LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2017
Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as
oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
que utilizam as revistas da CPAD
Lição 11: Crenças
religiosas
Data:
10 de Setembro de
2017
TEXTO DO DIA
“Porque, deixando o mandamento
de Deus, retendes a tradição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e
fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas” (Mc 7.8).
SÍNTESE
Muitas das crenças religiosas
ditas evangélicas do nosso tempo não mais reproduzem a cosmovisão do Reino de
Deus, por se conformarem com o sistema deste mundo.
AGENDA DE LEITURA
Segunda Êx 7.10-12: Imitando os sinais de Deus
Terça Nm 26.61: O perigo do fogo estranho
Quarta Pv 22.28: Não remova os marcos antigos
Quinta Ml 2.2: Bênçãos amaldiçoadas
Sexta Mc 7.9: Invalidando o mandamento de Deus
Sábado Ap 14.6: O Evangelho eterno
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
- ANALISAR o crescimento evangélico e as crenças religiosas da atualidade;
- MOSTRAR alguns dos males do sincretismo cultural e religioso do nosso tempo;
- EXPLICAR os perigos do adultério espiritual.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 1.6-12.
6 Maravilho-me de que tão depressa
passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho,
7 o qual não é outro, mas há alguns
que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um
anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado,
seja anátema.
9 Assim como já vo-lo dissemos,
agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do
que já recebestes, seja anátema.
10 Porque persuado eu agora a homens
ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos
homens, não seria servo de Cristo.
11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o
evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens,
12 porque não o recebi, nem aprendi
de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Hoje, depois de dois mil anos, o
conceito original de Cristianismo foi sociologicamente perdido, pois tudo que
se faz sob o “símbolo da cruz”, chama-se de Cristianismo, não sendo feita
nenhuma depuração, mas no início não foi assim. Ser cristão significava viver
como Cristo e jamais o negar, ainda que para isso tivessem de morrer! Não se
contaminariam com a cultura do mundo. Eles sempre estavam juntos, vivendo
integralmente a contracultura do evangelho. Esse foi o segredo da Igreja
Primitiva: produziu uma revolução cultural, pois quando a pessoa é transformada
por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado. O evangelicalismo deste tempo
pós-moderno precisa voltar ao Cristianismo puro e simples. [Um “cristão” (em hebraico: 'messianista') é uma pessoa que
tem fé em Jesus como o prometido “Cristo” ou “Messias” (literalmente, “ungido”)
e é, por definição, “um seguidor de Cristo”. O Dicionário Vine diz:
“christianos — uma palavra formada após o estilo romano, significando um
aderente de Jesus". Segundo outra fonte, os cristãos são definidos como
“os que pertencem ou são devotados a Cristo”. [1] A nota de rodapé na Bíblia de
Estudo MacArthur diz que o nome cristão era originalmente um “termo de
escárnio, significando 'do partido de Cristo'. Porém, nem todos os
comentaristas (ou tradutores) da Bíblia concordam que o nome foi dado
originalmente como uma palavra de escárnio ou desprezo. Sobre este ponto, o
erudito bíblico do século 19, Albert Barnes escreveu: “se os discípulos assumiram
o nome por si mesmos, ou se foi dado por indicação divina, tem sido uma questão
de debate. Não é provável que tenha sido dado como forma de escárnio, pois no
nome “cristão” nada havia de desonroso.” [2] Segundo outra fonte: “A palavra é
formada com o sufixo latino que designa “seguidor ou partidário” (compare-se
com os “herodianos”, em Marcos 3:6) Não existe razão válida para se pensar que
o termo era usado como escárnio. Ele simplesmente significa as pessoas que
seguem a Cristo”. [3] O primeiro nome, dado pela primeira vez em Antioquia aos
seguidores de Cristo. No Novo Testamento, ele só ocorre em 1 Pedro 4:16, Atos
11:26; 26:27,28. O nome entre eles próprios era 'irmãos', 'discípulos', 'os do
caminho' (Atos 6:1,3; 9:2), “santos” (Rom. 1:7). Como os judeus negavam que
Jesus é o Cristo, nunca deram origem ao nome 'cristãos', mas os chamavam de
'Nazarenos' (Atos 24:5). Os gentios os confundiam com os judeus, e pensavam que
eles eram uma seita judaica. Porém, começou uma nova época no desenvolvimento
da igreja quando, em Antioquia, os gentios idólatras (não meramente prosélitos
judeus dentre os gentios, como o eunuco, um prosélito circuncidado, e Cornélio,
um prosélito incircunciso do portão) foram convertidos. Então os gentios
precisaram de um novo nome para designar pessoas que não eram judeus, nem pelo
nascimento, nem pela religião. E o povo de Antioquia era famoso por sua
prontidão em dar nomes: Partidários de Cristo, Christiani, assim como
Caesariani significava os partidários de César; e um nome latino, uma vez que
Antioquia havia se tornado uma cidade latina. Mas o nome [cristão] foi
designado divinamente (como chrematizo sempre exprime, At 11.26).” [5]. De
fato, o que se depreende de tudo que já foi escrito é que os discípulos foram chamados
de cristãos, porque eles adotaram Cristo como seu Mestre, creditando a ele suas
doutrinas e seguindo o modo de vida estabelecido por ele. A igreja primitiva é
o modelo mais excelente para todas as outras, em todos os tempos, em todos os
lugares. Esta igreja tornou-se uma referência de igreja fiel, digna de ser
imitada. Ao vermos em nossos dias as mais variadas igrejas, com as mais
diversas liturgias, diferenças doutrinárias e denominações, nos perguntamos:
“Qual é a igreja que queremos ser”? Ao olharmos para a igreja no livro de Atos
2, encontraremos as marcas de uma igreja verdadeira. Alguém já disse: “Só
conseguiremos enxergar o futuro com os olhos do passado” [6].] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
[1] Anchor
Bible Dictionary, Volume I (Nova York: Doubleday, 1992) pág. 925. (O grifo é
nosso).
[2] Notas sobre o Novo Testamento, Explicativas e
Práticas, Albert Barnes, editado por Robert Frew DD, Atos (Grand Rapids: Baker
Book House, 1967) pág. 185 em inglês.
[3] Wycliffe Bible Commentary (Chicago: Moody
Press, 1962) pág. 1144 em inglês.
[4] Atos 11:26
[5] Dicionário Bíblico Fausset, A. R. Fausset
(Grand Rapids: Zondervan, 1963) pág. 126 em inglês. Seria mais correto dizer
“como chrematizo quase sempre exprime”, ou “normalmente exprime” no Novo
Testamento.
[6] https://bereianos.blogspot.com.br/2009/08/igreja-que-queremos-ser-atos-2.html
I. CRESCIMENTO EVANGÉLICO E CRENÇAS RELIGIOSAS
1. Século I.
O crescimento vertiginoso do Cristianismo, no Século I, trouxe a necessidade de
se fazer alguns ajustes, para acomodar todas as vertentes étnicas e culturais
emergentes. Diante disso, os apóstolos se reuniram em assembleia, na Cidade de
Jerusalém, para resolver esse impasse, e ali estabeleceram os comportamentos
que deveriam ser praticados por todos (At 15.20-22). As recomendações
apostólicas eram um extrato de amor, santidade e comunhão entre os cristãos do
mundo, um ponto de convergência comportamental. Os cristãos primitivos
construíram a unidade sem negociar a verdade, pois queriam seguir juntos, com
uma cosmovisão sólida e coerente, para que crescessem consistentemente,
delineando a identidade cultural cristã. Eles conciliaram o que era
aparentemente inconciliável, porque o Espírito Santo alinhou os entendimentos. [O objetivo de um concílio eclesiástico, convocado sob
orientação divina, é preservar a unidade da Igreja no ESPÍRITO SANTO e
conservar a sã doutrina. [7]. Ao retomar da primeira viagem, Paulo deparou com
um problema sério no meio. dos judeus cristãos. Ele havia descoberto a fórmula
da transculturação, ou seja, evangelizar os gentios sem os judaizar. Os
radicais que permeavam a Igreja, os judaizantes, queriam que esses novos
crentes seguissem o modus vivendi deles. Essa discussão deu origem ao Concílio
de Jerusalém. DEUS abriu a porta da fé aos gentios.. Isso era ponto pacífico
(At 11.18; 14.27). Outro problema surgiu sobre a situação deles: deviam ser
judaizados? Essa questão era séria e podia ameaçar as bases do Cristianismo.
Alguns dentre os de Jerusalém foram a Antioquia, dizendo que os gentios deviam
se tomar judeus para serem salvos. Diziam que os gentios deviam viver o modus
vivendi judaico, prescrito na lei (At 15.1,5). Isso era proveniente dos
fariseus que se haviam convertido. Eles se apresentaram como vindos da parte de
Tiago (GI 2.12), que jamais os autorizou, como ele mesmo declara (At 15.24).
Saíram da igreja em Jerusalém, realmente, mas não foram autorizados a falar em
nome dos apóstolos. Em Antioquia da Síria, eles fizeram um estrago muito
grande. Até Pedro e Barnabé se deixaram levar por essa
"dissimulação", fazendo "vista grossa" (GI 2.11- 13). Paulo
entendeu com clareza meridiana o que isso representava e com justiça ficou
revoltado. Repreendeu publicamente um dos principais líderes da Igreja
(GI2.14). O texto de Atos 15.1-5 tem ligação com o testemunho de Paulo
registrado em Gálatas 1.7 e 5.10. Esta carta foi escrita antes do Concílio de
Jerusalém, se "às igrejas da Galácia" (GI 1.1), for uma referência às
igrejas da Galácia do Sul, que Paulo e Barnabé fundaram na primeira viagem
missionária: Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe. A DECISÃO DO
CONCÍLIO:
1. "Que vos
abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos". Esse preceito diz respeito
às restrições que se referem aos alimentos sacrificados aos ídolos. Essa
matéria foi aprofundada posteriormente por Paulo (Rm 14.13-16; I Co 8. 7-15;
10.23-33).
2. Proibição do
sangue. A proibição de se alimentar de sangue está prevista na lei de Moisés
(Lv 3.17). No entanto, ele era usado como alimento ou bebida pelos gentios.
Interpretar tal
passagem, como proibição para a transfusão de sangue, sustentada pelas
testemunhas-de-jeová, é uma "camisa-de-força" e não resiste à exegese
bíblica. Primeiro, porque o sangue dessa passagem é o dos animais, e não o
humano. Pois elas seriam obrigadas a admitir que a "carne sufocada"
seja uma referência à carne humana. Em segundo lugar, porque nenhum preceito
bíblico é nocivo à vida. Essa crença das testemunhas-de-jeová é condenada por
JESUS (Mt 12.3-7).
3. Abstenção da carne
sufocada. Esse preceito está na lei de Moisés (Gn 9.5; 17.10-16; Dt 12.16,
23-25). Era muito comum entre os gentios, e ainda hoje, abater animais sem o
derramamento de seu sangue.
4. Abstenção da
prostituição. O padrão moral deles estava muito aquém do judaico-cristão..Era
grande o risco de os gentios convertidos naufragarem nessas práticas
licenciosas. Havia nos templos a chamada "prostituição sagrada".
5. Caráter dessas
regras. A expressão "destas coisas fazeis bem se vos guardardes" (v.
29) parece mais uma recomendação. Tiago acrescenta ainda: "Porque Moisés,
desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é
lido nas sinagogas" (v. 21). Isso significa que os judeus têm o alto
padrão de conduta e um modus vivendi exemplar, porque estudam sobre isso nas
sinagogas todos os sábados. Os gentios não aprenderam os bons costumes, porque
nunca tiveram quem os ensinasse. Por essa razão, o modus vivendi deles era
precário. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que afirmar que
a graça do Senhor não era suficiente. A lei de Moisés seria o complemento para
a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do judaísmo e, além
disso, confundiria com a identidade judaica. Nesse caso, era como se os
cristãos de hoje usassem o talit (manto usado pelos judeus religiosos) e o
kippar (solidéo que eles usam sobre a cabeça), alimentando-se apenas de
khasher, como os judeus; além de outros ritos, como condição para a salvação.
6. Uma questão de
consciência. Essas regras eram o mínimo que se pedia dos gentios, para não
escandalizarem os judeus cristãos. Porém, mais por amor a eles. do que um meio
de salvação. Uns acham que se trata de injunções e não ordenanças obrigatórias,
usando como base Romanos 14.13-16; 1 Coríntios 8.7-13 e 10.27-29. Os contrários
dizem que o assunto tratado por Paulo nas citações acima, é outro. [8].]
[7] Lição
11- O Primeiro Concílio da Igreja de Cristo, Lições Bíblicas do 1º Trimestre de
2011 - CPAD - Jovens e Adultos, Atos dos Apóstolos - Até aos confins da terra,
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor de Andrade
[8] Revista
CPAD - 3º Trimestre de 1996 - Atos - O padrão para a Igreja da Última Hora -
Pr. Ezequias Soares - Lição 13 - O PRIMEIRO CONCÍLIO APOSTÓLICO - CPAD.
2. Séculos XX e XXI.
O Brasil experimentou, ao longo das últimas décadas, um vertiginoso crescimento
numérico da igreja evangélica. De acordo com o IBGE, em 1980 algo em torno de
6,6% dos brasileiros eram evangélicos; em 1991, o percentual passou a 9,0%; no
ano 2000, subiu para 15,4% da população e no último censo, em 2010, o índice
saltou para 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2
milhões para 42,3 milhões). Talvez hoje os evangélicos brasileiros já totalizem
mais de 50 milhões de pessoas! No Século I, a igreja cristã cumpriu a Grande
Comissão e a comissão cultural, levando o evangelho da salvação e transformando
a cultura do mundo antigo. Hoje, entretanto, não se visualiza a existência de
uma contracultura produzida uniformemente pelas igrejas evangélicas. Prova disso
é que, não obstante esse impressionante crescimento numérico, os índices de
criminalidade, prostituição infantil, trabalho escravo, corrupção, dentre
outras mazelas sociais, não têm diminuído. Numa análise matemática, o
crescimento evangélico não está fazendo diferença na cultura nacional. Algo,
então, precisa ser mudado, pois esse não é o efeito prático do Cristianismo
puro e simples. [Seria correto
afirmarmos que a igreja está em crise, fragilizada? Certamente que os muitos
escândalos de alguns líderes a desautorizaram diante de uma sociedade perplexa.
Mas diante de tudo isso, sabemos que a Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou
coisa semelhante, mas santa e inculpável, descrita pelo apóstolo Paulo, esta as
portas do inferno não poderão prevalecer. Outra vez pergunto: Seria correto
afirmarmos que a igreja está em crise, fragilizada? A verdade é que a igreja
jamais irá perder sua beleza e relevância, até porque, como corpo de Cristo,
não precisa de paredes para aprisioná-la. É livre, dinâmica e transformadora.
Como escreve o Ver Hernandes Dias Lopes: “A igreja é chamada do mundo, está no
mundo, mas não é mundo, antes chama do mundo aqueles que devem pertencer à
família de Deus; A igreja só é relevante quando é totalmente diferente do
mundo. A amizade da igreja com o mundo é uma desastre (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17; Rm
12.2). Quando a igreja tenta imitar o mundo para atrair o mundo, ela perde sua
capacidade transformadora.”[9].]
[9] http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/a-igreja-como-agente-transformador-na-historia/-
3. Sincretismo evangélico.
Algumas crenças religiosas evangélicas pós-modernas são eminentemente
sincréticas, ou seja, misturadas com elementos cultuais da sociedade,
notadamente dos elementos cultuais místicos dos católicos, espíritas, dos
cultos afros e até das religiões indígenas. Uma miscelânea de ideias e
conceitos antagônicos, que buscam o resultado a qualquer custo. Daí advém a
realização de novenas, o uso do sal grosso, rosa ungida, a deificação de
líderes (cujo suor pode curar), a formulação de poções feitas com dezenas de ingredientes
“mágicos”, dentre inúmeras outras práticas, que indicam que os “convertidos”
permanecem prisioneiros do misticismo, embora tenham alterado o rótulo
religioso. [O texto que se segue é uma reprodução do artigo Sincretismo
Evangélico: Absorção ou Retenção?, de autoria de Humberto Ramos, disponível no
site Púlpito Cristão: “O seguimento evangélico que hoje mais cresce no Brasil é
chamado de neopentecostalismo, seguimento que, procurando adequar-se ao mundo
globalizado e plural, até onde se pode perceber, tem decidido investir em uma
gama de ingredientes encontrados nas esferas mais populares da espiritualidade
latino-americana. Amuletos, objetos sagrados, flores, água benzida (orada ou
ungida, na terminologia neopentecostal), a concepção dualista do bem e do mal,
e a elaboração de uma teologia superficial sem muitas implicações no âmbito
social, mas que na dimensão individual funda-se na relação de troca com o
divino. De forma que, contribuindo financeiramente com a Igreja, a benção será
concedida. Comparecendo sete sextas-feiras em determinada campanha, o sonho
será realizado. Tal direcionamento é tão notório que nem mesmo carece de
exemplos. Uma olhada nos programas neopentecostais na mídia televisiva basta
para se ter uma noção de como tem-se desenvolvido essa nova manifestação
religiosa. É curioso que os estudiosos ainda o considerem como sendo parte do
protestantismo. Embora possam, de fato, ainda ser chamados de evangélicos,
tem-se tornado incabível creditar a eles qualquer ligação essencial com o
protestantismo, uma vez que as suas ênfases teológicas colidem em tudo aquilo
defendido pelos reformadores. As novas liturgias, em tons de encenações
profundamente simbólicas e a mistificação de palavras, gestos e objetos,
destoam por completo do caráter iconoclasta das igrejas protestantes. Em outras
palavras, o protestantismo inicial posicionou-se radicalmente em relação a
qualquer prática supostamente oferecesse ao crente qualquer vantagem diante de
Deus ou servisse de moeda de troca para fins de recebimento de bênçãos” [10].]
[10]
http://pulpitocristao.com/2010/04/sincretismo-evangelico-absorcao-ou.html
Pense!
No lugar em que o
Cristianismo puro e simples chega há, necessariamente, mudança cultural?
Ponto Importante
Com a chegada do
Cristianismo verdadeiro há, sempre, uma revolução cultural, pois quando uma
pessoa é transformada por Cristo, o mundo ao seu redor é mudado.
II. OS MALES DO SINCRETISMO CULTURAL E RELIGIOSO
1. Pregação da cultura do mundo.
A pregação cristã deve se basear exclusivamente nas Escrituras (Sola
Scriptura), mas quando o sincretismo religioso surge, elementos culturais e
doutrinários são incorporados gerando apostasia. Exemplo disso são pregações
que ensinam e estimulam o amor ao dinheiro e às riquezas. Isso caracteriza a
igreja utilitarista, ou seja, se os resultados numéricos (e financeiros) forem
positivos, então o método e a doutrinação podem (e devem) continuar. Nessa
esteira, muito tem proliferado a famigerada teologia da prosperidade, a qual
coloca os bens materiais em posição de destaque na vida, estimulando a busca
deles. Inclusive, é bom lembrar que não foi Jesus quem disse: “Tudo isto te
darei se, prostrado, me adorares”, mas o próprio Diabo (Mt 4.9). Todo cuidado é
pouco. [Sola Scriptura,
segundo a Reforma Protestante, é o princípio segundo o qual a Bíblia tem
absoluta primazia ante a Tradição legada pelo magistério da Igreja Cristã,
quando, os princípios doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes. As
Escrituras são a única regra de fé e prática. A Bíblia é completa, dotada de
autoridade e verdadeira. “Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). Sobre a igreja
utilitarista, a revista Ultimato Online traz o seguinte artigo: “’Utilitarismo do sagrado’ - Vivemos em uma
sociedade cheia de apelos e seduções, uma sociedade em que as pessoas são
induzidas por meio de um sistema agressivo de marketing a um intenso desejo de
consumir produtos e serviços, consumo esse que gera mais insatisfação do que
qualquer outro resultado. Estes apelos são perceptíveis, também, nos ambientes
eclesiásticos, onde o sagrado é negociável e manipulável, entretanto esquecem
que o sagrado em si mesmo já seduz o ser humano, pois ele é mistério e se
relaciona na esfera do desconhecido. E se não bastasse a atração própria do
sagrado, existem pessoas que legitimam suas ações em nome de Deus para atraírem
outras a terem contato com o sagrado. Não incluo aqui apenas líderes, pastores,
ministros, mas, descrevo também cristãos comuns, sem nomes, sem cargos, membros
de igrejas que consciente ou inconscientemente, pregam o utilitarismo do
sagrado. Quantas vezes não falamos para amigos, colegas ou conhecidos que estão
passando por dificuldades: "Vai lá na igreja que Deus pode te
ajudar", ou então, "entre na campanha da vitória na minha igreja e
seu problema será resolvido", enfim, a verdade é que criamos no imaginário
do outro uma forma de comercialização com Deus, uma verdadeira relação de
barganhas com Deus. Assim, o que parece é que temos um grupo de pessoas nas
igrejas, motivado não pela busca por Deus, mas pela satisfação de necessidades
pessoais. Não podemos esquecer que a experiência com o sagrado requer de nós
seriedade, temor a Deus, que podemos traduzir como "levar Deus a
sério". Mas, infelizmente, o que percebemos é a inversão desses valores no
momento em que as pessoas não estão servindo a Deus, mas estão servindo-se de
Deus. O sagrado na pós-modernidade tem se tornado mais um objeto de consumo
entre tantos outros, e a responsabilidade para mudar essa realidade está em nós.”
[11].]
2. Humanismo secular.
Consequência indissociável do sincretismo de certas crenças ditas evangélicas é
o aparecimento do humanismo secular, — o homem se torna o centro de todas as
coisas. O humanismo tira a primazia de Deus e faz o homem assentar-se soberano;
então, assim, a obra de Deus se transforma em “ministério” desta ou daquela
celebridade, o púlpito da congregação se transforma em palco e o culto, em show.
Como se não bastasse, são outorgados títulos ufanistas aos líderes, tais como
apóstolo, patriarca, sumo-sacerdote, e até rei, dentre outros, de maneira a
identificá-lo acima dos demais líderes cristãos. Isso é humanismo secular e
trata-se de uma apostasia à fé cristã. [O humanismo secular é
uma postura filosófica (alternativamente conhecido por alguns adeptos como
"Humanismo", especificamente com H
maiúsculo para distingui-la de outras formas de humanismo) que abraça a razão
humana, a ética, a justiça social e o naturalismo filosófico, rejeita
especificamente dogmas religiosos, o sobrenatural, pseudociência ou
superstições como a base da moralidade e de tomada de decisão. Ele postula que
os seres humanos são capazes de ser éticos e morais sem religião ou sem um deus
[12]. Vivemos uma época de muitas nomenclaturas ministeriais no meio evangélico
brasileiro. Alguns líderes de diferentes denominações cristãs, mesmo atuando
nas mesmas funções, usam termos e nomes diferentes como apóstolos, pastores,
bispos, presbíteros e muitos outros. Infelizmente conseguimos identificar que
alguns ministros usam algumas nomenclaturas bíblicas por uma busca de
autoridade eclesiástica e um suposto poder espiritual, criando assim uma
visível contradição quanto ao real significado do título e dos nomes na Bíblia
[13]. É curioso observar como algumas igrejas evangélicas tem facilidade em
aceitar novidades. E é triste verificar a falta de empenho dos cristãos em
observar as Escrituras e analisá-las com sensatez e cuidado. Triste também é
saber que poucas são as igrejas que motivam seus membros ao estudo sistemático
da Bíblia, ao aprofundamento teológico, a formação de grupos de estudo e
discussão sobre as doutrinas cristãs e que verifiquem na Bíblia se as coisas
realmente são como é pregado. Aliás, não é pecado analisar se os ensinos e a
pregação estão em conformidade com as Sagradas Escrituras (Atos 17.10-11). Nestes
tempos de tantas novidades, algo chama atenção de maneira muito preocupante na
história recente da igreja: trata-se do Apostolado Contemporâneo, ou
Restauração Apostólica. Muitos têm se levantado como apóstolos nestes dias.
Apóstolos ungindo apóstolos e criando uma hierarquia apostólica. Alguns
pastores que, talvez por se sentirem menores que seus colegas de ministério que
foram ungidos como apóstolos, ungem-se a si mesmos e se auto-proclamam
apóstolos. Não há fundamento para o chamado ministério apostólico contemporâneo
pelo simples fato do mesmo não possuir respaldo bíblico. [14].]
3. Uma longa história.
A história do sincretismo do fenômeno religioso é bastante antiga. Quando
Moisés demorou a descer do monte, os israelitas fizeram um bezerro de ouro
“egípcio” e disseram que aquele era o Senhor. Jeroboão I, ao criar os altares
em Dã e Betel, iguais ao de Damasco, convenceu o povo que aqueles lugares
seriam os substitutos do Templo em Jerusalém. As consequências em ambos os
casos foram terríveis. Paulo, quando escreveu aos Gálatas repreendeu-os
severamente pelo sincretismo daquela igreja. Eles estavam colocando as
experiências religiosas acima das Escrituras. Então o apóstolo dos gentios
recomendou que não aceitassem outro evangelho, nem que fosse pregado por um
anjo (Gl 1.6-8). Qualquer “revelação” que contrariasse a “cosmovisão judaico-cristã”
deveria ser considerada uma maldição. [Sincretismo é a fusão
ou mistura de religiões ou filosofias estranhas, ou seja, é o processo pelo
qual aspectos de uma religião são assimilados ou misturados com outra, levando
a mudanças fundamentais em ambas [15]. Dentro desta miscelânea de revelações e
novidades que temos observado, é importante expressar-se sobre o caráter das
revelações: 1) as revelações nunca deverão ser colocadas acima da Bíblia. A
Bíblia é a palavra final e autoridade máxima, já que se trata da inerrante
Palavra de Deus; 2) Se a revelação está em desconformidade com a Bíblia,
descarte imediatamente tal revelação. Deus não é Deus de confusão (1 Coríntios
14.33) As experiências pessoais não podem ser colocadas acima das Escrituras
Sagradas, pois estas já contêm a revelação do propósito de Deus ao homem. O Pr Renato
Vargens escreve em seu Blog: “A Igreja
brasileira tem sido influenciada tanto pelo secularismo como pelo misticismo.
Na verdade, o adversário das nossas almas é astuto e de forma incisiva tem
atacado a igreja do Senhor. Pois bem, para nossa tristeza o comportamento de
algumas das igrejas chamadas "evangélicas", cada vez mais tem se
aproximado dos rituais espíritas. Lamentavelmente, em alguns dos denominados
templos evangélicos é comum encontrar inúmeras aberrações teológicas. Tais igrejas, de forma sincrética tem usado
em seus cultos sal grosso para espantar mal olhado, fazem a terapia do amor que
trás a pessoa amada em sete dias, acreditam em videntes espirituais, distribuem
balas consagradas para “abençoar” crianças, frequentam reuniões do descarrego,
elaboram despachos gospel, bebem a garrafada do tempo dos apóstolos, ungem com
óleo objetos inanimados, quebram maldições hereditárias, expulsam encostos,
fazem atos proféticos, e muito mais. Diante disso acredito que mais do que
nunca precisamos tomar algumas posturas imediatas tais como: 1- Fazer das
Escrituras nossa única e exclusiva regra de fé. 2- Treinar e capacitar melhor
os nossos pastores. 3- Resgatar a importância do estudo bíblico e do ensino nas
Igrejas Locais. 4- Fortalecer a Escola Bíblica. Que Deus tenha misericórdia do
seu povo e nos leve a um genuíno arrependimento” [15].]
[15] http://mestresteologiaedebates.blogspot.com.br/2012/02/o-sincretismo-religioso-dos-evangelicos.html
Pense!
A sincretização dos
rituais e doutrinas religiosas não são importantes para trazerem mais pessoas
ao conhecimento da verdade?
Ponto Importante
Paulo advertiu sobre o perigo do sincretismo religioso, alertando que
qualquer “revelação” que contrariasse o Evangelho deveria ser considerada uma
maldição
III. O PERIGO DO ADULTÉRIO ESPIRITUAL
1. Tempos trabalhosos.
Uma vez consolidada a corrupção de uma prática cristã, seja ela cultural, seja
doutrinária, aos olhos do Senhor surge um adultério espiritual, o que Deus não
tolera. Abundantes são os casos, na Bíblia, em que homens cometeram adultério
espiritual e foram severamente punidos. Podem-se citar os acontecimentos
envolvendo Nadabe e Abiú, os filhos de Eli, Uzá, Uzias, dentre outros. Episódio
igualmente impressionante foi o de Ananias e Safira (At 5.1-7). Eles mentiram
para o apóstolo Pedro, em um ambiente de culto, o que ocasionou suas mortes
imediatamente, porque não havia apenas avareza, mas também um sentimento de
zombaria, de desprezo pelas coisas do Senhor, um adultério espiritual. Isso
acendeu o zelo de Deus. O juízo foi rápido, em cumprimento ao que está escrito:
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear,
isso também ceifará” (Gl 6.7). [O Dr. R. C. Sproul nos revela que este é um problema
antigo: No Antigo Testamento, Deus esta profundamente preocupado com a pressão
e a tentação do sincretismo. Enquanto o povo de Israel se movia em direção à
Terra Prometida, foi confrontados com religiões pagãs. Os deuses cananeus, Baal
e Aserá, tornaram-se objetos da devoção dos israelitas. Posteriormente, o povo
de Deus adorou os deuses nacionais da Assíria e Babilônia. A Lei de Deus
advertia claramente a Israel não somente contra abandonar o Senhor Deus por
outros deuses, mas também contra adorar deuses juntamente com o verdadeiro
Deus. Os profetas advertiam quanto aos juízos que viriam porque o povo
modificava sua fé para acomodar doutrinas e práticas estrangeiras. (R. C.
Sproul, 3º Caderno). E que perdurou no tempo do Novo Testamento: O período do
Novo Testamento foi marcado por um sincretismo difuso. À medida que o Império
Grego se expandia, seus deuses se mesclavam com os deuses nativos das nações
conquistadas. O Império Romano também era receptivo a toda sorte de cultos e
religiões místicas. O cristianismo não ficou incólume. Os pais da Igreja não só
difundiram o evangelho, mas também lutaram para proteger sua integridade. O
maniqueísmo (filosofia dualística que via o físico como sendo mau) insinuou-se
em algumas doutrinas. O docetismo (ensino que negava que Jesus tinha um corpo
físico) foi um problema mesmo enquanto o Novo Testamento estava sendo escrito.
Muitas formas de neoplatonismo fizeram um esforço consciente para combinar os
elementos da religião cristã com a filosofia platônica e o dualismo oriental. A
história dos credos cristãos é a história do povo de Deus buscando separar-se
das tramas das religiões e filosofias pagãs. Todas as gerações de cristãos
enfrentam a tentação do sincretismo. (Idem). Assim como nos dias hodiernos: A
igreja hoje ainda enfrenta o mesmo problema. Filosofias não-cristãs, como o
marxismo ou o existencialismo buscam o poder do cristianismo enquanto renunciam
àquilo que é unicamente cristão. O sincretismo continua sendo poderosa
ferramenta para separar Deus de seu povo. (Idem).]
[17] http://mestresteologiaedebates.blogspot.com.br/2012/02/o-sincretismo-religioso-dos-evangelicos.html
2. Subcultura.
O sincretismo evangélico tende a produzir apenas uma subcultura do mundo, e não
uma contracultura do Reino, ou seja, as pessoas passam a viver com
particularidades culturais cristãs, sem, todavia,desprenderem-se do modo de
vida dominante no mundo. Há uma conformação aos moldes sociais (Rm 12.2), uma
aceitação tácita da cultura secular. Tal fato pode ser observado em algumas
crenças religiosas do tempo atual que, por exemplo, não enxergam pecado na
prática do sexo antes do casamento, aceitam a realização do aborto e do
casamento homossexual, admitem toda forma de sensualidade e desejo da carne. [No site Púlpito Cristão, o artigo ‘Sincretismo Evangélico:
Absorção ou Retenção?’, de autoria de Humberto Ramos, afirma: “São fascinantes as pesquisas que se dedicam
com esmero em explorar as nuances do sincretismo religioso, em especial o
sincretismo na esfera da Cristandade. Em se tratando do panorama nacional,
pode-se dizer que desde cedo, ao passo em que se construía uma sociedade
genuinamente brasileira – um povo resultante de uma série de misturas étnicas,
culturais e religiosas –, a fé cristã (especificamente a Católico Romana) teve
de duelar com crenças de diversos matizes. Conquanto a cristianização do Brasil
tenha sido inicialmente agressiva, solapando a cultura e as crenças dos índios
e, logo depois, dos negros trazidos para trabalharem como escravos, não pode-se
falar em vencedor neste duelo. Basta olhar para o cenário religioso brasileiro
para perceber a existência de dois tipos de catolicismo. O catolicismo
clerical, teologicamente elaborado e dogmatizado, e o catolicismo popular,
eivado de superstições e elementos originários dos cultos afroamerindios (não é
conveniente tratar aqui o catolicismo liberal, que tem crescido no seio da
Igreja Romana. Sem dúvida, houve uma absorção dos elementos das crenças
indígenas e africanas, fundindo-se com o catolicismo português (que já veio com
sua parcela de sincretismo.”[18]. Neste mesmo artigo, o autor afirma que no
protestantismo, o ramo que se degenerou com o sincretismo foi o
pentecostalismo. Claramente ele não faz distinção entre as correntes
pentecostais, mas o que podemos observar é que as igrejas neo-pentecostais são
as que apresentam esta subcultura, esta apreensão dos elementos sincréticos
antes combatidos, que agora são incorporados às suas crenças. O pentecostalismo
clássico se pauta pelas Escrituras (ainda que não devamos fazer vistas grossas
para os desvios que há entre nós), pela pureza doutrinária, pela boa influencia
do Evangelho na sociedade onde estamos inseridos.]
3. Cristianismo puro e simples.
O resultado prático de se viver o cristianismo na sua forma original é o
estabelecimento de uma contracultura capaz de responder efetivamente a qualquer
questionamento de ordem emocional, espiritual ou social. Está escrito que os
crentes primitivos “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão [...]
E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”
(At 2.42,47). [Onde o verdadeiro
Evangelho é pregado há transformação devida tanto para os que são agregados à
comunidade da fé quanto aqueles que deixam de se converter, estes gozam das benesses
do Evangelho mesmo sem dar-lhe o devido valor. Isso porque o evangelho abrange
tudo a respeito da vida, tanto nesta vida presente quanto na vida futura. Como
você se posiciona frente aos vários acontecimentos do mundo? Qual a sua opinião
a respeito do aborto e da sexualidade? Como você vê o casamento? Qual deve ser
o destino da educação e da política? À estas perguntas temos o barema das
Escrituras, são elas que norteiam nosso entendimento e conduta. Colocando em
prática esta cosmovisão, a sociedade onde estamos inseridos será influenciada.]
Pense!
As crenças
religiosas não devem se atualizar, compatibilizando-se com os avanços sociais e
políticos da sociedade contemporânea?
Ponto Importante
As denominações
evangélicas não devem, em nome da liberdade cristã, dar ocasião ao pecado, pois
sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
CONCLUSÃO
A revolução do Cristianismo
continua em ação, porém tem-se observado a ausência de identidade com Cristo de
algumas crenças religiosas “cristãs”, o que é dramático. Em qualquer tempo, o
indivíduo que se entregar ao Senhor, como fizeram os primeiros cristãos,
experimentará algo extraordinário, inigualável, e receberá uma nova vida em Cristo
(2Co 5.17), criando ao redor de si uma contracultura transformadora. [Observando o cenário atual da igreja Brasileira, parece que
as igrejas evangélicas tem abandonado a tarefa de serem contracultura; temos
esquecido nosso papel de ser a resposta e alternativa à cultura imperante, e pior
que isso, temos nos conformado em ser vistos como uma subcultura, uma fragmento
a mais, uma opção a mais no supermercado de filosofias, seitas e religiões
oferecidas no balcão da mídia. A proposta não é declararmos uma ‘guerra santa’
contra a cultura humanista ora em voga, nossa guerra não é contra carne e
sangue, não devemos estabelecer um embate entre evangélicos conservadores e
humanistas seculares sobre temas como o aborto, a educação pública e a
religião, a homossexualidade e outra quantidade de temas controvertidos. Precisamos
resgatar os valores do Reino dentro de nossas igrejas, vivê-las, ensiná-las. O
que temos visto, na verdade, é o surgimento de uma subcultura evangélica, com
os mesmos valores da cultura dominante! Com seus próprios programas e canais de
televisão, sua diversão e entretenimento, sua publicidade paga, seus
noticiários, revistas e ofertas especiais. Claro que ainda tem valores e
princípios especiais, mas na realidade representam uma cópia da cultura que
atacam. Tornaram-se uma subcultura e tem perdido a possibilidade de ser
verdadeiramente uma contra-cultura.] “... corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Setembro de 2017
ESTANTE DO PROFESSOR
HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo
em Crise. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996.
HORA DA REVISÃO
1. O considerável aumento da
população evangélica não produziu uma contracultura eficiente, pois os
indicadores ruins continuam intocados. Por quê?
Resposta pessoal.
2. Identifique pelo menos dois
exemplos do sincretismo evangélico.
Rosa ungida e o uso do
sal grosso para rituais.
3. O que é uma igreja utilitarista?
É aquela igreja na
qual, se os resultados numéricos forem positivos, então o método e a
doutrinação devem continuar. O mais útil é o melhor.
4. O que é o adultério espiritual?
Traição ao cristianismo
genuíno, a consolidação da corrupção de uma prática cristã.
5. O que é uma subcultura do mundo?
É o resultado da
mistura cultural do cristianismo com o mundo. É o viver de uma coletividade que
possui particularidades culturais cristãs, sem, todavia, se desprender do modo
de vida dominante no mundo.