LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
4º Trimestre de 2017
Título: A Obra da Salvação: Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida
Comentarista: Pr. Claiton Ivan
Pommerening
Material de apoio gratuito aos
professores e alunos de escola dominical que utilizam as revistas da CPAD
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Lição 6
5 de Novembro de 2017
A Abrangência Universal da Salvação
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Texto Áureo
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Verdade Prática
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“Porque Deus enviou o
seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo
fosse salvo por ele” (Jo 3.17).
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A salvação em Jesus
Cristo é de abrangência universal, pois os que o aceitarem, em todo tempo e
lugar, serão salvos pela graça de Deus.
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Leitura Diária
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Segunda Gl 5.1: Cristo nos libertou da
escravidão do pecado
Terça Hb 9.28: Cristo ofereceu-se para, de
uma única vez, tirar o pecado do mundo
Quarta 2Co 5.20: Somos embaixadores da
parte de Cristo nesta Nova Aliança
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Quinta Fp 3.20,21: Cristo transformará o
nosso corpo de humilhação conforme seu Corpo glorioso
Sexta Hb 10.16-18: Cristo perdoa todos
nossos pecados
Sábado Rm 8.1,2: Não há mais condenação
para os que estão em Cristo Jesus
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Leitura
Bíblica em Classe
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João 3.16-18; 1 Timóteo 2.5,6.
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João 3
16 Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 Quem crê nele não é condenado; mas
quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho
de Deus.
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1 Timóteo 2
5 Porque há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem,
6 o qual se deu a si mesmo em preço de
redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.
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HINOS SUGERIDOS: 220, 287 e 305 da
Harpa Cristã
Objetivo Geral
Mostrar que a salvação em Jesus Cristo é de abrangência universal.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I. Explicar o que é a obra expiatória de
Cristo;
II. Discutir a respeito do alcance da obra
expiatória de Cristo;
III. Apontar que Cristo oferece salvação a
todos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A salvação em Cristo alcança a todos (Jo 3.16). É tão eficaz que foi
completada de uma vez por todas pelo “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo” (Jo 1.29). Somente por intermédio de um Cordeiro tão perfeito, de um
sacrifício tão completo e de um Deus tão amoroso se poderia realizar essa obra
de maneira a raiar a luz para os que estavam em trevas (Mt 4.16). [Comentário: Nesta lição iremos pensar sobre os pontos de vista
teológicos quanto à abrangência da salvação – se ela é destinada apenas aos
eleitos ou se ela está disponível à todos os homens. Deus ama à todos os
homens, indistintamente ou Ele ama aos que O amam? O que as Escrituras querem dizer
quando afirmam que Deus deseja que todos se salvem mediante a fé no sacrifício
do seu Filho Unigênito? È importante defendermos nosso ponto de vista teológico
quanto à Soteriologia, mas defender do que? Então, julgo importante analisarmos
também o que o outro sistema soteriológico afirma, até para não incorrermos no
erro de afirmar algo que ele não diz. Assim, vamos pensar
maduramente a fé cristã?]
Como complemento no preparo de seu plano de aula, sugiro
a leitura destes 3 artigos:
PONTO CENTRAL
A salvação em Jesus Cristo é de
abrangência universal.
I. O QUE É A OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO?
1. A necessidade de expiação. Com o termo “expiação”, nos referimos ao ato de remir uma pessoa de um
crime ou falta cometida. Foi isso que aconteceu conosco por intermédio da obra
expiatória de Cristo. Esta se tornou necessária porque o pecado atingiu a
humanidade e a criação, de modo que o ser humano não consegue resolver esse
problema por si mesmo. Nesse contexto, a obra expiatória de Cristo se expressa
por meio do padecimento de cruz para aniquilar o poder do pecado sobre o ser
humano (Rm 5.20,21). Foi na cruz do Calvário o lugar em que se deu o sacrifício
expiatório de Cristo, substituindo o pecador pelo justo Cordeiro de Deus que
pagou em nosso lugar e, para sempre, a dívida do nosso pecado (Is 53). Esse ato
é a suprema expressão do amor do Pai, por meio de Jesus Cristo, o seu Filho,
para com todos os homens (Jo 3.16). [Comentário: A palavra expiação ocorre poucas vezes na Bíblia, mas o conceito da expiação
constitui o assunto principal do Antigo e do Novo Testamento. Palavras mais
conhecidas como reconciliação, propiciatório, sangue, remissão de pecados e
perdão estão diretamente relacionadas com esse tema. O que precisamos entender
é: ‘Por Que Há a Necessidade da Expiação?’ - Deus fez o homem à sua imagem e,
como Criador, tem o maior direito de estipular o procedimento correto para a
sua criação, e isso ele fez na forma de leis destinadas para o nosso bem (Dt 10.13).
O pior que podemos fazer é violar a lei de Deus. A isso chamamos pecado ou
transgressão da lei (1Jo 3.4). Os primeiros seres humanos transgrediram e a
culpa deles evidenciou-se pela tentativa de se esconderem de Deus. A justiça
exigia uma pena pelo pecado. A pena era a morte, a separação de Deus,
manifestada pelo afastamento deles do jardim do Éden (Gn 3.8, 24). O pecado
continua até hoje, desde aquele primeiro momento ali. Paulo resumiu a história
e as conseqüências do pecado em Romanos 5.12: "Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram".
Se morremos em nossos pecados, não podemos ir para onde Cristo está (Jo 8.21,
24). Vemos, então, que a necessidade suprema de todo homem é ter os pecados
expiados, para que receba o perdão dos pecados!1. Nenhum estudo da expiação pode ser
devidamente desenvolvido sem reconhecer em primeiro lugar o livre e soberano amor de Deus.
Esta perspectiva se encontra no texto mais conhecido da Bíblia: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a
vida eterna” (Jo 3.16). Temos aqui uma revelação fundamental de Deus e,
portanto, do pensamento humano. Além disso não podemos e nem devemos
aventurar-nos ir.2]
1.
HEADRICK, Lynn D.; ‘A Expiação’, Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/a13_17.htm. Acesso
em 29 de outubro de 2017.
2. MURRAY
John; ‘A Necessidade da Expiação’. Disponível em http://www.monergismo.com/textos/expiacao/expiacao_necessidade_murray.htm. Acesso
em 29 de outubro de 2017.
2. A abrangência do pecado. As Escrituras mostram que todos
pecaram e, que por isso, foram afastados da presença de Deus, passando a
inclinar-se para o mal (Rm 3.23; Sl 14.3; Mc 10.18; Ec 7.20). O problema do
pecado é tão sério, e sua abrangência tão grande, que a Bíblia mostra que ele
faz a separação entre o pecador e Deus (Is 59.2), impedindo as pessoas de serem
salvas da ira divina (Hb 10.26,27). Assim também a natureza foi atingida pelo
pecado, fazendo a Terra sofrer graves consequências naturais: degradação
ambiental, poluição, destruições por causa da ganância (Gn 3.17-19; Rm 8.22).
Por isso, a Terra geme, aguardando uma restauração plena por meio da redenção
dos filhos de Deus (2Pe 3.13; Rm 8.20,21) quando, enfim, o Senhor Jesus reinará
para sempre. [Comentário: A ofensa do pecado de um ser humano
trouxe o juízo de Deus sobre toda a humanidade e demandou uma solução universal
para o pecado, Jesus Cristo. Por causa da Queda, a morte tornou-se uma
realidade e toda a criação está sujeita a ela. "Toda a criação geme" (Rm 8.22), esperando o momento em que
Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte. Paulo começa a fazer aqui
uma comparação que será concluída nos versículos 18-21. A comparação foi
interrompida por uma meditação até o v. 17. Assim, temos a afirmação de que a
morte não é natural para a humanidade, mas é o resultado final do pecado (Gn
2.17). O reino universal da morte é a consequencia direta do pecado. Paulo não
explica como toda a humanidade se viu envolvida com Adão em seu pecado, mas
simplesmente asseverou o fato. Todos os homens pecaram no pecado de Adão – “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” (Rm 3.23). É importante dizer que, o agente ativo na
tentação foi Satanás, Adão foi o agente passivo; A queda do homem foi
ocasionada pela tentação da serpente, que semeou na mente do homem as sementes
da desconfiança e da descrença. Louis Berkhof nos informa que “embora
indubitavelmente a intenção do tentador fosse levar Adão, o chefe da aliança, a
cair, não obstante dirigiu-se a Eva, provavelmente porque (a) não exercia a
chefia da aliança, e portanto, não teria o mesmo senso de responsabilidade; (b)
não recebeu diretamente a ordem de Deus, mas apenas indiretamente e, por
conseguinte, seria mais suscetível de ceder à argumentação e duvidar; e (c)
seria sem dúvida o instrumento mais eficiente para alcançar o coração de Adão”3.
Se foi Eva que pecou par que Adão foi imputado? Adão pecou não somente como o
pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus
descendentes; e, portanto, a culpa de seu pecado é posta na conta deles, pelo
que todos são passíveis de punição e morte (Rm 5.12). Quanto a isso, Louis
Berkhof escreve: “O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar,
ele semeia as sementes da dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e
insinuando que sua ordem era realmente uma violação da liberdade e dos direitos
do homem. Quando nota, pela reação de Eva, que a semente tinha criado raiz,
acrescenta as sementes da descrença e do orgulho, negando que a transgressão
resultaria na morte e dando a entender claramente que a ordem divina fora
motivada pelo objetivo egoísta de manter o homem em sujeição”4.
Steve Kearney escreve: “Isaías 3.11 afirma: "Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o que as suas
próprias mãos fizeram". A primeira coisa que ocorreu com Adão e Eva é
que os seus olhos foram abertos e souberam que estavam nus (Gn 3.7). Viram em
seus corpos o potencial para o mal. A carne e o espírito lutariam pela supremacia
no seu interior, e essa guerra mataria cada vida humana (Gl 5.17). Culpados e
envergonhados, usaram folhas de figueira para cobrir a sua nudez um do outro
(Gn 3.7). Também, se esconderam entre as árvores da presença de Deus (Gn 3.8).
A presença do Senhor dos Exércitos sempre traz terror aos pecadores: eles
"se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos
montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se
assenta no trono, e da ira do Cordeiro" (Ap 6.15-17). Almas impenitentes,
atenção: "Horrível cousa é cair nas
mãos do Deus vivo" (Hb 10.31). Sendo afastados da presença de Deus,
Adão e Eva, naquele dia, morreram espiritualmente. Pensem em tudo o que eles
perderam! Eva tinha dito no coração: "Vou
me fazer como o Altíssimo". Agindo assim, ela perdeu o direito ao
esplendor do Paraíso. Decretaram-se maldições sobre ela (3.16), e sobre o homem
(3.17-19). Ah, como caíram os valentes! Sofrendo a morte espiritual, Adão e Eva
também iniciaram o processo de morte física: "E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o
refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da
vida" (Gn 3.24). Por causa do pecado deles, o homem, a mulher e os
filhos de todas as épocas voltariam ao pó: "Em Adão, todos morrem" (1Co 15.22)5.]
3. BERKHOF,
Louis, Teologia Sistemática - Editora Cultura Cristã; pág 206.
4. IBDEM
5.KEARNEY
Steve : “O
Pecado e as Suas Conseqüências”. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/a13_2.htm. Acesso
em 29 de outubro de 2017.
3. A expiação de Cristo. Como estudamos em lição anterior, os sacrifícios do Antigo Testamento
apontavam para a obra expiatória de Cristo, em que uma vítima inocente morreria
pelo verdadeiro culpado a fim de remir o pecado e a culpa dele. Enquanto os
sacrifícios do Antigo Testamento apenas minimizavam a situação do pecador, a
obra expiatória de Cristo resolve de uma vez por todas o grave problema do
pecado (Rm 3.23-25). [Comentário: O pecado é a transgressão da lei, e
a justiça decreta que deve ser punido. Jesus levou o castigo em lugar daqueles
que mereciam a punição (Is 53.8), "carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1Pd 2.24).
Porque Deus nos amou, ele enviou Jesus para ser a propiciação (ou meio) pela
qual os nossos pecados podem ser perdoados.
Seu sangue, o qual é capaz de expiar o pecado, vertido para a remissão
desses pecados, passa a ter efeito quando somos batizados em nome de Cristo
para a remissão dos pecados (At 2.38)6. A cruz de Cristo é a demonstração
suprema do amor de Deus (Rm 5.8; 1 Jo 4.10). O caráter supremo da demonstração
reside no extremo custo do sacrifício oferecido. É a respeito deste elevado
custo que Paulo faz referência quando escreve: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o
entregou” (Rm 8.32). O custo do sacrifício nos persuade a respeito da
grandeza do amor de Deus e garante a doação de todas as demais dádivas de forma
gratuita.]
6. MURRAY John; ‘A
Necessidade da Expiação’. Disponível em
http://www.monergismo.com/textos/expiacao/expiacao_necessidade_murray.htm.
Acesso em 29 de agosto de 2017.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A obra expiatória de Jesus Cristo foi um ato de amor que nos redimiu de
nossas faltas.
II. O ALCANCE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO
1. A impossibilidade humana. Toda tentativa do homem de manter-se
puro, sem pecado, e por esforço próprio, fracassou. Nesse sentido o sistema de
sacrifícios foi apenas um vislumbre do que viria por intermédio da morte
vicária de Cristo. As Escrituras mostram que a Lei é incapaz de justificar o
homem diante de Deus (Rm 3.20; Cl 2.16,17), já que o ser humano não consegue
resolver o problema grave do pecado, pois ele não pode mantê-lo oculto diante
de Deus. Somente o Senhor Jesus pode resolver tal problema. [Comentário: “Em Romanos 1-3, Paulo argumentou que toda
humanidade está perdida nas garras do pecado, tanto judeus como gentios. Em
Romanos 4, ele mostrou que a justificação pela fé também está universalmente
disponível a todos aqueles que creem que Deus manterá a promessa que fez no
evangelho — tanto para os gentios como para os judeus. Agora, Paulo dá um passo
atrás, apenas por um momento, para perguntar como pode ser isso. Como todos os
homens tornaram-se pecadores? E como a vida pode ser oferecida a todos? Como
contexto, precisamos entender uma coisa importante sobre o relacionamento entre
‘pecado’ e ‘pecados’. Enquanto 'pecados' são atos de iniquidade ou
transgressões à Lei de Deus, o ‘pecado’ é algo diferente. Ele se refere àquele
defeito essencial da natureza humana que distorce o caráter moral do homem,
obscurece sua inteligência e o incita em direção ao mal. De acordo com a
terminologia bíblica, esta condição é frequentemente mencionada como ‘morte’,
não no sentido biológico, mas espiritual”7. O sacrifício expiatório do Messias foi ensinado
nas profecias e símbolos do Antigo Testamento, e Jesus compreendia perfeitamente as Escrituras
judaicas. Todo o sistema sacrificial mosaico e o sacerdócio que o mantinha eram
símbolos e sombras das Boas Novas vindouras. Jesus tinha conhecimento de que os demais judeus
sabiam que o núcleo desse sistema era Levítico 17.11: 'Porque a vida da carne
está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela
vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida'. Ao
'anunciar o seu nascimento', Jesus declarou
que a sua encarnação lhe deu um corpo que Ele ofereceria como sacrifício pelos
pecados do mundo. Portanto, quando veio ao mundo, Ele disse: 'Por isso, ao
entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, corpo me
formaste; não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. Então, eu
disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para
fazer, ó Deus, a tua vontade' (Hb 10.5-7). Jesus se entregaria como oferta queimada, em
submissão total a Deus, assim como oferta pelo pecado para pagar o preço das
nossas ofensas contra Deus."8]
7. RICHARDS, Lawrence O.
Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014,
p.300.
8. WIERSBE, W. W. O que as
palavras da cruz significam para nós. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.12-3
2. Cristo ocupou o lugar do pecador. A expiação aponta para o grande amor
de Cristo para com o pecador. Nosso Senhor supriu a necessidade de
reconciliação do ser humano com o Pai de amor (Rm 5.8), que deu o seu Filho
como oferta expiatória. Nesse sentido, a morte de Cristo é substitutiva, pois
quem deveria morrer era o próprio homem (Rm 4.25), mas Cristo ocupou esse lugar
(1Jo 2.2) e perdoou o pecador, destruindo o poder do pecado (1Pe 2.24). A morte
vicária de Cristo na cruz representa a nossa morte (2Co 5.14), pois foi esse
sacrifício que nos resgatou da “maldição da lei, fazendo-se maldição por nós”
(Gl 3.13). [Comentário: A “expiação substitutiva” se refere ao fato de que Jesus Cristo morreu
em favor de todos os pecadores. As Escrituras ensinam que todos os homens são
pecadores (leia Romanos 3:9-18 e Romanos 3:23). O preço por nosso pecado é a
morte. Romanos 6:23 nos diz: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”9. A Palavra de Deus sobejamente
ensina que Cristo morreu vicariamente, como nosso substituto, em nosso lugar,
pagando por nosso pecado, recebendo nossa punição (Is 53.4-8,11-12
(substituição é indiscutível); Rm 5.8; 1Co 15.3; 2Co 5.21 (substituição é
indiscutível); 1Pe 2.24 (substituição é indiscutível em "levando ele mesmo os nossos pecados sobre o
madeiro"); 1Pe 3.18; Lv 1.2-4; Rm 4.25; Mt 1.21).10. A expressão “vicária”, segundo
o Dicionário Aurélio, vem latim vicariu e dá idéia de alguém “que faz as vezes
de outrem”, de substituição. A morte de Jesus não foi apenas a morte de um
herói ou de um simples mártir. Cristo padeceu em nosso lugar, pagando diante do
Pai a dívida do pecado que para nós era impossível de ser quitada.]
9. GOT Questions.Org. O que é
expiação substitutiva?. Disponível em: https://www.gotquestions.org/Portugues/expiacao-substituta.html.
Acesso em 29 de outubro de 2017.
10. SUBSTITUIÇÃO (morte vicária),
Disponível em: http://solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/09-SubstituicaoVicaria-Helio.htm.
Acesso em 29 de outubro de 2017.
3. Alcance universal da obra
expiatória. O alcance da obra
expiatória operada por Cristo é universal, pois ela envolve todos os homens e o
homem todo — espírito, alma e corpo — (1Ts 5.23), alcançando todo o mundo (Jo
3.16). Além disso, por meio da expiação de Cristo é garantida a redenção, a
reconciliação, a justificação, a adoção e o perdão dos pecadores. Entretanto,
convém destacar: essa tão grande salvação precisa ser aceita pela fé para se
tornar efetiva (Ef 2.8). [Comentário: Teodoro de
Beza ensinou que a obra expiatória foi limitada (apenas pelos eleitos) ao
perceber que ela era uma consequência lógica e irredutível dos outros pontos da
doutrina calvinista. Basicamente, este ensino consiste na tese de que Jesus não
morreu por todos os homens. Cristo morreu apenas pelos eleitos. A expiação,
portanto, foi “limitada” a estes. Alguns cristãos crêem que Jesus morreu pelos
pecados de todas as pessoas. Essa posição é comumente chamada de arminianismo
(por causa de Jacó Armínio), wesleyanismo (por causa de John Wesley) ou expiação
ilimitada. Os arminianos utilizam passagens da Escritura que falam de Jesus
morrendo por todas as pessoas, por todo o mundo, por todos, e não desejando que
ninguém pereça. Os arminianos então ensinam que para ser salvo, a pessoa deve
fazer a decisão de aceitar a morte expiatória de Jesus e tornar-se um seguidor
de Jesus. Além do mais, é dito que qualquer um pode fazer essa escolha pelo
livre-arbítrio inerente ou pela graça
capacitadora universal de Deus, chamada de graça primeira ou preveniente
(wesleyanos). Subsequentemente, a eleição é entendida como Deus escolhendo
aqueles que ele previu que o escolheriam, e visto que as pessoas escolhem serem
salvas, elas podem perder a sua salvação também. Outros cristãos crêem que
Jesus morreu apenas pelos pecados dos eleitos. Eleição significa que antes da
fundação do mundo, Deus escolheu certos indivíduos para serem recipientes da
vida eterna unicamente com base em seu propósito gracioso, à parte de qualquer
mérito ou ação humana. Ele os chama
eficazmente, fazendo tudo
o que é
necessário para trazê-los ao arrependimento e fé. Essa posição é
comumente chamada de calvinismo (por causa de João Calvino) de cinco pontos,
teologia reformada ou expiação limitada, que é também chamada de redenção
particular. Esses calvinistas comumente apelam àquelas passagens da Escritura
que falam da morte de Jesus somente por algumas, mas não todas as pessoas, por
suas ovelhas, sua igreja, os eleitos, seu povo, seus amigos, e todos os
cristãos. Eles discordam da expiação ilimitada, mostrando que se Jesus morreu
por todos sem exceção, então todo o mundo seria salvo, o que é na verdade a
heresia do universalismo. Eles também ensinam que as pessoas são tão pecadoras
que não podem escolher a Deus, e assim Deus regenera as pessoas antes de sua conversão
e assegura que elas serão preservadas até o final, pois a salvação não pode ser
perdida. Um ponto vital de debate é a intenção de Jesus quando ele morreu na cruz.
Jesus pretendia pagar por todos os pecados de todas as pessoas, abrindo a porta
da salvação para todos? Isso seria expiação ilimitada, ou o que os wesleyanos e
arminianos creem. Aceitamos isso quando Paulo disse que Cristo Jesus “a si
mesmo se deu em resgate por todos” em 1 Timóteo 2.6? Ou Jesus morreu para
completar o pagamento
do nosso perdão
na cruz? Isso é
expiação limitada, ou o que os calvinistas de cinco pontos creem. Aceitamos isso
quando Jesus disse “Está consumado!” em João 19.30? (Continue
lendo aqui) 11.]
11. DISCROLL, Marck, ‘Expiacao limitada
ou ilimitada’; Disponível em: http://monergismo.com/wp-content/uploads/expiacao-limitada-ilimitada_Driscoll.pdf;
Acesso em 29 de outubro de 2017.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O alcance da obra expiatória operada
por Cristo é universal.
III. CRISTO OFERECE SALVAÇÃO A TODO O MUNDO
1. Perdão, libertação e
cura. O maior resultado da
salvação operada por Jesus é o perdão dos pecados e a reconciliação do pecador
com Deus. Ainda, por meio da salvação de Cristo, Deus se faz presente na cura
dos enfermos (Mt 4.23), na ressurreição dos mortos (Jo 11.43,44), no anúncio do
Evangelho aos pobres (Lc 4.18), na libertação do ser humano das várias
opressões que o assolam (Lc 4.19), na chegada do Reino de Deus (Mt 10.7; Mc
1.15) e na vida eterna do salvo (Jo 6.47; Rm 1.16). [Comentário: Ao receber Jesus como Salvador e Senhor de sua
vida o homem mergulha em um mar de bênçãos espirituais (Ef 1.3). Leia
o artigo ‘O CRENTE E AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO’, de autoria de Alan Fabiano
Pereira da Silva Fabiano, disponível em webartigos.com]
2. A salvação é para todo
o mundo. A Bíblia afirma que a
salvação está ao alcance de todas as pessoas (Jo 3.15; 1Tm 4.10), em qualquer
circunstância (Lc 23.43) por meio da fé e do arrependimento de coração (At
15.9; Rm 3.28; 11.6), desde que confessem a Cristo como Salvador (Rm 10.9). Essa
oferta de salvação é a evidência de que o Reino de Deus chegou aos corações das
pessoas que outrora viviam cativas, cegas e oprimidas, mas que agora, para a
glória de Deus, são livres por causa do evangelho da salvação (Is 61.1-4 cf. Lc
4.18,19). [Comentário: Os ensinamentos de Jesus apóiam o conceito de Deus como um Deus de ira
que julga o pecado. A história do homem rico e Lázaro fala do julgamento de
Deus e das graves consequências para o pecador que não se arrepende (Lucas 16.19-31).
Jesus disse em João 3.36 "Quem crê
no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira
de Deus permanece sobre ele". Aquele que crê no Filho não sofrerá a
ira de Deus pelo seu pecado porque o Filho tomou sobre Si a ira de Deus quando
morreu em nosso lugar na cruz (Romanos 5:6-11). Aqueles que não crêem no Filho,
os que não O recebem como Salvador, serão julgados no dia da ira (Romanos
2:5-6). Da mesma maneira que a bondade de Deus permanece na vida eterna dos
fiéis, a ira de Deus permanece no castigo eterno dos rebeldes. Em outro texto,
Jesus disse dos ímpios: “E irão estes
para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). Se
cremos na vida eterna, precisamos acreditar no castigo eterno. A ira de Deus é
uma coisa espantosa e assustadora. Somente aqueles que foram cobertos pelo
sangue de Cristo derramado por nós na cruz podem estar seguros de que a ira de
Deus nunca cairá sobre eles. "Como
agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira
de Deus por meio dele!" (Rm 5.9). Sobre o texto de 1 Timóteo 2.4, leia
o artigo ‘Se Deus quer que todos sejam salvos, por que nao salva todos?’ de
Mario Persona, aqui. Sobre a pergunta: ‘Deus
deseja salvar a todos?’, leia este artigo de autoria de Yago Martins, aqui.]
3. A responsabilidade do
cristão. Há uma grande
responsabilidade para os que foram alcançados pela salvação em Cristo. Uma das
mais importantes é o compromisso de compartilhar o Evangelho por intermédio do
“Ide” de Jesus (Mt 28.19). Isso significa evangelizar e discipular pessoas que
participam do nosso círculo de contatos, sejam elas reais ou virtuais (At
5.42). Também comprometer-se com missões regionais ou mundiais, colaborando com
as igrejas locais que sustentam os missionários (At 13.2). Bem como
disponibilizar-se em favor de quem precisa de ajuda (Mt 19.21; Lc 14.13; 2Co
9.9; Gl 2.10), expressando a “fome e a sede de justiça” (Mt 5.6). Essa é a
missão social de quem foi alcançado pela salvação de Deus (At 2.42-47). [Comentário: Os salvos em Cristo não podem se comportar de
qualquer maneira, isso porque a vida do crente demanda um procedimento ético. O
comportamento dos salvos em Cristo deve ser pautado pela humildade, cada um
deve considerar “os outros superiores a si mesmo” (Fp. 2.3). O individualismo
não pode predominar no corpo de Cristo, para tanto, cada um deve atentar não
para o “que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”
(Fp 2.4). Ao invés de destruir-nos mutuamente, devemos carregar as cargas uns
dos outros, fazendo assim estaremos cumprindo a lei de Cristo (Gl. 6.2)12. cada ser humano que houve a
Palavra de Deus, que é evangelizado, há de serntir-se responsável pela sua
reação, não perante quem lhe prega o evangelho, mas diante de Deus (2Co 5.17-21).
Testificar aos homens, apresentando-lhes as verdades do Evangelho ou Boas Novas
a cerca de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, é obrigação séria e
responsabilidade de cada cristão. Sobre esta responsabilidade que agora pesa
sobre nós (1º Co 9.16), leia o artigo ‘Por
que Devemos Evangelizar?’, de Matt Slick, disponível no Blog Desafio Cristao,
aqui.]
12. BARBOSA, José Roberto A.; ‘O Comportamento dos Salvos
em Cristo’, Disponível em: http://www.estudosgospel.com.br/estudo-biblico-evangelico-diversos/o-comportamento-dos-salvos-em-cristo.html.
Acesso em 29 de outubro de 2017.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação em Jesus Cristo é
oferecida a todos.
CONCLUSÃO
A salvação que Cristo
oferece é tão abrangente que, além de uma experiência espiritual primordial e
libertadora da pessoa, traz consigo implicações de ordem cultural e social que
vão muito além do indivíduo e se estendem por toda ordem de coisas criadas. Em
Cristo, Deus ofereceu salvação a todo o mundo.
[Comentário: Para compreender o motivo pelo qual o homem precisa de salvação se faz
necessário saber como, quando, onde e porque se está condenado e qual pena foi
estabelecida. É necessário compreender como Deus justifica aquele que está
condenado sem invalidar a sua justiça e o porquê da necessidade de um salvador.
Por fim, se faz necessário identificar a verdadeira causa do sofrimento da
humanidade. A Bíblia claramente ensina que o problema fundamental da humanidade
é o nosso pecado e a ira de Deus contra nós por causa do nosso pecado. A ira de
Deus contra o nosso pecado é o problema fundamental de que o evangelho trata.
Jesus morreu na cruz como uma propiciação, um sacrifício que desvia a ira de
Deus (Rm 3.25; 1Jo 2.2, 4.10) a fim de que nós fôssemos salvos por meio da fé
nele (continue
lendo aqui).] “... corramos, com perseverança,
a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador
da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Outubro
de 2017
PARA REFLETIR
A respeito da abrangência universal da salvação, responda:
O que
significa expiação?
Com o termo “expiação”, nos
referimos ao ato de remir uma pessoa de um crime ou falta cometida.
Qual a
necessidade da obra expiatória de Cristo?
Esta se tornou necessária porque
o pecado atingiu a humanidade e a criação, de modo que o ser humano não
consegue resolver esse problema por si mesmo.
O esforço
próprio torna o ser humano puro e sem pecados?
Toda tentativa do homem de
manter-se puro, sem pecado, e por esforço próprio, fracassou. Nesse sentido o
sistema de sacrifícios foi apenas um vislumbre do que viria por intermédio da
morte vicária de Cristo.
A
salvação é universal?
O alcance da obra expiatória
operada por Cristo é universal, pois ela envolve todos os homens e o homem
todo, — espírito, alma e corpo — (1Ts 5.23), alcançando todo o mundo (Jo 3.16).
Qual é a
responsabilidade do cristão diante da salvação?
Há uma grande responsabilidade
para os que foram alcançados pela salvação em Cristo. Uma das mais importantes
é o compromisso de compartilhar o Evangelho por intermédio do “Ide” de Jesus
(Mt 28.19).
Fonte do conteúdo da lição: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2017/2017-04-06.htm. Acesso em 29 de outubro de 2017.