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20 de junho de 2020

ADULTOS | Lição 12: A Conduta do Crente em Relação à Família | Pb Francisco Barbosa


ANO 12 | Nr 1.388| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS - 2º Trimestre de 2020
Título: A Igreja Eleita - Redimida Pelo Sangue de Cristo e Selada com o Espírito Santo da Promessa.
Comentarista: Douglas Baptista

LIÇÃO 12
21 DE JUNHO DE 2020
A Conduta do Crente em
Relação à Família

TEXTO ÁUREO
“Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.”  (Ef 5.31)
VERDADE PRÁTICA
Deus estabeleceu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel, isto é, a instituição da família para glória do nome dEle.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 5.21-33; 6.1-4

INTRODUÇÃO
||Na Bíblia, o relacionamento familiar é um projeto divino que pressupõe o matrimônio monogâmico, heterossexual e indissolúvel (Mt 19.4-6). No modelo divino, os membros da família são iguais, porém, cada um desempenha papéis diferentes. Nesta lição, veremos a conduta requerida por Deus para a família cristã||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
- No início da história humana, a Bíblia registra que, ao ver a solidão do homem no paraíso criado, Deus declarou: “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Quando Deus viu que a sua criação era muito boa (1.31), viu-a como sendo o resultado perfeito de seu plano criador nesse momento. Entretanto, antes do final do sexto dia, ao observar o estado do homem como não bom, ele comentou sobre a deficiência dele, e isso nos ensina que, o novo ser criado por Deus para acompanhar o homem no jardim, a mulher, a contraparte de Adão, a necessidade de companhia, de uma auxiliadora, alguém à sua altura que o complementasse; sem ela o homem estava incompleto para poder cumprir a tarefa de multiplicar-se, encher a terra e exercer domínio sobre a mesma. É preciso entender que, isso aponta para a inadequação de Adão, não para a insuficiência de Eva (1Co 11.9). Naquilo que o homem é insuficiente, a mulher o completa! (1Tm 2.14). A família é muito importante para Deus, é uma instituição sagrada, criada por Ele. Juntos, marido e mulher, receberam a ordem de se multiplicar e povoar a Terra. Vamos pensar maduramente a nossa fé cristã?

I – A CONDUTA DO CRENTE COMO MARIDO
||No capítulo cinco, Paulo enaltece o matrimônio e o eleva ao mais alto patamar ao comparar o marido a Cristo, e a esposa à Igreja. Neste tópico estudaremos a analogia referente ao marido.
1. O papel do marido como líder da família. Na Bíblia, a ordem de autoridade é observada do seguinte modo: Deus é a cabeça de Cristo; Cristo é a cabeça do homem; e o homem é a cabeça da mulher (1 Co 11.3). A relação dentro do lar é explicada na frase “o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja” (5.23). Ela mostra o modelo de relacionamento do casamento cristão, isto é, o marido deve liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo lidera a Igreja visando seu absoluto bem-estar (5.29). Aqui, é necessário ressaltar uma questão importante. O movimento feminista com viés neomarxista considera esse modelo de família como um sistema opressor do homem contra a mulher. Ao contrário desse falacioso discurso, nas Escrituras, o modelo cristão está fundado no amor e no respeito mútuo (Jo 13.34,35)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
- O conceito de família está confuso. Há confusão de papéis no casamento. Falar em submissão hoje gera muita repulsa e de fato, é compreensível essa rejeição pela conduta adotada pelos homens cristãos ao longo do tempo, distorcendo o mandamento paulino. É por isso que, apenas a mulher cheia do Espírito Santo saberá reconhecer que o papel de liderança do seu marido não foi somente ordenado por Deus, mas é um reflexo da própria liderança amorosa e leal de Cristo da igreja (1Co 11.3; Ef 1.22-23; 4.15; Cl 1.18; Tt2.4-5). Cristo é o salvador da igreja, e assim como o Senhor libertou a sua noiva dos perigos do pecado, da morte e do inferno, também o marido sustenta, protege, preserva e ama a sua mulher, levando-a a abençoar à medida que se submete – e é esse conceito que foi mal compreendido e distorcido pelos homens cristãos, e é necessário ser resgatado. Maridos, amem suas esposas como Cristo ama a igreja! Não pode acontecer de, o marido desejar ser honrado e respeitado por sua esposa e não agir com amor dedicado, perseverante, santificador, sacrificial, romântico, protetor e provedor. O marido que deseja que a esposa lhe seja submissa como a igreja o é a Cristo deve amá-la como Cristo ama a igreja, e Cristo amou e ama a igreja se entregando à morte por ela! Estamos dispostos a dedicar esse tipo de amos sacrificial? Como esperamos que o mundo compreenda a submissão da mulher ao seu marido e o papel de liderança masculina na família se nós mesmos não estivermos dispostos a demonstrar o amor sacrificial do mesmo jeito que Cristo fez?
||2. O amor como elemento primordial. O marido, além de liderar deve também amar a sua esposa assim como Cristo amou a Igreja (5.25). Isso implica a prática de sacrifício, como diz as Escrituras: “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (5.25b). O amor de Cristo para com a Igreja foi altruísta e incondicional (Rm 5.8). Assim, a Igreja foi atraída para Cristo por meio do amor, e não por ameaças ou imposição autoritária (Jo 15.12,13). Desse modo, os maridos devem também manter a união e a harmonia conjugal por meio do exercício do “amor”||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
- A palavra que caracteriza o dever do marido é amor, ele deve amar sua esposa não apenas como a si mesmo, mas mais do que a si mesmo. Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou à morte na cruz por amor a ela. Esse é o modelo prescrito por Deus para ser seguido pelo marido em relação à sua esposa! A liderança masculina não sufoca, não a impede de se expressar; a liderança masculina, segundo as Escrituras, não tem que ver com poder, domínio e opressão. O homem cristão não tem o direito de agir com autoritarismo, tirania, desamor. É no casamento segundo Deus, que o homem tem a oportunidade para servir com amor. Note o leitor que, a ênfase de Paulo não está na autoridade do marido, mas em seu amor (Ef 5.25,28,33). Se o significado de submissão é entregar-se a alguém, amar é entregar-se por alguém, e isso aponta para a mesma face da moeda - submissão e amor são dois aspectos da mesmíssima coisa!
||3. O cuidado do marido à esposa. A Escritura enfatiza que a esposa é parte do marido ao declarar “quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo” (5.28b). Acrescenta ainda que toda a pessoa mentalmente saudável cuida do próprio corpo (5.29), o que significa que o marido deve dar atenção à sua mulher do mesmo modo que atenta para consigo mesmo. Isso implica proteger a esposa e prover-lhe uma vida digna. Essas ações de cuidado não se limitam apenas às provisões materiais, mas igualmente, ao afeto, à consideração e à honra, dentre outras. Tal demonstração de amor deve ser sincera tanto em público quanto em particular, de modo permanente enquanto ambos viverem (Mt 19.6; Cl 3.19)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
- Efésios 5.29 expressa as responsabilidades gêmeas de atender às necessidades da esposa de modo a ajudá-la a amadurecer em Cristo e a demonstrar amor fervoroso e terno para dar a ela conforto e segurança. O marido fere a si mesmo quando fere a esposa. Paulo afirma que ninguém jamais odiou o próprio corpo; antes o alimenta e cuida dele. O marido cristão quando age de forma ríspida, rude, não dedicando tempo, atenção e carinho a esposa, ou usa palavras e gestos grosseiros para ferí-la, ou é infiel, comete abuso da esposa. Falando sobre isso, o Ver Hernandes Dias Lopes escreve: “Ele não deve descuidar dela. Um homem pode descuidar de seu corpo. E se o faz, ele é néscio e sofre por isso. Se você estiver com a garganta inflamada, não pode cantar nem pregar. Todo seu trabalho é prejudicado. Você tem ideias e mensagens, mas não pode transmití-las. O marido descuida da esposa com reuniões intérminas, com televisão, com internet, com roda de amigos.286 Há viúvas de maridos vivos. Há maridos que querem viver a vida de solteiro. O lar é apenas um albergue.” (Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. Pág. 158).

II – A CONDUTA DA CRENTE COMO ESPOSA

||De acordo com a analogia paulina em relação ao matrimônio, a mulher casada é comparada à Igreja de Cristo. Nesse ponto veremos a conduta requerida da esposa cristã.

1. O conceito de submissão cristã. As Escrituras ensinam a sujeição de “uns aos outros no temor de Deus” (5.21). Nessa perspectiva alguns exemplos de submissão são apresentados: das esposas aos seus maridos (5.22); dos filhos aos seus pais (6.1); dos servos aos seus senhores (6.5). No caso das esposas, a submissão deve ser “assim como a igreja está sujeita a Cristo” (5.24). Portanto, aqui não se trata de uma sujeição irracional ao domínio de alguém, mas voluntária e de grata aceitação do amor e cuidado do marido. Por isso, nada há de depreciativo nessa conduta, pois retrata o alto nível de relacionamento entre Cristo e a sua amada Igreja||Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- Não podemos esperar que o mundo compreenda o conceito cristão de submissão justamente por ser um conceito que se baseia no amor de Cristo, se o mundo não compreende esse amor nem entende a necessidade dele, não compreenderá o conceito de submissão cristã. No entanto, o que temos visto é que muitos cristãos não compreendem esse conceito, apesar de afirmarem crer em Cristo e ter as Escrituras como única regra de fé e prática, e acaba colaborando para uma repulsa ainda maior por aqueles que não foram alcançados pela graça em relação à submissão da esposa ao marido conforme requer as Escrituras. Muitos de nós agimos como verdadeiros déspotas, usando de tirania para com a esposa e filhos, dominando pelo medo. Nada é mais contrário ao evangelho do que isso é é o que muitos de nós temos sido.

- É interessante notar que, as lutas e adversidades relacionais dentro do casamento tiveram sua origem na queda (veja Gn 3.16) – “o teu desejo... governará” - por causa do pecado e da maldição, o homem e a mulher enfrentariam adversidades no seu relacionamento por que o pecado transformou o sistema harmonioso de funções ordenado por Deus em ferrenhas lutas de obstinação. Companheiros vitalícios, maridos e esposas necessitam, em consequência, da ajuda de Deus no seu convívio. O casamento cristão deve contar com esse auxílio!

- Entendemos que submissão não é inferioridade. A mulher não é inferior ao homem. A mulher é tanto a imagem de Deus quanto o homem. Nas palavras do Criador, ela é auxiliadora idônea (aquela que olha nos olhos) e não uma escrava! (G1 3.28; IPe 3.7). Submissão cristã não é obediência cega e servil, mas traz o sentido de pôr-se debaixo da missão de outra pessoa! Assim, temos que, a missão do marido é glorificar a Deus, amando a esposa como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, e a missão da esposa é sustentar seu marido nessa missão!

||2. A condição da mulher cristã. Na cultura judaica a mulher ocupava posição secundária e era parte da propriedade de um homem (Gn 31.14,15). Na sociedade grega as mulheres eram tratadas como inferiores e as esposas eram escravizadas. No Evangelho de Cristo as mulheres alçaram posição de dignidade igual aos homens (Gl 3.28). Ao conversar com a mulher samaritana, Cristo quebrou paradigmas da época e se opôs ao preconceito e a discriminação (Jo 4.9,10). Portanto, a mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gl 5.13)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- “A mulher, entre os judeus, era não mais que um objeto pertencente ao marido, como seus servidores, suas edificações e demais posses legais. Ela devia ao esposo total lealdade, mas, por princípio, era considerada como naturalmente infiel, desvirtuada e falsa. Por esta razão, sua palavra diante de um juiz não tinha praticamente valor algum. Embora ela fosse obrigada a ser fiel ao matrimônio, o marido não tinha os mesmos deveres matrimoniais. Além de tudo, ele podia rejeitá-la por qualquer motivo, mesmo que, legalmente, não pudesse negociá-la como qualquer outra propriedade. Dificilmente a esposa poderia, por iniciativa própria, se desligar do casamento.” (https://www.infoescola.com/sociedade/a-mulher-em-israel-na-epoca-de-jesus/.). Na cultura grega, “A ateniense casada vivia a maior parte do tempo confinada às paredes de sua casa, detendo no máximo o papel de organizadora das funções domésticas, estando de fato submissa a um regime de quase reclusão. Mesmo antes do casamento, nem se pensava que a jovem pudesse encontrar-se livremente com rapazes, visto que viviam fechadas nos aposentos destinados às mulheres – o gineceu. Deviam lá permanecer para ficar longe das vistas, separadas até dos membros masculinos da própria família. A inferioridade da mulher e da sua posição pode ser atestada pela Política de Aristóteles que a justificava em virtude da não plenitude na mulher da parte racional da alma, o logos. Observamos inclusive no texto aristotélico, que para tanto faz uso das palavras de Sófocles, que as mulheres deviam, por sua graça natural, permanecer em silêncio, o que é por demais significativo de sua condição numa comunidade democrática, na qual a participação isonômica na política, ou seja, na vida da pólis, caracterizava o ateniense, singularmente nas assembléias deliberativas da Pnix e na ocupação das diversas magistraturas” (http://philosophiagrega.no.comunidades.net/a-mulher-na-sociedade-grega). As mulheres romanas não podiam escolher com que se casar, no entanto, as casadas possuíam o título de matrona, com a responsabilidade de administrar a casa e os escravos. Em certo sentido, podemos dizer que a mulher na sociedade romana, gozava de maior emancipação que as mulheres gregas e judias. Tinham liberdade de frequentar os banhos, as festas religiosas e o teatro sozinhas, podiam recer educação junto a outros homens tinham acesso a música, dança... eram preparadas realmente para a administração do lar, dos escravos e do orçamento familiar; eram ainda consultadas sobre assuntos familiares, políticos e podiam participar dos conselhos junto aos homens.

- A mulher cristã, no entanto, goza de total liberdade. Nossa liberdade não é uma base a partir da qual podemos pecar livremente e sem consequências. A liberdade do cristão não é para satisfação própria, mas para servir a outros (Rm 14.1 -13).

||3. A reverência devida ao marido. O amor do marido para com a esposa deve ser altruísta (5.25). Esse amor serve ao propósito divino de capacitar a esposa a ser recíproca ao marido (5.22). O homem que assim se porta coopera para que a esposa o reverencie (5.33). Essa reverência consiste em estima e respeito para com o marido. Denota o sentimento que conduz a esposa a agir de modo a agradar seu amado. Essa postura é demonstrada quando ela o apoia e o ajuda em sua tarefa de liderar. Significa que a esposa participa das decisões em família, porém, não procede como opositora nem desautoriza a autoridade de seu marido||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- É interessante notar que, o casamento cristão, dentro dos parâmetros bíblicos, tem na intimidade e santidade do relacionamento amoroso entre os cônjuges, a expressão visual do amor entre Cristo e sua igreja. A submissão da esposa a Jesus é uma submissão absolutamente exclusiva. Nunca se afirma que a esposa deva ser escrava ou serva do marido. Se a submissão da esposa ao marido implicar sua insubmissão a Cristo, ela precisa desobedecer ao marido, para obedecer a Cristo! Assim, devemos entender que a mulher deve ser submissa ao marido por causa de Cristo (Ef 5.22)! O Ver Hernandes Dias Lopes, citando John Stott, diz: “que as mulheres, por trás do marido, do pai e do Senhor devem discernir o próprio Senhor, que lhes deu a autoridade que têm. Assim, se elas quiserem submeter-se a Cristo, submeter-se-ão a eles, visto que é a autoridade de Cristo que exercem” (Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. Pág. 155). O casamento é um reflexo sagrado do magnificente e belo mistério da união entre o Messias e sua igreja, totalmente desconhecida até que o Novo Testamento o revelasse.

 

III –  A CONDUTA DO CRENTE COMO FILHO

||1. A responsabilidade dos pais. Os pais devem criar seus filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (6.4b). A palavra “doutrina” ou “disciplina” (do grego paideia) significa orientação ou treinamento para o desenvolvimento do caráter e pronta obediência das normas. Já a palavra “admoestação”, do grego nouthesia, quer dizer instrução ou advertência que faculta a distinção entre o mal e o bem. Além dessas exortações, cabe aos pais estabelecer os parâmetros de conduta e reagir contra a desobediência de seus filhos. Os critérios dessa educação estão na Palavra de Deus (Pv 22.6). Por outro lado, os pais não devem abusar da autoridade recebida, pois eles devem educar com brandura e amor, sem rigor excessivo ou imposições injustas a fim de não incitar à ira de seus filhos (6.4a)||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- Por fim, Paulo orienta os filhos crente como devem se comportar de maneira que, o Nome do Senhor seja glorificado. No lar, o filho deve estar, de bom grado, debaixo da autoridade de seus pais em submissão obediente a eles como agentes do Senhor colocados sobre ele, e obedecer a seus pais como se estivesse obedecendo ao próprio Senhor. A razão aqui é, simplesmente, que essa foi o modo planejado e exigido ("justo") por Deus (Os 14.9). A obrigação dos pais é agir com os filhos demonstrando disciplina e admoestação do Senhor. Paulo está intimando para a disciplina e a instrução sistemáticas, fazendo com que os filhos respeitem os mandamentos do Senhor como a base de toda a vida, da piedade e da bênção (Pv 13.24; Hb 12.5-11). É importante aqui (E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor) frisar que, Paulo exorta os pais não a exercer sua autoridade, mas a contê-la! No pensamento paulino, o modelo cristão para os pais é o próprio Deus, por que a paternidade é derivada de Deus (Ef 3.14,15; 4.6). Os pais devem cuidar dos filhos como Deus Pai cuida de sua família. Na verdade, é o Senhor quem cria os filhos por intermédio dos pais!

||2. A conduta requerida dos filhos. O dever dos filhos é apresentado de forma objetiva pelo apóstolo: “Vós, filhos sede obedientes a vossos pais” (6.1). A explicação para essa postura é categórica: “Porque isto é justo” (6.1b). Ela segue a ordem natural divinamente estabelecida, pois Deus deseja que os filhos confiem na sabedoria de seus pais (Lc 2.51). Para ratificar esse ensino, o apóstolo cita o quinto mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe” (6.2 cf. Êx 20.12). Assim, os filhos devem obedecer e honrar seus pais. Logo, obedecer significa cumprir o que é ordenado; e honrar envolve amor, respeito e até mesmo o sustento em caso de necessidade. Portanto, a obediência é devida enquanto os filhos viverem sob a tutela dos pais e a honra é um dever para a vida toda||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- É importante nesse ponto, lembrar que, segundo Paulo, os filhos devem honrar a seus pais, mas os pais nunca devem desanimar a seus filhos. Assim, existe um e único limite que define até onde vai a autoridade dos pais sobre os filhos. Sim! O único limite com relação à obediência do filho é quando os pais exigem algo contrário à Palavra de Deus. Por exemplo, alguns filhos poderão agir de maneira contrária aos desejos de seus pais até mesmo quanto a entregar sua vida a Cristo (Lc 12.51-53; 14.26).

- No texto de Ef 6.1-3, Paulo define que:

1º) A obediência dos filhos aos pais é uma lei da própria natureza; é o comportamento-padrão de toda a sociedade;

2º) Honrar é mais do que obedecer (Ex 20.12; Dt 5.16). Os filhos não devem prestar só obediência aos pais, mas também devotar amor, respeito e cuidado a eles, e por fim

3º) Os filhos devem obedecer aos pais porque eles são servos de Cristo. Eles devem obedecer aos pais por causa do relacionamento que têm com Cristo.

||3. O mandamento com promessa. Aos filhos que obedecem e honram seus pais, uma promessa dupla lhes é assegurada: “Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (6.3). Essas bênçãos incluem prosperidade exterior e vida longa. Embora as dádivas espirituais estejam implícitas, a ênfase recai sobre os benefícios materiais. Significa que ao obedecerem e honrarem a seus pais, os filhos submetem-se ao arbítrio de Deus que, segundo o beneplácito da sua vontade, os recompensa com benesses especiais||.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- Sobre Efésios 6:1-4, Barckay escreve: “Paulo manda que os filhos obedeçam as ordens de seus pais e os honrem. Diz que é o primeiro mandamento. Provavelmente queira dizer que era o primeiro mandamento que a criança cristã tinha que aprender de cor. A honra que Paulo exige não é uma mera honra de palavra; a única maneira de honrar aos pais é obedecendo-lhes, respeitando-os e não lhes causando dor” (Efésios. William Barclay. Pág 130). Os filhos aprendem a obedecer aos pais porque isso é agradável ao Senhor (Cl 3.20). Embora a submissão aos pais deva ser, primeiramente, por amor ao Senhor, Paulo, graciosamente, acrescentou uma promessa de bênção especial para aqueles que obedecem a esse mandamento. A promessa consiste em prosperidade e longevidade. O crente é abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo (Ef 1.3). O filho obediente livra-se de grandes desgostos.

 

CONCLUSÃO

||No modelo divino todos os membros da família cumprem deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou|| [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]

- Neste trecho de Efésios, Paulo apresenta perante homens e mulheres um ideal que brilha com pureza radiante num mundo imoral. É inconcebível à mente mundana a ideia de uma submissão da mulher a seu marido, o trato serviçal do marido à esposa, a obediência e honra dos filhos a seus pais. Aqui, temos o ideal edémico para a família, restaurada no modelo cristão para a família. Por tanto, não esperemos o mundo compreender algo que só o Espírito de Deus pode recriar. A nós, nascidos de novo, compete adotar, para a máxima glória de Deus Pai, o modelo apresentado pelo apóstolo, lutando por ele. Que Deus nos ajude!

Pb Francisco Barbosa

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