LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
4º
Trimestre de 2017
Título: Seguidores de
Cristo — Testemunhando numa Sociedade em ruínas
Comentarista: Valmir
Nascimento
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
que utilizam as revistas da CPAD
Lição 3: O Problema da Fome no Mundo
Contemporâneo
Data: 15 de Outubro 2017
TEXTO DO DIA
“E, perseverando unânimes todos os dias no
templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração” (At 2.46).
SÍNTESE
Os crentes expressam a graça e o
amor divino na sociedade quando partilham o alimento com os famintos.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
Gn 43.1: Fome na terra
TERÇA
Am 8.11: Fome, mas não de pão
QUARTA
Mt 4.2: Jesus teve fome
QUINTA
Rm 12.20: Comida para o inimigo
SEXTA
Mc 8.1,2: Compaixão de Jesus para com os famintos
SÁBADO
Lc 9.13: “Dai-lhes vós de comer”
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conhecer, à luz das Escrituras, a origem
da fome;
Identificar a fome como um sinal dos últimos
dias;
Compreender a importância do testemunho da
Igreja por meio do partir do pão.
TEXTO BÍBLICO
Lucas 9.12-17.
12 E já o dia começava a declinar;
então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que,
indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque
aqui estamos em lugar deserto.
13 Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós
de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes, salvo se
nós próprios formos comprar comida para todo este povo.
14 Porquanto estavam ali quase
cinco mil homens. Disse, então, aos seus discípulos: Fazei-os assentar, em
grupos de cinquenta em cinquenta.
15 E assim o fizeram, fazendo-os
assentar a todos.
16 E, tomando os cinco pães e os
dois peixes e olhando para o céu, abençoou-os, e partiu-os, e deu-os aos seus
discípulos para os porem diante da multidão.
17 E comeram todos e saciaram-se; e
levantaram, do que lhes sobejou, doze cestos de pedaços.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Todos nós sentimos fome, aquele
desejo normal por alimento e certamente, esta não é uma sensação agradável, não
acha? Agora imagine aquelas pessoas que passam fome por não terem condições de
adquirir o sustento básico. No mundo atual, milhares de pessoas encontram-se
nessa situação. Nesta lição, veremos que no Gênesis está a origem da fome e da
escassez de alimentos. A Queda do homem afetou toda a ordem do universo, e
provocou esse problema que persiste até hoje, e que será um dos sinais dos
últimos dias. Mas a Igreja de Cristo tem exemplos bíblicos suficientes para
saber como enfrentar a crise de alimentos. [Gênesis 3 descreve a
rebelião de Adão e Eva contra Deus e contra Seus mandamentos. Desde então, o
pecado tem sido passado de geração a geração e nós, descendentes de Adão, temos
herdado pecado dele. Romanos 5.12 nos diz que através de Adão o pecado entrou
no mundo, e por causa disso a morte foi passada a todos os homens porque “o
salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Essa é a condição que chamamos de
pecado herdado. Assim como herdamos características físicas de nossos pais,
assim também herdamos nossas naturezas pecaminosas de Adão. A queda de nossos
primeiros pais, trouxe conseqüências desastrosas não apenas para eles, mas
também para toda a humanidade. Entender o que aconteceu com Adão e Eva após o
primeiro pecado é chave para compreendermos a situação em que o homem se
encontra hoje. Isto porque, Adão não agiu como uma pessoa particular, mas como
representante de toda a humanidade. Após o pecado, há uma fuga da
responsabilidade. “E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi, porque
estava nu, e escondi-me” (Gn 3.10). Adão tenta encobrir sua culpa, colocando a
culpa em Eva (v 12), que por sua vez, culpou a serpente (v 13). Eles não
aceitaram a responsabilidade pelo erro. Ao contrário transferiram a responsabilidade
para o outro. Não é assim também em nossos dias?1] Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
I. A FOME NAS ESCRITURAS SAGRADAS
1.
Origem da fome. Deus criou a Terra com fartura,
produzindo mantimento suficiente para a sobrevivência do homem (Gn
1.11,12,28,29). Antes da Queda havia abundância, pois até então o pecado não
tinha sido introduzido no mundo. Além de afastar o homem de Deus, a desobediência do primeiro casal
afetou toda a criação, provocando desordem no Universo. Disse Deus: [...]
“maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da
tua vida” (Gn 3.17). Desse momento em diante o trabalho passou a ser realizado
com mais dificuldade, em virtude dos “cardos” e “espinhos” que vieram a existir
(Gn 3.18). [Deus criou um mundo perfeito e nele colocou o homem, para
cuidar da criação e com ela habitar. Adão recebeu do Criador a missão de
governar a Terra e cultivar o solo. Por um período de tempo (não sabemos quanto
tempo), Adão e Eva viveram sem crise e em harmonia, governando o mundo.
Todavia, Adão e Eva caíram na tentação do Diabo, desobedecendo à ordem de Deus.
Com o pecado veio o juízo divino sobre Adão, Eva e a serpente. A terra também
sofreu as consequências do pecado (Gn 3.17). O pecado deformou a raça humana e
fez com que o mundo viesse experimentar as diferentes crises que temos visto. A
primeira crise que Adão enfrentou foi no seu relacionamento com sua esposa,
Eva. Adão culpou a Deus e a mulher pelo seu erro (Gn 3.12). Em meio às crises,
sejam elas de diferente ordem, temos a tendência de sempre culpar alguém2.]
2.
A fome e o pecado. Os efeitos da Queda sobrepujam a
escassez e as dificuldades naturais. O pecado acarretou ainda consequências
danosas na natureza humana, gerando condições sociais e comportamentos
responsáveis pelo aumento da fome, guerras, governos injustos, egoísmo,
ociosidade (Pv 19.15), corrupção e consumo descontrolado (Lc 15.14). As Escrituras
relatam vários casos de fome durante os dias de Abraão (Gn 12.10), Isaque (Gn
26.1), José (Gn 41.56,57), Elimeleque e Noemi (Rt 1.1), Davi (2Sm 21.1), Elias
(1Rs 18.2), Eliseu (2Rs 6.25) e do cerco final de Jerusalém (2Rs 25.3). Isso
nos leva a compreender que os problemas sociais, incluindo a falta de comida,
começam quando os homens desobedecem a Deus! [Após o pecado, a Terra
foi amaldiçoada. (Gn 3.17): A natureza sofre junto com a humanidade,
compartilhando assim as conseqüências da queda. As Escrituras descrevem esta
maldição em três maneiras:
a) O sustento será
obtido com fadiga v 17.
Assim como a mulher
terá seus filhos com dor, o homem haverá de comer o fruto da Terra por meio de
trabalho penoso. Antes da queda, o trabalho de Adão no jardim era prazeroso e
agradável, mas de agora em diante, seu trabalho, bem como o dos seus
descendentes será seguido de cansaço e tribulação.
b) A Terra produzirá
cardos e abrolhos v 18.
O cultivo da terra
seria mais difícil do que antes. Cardos e abrolhos aqui significam: plantas
indesejáveis, desastres naturais, enchentes, insetos, secas e doenças. A
natureza foi subvertida com o pecado do homem. (Rm 8:20-21).
c) No suor do rosto
comerás v 19.
O trabalho árduo se
tornaria a porção do homem. A vida não seria fácil3.
A Bíblia é muito clara
ao afirmar que a civilização da época pré-diluviana conseguiu alcançar um nível
de perversidade nunca visto até então. O homem estava aproveitando toda sua
capacidade para a prática do mal, mostrando que o pecado havia corrompido de
forma generalizada todos os aspectos da raça humana. Não sabemos ao certo qual
era a população do planeta naquele momento da história, porém sabemos que
apenas um homem achou graça perante os olhos do Senhor e, apenas Noé e sua
família, conseguiram sobreviver ao juízo de Deus sobre aquela geração
depravada. O que acontecia nos dias de Noé que se assemelham aos nossos dias?
Afirma Jesus: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A
expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer, literalmente, casar e
descasar-se seguidamente. Perceba que não há qualquer menção a Deus nessa
passagem. O homem preocupa-se apenas consigo mesmo. Ele é o centro de tudo.
Isso é homocentrismo, hedonismo, humanismo, existencialismo, secularismo. Em 2
Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o presente século”.
Demas foi um obreiro que amou o secularismo4. Por causa do pecado do homem a terra e toda a criação
sofreram a maldição e isso se agrava a cada dia, porque o mesmo homem que
causou a maldição da terra, tudo tem feito para destruí-la. Veja o que está
escrito: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de
parto até agora.” (Rm 8.22).]
3. .Extraído de: http://www.monergismo.com/textos/pecado_original/pecado_gildasio.htm
4. Extraído de: http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/26/os-perigos-da-secularizacao-nas-igrejas-(1%C2%AA-parte).htm
Pense!
O propósito original de Deus é
fartura e abundância para a humanidade.
Ponto Importante
A Queda ocasionou condições
sociais e comportamentos responsáveis pelo aumento da fome, guerras, governos
injustos, egoísmo, ociosidade, corrupção e consumo descontrolado.
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II. A FOME COMO SINAL DA VINDA DE JESUS
1.
Profecia escatológica. No sermão proferido no Monte das
Oliveiras, Jesus predisse que a fome seria um dos sinais do tempo da sua volta
(Mt 24.7). Isso porque os últimos dias serão caracterizados pelo aumento da
iniquidade (Mt 24.12), o colapso dos padrões morais (2Tm 3.1-5) e a operação da
injustiça (2Ts 2.7), formando assim, juntamente com as guerras e os terremotos,
um contexto propício para a proliferação da miséria em todo o mundo. [Os sinais relativos à volta de Nosso Senhor Jesus Cristo
estão alinhados numa série de profecias, cujo principal objetivo é alertar os
salvos a estarem convenientemente preparados para o arrebatamento da Igreja. No
sermão profético, faz-nos o Senhor esta advertência: “Igualmente, quando virdes
todas essas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas” (Mt 24.33). Somente
em 1974 cerca de 4 milhões de pessoas morreram de fome. Fomes e flagelos:
milhões de pessoas, especialmente crianças, têm morrido de fome em várias
partes no mundo. No continente Africano milhões de pessoas têm morrido de fome.
Em certas regiões da Índia Central 77% da população estão sofrendo de séries
enfermidades devido à péssima nutrição. No Brasil, a subnutrição é uma
realidade constante. A fome, a miséria e doenças tem sido o maior responsável
por inúmeras ocorrências de óbito. Um cálculo das Nações Unidas diz que pelo
menos 100 milhões de crianças vão para a cama famintas, todas as noites. Na
área moral, o nunca o homem esteve tão perto de uma peste social como vemos
hoje em nossos dias. Esta peste corrompe a moral e a disciplina, atributos
colocados por Deus em nossas vidas. Com a imoralidade posta em nossas ruas, a
pouca vergonha tem aumentado assustadoramente. Na área social, Jesus cita os
sinais que caracterizarão o decurso inteiro dos últimos dias, e que
intensificar-se-ão à medida que o fim se aproxima. Quando Jesus fala sobre as
pestes, refere-se sobre as doenças incuráveis que estão atacando os seres
humanos no mundo inteiro. Os cientistas estão preocupados com as viroses que
estão a cada dia mais resistentes. Apesar do avanço tecnológico, as pessoas
estão morrendo de pestes, fome, AIDS, tuberculose, câncer febre amarela e
outras doenças. No mundo todo, morrem todos os anos 5 milhões de pessoas
atacadas de malaria; 3 milhões de tuberculose; 4 milhões de crianças morrem
anualmente de doenças infecciosas. A diarreia mata 5 milhões de crianças abaixo
de 5 anos de idade e 4 milhões de pneumonia. Existem 60 milhões de portadores
de AIDS/HIV, com um índice de crescimento estimado em 100 por cento ao ano5.]
5. Leia este excelente artigo
acessando: https://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2014/06/os-sinais-da-vinda-de-jesus.html
2.
O esfriamento do amor. O esfriamento do amor (Mt 24.12)
será, igualmente, um dos principais fatores responsáveis pela pobreza extrema
que assolará a Terra nos tempos do fim. Não havendo compaixão e sentimento de
solidariedade, o contingente de pessoas sem acesso à alimentação básica, em
situação de miséria, será enorme. [O amor é o primeiro
aspecto do fruto que encontramos na relação de Gálatas 5.22. O amor é a
condição essencial para que os dons espirituais sejam exercidos. Os dons, que
devemos buscar cessam, mas o amor permanece. Não somente Paulo, mas também João
estabelece prioridade a esta graça de abnegação (1Jo 3.14; 4.8,19). E
igualmente Pedro (1Pd 4.8). E assim eles estão seguindo o claro exemplo que lhes
deu Cristo (Jo 13.1,34; 17.26). Já foi dito que o fruto do Espírito é a
expressão da natureza e do caráter de Cristo através do crente, ou seja, é a
reprodução da vida de Cristo no crente; Sua vida foi o exemplo maior de amor.
Seu amor está '...está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos
foi dado' (Rm 5.5). É um amor de qualidades imensuráveis que levou Deus a dar
seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3.16). É o amor de
Jesus por nós: 'conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós
devemos dar a nossa pelos irmãos (Jo 3.16; 15.2 a 13). Note que o fruto do
Espírito é um singular, isso porque esse fruto compõe-se de um conjunto de
virtudes vinculadas ao amor. Dessas virtudes, o amor é o principal, que domina
sobre as demais6. Sinto um clima de
total destemor de muitos vivendo sem priorizar Deus. Igreja? Já não é
prioridade em muitas vidas. O amor a Deus e a sua Igreja está se esfriando mais
rápido do que pensávamos. Será que alguém discorda que a nossa realidade atual
é essa, diante de tanta obscenidade, desrespeito e rebeldia até contra Deus?
Lesbianismo, homossexualismo e perversão sexual contra animais são atos aceitos
pela sociedade há décadas como normais e saudáveis. Os princípios morais foram
deixados de lado com a degeneração humana, e o pensamento do homem só maquina o
mal: ou pela devassidão carnal ou pela violência generalizada.]
3.
A fome e o amor de Deus. A Bíblia também preconiza que
haverá um tempo de fome; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do Senhor. As pessoas irão errantes de um lado para outro, e do norte
até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas
não a acharão (Am 8.11,12). Você tem aproveitado o seu tempo para se alimentar
espiritualmente da Palavra de Deus? [O objetivo de Deus
sempre foi o de alcançar e saciar a humanidade. No deserto fez descer pão do
céu, o maná (Êx 16) e fez água sair de uma rocha para que o povo não perecesse
(Êx 17.6). “Eis que vêm os dias, diz o
Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de
água, mas de ouvir as palavras do Senhor” (Am 8.11). No tempo do profeta
Amós, Deus falou á casa de Israel através dos seus profetas; o povo estava
afastado do Senhor, tinham abandonado A Palavra do Senhor. Várias vezes Deus os
chamou ao arrependimento e eles rejeitaram, preferiram andar nos seus próprios
caminhos. Deus se calou, fechou a boca dos profetas e não lhes deu mais nenhuma
profecia. Deus, simplesmente, se calou. Ainda que buscassem a orientação de
Deus durante o castigo divino, durante a calamidade profetizada, não iriam
obter respostas, pois Deus havia lhes dado muito tempo e eles não se
arrependeram. Deus os entregou nas mãos dos assírios. Temos que aproveitar a
oportunidade que o Senhor nos dá, pois Ele é amor mas também é fogo consumidor.
Temos de buscá-Lo enquanto se pode achar, invocá-Lo enquanto está perto (Isaías
55:6). Irá chegar um dia em que será muito tarde, enquanto há tempo busque e
viva a Palavra do senhor7.]
Pense!
O principal motivo da fome dos
últimos dias não será a falta de comida, mas a ausência de amor.
Ponto Importante
No sermão proferido no Monte das
Oliveiras Jesus predisse que a fome seria um dos sinais do tempo da sua volta.
III. A FOME NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
1.
Má distribuição e desperdício. Existem hoje cerca de 800
milhões de pessoas que passam fome no mundo, e pelo menos 2 milhões sofrem de
deficiências nutritivas graves. Outro levantamento indica que cerca de 3,5 milhões
de crianças morrem anualmente pela falta de refeição básica e doenças
relacionadas com a desnutrição. Apesar dos avanços científicos da civilização e
do aumento da produção de alimentos, as altas cifras de pessoas famintas
comprovam a má distribuição e o desperdício de alimentos no mundo todo. O
Brasil está entre os dez países mais impactados pela fome. Mais de 7 milhões de
brasileiros convivem com esse problema e 15 milhões de crianças são
consideradas desnutridas. Não sejamos indiferentes a essa situação, ouçamos o
clamor dos famintos! [A ONU alerta que
desperdício alimentar é uma das principais causas da fome no mundo. As Nações
Unidas alertaram hoje, no Dia Mundial da Alimentação, para o desperdício
alimentar, uma das principais razões para que 842 milhões de pessoas continuem
privadas de quantidades suficientes de alimentos8. Quase 800 milhões de pessoas no mundo todo passam fome
diariamente. E se engana quem pensa que o motivo para isso é a falta de
alimentos. O grande problema é o desperdício. A quantidade de comida jogada
fora, por dia, no Brasil alimentaria 25 milhões de pessoas9. Os números atuais sobre o desperdício de alimentos são de
dois bilhões de toneladas sendo desperdiçadas, ou seja, metade de toda a comida
produzida no mundo tem o lixo como o destino.
Ao mesmo tempo em que tantos alimentos são desperdiçados, temos também o
desperdício de água, terras cultiváveis, insumos agrícolas, tempo de trabalho e
qualquer outra coisa usada na produção dos mesmos. A partir do momento em que
tanto recursos estão sendo desperdiçados, o produtor também estará perdendo
muito dinheiro. Após analisar essa situação atual do desperdício de alimentos,
nos deparamos com um problema gravíssimo, a questão da fome do mundo. Enquanto
o mundo joga fora 2 bilhões de toneladas de alimentos no lixo, 1 bilhão de
pessoas passam fome no mundo. Temos ao mesmo tempo, muita comida indo para o
lixo, e muitas pessoas passando fome, comprovando que além de absolutamente
tudo estar errado, é preciso fazer algo urgentemente. No mundo, a cada um
minuto, cinco crianças no mundo morrem de desnutrição, e esses dados servem
para refletirmos10.]
2.
Dando de comer aos famintos. Diante desse cenário, aos servos
de Deus cabe testemunhar do amor cristão para com aqueles que passam fome, pois
a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17). Dar pão ao faminto
é, também, uma forma de fazer a vontade de Deus (Mt 25.40). Lembremo-nos dos
milagres de multiplicação dos pães e peixes operados por Jesus que se
compadeceu da multidão faminta (Mc 6.30-44; 8.1-10; Lc 9.12-17). A ordem do
Mestre aos discípulos em relação ao povo é significativa e continua a
reverberar: “Dai-lhes vós de comer” (Lc 9.13). [Os valores cristãos
estão pautados nas Sagradas Escrituras e são opostos aos do mundo. Enquanto
cremos na existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas o Universo, mas
nossas vidas, planos e vontades, a cultura mundana nega a existência do
Altíssimo, e seus adeptos vivem como se o Senhor realmente não existisse (Sl
14; 53). A preocupação social não pode ser biblicamente separada da vida
cristã, Jesus iguala a maneira como tratamos os desprezados deste mundo com a
forma como tratamos a ele. Tiago vai dizer em sua epístola que a fé salvífica
não é simplesmente uma profissão de fé, mas sim, a que produz uma vida
obediente: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver
as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus,
e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em
paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta
em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua
fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."
(Tg 2.14-18). Nossas obras mostram a autenticidade de nossa fé.]
3.
Pentecostalismo solidário. A Igreja Primitiva, como vemos
em Atos dos Apóstolos, expandiu-se de uma forma extraordinária. Após o recebimento
da virtude do Espírito, os discípulos saíram a influenciar a sociedade, pois em
todos eles havia “abundante graça” (At 4.33). Ao anunciarem com ousadia a
Palavra de Deus, não olvidaram de ajudar os necessitados (At 4.34). A Bíblia
retrata isso com fidelidade ao dizer que eles “perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). A
partilha do alimento, portanto, não foi algo ignorado pelo pentecostalismo
primitivo, especialmente com os domésticos da fé. Os primeiros crentes viviam
um pentecostalismo solidário. Será que é isso que temos visto em nossas
igrejas? Estamos igualmente preocupados com a fome das pessoas necessitadas?
Clamemos a Deus por um despertamento integral, que envolva tanto o mover do Espírito
quanto o partir do pão. [Quando Cristo veio ao
mundo, a Palestina passava por graves problemas sócio-econômicos, de sorte que
muitos o buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6.26). É justamente nesse
contexto que devemos estudar a ação social da igreja primitiva. Ler At 2.
43-46; 6. 1; Rm 15. 25-27; I Co 16. 1-4; II Co 8; 9; GI 2. 9; Fp 4. 18,19, etc.
Conforme o relato de Atos, a comunidade cristã em Jerusalém vivia em comunhão
exemplar. “Ninguém dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria, mas
todas as coisas lhes eram comuns”. Uma prática comum daquela igreja era a
partilha de bens para atender aos necessitados (At 2.44,45; 4.34,35). Essa
partilha era totalmente voluntária, e não compulsória. O que acontecia
certamente era que os cristãos que possuíam uma melhor situação econômica
vendiam suas casas e terras para atender aos irmãos mais necessitados. Uma
observação a ser feita aqui é que a prática dos cristãos do segundo século,
ainda que seja louvável, não é normativa para nós hoje. “E todos os que criam
estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e
repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45) Esta
passagem nos perturba. Preferimos saltá-la para evitar o desafio que ela
encerra. Devemos imitar literalmente estes crentes? Quis Jesus que todos seus
seguidores vendessem suas possessões e repartissem o que obtivessem delas? Sem
dúvida, o Senhor chamou a alguns de seus discípulos a uma pobreza voluntária
total. Esse é o chamamento que fez ao jovem rico, por exemplo. A ele, Jesus
disse expressamente que vendesse tudo e o desse aos pobres. Este foi também o
chamado do frade Francisco de Assis, na idade média, e mais recentemente, o
chamado de Madre Tereza, em Calcutá, ambos católicos romanos. Eles nos recordam
que a vida não consiste na abundância dos bens que possuímos. Mas não todos os
discípulos de Cristo são chamados a isso. A proibição da propriedade privada é
uma doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em Jerusalém, a decisão de
vender as propriedades e dar tudo foi uma questão voluntária. Quando passamos
para o versículo 46, lemos que os crentes se reuniam “em suas casas”. Quer
dizer, continuavam tendo casa e propriedades pessoais. Pelo visto, não haviam
vendido todas as casas, seus móveis e suas propriedades! Contudo alguns tinham
casas, e os crentes se reuniam nelas. Não obstante, não devemos evadir do
desafio destes versículos. Alguns suspiram com alívio porque não sugeri que
devemos vender tudo e repartir-lo. Mas, mesmo que não seja nosso chamado
particular, todos fomos chamados a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles
cristãos 11.]
11. Adaptado de STOTT, John.
SINAIS DE UMA IGREJA VIVA;
Pense!
Antes de desperdiçar alimentos,
lembre-se daqueles que passam fome.
Ponto Importante
A partilha do alimento,
portanto, não foi algo ignorado pelo pentecostalismo primitivo, especialmente
com os domésticos da fé. Os primeiros crentes viviam um pentecostalismo
solidário.
CONCLUSÃO
A fome continua a ser um grave
problema social dos tempos atuais. Em virtude da Queda, a escassez de alimentos
e a sua má distribuição são resultado direto do pecado do homem. Não obstante,
o cristão não pode viver indiferente diante da existência de milhares de
famintos pelo mundo, pois, ao olharmos para o livro de Atos encontramos o
exemplo de solidariedade daqueles cristãos que, no poder do Espírito,
impactaram o mundo pela pregação da Palavra e serviço. Sigamos esse modelo! [A solução para a pobreza deve ser respondida à luz do que a
Bíblia diz sobre a condição caída do homem, e os fatores que criam as condições
para a pobreza. Deus determina que o crente cuide dos pobres, para negar isso,
deve-se negar toda a Bíblia: “Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e
misericórdia, cada um a seu irmão” (Zc 7.9) e “O que oprime ao pobre insulta
aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado” (Pv
14.31). Deus instrui o crente a oferecer socorro aos oprimidos, famintos,
presos, cegos, estrangeiros, viúvas e órfãos. Nossa prioridade máxima, no
cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo (Gl 6.10). Jesus
equiparou o cuidado com os irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt
25.40,45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o
próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos
outros (At 2.44,45; 4.34-37). A diaconia foi instituída para cuidar dos
necessitados (At 6.1-6). Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com
os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2 Co 8.14,15; cf. Ef
4.28; Tt 3.14). Tiago desenvolve sua teologia prática afirmando que a
verdadeira religião é atender aos necessitados (Tg 1.27) e também que Deus
escolheu os que são pobres, para a salvação (2.5).] “... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2017
ESTANTE DO PROFESSOR
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006.
HORA DA REVISÃO
1. Em relação aos alimentos, como
era o mundo quando Deus o criou?
Deus criou a Terra com fartura,
produzindo mantimento suficiente para a sobrevivência do homem (Gn 1.11,12;
28,29).
2. O que provocou a fome?
A Queda do homem no pecado.
3. Por que a fome será um dos
sinais dos últimos dias?
Porque os últimos dias serão
caracterizados pelo aumento da iniquidade, o colapso dos padrões morais e a
operação da injustiça, formando assim, juntamente com as guerras e os
terremotos, um contexto propício para a proliferação da miséria em todo o
mundo.
4. Por que podemos dizer que o
pentecostalismo primitivo era solidário?
Porque, além de anunciarem com
ousadia a Palavra de Deus, eles não se esqueceram de ajudar os necessitados.
5. Em sua opinião, quais
estratégias a Igreja pode adotar para diminuir o problema da fome?
Resposta pessoal.
Fonte
do texto da lição: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2017/lbj-2017-04-03.htm