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27 de julho de 2025

EBD JOVENS | Lição 5: Advertência contra o legalismo | 3° Trim 2025

Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)

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TEXTO PRINCIPAL

Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento).” (At 15.24).

ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:

 Quem fala “em nome da igreja” precisa clara autorização e fidelidade ao kerigma. A ausência desses elementos gera confusão e fere a alma do rebanho. Atos15.24 revela um padrão apostólico de proteção da fé: reconhecer perturbações, rechaçar ensinos não autorizados e proclamar novamente a graça. O texto fundamenta (1) a supremacia da Escritura na avaliação de qualquer manifestação espiritual, (2) a importância de estruturas colegiadas para decisões doutrinárias, e (3) a convicção de que o Espírito Santo continua operando, mas nunca em contradição com o evangelho de Cristo crucificado e ressuscitado.

 

RESUMO DA LIÇÃO

Defender o verdadeiro Evangelho implica pensar e praticar a doutrina bíblica.

ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:

 A carta visa preservar comunhão gentiojudaica. Hoje, diferenças culturais ou carismáticas devem submeterse ao evangelho central (Ef4.36). Defender o verdadeiro Evangelho não é apenas um ato de coragem, mas uma rendição radical à supremacia das Escrituras; implica pensar com a mente de Cristo, submeter-se integralmente à verdade revelada e viver uma fé que exala doutrina bíblica encarnada, mesmo quando ela colide com a cultura, desafia tradições humanas e exige fidelidade até o sangue.

 

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 2.11-16.

11. E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.

Paulo confronta publicamente Pedro porque sua conduta ameaçava comprometer a verdade do evangelho (v. 14). Mostra que nenhum líder da igreja está acima da correção quando se afasta da verdade revelada. Pedro agiu de forma incoerente com o evangelho da justificação pela fé, e isso exigiu confronto direto. (Comentário BEP)

12. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão.

 Pedro anteriormente comia com os gentios, demonstrando comunhão cristã sem distinções legais (cf. At 10–11). Por medo dos judaizantes, ele recua, dando a entender que os gentios precisavam guardar as leis judaicas para plena comunhão. Essa atitude era contrária à revelação que ele mesmo havia recebido em Atos 10 e 11. Sua conduta compromete a unidade da igreja e o ensino da salvação somente pela fé. (Comentário BEP)

13. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.

 O erro de Pedro teve efeito dominó — até Barnabé, parceiro de Paulo na missão aos gentios, foi influenciado. “Dissimulação” (πόκρισις) implica hipocrisia consciente: fingiam uma conduta motivada por temor humano, e não por convicção espiritual. Demonstra o poder devastador do mau exemplo entre líderes espirituais. (Comentário BEP)

14. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?

 Paulo aponta que a conduta de Pedro contradizia o evangelho que ele pregava. O termo grego traduzido por “direitamente” é “orthopodeo” (andar retamente) — eles estavam fora de linha com a verdade do evangelho. Ao se afastar dos gentios, Pedro implicitamente impunha o legalismo como condição para comunhão. Paulo restaura aqui a centralidade da salvação pela fé, não por obras da lei. (Comentário BEP)

15. Nós somos judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios.

 Paulo fala ironicamente ou pedagogicamente, lembrando que mesmo judeus, com toda sua herança religiosa, não são justificados pela lei. A expressão “pecadores dentre os gentios” reflete o pensamento judaico tradicional, mas Paulo subverte isso com o argumento da justificação pela fé no versículo seguinte. (Comentário BEP)

16. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.

 Versículo central da epístola e uma das declarações mais claras do evangelho da graça. Justificação: ato judicial de Deus em declarar justo o pecador com base na fé em Cristo, não no mérito humano. Obras da lei (gr. ergōn nomou) = obediência a mandamentos cerimoniais, civis e morais da Lei mosaica. A salvação é incondicional, não baseada em méritos ou tradições judaicas. A ênfase tripla (“não… mas…”, “também cremos…”, “nenhuma carne será justificada”) reforça o absoluto da graça mediante a fé. (Comentário BEP)

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INTRODUÇÃO

Nesta lição, trataremos da vivência de uma fé correta. Tal verdade é vista no conflito que aconteceu entre Paulo e Pedro, quando irmãos de Jerusalém vieram a Antioquia e Pedro sentiu-se constrangido a se afastar dos gentios para agradar aos judeus. A resposta de Paulo à essa atitude de Pedro foi registrada e pode nos servir de exemplo sobre o que pode acontecer quando uma pessoa nega, com uma atitude, um ensino das Sagradas Escrituras. O Evangelho de Jesus deve ser ensinado e defendido a todo custo, mesmo na comunidade dos santos.

 Nem todo erro doutrinário começa com heresia declarada. Às vezes, começa com um gesto, uma cadeira vazia, uma mudança de mesa, um olhar que evita outro. Foi exatamente assim em Antioquia. Pedro, apóstolo respeitado e cheio do Espírito, um dos chamados ‘Colunas da Igreja em Jerusalém’, recuou diante da pressão dos irmãos de Jerusalém. Deixou a comunhão com os gentios para manter as aparências diante dos judaizantes. Com esse simples afastar-se, ele negou com o corpo o que pregava com a boca. E Paulo não ficou calado. A repreensão pública de Paulo a Pedro (Gl 2.11-14) não foi por orgulho ou disputa de autoridade. Foi uma defesa urgente da verdade do evangelho: “O homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo” (Gl 2.16). O termo grego usado por Paulo para “justificar” é dikaióō, que carrega o peso de uma declaração legal de inocência definitiva diante de Deus, não por méritos humanos, mas pela fé no que Cristo realizou na cruz. Quando Pedro hesitou, ele não apenas errou na etiqueta social; ele ameaçou o cerne da fé cristã. Segundo Fee, Pedro agiu como se a mesa da comunhão tivesse sido cercada novamente pela cerca da Lei, e não aberta pela cruz (FEE, 2011). Esse episódio nos expõe. Quantas vezes nossa prática nega aquilo que dizemos crer? Quando nos calamos diante do erro por medo de perder aceitação. Quando preferimos a aprovação de homens à obediência à verdade. Quando trocamos a comunhão pela conveniência. Somos, então, mais parecidos com Pedro no seu silêncio do que com Paulo na sua firmeza. A mesma pressão que levou Pedro a recuar também paira sobre nós: o medo de desagradar, de ser mal compreendido, de não pertencer. Mas o chamado do evangelho é claro: andar corretamente segundo a verdade (orthopodeō tē alētheia, Gl 2.14), ou seja, alinhar vida e doutrina sem fingimento. A fé bíblica exige coerência visível. A geração atual não quer discursos decorados, quer gente que viva o que prega, que escolha a verdade mesmo quando ela custa reputação. Precisamos reaprender com Paulo que a fidelidade à doutrina é um ato de coragem espiritual, e que o Espírito Santo nos fortalece para sustentar a verdade com graça e firmeza. Não há avivamento sem fidelidade doutrinária. Não há liberdade cristã sem responsabilidade comunitária. E não há transformação sem confronto com a cruz. Este é o chamado da lição: reavaliar se estamos vivendo um evangelho coerente ou apenas adaptando-o para agradar. Como Davi diante do profeta Natã, sejamos humildes para dizer: “Pequei contra o Senhor”, e desejemos, com temor e verdade, uma vida onde fé e prática caminham lado a lado, de maneira que até nossos gestos comuniquem o evangelho que pregamos.

 

I. O CASO DE ANTIOQUIA

1. Pedro chega à Antioquia. A cidade de Antioquia da Síria é apresentada no Novo Testamento como um local onde judeus e cristãos congregavam juntos, onde culturas diferentes eram ensinadas por intermédio do Evangelho de Jesus. O apóstolo Pedro estava ali e não teve dificuldades de se adaptar àquele ambiente. Ele certamente tinha conhecimento de que a igreja em Antioquia era um ambiente onde não havia as divisões étnicas tão acentuadas, conhecidas e bem delimitadas, como era em Jerusalém. É bom lembrar também que Pedro, segundo Lucas, orientado por Deus, foi o primeiro apóstolo a tratar do Evangelho com um gentio, Cornélio, fora de Jerusalém. Não houve nenhum problema em Pedro comer com os crentes gentios em Antioquia, até que chegassem judeus vindos de Jerusalém. O verbo “comia”, no pretérito imperfeito, mostra que não foi somente em uma única ocasião que Pedro comeu com gentios, e sim em várias refeições.

 Poucas experiências dizem tanto sobre a fé cristã quanto o simples ato de sentar-se à mesa com irmãos em Cristo. Em Antioquia da Síria, esse gesto ganhava ainda mais força. Ali, em uma das comunidades mais multiculturais do Novo Testamento, judeus e gentios se assentavam lado a lado, sem as muralhas étnicas que marcavam Jerusalém. A fé em Cristo havia inaugurado uma nova realidade: um só corpo, uma só mesa, um só Espírito. E Pedro sabia disso. Ele mesmo já havia sido usado por Deus para abrir a porta do evangelho aos gentios, Cornélio e sua casa são testemunhas vivas desse avanço (At 10). Pedro compreendia, teologicamente e na prática, que a salvação não dependia da lei, mas da graça. É nesse contexto que Gálatas 2.12 se torna tão contundente. O texto diz que Pedro “comia” com os gentios (sunēsthien, do gr. Συνεσθίω, tempo imperfeito, indicando hábito contínuo). Isso revela uma convivência natural, reiterada, não forçada. Ele não estava apenas visitando os gentios; ele se misturava a eles, partilhava refeições, histórias e fé. Mas tudo muda com a chegada de alguns irmãos vindos da parte de Tiago. Pedro, por temor à crítica dos judaizantes, recua. Não diz uma palavra, mas sua ausência à mesa fala alto. Sua retirada comunica algo perigoso: que a comunhão plena exige mais do que fé, exige adesão à cultura judaica. E isso distorce o evangelho. O problema aqui não é apenas social. É teológico. Pedro, ao se afastar dos gentios, transmite a ideia de que a obra de Cristo não é suficiente para unir os diferentes. Ele reergue, com seu gesto, o muro que o próprio Cristo derrubou (Ef 2.14). Douglas Oss observa que Pedro, nesse momento, “agiu contrariamente ao princípio do evangelho que ele mesmo havia defendido”¹. Craig Keener complementa: “O comportamento de Pedro enviava a mensagem errada sobre o que era necessário para pertencer ao povo de Deus”². Paulo não se cala, porque o evangelho está em jogo. E quando o evangelho é ameaçado, o silêncio é cumplicidade. Esse relato não é apenas histórico. Ele é também um espelho. Quantas vezes, por medo de rejeição, acabamos negando, com atitudes, aquilo que dizemos crer? Quantas mesas já evitamos por pressão social, quantas pontes deixamos de construir para preservar reputações? Como Pedro, às vezes convivemos bem com a graça, até que alguém exige de nós a performance religiosa. E sem perceber, deixamos de ser fiéis ao evangelho para sermos fiéis ao grupo. Aqui, a Palavra nos confronta: estamos mesmo vivendo a liberdade que Cristo nos deu, ou estamos negociando essa liberdade para caber nos moldes de outros? Que esta lição desperte em nós uma fé que não se curva diante da pressão, que não abandona a mesa da comunhão por conveniência. Como Davi, devemos orar: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração” (Sl 139.23). A comunhão que temos com os irmãos é um reflexo do evangelho que anunciamos. E o evangelho não nos permite mesas vazias por medo, mas mesas cheias de graça, verdade e reconciliação. Que nossas atitudes estejam à altura da verdade que pregamos. Que nossa geração seja conhecida não por sua teologia apenas, mas por viver com coerência e coragem a liberdade que há em Cristo.

_______________

         1. OSS, Douglas. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

         2. KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento: versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

 

2. Os da parte de Tiago. Paulo descreve que um grupo de irmãos chegou de Jerusalém. Até aquele momento, Pedro e os que o acompanhavam estavam comendo com gentios. No mundo antigo, partilhar uma refeição significava muito mais do que simplesmente comer ao lado de uma pessoa. É possível que, em nossos dias, você divida uma mesa numa praça de alimentação com uma ou mais pessoas que você não conheça. Mas não foi esse o caso em Antioquia. Comer juntos ali implicava ter comunhão, aceitação mútua. A mesa estava sendo ocupada por irmãos em Cristo, mesmo que de culturas diferentes. Não se costumava partilhar refeições com inimigos, mas sim com pessoas que se desejava ter próximas. Pedro estava comendo e tendo comunhão com pessoas que já haviam aceitado a Jesus. Os indivíduos no entorno da narrativa não eram gentios incrédulos, mas gentios feitos filhos de Deus pelo poder do Eterno. Paulo nos diz que o grupo que veio de Jerusalém era da “circuncisão”. É possível que fossem pessoas mais intolerantes em relação ao contato com gentios. Há registros de que judeus mais envolvidos com a Lei mantinham distância de pessoas de outras culturas, a fim de não se contaminarem, por acreditarem que a proximidade com outras pessoas não judias poderia lhes deixar impuros. Esses judeus, como se entende, ouviram o Evangelho e creram em Jesus como seu Messias, mas mantinham a prática da Lei, inclusive no tocante ao distanciamento de pessoas não circuncidadas.

 "Os da parte de Tiago" (Gl 2.12) é uma expressão carregada de tensão e significado. O apóstolo Paulo está descrevendo um momento crítico na igreja de Antioquia, uma igreja multiétnica, vibrante, cheia do Espírito, e palco de profundas decisões teológicas. O cenário revela que Pedro, anteriormente, estava participando de refeições com cristãos gentios, um ato que, no contexto cultural da época, não era trivial. No mundo greco-romano e, especialmente, no contexto judaico, partilhar uma mesa significava mais do que simplesmente matar a fome; era um gesto de comunhão, aceitação e unidade. Ao contrário dos nossos tempos, em que podemos compartilhar uma mesa numa praça de alimentação com completos desconhecidos, no primeiro século, sentar-se à mesa com alguém era um sinal público de pertencimento mútuo. A mesa era um símbolo e um meio de comunhão real. Pedro, então, não estava apenas "comendo com gentios"; ele estava dizendo, com seu comportamento: “Vocês são meus irmãos. Estamos unidos em Cristo.” Contudo, quando chegaram “alguns da parte de Tiago”, judeus cristãos vindos de Jerusalém, provavelmente zelosos pela Lei, Pedro recuou. A pressão cultural e religiosa o fez temer. Esses homens eram do partido da circuncisão (Gl 2.12), ou seja, embora tivessem crido em Jesus, ainda carregavam os antigos paradigmas judaicos, acreditando que a identidade religiosa se expressava também pelo apego à Lei mosaica, inclusive evitando o contato com gentios incircuncisos (At 10.28; Ef 2.11-15). A influência farisaica ainda se fazia presente no meio cristão primitivo, mesmo após a conversão. Muitos judeus convertidos continuavam a praticar a Lei, não como meio de salvação, mas como expressão de identidade. O problema é que, ao exigirem que os gentios também fizessem o mesmo para serem plenamente aceitos, eles estavam, de forma sutil, minando a suficiência do evangelho da graça (Gl 2.16). O comportamento de Pedro, portanto, não era apenas uma questão cultural, era uma negação prática da justificação pela fé somente, pois implicava que, para estar em plena comunhão com o povo de Deus, o gentio precisaria adotar costumes judaicos. Paulo, cheio do Espírito e da verdade, não hesitou em confrontar essa hipocrisia, pois sabia que estava em jogo a integridade do evangelho (Gl 2.14).

Perceba a poderosa lição extraída aqui:

- Você já se afastou de alguém por pressão do grupo? Pedro era uma coluna da igreja, mas cedeu à intimidação social. Isso mostra que mesmo os mais maduros na fé precisam da correção fraterna. Cuidado com o evangelho mais "limpo" socialmente, mas distorcido espiritualmente. Excluir, dividir ou impor barreiras culturais é trair o evangelho da graça. Nossa comunhão deve ser determinada por nossa união com Cristo, não por costumes humanos. A nova identidade em Cristo anula barreiras raciais, culturais e cerimoniais (Cl 3.11).

 

3. A dissimulação. Devemos ressaltar que quando Paulo menciona que os judeus que chegaram como “os de Tiago”, não o faz como uma designação pessoal, pois Tiago reconheceu o ministério de Paulo aos gentios. É possível que essa observação se deva ao fato de que Tiago representava a igreja de Jerusalém. Paulo não diz o que esses homens falaram, mas mostra que a presença deles foi capaz de mudar o comportamento de Pedro. Da mesma forma que os falsos irmãos aparentemente não falaram nada, mas impunham pela sua presença a sua ideia, os que tinham vindo de Jerusalém certamente partilhavam daquelas mesmas ideias, ou Pedro não teria mudado de atitude. Para tornar mais difícil a situação, Lucas registra que Tiago não havia autorizado ninguém a trazer mandamentos diferentes: “Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento)” (At 15.24). Eles poderiam ser da parte de Tiago, mas não falavam em nome de Tiago. A atitude de Pedro envolvia muito mais do que simplesmente partilhar uma refeição. Em um momento, ele agia como se cresse que não havia mais barreiras entre judeus e gentios em Cristo, e no outro momento, com outra ação, demonstrava que as barreiras ainda existiam. Pedro se viu debaixo de uma enorme pressão, e cedeu a ela. O peso dos visitantes de Jerusalém constrangeu o apóstolo pescador a agir de outra forma.

 Quando o apóstolo Paulo se refere aos que chegaram “da parte de Tiago”, ele não está acusando Tiago de ser cúmplice daquela postura legalista. Na verdade, Tiago, líder da igreja em Jerusalém, reconheceu e aprovou o ministério de Paulo aos gentios (cf. Gl 2.9). O que Paulo faz aqui é uma referência eclesiológica: os homens que vieram representavam, ao menos externamente, a tradição judaico-cristã que ainda mantinha fortes vínculos com a Lei mosaica. Ou seja, embora convertidos a Cristo, muitos crentes judeus ainda se apegavam a práticas cerimoniais, como o distanciamento dos incircuncisos, como forma de “pureza religiosa”. Note que Paulo não relata o conteúdo de qualquer discurso dos visitantes. Não houve pregação, nem exortação direta. O que ele denuncia é ainda mais sutil e perigoso: a imposição silenciosa de uma cultura legalista pela simples presença deles. A pressão psicológica e espiritual foi suficiente para fazer Pedro recuar de sua postura anterior, onde comia e se relacionava livremente com os crentes gentios, para agora se afastar deles, como se não fossem plenamente aceitos no Reino. Essa mudança de atitude expõe uma dissimulação grave (Gr. hypokrisis), que Paulo não hesita em confrontar publicamente. O comportamento de Pedro, mesmo sem palavras, ensinava que ainda havia uma separação entre crentes judeus e gentios. E isso negava na prática a verdade do evangelho: em Cristo, não há mais distinção entre judeu e grego, pois todos são um só corpo (cf. Gl 3.28; Ef 2.14-16). Lucas, em Atos 15.24, reforça esse ponto ao registrar as palavras dos apóstolos e presbíteros de Jerusalém: “Ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma, não lhes tendo nós dado mandamento.” Ou seja, nem tudo que vem “da parte” da liderança carrega a autoridade dela. Esses homens se apresentavam como enviados de Tiago, mas falavam apenas por si mesmos. A verdadeira liderança espiritual nunca contradiz o evangelho da graça.

Pedro era um apóstolo cheio do Espírito, com um histórico notável no avanço da fé cristã (At 10). Ainda assim, ele cedeu à pressão social e religiosa. Isso nos mostra que nenhum de nós está imune à tentação de agradar homens em vez de permanecer firmes na verdade do Evangelho (cf. Gl 1.10). Hoje, também somos tentados a dissimular: seja por medo de rejeição, por pressão de grupos religiosos legalistas, ou por não querer parecer “radical demais”. Mas o evangelho da graça não permite neutralidade. Ele exige fidelidade visível. Que atitudes, ainda que silenciosas, podem comunicar uma distorção do evangelho entre os jovens? Como identificar e confrontar legalismos disfarçados de piedade? Você já sentiu pressão para se afastar de irmãos por julgamentos culturais ou religiosos?

 

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II. DOIS APÓSTOLOS EM CONFLITO

1. O poder de pressão de um grupo. Paulo descreve que Pedro mudou seu comportamento com a chegada dos irmãos de Jerusalém. Isso nos mostra que o pertencimento ou a identificação cultural com um grupo pode gerar uma grande pressão sobre uma pessoa. Paulo fala que Pedro “se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão”, numa referência clara de que o apóstolo de Jerusalém, mesmo sendo um homem de Deus, não quis ser visto comendo com gentios à mesa. Até Barnabé se deixou levar por aquela situação. Esse seria um trunfo para os judaizantes, pois ele era companheiro de missões de Paulo, e ambos haviam estado em Jerusalém para se encontrar com Pedro e Tiago. Mesmo um homem de Deus como ele foi envolvido no constrangimento causado pela ação de Pedro.

 É surpreendente como até os gigantes da fé podem tropeçar quando o medo da opinião alheia se impõe sobre a convicção da verdade. Em Gálatas 2.11-13, Paulo narra um momento tenso e decisivo: Pedro, o apóstolo que havia testemunhado a descida do Espírito Santo sobre gentios (At 10), recua diante de pressões culturais. A expressão usada por Paulo, "se foi retirando" (gr. πέστελλεν, hupestellen, imperfeito do indicativo), sugere uma ação lenta e estratégica, quase como alguém tentando disfarçar o recuo¹. Pedro, influenciado por judeus vindos de Jerusalém, passou a se afastar dos gentios com quem antes comia livremente. O medo (gr. Φόβος, phobos) dos da circuncisão o levou a preferir a aparência à verdade, a conveniência ao confronto, e a tradição ao evangelho da graça. Essa atitude de Pedro não foi um erro isolado; ela causou um efeito dominó dentro da comunidade. Até Barnabé, companheiro fiel de missões de Paulo, foi arrastado pela dissimulação. A palavra usada por Paulo para descrever esse comportamento é hipokrisis (gr. πόκρισις), termo usado no teatro para descrever atores que usavam máscaras. Era como se Pedro estivesse encenando um personagem diante dos judeus legalistas, esquecendo que a cruz de Cristo aboliu toda distinção que separava judeus e gentios (Ef 2.14). Hernandes Dias Lopes observa que “a hipocrisia de Pedro abriu uma brecha para o legalismo se infiltrar no coração da igreja”². O mais impressionante é que tudo isso aconteceu com homens cheios do Espírito. Pedro não era um neófito. Barnabé não era um crente raso. Ambos conheciam o evangelho e tinham experiências profundas com Deus. Isso nos mostra que ninguém está imune à pressão de um grupo ou à tentação de comprometer a verdade por aceitação. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal, essa crise não era apenas relacional, mas doutrinária: comprometer a comunhão à mesa era negar, na prática, a justificação pela fé³. E Paulo, em amor e zelo pela verdade, resistiu a Pedro “face a face”, não para humilhá-lo, mas para preservar a pureza do evangelho. Vivemos tempos semelhantes. Muitos jovens cristãos, mesmo bem-intencionados, têm se curvado às pressões culturais do mundo ou mesmo aos modismos teológicos das redes sociais. Quando o medo da rejeição fala mais alto que a convicção bíblica, passamos a viver disfarçados, como Pedro, tentando agradar a todos e negando, na prática, a liberdade que temos em Cristo. É hora de perguntar: estamos vivendo o evangelho com integridade ou representando personagens para não desagradar o “grupo da circuncisão” contemporâneo? Deus nos chama hoje a uma fé sem máscaras, fundamentada na verdade do evangelho e vivida com coragem. Que cada aluno e professor da Escola Bíblica Dominical olhe para este texto não como uma crítica a Pedro, mas como um espelho. Se até ele falhou, precisamos vigiar. Se Paulo teve coragem de confrontar em amor, precisamos recuperar essa ousadia. Que a graça que nos salvou nos mantenha fiéis, mesmo quando isso custar a aceitação de alguns.

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         ¹ COELHO, Alexandre. A liberdade em Cristo: Vivendo o verdadeiro evangelho conforme a carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

         ² LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2021.

 

2. Repreensão na frente de todos. “Por qual motivo Pedro foi repreendido por Paulo?” A razão era que ele estava, mediante a sua atitude, negando uma doutrina fundamental da fé cristã, que é a justificação pela fé. Não se tratava somente do choque ocasionado por duas culturas diferentes, ou de uma refeição partilhada com pessoas de outra cultura, e sim da contrariedade do poder da graça de Deus. Pedro foi repreendido por ser judeu e viver como gentio, e querer que os gentios vivessem como judeus. Mesmo sendo apóstolo, Pedro teve medo dos homens de Jerusalém. Certamente os judaizantes tinham grande influência naquela cidade, a ponto de constrangerem um apóstolo a agir daquela forma. É preciso lembrar que quando Pedro batizou Cornélio, ele foi inquirido pelos irmãos em Jerusalém, que só aceitaram as ações de Pedro depois de saberem que o Espírito Santo também havia sido derramado entre os gentios. Ser líder é ser observado, e não raro, julgado e criticado, como aconteceu nesse episódio, pois Pedro foi falar com Cornélio por ordem de Deus. Já no caso de Antioquia. Pedro cedeu à opinião dos judaizantes. Ele sabia o que era estar sob os holofotes da acusação, mas precisava saber também que impor uma forma de vida e não vivê-la era danoso para a fé.

 Pedro, o apóstolo que andou sobre as águas, que foi cheio do Espírito no Pentecostes e viu o véu da divisão entre judeus e gentios ser rasgado diante de Cornélio, precisou ser repreendido publicamente. Não por imaturidade, nem por desvio moral, mas por uma incoerência teológica grave: ao se afastar dos gentios por pressão dos judaizantes, ele feriu o cerne do evangelho, a justificação pela fé, dikaiōsis ek pisteōs (δικαίωσις κ πίστεως). Essa atitude negava na prática o que ele cria na teoria: que somos salvos pela graça, não por obras, costumes ou linhagens. Paulo, então, o resistiu “face a face” (Gl 2.11), porque a pureza do evangelho estava em jogo. A tensão em Antioquia não era uma mera questão de etiqueta cultural. Era um embate entre o legalismo disfarçado de piedade e a liberdade produzida pelo Espírito. Pedro, mesmo conhecendo o mover de Deus entre os gentios, cedeu ao medo (phobos, φόβος) da reprovação dos “da parte de Tiago”. O mesmo homem que viu o Espírito Santo descer sobre os incircuncisos agora recuava. Por quê? Porque a pressão religiosa, especialmente quando travestida de zelo pela tradição, pode ser sufocante até mesmo para os mais experientes. Como lembra o Comentário Bíblico Beacon, Pedro “agiu em dissonância com sua convicção interior”, e isso exigia correção à altura¹. Paulo, movido por zelo santo, não tolerou essa dissimulação. Ele entendeu que o comportamento de Pedro era um escândalo para os irmãos gentios, um tropeço para a fé nascente. A questão ali não era só teológica, era pastoral e comunitária. O evangelho é um chamado à coerência entre fé e prática. A Bíblia de Estudo Pentecostal ressalta que Pedro, ao ceder, comprometeu a unidade do corpo de Cristo². E Paulo, como fiel mordomo do mistério revelado entre judeus e gentios (Ef 3.6), não poderia permitir que essa unidade fosse corrompida pelo temor dos homens. Esse episódio lança luz sobre a liderança cristã e seu impacto. Ser líder não é apenas conhecer a verdade, mas encarnar essa verdade diante dos olhares atentos da comunidade. Pedro vacilou porque esqueceu que sua vida era uma epístola lida por todos (2Co 3.2). Como enfatiza Hernandes Dias Lopes, “a influência de um líder é maior do que suas palavras; ela se evidencia nas atitudes”³. E quando essas atitudes enfraquecem a graça, a exortação amorosa, ainda que firme, se torna um imperativo. Este texto nos convida a uma autoanálise profunda: estamos vivendo o evangelho da graça ou caindo, sutilmente, no legalismo travestido de santidade? Será que nossas escolhas, públicas ou privadas, confirmam a fé que professamos? A história de Pedro nos mostra que até gigantes da fé precisam de confrontos amorosos para se realinharem com a verdade. E talvez, hoje, seja a nossa vez de permitir que o Espírito nos confronte. Que sejamos como Davi, que ao ser confrontado por Natã, não endureceu o coração, mas clamou: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51.10).

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         1. STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, v. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

         2. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

         3. LOPES, Hernandes Dias. Gálatas — Comentários Expositivos Hagnos: A Carta da Liberdade Cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.

 

3. O homem não é justificado pelas obras da Lei. Paulo se vale dessa história para falar que o homem “não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo” (Gl 2.16). As obras da Lei não servem para justificar o ser humano, e sim para condená-lo, pois um único pecado faria com que toda a lei fosse transgredida, condenando, assim, o seu praticante. Nada que façamos com o objetivo de alcançar o favor de Deus para a salvação tem resultado, pois nossos pecados são uma dívida que não podemos pagar por nós mesmos, mas que foi paga por Jesus. Seguir as obras da Lei era tentar ajudar Deus a fazer o seu trabalho de nos salvar. A pergunta de Paulo é impressionante: “é, porventura, Cristo, ministro do pecado?” (Gl 2.17). Essa pergunta tem um motivo: sem perceber, os gálatas estavam tentando restabelecer a lei que foi dada aos judeus. Quem tenta restabelecer um conjunto normativo de práticas para ser declarado justo, já tendo sido justificado por Cristo, acaba se tornando participante desse conjunto normativo, e faz de Cristo participante desse cenário.

 Paulo não está apenas afirmando um princípio doutrinário quando diz que “o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo” (Gl 2.16). Ele está proclamando a revelação central do evangelho, o δικαίωσις κ πίστεως (dikaiōsis ek pisteōs) que destrói qualquer pretensão humana de autopromoção diante de Deus. A justificação, neste contexto, é uma declaração judicial de inocência, um ato soberano e gratuito do Deus triúno, que imputa a justiça perfeita de Cristo ao crente, não por seus méritos, mas exclusivamente por meio da fé, a confiança total no sacrifício vicário do Messias. A Lei, recebida por Moisés no Sinai, foi dada para revelar o padrão santo e inatingível de Deus e, portanto, tornar o homem consciente do seu pecado μαρτία (hamartia). Como Paulo enfatiza em Romanos 3.20, “pela Lei vem o conhecimento do pecado”. Mas ela não tem poder para transformar nem justificar; ela atua como um “tutor” que conduz ao Messias (Gl 3.24). Por isso, a tentativa de justificar-se pelas obras da Lei é condenada, pois a transgressão de um único preceito é suficiente para violar toda a Lei, um princípio conhecido no judaísmo como “kol ha-Torah”, a totalidade da Lei, que exige obediência perfeita para aceitação diante de Deus. Paulo provoca os gálatas com a pergunta retórica: “Porventura Cristo é ministro do pecado?” (Gl 2.17; Chrístos hypērétēs hamartías). A palavra “hypērétēs” refere-se a um servidor ou funcionário subordinado, aqui usada ironicamente para denunciar a ideia absurda de que Cristo servisse ao pecado, ou seja, que sua obra tivesse por objetivo manter ou estabelecer um sistema de condenação. Em outras palavras, ao tentar reinstituir a Lei para a justificação, os gálatas corriam o risco de “participar” novamente do jugo da condenação, tornando Cristo cúmplice involuntário desse sistema, o que é uma profanação da graça e uma violação do Evangelho da cruz. Este texto é um chamado solene para todos nós, especialmente para aqueles que se encontram tentados a um legalismo sutil. A tentação de religiosidade vazia, que tenta misturar fé com obras, esconde a incredulidade diante da suficiência da graça. Como o Comentário Bíblico Pentecostal destaca, a justificação pela fé não é uma licença para a anarquia moral, mas o fundamento de uma vida transformada pelo Espírito Santo, que produz frutos de justiça sem que estes sejam condição para a salvação, mas resposta de gratidão ao Deus que justifica¹. Além disso, a tensão entre Lei e Graça aqui exposta é também um convite para o cristão refletir sobre sua identidade e segurança em Cristo. Se a justificação dependesse das obras, jamais poderíamos experimentar paz interior e perseverança na fé. A Escritura é clara: somos declarados justos não pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós, sua vida perfeita, morte expiatória e ressurreição gloriosa. Essa realidade nos liberta para viver em novidade de vida, guiados pelo Espírito, e não sob o fardo da condenação. Por fim, a profundidade deste ensino aponta para a grandeza da redenção como mistério do amor divino. Cristo não veio para estabelecer um sistema de normas, mas para inaugurar um novo pacto, escrito não em tábuas de pedra, mas nos corações pela operação do Espírito Santo (Jeremias 31.33; 2Co 3.3). Essa nova aliança é a única base verdadeira para a nossa justificação e santificação. Portanto, que cada um examine sua própria fé, buscando não uma religião de regras, mas uma relação viva com o Deus que justifica pelo seu Filho Jesus.

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         1. COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo — Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

 

SUBSÍDIO II

“2.12 TEMENDO OS QUE ERAM DA CIRCUNCISÃO. A circuncisão envolve a remoção do prepúcio. Este ato físico era usado, originalmente, para confirmar a promessa de Deus de fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação (Gn 17.1-14). Posteriormente, passou a ser um sinal de que os israelitas estavam em um relacionamento de concerto com Deus, com base nas leis e promessas de Deus e na sua fidelidade e obediência a Ele (veja Lv 12.3; veja Rm 2.29, nota). Os ‘que eram da circuncisão’ eram cristãos judeus, particularmente na igreja de Jerusalém, que acreditavam que o sinal da circuncisão do Antigo Testamento ainda era necessário para todos os cristãos do novo concerto (veja o v.4, nota). Eles também ensinavam que os crentes judeus não deveriam comer com nenhum crente gentio não circuncidado (não judeu), que não seguisse certos costumes judaicos e não obedecesse às restrições alimentares. Pedro sabia que Deus aceitava os crentes gentios sem preconceito (At 10.34,35), no entanto negou os seus próprios princípios, por medo das críticas e pela possibilidade de perder autoridade com alguns membros da igreja de Jerusalém. O fato de se separar dos crentes gentios à hora das refeições encorajava a falsa noção de que havia dois corpos de Cristo (isto é, duas igrejas diferentes) — o judeu e o gentio.

 

2.16 JUSTIFICADOS PELA FÉ. Este é um tema essencial na epístola de Paulo aos Gálatas (da mesma maneira como foi essencial na sua epístola aos Romanos, veja Rm 3.8) Aqui, Paulo trata da questão de como os pecadores podem ser justificados (isto é, ter os seus pecados perdoados, aceitos por Deus e inseridos em um relacionamento correto com Ele). Isto não acontecerá ‘pelas obras da lei’, nem pela observância a rotinas religiosas, mas por uma fé viva e ativa em Cristo Jesus. Paulo não está anulando a lei nem negando que ela é ‘santa, justa e boa’ (Rm 7.12), mas está argumentando contra o uso da lei como a base para tentar obter o favor ou a aceitação de Deus. A salvação pela fé, devido à graça de Deus (isto é, o seu favor imerecido) e a essência da verdadeira mensagem de Cristo.” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1626).

 

III. ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO

1. Estou crucificado com Cristo. Paulo mostra que a sua fé está baseada na morte e na vida de Jesus Cristo. Na morte, crucificado com Cristo, e na vida, existindo pautado na fé no Filho de Deus. Uma vez que Jesus morreu por Paulo, Paulo se declara vivo para Cristo (Gl 2.20).

 Quando Paulo declara “Estou crucificado com Cristo” (Gl 2.20), ele não está falando apenas de um símbolo espiritual abstrato, mas de uma realidade ontológica que redefine toda a sua existência. Esta frase expressa a união mística entre o crente e o Messias crucificado, uma união tão profunda que a velha vida, marcada pelo pecado e pela escravidão da Lei, foi fatalmente “pregada na cruz” (grego susstaurōmai, συνσταυρομαι, “estar crucificado junto com”), deixando de existir em sua antiga forma. Paulo enfatiza que a fé dele não repousa em si mesmo, mas está “pautada na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. Essa é a dinâmica central da justificação e santificação cristã: a morte substitutiva de Cristo na cruz não apenas remove o pecado, mas também dá origem a uma nova vida, ressuscitada em união com o Cristo vivo. Em outras palavras, a vida do apóstolo não é mais para si mesmo, mas para aquele que ressuscitou dos mortos, uma vida definida pela ressurreição, sustentada pela fé contínua em Jesus. A profundidade desse conceito tem raízes no ensinamento paulino da “morte com Cristo” como a experiência decisiva do novo nascimento e regeneração espiritual (Rm 6.6; Cl 3.1-3). É na cruz que o “velho homem” é crucificado, e no Espírito que a nova criatura surge, capaz de caminhar na novidade da vida. Paulo expressa isso em Gl 2.20 como um paradoxo: está morto para o pecado e ao mesmo tempo vivo para Deus, pois “Cristo vive em mim” (grego: Zēi de en emoi ho Christos, ζ δ ν μο Χριστός). Essa união com Cristo implica uma transformação radical da identidade e da motivação. O apóstolo não apenas aceita passivamente a salvação; ele vive uma experiência contínua de crucificação diária, mortificando a carne (Rm 8.13) e deixando que o Espírito Santo guie sua caminhada (Gl 5.16). Sua existência se torna um eco constante da entrega suprema do Salvador, um testemunho vivo da graça que o sustenta e o capacita. Este ensino impacta diretamente a nossa vida cotidiana: a fé verdadeira não é apenas um assentimento intelectual, mas uma identificação real e prática com a obra de Cristo. Somos chamados a morrer para o pecado e viver para Deus, conscientes de que nossa nova identidade em Cristo é sustentada pela presença contínua dEle em nós. O desafio é viver diariamente esse mistério da cruz e da ressurreição, deixando que o amor que nos alcançou nos molde e nos conduza.

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         COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo — Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

         LOPES, Hernandes Dias. Gálatas — Comentários Expositivos Hagnos: A Carta da Liberdade Cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.

         ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

         MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015.

         BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

         CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2014.

 

2. A fé no Filho de Deus. Paulo realça que vive a fé no Filho de Deus (Gl 2.20). Ele não diz que a sua vida diante de Deus está pautada na Lei, mas se identifica com a crucificação do Senhor. Cristo cumpriu toda a Lei, e ao morrer na cruz, mostrou que os requisitos exigidos por Deus foram cumpridos. A Lei de Moisés conduzia a Cristo, e o sacrifício de Cristo nos conduz a Deus. Mais que isso, agora Cristo vive em nós. O Evangelho de Jesus não se baseia nas práticas da Lei, mas na morte e ressurreição do Senhor.

 Paulo destaca com firmeza que sua vida está firmada na fé no Filho de Deus, não nas obras da Lei (Gl 2.20). Ele não apenas rejeita qualquer dependência da Lei para sua justificação, mas afirma sua total identificação com a crucificação de Cristo, um evento que selou o cumprimento perfeito de toda a Lei mosaica. Cristo, ao morrer na cruz, satisfez plenamente as exigências santas e justas de Deus, o dikaioma (δικαίωμα), a justa ordenança da Lei foi cumprida de forma definitiva e irreversível. Nesse sentido, a Lei de Moisés funcionava como uma pedagoga (paidagōgos, γλωσσικς “tutor” ou “guia”) que apontava para Cristo (Gl 3.24). Ela mostrava a humanidade sua condição de pecadora e sua necessidade absoluta do Salvador. Porém, a Lei por si só não podia justificar; ela só poderia condenar (Rm 3.20). Cristo veio para ser o cumprimento vivo da Lei e, ao oferecer-se como sacrifício, abriu o caminho para que a humanidade fosse reconciliada com Deus. Mais do que isso, Paulo afirma que agora Cristo vive nele. Essa presença viva do Filho de Deus no crente não é uma metáfora vazia, mas a realidade do novo nascimento e da habitação do Espírito Santo (2Co 13.5; Rm 8.9). A ressurreição de Jesus assegura essa vida renovada, dando origem a uma existência marcada pela comunhão contínua com o Senhor e pela transformação progressiva do caráter. O Evangelho, portanto, não está fundamentado nas práticas da Lei, mas na morte vicária e na gloriosa ressurreição do Senhor Jesus. É esta realidade que molda a fé do cristão, libertando-o do peso do legalismo e conduzindo-o a viver uma vida pautada pela graça, sustentada pela presença e poder do Cristo vivo em nós.

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         COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo — Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.

         LOPES, Hernandes Dias. Gálatas — Comentários Expositivos Hagnos: A Carta da Liberdade Cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.

         BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

         MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo MacArthur. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015.

         ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

 

3. Cristo morreu por nada? Quando cremos ou ensinamos que é preciso acrescentar a circuncisão ou outras práticas à mensagem do Evangelho, estamos negando que o sacrifício de Jesus por nós é completo ou suficiente. A Lei de Moisés não acrescenta nada à nossa salvação, e as obras que fazemos na vida cristã servem para refletir a glória de Deus em nossas vidas. Se mudamos esse princípio, então estamos declarando que Jesus morreu por nada, e que o sacrifício dEle precisa ser reforçado — pelos gentios — com práticas que Deus ordenou aos judeus.

 Cristo morreu por nada? Essa é uma pergunta que desafia a própria essência do Evangelho. Quando insistimos que algo mais deve ser acrescentado à fé, seja a circuncisão, a observância da Lei ou qualquer outra prática, estamos, na verdade, dizendo que o sacrifício de Jesus não foi suficiente. Estamos proclamando, ainda que sem querer, que a morte de Cristo não foi completa, que Sua obra precisa ser reforçada, complementada por esforços humanos. A Lei de Moisés nunca teve o poder de salvar. Ela foi dada para revelar o pecado e apontar para a necessidade do Salvador, não para acrescentar algo à salvação já consumada na cruz. As obras que realizamos na vida cristã não são moeda de troca para nossa justificação; elas são frutos de uma alma transformada, reflexos da glória de Deus que agora habita em nós. Quando mudamos esse princípio, colocamos em dúvida o valor da cruz. Declaramos, de fato, que Jesus morreu em vão, que Sua entrega suprema não basta para nos tornar justos diante de Deus. E o mais grave: tentamos impor aos gentios práticas que Deus destinou aos judeus, como se isso pudesse acrescentar algo à obra redentora de Cristo. Que possamos então abraçar a liberdade gloriosa que há em Cristo, confiando plenamente que, pela fé, somos aceitos e justificados, não pelas obras da Lei, mas pelo sacrifício perfeito do Cordeiro. Essa é a única mensagem que sustenta a alma e traz verdadeira paz.

 

SUBSÍDIO III

““2.20 — JÁ ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO. Paulo descreve o seu relacionamento com Cristo em termos de uma profunda e intensa conexão pessoal e confiança no seu Senhor. Aqueles que têm a verdadeira fé em Cristo devem se considerar unidos a Ele de tal maneira que se relacionam e se identificam com Jesus tanto na sua morte como na sua ressurreição. (1) De certa forma, todos os seguidores de Jesus foram crucificados com Cristo na cruz. O seu antigo modo de vida pecador e desafiador a Deus morreu com Jesus, quando Ele tomou sobre si o pecado deles e pagou toda a sua punição com a sua própria morte (2Co 5.21) Além disso, os seguidores de Cristo foram libertos dos requisitos da lei de ter que confiar em sacrifícios imperfeitos como uma maneira de receber perdão e manter um relacionamento com Deus. A vida de Cristo — que foi perfeita e sem pecado — proporcionou o sacrifício supremo pelos pecados, de uma vez por todas (cf. 1Pe 3.18). Os que aceitam o perdão proporcionado por esse sacrifício recebem uma nova vida (2Co 5.17) pela fé em Cristo (v.19), que lhes permite cumprir o propósito de Deus para as suas vidas. Graças à salvação espiritual e a um relacionamento pessoal com Deus por intermédio de Jesus Cristo, o pecado não mais tem o controle sobre eles.

(2) Nós, que fomos crucificados com Cristo, agora vivemos com o mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos (Rm 8.11), o que quer dizer que Cristo e a sua força vivem em nós, por meio da presença orientadora do Espírito Santo (Jo 16.13,14). Jesus se tornou a fonte e o foco de nossas vidas: Ele é o centro de todos os nossos pensamentos, palavras e atos (Jo 15.1-6; Ef 3.17). O nosso propósito principal é cumprir os seus propósitos e honrá-lo em tudo o que fazemos.

(3) A nossa oportunidade de nos relacionar e compartilhar da morte e ressurreição de Cristo é um dom gracioso de Deus, e se torna ativa por meio da fé em Cristo, fé esta que não é apenas uma crença intelectual, mas uma confiança ativa que entrega a liderança da vida de uma pessoa ao Filho de Deus, que nos amou e se deu por nós (cf. Jo 3.16). A vida pela fé em Cristo e pela orientação do Espírito Santo é também mencionada como sendo a vida pelo Espírito (3.3; 5.25; cf. Rm 8.9-11).” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1626).

 

CONCLUSÃO

Nenhum de nós pode negar um preceito bíblico por força da pressão de um grupo. Nossa vocação inclui defender a fé que um dia nos foi dada, e nos manter nela em todo o tempo, não somente crendo, mas praticando a doutrina correta de que somos salvos pela graça de Deus, por meio da fé, e jamais pelas nossas próprias obras, para que o sacrifício de Jesus não se torne vão.

 Nenhum cristão pode ceder à pressão de um grupo que o induza a negar ou comprometer um princípio bíblico fundamental. Somos chamados não apenas a crer na fé que nos foi transmitida pelos apóstolos, mas a defendê-la com coragem e viver de acordo com ela em todas as circunstâncias. Essa fé é clara e inabalável: somos salvos unicamente pela graça soberana de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo, e jamais por nossos esforços ou obras humanas. Negar essa verdade ou substituí-la por qualquer prática legalista é reduzir à nulidade o sacrifício perfeito do Senhor. Portanto, nossa vocação exige vigilância constante para preservar a pureza do Evangelho, mantendo-nos firmes no ensino apostólico, para que a obra redentora de Cristo nunca seja em vão em nossa vida e na vida da igreja. Para concluir esta preciosa lição, gostaria de registrar cinco aplicações práticas para a vida do jovem cristão:

1. Viva a identidade em Cristo, não nas expectativas culturais:- O jovem cristão precisa entender que sua verdadeira identidade está firmada na cruz e ressurreição de Jesus, não em tradições, rótulos ou pressões sociais. Como Pedro, podemos ser tentados a ceder às expectativas dos outros, mas somos chamados a viver a liberdade que Cristo conquistou, sem medo de rejeição ou críticas.

2. Defenda a fé com coragem e humildade:- Assim como Paulo confrontou Pedro publicamente para preservar o Evangelho puro, o jovem deve estar preparado para defender a doutrina da salvação pela graça, mesmo quando isso contrariar opiniões populares ou tradições religiosas. Essa defesa deve ser feita com amor, humildade e conhecimento sólido da Palavra.

3. Evite a armadilha do legalismo:- A fé cristã não se baseia em rituais, práticas externas ou obras para ganhar a aprovação de Deus. O jovem deve reconhecer que a justificação é pela fé em Cristo somente e que as obras são frutos dessa fé, não a causa da salvação. Isso liberta para uma vida de gratidão e serviço genuíno.

4. Cultive comunhão verdadeira além das diferenças culturais:- Pedro aprendeu que a comunhão em Cristo transcende barreiras étnicas e culturais. Hoje, o jovem cristão deve buscar unir-se a irmãos de todas as origens, valorizando a diversidade no corpo de Cristo, pois todos somos um em Jesus, e essa unidade fortalece a igreja.

5. Permaneça firme contra pressões externas:- Seja na escola, na universidade ou nas redes sociais, o jovem enfrentará pressões para se conformar com o mundo ou para acrescentar práticas que distorçam o Evangelho. É vital que ele permaneça firme na verdade da Escritura, buscando sabedoria e força no Espírito Santo para resistir e perseverar.

Viva para a máxima glória do Nome do Senhor Jesus!

 

Meu ministério aqui é um chamado do coração — compartilhar o ensino da Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras, com subsídios preparados por um Especialista em Exegese Bíblica do Novo Testamento.

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HORA DA REVISÃO

1. Em que cidade Pedro comia com gentios, de acordo com a lição?

A cidade de Antioquia da Síria.

2. Como são identificados os hebreus que vieram de Jerusalém?

Paulo nos diz que esse grupo que veio de Jerusalém era da “circuncisão”.

3. O que fez com que Pedro se afastasse dos gentios?

O peso dos visitantes de Jerusalém constrangeu o apóstolo pescador a agir de outra forma.

4. De que forma Paulo se identifica com Cristo?

Ele não diz que a sua vida diante de Deus está pautada na Lei, mas se identifica com a crucificação do Senhor.

5. Em que se baseava a fé de Paulo?

Paulo mostra que a sua fé está baseada na morte e na vida de Jesus Cristo.