LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD
JOVENS
4º Trimestre de 2017
Título: Seguidores de Cristo —
Testemunhando numa Sociedade em ruínas
Comentarista: Valmir Nascimento
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
que utilizam as revistas da CPAD
Lição 1:
Relevantes como o sal, resplandecentes como a luz
Data: 01 de Outubro de 2017
TEXTO DO DIA
“Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso
Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).
SÍNTESE
O viver
cristão autêntico é capaz de fazer uma diferença substancial na sociedade, não
por meio de palavras, mas através de ações verdadeiras.
AGENDA DE LEITURA
Segunda — Mc
9.49: Salgados com fogo
Terça — Pv
4.18: A vereda dos justos brilha
Quarta — Jo 1.7:
Dando testemunho da luz
Quinta — Jo 1.9:
A luz que ilumina todos os homens
Sexta — Jo
8.12: A luz dissipa as trevas
Sábado — Tg
1.17: Deus, o Pai das Luzes
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- Reconhecer o poder do Evangelho para transformar a realidade social;
- Explicar o que significa o cristão ser o “sal da terra”;
- Saber o sentido de ser “luz do mundo”.
TEXTO BÍBLICO
Mateus
5.13-16.
13 Vós sois
o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada
mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.
14 Vós sois
a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
15 nem se
acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a
todos que estão na casa.
16 Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Jesus foi
contundente ao dizer que os seus discípulos eram o sal da terra e a luz do
mundo (Mt 5.13-16). Passados mais de dois mil anos após o Mestre proferir essa
majestosa declaração, a responsabilidade que dela se extrai continua a ecoar
sobre a vida dos seus seguidores. No decorrer deste trimestre, estudaremos a
respeito de vários temas que evocam a aplicação dessa alegoria. Vivendo em
tempos de caos, em meio a injustiças, desigualdades e conflitos, a Igreja é
chamada a fazer a diferença e a testemunhar, diante dos homens, a relevância da
fé cristã. Nesta primeira lição, aprenderemos acerca do comissionamento que
recebemos do Senhor para fazermos a diferença no mundo, mesmo dentro de uma
cultura decadente. [Comentário: Grande parte do tema do Sermão do Monte pertence
claramente ao campo da teologia prática. O assunto principal não tem conotação
transcendental, por assim dizer, mas trata de questões referentes ao caráter e
ao comportamento de todo aquele que é discípulo de Cristo. Um novo estilo de
vida é delineado pelo Mestre no seu célebre Sermão. Uma forma de viver que
colide com os interesses materialistas, políticos, religiosos e egoístas que
nos são ensinados desde a mais tenra idade. O choque gerado pela proposta de
tal estilo de vida, não ficou no passado, pois nos dias atuais ele é ainda
maior, visto que não somos ensinados a ver os valores do Reino de Deus como
algo a ser acolhido, mas evitado. Em tempos de superexposição, sobretudo
através das redes sociais, a mania é passar uma imagem irreal de si visando
impressionar estranhos e conhecidos. Um discurso que prega a discrição e a
influência através do exemplo sincero, não é apenas desafiador como, na ótica
mundana, retrógrado e fora do seu tempo. Não obstante, vamos aprender que é
dessa forma que o Mestre viveu e ensinou-nos a viver1. Ser sal da terra e luz do mundo significa ter uma vida
que glorifica a Deus e leva outras pessoas a seguir Jesus. As boas obras podem
ser muito pequenas mas têm um efeito muito grande. Todo crente é chamado para
ser sal da terra e luz do mundo. Ao ensinar a vida e
princípios do Reino, Jesus guia seus discípulos a pensar, viver e orar para que
seu Reino alcance todo o planeta (Mt 6.10). Isso é visto claramente nos ensinos
de suas parábolas no capítulo 13 de Mateus. A missão de pregar em ‘todos os
lugares’ que ‘o reino de Deus está chegando’ dada por Jesus aos discípulos
também reflete esse caráter expansivo do reino. Em nosso Texto de Ouro, o Rei
deu-nos a ‘Grande Comissão’, a incumbência máxima de ir a todas as nações,
ensinando e batizando a fim de integrá-las ao seu Reino. Escatologicamente,
Cristo afirma que o fim somente chegaria quando ‘este evangelho do Reino’ fosse
pregado ‘em todo o mundo’ (Mt 24.14). A Igreja é responsável por essa ‘Missão
Integral’ e deve proclamar o evangelho mediante a pregação, bem como, de ações
que se seguem a esta, visando o bem do homem como um todo. Esse entendimento
teremos ao fim desta lição, compreendendo que a Missão Integral é uma ordenança
divina. Boa Aula!] Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
1. Revista de Jovens 2° trimestre de
2017;Lição 2: Sal da Terra e Luz do Mundo; 09/04/2017. César Moisés Carvalho
(CPAD)
I.
COMISSIONADOS PARA TRANSFORMAR O MUNDO
1. A
riqueza da metáfora. No
contexto do Sermão da Montanha, logo após falar sobre as beatitudes, Jesus
declarou que os seus discípulos são o “sal da terra” e a “luz do mundo” (Mt
5.13-16). Ensinador por excelência, o Mestre valeu-se de metáfora, extraída das
práticas comuns à vida, para transmitir um rico ensinamento a respeito do
testemunho cristão no ambiente social. A alegoria empregada nos fala sobre um
aspecto essencial da missão da Igreja na Terra: a sua presença ativa e transformadora
na sociedade. [Comentário: Na condição de seguidores de Jesus, os discípulos perderam
o "prestígio" da sociedade religiosa de sua época (Jo 12.42,43),
visto que aderiram ao "movimento de um homem só", que não pretendia
nada a não ser a salvação das pessoas (Mt 18.11). Por isso mesmo, na condição
de "pobres de espírito", aflitos, mansos, injustiçados,
misericordiosos, puros, pacificadores, perseguidos e, como foi previsto,
futuramente caluniados e, conseqüentemente, presos, era preciso que eles
entendessem não apenas a felicidade verdadeira que tal situação proporcionava,
mas também o que agora lhes cabia (Mt 5.3-12). Nesse momento o Mestre não diz
para os discípulos "serem", mas afirma que eles "são" o sal
da Terra, ou seja, do planeta inteiro, o "sal de toda a Terra" (v.13)2. Nossa vida deve ser como o sal. Boas ações têm grandes
efeitos, por menores que essas ações sejam. Jesus nos chamou para fazermos a
diferença no mundo, através das boas obras. Sem o amor de Jesus, que se reflete
em nossas ações, o mundo fica sem graça. A fé em Jesus sem boas obras é inútil,
porque não faz diferença nenhuma (Tiago 2:15-17). Da mesma forma, nossas vidas
devem iluminar todos à nossa volta. Não podemos esconder o amor de Jesus. Não
devemos apagar o Espírito (1 Tessalonicenses 5:19). Precisamos deixar que ela
brilhe em tudo que fazemos. A luz de Jesus em nossas vidas redunda em muitos
louvores a Deus.]
2. Revista de Jovens 2° trimestre de
2017;Lição 2: Sal da Terra e Luz do Mundo; 09/04/2017. César Moisés Carvalho
(CPAD)
2.
Comissão cultural.
Depreendemos da declaração de Jesus que ser sal e luz não é mera faculdade
conferida à sua Igreja, é imperativo. Além da Grande Comissão (Mc 16.15), pela
qual a comunidade cristã recebeu a incumbência de proclamar o evangelho e fazer
discípulos, foi-nos outorgada também a comissão cultural — a chamada para
salgar e iluminar a cultura do mundo. Isso significa tanto confrontar as
culturas que se opõem ao evangelho, quanto produzir cultura de qualidade, para
exaltação do nome do Senhor. Tal determinação está em sintonia com o mandamento
que o Criador deu ao primeiro casal para sujeitar a terra e dominar sobre as
demais criaturas (Gn 1.28). Surge daí a responsabilidade ética e espiritual de
cuidarmos da criação de Deus de maneira zelosa, o que compreende aplicar os
valores e princípios bíblicos em todos os setores da sociedade. [Comentário: cristão como sal da
terra e luz do mundo, não só deve ser diferente, mas seu comportamento como
cristão deve ser um referencial para a sociedade. Mt 5.13 SAL DA TERRA. Os
cristãos são o sal da terra . Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de
preservar da corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para
o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. (1)
As igrejas mornas apagam o poder do ESPÍRITO SANTO e deixam de resistir ao
espírito predominante no mundo. Elas serão lançadas fora por DEUS ( Ap 3.16). (2)
Tais igrejas serão destruídas, pisoteadas pelos homens (v.13); i.e., os mornos
serão destruídos pelos maus costumes e pelos baixos valores da sociedade ímpia
(cf. Dt 28.13,43,48; Jz 2.20-22)3. À luz desses dois ricos símbolos entendemos que o
testemunho do cristão de uma vida transformada, reta, justa e altruísta tem que
se fazer notar em todos os segmentos da sociedade. Assim como o sal e a luz
podem ser encontrados e percebidos desde as mais simples choupanas aos mais
esplendorosos palácios, desde uma extremidade à outra, porque são
indispensáveis à vida, igualmente requer-se dos salvos uma presença ativa e
marcante que faça diferença no mundo e demonstre a excelência do evangelho, que
é poder de Deus e salvação para todo o que crê. “O cristianismo visto como uma
cosmovisão de mundo é um importante aspécto para a transformação da sociedade
amalgamando-a numa cultura debaixo do senhorio de Cristo. A Comissão Cultural
diz respeito à restauração da criação através da construção de uma sociedade
para a glória de Deus. Através da graça comum*, o homem pode produzir uma
cultura que reflita a ordem original da criação em todos os aspectos da vida
humana. Deus criou o homem para ser seu agente em seu reino, para governar e
dominar o resto da criação. O poder e autoridade do ser humano para o exercício
desse governo tem a sua origem no desejo de Deus de fazer o ser humano à sua
própria imagem e semelhança. A graça comum é a fonte de toda a ordem, o
refinamento, a cultura, a virtude comum, etc., que encontramos no mundo, e
através dela é que o poder moral da verdade no coração e na consciência é
aumentado, e as paixões maléficas dos homens são restringidas. Na verdade, é a
graça comum que impede este mundo de ser transformado num inferno. Contudo, sem
a iluminação do Espírito Santo, a graça comum é incapaz de produzir salvação. O
parágrafo seguinte, escrito pelo Dr. S. G. Craig estabelece de maneira muito
clara as limitações da graça comum: - "O Cristianismo entende que educação
e cultura, que deixam Jesus Cristo fora de consideração, enquanto possam fazer
homens mais inteligentes, polidos, brilhantes, não têm o poder para mudar dos
seus caracteres. Quando muito tais coisas em si mesmas podem limpar o exterior
do recipiente, sem no entanto afetar a natureza do seu conteúdo. Aqueles que
depositam a sua confiança na educação, na cultura e em coisas afins, assumem
que tudo o que seja necessário para transformar uma oliveira selvagem numa
oliveira boa é regar, podar, cultivar e assim por diante, enquanto que o que a
árvore precisa, em primeiro lugar, é seja enxertada com um broto de uma
oliveira boa. E até que isto seja feito, todo trabalho dispensado à árvore é na
maior parte jogado fora. Nós não subestimamos o valor da educação e da cultura,
e todavia alguém poderia tanto supor-se capaz de purificar as águas de um rio
simplesmente em melhorando as margens do mesmo, como também supor que estas
coisas, próprias de si mesmos são capazes de transformar os corações dos filhos
dos homens .... como um antigo provérbio Judeu diz: "pegue uma árvore de
frutos amargos e plante-a no jardim do Éden e regue-a com as águas dali; e
deixe o anjo Gabriel cuidar dela, e a árvore ainda assim produzirá frutos
amargos."”]
3. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-mii-3tr11-acomissaoculturaleagrandecomissao.htm
4. O texto entre aspas
foi extraído de: ‘Graça Comum’, por Loraine Boettner, disponível no Blog
Monergismo: http://www.monergismo.org.br/;
3. O
poder impactante do Evangelho em tempos sombrios. Apesar de vivermos em uma cultura decadente,
caótica e sombria, o povo de Deus é capaz de testemunhar a graça divina e
transformar a realidade social, política e econômica da presente era. Tal
transformação se dá primeiramente com a correta compreensão de que o mundo jaz
no maligno (1Jo 5.19), mas não lhe pertence. O deus deste século cegou o
entendimento dos incrédulos (2Co 4.4). O Inimigo de Deus, depois da Queda,
intrometeu-se na Criação e agora tenta subjugá-la. Entretanto, com a morte e a
ressurreição de Jesus Cristo, o Criador contra-atacou mostrando que intervém e
que tem o controle da História. Além disso, Ele nos comissionou para fazer a
sua obra. Assim vivendo a dimensão presente do Reino, o povo de Deus pode
influenciar o mundo com o poder do evangelho (Rm 1.16). [Comentário: Nosso testemunho tem
de ser mais eloqüente do que nossas palavras; somente assim agradará a Deus. Testemunho
significa uma declaração fundamentada, comprovada, testada, confirmada ou
declarada ter visto, ouvido ou conhecido. Testemunho cristão é a postura ética
e bíblica que o crente exerce na sociedade em que vive. Uma das coisas mais
importantes na vida de um seguidor de Jesus, que é também chamado de cristão, é
o seu testemunho, ou seja, é a vivencia, na prática, daquilo que ele fala ou
diz que é. Não devemos apenas darmos testemunho, mas também sermos testemunhas,
foi o que Jesus encomendou aos seus discípulos quando partiu, logo antes do
pentecostes: At 1.8 Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo,
e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria,
e até os confins da terra. Implica em testemunhar de Cristo, não apenas sendo
parecido com Ele em seu caráter, mas também em sua fé e poder ao pregar o
evangelho. Todos os crentes devem ter um alto padrão ético, mas também todos
devem ter os sinais poderosos de Deus os acompanhando em seu testemunho
cristão, revelando ao mundo que Jesus está vivo e quer a glorificação e
exaltação do Pai através de nós. Mc 16.17 E estes sinais acompanharão aos que
crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em
serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e
porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados.]
Pense!
A verdade do Evangelho não está confinada ao ambiente da Igreja. Ela
abrange cada centímetro do universo.
Ponto Importante
Apesar de vivermos em uma cultura decadente, caótica e sombria, o povo
de Deus é capaz de testemunhar a graça divina e transformar a realidade social,
política e econômica da presente era.
II.
RELEVANTES COMO O SAL
1. “Vocês
são o sal da terra”. O sal é
um elemento útil na culinária. Podemos usá-lo tanto para dar sabor quanto para
conservar os alimentos. Ao dizer que os discípulos são o sal da terra, Jesus
destaca o papel relevante que podemos exercer em seu nome na sociedade. Quando
o evangelho é pregado e vivido em toda a sua pureza, a Igreja torna-se o
tempero gracioso para um mundo decadente (Ef 3.10,11; 1Pe 2.9). Imagine como
seria a história da humanidade sem o tempero dos crentes sobre a face da terra?
Através dos séculos, encontramos vários exemplos da influência transformadora
da Igreja no mundo: a Reforma Protestante foi um marco divisor da história
mundial; o Avivamento Wesleyano do Século XVIII afetou poderosamente a história
e a cultura britânica; o Avivamento Pentecostal moderno iniciado na Rua Azusa
tem promovido, até hoje, resultados extraordinários para a civilização. Todos
esses eventos demonstram que Deus se importa com a história e nela intervém com
a sua soberana vontade. [Comentário: Os cristãos são o sal da terra. Dois dos valores do sal
são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão e a igreja,
portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o
mal e a corrupção na sociedade. Cristo identifica seus discípulos como o ‘sal
da terra’. Precisamos saber qual é a função do cristão como sal da terra. Para
isso é importante atentarmos para o valor e a função do sal. O termo sal vem do
grego hals, halos, que tanto significam sal como mar. O valor primário do sal
não estava em seu uso como condimento, mas na sua capacidade de preservar. Era
utilizado para conservar carnes sem que estas apodrecessem e também, para dar
sabor aos alimentos. Estas são as duas principais funções do sal: preservar e
dar sabor (Jó 6.6). Acreditava-se que o sal possuía propriedades curativas (2Rs
2.19-22), sendo também usado nas ofertas sacrificiais (Lv 2.13). É importante
salientar que, o sal como elemento químico pode perder seu sabor, pode
tornar-se insípido e assim tornar-se inútil e sem nenhum valor (Mt 5.13). “Ao
ser recolhido da região do Mar Morto, uma parte do sal era boa para salgar e
cozinhar, mas a outra havia perdido o seu sabor. Esse sal, porém, não era
jogado fora. Eles o guardavam no templo de Jerusalém e quando as chuvas de
inverno tornavam escorregadios os pátios de mármore, o sal era espalhado pelo
chão para reduzir o perigo de quedas. Portanto, o sal que perdeu o sabor é
pisado pelos homens”[2]. O sal, que difere do material ao qual é aplicado,
mesmo em pequenas quantidades, permite que a matéria salgada seja preservada. O
crente difere de todas as outras criaturas humanas. Nós somos tão diferentes
daqueles não regenerados quanto Jesus era da sociedade de seu tempo. Os padrões
morais atuais não se coadunam com o padrão do Evangelho. O crente como
embaixador do Reino tem que ser santo em toda a sua maneira de viver (Mc 9.50).
Se o crente perder o gosto, se tornará inútil como cristão (Mt 5.13). Nas
beatitudes, Cristo descreve o caráter essencial dos cidadãos do Reino, e a
metáfora do sal demonstra a influência benéfica dos crentes à medida que eles
penetram a sociedade secular. O crente deve ser obstáculo à expansão da
corrupção no mundo5.]
2. Cadê o
sabor do sal que estava aqui? “E se o
sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se
lançar fora, e ser pisado pelos homens” (v.13). Aqui o Mestre adverte do perigo
de se perder a essência do sal. Quando possui sabor, o cristianismo é realmente
útil para atender às diversas necessidades do homem. Porém, insípido, se resume
à mera religiosidade formal, inútil para promover qualquer mudança. Guarda-nos,
Deus, de perdemos o sabor de Cristo em nossas vidas, tornando-nos servos
inúteis (Mt 25.30) ou árvores infrutíferas (Jo 15.1). Devemos estar temperados
com a graça! [Comentário: Essa função de sal é outorgada ao crente individualmente,
não à Igreja enquanto coletividade. Não é para a Igreja ser, é para os membros
da Igreja, na sua individualidade, serem. A responsabilidade do crente em
salgar e preservar não pode ser descuidada. Quando, pela graça de Deus,
praticamos o ensino de Cristo nas bem aventuranças, estamos transmitindo ao
mundo corrompido o sabor do evangelho de Cristo. A única saída para esta
sociedade desprovida da glória de Deus (Rm 3.23) é o sal do evangelho de
Cristo. O sal tem a característica de preservar os alimentos de sua corrupção.
Da mesma forma, a conduta cristã é útil para refrear a corrupção do mundo.
Somente o crente fiel pode transmitir sabor ao mundo. Que responsabilidade
temos diante do Senhor. Ele quer nos usar como seus instrumentos para tornar seu
evangelho conhecido no mundo e salvar outros pecadores. Por meio do testemunho
pessoal dos membros do Corpo de Cristo, o Senhor está chamando pecadores do
mundo corrompido para desfrutar das bênçãos do seu Reino. Que Deus nos ajude a
transmitir o sabor do evangelho de Cristo com a nossa conduta para a glória do
seu nome e o crescimento do seu Reino. De fato o mundo é corrupto e continuará
sendo até o dia da volta de Cristo. Não é por causa de nossa boa conduta que o
mundo vai deixar de ser corrupto. Porém, o mundo seria muito pior sem a
presença influenciadora dos crentes fiéis através de suas orações e conduta. O
Senhor nos chama a agir positivamente como o sal da terra6.]
3. Não
confunda! Não é correto associar
relevância social da Igreja com o seu crescimento numérico, pois nem sempre
quantidade representa qualidade espiritual. Se o aumento da população
evangélica não for fruto de genuíno avivamento pela Palavra, não haverá
testemunho público impactante. Por outro lado, mesmo em pequena quantidade,
cristãos comprometidos com o Reino fazem a diferença onde estiverem, assim como
ocorreu com a Igreja Primitiva. Apesar de ser minoria, cheios do Espírito
Santo, os crentes do primeiro século davam grande testemunho da fé em Cristo
(At 4.33). Relevância também não significa ativismo social e político dos
crentes. A utilidade cristã na esfera pública ocorre de maneira natural, como
consequência da vivência contínua e duradoura dos discípulos sob o senhorio de
Cristo. Afinal, a Igreja não é uma organização, é um organismo vivo (1Co
12.12)! Cabe realçar, por fim, que a busca por relevância social jamais pode
nos fazer esquecer da vocação evangelística da Igreja (Lc 9.2; 1Co 9.16). A
transformação social somente ocorre após a redenção das pessoas a Cristo! [Comentário: Segundo o sociólogo
Rodolfo Amorim, as religiões históricas devem desempenhar duas funções básicas:
a primeira seria apresentar a mensagem de salvação pessoal num relacionamento
com Deus e a segunda seria fornecer uma lente para interpretarmos o mundo. De
acordo com o sociólogo a igreja brasileira não tem respondido adequadamente a
segunda função. Ela ficou restrita ao âmbito privado, ou seja, uma dimensão
muito estreita da vida, e pior, aceitou essa condição cultural. Amorim diz: Segundo essa proposta cultural, os cristãos
poderiam viver e expressar sua fé apenas na esfera privada da vida, sem direito
a voz ou participação concreta nas questões fundamentais de interesse público,
como política, mídia, ciências e educação7. Comumente ouvimos nas pregações que a igreja não foi
feita para ficar entre quatro paredes, porém, no entendimento da maioria, sair
das quatro paredes é fazer somente evangelismo, entregando um panfleto aqui,
ajudando um missionário ali, etc. Pensar dessa maneira é não compreender a
magnitude que é ser representante de Deus fora das paredes da igreja. Diz
Stott: “Este tema é básico no Sermão do Monte. O Sermão foi elaborado na
pressuposição de que os cristãos são por natureza diferentes, e convoca-nos a
sermos diferentes na prática. Provavelmente, a maior de todas as tragédias da
igreja ao longo de sua história … tem sido a sua constância de conformar-se à
cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã”.]
7. SOUZA, Rodolfo A. C. de. In: LEITE, Cláudio A. C. (org)
Cosmovisão cristã e transformação: espiritualidade, razão e ordem social.
Viçosa: Ultimato, 2006. p. 40.]
Pense!
Na perspectiva cristã, não existe transformação social sem transformação
individual.
Ponto Importante
Não é adequado associar relevância social da igreja com o seu
crescimento numérico, pois nem sempre quantidade representa qualidade
espiritual.
III.
RESPLANDECENTES COMO A LUZ
1.
Devemos ser como “astros” no mundo. Na
Física, luz é uma onda eletromagnética. Mas, fique tranquilo. Certamente não
era sobre isso que Jesus estava se referindo quando disse que os seus
discípulos são a luz do mundo. O Mestre tinha em mente a função iluminadora,
resplandecente da luz. O princípio aqui aduzido é de que a comunidade cristã é
o luzeiro moral e espiritual de Deus neste mundo tenebroso. Em meio às trevas
morais que empalidecem e ofuscam a vida contemporânea, a Igreja faz raiar o
brilho da esperança. Com efeito, nosso compromisso com Cristo deve nos levar a
viver de uma maneira tal que sirva de modelo para as demais pessoas. O apóstolo
Paulo expressou essa verdade ao dizer que devemos ser “irrepreensíveis e
sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e
perversa, entre a qual resplandecemos como astros no mundo” (Fp 2.15). [Comentário: A primeira coisa
criada por Deus foi a luz. O uso do termo luz (Gr fôs) é antitético ao termo
trevas (Gr skotia), mas sua conceituação pode nos auxiliar a compreender o
caráter de Deus. Em geral, o termo luz na teologia desenvolvida na literatura
joanina apresenta a Cristo (Jo.8.12; 9.5; 12.36, 46) como verdadeira luz (Jo
1.9) enviado da parte de Deus (Jo 3.19; 12.46) e foi testificada pelos
apóstolos (Jo 1.7, 8; cf 1Jo 1.1-3). Entretanto, alguns usos do termo podem nos
ajudar a compreender melhor a visão de João ao denominar Deus como luz. Um dos
usos que nos chamam a atenção é a expressão “andar na luz” utilizada em
1Jo.1.7: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão
uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo
pecado“. O verbo andar em João é usado de modo normal, como o ato de mover-se,
andar, caminhar (Jo 1.36; 5.8, 9, 11, 12; 6.19) e como descrição de modo de vida.
Esse é o caso desse verso: “aquele que diz que permanece nele, esse deve também
andar assim como ele andou” (1Jo 2.6). Ou seja, aquele que afirma ser cristão
deve andar como Cristo andou, ou viver como Ele viveu. A luz em muitos aspectos
é como Deus (Tg 1.17; 1Jo 1.5). Ela é usada para representar a santidade, o
conhecimento, e o poder criador de Deus. A criação da luz é também usada como
uma figura do Novo Nascimento (2Co 4.6). Na salvação, Cristo traz luz a alma
que estava em trevas (1Jo 5.20). Vida e luz pertencem ao vocabulário
fundamental de João ao descrever a essência e a missão do Verbo encarnado.
Louis Berkhof afirma que Cristo ofereceu um sacrifício auto-suficiente pelo
pecado do mundo e que a grande e central parte da obra sacerdotal de Cristo está
na expiação. Atente-se para o texto: “Nele estava a vida, e a vida era a
luz...” Que vida? Que luz? Sem dúvida, a vida que estava no Verbo era a vida de
Deus. Vida substancial, sem a qual nenhuma vida existiria no universo. Esta
vida é também luz, para iluminar as criaturas humanas, que não conheciam o Deus
verdadeiro. Por isso, continua o texto: “E a luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam” (Jo 1.5)[3]. "Portanto, não tenham medo deles.
Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a
se tornar conhecido. O que eu lhes digo na escuridão, falem à luz do dia; o que
é sussurrado em seus ouvidos, proclamem dos telhados.” (Mt 10.26,27-NVI). A
palavra de Deus nos diz que sem a presença de Deus no coração, somos lançados
no escuro. Tornamo-nos insensatos; ficamos incapazes de amar (a Deus e ao
próximo). O homem natural nem se dá conta de seu real problema! – (Pv 4.19). O
caminho dos ímpios é como a escuridão; tropeçam sem saber onde. Os olhos do
sábio o dirigem, mas o tolo anda na escuridão (Ec 2.14). O homem perverte todos
os padrões de verdade e moralidade (Is 5.20): (…) Ao mal chamam bem, e ao bem,
mal; (…) transformam trevas em luz, e luz em trevas, e o amargo em doce, e o
doce em amargo! A luz requer um órgão adaptado para sua percepção: 'A candeia
do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu
corpo terá luz' (Mt 6.22). Quando não há a participação dos olhos, ou quando
estes, por algum motivo, estão debilitados, a luz é inútil. O homem,
naturalmente, é incapaz de perceber a luz espiritual, já que lhe falta a
capacidade pelas coisas espirituais (1 Co 2.14). Por conseguinte, os crentes
são chamados 'os filhos da luz' (Lc 16.8), não meramente porque receberam uma
revelação de Deus, mas porque no novo nascimento eles receberam a capacidade
espiritual para isso8.]
8. Dicionário VINE, CPAD; p. 762;
2. Não esconda
a sua luz! Para cumprir a sua finalidade, a
lâmpada não pode ficar escondida. Ela precisa ser posta em local propício para
que suas ondas se propaguem em todas as direções. Igualmente, os filhos de Deus
são chamados a reluzir amplamente, fazendo-se notar em todos os segmentos. Ao
restringirmos a dimensão da nossa espiritualidade somente aos limites da Igreja
e do lar, escondemos a luminosidade que resplandeceu em nossos corações (2Co
4.6) e sobre a qual é-nos exigido testificar. Se a nossa vida é completamente
iluminada pelo Senhor, não tendo trevas em parte alguma (Lc 11.36), então o
brilho da nossa fé é igualmente integral e abrangente, capaz de alumiar o mundo
além da religião, o que inclui as grandes áreas de influência do mundo:
economia, comércio, direito, meios de comunicação, artes, educação, governo e
política. [Comentário: As vezes parece
assustador quando nos deparamos com passagens como Tg 4.17 “Aquele, pois, que
sabe fazer o bem e o não faz comete pecado”. Sim, assustador pois, o pecado não
é apenas fazer o que é errado; também é falhar passivamente naquilo que Deus
quer que façamos de bom. Pecados da negligência e da omissão. A Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal traz a seguinte nota de roda-pé deste texto: “Temos a
tendência de pensar que fazer algo errado é pecado. Mas Tiago diz que também é
pecado não fazer o que é certo (estes dois tipos de pecado às vezes são
chamados de pecados de comissão e pecados de omissão). É pecado mentir, mas
também pode ser um pecado saber a verdade e não dizê-la. É pecado falar mal de
alguém; mas também é pecado evitar uma pessoa, quando você sabe que ele ou ela
precisam de sua amizade. Você deve estar disposto a ajudar, conforme a direção
que o Espirito Santo lhe conceder. Se Deus o dirigiu a praticar um ato de
bondade, prestar um sarviço, ou restaurar um relacionamento, faça-o. Você
experimentará uma vitalidade renovada e saudável para a sua fé cristã” 8. Nosso testemunho na igreja local pode ser percebido
através do relacionamento travado com os demais membros da congregação. Através
do livro de Atos, bem como outros trechos do Novo Testamento, tomamos
conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para uma igreja
neo-testamentária. Antes de tudo, a igreja é o agrupamento de pessoas em
congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente buscam um
relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (Rm 16.3,4; 1Co
16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). Mediante o poderoso testemunho da igreja, os
pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e acrescentados à
igreja (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1Co 11.26). Uma igreja que declara
basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no livro de
Atos bem como noutros escritos do NT, deve primar com muita diligência pela comunhão
entre seus membros, engajados uniformemente em idéias, opiniões, doutrina e
ação. Em João 17.21, Jesus orou em favor da união entre os crentes, não uma
união de igrejas ou organizações, mas uma união espiritual, baseada na
permanência em Cristo, no amor a Cristo, na separação do mundo, em santificação
na verdade, em receber a verdade da Palavra e crer nela; na obediência à
Palavra e no desejo de levar a salvação aos perdidos. Faltando algum desses
fatores, não pode haver a verdadeira Koinonia que Jesus pediu em oração. “Jesus
não ora para que seus seguidores "se tornem um", mas para que
"sejam um". Trata-se do subjuntivo presente e significa
"continuamente ser um". União essa que se baseia no relacionamento
que todos eles têm com o Pai e o Filho, e na mesma atitude basilar que têm para
com o mundo, a Palavra e a necessidade de alcançar os perdidos (cf. 1 Jo 1.7)”.
Paulo quando escreveu ao seu filho na fé, o jovem Timóteo, fez uma afirmativa
que julgo relevante e muito contemporâneo, quando pensamos sobre a igreja e a
unidade do Corpo de Cristo. Declara Paulo: ‘Para que saibas como convém andar
na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.
’(1Tm. 3.15)9.]
8. Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, Rio de Janeiro,
RJ; Edição, 1995; p. 1759.
3. Luz
Pentecostal. É
significativo observar que o símbolo do batismo com o Espírito Santo e do
pentecostalismo é o fogo, em alusão a Atos 2.3. Além de aquecer, a chama
irradia luz. Consequentemente, a espiritualidade pentecostal não se restringe a
um gueto religioso; ela é capaz de impactar o mundo no poder do Espírito Santo
e fornecer uma visão distinta sobre a sociedade, iluminando-a. Podemos afirmar
que a fé pentecostal tem sempre algo a dizer, seja nos degraus do templo de
Jerusalém (At 2) ou no Areópago de Atenas (At 17). [Comentário: “Conta as bênçãos,
conta quantas são/Recebidas da divina mão/Uma a uma, dize-as de uma vez/Hás de
ver surpreso quanto Deus já fez”. Quão maravilhosa é a oportunidade de
contar as bênçãos de Deus em nossas vidas para toda a congregação. Quão
maravilhosa experiência de expressar a bondade e misericórdia de Deus para com
os seus filhos. Ora, isso tudo é muitíssimo bom e edificante. Todos se alegram
com os belos testemunhos, todos se contagiam com as ricas histórias cujo ator
principal é Deus com sua providência. Agora, nem tudo são flores. A rica
experiência do testemunho também tem sido distorcida na igreja evangélica
brasileira. Esse fato advém de duas posições erradas: a) Uns ensinam que uma bênção
não contada é um pecado contra Deus, privando a pessoa de receber outras
bênçãos; b) outros exageram na dose, e transformam os cultos em simples
testemunhais. A lógica dos que dizem pecar aqueles que não proclamam
publicamente para toda a congregação suas bênçãos, é no mínimo ridícula e sem
nenhuma base nas Sagradas Escrituras. Associar a bênção de Deus com outras
bênçãos já contadas soa como mais uma besteira proclamada nãos púlpitos
evangélicos10.]
4.
Resplandecentes para a glória de Deus. Jesus
concluiu o ensino a respeito do sal e da luz enfatizando o propósito final do
testemunho relevante dos discípulos diante dos homens: “(...) para que vejam as
vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está no céu”. Fica claro que a
iluminação cristã no mundo não é algo para a autoglorificação da Igreja. Esta
não existe para atrair os holofotes da fama, mas para ser como o farol, que
irradia luz e serve como norte para as pessoas, para a glória de Deus! [Comentário: À luz desses dois
ricos símbolos entendemos que o testemunho do cristão de uma vida transformada,
reta, justa e altruísta tem que se fazer notar em todos os segmentos da
sociedade. Assim como o sal e a luz podem ser encontrados e percebidos desde as
mais simples choupanas aos mais esplendorosos palácios, desde uma extremidade à
outra, porque são indispensáveis à vida, igualmente requer-se dos salvos uma
presença ativa e marcante que faça diferença no mundo e demonstre a excelência
do evangelho, que é poder de DEUS e salvação para todo o que crê. Mas a
relevância cristã não é um fim em si mesmo. Visa, entre outras coisas,
ocasionar o testemunho dos que são alcançados para que vejam a igreja como um o
povo de DEUS. JESUS deixou claro que a luz resplandecente permitiria que as
boas obras fossem vistas pelos homens (v.16). Não há nenhum erro em tornar
conhecidas as ações da igreja na sociedade desde que o objetivo não seja a
auto-glorificação, mas mostrar a sua relevância como um organismo espiritual
que atua em favor do bem comum, buscando, sobretudo, a salvação das almas (cf.
At 9.36-42). sal e a luz são relevantes pelo efeito que exercem.
Sem eles não haveria
qualidade de vida. Portanto, cada cristão deve ser relevante, isto é, brilhar o
máximo por JESUS, primar pela excelência espiritual, realçar a distinção entre
o crente e o mundo. Com isto todos perceberão que ser crente é muito mais do
que freqüentar a igreja. É demonstrar amor pelo próximo na mesma medida de
CRISTO (Jo 13.34). “JESUS chamara seus discípulos para serem pescadores de
homens (Mt 4.19). Ele quer que sejam, também, o sal da terra e a luz do mundo:
‘Vós sois o sal da terra’ (v.13). O Mestre proferiu essas palavras afastado das
multidões (v.1), mas com o alvo de abençoá-las por intermédio daqueles a quem
ensinava. “Os profetas eram o sal da terra de Canaã; os crentes são o sal de
toda a terra, porque devem ir por todo o mundo e pregar o Evangelho. CRISTO
disse que um punhado de discípulos seriam o sal da terra. “Os crentes são o sal da terra porque
conservam-na da corrupção, dão gosto ao que é insípido, refrescam e purificam
ao que dá mau cheiro espiritual. Não se aplica o sal aos animais vivos, mas à
sua carne depois de mortos. CRISTO quer que seus discípulos sejam o sal da
terra porque a sociedade humana está morta e, sem esse sal, estraga-se. ‘Vós
sois a luz do mundo’ (v.13): o sal opera no interior da massa; a luz opera no
exterior. A ilustração do sal fala do nosso caráter; a luz fala do nosso
testemunho. Note-se que, como CRISTO falou primeiro no sal da terra e depois na
luz do mundo, assim o caráter precede o testemunho. Em que sentido podemos ser
a luz do mundo, quando o próprio CRISTO o é (Jo 8.12), e o maior dos profetas
testificou que ele mesmo não era? (Jo 1:6-8) A resposta é que brilhamos como
luz refletida. CRISTO é como o sol que brilha com a sua própria luz. Nós somos
como a lua que brilha com a luz espelhada do sol. CRISTO não disse no Sermão do
Monte: ‘Brilhai diante dos homens’, mas disse: ‘Brilhe a vossa luz...’‘Não são
chamados para receber honra para si, mas para que DEUS seja glorificado’ (Fp
2.14, 15).” (Espada Cortante, CPAD, págs. 407- 409) Após introduzir nas bem-aventuranças as
diversas situações em que os cristãos seriam confrontados no seu dia-a-dia, e
que exigiriam atitudes coerentes com os valores do Reino de DEUS, CRISTO
apontou a relevância cristã, mediante o simbolismo do sal e da luz, como uma
característica indispensável aos que servem a DEUS. A partir de então, CRISTO
começou a descortinar os princípios éticos que dariam consistência a essa
relevância11.]
11. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-mii-3tr11-acomissaoculturaleagrandecomissao.htm
Pense!
A chama pentecostal, ao tempo em que aquece a vida espiritual das
pessoas, irradia o brilho de Cristo diante dos homens.
Ponto Importante
A Igreja não existe para atrair os holofotes da fama, mas para ser como
o farol, que irradia luz e serve como norte para as pessoas, para a glória de
Deus!
CONCLUSÃO
O intuito
desta lição introdutória foi explicitar o significado da metáfora de Jesus
sobre o sal e a luz. A alegoria enfatiza a presença ativa e transformadora da
Igreja na sociedade. O sal preserva e dá paladar; representando a relevância
cristã no mundo. A luz resplandece nas trevas, em alusão ao testemunho moral e
espiritual dos crentes diante dos homens. Com base nessas premissas, nas lições
seguintes veremos como a fé cristã encara e responde aos vários problemas
sociais, éticos e políticos que florescem nestes tempos de crise e calamidade
moral. Embora o cenário seja sombrio, não há motivos para desespero. Afinal de
contas, além de encontrarmos nas Escrituras as respostas para as questões da
atualidade, nossa esperança está em Cristo! [Comentário: vida cristã no Reino de Deus é vivida no Espírito. Todos
os crentes concordam nisso com alegria. Seria impossível ser crente, sem o
ministério do gracioso Espírito de Deus. Tudo o que temos e somos como crentes
devemos a Ele. Assim, cada crente tem uma experiência com o Espírito Santo
desde os primeiros momentos da sua vida cristã. Para o crente, a vida começa
com um novo nascimento, e o novo nascimento é um nascimento ‘no Espírito’ (Jo
3.3-8). Ele é o ‘Espírito da vida’, e é ele quem dá vida às nossas almas
mortas. Mais que isto, Ele vem pessoalmente morar em nós, de maneira que a
presença do Espírito é o privilégio que todos os filhos de Deus têm em comum.
Paulo descreve com muita maestria a nova era iniciada por Jesus como ‘o
ministério do Espírito’ (2Co 3.8). Somente o Espírito Santo pode criar uma verdadeira
comunhão entre os crentes através das escolhas e compromissos que fazemos.
Paulo aponta esta nossa responsabilidade: Vocês estão unidos na paz por meio do
Espírito. Esforcem-se, portanto, para continuar unidos desse modo. Podemos
resumir que a igreja é um vínculo de amor a Deus e ao próximo no cultivo da
comunhão verdadeira uns com os outros (amor o próximo). Qual tem sido o meu
testemunho? Como temos demonstrado nosso amor? Apenas com palavras ou em
atitudes práticas? Nós somos o sal da terra e a luz do mundo: o método de Deus
e o reflexo do brilho da luz de Cristo no mundo. Por isso, a pergunta que fica
é como a luz de Cristo tem brilhado em minha vida? O filósofo Friedrich
Nietzsche*, um ateu convicto, afirmou: “Os cristãos deviam brilhar mais; então
eu acreditaria no salvador deles. Nem todos os que se chamam cristãos são
luzes. Uma vela ainda não é uma luz, a menos que esteja acesa”. Pense nisto!] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos
está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Setembro de 2017
ESTANTE DO PROFESSOR
Comentário
Bíblico Beacon. Volume
6: Mateus a Lucas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.
HORA DA REVISÃO
1. A metáfora empregada
por Jesus a respeito do sal e da luz fala sobre qual aspecto da missão da
Igreja na Terra?
Sobre
a sua presença ativa e transformadora na sociedade.
2. De acordo com a
lição, o que é a comissão cultural da Igreja?
A
chamada para salgar e iluminar a cultura do mundo.
3. Cite três exemplos
da influência transformadora da Igreja na sociedade.
A
Reforma Protestante, o Avivamento Wesleyano do Século XVIII e o Avivamento
Pentecostal moderno iniciado na Rua Azusa.
4. Por que não é
correto associar relevância social da Igreja com o seu crescimento numérico?
Porque
nem sempre quantidade representa qualidade espiritual. Se o aumento da
população evangélica não for fruto de genuíno avivamento pela Palavra (Hb 3.2),
não haverá testemunho público impactante.
5. Qual o propósito
final do testemunho relevante dos discípulos diante dos homens?
A
glória de Deus.