LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
4º Trimestre de 2017
Título: A Obra da Salvação: Jesus
Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida
Comentarista: Pr. Claiton Ivan
Pommerening
Material de apoio gratuito aos
professores e alunos de escola dominical que utilizam as revistas da CPAD
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Lição
1
1º
de Outubro de 2017
Uma
Promessa de Salvação
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Texto Áureo
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Verdade Prática
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"E porei inimizade
entre ti e a mulher e entre atua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gn 3.15)
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A promessa da salvação
foi a resposta amorosa de Deus para reconciliar consigo mesmo o ser humano.
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Leitura Diária
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Segunda - Gn 3.1-3: A liberdade para
escolher
Terça - Gn 6.5-7: A tragédia da raça
humana
Quarta: Gn 12.2: O plano de salvação para a
humanidade
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Quinta – Is 51.4,5: A salvação e a justiça
vêm do justo Senhor
Sexta – Lc 4.18,19: Jesus, o Salvador da
humanidade
Sábado - Ef 2.8: A salvação é dom de Deus.
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Leitura
Bíblica em Classe
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Gênesis 3.9-15
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9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e
disse-lhe: Onde estás?
10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no
jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11 E Deus disse: Quem te mostrou que
estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12 Então disse Adão: A mulher que me
deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13 E disse o SENHOR Deus à mulher: Por
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que fizeste isto? E disse
a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14 Então o SENHOR Deus disse à
serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais
que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos
os dias da tua vida.
15 E porei inimizade entre ti e a
mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu
lhe ferirás o calcanhar.
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HINOS SUGERIDOS: 27, 156,291 da Harpa
Cristã
Objetivo Geral
Mostrar que a promessa da
salvação foi a resposta amorosa de Deus para reconciliar consigo o ser humano.
Objetivos Específicos
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
- Apresentar o conceito bíblico de salvação;
- Mostrara importância da doutrina da salvação;
- Saber que a salvação foi prometida ainda no Éden.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A salvação é um processo imediato (conversão) e contínuo na vida do crente
(santificação). É necessário que o nascido de novo conheça todos os benefícios
que essa dádiva, por intermédio da morte de Cristo, outorgou-lhe na cruz. A
vida plena, a paz, a alegria, a misericórdia, a graça e a bondade que o crente
desfruta provêm do milagre da salvação.
[Comentário: A salvação é a maior de todas as bênçãos espirituais que o ser humano
pode receber de Deus. Apesar disso, muitas pessoas não sabem o que ela é. Isso
se deve, em parte, ao caráter simplório e superficial de boa parte da educação
cristã ministrada em algumas denominações evangélicas e, em parte, pela ampla
divulgação de algumas doutrinas massificantes que não chegam à essência da
questão1. É importante responder uma questão: Somos salvos de quê? Na doutrina
Cristã da salvação, somos salvos da “ira”; quer dizer, do julgamento de Deus
sobre o pecado (Rm 5.9; 1Ts 5.9). Nosso pecado nos separou de Deus, e a
consequência do pecado é morte (Rm 6.23). Salvação bíblica se refere à
libertação da consequência do pecado e envolve, portanto, remoção do pecado2. Uma definição da doutrina
Cristã da salvação seria: “A libertação espiritual e eterna que Deus concede
imediatamente a aqueles que aceitam Suas condições de arrependimento e fé no
Senhor Jesus”. Salvação só é possível através de Jesus Cristo (Jo 14.6; At 4.12),
e depende de Deus para a sua provisão, garantia e segurança3. Salvação não significa apenas
livramento da condenação do Inferno. Ela abarca todos os atos e processos
redentores e transformadores da parte de Deus para com o homem e o mundo
através de Jesus, o Redentor, nesta vida e na outra.] Dito isto, vamos pensar maduramente
a fé cristã?
3. IBDEM.
PONTO CENTRAL
A promessa da salvação é a
resposta amorosa de Deus para salvar a humanidade pecadora.
I – O CONCEITO BÍBLICO DE SALVAÇÃO
1. O conceito. O significado bíblico de salvação
compreende cura, redenção, remédio, completude, inteireza, integralidade, saúde
física, mental e emocional. No sentido espiritual, salvação quer dizer que
Cristo fez a expiação pelo pecador, ocupando o lugar dele na cruz (passado),
regenerando e santificando sua vida (presente), a fim de um dia
"glorificar" o corpo dele plenamente (futuro). Assim, a salvação só é
possível por causa da obra de Cristo consumada na cruz (Hb 2.10). No sentido
prático, salvação significa livramento da condenação eterna, apaziguamento e
felicidade na vida de quem aceita Jesus como Senhor e Salvador. Essa pessoa é
nova criatura e, por isso, se esforça para compartilhar e implantar as virtudes
do Reino de Deus no mundo. [Comentário: Salvação é a libertação do perigo ou sofrimento.
Salvar é libertar ou proteger. A palavra carrega a idéia de vitória, saúde, ou
preservação. Às vezes, a Bíblia usa palavras como salvo ou salvação para se
referir à libertação temporária e física, tal como a libertação de Paulo da
prisão (Fp 1.19)4. Não somos filhos de Deus por natureza. Devemos receber a Cristo a fim
de nos tornarmos filhos de Deus. Somente Jesus pode limpar os nossos pecados e
mudar nossa natureza; 1Pd 2.24: “Carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados.” Jesus tomou
nosso lugar e derramou seu sangue a fim de nos lavar os pecados. Quantia alguma
de “boas obras” pode lavar um único pecado ou trocar nossa natureza. Salvação
ocorre quando clamamos a Jesus, crendo, para nos salvar. Então ele entra em
nossa vida e nos tornamos filhos de Deus com uma nova natureza. Embora a
salvação não seja pelas obras, a salvação verdadeira sempre produz mudança de
vida. Cristo entra mediante convite pessoal, como Senhor e Salvador para mudar
nossa vida e viver sua vida por intermédio de nós5. Trabalhar pela salvação mostra incredulidade na
suficiência de Jesus Cristo para nos salvar. Entretanto, a salvação verdadeira
e a verdadeira fé, sempre produzem boas obras! Tiago 2:20: “Queres, pois, ficar
certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?” Macieiras
produzem maçãs. Os cristãos verdadeiros produzem boas obras. As maçãs são produtos
da árvore e provam que é uma macieira. Mas já era macieira antes de produzir
maçãs. Da mesma forma, as boas obras nunca produzem um cristão; meramente
provam que essa pessoa é cristã. De acordo com 2 Coríntios 5.17: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura: as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” Devemos
ter a salvação a fim de demonstrá-la, assim como devemos ter o carro antes de
podermos demonstrá-lo!6]
6. IBDEM.
2. Salvação no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a salvação está relacionada ao escape das mãos dos inimigos, à libertação da escravidão e ao estabelecimento de qualidades morais e espirituais para a vida de quem tem Deus como seu Senhor (Is 33.22-24). Nessa perspectiva, diante das calamidades naturais (Êx 15.25), da perseguição (Jz 15.18; 2 Sm 22.3), da escravidão, das doenças e da morte, o Altíssimo prometeu salvação ao seu povo no sentido de libertá-lo (Êx 14.13; 15.2,13), livrá-lo e curá-lo (Is 38.16; 58.8) para viver uma vida longe das injustiças. Contudo, o ápice da salvação no Antigo Testamento (AT) se deu com a profecia de Isaías sobre a vida e a morte do "Servo Sofredor" (Is 53). O Antigo Testamento aponta os sacrifícios de animais para o sacrifício substitutivo de Jesus Cristo na cruz do Calvário (Hb 10.11,12); um evento vaticinado por vários profetas daquela época. Era o oferecimento de um inocente no lugar de um culpado; uma morte não merecida, mas aceita diante de Deus para remir os nossos pecados (Hb 9.22). [Comentário: O consenso prevalente entre sábios religiosos parece ser que há uma divisão intransponível entre Judaísmo e Cristianismo. Por certo há diferenças definidas na prática dos dois sistemas religiosos, mas elas têm um número significativo de características comuns. Os cristãos adoram o Messias que era um judeu praticante durante Sua vida. Todos os autores do Novo Testamento, com uma exceção, eram judeus praticantes. O Antigo Testamento, que os cristãos reverenciam como a Palavra de Deus escriturada, é um escrito distintamente judeu. Se este é o caso e Deus, Jeová, nunca muda, então o plano de salvação, restabelecendo a amizade entre pessoas pecadoras e Deus, deveria ser o mesmo. Este plano de salvação foi formulado mesmo antes da criação do universo material (1Pd 1.20. “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós;”). Enquanto a manifestação não foi dada àqueles do tempo do Antigo Testamento, o princípio, significado e eficácia do plano de salvação foram claramente conhecidos. Como Paulo escreveu em 1Coríntios 10.11 “Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” Enquanto os exemplos mencionados são manifestações da ira de Deus sobre Israel quando eles desobedeceram ou se perderam de Deus, o remédio, um sacrifício de sangue, foi experimentado no altar (1Co 10.18). Claro que no Antigo Testamento só uma pessoa, o alto sacerdote, tinha permissão de acesso à Arca da Aliança e então apenas uma vez ao ano, durante o Yom Kippur (o Dia do Perdão). Isto levaria alguém a acreditar que aqueles fora da classe sacerdotal não entenderiam completamente o que estaria ocorrendo durante este sacrifício. Porém, está razoavelmente claro pelas Escrituras do Antigo Testamento que bastante foi entendido sobre o caráter e a natureza de Deus, para conhecer Sua atitude sobre o pecado e os requisitos para remediar a separação que o pecado impôs entre o pecador e Deus. Mesmo antes do estabelecimento da nação israelense, a necessidade do sacrifício de sangue foi entendida. A oferta de Abel das “primícias” do seu rebanho atende a essa estipulação. Isto está claramente implicado, se não especificamente afirmado, no Novo Testamento. Em João 5.39. lemos: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” O testemunho era mais que somente a vinda do Messias. Ela incluía Sua morte sacrificial. Em Lucas 24.27. se afirma: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.” Já que a afirmativa inclui todas as escrituras, ela também deve incluir o sacrifício do Cordeiro de Deus. Novamente Lucas afirma em Atos 17.11. referindo-se aos crentes Bereanos: “Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” Para Paulo, as “coisas” sempre incluíam a morte, sepultamento e ressurreição do Messias7.]
7. Leia mais em: http://solascriptura-tt.org/SoteriologiaESantificacao/SalvacaoNoVelhoTestamento-JCSofield.htm
3. Salvação em o Novo
Testamento. A salvação não é
alcançada por mérito humano (Tt 2.11), pois é oferecida por Deus ao que crê
pela graça (Ef 2.8,9). Nas suas epístolas, o apóstolo Paulo é um dos que mais
esclarece os conceitos de salvação em o Novo Testamento (NT), mostrando que
essa dádiva não ocorre por intermédio da Lei, nem por meio do esforço humano,
mas única e exclusivamente pela graça divina (Gl 2.16). Pela fé, cabe ao homem
confiar em Cristo a fim de que seja redimido e justificado por meio de sua crucificação,
bem como permitir que seja santificado até o fim, tendo tal esperança por meio
de sua ressurreição (Rm 4.25). Ainda que o pecador não mereça, por intermédio
do Filho de Deus, o Pai o justifica, o perdoa, o reconcilia consigo (Rm 5.11),
o adota em sua família (Gl 4.5), o sela com o Espírito Santo da promessa (Ef
1.13) e faz dele uma nova criatura (2 Co 5.17). Assim, o Espírito Santo
capacita o crente a viver em santidade, mortificando a força do pecado,
assemelhando-o com Cristo, a fim de que o nascido de novo espere, com
confiança, pela salvação plena e gloriosa (Fp 3.21). [Comentário: Salvação é o resultado da redenção efetuada por
Jesus. Redenção foi o meio que Deus proveu para livrar o homem de seus pecados.
Salvação é o usufruto desse livramento. No sentido comum e limitado, Salvação
significa a obra que Deus realiza instantaneamente no pecador que a Ele se
entrega, perdoando-o e regenerando-o. Porém, a Salvação tem sentido e alcance
muito mais vasto. Assim considerada, significa o pleno livramento da presença
do pecado e suas conseqüências, o que somente ocorrerá na glória celestial.
Nesse sentido, a Salvação alcança também outras esferas além da humana (Cl
1.20)8. Quando João 19.30 diz: “está consumado”, que é a expressão grega
tételestai,
ele quer dizer quer tudo está pago. Isto representa a salvação para o cristão.
Tudo foi comprado no calvário. Abrange cada fase de nossas necessidades e dura
de eternidade a eternidade. Inclui a libertação do pecado no presente e a
apresentação contra as invasões do pecado no futuro (Jd 1,24-25; Tt 2.11-13).
Então, vejamos em detalhes suas fases: salvação: arrependimento, fé, conversão,
regeneração, justificação, adoção e santificação9. Regeneração ou novo nascimento. O sentido
etimológico da palavra regeneração vem do vocábulo grego paliggenesia e
significa novo nascimento ou nascer de novo. Refere-se a uma nova criação.
Regeneração é uma mudança sobrenatural e instantânea operada pelo Espírito
Santo na natureza da pessoa que recebe Jesus Cristo como Salvador. O apóstolo
João descreve a regeneração como novo nascimento, Jo 3: 3-8. Jesus fala que é
como passar da morte para a vida, Jo 5: 24. Já o apóstolo Paulo chama de nova
criatura, 2Co 5: 17; Gl 6: 15. Regeneração não é uma reforma no ser humano.
Essa reforma pertence ao plano humano, a regeneração, ao divino. A reforma é algo
ligado ao exterior; já a regeneração é a mudança interior, que vem de dentro. A
reforma afeta a conduta, já a regeneração modifica o caráter, Tt 3: 5. Justificação.
A palavra justificação vem do verbo grego dikaioo e significa declarar que uma
pessoa é justa, tornar justo. Já o substantivo dikaiósis significa
justificação, que é o ato da graça divina pelo qual Deus declara justa a pessoa
que põe sua fé em Jesus Cristo como seu salvador. Podemos ilustrar isso com um
criminoso que pode até ser perdoado pelo governo e deixa a prisão, porém leva a
culpa consigo em sua consciência, mesmo já em liberdade. Nesse caso, ele foi
perdoado, mas não justificado, visto que era culpado do crime pelo qual o levou
a prisão. Mas, no caso da pessoa justificada, ela é isentada, não porque não
mereça punição, e não pelo fato de já não mais carregar a lembrança de sua
culpa, mas porque as exigências da lei divina foram satisfeitas. Outra pessoa
tomou o lugar dele e padeceu a execução destinada a ele. A lei não tem mais o que
alegar contra ele. Na justificação, Jesus literalmente assumiu as nossas
dívidas e pagou por nós: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com
Deus, por nosso senhor Jesus Cristo”, Rm 5: 1; “Portanto, agora, nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
mas segundo o espírito”, Rm 8: 1; “Havendo riscado a cédula que era contra nós
nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do
meio de nós, cravando-a na cruz”, Cl 2: 14. Adoção de Filho. Adoção é o ato da
graça de Deus que toma como filhos aqueles que aceitaram a Jesus Cristo,
concedendo-lhes os direitos e privilégios de Jesus. A regeneração é uma mudança
de nossa natureza. A justificação é uma mudança de nossa situação diante de
Deus. A adoção é uma mudança de nossa ordem e posição de mera criatura, para
Filho: “Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do
Filho do seu amor”, Cl 1: 13. João 1: 12-13 afirma: “Mas, a todos quantos o
receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que
crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do homem, mas de Deus”. Todo ser humano pode fazer parte da
família divina através de Jesus Cristo. É fundamental aceitá-lo como único e
suficiente Salvador e Senhor de sua vida. Aqueles que já tomaram essa decisão
filhos de Deus10.]
8. Leia mais em: http://www.cacp.org.br/a-doutrina-da-salvacao/
10. Jornal Aleluia de julho de 2007.
SÍNTESE DO TÓPICO I
O conceito bíblico de salvação diz respeito à
redenção da humanidade.
II - A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO
1. A grandeza da
salvação. Embora haja, na vida do
crente, um momento de conversão, de ruptura com a velha vida e de nascimento
para a nova vida em Cristo, é necessário ter o desejo de conhecer mais a
verdade de Deus (1Tm 2.4). Nesse sentido, deve-se tomar o capacete da salvação
(Ef 6.17), ou seja, proteger a mente com as verdades salvíficas, a fim de
estarmos livres das investidas de Satanás - que busca nos colocar dúvidas - e
assim compreendermos os conceitos fundamentais dessa gloriosa doutrina, tais
como: propiciação, expiação, adoção, regeneração, santificação, perdão. [Comentário: Em Efésios 6, quando o apóstolo discorre sobre a
armadura de combate do soldado cristão, fala do capacete da salvação (v17). O
capacete cobria totalmente a cabeça, protegendo-a. Isso fala da plenitude do
conhecimento e da experiência da salvação. Este conhecimento advém do
escrutínio sistemático das Escrituras, exposição do crente à ministração das
doutrinas bíblicas constantemente. Assim, compreenderemos o que Deus fez por
nós: “Salvação é o resultado da redenção efetuada por Jesus. Redenção foi o
meio que Deus proveu para livrar o homem de seus pecados. Salvação é o usufruto
desse livramento. No sentido comum e limitado, Salvação significa a obra que
Deus realiza instantaneamente no pecador que a Ele se entrega, perdoando-o e
regenerando-o. Porém, a Salvação tem sentido e alcance muito mais vasto. Assim
considerada, significa o pleno livramento da presença do pecado e suas
conseqüências, o que somente ocorrerá na glória celestial. Nesse sentido, a
Salvação alcança também outras esferas além da humana (Cl 1.20)”11.]
11. O texto entre aspas foi extraído de: http://www.cacp.org.br/a-doutrina-da-salvacao/
2. Para compreender o que
Jesus fez. A salvação abrange todas
as dimensões da vida, por isso, embora tão simples de ser vivenciada - pois
para isso basta aceitarmos a Cristo (Rm 10.10) - muitas vezes seu processo é
lento e requer compreensões maiores. É o que se denomina "aperfeiçoamento
dos santos". Ora, embora a salvação seja um processo imediato alcançado
por meio do sacrifício de Cristo, esse aperfeiçoamento se dá por meio da
assimilação e da vivência constante na dependência de Deus em todas as áreas da
vida. Esse processo chama-se "santificação".[Comentário: No passado – justificação: É a salvação da
condenação do pecado. O crente foi salvo da condenação do pecado. A Bíblia
descreve este fato como ato passado (Rm 5.1 e 1Co 6.11). Justificação é o que
Deus fez por nós. O crente foi justificado uma só vez. Daí em diante o que
ocorrerá é a purificação (1Jo 1.9 e Jo 13.10) No presente – santificação: É a salvação
do domínio e influência do pecado. Santificação bíblica significa basicamente
separação para uso e posse de Deus. Uma boa definição é a de Paulo em Atos
27.23: “…do Senhor, de quem sou e a quem
sirvo”. Santificação não é apenas a pessoa pertencer a Deus, mas também
servi-lo. Se o leitor é um santo de Deus, certamente está servindo a Deus. Há
muita santificação por aí que pode ser tudo, menos bíblica. A santificação
posicional, deve tornar-se experimental no viver diário do crente. A
santificação é primeiramente interna, isto é, pureza interior, purificação do
pecado, refletindo isso em nosso exterior, traduzido em separação do pecado e
dedicação a Deus. É um termo ligado ao culto a Deus e consagração ao seu
serviço, conforme se vê no livro de Levítico, através de pessoas e coisas,
sacerdotes, templo, objetos etc. Quem pensa ser santo deve ser separado do mal
e dedicado a Deus para seu uso (2Tm 2.21). A santificação, como aca¬bamos de
ver, tem um lado posicional e outro prático: um santo viver. A justiça é comparada
a um vestido (Jó 29.14 e Is 59.17). Mas o corpo, que recebe esse vestido, como
deve estar? É razoável um vestido limpo em corpo sujo? A santificação é o que
Deus faz em nós. Nesse sentido, a salvação é progressiva. Uma criança nova é
perfeita, mas não é adulta. Uma frutinha é também perfeita ao formar-se, mas
não é madura (Ef 4.13). Tendo sido justificado, o crente progride e prossegue
para a perfeição, de que em seguida nos ocuparemos. Portanto, ao estudarmos a
santificação precisamos vê-la quanto à posição do crente em Jesus Cristo, e
quanto ao estado do crente em si mesmo12.]
12. O texto foi extraído de: http://www.cacp.org.br/a-doutrina-da-salvacao/
3. Para se apropriar dos
benefícios da salvação. Como
a salvação pode ser negligenciada (Hb 2.3), devemos nos esforçar para conhecer
e se apropriar de todos os seus benefícios, dentre os quais destacamos: o
livramento da condenação do inferno, a libertação do poder do pecado e do poder
das trevas (Cl 1.13), o experimentar da redenção em Cristo (1 Pe 1.18,19), a
vida segundo o Espírito (Rm 8.1), o novo nascimento (Jo 3.5) e a participação
da manifestação de Cristo em glória (Cl 3.4).
[Comentário: O Pr Elienai Cabral elenca: Paz com Deus (5.1). Acesso à graça, pela fé
(5.2). Esperança da glória de Deus (5.2). Alegria nas tribulações (5.3-5). O
amor divino derramado em nós (5.5b). O amor de Deus demonstrado a nós através da
morte de seu Filho (5.6-11)13. O primeiro benefício da salvação é a paz com Deus. O salvo passa a ter
paz com Deus e usufruir dessa paz (Rm 5.1); É declarado destituído da culpa de
Adão (Rm 8.1,33,34); É ressuscitado espiritualmente, essa ressurreição é para
um novo recomeço (Cl 2.12-14;3.1); É Vivificado (Ef 2.1-3); É Reconciliado com Deus
(Ef 2.16; 2Co.5.19); É Adotado como filho (Jo 1.12; Rm 8.16); Se torna
participante da natureza divina, santidade e justiça (2Pe 1.4b); Recebe a veste
de um novo homem (Ef 4.22,24; 2Co 5.17; Ap 22.14); O homem saí do estado de
ignorância e cegueira espiritual (Jo 8.32,36); Passa a ser membro da família
divina (Ef 2.19); Herdeiro de Deus por Jesus Cristo (Rm 8.17); Passa a ser
Cidadão dos céus (Hb 13.14; Fp 3.20); Tem agora a mente renovada (Ef 4.23; Rm 12.2;
Cl 3.2); Seu nome é arrolado no rolo dos que hão de morar no céu de Deus (Lc 10.20);
É Chamado para ser um embaixador, representante legal do reino dos céus onde
quer que esteja (Mt 28.19,20; Mc 16.15,16). As bênçãos subseqüentes à salvação
é algo sobrenatural e fazem parte exclusivamente de quem aceita Cristo como
Salvador, foi Ele que conquistou tudo isso para o seu povo, não foi homem e
muito menos as boas obras, foi exclusivamente pelo beneplácito da Sua
benevolência. Se você não está vivendo estas bênçãos percorra o caminho inverso
e verifique onde você as perdeu e conquiste-as novamente; Não façamos como Esaú
que trocou os bens espirituais pelos manjares que para nada servem se não para
o corpo físico.]
13. CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de DEUS. 5.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p.50.
SÍNTESE DO TÓPICO II
A doutrina da salvação abrange todas as dimensões
da vida.
Ill - A SALVAÇÃO PROMETIDA NO ÉDEN
1. O pecado humano. A partir do momento em que Adão e Eva
pecaram, a raça humana passou a expressar e a vivenciar a maldade (Gn 3.6,7 cf.
4.8-26). Enquanto vivia o período da inocência, o primeiro casal relacionava-se
plenamente entre si e com Deus (Gn 2.23-25). Mas a partir do advento do pecado,
o casal passaria a enfrentar conflitos entre si e com o Criador, passando a
encobrir a maldade do seu coração. A obra de Cristo, porém, realizada no
Calvário não nos permite viver hipocritamente, mas em verdade e sinceridade. Em
Jesus, a maldade do coração é substituída pela capacidade de amar, realizar
boas obras, pela fé, manifestar a bondade de Deus e cuidar do próximo. Esses
atos são consequências da salvação (Ef 2.10). [Comentário: O pecado de Adão trouxe morte (Gn 2.15-31; Rm 6.23;
1Co 15.22); Inimizade com Deus (Rm 5.10); Separação da comunhão com Deus (Gn 3.22-24;Is
59.2); o pecado de Adão ainda colocou o homem sob a condição de Filhos da
desobediência (Ef 2.2b) e Filhos da ira (Ef 2.3b; Jo 3.36; 12.47,48). “O pecado
teve seu começo com Lúcifer, a “estrela brilhante, o filho da manhã”, o mais
belo e poderoso dos anjos. Não satisfeito de ser tudo isto, ele desejou ser o
Deus altíssimo e esta foi sua queda e o começo do pecado (Isaías 14:12-15).
Renomeado Satanás, ele trouxe o pecado à raça humana no Jardim do Éden, onde
ele tentou Adão e Eva com a mesma fascinação: “sereis como Deus”. Gênesis 3
descreve a rebelião de Adão e Eva contra Deus e contra Seus mandamentos. Desde
este tempo, o pecado tem sido passado através de todas as gerações da espécie
humana e nós, descendentes de Adão, herdamos dele o pecado. Romanos 5.12 nos
diz que através de Adão, o pecado entrou no mundo e assim a morte veio a todos
os homens, porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Através de Adão, a
inclinação inerente ao pecado entrou na raça humana e os seres humanos se
tornaram pecadores por natureza. Quando Adão pecou, sua natureza interior foi
transformada por seu pecado de rebelião, trazendo a ele morte espiritual e
depravação, que seriam passadas a todos os seus descendentes. Os humanos se
tornaram pecadores não porque tenham pecado, mas pecaram porque já eram
pecadores. Esta é a condição conhecida como pecado herdado. Assim como herdamos
características físicas de nossos pais, herdamos nossas naturezas pecaminosas
de Adão. O Rei Davi lamentou sua condição de natureza humana decaída em Salmos
51.5: “Eis que em iniqüidade fui formado,
e em pecado me concebeu minha mãe.””14]
14. O texto entre aspas foi extraído de: https://www.gotquestions.org/Portugues/definicao-pecado.html
2. A transferência da
culpa. Após pecarem contra Deus,
e serem questionados pelo Criador, Adão e Eva deram respostas que mostraram a
incapacidade deles em resolver o problema do pecado, pois ambos transferiram
suas culpas para terceiros (Gn 3.12,13). Nesse contexto, Deus havia
providenciado uma solução que foi ao encontro do drama do casal: cobrir a sua
nudez com a pele de um animal (Gn 3.21). Naquele instante, o Criador "transferiu"
a culpa pelo pecado dos nossos primeiros pais para um animal inocente, cujo ato
simbolizava o sacrifício perfeito de Cristo para salvar a raça humana,
"cobrindo a nudez" do pecado do homem (Hb 9.22b). [Comentário: Foi Deus quem primeiro derramou sangue. Em Gênesis
3.21, lemos que Ele fez túnicas de peles para Adão e Eva. É óbvio que Deus
providenciou essas peles matando animais, e o padrão de sacrifício animal do
Velho Testamento certamente poderá sustentar essa conclusão. Assim, a questão
que nos encara é: "Por que Deus
matou os animais? Por que o derramamento de sangue?" Quando Adão
pecou, não apenas ele, mas sua esposa, toda a sua descendência e a criação
inteira (a terra e todos os seus habitantes) foram afastados de Deus. Essa
alienação e a sua rebelião afetaram os animais, assim como os homens, o que
pode ser facilmente visto pelo fato de que os animais, que deveriam comer
apenas ervas (Gênesis 1.30), agora comeram uns aos outros. Adão não estava em
comunhão com Deus. Estava com medo. Sentiu a sua nudez e a ira iminente de Deus
sobre ele (Gênesis 3:7-8). Seguindo isso, em Gênesis 3, vemos o pronunciamento
do julgamento de Deus e de todas as penalidades do pecado. Mas, no meio desse
julgamento, vemos um ato de Deus (fez túnicas de pele) para prover uma
necessidade do homem (e eu estava com medo, por que eu estava nu; e eu me
escondi). Agora, essa foi uma atividade encerrada em si mesma ou isso teve um
significado mais profundo? De acordo com Hebreus 10 e muitas outras Escrituras,
esse primeiro derramamento de sangue teve um significado mais profundo e mais
maravilhoso. Vemos que os sacrifícios de sangue tiveram uma relação com a
purificação do pecado (Hebreus 10.1-2). Aprendemos que o sangue de touros e
bodes não podem tirar os pecados (Hebreus 10.4). Então, aprendemos que o sangue
de Cristo de fato tira o pecado (Hebreus 10.10; 13.12). Agora, com essas duas
verdades opostas em mente, retorne a Hebreus 10.1 e você verá a proposta de
Deus ao sacrificar os animais (derramando seu sangue) e todo sacrifício do
Velho Testamento. Foi para testemunhar (em símbolo) o sacrifício reconciliador
de Cristo15.]
3. Satanás esmagado e o
pecado vencido. Deus anunciou no Éden o
que se denomina de protoevangelho, isto é, a primeira vez na história em que é
proclamado o projeto definitivo de Deus para a salvação do ser humano. O
Altíssimo jamais abandonaria o ser humano à própria sorte. Embora Satanás
tentasse eliminar o homem de vez, seu intento não passou de uma simples
tentativa de "morder o seu calcanhar" (Gn 3.15). Mas, por intermédio
da salvação outorgada na cruz. Cristo esmagou a cabeça da "Serpente"
provendo a solução definitiva para o estado caído do ser humano. A peçonha do
pecado que Satanás tentou passar à humanidade foi aniquilada pela morte
redentora de Cristo. O Criador prometeu salvação e deseja que todo ser humano
seja salvo (1Tm 2.3,4), apesar da condição de rebelado, de pecador e de inimigo
de Deus. [Comentário: o texto de Gênesis 3.15 pode ser considerado a
mais antiga promessa de Deus ao homem caído. Depois do pecado e antes de
qualquer outra providência histórica, o Senhor Deus prometeu ao homem e à
mulher que o seu resgate viria do seu Descendente. Na verdade, essa não foi uma
promessa diretamente dada a Adão, senão à serpente e por detrás dela a Satanás,
visto ser o complemento da palavra de maldição àquele que fora o incitador do
pecado16. Com a possível exceção de João 3:16, nenhum versículo na Bíblia é mais
crucial e definitivo do que Gênesis 3:15: “Porei inimizade entre você e a
mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a
cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar.” Como escreve Alec Motyer: “O todo da
Escritura não está embutido em toda escritura, mas podemos esperar
admissivelmente que toda escritura prepare e dê abertura para o todo. Isto é o
que acontece em Gênesis 3:15 “(Look to the Rock, IVP, p. 34). Várias questões
importantes emergem de repente: Primeiro, estabelece um princípio que percorre
todo o Antigo Testamento, criando a expectativa de um Redentor, que seria um
descendente (a “semente”) de Adão e Eva. Eva, portanto, prematura e
horrivelmente errada, pensou que seu filho mais velho, Caim, seria o seu
cumprimento (Gn. 4:1). Da mesma forma, em um eco deliberado desta linha de
pensamento, a aliança de Deus com o patriarca Abraão soa a nota de uma
“semente” como o badalar de um sino de igreja (Gn. 12:7; 13:15-16; 15:3, 13,
18; 17:7-10, 12, 19; 21:12; 22:17-18; e assim por diante). Ninguém ao ler a
Bíblia pode perder o fio da meada: Deus está fazendo algo na história de Israel
cuja origem está numa promessa feita no Éden. Quando Maria descobre que está
esperando um bebê, Gabriel anuncia-lhe a respeito de seu futuro filho: “Ele
será grande” (Lucas 1:32), claramente pegando uma frase já dita a Abraão e Davi
(Gn. 12:2; 2 Sm. 7:9). O “Ele” é Jesus, é claro. A Vulgata Latina traduz “ela”,
implicando que era Maria, mas esta foi uma exegese do interesse do dogma. Não é
a mulher que conquista, mas sua semente. Em segundo lugar, estabelece os
parâmetros pelos quais Deus irá redimir o seu povo dos seus pecados. Desde os
primeiros tempos, Gênesis 3:15 tem sido chamado de proto-Evangelho, porque é a
primeira indicação da intenção redentora de Deus após a queda no jardim do
Éden. Quando Adão e Eva falharam em obedecer os termos do pacto das obras (Gn
3:6), Deus não os destruiu (o que seria justiça feita), mas em vez disso
revelou Seu pacto da graça a eles, prometendo um Salvador (Gn. 3:15), aquele
que restauraria o reino recentemente destruído. O método da graça de Deus é
caro: o calcanhar do Salvador será ferido. Evidentemente, esta é uma metáfora,
a qual, no contexto, deve ser contrastada com o golpe que a serpente recebe (o
esmagamento de sua cabeça), mas é imediatamente aparente o que isso envolve — o
derramamento de sangue substitutivo. Isso parece ser o que está por trás da
provisão de peles de animais como uma cobertura para Adão e Eva em Gênesis
3:21. Sangue precisa ser derramado para o pecado ser perdoado, algo que explica
porque é que a oferta de Abel (o primogênito de seu rebanho) é aceita, mas a de
Caim (os frutos do solo) não (Gn. 4:3-5). O caminho está claro agora: “sem
derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb. 9:22). Em terceiro
lugar, este verso estabelece uma explicação cósmica para a desordem no mundo:
Satanás está em atividade. É verdade, não há menção de Satanás aqui, apenas uma
serpente. Adão e Eva são responsáveis por suas ações e são punidos
adequadamente, mas suas ações estão inextricavelmente entrelaçadas com a
malevolência da serpente. Há mais à guisa de explicação para o pecado do que o
“livre arbítrio”. A serpente é uma parte do que “o Senhor Deus tinha feito”
(Gn. 3:1), mas ela já não está mais na condição que o Senhor a tinha feito.
Gênesis delineia um véu sobre as origens e a natureza dessa rebelião (o pecado
existia antes da queda no Éden), e é revelado apenas parcialmente em outro
lugar (1 Cr. 21:1; Jó 1-2; Zc. 3:1-2; e especialmente 2 Pe. 2:4; Jd. 6). O
pecado de Eva foi mais do que algo interno; ele veio de fora, Gênesis 3:1
parece dizer. Será que a serpente realmente falou? Por que não? Mas veja como
ele cresce na Bíblia até se tornar o grande dragão vermelho de Apocalipse 12! A
serpente é um assassino e um mentiroso (João 8:44), bem como um enganador (2
Co. 11:14; Ef. 6:11). Em quarto lugar, a base da vitória do reino de Deus sobre
o reino das trevas é estabelecida desde o início. Ela é ecoado por Jesus em
Cesareia de Filipe: as “portas do inferno” estão resolutamente postas contra a
igreja de Jesus Cristo, mas Jesus assegura aos discípulos que a igreja será
vitoriosa (Mt. 16:18). A obra de redenção se desdobra no território ocupado do
inimigo, da oposição mortal e incansável de Satanás e seus servos. A inimizade
é de uma maldade e crueldade inimaginável, a qual ignoramos por nossa conta e
risco. A história da redenção não é, em certo sentido, um suspense ao final, um
conto cuja conclusão é incerta até que a última página seja virada. A natureza
exata do destino da serpente assim como o lago de fogo, não é exposta até o
final (Ap. 20:10), mas desde o início seu destino está selado. O discipulado
cristão deve ser trabalhado no contexto da garantia de vitória, em vez da perspectiva
de derrota. Devemos estar equipados e prontos para a batalha, mas com a certeza
de que a batalha decisiva com o inimigo já ocorreu, e foi vencida!17]
17. Este post foi extraído de: http://www.thegospelcoalition.org/pt/article/a-importancia-de-genesis-315
SÍNTESE DO TÓPICO III
A
salvação nos foi prometida pelo Pai no Éden.
CONCLUSÃO
Embora o homem tenha
contrariado o plano divino, desprezando o grande cuidado de Deus dispensado a
ele no Éden, o Criador imediatamente lhe providenciou um substituto através da
morte de um animal, apontando, dessa forma, para Cristo. Portanto, no Éden,
Deus apresenta duplamente o Redentor:
(1) proferindo a promessa
de redenção (Gn 3.15);
(2) sacrificando o animal
para vestir Adão e Eva (Gn 3.21).
[Comentário: Uma sangrenta guerra está sendo declarada e Deus irá remir o homem de
todo mal, quando este houver sido destruído. Isso aconteceria quando a ferida
fosse feita no calcanhar do “Descendente”. Essa ferida foi a cruz. Ali, em casa
de amigos, o Senhor foi ferido de morte, mas sua ferida não o reteve para
sempre, por isso dizer: foi-lhe ferido o calcanhar. Foi assim que Deus, em Sua
soberania, mostrou Seu amor ao homem, fazendo-lhe, logo no início de sua queda
à miserável condição de pecador, uma promessa gloriosa de redenção, o
“Proto-Evangelho” bendito que anuncia que Jesus é o Senhor da Criação e dos
filhos escolhidos de Deus.] “... corramos, com perseverança,
a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador
da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Setembro
de 2017
PARA REFLETIR
A respeito de uma promessa de
salvação, responda:
• Qual é o conceito bíblico para salvação?
O significado bíblico de salvação compreende cura, redenção, remédio,
completude, inteireza, integralidade, saúde física, mental e emocional. No
sentido espiritual, salvação quer dizer que Cristo fez a expiação pelo pecador,
ocupando o lugar dele na cruz (passado), regenerando e santificando sua vida
(presente), a fim de um dia "glorificar" o corpo dele plenamente
(futuro).
• Como se concebia a salvação no Antigo Testamento?
No Antigo Testamento, a salvação está relacionada ao escape das mãos dos
inimigos, à libertação da escravidão e ao estabelecimento de qualidades morais
e espirituais para a vida de quem tem Deus como seu Senhor (Is 33.22-24).
• Qual é a abrangência da salvação?
A salvação abrange todas as dimensões da vida, por isso, embora tão
simples de ser vivenciada, pois para isso basta aceitarmos a Cristo (Rm 10.10),
muitas vezes seu processo é lento e requer compreensões maiores.
• Qual foi a promessa de salvação que Deus fez no
Éden?
Deus prometeu que enviaria a Semente da mulher (Jesus) e que esta
Semente feriria a cabeça da serpente (Satanás), mostrando que Jesus viria ao
mundo e morreria na cruz por nossos pecados.
• Qual deve ser nossa postura diante da tão
grandiosa salvação de Jesus?
Crer no sacrifício de Cristo e se render a Ele como Salvador e Senhor.