LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD
JOVENS
4º Trimestre de 2017
Título: Seguidores de Cristo —
Testemunhando numa Sociedade em ruínas
Comentarista: Valmir Nascimento
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
que utilizam as revistas da CPAD
Lição 4: O
cristão diante da pobreza e da desigualdade social
Data: 22 de Outubro de 2017
TEXTO DO DIA
“O que oprime ao pobre insulta
àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o” (Pv 14.31).
SÍNTESE
Diante da
desigualdade e da marginalização social, a ação solidária da Igreja testifica a
relevância da fé cristã diante dos homens e dá credibilidade à pregação do
evangelho.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA 1Jo 3.7:
O justo pratica a justiça
TERÇA Pv 31.20:
Abre a mão ao pobre
QUARTA Pv 22.22:
Não roube ao pobre
QUINTA 2Co 8.9:
Cristo se fez pobre por amor de nós
SEXTA Sl 128.2:
Comerás do teu trabalho
SÁBADO Am 5.11:
Denúncia profética
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Conscientizar da importância de cuidar do pobre;
- Entender a relação entre justiça social e profetismo bíblico;
- Conhecer os princípios bíblicos sobre economia e desigualdade social.
TEXTO BÍBLICO
Tiago 5.1-6.
1 Eia, pois, agora vós, ricos,
chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 As vossas riquezas estão
apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se
enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a
vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o salário dos
trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama;
e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
5 Deliciosamente, vivestes sobre a
terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo;
ele não vos resistiu.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A desigualdade
social e a pobreza são problemas sociais presentes em praticamente todos os
países do mundo, mas principalmente nas nações em desenvolvimento do Sul
Global, incluindo o Brasil. Aqui, milhares de famílias vivem em condição de
miséria, cuja renda é insuficiente para suprir as necessidades básicas. Não há
como viver indiferente a esta realidade calamitosa! Diante disso, a presente
lição demonstrará a importância da participação cristã nas obras sociais, como
expressão de amor e misericórdia, e como os princípios bíblicos podem
contribuir para a formação de uma sociedade livre, justa e produtiva. [Comentário: Qual a origem da
desigualdade social e da pobreza? Estes fatos são consequência da má
distribuição da riqueza. Segundo Orson Camargo, Graduado em Sociologia e
Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP e Mestre em
Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, “A desigualdade social e a pobreza são
problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. A pobreza
existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um
fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. O conceito de
desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos tipos de
desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, etc., até
desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. De modo geral, a
desigualdade econômica – a mais conhecida – é chamada imprecisamente de
desigualdade social, dada pela distribuição desigual de renda. No Brasil, a
desigualdade social tem sido um cartão de visita para o mundo, pois é um dos
países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a 8º nação
mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda,
divulgou em 2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de
1, maior a desigualdade), porém esta ainda é gritante”1 Como cristãos não podemos deixar de dar uma resposta à
questão da desigualdade social que esmaga os pobres. Uma resposta consistente e
a partir de um viés bíblico. O abismo que separa pobres e ricos de forma tão
extrema tem como causa a ausência da justiça entre a humanidade. Não é por
menos que a Bíblia está repleta de textos que abordam de forma enfática esta
temática. São mais de três mil referências sobre justiça e pobreza em sua
maioria com um tom de denúncia e indignação da parte de Deus2. Boa Aula!]
Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
1. CAMARGO, Orson."Desigualdade
social"; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/classes-sociais.htm.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
2. AURÉLIO Marcos. “A desigualdade social e o deus da
justiça”. Disponível em http://www.teologiaevida.com.br/2016/07/a-desigualdade-social-e-o-deus-da.html. Acesso em 06
de outubro de 2017.
I.
A ASCENSÃO ECONÔMICA E O CUIDADO COM O POBRE
1. A pobreza nas Escrituras. Nas Escrituras, o pobre é retratado como a pessoa
necessitada, desamparada ou que se encontra em situação de miséria (Sl 37.25;
72.13; Lc 16.20; 1Tm 5.5). A pobreza é um fenômeno complexo e vários fatores
econômicos e sociais podem contribuir para que alguém chegue a esta condição,
tais como: desastres naturais, dívidas, falta de emprego, política econômica
inadequada e até mesmo a preguiça (Pv 19.15). Em todos os casos não é
suficiente olhar para o pobre simplesmente a partir da situação social ou
econômica imediata. Biblicamente, devemos compreender que vivemos em um mundo
caído, e a pobreza, assim como a doença e a morte, resulta da rebelião do homem
contra o Criador. [Comentário: Do site Got Questions Ministries transcrevo o artigo “O
que a Bíblia diz sobre a justiça social?”: “Antes
de discutir a visão cristã da justiça social, precisamos definir os termos. A
justiça social é um conceito tão politicamente carregado que realmente não pode
ser dissociado do seu contexto moderno. A justiça social é muitas vezes usada
como um grito de guerra para muitos no lado esquerdo do espectro político. Este
trecho da pesquisa "Justiça Social" na Wikipédia (traduzido do
inglês) é uma boa definição deste conceito: "A justiça social é também um
conceito que alguns usam para descrever o movimento em direção a um mundo
socialmente justo. Neste contexto, a justiça social baseia-se nos conceitos de
igualdade e direitos humanos, e envolve um maior grau de igualitarismo
econômico através da tributação progressiva, da redistribuição de renda ou até
mesmo da redistribuição da propriedade. Essas políticas visam atingir o que os
economistas de desenvolvimento chamam de igualdade de oportunidades, a qual
pode realmente existir em algumas sociedades, e para a fabricação de igualdade
de resultados nos casos em que as desigualdades inerentes aparecem em um
sistema processualmente justo". A palavra-chave nesta definição é
"igualitarismo". Esta palavra, juntamente com as frases
"redistribuição de renda", "redistribuição da propriedade"
e "igualdade de resultados", diz muito sobre a justiça social. O
igualitarismo, como uma doutrina política, essencialmente promove a ideia de
que todas as pessoas devem ter os mesmos (iguais) direitos políticos, sociais,
econômicos e civis. Esta ideia é baseada no fundamento dos direitos humanos
inalienáveis consagrados em documentos como a Declaração de Independência
Americana. No entanto, como uma doutrina econômica, o igualitarismo é a força
motriz por trás do socialismo e do comunismo. É o igualitarismo econômico que
visa remover as barreiras da desigualdade econômica por meio da redistribuição
da riqueza. Vemos isso sendo implementado através de programas de assistência
social onde as políticas fiscais progressistas tomam proporcionalmente mais
dinheiro de pessoas ricas a fim de elevar o padrão de vida para as pessoas que
não têm as mesmas condições. Em outras palavras, o governo tira dos ricos e dá
aos pobres. O problema com essa doutrina é duplo: primeiro, há uma premissa
equivocada no igualitarismo econômico de que os ricos se tornaram ricos através
da exploração dos pobres. Grande parte da literatura socialista dos últimos 150
anos promove essa premissa. Isso pode ter sido o caso principal quando Karl
Marx escreveu o seu primeiro Manifesto Comunista, e ainda hoje pode ser o caso
por parte do tempo, mas certamente não o tempo todo. Em segundo lugar, os
programas socialistas tendem a criar mais problemas do que resolvem; em outras
palavras, eles não funcionam. Os programas de assistência social, os quais usam
a receita fiscal pública para complementar a renda da população subempregada ou
desempregada, normalmente têm o efeito de tornar os beneficiários dependentes
da ajuda governamental ao invés de encorajá-los a tentar melhorar a sua situação.
Todo caso em que o socialismo/comunismo foi implementado em escala nacional foi
um fracasso, não conseguindo remover as distinções de classe na sociedade. Em
vez disso, tudo que faz é substituir a distinção entre a nobreza e o homem
comum com uma distinção entre a classe de trabalho e classe política. Qual,
então, é a visão cristã da justiça social? A Bíblia ensina que Deus é um Deus
de justiça. De fato, "Deus é... justo e reto" (Deuteronômio 32:4).
Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça social na qual a preocupação e
os cuidados são mostrados a favor dos pobres e aflitos (Deuteronômio 10:18,
24:17, 27:19). A Bíblia muitas vezes se refere ao órfão, à viúva e ao
estrangeiro - ou seja, pessoas que não eram capazes de cuidar de si mesmas ou não
tinham um sistema de apoio. A nação de Israel foi ordenada por Deus para cuidar
dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de fazer isso foi
em parte a razão para o seu julgamento e expulsão da terra. Quando Jesus pregou
o Sermão do Monte, Ele mencionou cuidar dos "pequeninos" (Mateus
25:40) e Tiago, em sua epístola, expõe a natureza da "verdadeira
religião" (Tiago 1:27). Assim, se por "justiça social" queremos
dizer que a sociedade tem a obrigação moral de cuidar dos menos afortunados, então
isso é correto. Deus sabe que, devido à queda, haverá viúvas, órfãos e
peregrinos na sociedade, e Ele fez provisões no antigo e novo testamento para
cuidar deles. O modelo de tal comportamento é o próprio Jesus, o qual refletiu
o senso de justiça de Deus ao levar a mensagem do evangelho até mesmo aos
párias da sociedade. No entanto, a noção cristã de justiça social é diferente
da noção contemporânea de justiça social. As exortações bíblicas para cuidar
dos pobres são mais individuais do que da sociedade como um todo. Em outras
palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o
"menor destes." A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no
segundo dos grandes mandamentos - amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:39).
A noção de justiça social de hoje substitui o indivíduo com o governo, o qual,
por meio de impostos e outros meios, redistribui a riqueza. Esta política não
incentiva a doação motivada pelo amor, mas apenas o ressentimento daqueles que vêem
a riqueza pela qual tanto trabalharam sendo tirada deles. Uma outra diferença é
que a cosmovisão cristã da justiça social não supõe que os ricos são os
beneficiários de lucros indevidos.”3.]
3. Got Questions Ministries. “O que a
Bíblia diz sobre a justiça social?” Disponível em https://www.gotquestions.org/Portugues/justica-social.html.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
2. O pobre e o amor ao próximo. Enfaticamente, a Palavra destaca a importância do
cuidado ao pobre, assim como denuncia a discriminação e a desonra contra as
pessoas carentes (Tg 2.1-6). Tal se deve ao mandamento de amar o próximo como a
nós mesmos (Mt 22.39) e do imperativo de demonstrarmos o resplendor das
virtudes cristãs para a glória de Deus (Mt 5.16). Contudo, não encontramos nas
Escrituras respaldo para a Teologia da Libertação, que centraliza na pobreza a
ênfase do evangelho, e interpreta as Escrituras com base no sofrimento do oprimido.
A teologia bíblica irradia graça para todos, sem distinção de classe social (Tt
2.11). Igualmente, ainda que sejamos advertidos para não ajuntarmos tesouros na
terra (Mt 6.19), e acerca dos perigos do amor ao dinheiro (1Tm 6.7-10), não se
pressupõe que os ricos tenham conquistado sua riqueza por meio desonesto. Tanto
o rico quanto o pobre carecem da graça de Deus, e devem igualmente ser tratados
com equidade (Êx 23.3,6). [Comentário: Definindo ‘Teologia da Libertação’, no site da Wikpédia
temos: “A Teologia da libertação é uma
corrente teológica cristã nascida na América Latina, depois do Concílio
Vaticano II e da Conferência de Medellín, que parte da premissa de que o
Evangelho exige a opção preferencial pelos pobres e especifica que a teologia, para
concretar essa opção, deve usar também as ciências humanas e sociais. É
considerada como um movimento supradenominacional, apartidário e inclusivista
de teologia política, que engloba várias correntes de pensamento que
interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de
injustas condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita, pelos
seus proponentes como reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã,
em vista dos problemas sociais, mas seus oponentes a descrevem como um
marxismo, relativismo e materialismo cristianizado”4. A riqueza não é o
mal em uma cosmovisão cristã, mas há uma responsabilidade e uma expectativa
para ser um bom administrador (porque toda riqueza vem de Deus). A justiça
social de hoje opera sob a suposição de que os ricos exploram os pobres. A
terceira diferença é que, sob o conceito cristão de boa administração, o
cristão pode doar a instituições de caridade que ele queira apoiar. Por
exemplo, se um cristão tiver uma afinidade com os bebês ainda não nascidos, ele
pode apoiar agências e organizações que se dedicam a esse fim com o seu tempo,
talento e finanças. Sob a forma contemporânea de justiça social, os que estão
no poder são os que decidem quem recebe a riqueza redistribuída. Não temos nenhum
controle sobre o que o governo faz com os nossos impostos e, mais
frequentemente do que não, esse dinheiro vai para instituições de caridade que
não consideramos dignas. Resumindo, há uma tensão entre uma abordagem da
justiça social que é centrada em Deus e da que é centrada no homem. A abordagem
centrada no homem vê o governo no papel de salvador, trazendo consigo uma
utopia por meio de políticas governamentais. A abordagem centrada em Deus vê
Cristo como Salvador, trazendo o céu para a terra quando Ele voltar. No Seu
retorno, Cristo restaurará todas as coisas e executará a justiça perfeita. Até
então, os cristãos expressam o amor e a justiça de Deus ao mostrar bondade e
misericórdia para com os menos afortunados”5.]
4. Wikipédia, a enciclopédia livre. “Teologia
da libertação” Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_da_liberta%C3%A7%C3%A3o.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
5. Got Questions Ministries. “O que a
Bíblia diz sobre a justiça social?” Disponível em https://www.gotquestions.org/Portugues/justica-social.html.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
3. Ascensão econômica e desigualdade social. Mesmo quando há ascensão econômica e melhores
condições de vida, a desigualdade social e os grupos em situação abaixo da
linha da pobreza persistem em existir. Isso porque, em razão dos efeitos do
pecado, a Bíblia declara que “sempre haverá pobres na terra” (Mc 14.7).
Todavia, longe de indicar uma postura de conformismo e indiferença, e servir
como desculpa contra a ação social, tal afirmação deveria nos conduzir ao
cuidado permanente dos necessitados, enquanto eles existirem (Rm 15.25,26; Gl
2.10; 1Jo 3.17). Somos apenas mordomos de Deus nesta terra; aquilo que
possuímos, na verdade, pertence a Ele! [Comentário: Talvez você já tenha conhecimento sobre o ‘Pacto de
Lausanne’; A Comissão de Lausanne para a Evangelização Mundial (Lausanne
Committee for World Evangelization, LCWE), mais conhecida como Movimento de
Lausanne, é um movimento evangélico global que nasceu no Congresso
Internacional sobre Evangelização Mundial em 1974. Neste evento, que decorreu
em Lausanne (Suíça), estiveram presentes 2700 delegados de mais de 150 países.
Organizado por Billy Graham e John Stott, o Movimento de Lausanne deu origem a
vários encontros estratégicos a nível global, onde se inclui o encontro de
Lausanne em 1974, o de Manila (1989) e o da Cidade do Cabo, na África do Sul (2010).
Este movimento é considerado como um dos documentos teológicos mais importantes
no movimento evangélico. O Pacto de Lausanne é composto por quinze artigos que
definem os distintivos teológicos fundamentais. Os Artigos 5 e 13 tratam da
responsabilidade social cristã / Liberdade e perseguição: “O Movimento de Lausanne levou o movimento evangélico global a escutar
as vozes de muitos cristãos em todo o mundo que sentiam que a igreja não tinha
sido solidária o bastante com aqueles a quem a justiça havia sido negada e
sofriam com várias formas de marginalização. Como tal, o Movimento de Lausanne
afirma a preocupação de Deus com a justiça e a libertação de todas as formas de
opressão. Por vezes a igreja tem tido dificuldades ao articular o
relacionamento entre a evangelização e a ação social no mundo. O compromisso de
proclamar o Evangelho às vezes é reduzido a campanhas evangelísticas que não
são acompanhadas pela preocupação com os pobres, as pessoas sem-abrigo e os
excluídos. Por exemplo, a igreja reconheceu os testemunhos vibrantes de Billy
Graham e da Madre Teresa, mas não soube sempre compreender como ambos estão
relacionados. Para alguns evangélicos, a ação social é uma ponte para a
evangelização. Para outros, é uma consequência natural da evangelização. E
outros ainda tentam vê-los como complementares. Existem três características
importantes do Movimento de Lausanne que merecem ser destacadas. Em primeiro
lugar, contextualiza teologicamente a ação social de forma adequada,
relacionando-a às doutrinas de Deus, da reconciliação, da justiça e ao fato de
todos os homens e mulheres serem criados à imagem de Deus. Em segundo, a
declaração afirma que a evangelização e a ação social não são “mutuamente
exclusivas”, assentando os alicerces para uma visão integrada acerca de como a
pessoa e obra de Cristo são refletidas na vida e testemunho da igreja. Por fim,
no centro do Pacto de Lausanne existe uma expressão de metanoia, ou
arrependimento, pelo fracasso da igreja em viver de maneira consistente com o
testemunho bíblico de ação social e luta pela justiça em favor dos oprimidos. O
Movimento de Lausanne também se alinhou teologicamente com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos. Importa reconhecer que a ação social não é
apenas necessária junto dos não-crentes, mas também para milhões de cristãos
injustamente presos e que sofrem perseguição. O Pacto de Lausanne afirma a
importância de abordar tanto as expressões pessoais como estruturais do mal que
negam a liberdade religiosa a milhões de pessoas.”6.
6. Leia mais em: TENNENT Timothy C. ‘O Movimento de
Lausanne e o evangelicalismo global: distintivos teológicos e impacto
missiológico’. Disponível em https://www.lausanne.org/pt-br/recursos-multimidia-pt-br/o-movimento-de-lausana-e-o-evangelicalismo-global-distintivos-teologicos-e-impacto-missiologico.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
Pense!
“A evidência da graça divina é vista na pregação e no alívio das
necessidades materiais dos pobres” (Comentário Bíblico Pentecostal).
Ponto Importante
Biblicamente, devemos compreender que vivemos em um mundo caído, e a
pobreza, assim como a doença e a morte, resulta da rebelião do homem contra o
Criador.
II.
JUSTIÇA SOCIAL E PROFETISMO
1. Justiça social e igualdade. Fazer justiça é um aspecto vital do nosso viver
diário. Justiça, no sentido ora empregado, não tem qualquer acepção ideológica
ou político-partidária. Em termos bíblicos, a justiça social parte do
pressuposto de que todas as pessoas devem ser tratadas com igual respeito e
dignidade, possuindo os mesmos direitos e deveres na sociedade. Considerando
que o homem foi criado à imagem de Deus (Gn 1.26), a injustiça (Sl 92.15) e a
acepção de pessoas (Rm 2.11) são rejeitadas por Ele. Desde o Antigo Testamento,
aliás, vemos o Senhor instruindo a nação de Israel para cuidar dos pobres e vulneráveis
(Mq 6.8; Zc 7.9); por isso a Lei estabelecia uma série de disposições contra a
opressão aos menos favorecidos (Êx 22.25; 23.6; 30.15; Lv 19.10). A prática da
justiça na sociedade é uma prova da justificação que recebemos em Cristo. É
certo que as obras são incapazes de salvar o homem caído e que as obras de
misericórdia e justiça testificam a salvação alcançada pela graça. Tiago
retratou fielmente essa verdade ao dizer que a fé, sem as obras, é morta em si
mesma (Tg 2.17). Do crente, portanto, se espera a prática da justiça! O
espírito cristão de amor mútuo e caridade comum é uma marca do cristianismo ao
longo da história. [Comentário: Afastem de mim o som
das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como
um rio, a justiça como um ribeiro perene! (Amós, 5.24, NVI). O acumulo de
riquezas em detrimento da miséria do outro tem sua base na idolatria que por
sua vez revela o “deus mamom” que se faz presente neste século. O mal está
instalado nas grandes estruturas e não habita somente em uma dimensão pessoal.
O mundo jazz no maligno e por isso há potestades dominadoras e opressora neste
mundo presente. (Ef.6;12)7. O Artigo 5 do Pacto de Lausanne assevera: “Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de
todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e
pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de
todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda
pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou
idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e
servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e
de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social
mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja
reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação
política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento
sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são
necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso
amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da
salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de
opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a
injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de
novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar mas também divulgar a
retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve
estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais.
A fé sem obras é morta”8.]
7. AURÉLIO Marcos. “A desigualdade social e o deus da
justiça”. Disponível em http://www.teologiaevida.com.br/2016/07/a-desigualdade-social-e-o-deus-da.html. Acesso em 06
de outubro de 2017.
8. Leia mais em: The Lausanne Movement. ‘Pacto de
Lausanne’. Disponível em https://www.lausanne.org/pt-br/recursos-multimidia-pt-br/pacto-de-lausanne-pt-br/pacto-de-lausanne.
Acesso em 06 de outubro de 2017.
2. Profetizando contra as injustiças. A função profética sobrepuja a tarefa de
transmitir mensagens de bênçãos da parte de Deus. Ela envolve também a denúncia
do erro e a exortação contra as injustiças. Em outras palavras, o profetismo bíblico
é abrangente, pois compreende, além do aspecto eminentemente religioso, as
esferas econômicas e políticas. Profetas como Isaías, Jeremias, Miqueias e
Zacarias falaram ousadamente contra a corrupção, exploração e as injustiças do
seu tempo. Em um contexto difícil, Amós condenou o desprezo e a opressão dos
poderosos em relação aos pobres, que eram pisados (Am 5.11) e vendidos ao preço
de sandálias. Contra essa situação desumana e degradante, o profeta alçou a sua
voz em defesa das pessoas carentes (Am 4.1,2). [Comentário: As Escrituras Sagradas não nos deixam à vontade no que diz
respeito à justiça social. Ao contrário, elas criam incômodos problemas de
consciência, elas nos azucrinam, elas nos envergonham, elas nos condenam. De
todos os nossos pecados e crimes, a falta de consciência social é o mais
coletivo, o menos reconhecido e o causador das maiores tragédias, que vão desde
a fome até as guerras. Em nenhum momento, o evangelho nos dispensa da obrigação
de elaborar as leis da justiça social no papel e no modo de viver. O chamado à
justiça social está no Decálogo, nas leis secundárias, nos Provérbios, nos
profetas, no exemplo de Jesus, no segundo grande mandamento, na instituição do
diaconato primitivo e na Epístola de Tiago, o servo do Senhor que não tinha
papas na língua9. Os profetas hebraicos exerceram um papel de grande
relevância na denúncia contra as riquezas que geraram pobreza em sua época.
Como porta voz de Deus, os profetas traziam uma mensagem de arrependimento
direcionada aos poderosos da religião, da política e da economia admoestando-os
sobre a prática da opressão aos mais fracos. Havia uma preocupação especial com
órfãos, viúvas, pobres e estrangeiros. Estes geralmente eram os que mais
sofriam por causa da injustiça. (Pv.22.22; Jó.34.28; Sl.11.37; Sl.94.6;
Dt.10.18; Ex.23.9; Mt.25.38)10.]
9. ULTIMATOONLINE ‘Quem leva a Bíblia a sério obriga-se
a levar também a sério a justiça social’. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/289/quem-leva-a-biblia-a-serio-obriga-se-a-levar-tambem-a-serio-a-justica-social Acesso em 06 de
outubro de 2017.
10. AURÉLIO Marcos. “A desigualdade
social e o deus da justiça”. Disponível em http://www.teologiaevida.com.br/2016/07/a-desigualdade-social-e-o-deus-da.html. Acesso em 06
de outubro de 2017.
3. Voz profética da Igreja. A dimensão política do ministério profético
permanece válida ainda hoje. Os cristãos são chamados a testemunhar publicamente
acerca da justiça divina, ao tempo em que denunciam todo tipo de injustiça. A
voz profética dos cristãos deve consolar e edificar, mas também precisa exortar
(1Co 14.3), apontando tanto os desvios morais quanto sociais, a partir das
verdades bíblicas. [Comentário: A razão bíblica para a eliminação da desigualdade social
encontra-se na origem e destino potencial do homem, assim como no amor
universal de Deus pelo mundo (Jo 3.16; Mt 5.43-48). As raízes da civilização
ocidental acham-se profundamente arraigadas na revelação bíblica de que o homem
descende de um único casal (pai e mãe) e foi criado à imagem de Deus. A
participação comum de toda a humanidade na imago dei significa que todos os
homens são herdeiros dos direitos inalienáveis da dignidade e significado intencional.
Concordar com Lincoln sobre o axioma de que todos os homens foram criados
iguais, mas negar a participação na imago dei significa que, em análise final,
não há razão para uma responsabilidade comum entre os homens11. O exemplo mais perfeito e mais impressionante de
solidariedade com o pobre e miserável é o exemplo de Jesus Cristo. Ninguém é
tão alto, majestoso e glorioso quanto Ele, e ninguém desceu de seu pedestal
tanto quanto o Senhor. A pessoa mais empolgada com o exemplo de Jesus
certamente é o apóstolo Paulo. Aos coríntios, o ex-fariseu escreve: “Vocês
conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por
amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos” (2 Co
8.9, NVI). E aos filipenses, o apóstolo propõe a imitação do exemplo de Jesus:
“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até
a morte, e morte de cruz!” (Fp 2.5-8, NVI.) A espantosa solidariedade de Jesus
com os socialmente marginalizados, com os humildes e com os famintos, e não com
os soberbos, com os poderosos e com os ricos (ver o Cântico de Maria, em Lucas
1.46-55), começou com a eleição de Maria para ser a mãe do Salvador e com
nascimento de Jesus numa humilde estrebaria — porque não havia lugar para uma
mulher grávida de 9 meses na hospedaria — e em Belém-Efrata, “uma das menores
cidades de Judá” (Mq 5.2, NTLH)12. Leia mais clicando AQUI.]
11. KELLER Tim in ‘Razões para o
envolvimento cristão nas questões de justiça social’. Disponível em: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2013/07/razoes-para-o-envolvimento-cristao-nas-questoes-de-justica-social-tim-keller/ Acesso em 06 de
outubro de 2017.
12. ULTIMATOONLINE ‘Quem leva a Bíblia a sério obriga-se a levar também
a sério a justiça social’. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/289/quem-leva-a-biblia-a-serio-obriga-se-a-levar-tambem-a-serio-a-justica-social Acesso em 06 de
outubro de 2017.
Pense!
A Palavra de Deus condena aqueles que manipulam a economia para
satisfazer os próprios interesses egoístas. Ela também condena qualquer forma
de maldade, como a cobiça, a indolência e o engano.
Ponto Importante
Profetas como Miqueias, Isaías e Jeremias falaram ousadamente contra a
corrupção, exploração e as injustiças do seu tempo.
III.
A POLÍTICA ECONÔMICA E A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
1. Desigualdade social no Brasil. O país em que vivemos é marcado pela desigualdade
social. Enquanto existe enorme concentração de renda entre as pessoas mais ricas,
milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, em condições de miséria. É
papel da política econômica de uma nação avaliar os fatores que provocam as
distorções sociais, e criar leis e mecanismos que possibilitem uma sociedade
mais produtiva e justa. A economia, portanto, é um elemento importante para a
vida das pessoas e das instituições públicas. Por essa razão, considerando que
os princípios que norteiam a economia são vitais para o desenvolvimento
sustentável da comunidade, adotar uma visão econômica coerente e que considere
adequadamente a natureza humana (especialmente o seu estado decaído) é
essencial para a redução da pobreza. [Comentário: Desigualdade social é um conceito que afeta principalmente
os país não desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde não há um equilíbrio no
padrão de vida dos seus habitantes, seja no âmbito econômico, escolar,
profissional, de gênero, entre outros. O fenômeno da desigualdade social é
marcado principalmente pela desigualdade econômica, ou seja, quando a renda é
distribuída heterogeneamente na sociedade; sendo uns detentores de muitos bens,
enquanto outros vivem na extrema miséria. Entre os fatores que proporcionam a
desigualdade social está a má distribuição de renda e a falta de investimentos
em políticas sociais. A desigualdade social se configura pela falta de educação
básica de qualidade; poucas oportunidades de emprego; ausência de estímulos
para o consumo de bens culturais, como ir ao cinema, teatro e museus; entre
outras características13. Leia sobre este assunto AQUI
e AQUI]
13. SIGNIFICADOS.COM ‘Significado de
Desigualdade social’. Disponível em: https://www.significados.com.br/desigualdade-social/ Acesso em 06 de
outubro de 2017.
2. Economia na perspectiva cristã. Embora a Bíblia não seja um livro de economia, ela
contém relatos e princípios que nos fazem compreender a relação entre pobreza,
riqueza, trabalho, desigualdade social e muitos outros temas da área econômica.
Enquanto visão de mundo, o cristianismo considera todos os aspectos da vida
humana, inclusive a dimensão econômica. Nesse sentido, encontramos nas
Escrituras e na história da tradição cristã orientações suficientes para que a
sociedade possa ser livre, próspera e justa. Vejamos algumas dessas diretrizes:
incentivo ao trabalho e repreensão à preguiça (Pv 6.6-11), limitação da função
do governo (1Pe 2.13,14); condenação àqueles que manipulam a economia (Tg
5.1-6); proteção da propriedade privada (Êx 20.15); ênfase na liberdade
responsável (1Co 6.12; 8.9) e valorização do espírito comunitário de ajuda ao
próximo, dentre outros. [Comentário: Economia para um cristão é tomar decisões sobre como
melhor usar seus recursos limitados a fim de ser um bom mordomo diante de Deus.
Aprenda mais sobre o que é economia para o cristão com esse vídeo de R. C.
Sproul Jr <CLIQUE
AQUI>. Sugestão de leitura: COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora,
como Viveremos? – Rio de Janeiro: CPAD, 2000; p. 452.]
3. Assistência e desenvolvimento. Mesmo no ambiente coletivo, a assistência às
pessoas carentes é uma atitude vital de solidariedade. Embora o governo civil
deva promover o bem, o que inclui programas de assistência social para atender
às necessidades básicas dos cidadãos, não é recomendável criar uma cultura de
assistencialismo que perpetue a condição da pobreza. É necessário focar no
desenvolvimento, para que pessoas e famílias adquiram independência econômica e
ganhem o pão do suor do próprio rosto (Gn 3.19). [Comentário: Somente a perspectiva cristã é capaz de fornecer o
paradigma ético para um modelo econômico com vistas a se alcançar a dignidade
da pessoa humana, uma vez que a própria ideia de dignidade é uma invenção
cristã. O caráter precioso e a igualdade de valor de cada vida humana, escreve
Dinesh D´Souza, é um conceito cristão, pois assim acreditam que Deus atribui a
cada pessoa que cria um valor infinito e que ama a cada pessoa de igual modo14. O homem, dentro dessa tradição, foi criado segundo a
imagem e semelhança de Deus. Quando a dignidade da pessoa humana não é
considerada, destituídas de qualquer valor significante as pessoas são
consideradas como coisas; são meros números vazios e sem significado. Mas,
dentro da perspectiva cristã, cada vida tem um valor indescritível, que deve
ser tratada com a dignidade. A mensagem cristã diz que Deus nos criou com um
destino, um objetivo para a existência: viver em comunhão com o Criador. O fato
de sermos criados por deus com um destino especial é o que nos caracteriza como
eticamente responsáveis”.15]
14. D´SOUZA, Dinhesh. A verdade sobre o
Cristianismo: porque a religião criada por Jesus é moderna, fascinante e
inquestionável. – Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008; p. 90.
15. GRENZ, Stanley. A busca da moral:
fundamentos da ética cristã. – São Paulo: Editora Vida, 2006; p. 255-256.
Pense!
A fé deve nos mover em prol de boas ações, não para sermos salvos, mas
para demonstrarmos que somos salvos, que nossa fé não é estática, e que Deus
pode usar nossas ações para apresentar a fé pura e imaculada” (Silas Daniel).
Ponto Importante
Embora a Bíblia não seja um livro de economia, ela contém relatos e
princípios que nos fazem compreender a relação entre pobreza, riqueza,
trabalho, desigualdade social.
CONCLUSÃO
Como
percebemos nesta lição, o trabalho solidário da Igreja testifica a relevância
da fé cristã diante dos homens, ao mesmo tempo em que dá credibilidade à
pregação do Evangelho. Não podemos nos esquecer, porém de que Igreja, no
sentido aqui empregado, não se resume à congregação local. Individual ou
coletivamente, cristãos regenerados são capazes de desenvolver obras sociais
que expressem o amor e a misericórdia divina, a partir da igreja local. [Comentário: Uma análise histórica
do cristianismo do primeiro século demonstra o modo como os cristãos se
importavam com o cuidado para com o próximo. Várias ações evidenciam o modo
como os discípulos exerciam a diaconia e prestavam assistência aos mais
necessitados e carentes. Nesse sentido, pode-se citar o ágape, uma espécie de
refeição comunitária entre os cristãos, que além da celebração da Ceia do
Senhor tinha como objetivo também saciar a fome das pessoas. Segundo os
historiadores, o ágape era realizado diariamente e os alimentos eram trazidos
pela própria comunidade para que pudessem partilhar com os demais e com isso
suprir suas necessidades (GRENZ, Stanley p. 256).] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está
proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2017
ESTANTE DO PROFESSOR
COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé e Obras:
Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
HORA DA REVISÃO
1. Cite alguns fatores e sociais que podem levar alguém a essa condição?
Desastres naturais, dívidas,
falta de emprego, política econômica inadequada e até mesmo preguiça.
2. Por que a Teologia da Libertação é equivocada?
Porque centraliza na pobreza a
ênfase do evangelho, e interpreta as Escrituras com base no sofrimento do
oprimido.
3. Quais profetas falaram ousadamente contra corrupção, exploração e
injustiças?
Isaías, Jeremias, Miqueias e
Zacarias.
4. Qual o papel da política econômica de uma nação?
Avaliar os fatores que provocam
as distorções sociais, e criar leis e mecanismos que possibilitem uma sociedade
mais produtiva e justa.
5. Quais orientações econômicas a Bíblia oferece?
Incentivo ao trabalho e
repreensão à preguiça, limitação da função do governo; condenação àqueles que
manipulam a economia; proteção da propriedade privada; ênfase na liberdade
responsável e valorização do espírito comunitário de ajuda ao próximo, dentre
outros.