ANO 13 | Nr 660| 2020
LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 2º Trimestre de 2020
Título:
A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo
da Promessa.
Comentarista:
Douglas Baptista
LIÇÃO 13
28 DE JUNHO DE 2020
A Batalha Espiritual e as Armas do Crente
TEXTO ÁUREO
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que
possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.” (Ef 6.11)
VERDADE PRÁTICA
O uso da armadura de Deus assegura a vitória do
crente no campo da batalha espiritual.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios
6.10-20
INTRODUÇÃO
||Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo
convoca a Igreja para lutar e resistir aos inevitáveis conflitos contra as
forças espirituais da maldade. Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se
manter firme na marcha contra o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se
de toda a armadura de Deus. É o que veremos na presente lição|.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- Finalizando nosso estudo da
Carta aos Efésios, chegamos ao pináculo da carta com Paulo discorrendo acerca
do viver cristão em meio as trevas – resulta em guerra. Muitos assuntos
importantes ficaram para traz sem ter a abordagem que a carta merece, também
compreendemos que o espaço é curto para um estudo aprofundado. No entanto,
dentro daquilo que foi abordado, vamos concluir enfatizando que o ingresso na
vida cristã na verdade, é um alistamento para uma guerra e que o viver em
Cristo, ao mesmo tempo que é um treinamento, é também uma batalha constante e
precisamos ter e saber manejar as armas e equipamentos dados por Deus. Assim,
Efésios 6.10-17 discorre sobre esta a batalha espiritual que o verdadeiro
cristão que foi descrito nos capítulos 1 a 3, que vive a vida controlada pelo
Espírito, como disposto nos capítulos de 4.1 a 6.9. Paulo encerra essa carta
com uma advertência a respeito da batalha e com instruções sobre como vencê-la.
A armadura necessária para combater o adversário e opor-se a ele é concedida
aos santos pelo Senhor. Aqui, o apóstolo relata, brevemente, as verdades
básicas referentes à preparação espiritual necessária ao cristão, bem como as
verdades referentes ao seu inimigo, sua batalha, e sua vitória. Temos também
uma descrição específica das seis principais peças da armadura espiritual com a
qual Deus equipa os seus filhos para que resistam e superem os ataques de
Satanás. Vamos pensar maduramente a nossa fé?
I – O
PREPARO ESPIRITUAL DO CRENTE PARA A BATALHA
||1. Fortalecidos no poder do Senhor. A expressão
na forma passiva “fortalecei-vos no Senhor” (6.10a) indica que não temos poder
em nós mesmos. Esse excelso poder nos é conferido pela comunhão com Deus, em
Cristo, por meio do Espírito Santo (Jo 15.7; 1 Jo 1.3). Por isso precisamos
estar fortalecidos por meio da “renovação da mente” (4.23), da “vida em
santidade” (4.24) e “ser cheio do Espírito” (5.18). A vitória não pode ser
alcançada por outro meio. Conhecer as Escrituras sem a devida obediência e
frequentar os cultos sem a genuína conversão não são suficientes. Não obstante,
o poder de Deus está disponível aos fiéis para “pisar serpentes, e escorpiões,
e toda a força do Inimigo” (Lc 10.19)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- Em última análise, o poder de Satanás sobre os
cristãos já está quebrado e a grande batalha é ganha por meio da crucificação e
ressurreição de Cristo, o qual conquistou, para sempre, o poder do pecado e da
morte (Rm 5.18-21; ICo 15.56-57; Hb 2.14). Todavia, durante a vida na terra, as
batalhas da tentação continuarão regularmente. Para que haja vitória, são
exigidos o poder do Senhor, a energia de seu Espírito e a força da verdade
bíblica.
||2. Vigilantes em toda a oração e súplica. Paulo
enfatiza a necessidade de uma vida cristã permeada pela prática da oração. Não
é possível entrar em combate sem a cobertura de tão preciosa arma espiritual
(Lc 21.36). A expressão “orando em todo tempo com toda oração e súplica no
Espírito” (6.18) significa clamar pelo favor divino em qualquer circunstância e
oportunidades. Esse clamor deve estar acompanhado de vigilância (Is 59.1,2),
pois esta preserva o crente das astutas ciladas do Inimigo (Sl 124.7). Vigiemos
em oração e súplica!||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- O versículo 18 introduz o
caráter geral da vida de oração de um cristão:
1) "toda oração e súplica"
concentra-se na variedade;
2) "em todo o tempo" concentra-se na
frequência (Rm 12.12: Fp4.6; 1Ts 5.17);
3) "no Espírito" concentra-se na
submissão, à medida que nos ajustamos à vontade de Deus (Rm 8.26-27);
4) "vigiando" concentra-se no modo
(Mt 26.41; Mc 13.35);
5) "toda perseverança," concentra-se
na persistência (Lc 11.9; 18.7-8); e
6) "todos os santos" concentra-se
nos alvos (1Sm 12.23).
II – CONHECENDO O CAMPO DA BATALHA ESPIRITUAL
||1. As astutas ciladas do Diabo. A expressão
“ciladas do diabo” (6.11) indica as “armadilhas” articuladas perversamente pelo
reino das trevas. O líder desse reino é identificado como diábolos, que
significa “caluniador” e “acusador” (Mt 4.1; Jo 8.44; 1 Pe 5.8). Tomado de
fúria e por meio do espírito do erro, ele prepara laços com o propósito de
destruir a Igreja de Cristo. Algumas de suas astúcias são: (1) Confundir a
mentira com a verdade (Gn 3.4,5); (2) deturpar as Escrituras (Mt 4.6); (3)
dissimular e induzir a dissimulação (2 Co 11.13,14); (4) fazer falsos sinais (2
Ts 2.9); (5) fazer acusações (Ap 12.10); (6) semear incredulidade (2 Co 4.4);
(7) promover ideologias anticristãs (2 Ts 2.3,4). Diante desse quadro, o texto
sagrado ordena: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus!”||Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre
2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
Inicialmente, é preciso entender
a ordem de “Revesti-vos de toda a armadura de Deus”,
"Revestir" transmite a ideia de permanência, indicando que a armadura
deve ser o traje sustentador ao longo da vida do cristão, uma ‘segunda pele’ que
não pode ser despida. Paulo usa a armadura comum usada pelos soldados romanos
como uma analogia para a defesa espiritual do cristão e afirma a necessidade
dela caso alguém queira manter sua posição enquanto estiver sob ataque.
Referente ao termo “ciladas”, “esquemas”, carrega a ideia de
inteligência, métodos astuciosos, destreza e engano. As armadilhas de Satanás
são propagadas por meio do sistema do mundo ímpio sobre o qual ele governa, e
são executadas pela sua legião de demônios. “Ciladas” inclui tudo,
abrangendo todo pecado, prática imoral, falsa teologia, falsa religião e
atração mundana. O agente destes esquemas é o diabo, referido nas Escrituras como
“querubim da guarda ungido” (Ez 28.14), “o maioral dos demônios”
(Lc 11.15), “o deus deste século” (2Co 4.4), e “o príncipe da
potestade do ar” (Ef 2.2). Encontramos esse inimigo retratado opondo-se à
obra do Deus (Zc 3.1), pervertendo a Palavra de Deus (Ml 4.6), atrapalhando o
servo de Deus (1Ts 2.18), impedindo o evangelho (2Co 4.4), enganando o justo (1Tm
3.7) e mantendo o mundo em seu poder (1Jo 5.19).
||2. O conflito contra o reino das trevas. Paulo
enfatiza que esse conflito não é “contra carne e sangue” (6.12). Não se trata
de lutar contra o ser humano, mas contra o reino das trevas nas “regiões
celestes”. Essas declarações indicam que a batalha não é física, mas travada no
mundo espiritual. O conflito é contra as hostes que, debaixo da autoridade do
Diabo, mantêm os homens na escuridão (1 Jo 5.19). Nessa metáfora, fica claro
que o cenário do campo de batalha do soldado é espiritual (6.11,12), ao mesmo
que se revela a natureza pessoal do conflito, pois essa luta se dá tanto na
área individual quanto na área coletiva da igreja (1 Pe 5.8,9)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- Numa guerra, os exércitos
inimigos empregam todos os meios para conhecer o potencial de seu opositor,
para assim, planejar o combate a fim de obter a vitória. Não podemos lutar
contra quem não conhecemos. Efésios 6.11,12 descreve as características desse
inimigo; diz que o diabo, mesmo não sendo onipresente, onisciente e onipotente,
tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses seres caídos estão a seu
serviço para guerrear contra o povo de Deus. Aqui Paulo usa um termo empregado para
o combate corpo a corpo. Lutar retrata trapaça e engano, como Satanás e sua
legião quando atacam. Confrontar a tentação enganosa requer a verdade e a
justiça. Nesta batalha, a luta “não é contra o sangue e a carne”, mas
contra as “forças espirituais do mal”, designando as mais abomináveis
depravações, incluindo coisas como extremas depravações sexuais, ocultismo e a
adoração a Satanás. O campo de batalha localiza-se “nas regiões celestiais”,
que como nos capítulos 1.3; 3.10, diz respeito a toda esfera de seres
espirituais.
||3. As agências das potestades do ar. Paulo
identifica as forças do mal que marcham contra a Igreja como “principados,
potestades, príncipes das trevas deste século e hostes espirituais da maldade”
(6.12). Esses seres são caracterizados por três aspectos: a) Eles são
poderosos. Os títulos “principados e potestades” indicam poder, primazia e
autoridade para agir; “príncipes das trevas” são líderes de anjos decaídos, que
sob o comando do Diabo exercem domínio; b) Eles são malignos. Esses agentes
formam “as hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam
seu poder destrutivamente para o mal; c) Eles são astutos. São cheios de
sutilezas e maquinam a queda da Igreja. Apesar desse imenso império do mal, a
Igreja é exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a
vencer, pois o Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o
principado, e poder, e potestade, e domínio” (1.21)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- O reino das trevas possui uma
organização. Existe uma estratificação de poder no reino das trevas. Paulo fala
de quatro designações descrevendo as diferentes classes e posições desses
demônios, e o império sobrenatural do mal no qual eles operam. As forças das
trevas de Satanás são altamente estruturadas para os propósitos mais
destrutivos (Cl 2.15; 1Pe 3.22). O Rev Hernandes Dias Lopes escreve: “Existe
uma cadeia de comando. Existem cabeças e subalternos. Líderes e liderados. Quem
manda e quem obedece; 3) o reino das trevas articula-se contra a igreja. O
diabo e seus demônios rodeiam a terra e passeiam por ela. Eles investigam nossa
vida, buscando uma oportunidade para nos atacar. Esse inimigo não dorme, não
tira férias nem descansa. Esse inimigo tem um variado arsenal. Ele usa
“ciladas” imetodeiá). Para cada pessoa, ele usa uma estratégia diferente. Ele
ousa mudar os métodos” (Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva
gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. Pág. 176).
III – AS
ARMAS ESPIRITUAIS INDISPENSÁVEIS AO CRENTE
||1. A armadura completa de Deus. A imagem
que o apóstolo usa é a de uma linguagem retirada do contexto militar romano. A
expressão “toda a armadura” traduz o termo grego panóplia, que significa “a
armadura completa de um soldado fortemente armado” (6.11,13). Na Carta, a
orientação não é para usar armas próprias, mas tomar o equipamento dado por
Deus, resistir bravamente e marchar contra as potestades do ar||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- Paulo novamente enfatizou a
necessidade da apropriação, por parte do cristão, de toda a armadura espiritual
de Deus pela obediência em tomá-la ou revestir-se dela. As primeiras três peças
da armadura (cinto, couraça e sapatos/botas, vs. 14-15) eram usadas
continuamente no campo de batalha; as últimas três (escudo, capacete e espada,
vs. 16-17) eram mantidos preparados para serem usados quando a luta real
começasse, no dia mau. Desde a queda do ser humano, todo dia tem sido mau, uma
condição que persistirá até o Senhor retornar e estabelecer o seu próprio reino
na terra.
||2. As armas indispensáveis de defesa. Vejamos
aqui uma lista de armas espirituais disponíveis aos soldados do Senhor: a)
Cingidos os vossos lombos com a verdade (v.14). Retrata a peça usada para dar
mobilidade ao soldado no combate. Nesse sentido, faz referência à verdade da
doutrina de Cristo e à integridade do soldado (2 Co 13.8). b) Vestida a couraça
da justiça (6.14). Trata-se de uma malha impenetrável de proteção aos órgãos
vitais. Refere-se à justiça de Cristo e à retidão do soldado no campo de
batalha (Rm 5.1; 2 Co 6.7). c) Calçados os pés na preparação do evangelho da
paz (6.15). Confeccionada em couro, a “meia-bota” tinha solas cravejadas para
dar estabilidade. Refere-se à firmeza que o Evangelho proporciona e à prontidão
do soldado em testemunhar de Cristo (Rm 1.16). d) Tomando, sobretudo, o escudo
da fé (6.16). Longo, retangular, feito de madeira e couro, o escudo protege o
corpo inteiro dos dardos incendiários. Refere-se à fé inabalável em Deus, que
detém a eficácia das calúnias, dúvidas e rebeliões disparadas pelo Diabo (Pv
30.5). e) O capacete da salvação (6.17). Pesado, resistente e fabricado com
bronze ou ferro, o capacete serve de proteção para a cabeça. Refere-se à
certeza da salvação que já recebemos em Cristo e a convicção da plena salvação
no último dia (1 Ts 5.8,9). ||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- É importante dizer que, pela
terceira vez, o apóstolo intima os cristãos a tomar uma posição firme na
batalha espiritual contra Satanás e seus subordinados – “estai pois firmes”!
(6.14). Seja para confrontar as tentativas de Satanás para fazê-los desconfiar
de Deus, renunciar à obediência, gerar confusões doutrinárias e falsidade,
atrapalhar o serviço de Deus, provocar divisões, servir a Deus na carne, viver
de maneira hipócrita, ser mundano, ou rejeitar, de qualquer modo, a obediência
bíblica, essa armadura é a nossa defesa.
a) Cingidos os vossos lombos com a
verdade (v.14). O soldado vestia uma túnica
larga, feita de tecido. Posto que o combate antigo era, basicamente, corpo a
corpo, urna túnica larga se constituía num grande obstáculo e perigo. O cinto
era necessário para apertar a roupa folgada (Êx 12.11; Lc 123 5; 1Pe 1.13).
Cingir era uma maneira de amarrar as pontas soltas corno uma preparação para a
batalha. O cinto que junta todas as pontas espirituais soltas é a
"verdade", ou melhor, a "veracidade". A ideia é de um
comprometimento sincero em lutar e vencer sem hipocrisia — o domínio próprio em
devoção à vitória. Tudo o que atrapalha está preso (2Tm 2.4; Hb 12.1)
b) Vestida a couraça da justiça
(6.14). A couraça era, geralmente, um
pedaço de couro duro ou de um material pesado e sem mangas, tendo chifres ou
cascos de animais costurados nela, que cobria todo o tronco do soldado,
protegendo o coração e outros órgãos vitais. Como a justiça ou a retidão é uma
característica distinta do próprio Deus, não é difícil compreender por que ela
é a principal proteção do cristão contra Satanás e suas artimanhas. Quando os
cristãos vivem fielmente em obediência a Jesus Cristo e em comunhão com ele, a
própria justiça dele produz nos cristãos a justiça prática e diária que se
torna a couraça espiritual deles. A falta de santidade, por outro lado, os
deixa vulneráveis ao grande inimigo de sua alma (Is 59.17; 2Co 7.1; 1Ts .5.8);
c) Calçados os pés na preparação do
evangelho da paz (6.15). Os
soldados romanos usavam sandálias com pregos nelas para que se prendessem ao
chão durante o combate. O evangelho da paz pertence às boas-novas que, por meio
de Cristo, os cristãos estão em paz com Deus e ele está do lado deles (Rm
5.6-10). É essa confiança do apoio divino que permite ao cristão permanecer
firme, sabendo que, uma vez que ele está em paz com Deus, Deus é a sua força (Rm
8.31,37-39);
d) Tomando, sobretudo, o escudo da
fé (6.16). Essa palavra grega geralmente
diz respeito a um grande escudo com dimensões aproximadas de 0,75 x 1,35 m, o
qual protegia todo o corpo. A fé à qual Paulo se refere não é o corpo da
doutrina cristã, assim como é utilizado no capítulo 4.13, e sim a confiança
básica em Deus. A confiança contínua do cristão na Palavra e na promessa de
Deus é absolutamente necessária “sobre todas as coisas” para protegê-lo
das tentações de toda sorte de pecado. Todo pecado vem quando a vítima acredita
nas mentiras e nas promessas de prazer de Satanás, e rejeita a escolha melhor
da obediência e bênção. Com esse escudo podemos nos proteger dos dardos inflamados
- as tentações comparadas a flechas flamejantes atiradas pelo inimigo (SI
18.30; Pv 30.5-6; 1Jo 5.4);
e) O capacete da salvação (6.17). O capacete protegia a cabeça, sempre o principal
alvo durante a batalha. Paulo está falando para aqueles que já são salvos, e,
portanto; não está falando aqui a respeito de obter a salvação. Ao contrário,
Satanás busca destruir a certeza da salvação do cristão com suas armas da
dúvida e do desencorajamento. Isso está claro na referência de Paulo ao “capacete
da salvação” (Is 59.17; 1Ts 5.8). Porém, apesar dos sentimentos do cristão
quanto à sua salvação poderem ser seriamente prejudicados pela dúvida lançada
por Satanás, a sua salvação em si está protegida eternamente e ele não deve
temer perdê-la. Satanás quer amaldiçoar o cristão com dúvidas, porém o cristão
pode permanecer firme nas promessas de Deus a respeito da salvação eterna na
Escritura (Jo 6.37-39; 10.28-29; Rm 5.10; 0.31-39; Fp 1.6; 1Pe 1.3-5). A
segurança é um fato; a certeza é um sentimento que sobrevêm ao cristão
obediente (1Pe 1.3-10);
||3. A imprescindível arma ofensiva. Finalmente,
“a espada do Espírito” (6.17), a única arma disponível tanto para a defesa
quanto para o ataque. O termo grego para ela é machaira, identificada como
espada curta. Isso significa que o combate é pessoal, o enfrentamento é diário
e acontece “corpo a corpo”. A espada do Espírito é identificada como sendo a
“Palavra de Deus” inspirada e penetrante (2 Tm 3.16; Hb 4.12). Ela deve ser
usada tanto para resistir às ciladas do Diabo (Mt 4.1-10) quanto para derrubar
as fortalezas de Satanás (Mt 10.19,20; 2 Co 10.4)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- A espada do Espírito, assim
como a espada era a única arma do soldado, da mesma maneira a Palavra de Deus é
a única arma necessária, infinitamente mais poderosa do que qualquer arma de
Satanás. O termo grego diz respeito a uma arma pequena com dimensões
aproximadas de 15 a 46 cm de comprimento. Ela era usada tanto defensivamente,
para se defender dos ataques, quanto ofensivamente, para ajudar a destruir as
estratégias do inimigo. É a verdade da Escritura (2Co 10.3-5; Hb 4.12). Sobre
isso, escreve Hernandes Dias Lopes: “Vencemos os ataques do diabo e
triunfamos sobre ele por meio da Palavra. E pela Palavra que saqueamos o reino
das trevas, a casa do valente. É pela Palavra que os cativos são libertos. A
Palavra é poderosa, viva e eficaz. Moisés quis libertar os israelitas com a
espada carnal e fracassou, mas quando usou a espada do Espírito o povo foi liberto.
Pedro quis defender a Cristo com a espada e fracassou, mas quando brandiu a
espada do Espírito, multidões se renderam a Cristo. Cristo venceu Satanás no
deserto usando a espada do Espírito. As viagens de Paulo, pregando o evangelho,
plantando igrejas e arrancando vidas da potestade de Satanás para Deus é uma
descrição eloquente de como ele usou a espada do Espírito. Precisamos conhecer
a Palavra. A Bíblia nos afasta do pecado ou o pecado nos afasta da Bíblia.
Infelizmente, há crentes mais comprometidos com a coluna esportiva do jornal do
dia do que com a Palavra bendita de Deus” (Lopes, Hernandes Dias. Efésios:
igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos,
2009. Pág. 186).
CONCLUSÃO
||A vitória da Igreja de Cristo contra as forças do
mal é garantida pela sobre-excelente grandeza do poder de Deus (1.19). Os ardis
de Satanás não podem ser subestimados, porém, o reino das trevas não deve
amedrontar o cristão. A Escritura convoca o salvo a combater e a vencer as
potestades do ar, revestido com a armadura de Deus (6.11)|| [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020]
- Há um provérbio em latim que
reza: “Si vis pacem, para bellum”, traduzido como “se quer paz,
prepare-se para a guerra”, que traz a ideia de paz através da força, ou
seja, uma nação forte é menos apta a ser atacada por inimigos. Espiritualmente,
o provérbio também é verdadeiro, sendo a ordem paulina (de Cristo, em última
instancia) “Revesti-vos de toda a armadura de Deus” (6.11), a segunda
parte do provérbio! "Revestir" é estar permanentemente pronto, armado,
equipado e bem treinado, a fim de afugentar os planos de ataques ou se preciso,
vencer uma batalha. O inimigo tentará, mas o final dessa história já está
escrito em 6.23-24, com uma bela bênção resumindo os principais temas dessa carta
tão pessoal, lembrando os crentes a respeito da paz (v. 15; 1.2 2.14-15,17;
4.3), do amor (1.15; 4.2,15-16; 5.25,28,33) e da fé (v. 1 - 1.15; 2.8; 3.12;
17; 4.5,13) da parte de Deus e de Jesus Cristo!
Pb
Francisco Barbosa