanto
para a vida espiritual quanto para a vida comunitária na igreja local ao longo
da nossa jornada cristã. Não devemos, pois, ignorar a advertência da Palavra de
Deus quanto ao pecado da murmuração (Rm 15.4). Ora, a vontade de Deus é a de
que participemos de suas promessas. Portanto, evitemos o mal da murmuração em
nossas casas, igrejas e em qualquer lugar que nos relacionamos com o próximo.
- O que você deve fazer quando se
sente impelido a murmurar e contender? Eu sempre digo que você é o pregador
mais influente da sua vida, porque ninguém prega a você tanto quanto você
mesmo. Então, pregue a si mesmo! Abaixo estão sete dos meus versículos
favoritos que me lembram de por que eu não preciso murmurar ou contender. Há
dúzias, talvez milhares além destes, então encontre alguns que você possa atar
ao seu coração e pendurar ao pescoço (Pv 6.20):
MURMURAÇÃO: a única coisa que merecemos é a morte (Sl 103.10), mas em
vez disso nós recebemos vida (Rm 3.24) e tudo o mais de que precisamos para
viver (2Pe 1.3), então não precisamos estar ansiosos (Mt 6.25-32).
CONTENDA: Deus é desde o princípio (Gn 1.1), ele planejou por completo a
história de sua vida (At 17.26) e o seu plano é para a glória dele e para o seu
bem (Jr 29.11). Pregar a si mesmo será útil, mas você (ou seu pastor) nunca
será seu salvador. Sua única esperança é encontrada naquele que desceu de seu
reino celestial para libertar você da escravidão ao reino do ego. Achegue-se ao
Rei do Reino de Deus e experimente a alegria e a paz que ele pode dar à sua
alma.
_______________
Pb Francisco
Barbosa (@Pbassis)
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo
com a lição, o murmurador tem o espírito dominado pelo quê?
O murmurador tem o espírito dominado pelo
descontentamento, desacordo, ira, queixas e oposição.
2. Por que
precisamos ter cautela com o comportamento murmurador?
Precisamos ter toda cautela com esse
comportamento, pois o pecado da murmuração, além de enfraquecer a nossa vida
espiritual, também altera negativamente a nossa saúde emocional e física.
3. Como o
Senhor Deus respondeu à murmuração dos israelitas?
O Senhor Deus respondeu às murmurações do
povo, dizendo que faria cair “pão dos céus” (Êx 16.4). Entretanto, o Senhor
deixou claro que contemplou as suas “murmurações”, mas tratou o povo com
piedade e compaixão (Ex 16.12).
4. O que
percebemos ao examinar os textos do livro de Números?
Examinando os textos de Números 14.29 e
16.41-49, percebemos que, por causa da murmuração, os israelitas daquela
geração não entraram na terra da promessa, foram mortos e sepultados no deserto
(Nm 14.29).
5. O que Paulo
traz à Igreja à luz do exemplo do livro de Números?
À luz dos relatos do livro de Números, o
apóstolo Paulo faz uma séria advertência ao povo da Nova Aliança (1 Co 10.10).
Isso significa que um crente que vive praticando a murmuração já se encontra
espiritualmente morto, perdeu a comunhão com o Senhor e não tem mais o prazer
nas coisas espirituais.