LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
4º Trimestre de 2017
Título: A Obra da Salvação: Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida
Comentarista: Pr. Claiton Ivan
Pommerening
Material de apoio gratuito aos
professores e alunos de escola dominical que utilizam as revistas da CPAD
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Lição 4
22 de Outubro de 2017
Salvação - O Amor e a Misericórdia de Deus
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Texto Áureo
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Verdade Prática
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'Vós que, em outro
tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis
alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia."(1Pe 2.10)
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A partir de seu amor
misericordioso, aprouve a Deus enviar seu Filho para morrer em lugar da
humanidade.
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Leitura Diária
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Segunda Jo
3.16: O amor e a misericórdia de Deus
Terça Lm
3.22,23: A nossa existência é fruto da misericórdia divina
Quarta 1Jo
3.16: Cristo deu a sua vida por nós, assim, devemos oferecer a nossa em
favor dos nossos irmãos
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Quinta Rm
5.5-8: Cristo morreu em nosso lugar
Sexta Ef
2.4,5: A grande benignidade de Deus por intermédio de Cristo
Sábado Jo
1.10-12: O projeto redentor de Jesus, o Filho de Deus
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Leitura
Bíblica em Classe
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1 João 4.13-19
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13 Nisto conhecemos que estamos nele, e
ele em nós, pois que nos deu do seu Espírito.
14 E vimos, e testificamos que o Pai
enviou seu Filho para Salvador do mundo.
15 Qualquer que confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus.
16 E nós conhecemos, e cremos no amor
que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele.
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17 Nisto é perfeito o amor para
conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é,
somos nós também neste mundo.
18 No amor não há temor, antes o
perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que
teme não é perfeito em amor.
19 Nós o amamos a ele porque ele nos
amou primeiro.
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HINOS SUGERIDOS: 27,310,411 da Harpa
Cristã
Objetivo Geral
Mostrar que a salvação é resultado do amor misericordioso de Deus.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Apresentar
o maravilhoso amor de Deus;
II- Explicar
a misericórdia de Deus no plano da salvação;
II – Analisar o amor, a bondade e a compaixão na vida do salvo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A salvação é obra do imenso amor de Deus e de sua maravilhosa
misericórdia. Essa obra só foi possível porque o Pai amou tanto a humanidade a
ponto de dar o seu próprio Filho para morrer no lugar dela. Assim, por
intermédio de sua misericórdia, Deus concedeu perdão ao pecador, fazendo deste
seu filho por adoção, dando-lhe vida em abundância. [Comentário: Como sugere o título da lição, iremos refletir
acerca de dois atributos divinos, o amor e a misericórdia, agindo em favor do
homem caído, a fim de lhe proporcionar salvação. Em teologia chamamos este
estudo de soteriologia. O termo soteriologia
vem do vocábulo grego 'soteria' e
significa salvação, libertação de um perigo iminente, livramento do poder da
maldição do pecado, restituição do homem à plena comunhão com Deus. Pelo texto
de Efésios 2.8 ficamos sabendo que esta salvação só pode ser obtida pela graça,
ou seja, é um dom gratuito e imerecido que o pecador recebe. Deus, não o homem,
é a fonte dessa transformação (Ef 2.1,8). Como disse Isaías: “Desde a planta do pé até a cabeça não há
nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem
ligadas, nem amolecidas com óleo” (Is 1.6) e o Senhor Jesus, em Mateus: “...
porém, ouvindo, disse-lhes: Não
necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes” (Mt 9.12), entendemos
que a Salvação implica em efetuar <<levar a efeito, realizar; efetivar, cumprir>> com sucesso a plena libertação
de alguém ou de alguma coisa, de perigo iminente. O grande amor e dom gratuito
de Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a causa do renascimento.
O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos – é
demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Ef 1.19-20).] Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
PONTO CENTRAL
Jesus Cristo veio ao mundo na plenitude
dos tempos para salvar a humanidade.
I - O MARAVILHOSO AMOR DE DEUS
1. Deus é amor. Se é difícil dimensionar o amor da mãe
pelos filhos, imagine o amor de Deus, que é mais profundo e incomensurável (Is
49.15)! Nesse sentido, Deus usou o profeta Oseias para demonstrar o verdadeiro
amor pelo seu povo, ainda que os israelitas se apresentassem indiferentes a
esse amor (Os 11.1-4). Ora, amar reflete a natureza do próprio Deus, pois Ele é
amor (1Jo 4.8,16). Sendo o Pai a própria essência do amor, nós, seus filhos,
somos apenas dotados por Ele com a capacidade de amar (1Jo 4.19). Assim, a
maior demonstração do amor de Deus pelo mundo foi quando Ele; entregou
vicariamente o seu amado Filho (Rm 5.8; 2 Co 5.14; Gl 2.20). Logo, o objeto
desse amor vai muito além da Criação, pois tem, na humanidade, seu valor
monumental (Jo 3.16). [Comentário: No site ‘gotquestions.org’ encontramos a seguinte
definição para o significado do amor de Deus: “Deus é amor: o que isto significa? Primeiramente vamos observar como a
Palavra de Deus, a Bíblia, descreve “amor”, e então veremos algumas maneiras de
como isto se aplica a Deus. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é
invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não
folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo
espera, tudo suporta. O amor nunca falha...” (I Coríntios 13:4-8a). Esta é a
descrição de Deus para o amor. Isto é como Ele é, e os cristãos devem fazer
disto sua meta (mesmo que sempre em processo). A maior expressão do amor de
Deus é a nós comunicada em João 3.16 e Romanos 5.8: “Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
(em Jesus Cristo) não pereça, mas tenha a vida eterna.” “Mas Deus prova o seu
amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
Nestes versos podemos ver que o maior desejo de Deus é que nos juntemos a Ele
em Seu lar eterno, o céu. Ele tornou isto possível pagando o preço por nossos
pecados. Ele nos ama por sua própria escolha, um ato de Sua própria vontade.
“Está comovido em mim o meu coração, as minhas compaixões a uma se acendem”
(Oséias 11:8b). O amor perdoa. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João
1:9).” 1 . No contexto do Livro do Profeta Oséias este amor de Deus é demonstrado
através de uma grande alegoria: o Profeta Oséias é ordenado por Deus a buscar e
casar com uma prostituta e ter filhos com ela (Os 1.2). Oséias é traído por
esta mulher e outra vez Deus mandar o Profeta se reconciliar com ela (Os 3.1).
Essa alegoria revela o amor de Deus por Israel - Deus sempre buscando e
perdoando só pelo fato de amar. Um amor incondicional e incomparável.]
1. Deus é amor: o que isto significa?. Disponível em: <https://www.gotquestions.org/Portugues/Deus-e-amor.html>. Acesso em: 05 out. 2017.
2. Um amor que não se
pode conter. Deus sempre amou o ser
humano. A criação do homem e da mulher, por si mesma, é a prova deste amor
divino (Gn 1.26,27). Nesse aspecto, o amor de Deus pela humanidade é
incondicional, ou seja, não há nada que o ser humano possa fazer para
aumentá-lo ou diminuí-lo (2 Pe 3.9; 1Tm 2.4). Entretanto, há uma tensão entre o
amor de Deus e a sua justiça. Como conciliar isso? As Escrituras mostram que o
ser humano escolhe abandonar esse ato de amor, de modo que o Altíssimo,
respeitando o livro-arbítrio do homem, o entrega à sua própria condição (Rm
1.18-32). Assim, o amor e a justiça de Deus se conciliam. [Comentário: O amor é a característica essencial da natureza de
Deus. Tudo que Deus faz está ligado ao Seu amor. O amor de Deus é incondicional,
por isso 1º João 4.8 afirma que Deus é amor, significando que Ele tem as mesmas
características que o amor. "E não
pagará ele ao homem segundo as suas obras?" (Pv 24.12). A justiça de
Deus é a retidão de sua natureza, aquilo pelo qual faz o que é reto e de igual
medida. No site http://solascriptura-tt.org encontramos um excelente artigo baseado em Salmos
136.15-20, ‘O Amor e a Ira de Deus’, onde o autor discorre: “Os pensamentos e as maneiras de Deus são
superiores ao entendimento do homem (Jó 33:12; Isa 55:8,9; I Cor 1:25; I João
3:20). Entrando no assunto do amor e da ira de Deus encontramo-nos diante de
imensos conceitos divinos que são insondáveis chegando a ser inescrutáveis (não
pode ser medido) (Rom 11:33-36; Sal 77:19). O amor de Deus em Cristo “excede
todo o entendimento” (Efés 3:19) e sobre a ira de Deus a Bíblia diz, “quem
parará diante do seu furor, e quem persistirá diante do ardor da sua ira?”
(Naum 1:6). A Bíblia declara que Deus é amor (I João 4:8,16) e com a mesma
ênfase declara que Deus é fogo consumidor (Deut 4:24; Heb 12:29). Por não
sermos como Deus (Sal 50:21; I Sam 16:7; Num 23:19) quando procuramos entender
Seus atributos, por necessidade, isso requer fé e temor. A Bíblia declara que
Deus é Espírito (João 4:24), luz (I João 1:5) e amor (I João 4:8,16). Por Deus
ser o que é, todos os atributos da divindade são influenciados e equilibrados.
Nenhum atributo pode ser separado dos demais. Portanto, é necessário estudarmos
cada atributo a luz dos outros. Para entendermos o equilíbrio entre o amor e a
ira de Deus, temos que estudar cada um. A forma como os atributos se mesclam
será vista uma vez que entendamos cada um separadamente.”2 Sobre o livre-arbítrio, sugiro uma leitura interessante clicando AQUI.]
2. Pastor Calvin G. Gardner, O Amor e a Ira de Deus. Disponível em: .
Acesso em: 05 out. 2017.
3. A certeza do amor de Deus. As relações humanas, infelizmente,
implicam trocas, por isso certa dificuldade de compreendermos a gratuidade do
amor de Deus. Pensamos que quando o decepcionamos com nossas atitudes e
pecados, Ele vira as costas para nós, como fazem as pessoas as quais frustramos
com nossas ações. Ora, havendo quebrantamento de coração (SI 51.17), verdadeiro
arrependimento (Pv 28.13) e atitude de retorno sincero, Deus jamais abandona os
seus filhos, ainda que estes o tenham ofendido (Lc 15.11-32). Assim, Ele nos
convida a experimentar do seu perdão e a desfrutar do seu amor como filhos mui
amados. Isso tudo acontece porque o amor do Altíssimo não se baseia no ser
humano, objeto de seu amor, mas nEle mesmo (Dt 7.6,7), a fonte inesgotável de
amor. [Comentário: O amor de Deus não é influenciado (Dt 7.7,8; 2Tm 1.9),
nada em nós atrai ou atraiu o amor expressado por Deus. Deus é livre para
demonstrar Seu amor espontâneo sem algo em nós que O faça nos amar (1Jo 4.10,19).
Assim, este amor é gracioso (Jo 3.16; 1Jo 4.9), é favor imerecido. Essa
expressão da graça vê-se quando entendemos o alvo do amor e o resultado de tal
amor (Rm 8.35-39) e compreendemos a sua maior expressão: Cristo (1Jo 4.9). Por
ter dado Cristo sabemos que Ele não deixará faltar algo para os Seus (Rm 8.32).
O Pr João Batista de Oliveira escreve em seu site: “Quando João 19: 30 diz: “está consumado”, que é a expressão grega
tételestai, ele quer dizer quer tudo está pago. Isto representa a salvação para
o cristão. Tudo foi comprado no calvário. Abrange cada fase de nossas
necessidades e dura de eternidade a eternidade. Inclui a libertação do pecado
no presente e a apresentação contra as invasões do pecado no futuro, Jd 1:
24-25; Tt 2: 11-13. Então, vejamos em detalhes suas fases: salvação:
arrependimento, fé, conversão, regeneração, justificação, adoção e santificação.”3.
Sobre a certeza do amor de Deus leia este excelente artigo do Pr Josualdo
Dreger, Pastor Presidente da Assembleia de Deus Campo de Itajá/GO, clicando AQUI.]
3. Pastor João Batista de Oliveira, Disponível em: .
Acesso em: 05 out. 2017.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A
salvação é a maior prova do amor e da misericórdia de Deus por nós.
II - UM DEUS MISERICORDIOSO
1. O que é misericórdia? É a fidelidade de Deus mediante a
aliança de amor estabelecida com a humanidade (SI 89.28), apesar da
infidelidade dela. Por conseguinte, a misericórdia do Pai torna-se favor
imerecido para com o pecador, que merecia a condenação eterna, a fim de livrá-lo
tanto da morte física quanto da espiritual (Lm 3.22). Quão permeadas de
misericórdia são as obras de Deus (SI 145.9)! [Comentário: Não podemos confundir Misericórdia e graça. O site
significados.com.br define misericórdia divina como: “Misericórdia Divina é
Deus perdoar os pecados, apesar das faltas cometidas pelos pecadores. É a
libertação do julgamento”4. Embora Misericórdia e graça
tenham significados semelhantes, teologicamente não são a mesma coisa. A
misericórdia é Deus não nos castigando como merecem os nossos pecados e a graça
é Deus nos abençoando apesar de não merecermos. Misericórdia é a libertação do
julgamento, enquanto graça é estender bondade aos indignos. O Dr. Louis Berkhof
em sua teologia sistemática escreve sobre os Atributos Morais de Deus: “Outro
importante aspecto da bondade e amor de Deus é a Sua misericórdia ou terna
compaixão. A palavra hebraica mais geralmente empregada para esta perfeição é
chesed. Há outra palavra, porém, que expressa uma terna e profunda compaixão, a
saber, a palavra racham, às vezes lindamente traduzida por “terna
misericórdia”. A Septuaginta e o Novo Testamento empregam a palavra grega eleos
para designar a misericórdia de Deus. Se a graça de Deus vê o homem como
culpado diante de Deus e, portanto, necessitado de perdão, a misericórdia de
Deus o vê como um ser que está suportando as conseqüências do pecado, que se
acha em lastimável condição, e que, portanto, necessita do socorro divino.
Pode-se definir a misericórdia divina como a bondade ou amor de Deus demonstrado
para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus
méritos. Em Sua misericórdia Deus se revela um Deus compassivo, que tem pena
dos que se acham na miséria e está sempre pronto a aliviar a sua desgraça. Esta
misericórdia é generosa, Dt 5.10; Sl 57.10; 86.5, e os poetas de Israel se
dedicam em entoar canções descrevendo-a como duradoura e eterna, 1 Cr 16.34; 2
Cr 7.6; Sl 136; Ed 3.11. No Novo Testamento é muitas vezes mencionada ao lado
da graça de Deus, especialmente nas saudações, 1 Tm 1.2; 2 Tm 1.1; Tt 1.4.
Repetidamente se nos diz que essa perfeição divina é demonstrada para com os
que temem a Deus, ex 20.2; Dt 7.9; Sl 86.5; Lc 1.50. Não significa, porém, que
se limita a eles, conquanto a desfrutem em medida especial. As ternas
misericórdias de Deus estão sobre todas as Suas obras, Sl 145.9, e até os que
não O temem compartilham delas, Ez 18.23, 32; 33.11; Lc 6.35, 36. Não se pode
apresentar a misericórdia de Deus como oposta à Sua justiça. Ela é exercida
somente em harmonia com a mais estrita justiça de Deus, em vista dos méritos de
Jesus Cristo. Outros termos empregados para expressar a misericórdia de Deus
são “piedade”, “compaixão”, “benignidade””5.]
5. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, Editora
Cultura Cristã. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/atributos_deus/moral_berkhof.htm. Acesso em: 05 out. 2017
2. O Pai da misericórdia. A Bíblia afirma que Deus é o Pai da
misericórdia (2 Co 1.3; Êx 34.6; Jn 4.2). Pelo fato de conhecer a estrutura
humana, pois Ele mesmo a criou, o Altíssimo exerce a sua misericórdia,
demorando a irar-se e não nos tratando segundo as nossas iniquidades (SI
103.8-12); pois Deus "conhece a nossa estrutura" e "lembra-se de
que somos pó" (SI 103.14). Baseado na expressão dessa misericórdia, o
pecador arrependido pode tranquilizar o seu coração e, no lugar de sentir-se
perturbado e aflito, descansar no perdão e na reconciliação de Deus (1Jo 2.1). Jesus
Cristo, o Filho de Deus, manifestou na prática de seu ministério a divina
misericórdia do Pai. A compaixão demonstrada pelo Filho aos pecadores (Mt
15.32; 20.34; Mc 8.2) e o olhar terno de Jesus diante do sofrimento humano (Lc
7.13; 15.20; Jo 8.10,11) expressam a imagem do Pai da misericórdia (Hb 1.1-3). [Comentário: C. D. Cole escreve em “A misericórdia de Deus”:
“A misericórdia de Deus é descrita em vários lugares e de maneiras diversas.
Sua misericórdia é grande (1 Reis 3:6), é suficiente (Salmo 86:5), é terna
(Lucas l:78), é abundante (1 Pedro 1:3), é rica (Efésios 2:4), é eterna (Salmo
103:17). É tão grande consolação sabermos que Deus é tão abundante e rico
exatamente no que necessitamos como pobres pecadores. Não é surpresa que o
Salmista diga: “Cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua
misericórdia”. Salmo 59:16”6. Pr. Silvano Doblinski,
Presidente da Igreja Assembleia de Deus do Jabaquara em São Paulo, escreve: “Servimos
a Um Deus Misericordioso. - A Bíblia fala que Deus é o Pai das misericórdias.
II Co. 1.3: Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
misericórdias e o Deus de toda consolação. - Na história da humanidade temos
visto a grande misericórdia de Deus para com os homens. Lm. 3.22: As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas
misericórdias não têm fim. - Deus tem agido com misericórdia para com as nossas
vidas. - Deus é misericordioso para com aqueles que o temem. Sl. 103.17: Mas a
misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem,
e a sua justiça sobre os filhos dos filhos. - A misericórdia de Deus é a divina
bondade em ação com respeito às misérias de suas criaturas. - Uma das mais
belas descrições da misericórdia de Deus encontra-se no Sl. 103.8:
Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade.”7.
6. C. D. Cole escreve em “A misericórdia de Deus”.
http://palavraprudente.com.br/biblia/definicao-de-doutrina-volume-1/capitulo-16-a-misericordia-de-deus/, Acesso em: 05 out. 2017
7. Pr. Silvano Doblinski, Presidente da Igreja
Assembleia de Deus do Jabaquara em São Paulo. A Importância da Misericórdia.
Disponível em: http://www.adjabaquara.com.br/mensagens/23-12-2014.html. Acesso em: 05 out. 2017
3. Misericórdia com o pecador. De nada adiantaria a misericórdia
divina se não fosse o seu impacto sobre a vida cotidiana do pecador. Logo, a
misericórdia de Deus pode ser experimentada a cada dia, pois ela nunca acaba
(SI 136.1 - ARA). O Altíssimo é longânimo para com o pecador, dando-lhe sempre
novas chances de perdão e libertação do poder do pecado (Rm 6.18). Mediante a
misericórdia divina somos libertos dos adversários (Ne 9.27), livres da
destruição (Ne 9.31), cercados e coroados cuidadosamente pelo Todo-Poderoso (SI
23.6; 32.10; 103-4). Assim, apesar da situação dramática do pecador, a
misericórdia de Deus pode alcançá-lo milagrosamente. [Comentário: Como esclarece C. D. Cole em “A misericórdia de
Deus”: “MISERICÓRDIA DISTINGUIDA
1. Misericórdia e graça têm
muito em comum, mas existem sombras de diferença entre elas. A graça vê o homem
sem mérito; a misericórdia o vê como miserável. A graça pode ser exercida onde
não há pecado; a misericórdia é mostrada somente a pecadores. A distinção é
vista na maneira como Deus tratou os anjos não caídos. Deus nunca exerceu
misericórdia para com eles, pois nunca pecaram, e portanto não estão em estado
de miséria. Mas eles são objetos da graça. Foi pela graça que Deus os escolheu
em meio a toda a raça angélica. 1 Timóteo 5:21. Foi em graça que Ele lhes deu
tais serviços tão honrosos. Hebreus 1:19. Foi pela graça que Deus pôs Cristo
como o Cabeça deles. Colossenses 2:10, 1 Pedro 3:22. Deus tratou com os anjos
em graça, pois eles não mereciam Seu favor. Se anjos santos não podem merecer
Seus favores, que esperança há para o homem pecaminoso?
2. A misericórdia e o amor são
distinguidos nas Escrituras. O amor pode ser dirigido a um semelhante; a
misericórdia somente existe entre um superior e um inferior. A misericórdia não
vai além de dar alívio; amor nos predestinou para adoção como filhos. A
misericórdia pode fazer um rei perdoar um traidor; era necessário haver amor
para este rei adotar este traidor como seu próprio filho.
3. Há também uma distinção entre
misericórdia e paciência. Há uma misericórdia geral de Deus que se assemelha a
paciência. Tal misericórdia é temporária e se aplica a todas as suas obras.
Salmo 145:9. Esta misericórdia pertence à Sua natureza essencial pela qual Ele
provê as necessidades de Sua criação inteira, fazendo o sol levantar-se sobre o
mau e o bom, e manda a chuva sobre o justo e o injusto. Mateus 5:45. Mas Sua
misericórdia do concerto é exercida soberanamente por meio de Cristo e é eterna”8.]
8. C. D. Cole “A misericórdia de Deus”. http://palavraprudente.com.br/biblia/definicao-de-doutrina-volume-1/capitulo-16-a-misericordia-de-deus/. Acesso em: 05 out. 2017
SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus é um
Pai misericordioso.
Ill - AMOR, BONDADE E COMPAIXÃO NA VIDA DO SALVO
1. Amor como adoração a
Deus. O pecador não alcançado
pela graça divina, por natureza, é inimigo de Deus (Rm 5.10), chegando até
mesmo a odiá-lo (Lc 19.14). Mas, por intermédio da reconciliação que Cristo
operou na cruz, o próprio Deus tomou a iniciativa e capacitou o salvo a amá-lo
(1Jo 4.11,19). Por isso, o mandamento bíblico convida o ser humano a amar o
Senhor Deus acima de todas as coisas (Dt 6.5; Mc 12.29,30). Isso não é apenas
uma lei moral, mas um sentimento de profunda devoção de coração; uma
necessidade concedida pelo Altíssimo ao homem para que este desfrute do deleite
de sua presença (Dt 30.6). Logo, mediante o amor divino, o salvo em Cristo é
levado a demonstrar, em atitudes e palavras, o quanto ele ama a Deus, sabendo
que isso só foi possível porque o Pai amou-o primeiro (l Jo 4.19). [Comentário: “E a vós
outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas
vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne,
mediante a sua morte” (Cl 1.21-22). A melhor notícia do mundo é que nossa
separação de Deus terminou e estamos reconciliados com o Juiz do universo. Deus
não é mais contra nós, mas por nós. Ter o amor onipotente do nosso lado
fortalece poderosamente a alma. A vida se torna totalmente livre e corajosa
quando o Ser mais forte é por você. Porém, o todo da mensagem de salvação de
Paulo não é uma boa notícia para aqueles que rejeitam o diagnóstico de
Colossenses 1.21. Ele diz: vocês eram “estranhos e inimigos no entendimento”. Quantas
pessoas você conhece que dizem: “Eu sou inimigo de Deus em meu entendimento”?
As pessoas raramente dizem: “Eu odeio a Deus”. Então, o que Paulo quer dizer
quanto às pessoas serem “inimigas no entendimento” em relação a Deus antes de
serem reconciliadas pelo sangue de Cristo? Acho que ele quer dizer que a
inimizade está realmente ali em relação ao verdadeiro Deus, mas as pessoas não
se permitem pensar no verdadeiro Deus. Elas imaginam que Deus é como gostariam
que ele fosse, o que raramente inclui qualquer possibilidade de que possam
estar em sérios problemas com ele. Mas com respeito ao Deus que realmente é —
um Deus que é soberano sobre todas as coisas, incluindo a doença e a tragédia —
todos nós fomos inimigos dele, diz Paulo. No íntimo, odiamos seu poder e
autoridade absolutos. Se qualquer um de nós é salvo, isso é devido à
maravilhosa verdade de que a morte de Cristo obteve a graça pela qual Deus
conquistou nossos corações e nos fez amar aquele que uma vez odiamos. Muitos
ainda estão aprendendo a não serem inimigos de Deus. É algo bom que ele seja
gloriosamente paciente.9]
9. John Piper Completamente inimigo de Deus. Disponível em: <http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/06/6-de-junho-completamente-inimigo-de-deus/>. Acesso em 05 out. 2017.
2. Amar ao próximo. "Porque o amor de Cristo nos
constrange" (2 Co 5.14), escreveu o apóstolo Paulo. Essa é a razão de o
crente amar o seu irmão. Esse amor nos constrange a amar o próximo (Mt 5.43-45;
Ef 5.2; 1Jo 4.11) porque Cristo morreu por ele igualmente (Rm 14.15; 1Co 8.11)
e quando fazemos o bem a quem precisa fazemos ao próprio Senhor (Mt 25.40). De
acordo com a parábola do Bom Samaritano, devemos amar o nosso próximo, não a
quem escolhemos, mas a quem aparece diante de nós durante a caminhada da vida.
Embora as relações sociais estejam precárias no contexto moderno, devemos amar
o outro sem esperar algo em troca (Mt 22.39). Assim, evitaremos a frustração, o
rancor e a exigência além do que se pode dar. O nosso desafio é simplesmente
amar! [Comentário: O versículo que diz que “o amor de Cristo nos constrange” significa que
Jesus muda como pensamos e nos desafia a agir de maneira diferente. Não podemos
ficar indiferentes perante o amor de Jesus. Seu amor muda como vemos as
pessoas. 2 Coríntios 5:14-15 explica que o amor de Cristo nos constrange porque
agora nós pertencemos a Cristo e vivemos para fazer Sua vontade. Nesse
contexto, constranger não significa ser embaraçoso. Constranger significa
pressionar. O amor de Cristo nos constrange a viver para Deus10. No site Chamada.com há um
excelente artigo de autoria de Martin e Deidre Bobgan: ‘Como Amo a Mim Mesmo?’
onde discorre-se acerca deste nosso desafio de simplesmente amar: “O mundo à nossa volta está promovendo o
amor-próprio e a auto-estima. A auto-estima é um aspecto popular da psicologia
humanista, que é baseada na crença de que todos nós nascemos bons e que a
sociedade é a culpada. Esse sistema coloca o homem como a medida de todas as
coisas. [...] O que há sob toda a
retórica referente ao ego é um ataque ao Evangelho de Jesus Cristo, embora não
se trate de um ataque frontal com limites de batalha claramente delineados. Ao
contrário, na verdade é uma obra engenhosamente subversiva, não de carne e
sangue, mas de principados e potestades, de dominadores deste mundo tenebroso,
das forças espirituais do mal nas regiões celestes, tal como Paulo explicou na
parte final da carta aos Efésios. É triste sabermos que muitos cristãos não
estão alertas contra o perigo. É incontável o número dos que estão sendo
sutilmente enganados por um outro evangelho – o evangelho do ego”11. Leia mais clicando AQUI]
11. Martin e Deidre Bobgan: ‘Como Amo a
Mim Mesmo?’ Disponível em: <http://www.chamada.com.br/mensagens/amor_proprio.html> Acesso em 5 out. 2017.
3. Amor como serviço
diaconal. Quando Jesus lavou os pés
dos discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria
caracterizar seus discípulos (Jo 13.14), ou seja, o de um servir ao outro. O
serviço em favor do próximo, uma vida sacrificada em favor de quem está perto
de nós, demonstra, na prática, a grandeza do amor de Deus. Os que estão em
nossa volta reconhecem isso (At 2.46,47). "Amar uns aos outros" é a
maneira mais eficaz de demonstrar ao mundo que somos seguidores de Jesus (Jo
13.35). A Palavra de Deus nos ensina que expressar afeto de misericórdia é um
estado de bem-aventurança que o Pai nos concede, pois igualmente podemos ser
objeto dessa mesma misericórdia (Mt 5.7). [Comentário: C. René Padilla, fundador e presidente da Rede
Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da
Fundação Kairós, escreve no artigo ‘A missão de Jesus e a nossa missão’,
disponível na revista eletrônica Ultimato.com: “O ponto de partida mais apropriado para entender a natureza da missão
que Deus nos delegou como igreja é a missão que, segundo os quatro evangelhos,
Jesus Cristo levou a cabo durante seu ministério terreno. Quais foram suas
prioridades? Qual foi sua mensagem? Que elementos incluiu em sua missão? Qual
foi sua motivação? As respostas a estas perguntas nos ajudarão a entender um
fato fundamental da eclesiologia e missiologia bíblicas: sem desconhecer ou
minimizar as grandes diferenças de tempo e espaço entre nós e Jesus, a igreja é
chamada a continuar a missão do Senhor ao longo da história até que ele volte.
Em termos gerais, o propósito de Deus é que a igreja se constitua em uma
comunidade de testemunhas de Jesus Cristo. Isto, no entanto, significa muito
mais do que “dar testemunho” verbal sobre ele; significa ser e viver como ele.
A missão da igreja é inseparável da missão de seu Senhor não só porque a igreja
pertence a ele, mas também porque a vocação da igreja é que a Palavra que no
primeiro século se fez carne e viveu entre nós (Jo 1.14) continue manifestando
sua presença na sociedade no século 21 por meio dela”12.]
12. C. René Padilla, ‘A missão de Jesus e a nossa missão’, disponível em http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/332/a-missao-de-jesus-e-a-nossa-missao.
Acesso em 5 out. 2017.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação é evidenciada mediante o amor, a
bondade e a compaixão.
CONCLUSÃO
O amor e a misericórdia
de Deus extrapolam a compreensão humana, pois ainda que se usem os melhores
recursos linguísticos, estes não seriam capazes de descrever quão
incomensuráveis são essas virtudes divinas. Nem mesmo o amor de uma mãe pelo seu
filho é capaz de sobrepor o amor e a misericórdia de nosso Deus. Por isso,
resta-nos expressar esse amor em nossa relação com cada criatura. [Comentário: Como discorre o Dr Louis Berkhof em sua Teologia
Sistemática, (Editora Cultura Cristã), “Quando
a bondade de Deus é exercida para com as Suas criaturas racionais, assume o
caráter mais elevado de amor...” Não é possível descrever estes atributos
divinos, no entanto, como fazem parte dos chamado atributos comunicáveis de
Deus, aqueles que o homem pode demonstrar, mesmo que de maneira limitada. Desde
que Deus é absolutamente bom em Si mesmo, Seu amor não pode achar completa
satisfação em nenhum objeto falto de perfeição absoluta. Como discorre Berkhof,
‘Ele ama as Suas criaturas racionais por
amor a Si mesmo, ou, para expressá-lo doutra forma, neles Ele se ama a Si
mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons’. O que mais pode nos confortar
é que esse amor é direcionado a nós, Ele nos ama com amor especial, dado que nos
vê como Seus filhos espirituais em Cristo. É a estes que Ele se comunica no
sentido mais rico e mais completo, com toda a plenitude da Sua graça e
misericórdia (Jo 16.27; Rm 5.8; 1Jo 3.1).] “... corramos, com perseverança,
a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador
da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Outubro
de 2017
PARA REFLETIR
A respeito de salvação, o amor e a misericórdia de Deus, responda:
• Como
podemos medir e comparar o amor de Deus pela humanidade?
A maior demonstração do amor de
Deus pelo mundo foi quando Ele entregou vicariamente o seu amado Filho (Rm 5.8;
2 Co 5. 14; Gl 2.20). Logo, o objeto desse amor vai muito além da Criação, pois
tem, na humanidade, seu valor monumental (Jo 3.16).
• O amor
de Deus pode ser modificado pelo homem?
Nesse aspecto, o amor de Deus
pela humanidade é incondicional, ou seja, não há nada que o ser humano possa
fazer para aumentá-lo ou diminuí-lo.
• O que é
a misericórdia de Deus?
É a fidelidade de Deus mediante
a aliança de amor estabelecida com a humanidade, apesar da infidelidade dela.
• Quando
Jesus lavou os pés dos discípulos, o que Ele estava ensinando na prática?
Quando Jesus lavou os pés dos
discípulos, Ele ensinou, na prática, um estilo de vida que deveria caracterizar
seus discípulos (Jo 13. 14), ou seja, o de um servirão outro.
• Qual a
maneira mais eficaz do crente demonstrar que é seguidor de Jesus?
"Amar uns aos outros"
é a maneira mais eficaz de demonstrar ao mundo que somos seguidores de Jesus
(Jo 13. 34).
Fonte do conteúdo da lição: https://sub-ebd.blogspot.com.br/2017/08/licao-salvacao-o-amor-e-misericordia-de.html