LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
4º Trimestre de 2017
Título: A Obra da Salvação: Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida
Comentarista: Pr. Claiton Ivan
Pommerening
Material de apoio gratuito aos
professores e alunos de escola dominical que utilizam as revistas da CPAD
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Lição 2
8 de Outubro de 2017
A Salvação na Páscoa Judaica
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Texto Áureo
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Verdade Prática
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"[...] Eu sou o
Senhor, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua
servidão e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes."(Êx
6.6)
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A libertação do povo
israelita vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade.
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Leitura Diária
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Segunda – Êx 6.2-8: A promessa de Deus para
salvar o seu povo e cumprir seus propósitos
Terça - Lv 23-4,5: Páscoa, uma das
principais festas israelitas
Quarta – Dt 16.5,6: A celebração da Páscoa
no local escolhido por Deus
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Quinta - Mt 26.17,18: A orientação de Jesus
e o preparo da Páscoa
Sexta - Lc 22,1,2: A conspiração contra
Jesus antes da Páscoa
Sábado - Jo 1.35,36 Jesus é o Cordeiro de
Deus.
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Leitura
Bíblica em Classe
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Êxodo 12.21-24.29
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21 Chamou pois Moisés a todos os
anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas
famílias, e sacrificai a páscoa.
22 Então tomai um molho de hissopo, e
molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em
ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia
da porta da sua casa até à manhã.
23 Porque o SENHOR passará para ferir
aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta,
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e em ambas as
ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar
em vossas casas, para vos ferir.
24 Portanto guardai isto por estatuto
para vós, e para vossos filhos para sempre.
29 E aconteceu, à meia noite, que o
SENHOR feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito
de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que
estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.
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HINOS SUGERIDOS: 41, 330, 400 da Harpa
Cristã
Objetivo Geral
Saber que a libertação
dos israelitas vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a
humanidade.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I- Mostrar
como se deu a instituição da Páscoa;
II- Explicar
a importância e o significado do cordeiro da Páscoa;
II- Tratar a respeito da relevância e do significado do
sangue do cordeiro na Páscoa.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na Páscoa, os israelitas relembram o modo milagroso pelo qual Deus operou
a salvação de seu povo, livrando-o da opressão, do sofrimento, da angústia e da
escravidão promovida pelos egípcios. Era a lembrança da fidelidade de Deus à
sua promessa, do seu amor libertador e do cuidado, sem igual, em favor do seu
povo. Nesta lição, estudaremos os aspectos-chave e simbólicos da Páscoa e o
novo significado que tão importante celebração assumiu com a morte e a
ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo.
[Comentário: Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 a.C., o povo hebreu
(posteriormente chamado “judeus”) celebra a Páscoa todos os anos, na primavera
(em data aproximada da sexta-feira santa). A Festa da Páscoa, a primeira das
grandes Festas judaicas mencionadas na Bíblia, é observada e comemorada pelos
judeus mais do que qualquer outra Festa do calendário judaico, marca o início
do calendário bíblico de Israel e delimita as datas de todas as outras festas
na Bíblia. O Pessach (passar por cima ou passar por alto),
também conhecida como "Festa da
Libertação", celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito ocorrido
em 14 de Nissan (março/abril) cerca de 1445 a.C. No Antigo Testamento podemos
ver tipos e figuras de Cristo sendo morto, como no animal que Deus mata para
fazer as vestes de peles para Adão e sua mulher, nos milhões de animais
sacrificados ao longo da história de Israel e no cordeiro pascal; todos são
apenas figuras ou sombras do Cordeiro que viria. Quando Jesus é chamado de
Cordeiro de Deus em João 1.29 e 36, é uma referência ao fato de que Ele é o
sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem
Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde
encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Is
53.10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho
Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito
sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Rm 8.3;
Hb 10). Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de marcar
com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da morte
passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êx 12.11-13) é um
lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz.] Dito isto, vamos pensar maduramente
a fé cristã?
PONTO CENTRAL
A libertação do povo israelita
vislumbrava um plano divino maior para judeus e gentios.
l - A INSTÍTUIÇÃO DA PÁSCOA
1. O livramento nacional.
Para o povo de Israel, a
Páscoa representa o que o dia da independência significa para um país
colonizado por uma metrópole. Mais ainda, essa magna celebração significa a
verdadeira libertação experimentada por uma nação, expressada pela liberdade
espiritual do povo para servir ao Deus Criador (Êx 12.1-13,16). Historicamente,
foi o último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrifício pascal que
possibilitaram o livramento da escravidão e a peregrinação do povo judeu rumo à
Terra Prometida (Êx 12.29-51). [Comentário: Aproximadamente 430 anos se passaram desde que
Yahweh falara a Abraão (Gn 15.13-16; Êx 12.40, 41), dizendo que sua
descendência seria peregrina, sob a servidão e aflição. As Suas promessas,
contudo, não falham, pois Ele vela pela Sua Palavra para cumpri-la (Jr 1.12). A
peregrinação no Egito começou com a descida de Jacó e seus filhos. Um dos
filhos de Jacó, José, tornou-se governador do Egito, e, durante o seu governo
os hebreus não sofreram nenhum tipo de agravo ou sofrimento. Mas, «depois do falecimento
de José e de seus irmãos e de toda aquela geração; levantou-se um novo rei
sobre o Egito, que não conhecera a José» (Êx 1.6-8). A partir de então os
egípcios começaram a afligir os israelitas, e a tratá-los com dureza (Êx
1.11-14). Quando os sofrimentos dos filhos de Israel estavam sendo
insuportáveis, então clamaram ao Seu Deus, e os seus clamores subiram aos céus
por causa de sua servidão (Êx 2.23). Yahweh interveio em favor de Seu povo,
chamando Moisés, que após 40 anos de preparo no deserto apascentando ovelhas,
foi enviado diante de Faraó para que começasse a libertação do Seu povo do
Egito (Êx 3-4). Em obediência ao chamado de Yahweh, Moisés compareceu perante
Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: «Deixa ir o meu povo, para que me
celebre uma festa no deserto» (Êx 5.1). Para conscientizar Faraó da seriedade
dessa mensagem da parte de Yahweh, Moisés, mediante o poder de Yahweh, invocou
pragas como julgamento contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas,
Faraó concordava em deixar o povo ir, mas a seguir, voltava atrás, uma vez a
praga suspendida. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não
deixava aos egípcios nenhuma alternativa senão a de lançar os israelitas.
Yahweh disse a Moisés: «À meia-noite eu
sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá,
desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até ao
primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais. E
haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e
nunca haverá» (Êx 11.4-6)1.]
3. A nova celebração
judaica. A Páscoa passou a ser a
nova festa religiosa dos israelitas, pois essa celebração foi instituída por Deus,
mediante o legislador Moisés, e um novo ano religioso começou (Êx 12.1-20). Os
israelitas passavam oito dias comendo pães sem fermento, o matzá, isto é,
fatias de pães asmos. Tudo isso para trazer à memória a grande fuga do Egito
que fora tão rápida, a ponto de não haver tempo para deixar o pão caseiro
crescer, pois esse pão deveria ser consumido antes de a massa levedar (Êx
12.39,40). [Comentário: A Páscoa foi instituída na noite em que ocorreu o
Êxodo do Egito. A primeira Páscoa (isto é, com um novo significado) foi
celebrada na Lua Cheia, no final do dia 14 do mês de Abibe; aproximadamente no
ano de 1445 a.C. Dali em diante deveria ser celebrada anualmente (Êx 12.14,
17-24). A Páscoa instituída por Yahweh no Egito foi acompanhada por leis que
regiam a sua observância3. A Páscoa oferece um vasto campo para especulação por causa da grande
variedade de características: mancha de sangue, saltos, “uma noite de vigia”, o
cordeiro sacrificial, as primícias da cevada, a ceia sagrada, etc. Essas
características se assemelham a rimais praticados fora de Israel. Não é de se
admirar que os estudiosos a considerem uma festa enigmática. Alguns não
consideram Êxodo 1-14 como um registro dos eventos, mas como uma lenda cúltica
que tenta glorificar a saída do Egito (Pederson, Israel: Its Life and
Culture, III-IV, 726ss.). A suposição repousa sobre um equívoco: o
verdadeiro propósito da Páscoa era glorificar o Deus de Israel. Seria inútil
esperar dados históricos fora dos próprios termos do escritor. No centro de
Êxodo 1-14 está o Deus de Israel, que realiza feitos poderosos em favor do seu
povo (cp. G. von Rad, The Problem of the Hexateuch [1965], 52). A
história bíblica é escrita com um propósito, e o propósito é atestar os atos
graciosos de Deus. Israel compreende sua liberdade como um milagre operado por
YHWH que, com “poderosa mão e com braço estendido” levou seu povo para fora do
Egito (Dt 26.8). Para compreender o significado da Páscoa deve-se procurar a
interpretação bíblica; é inútil indagar qual era a festa nos tempos
pré-mosaicos. É possível que a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos fossem festas
agrícolas (cp. Êx 23.15s.). Alguma evidência da ligação cúltica entre a Páscoa
e as primícias está preservada (Js 5.10-12; cp. C. W. Atkinson, AthR [Jan
1962], 82). A responsabilidade de explicar o significado da Páscoa estava
sobre o pai da família: “Naquele mesmo dia contarás a teu filho, dizendo: E
isto pelo que o Senhor me fez, quando saí do Egito” (Ex 13.8; cp. 12.26).
Somente os israelitas e aqueles que, através da circuncisão, estavam unidos à
comunidade podiam comer o cordeiro pascal. Estrangeiros e viajantes, i.e.,
estrangeiros residentes, eram excluídos (Ex 12.45), mas a regra não era
aplicada aos estrangeiros circuncidados e viajantes que demonstrassem um real
interesse em se identificar com Israel. A eles era permitido participar da
celebração da Páscoa (Nm 9.14).4]
SÍNTESE DO TÓPICO I
A Páscoa
foi instituída por Deus.
II - O CORDEIRO DA PÁSCOA
1. O cordeiro no Antigo
Testamento. No Antigo Testamento, o
cordeiro constituía parte fundamental dos sacrifícios oferecidos para remissão
dos pecados. Ele foi introduzido na cultura dos israelitas quando Deus libertou
o seu povo, conforme nos relata Êxodo 12.3-10. Para oferecer o cordeiro em
sacrifício, o sacerdote e o povo deveriam observar algumas exigências: o animal
deveria ser completamente limpo, não poderia haver manchas nem outros defeitos,
ser imaculado e plenamente saudável (Lv 4.32; Nm 6.14). Todo esse simbolismo
apontava para Jesus, o verdadeiro Cordeiro pascal. [Comentário: A consequência do pecado é a morte e a separação
de Deus (Romanos 3:23; Romanos 6:23). Essa é a punição justa. Todos pecamos mas
Deus nos ama e quer nos dar outra chance de ficar com Ele. Sendo justo, Ele ainda
tinha de exigir pagamento. Por isso, Ele permitiu que quem se arrependesse
usasse um cordeiro sem defeito como seu substituto. O cordeiro morria em seu
lugar para que voltasse a ter comunhão com Deus5. Ofertas, sacrifícios e holocaustos são, muitas das
vezes, encontrados como sinônimos na Bíblia. O fato é que o termo sacrifício é
algo bem controverso e polêmico quanto ao seu surgimento no meio cúltico de
Israel e quanto as suas origens com atualizadas e padronizadas em Israel.
Alguns autores consideram o surgimento dos sacrifícios como um mandamento do
próprio Deus (Cf. Temas do Antigo Testamento. Novas edições líderes
evangélicos, 1986. p.101), ou seja, Deus ordenou de forma literal a prática dos
sacrifícios. Outros autores alegam que os sacrifícios, bem como as demais
práticas e características cúlticas de Israel foram adquiridas dos povos
cananeus, já que estes eram mais evoluídos em seus rituais (Cf. FOHRER, 1993,
p.48, 67-71.). Essa influência não surtiu efeito somente no povo israelita, mas
também nos demais (Cf. FOHRER, 1993, p.46-47). Ainda sobre sacrifícios, na
Bíblia, o livro que relata com maior precisão as práticas sacrificiais é
Levítico6.]
6. Leia mais sobre o
tema em: http://cristaoshoje.blogspot.com.br/2010/02/o-sacrificio-no-antigo-testamento.html
2. Jesus, o verdadeiro
Cordeiro pascal. A páscoa cristã é o
memorial de como Deus substituiu os sacrifícios temporários por um único e
definitivo. Nesse aspecto, o cordeiro do Antigo Testamento era sombra do
apresentado no Novo, "morto desde a fundação do mundo" (Ap 13.8). Por
isso, ao comemorarmos a Páscoa, devemos atentar seriamente para o glorioso
feito de Jesus na cruz. Cristo é o fundamento, a essência da Páscoa; se não
atentarmos para Ele, nossa Páscoa torna-se vazia de sentido. Além disso, somos
chamados a celebrar o verdadeiro Cordeiro com alegria e gratidão, pois por
intermédio dEle a nossa culpa foi anulada definitivamente. Deus nos purificou e
nos fez dignos de "assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus"
(Ef 2.6). Agora, uma vez em Cristo, somos santificados, justificados e
perdoados (Rm 5.1,2; 8.1). [Comentário: Para os cristãos, a Páscoa contém rico simbolismo
profético a falar de Jesus Cristo. O NT ensina explicitamente que as festas
judaicas “são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17; Hb 10.1), i.e., a
redenção pelo sangue de Jesus Cristo. Note os seguintes itens em Êxodo 12, que
nos fazem lembrar do nosso Salvador e do seu propósito para conosco7. Todo sacrifício que podíamos
fazer seria sempre imperfeito. Por isso, Deus preparou o sacrifício perfeito:
Ele mesmo. Ele se tornou um homem e passou por tudo que nós passamos, mas sem
pecar (Hb 2.14-15). Ele se tornou o sacrifício perfeito pelos nossos pecados. João
Batista chamou Jesus de “o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Jesus se ofereceu para morrer em nosso lugar. Ele foi como um cordeiro: sem
defeito. Como Jesus nunca pecou e era Deus, seu sacrifício foi muito maior que
um cordeiro. Ele pagou um preço tão alto que pode cobrir os pecados de todos
que o aceitam como seu salvador. Jesus foi o grande sacrifício que Deus fez por
nós, o Cordeiro de Deus8. O cordeiro pascoal era um “sacrifício” (12.27) a servir de substituto
do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição à morte do
crente (ver Rm 3.25 nota). Paulo expressamente chama Cristo nosso Cordeiro da
Páscoa, que foi sacrificado por nós (1Co 5.7). O cordeiro macho separado para
morte tinha de ser “sem mácula” (12.5); esse fato prefigura a impecabilidade de
Cristo, o perfeito Filho de Deus (Jo 8.46; Hb 4.15). Alimentar-se do cordeiro
representava a identificação da comunidade israelita com a morte do cordeiro,
morte esta que os salvou da morte física (1Co 10.16,17; 11.24-26). Assim como
no caso da Páscoa, somente o sacrifício inicial, a morte dEle na cruz, foi um
sacrifício eficaz. Realizamos em continuação a Ceia do Senhor como um memorial,
“em memória” dEle (1Co 11.24)9.]
9. IBDEM 7
SÍNTESE DO TÓPICO II
O
cordeiro da Páscoa apontava para Jesus, o Cordeiro Deus.
III - O SANGUE DO CORDEIRO
1. O significado do
sangue. A primeira abordagem da
Bíblia acerca dos sacrifícios está no livro de Gênesis (Gn 3.21; 4.1-7). O
sacrifício de animais era uma forma de lidar com os problemas do pecado, quando
este destruiu a paz entre Deus e a humanidade (Is 59.2). O sacrifício era
oferecido para expiação dos pecados do transgressor, em que este era perdoado
e, mediante essa expiação, tinha a sua relação com Deus restabelecida. O maior
símbolo, e principal elemento desse ritual, era o sangue do animal sacrificado.
Isso porque "sangue", na Bíblia, representa a vida; e a vida do
animal, "derramada" no sacrifício, era o que restabelecia a paz entre
Deus e o ser humano (Lv 17.11 cf. Hb 9.23-28).
[Comentário: Deus exigia sacrifícios de animais para que a humanidade pudesse
receber perdão dos seus pecados (Lv 4.35; 5.10). Para começar, sacrifício de
animal é um tema importante encontrado por todas as Escrituras. Quando Adão e
Eva pecaram, animais foram mortos por Deus para providenciar vestimentas para
eles (Gn 3.21). Caim e Abel trouxeram ofertas ao Senhor. A de Caim foi
inaceitável porque ele trouxe frutas, enquanto que a de Abel foi aceitável
porque ele trouxe “das primícias do seu
rebanho e da gordura deste” (Gn 4.4-5). Depois que o dilúvio recuou, Noé
sacrificou animais a Deus. Esse sacrifício de Noé foi de aroma agradável ao
Senhor (Gn 8.20-21). Deus ordenou que Abraão sacrificasse seu filho Isaque.
Abraão obedeceu a Deus, mas quando Abraão estava prestes a sacrificar a Isaque,
Deus interveio e providenciou um carneiro para morrer no lugar de Isaque (Gn 22.10-13)10. O Senhor Deus fez roupas de
pele e com elas vestiu Adão e sua mulher. (Gn 3.21) De primeira a morte de um
animal serviu para cobrir suas vergonhas, não apenas físicas, mas emocionais, e
Espirituais. Mas aquele animal, assim como, os cordeiros que futuramente
sacrificariam era apenas um símbolo e uma preparação do verdadeiro e Eterno
Sacrifício11.]
2. O sangue do cordeiro
pascal. Antes do advento da
última praga sobre os egípcios. Deus ordenou aos judeus que preparassem um
cordeiro para cada família (Êx 12.3). A orientação era a seguinte: após matarem
o cordeiro, os israelitas deveriam passar o sangue da vítima nas ombreiras e no
umbral da porta de suas casas (Êx 12.7). Isso serviria de sinal para que quando
o Senhor passasse e ferisse os primogênitos do Egito, conservasse a vida dos
israelitas intacta (Êx 12.13). Assim, a orientação divina protegeu os
primogênitos israelitas e o sangue do cordeiro pascal foi o símbolo de proteção
deles diante da morte. Nesse sentido, o sangue de Jesus Cristo, o verdadeiro
Cordeiro, nos protege da morte eterna e da maldição originada pelo pecado (l Jo
1.7). Tal como o sangue do cordeiro pascal que livrou o povo da morte, assim
também o sangue de Jesus nos livra da morte espiritual e da condenação eterna. [Comentário: Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela
que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora
os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para
eliminar “todo primogênito... desde os homens até aos animais” (12.12). Visto
que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo
destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a
essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus
respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um
ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês
de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (12.4).
Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas
ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por
aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue
aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hb. pesah, que significa “pular
além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo sangue do cordeiro
morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra
todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele
não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque
queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo
sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus,” que séculos mais
tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29). Naquela noite específica, os
israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (12.11). A ordem
recebida era para assar o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e
pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada
e para partir apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e
rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera
(12.29-36).]
3. O sangue da Nova
Aliança. Em o Novo Testamento, ao
celebrar a Páscoa na última ceia, Jesus afirmou que o seu sangue era o símbolo
da Nova Aliança (Lc 22.14-20); era o real cordeiro, bem como o verdadeiro
sacerdote, sendo o sacrifício e o oficiante ao mesmo tempo. Por essa razão, o
livro de Hebreus afirma que Cristo é o mediador da Nova Aliança e, mediante seu
sangue, redime de modo efetivo ao que crê (Hb 12.24). Nesse sentido, o sangue
da Nova Aliança deu acesso direto do ser humano ao trono da graça (Hb 4.16) e
autoridade exclusiva a Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os
homens (1 Tm 2.5). Desse modo Cristo fez da Igreja um povo de verdadeiros
sacerdotes com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com Deus,
para interceder uns pelos outros e anunciar as boas novas dessa Nova Aliança
(1Pe 2.9). [Comentário: A frase "sangue de Cristo" é usada
várias vezes no Novo Testamento e é a expressão da morte sacrificial e
expiatória de Jesus em nosso favor. As referências ao sangue do Salvador
incluem a realidade de que Ele literalmente sangrou na cruz, mas mais
significativamente que sangrou e morreu pelos pecadores. O sangue de Cristo tem
o poder de expiar por um número infinito de pecados cometidos por um número
infinito de pessoas ao longo dos tempos, e todos cuja fé repousa nesse sangue
serão salvos. A realidade do sangue de Cristo como meio de expiação do pecado
tem a sua origem na Lei Mosaica. Uma vez por ano, o sacerdote devia fazer uma
oferenda de sangue de animais no altar do templo pelos pecados do povo.
"De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue,
e sem derramamento de sangue não há perdão" (Hb 9.22). Entretanto, esta
era uma oferta de sangue limitada em sua eficácia, por isso tinha que ser
oferecida repetidamente. Este foi o prenúncio do sacrifício a ser oferecido de
"uma vez por todas" por Jesus na cruz (Hb 7.27). Uma vez que o
sacrifício foi feito, não havia mais a necessidade do sangue de touros e
cabras. O sangue de Cristo é a base da Nova Aliança. Na noite antes de ir para
a cruz, Jesus ofereceu o cálice de vinho aos discípulos e disse: "Este
cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês" (Lc 22.20).
Derramar o vinho na taça simbolizava o sangue de Cristo que seria derramado por
todos os que chegariam a crer nEle. Quando derramou o Seu sangue na cruz, Jesus
acabou com a exigência da Antiga Aliança para o contínuo sacrifício de animais.
Isso deu-se ao fato de que esse sangue não era suficiente para cobrir os
pecados do povo, exceto em caráter temporário, porque o pecado contra um Deus
santo e infinito requer um sacrifício santo e infinito. "Contudo, esses
sacrifícios são uma recordação anual dos pecados, pois é impossível que o
sangue de touros e bodes tire pecados" (Hb 10.3-4). Embora o sangue de
touros e cabras tenha sido um "lembrete" do pecado, "o precioso
sangue de Cristo, um cordeiro sem mancha ou defeito" (1Pd 1.19) pagou por
completo a dívida que devíamos a Deus pelos nossos pecados, e não precisamos de
nenhum outro sacrifício pelo pecado. Jesus disse: "Tudo está
consumado" quando estava morrendo e foi exatamente isso o que quis dizer
-- que todo o trabalho de resgate foi concluído para sempre, "ele entrou
no Santo dos Santos, uma vez por todas, e obteve eterna redenção" por nós
(Hb 9.12). O sangue de Cristo não somente redime os crentes do pecado e do
castigo eterno, mas "purificará a nossa consciência de atos que levam à
morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!" (Hb 9.14). Isto significa que
não só estamos agora livres de oferecer sacrifícios que são "inúteis"
para obter a salvação, mas somos livres de confiar em obras inúteis e
improdutivas da carne para agradar a Deus. Porque o sangue de Cristo nos
redimiu, somos agora novas criaturas em Cristo (2Co 5.17) e pelo Seu sangue
somos libertos do pecado para servir ao Deus vivo, para glorificá-lo e
desfrutá-lo para sempre13.]
13. Este texto foi extraído na íntegra de: https://www.gotquestions.org/Portugues/sangue-de-Cristo.html
SÍNTESE DO TÓPICO III
O sangue do cordeiro pascal apontava para o sacrifício perfeito
do Cordeiro de Deus.
CONCLUSÃO
A Páscoa para os judeus é
a memória da ação salvadora de Deus. Para nós, os cristãos, é a recordação da
ação redentora de Jesus em favor da humanidade. Cristo é a nossa verdadeira
Páscoa, o Cordeiro único e o Sumo Sacerdote por excelência. Seu sacrifício foi
definitivo e completo. Por isso, ao lermos sobre a Páscoa, devemos celebrar a
Nova Aliança manifesta em Cristo Jesus. Hoje somos filhos de Deus mediante a
nova e perfeita aliança no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo. [Comentário: Em resumo, os sacrifícios de animais foram
ordenados por Deus para que tal pessoa pudesse experimentar do perdão dos
pecados. O animal servia como um substituto – quer dizer, o animal morreu no
lugar do pecador. Sacrifício de animais parou com Jesus Cristo. Jesus Cristo
foi o substituto sacrificial supremo e é agora o mediador entre Deus e os
homens (1Tm 2.5). Sacrifícios de animais serviam como um sinal do que estava
para vir – o sacrifício de Cristo a nosso favor. A única base sobre a qual o
sacrifício de um animal providenciaria perdão dos pecados é o fato de que
Cristo iria Se sacrificar pelos nossos pecados, providenciando o perdão que
aqueles animais podiam apenas ilustrar e prenunciar. Paulo esclarece: “pois todos pecaram e estão destituídos da
glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da
redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para
propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça.” (Rm
3.23-25). Justificados significa tornado justos. Graça significa favor não
merecido pelo qual não pagamos ou damos algo em troca. Redenção significa
libertação da pena do pecado mediante o pagamento de um resgate. E propiciação
significa tornar favorável a nós aplacando a ira de Deus.] “...
corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Outubro
de 2017
Aniversário do Blog
Auxílio ao Mestre!
PARA REFLETIR
A respeito da salvação na Páscoa judaica, responda:
• O que
significa a Páscoa para os judeus?
Para o povo de Israel, a Páscoa
representa o que o dia da independência significa para um país colonizado por
uma metrópole. Mais ainda, essa magna celebração significa a verdadeira
libertação experimentada por uma nação, expressada pela liberdade espiritual do
povo para servir ao Deus Criador.
• Qual
era o significado do sangue do cordeiro no Antigo Testamento?
O sacrifício de animais era uma
forma de lidar com os problemas do pecado, quando este destruiu a paz entre
Deus e a humanidade. O sacrifício era oferecido para expiação dos pecados do
transgressor, em que este era perdoado e, mediante essa expiação, tinha a sua
relação com Deus restabelecida. O maior símbolo, e principal elemento desse
ritual, era o sangue do animal sacrificado. Isso porque "sangue", na
Bíblia, representa a vida; e a vida do animal, "derramada" no
sacrifício, era o que restabelecia a paz entre Deus e o ser humano.
• O que
significa Páscoa para a Igreja Cristã?
Significa que uma Nova Aliança
foi estabelecida por Cristo mediante o seu sacrifício na cruz do Calvário.
• Quais
são os benefícios da Nova Aliança?
O sangue da Nova Aliança deu acesso
direto do ser humano ao trono da graça e autoridade exclusiva a Jesus como o
único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens. Desse modo que Cristo fez
da Igreja um povo de verdadeiros sacerdotes com autoridade e legitimidade para
partilhar da intimidade com Deus, para interceder uns pelos outros e anunciar
as boas novas dessa Nova Aliança.
• Com
quais sentimentos devemos celebrar a Páscoa em nossos dias?
Devemos celebrar a Nova Aliança
manifesta em Cristo Jesus com alegria e gratidão.
Fonte do conteúdo da lição: https://sub-ebd.blogspot.com.br/2017/08/licao-2-salvacao-na-pascoa-judaica.html