Pb Francisco Barbosa (@Pbassis)
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TEXTO PRINCIPAL
“Porque
aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse
operou também em mim com eficácia para com os gentios.”(Gl 2.8).
ENTENDA O TEXTO PRINCIPAL:
• O apóstolo Paulo está defendendo sua autoridade
apostólica e ministério ao povo gentio, em paralelo ao ministério apostólico de
Pedro, que se dirigia prioritariamente aos judeus. Em Gálatas 2, Paulo relata o
reconhecimento mútuo entre ele e os líderes da igreja em Jerusalém,
evidenciando a unidade na diversidade de ministérios. Aquele que operou eficazmente.
A expressão "aquele que operou eficazmente" traduz do grego ὁ ἐνεργήσας (ho energēsas),
do verbo ἐνεργέω (energeō), que
indica ação eficaz, poder operante, ou seja, a obra eficaz do Espírito Santo em
ambas as missões. Aqui, Paulo atribui à mesma fonte divina — Deus, o Espírito
Santo — o poder que habilita e confirma o ministério apostólico tanto de Pedro
quanto dele próprio. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, essa ação
sobrenatural do Espírito é essencial para a eficácia da pregação apostólica,
porque a missão não é apenas humana, mas fruto do poder divino, que guia,
confirma e sustenta o trabalho da igreja no mundo. A Bíblia de Estudo MacArthur
reforça que o poder da graça e do Espírito Santo é a garantia da autenticidade
e do sucesso do ministério de Paulo. Ele não depende de sua própria autoridade,
mas da unção e capacitação do Senhor. Em Pedro para o apostolado da circuncisão.
Pedro é identificado como o apóstolo designado para a "circuncisão",
ou seja, para o ministério aos judeus. O termo "circuncisão" aqui
funciona como um símbolo da aliança mosaica e das práticas da Lei,
representando a missão voltada para o povo judeu. No Comentário Bíblico Beacon,
enfatiza-se que o ministério de Pedro não era mais importante ou superior ao de
Paulo, mas simplesmente distinto em público e foco: Pedro trabalhava no
ambiente judaico, pregando o Messias dentro do contexto da Lei e das promessas
feitas a Israel. O Comentário Champlin destaca que esse ministério era legítimo
e aprovado por Deus, mas não deveria ser confundido com a missão de Paulo, que
era chamar os gentios à fé em Cristo sem impor a Lei judaica como condição para
a salvação. Esse operou também em mim com eficácia para com os gentios. Paulo
recebe a mesma obra eficaz de Deus para sua missão entre os gentios, os ethnē (ἔθνη), que eram os povos
não-judeus. A missão de Paulo não é alternativa à de Pedro, mas complementar,
parte do plano soberano de Deus para a expansão do Evangelho a todas as nações. A Bíblia de Estudo Plenitude destaca que o
ministério de Paulo é uma continuação da obra redentora de Deus, agora
expandida aos gentios, que eram considerados estrangeiros à aliança. O Espírito
Santo capacita Paulo para essa missão específica, confirmando que a salvação em
Cristo é para todos, sem distinção étnica ou cultural.
RESUMO DA LIÇÃO
O
encontro dos apóstolos em Jerusalém não fez com que Paulo mudasse a sua
pregação.
ENTENDA O RESUMO DA LIÇÃO:
• Paulo mostra que a diversidade ministerial na igreja
primitiva não era fruto de rivalidades humanas, mas da soberania divina que
distribui dons e chamados conforme a vontade do Espírito Santo. A unidade da
missão está na origem: é Deus quem opera em seus servos, e cada ministério,
seja para judeus ou gentios, é igualmente válido e eficaz.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 2.1-10.
1. Depois, passados catorze
anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito.
• Paulo relata sua segunda visita a Jerusalém, ocorrida
cerca de 14 anos após sua conversão, para tratar com os líderes da igreja sobre
a mensagem que pregava aos gentios. A decisão de subir foi “pela revelação”,
enfatizando a direção do Espírito Santo. (BEPentecostal)
A expressão “pela revelação” mostra que a visita não foi por
iniciativa humana, mas um direcionamento divino. A ida a Jerusalém tinha o
propósito de garantir a unidade da igreja diante das divergências culturais e
doutrinárias entre judeus e gentios. (BEPlenitude)
Paulo obedeceu à orientação divina e subiu a Jerusalém para
assegurar que sua pregação não entrasse em conflito com o evangelho verdadeiro.
Esta visita confirma a importância da comunhão e unidade entre os apóstolos. (BEMacArthur)
_______________
2. E subi por uma revelação e
lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que
estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse
corrido em vão.
• Paulo explica que expôs detalhadamente o evangelho que
pregava entre os gentios, para que não corresse nem tivesse corrido em vão. (BEPentecostal)
A apresentação completa do evangelho mostra a seriedade de
Paulo em preservar a pureza da mensagem e evitar mal-entendidos com os líderes
judeus. (BEPlenitude)
A comunicação aberta reflete o desejo de Paulo de garantir
que a mensagem aos gentios fosse reconhecida e aprovada, prevenindo
controvérsias futuras. (BEMacArthur)
_______________
3. Mas nem ainda Tito, que
estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se.
• Tito, um gentio, acompanhava Paulo e Barnabé, mas não
foi obrigado a ser circuncidado, o que gerou atenção entre os judaizantes. (BEPentecostal)
A situação de Tito é uma evidência prática da controvérsia
sobre a circuncisão dos gentios convertidos. Sua presença sem circuncisão
demonstra a posição de Paulo contra a imposição da lei judaica aos gentios. (BEPlenitude)
A recusa à circuncisão de Tito destaca a liberdade que os
gentios têm em Cristo e a rejeição da imposição da Lei como requisito para a
salvação. (BEMacArthur)
_______________
4. E isso por causa dos falsos
irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a nossa
liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão;
• Paulo denuncia os “falsos irmãos” que entraram
secretamente para espionar a liberdade cristã e impor escravidão legalista. (BEPentecostal)
Esses “falsos irmãos” são agentes da falsa doutrina
judaizante que tentavam submeter os gentios à lei mosaica, ameaçando a
liberdade em Cristo. (BEPlenitude)
Paulo alerta para a infiltração de ensinamentos que
comprometem o evangelho da graça, insistindo na necessidade de resistir
firmemente a tais falsas doutrinas. (BEMacArthur)
_______________
5. aos quais, nem ainda por uma
hora, cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre
vós.
• Paulo resistiu firmemente para que a verdade do
evangelho permanecesse intacta e não fosse comprometida pelos falsos irmãos. (BEPentecostal)
A integridade da mensagem de salvação por fé sem obras da
lei foi defendida vigorosamente, preservando a pureza do evangelho. (BEPlenitude)
A resistência de Paulo ilustra o compromisso com a sã
doutrina e a salvaguarda da igreja contra distorções. (BEMacArthur)
_______________
6. E, quanto àqueles que
pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus
não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa,
nada me comunicaram;
• Paulo reconhece que os líderes em Jerusalém não
acrescentaram nada ao evangelho que ele pregava aos gentios. (BEPentecostal)
A ausência de novas instruções ou acréscimos confirma a
unidade essencial do evangelho pregado por Paulo e aceito pelos apóstolos em
Jerusalém. (BEPlenitude)
Este versículo confirma que o evangelho de Paulo é autêntico
e que não requer complemento, sendo igualmente válido para todos os povos. (BEMacArthur)
_______________
7. antes, pelo contrário,
quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro
o da circuncisão
• Paulo lembra que aos que eram de destaque entre os
apóstolos foi concedida a missão de evangelizar os gentios, enquanto Pedro
ficou com a circuncisão. (BEPentecostal)
A designação distinta das missões mostra a sabedoria divina
ao delegar ministérios conforme o contexto cultural e étnico dos ouvintes. (BEPlenitude)
A divisão de ministérios não indica superioridade, mas
especialização no serviço para o avanço do evangelho. (BEMacArthur)
_______________
8. (porque aquele que operou
eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em
mim com eficácia para com os gentios),
• Deus operou eficazmente tanto em Pedro quanto em
Paulo, confirmando suas respectivas missões para judeus e gentios. (BEPentecostal)
A mesma energia divina capacitou ambos os apóstolos,
mostrando que o poder do Espírito Santo transcende barreiras culturais. (BEPlenitude)
O versículo sublinha a origem divina da autoridade
apostólica e a unidade do Espírito no ministério. (BEMacArthur)
_______________
9. e conhecendo Tiago, Cefas e
João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado,
deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos
aos gentios e eles, à circuncisão;
• Os apóstolos de Jerusalém deram a Paulo e Barnabé as
mãos em comunhão, reconhecendo oficialmente sua missão aos gentios. (BEPentecostal)
Este gesto simboliza a concordância e aprovação mútua entre
os apóstolos, fortalecendo a comunhão e a unidade da igreja. (BEPlenitude)
O reconhecimento público pela liderança da igreja mostra a
legitimidade do ministério de Paulo entre os gentios. (BEMacArthur)
_______________
10. recomendando-nos somente que
nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência.
• Paulo foi instruído a lembrar-se dos pobres, um
mandamento que destaca a importância da solidariedade dentro da comunidade
cristã. (BEPentecostal)
A preocupação com os pobres reflete a aplicação prática da
fé cristã, que deve manifestar-se em amor e justiça social. (BEPlenitude)
Este princípio reforça que a verdadeira fé sempre se
expressa em ações concretas de cuidado ao próximo. (BEMacArthur)
_______________
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INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a continuidade
da resposta de Paulo às críticas que fizeram sobre a veracidade e autenticidade
do seu apostolado. Os judaizantes que estavam trazendo outro evangelho aos
crentes da Galácia questionaram se Paulo era realmente um apóstolo. Desta vez,
ele fala sobre um encontro que teve com os líderes da igreja de Jerusalém,
mostrando que, mesmo não tendo andado com os doze apóstolos de Jesus, era um
apóstolo comissionado pelo Senhor Jesus tanto quanto os demais, e que o seu ministério
e a sua mensagem haviam sido reconhecidos em Jerusalém.
• Mesmo no meio da igreja, onde a verdade deveria
florescer com liberdade, a autoridade apostólica de Paulo foi colocada sob
suspeita. O apóstolo dos gentios, cuja vida foi radicalmente transformada no
caminho de Damasco, agora era acusado por falsos mestres, os judaizantes, de
não ser um verdadeiro apóstolo. A acusação não era leve. Se Paulo fosse um
impostor, sua mensagem também o seria. Era isso que estava em jogo: o evangelho
de Cristo, puro e simples, ou um evangelho deturpado por méritos humanos. É
nesse cenário que Paulo responde com firmeza e sabedoria. Ele não recorre a
títulos humanos, nem busca legitimar-se por associação com Pedro, Tiago ou
João. Em vez disso, ele revela algo profundo: o seu chamado foi diretamente do
Ressuscitado (oukat ap’ anthrōpōn oude di’ anthrōpou), “não da parte de homens nem por meio de homem” (Gl 1.1). Essa
distinção é fundamental. Paulo não está em competição com os apóstolos de
Jerusalém. Ele está afirmando que sua missão e sua mensagem têm a mesma origem
sobrenatural. Ao descrever seu encontro com os líderes da igreja em Jerusalém
(Gl 2), Paulo mostra que, embora não tenha caminhado com Jesus em seu
ministério terreno, sua vocação apostólica tem a mesma legitimidade, e mais:
foi confirmada pela própria liderança da igreja mãe. Essa visita não foi uma
tentativa de buscar aprovação institucional, mas uma demonstração da harmonia
entre os que pregavam aos judeus e aos gentios. Conforme destaca Alexandre
Coelho, “não havia dois evangelhos em disputa, mas um único evangelho para
todos os povos”¹. Quando Pedro e os demais reconheceram a graça que havia em
Paulo, deram-lhe as destras de comunhão (Gl 2.9), reconhecendo que o mesmo
Espírito operava através dele. O Comentário Bíblico Pentecostal reforça que a
expressão “reconheceram a graça que me foi dada” remete ao reconhecimento do
carisma apostólico concedido a Paulo, ou seja, um dom ministerial legitimado
pelo Espírito Santo². Quantos ministérios hoje são questionados não por sua
fidelidade ao evangelho, mas por sua origem fora do “sistema”? Quantos jovens
chamados por Deus têm sido ignorados porque não trilharam os caminhos esperados
pelos homens? Paulo nos lembra que a vocação genuína vem do alto. A palavra
“apostolos” (ἀπόστολος) significa “enviado com autoridade”. Não é status
humano, é missão divina. A autoridade de um obreiro se mede pela fidelidade à
Palavra e pela presença do Espírito, não por seus diplomas ou ligações
institucionais. Davi também foi ungido fora dos olhos públicos, escondido nos
campos. O Senhor vê o coração, não a aparência (1Sm 16.7). Essa introdução à
defesa de Paulo nos chama a uma autoavaliação profunda. Estamos julgando
líderes e ministérios pelos critérios do Espírito ou pelas tradições dos
homens? Estamos discernindo os que têm a marca da graça, mesmo que venham das margens?
Jovem cristão, professor da EBD, aluno sedento por verdade: aprenda com Paulo a
resistir aos falsos critérios. Examine sua vida e sua igreja. Cristo não nos
chamou para agradar homens, mas para sermos fiéis ao evangelho. O verdadeiro
ministério é aprovado no céu, e confirmado na terra pela frutificação no
Espírito (Mt 7.16; Gl 5.22–23).
_______________
1. COELHO, Alexandre. A Liberdade em Cristo — Vivendo o
verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro:
CPAD, 2023.
I. PAULO DEFENDE SEU MINISTÉRIO
1. Voltando a Jerusalém. Na
busca por esclarecer ainda mais a sua história apostólica, Paulo dá
continuidade na Carta aos eventos que se seguiram em seu ministério. Por certo,
os seus acusadores não tinham uma história como a dele, que fora perseguidor
dos seguidores de Jesus, mas foi alcançado pelo Senhor de uma forma tão
especial que foi transformado em um novo homem. Essa defesa era necessária,
pois os judaizantes divulgaram questionamentos a respeito da sua autoridade
apostólica. Nada melhor do que fazer uma defesa em ordem cronológica, pois
argumentos desconexos se perdem na fala. Os 14 anos mencionados por Paulo podem
ser uma referência ao seu encontro com Pedro e Tiago, mencionado em Gálatas
1.18,19. O apóstolo fez questão de mostrar esses dados para que as acusações
contra ele não prosperassem. Paulo não tinha nada a esconder.
• Voltar a Jerusalém não foi apenas uma escolha
estratégica de Paulo, foi na verdade, uma resposta pastoral à necessidade de
proteger a igreja da Galácia de ser enredada por um falso evangelho. O apóstolo
sabia que os ataques contra sua autoridade não eram apenas pessoais. Eram
tentativas de desacreditar a origem divina da mensagem que ele pregava. Por
isso, ele segue sua carta apresentando, com precisão e humildade, uma linha do
tempo clara dos eventos que marcaram sua chamada apostólica. Diferente de seus
acusadores, Paulo tinha uma história que não podia ser fabricada. De
perseguidor da igreja, ele se tornou apóstolo de Jesus Cristo por um chamado
sobrenatural (cf. At 9.1–6). Esse tipo de transformação não nasce de argumentos
humanos, mas do chamado pelo próprio Cristo. Os judaizantes não podiam
apresentar um encontro com o Ressuscitado. Paulo sim. E mais: sua vida e
doutrina testemunhavam a realidade desse encontro. A menção aos “catorze anos
depois” (Gl 2.1) precisa ser entendida com cuidado. Muitos estudiosos veem aqui
uma referência ao tempo desde sua conversão até a nova visita a Jerusalém.
Outros a contam desde sua primeira visita a Pedro e Tiago, registrada em
Gálatas 1.18, 19. Seja como for, Paulo está organizando sua narrativa com um
propósito claro: mostrar que sua autoridade não depende de Jerusalém, mas é
plenamente reconhecida por ela. Seu ministério é independente, mas não isolado.
Ele é autêntico e aprovado. O Comentário Bíblico Beacon observa que Paulo, ao
apresentar sua trajetória de maneira ordenada, usa um recurso retórico
poderoso: a cronologia da graça1. Ele está mostrando que nada em seu ministério foi feito às
escondidas. Não há incoerências, não há lacunas suspeitas. Ele não está se
defendendo com discursos inflamados, mas com fatos verificáveis e com a
evidência de uma vida transformada. Como afirma Hernandes Dias Lopes, “Paulo
não constrói sua autoridade com base em popularidade ou conveniências humanas,
mas na fidelidade ao evangelho recebido do próprio Cristo”2. Hoje, muitos crentes
também enfrentam desconfiança quando respondem ao chamado de Deus fora dos
moldes tradicionais. O testemunho de Paulo nos ensina que não precisamos moldar
nossas histórias para agradar homens. Se fomos chamados, transformados e
enviados pelo Senhor, isso é o bastante. A credibilidade do ministério não está
na ausência de críticas, mas na integridade da caminhada. Paulo não tinha nada
a esconder; e você também não precisa esconder o que Deus está fazendo na sua
vida. Seja transparente. Viva com verdade. E defenda, com mansidão e firmeza, o
chamado que o céu já confirmou.
_______________
1. Comentário Bíblico Beacon – Vol. 9: Gálatas a Filemom. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006.
2. LOPES, Hernandes Dias. Gálatas – A Carta da Liberdade
Cristã. São Paulo: Hagnos, 2016.
2. Barnabé e Paulo. Paulo
menciona a presença de Barnabé consigo indo a Jerusalém. O “filho da
consolação” teria uma participação muito ativa no ministério aos gentios, pois
foi ele que acreditou no potencial de Paulo, quando este havia se convertido e
não foi aceito imediatamente pela igreja de Jerusalém por força do seu
histórico de perseguidor (At 9.26,27). A fama de Paulo assustava muitos dos
irmãos hebreus, e até que ele pudesse mostrar o que Jesus havia feito em sua
vida, um certo tempo se passou. Basta dizer que quando se converteu, Paulo
ficou tão motivado pelo seu encontro com Jesus e com a cura que recebeu do
Senhor, que foi pregar a respeito dEle nas sinagogas em Damasco e depois em
Jerusalém, até que os gregos procuraram matá-lo. A igreja precisou mandá-lo com
passagem só de ida a Tarso. Tempos depois, quando o Evangelho chegou à
Antioquia, e Barnabé foi comissionado a ver como Deus estava operando naquela
localidade, e vendo a graça de Deus naquele lugar (At 11.23), convidou Paulo
depois para auxiliá-lo (At 11.25). Barnabé foi o precursor que abriu as portas
para que Paulo pudesse ter o reconhecimento ministerial necessário. Ele sabia
que era uma honra poder apoiar novos obreiros e despertar talentos na obra do
Senhor.
• Quando Paulo menciona a presença de Barnabé em sua
viagem a Jerusalém (Gl 2.1), não é um detalhe irrelevante, é uma afirmação
poderosa sobre parceria, confiança e vocação compartilhada. Barnabé, cujo nome
significa “filho da consolação” (huios paraklēseōs), foi mais do que um
acompanhante: ele foi o elo entre um passado temido e um futuro promissor.
Enquanto muitos ainda viam Paulo com os olhos do medo, lembrando-se do
perseguidor implacável, Barnabé foi o primeiro a enxergar o que Deus estava
fazendo em sua vida. A narrativa de Atos 9.26–27 nos revela a tensão: Paulo
tenta se juntar aos discípulos em Jerusalém, mas é rejeitado. Não havia como
ignorar sua história; ele havia causado dor e destruição à igreja. Contudo,
Barnabé se posiciona como mediador. Ele apresenta Paulo aos apóstolos, relata
sua conversão, sua ousadia em Damasco, e atesta que a graça de Cristo havia
transformado aquele homem. Foi a confiança de Barnabé que abriu portas para o
futuro ministério de Paulo. Sem ele, talvez a integração de Paulo na comunidade
cristã tivesse sido adiada ou mesmo comprometida. Essa escolha de Barnabé é
teologicamente profunda. Ele encarna o discipulado que acredita, que investe,
que caminha junto. Quando o evangelho se espalha até Antioquia e os líderes
enviam Barnabé para discernir o que Deus está fazendo (At 11.22, 23), ele vê
ali algo real, algo puro: a evidência da graça. Ele lembra-se de Paulo, que
estava em Tarso, e vai buscá-lo (At 11.25–26). Barnabé entende que ministério
não é palco para um, mas espaço para a cooperação do Corpo de Cristo. Como
destaca o Comentário Bíblico Pentecostal, esse gesto é mais do que estratégico,
é espiritual: Barnabé está reconhecendo os dons de Paulo e ativando seu chamado¹. Muitos ministérios hoje
perecem por falta de Barnabés. Obreiros promissores são ignorados por causa do
seu passado, da sua falta de conexões ou por não atenderem aos padrões
esperados por estruturas humanas. Precisamos redescobrir esse espírito de
generosidade espiritual, aquele que vê além das cicatrizes e reconhece a unção.
Barnabé não apenas tolerou Paulo, ele apostou tudo nele. Ele o treinou, o
acompanhou, e quando chegou a hora certa, o liberou para o chamado que Deus já
havia preparado. Esse trecho nos confronta com uma pergunta séria: estamos
sendo Barnabés na vida de alguém? Ou somos como os que apenas apontam o passado
alheio, sem discernir o que o Espírito está fazendo hoje? O Reino precisa de
líderes que levantam outros, que identificam dons e os ativam com alegria. Como
Paulo, talvez alguém ao seu redor esteja esperando um Barnabé, e esse alguém
pode ser você.
_______________
1. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
3. Agindo por meio de uma revelação. A
descrição paulina sobre a sua ida a Jerusalém começa com a ação do Espírito.
Ele subiu para Jerusalém por força de uma revelação. Deus é soberano não
somente para nos oferecer a sua graça para a salvação, mas também para operar
entre nós obras pelo Espírito Santo. Ele decidiu enviar Paulo a Jerusalém, e essa
decisão foi comunicada por meio de uma revelação, não por um desejo pessoal do
apóstolo ou por um convite da igreja de Jerusalém. É notório que em muitos
ambientes cristãos, os meios pelos quais Deus revela a sua vontade são
negligenciados, tidos por ultrapassados ou negados. Em nenhum texto das
Escrituras há uma indicação de que Deus deixou de revelar coisas importantes
aos seus servos por meio do seu Santo Espírito. Cremos que uma vez que já temos
as Escrituras como nossa regra de fé e prática, quaisquer orientações divinas
precisam estar sujeitas ao que já está escrito na Palavra de Deus. Entretanto,
o Senhor é capaz de nos trazer orientações conforme a sua soberania e pelos
meios que estiverem descritos nas Escrituras.
• A decisão de Paulo de ir a Jerusalém não foi fruto de
estratégia humana, nem resultado de uma convocação eclesiástica. Foi o Espírito
Santo quem o moveu. Ele declara com clareza: "Subi em obediência a uma
revelação" (Gl 2.2). A palavra usada por Paulo no original grego é katá
apokálypsin, ou seja, ele não foi por conveniência, mas por revelação divina.
Isso nos mostra algo profundo: Deus não apenas salva, Ele também dirige. Ele
não apenas redime vidas, mas conduz seus servos em seus caminhos, passo a
passo, conforme Sua soberania. Essa afirmação de Paulo desafia uma parte
significativa da igreja contemporânea, onde a sensibilidade ao Espírito tem
sido, por vezes, substituída por planejamentos friamente administrativos. Sim,
devemos ser sábios e estratégicos, mas a direção do Espírito nunca foi uma
alternativa: é a essência da vida cristã. Como lembra o Dr. Anthony Palma, “o
mesmo Espírito que convence do pecado é o que continua guiando o crente em toda
verdade”¹. A revelação que Paulo
recebeu não contradizia as Escrituras, antes, era uma aplicação concreta da
direção divina em sua missão. Essa é a chave hermenêutica de um cristão maduro:
toda revelação precisa ser julgada pela Palavra, nunca à parte dela (cf. 1Ts
5.19–21). Infelizmente, em muitos círculos, a ideia de que Deus ainda fala por
meio do Espírito é vista como ultrapassada ou perigosa. Contudo, isso não
encontra respaldo na Bíblia. Não há sequer um texto que afirme que o Senhor
tenha cessado de comunicar Sua vontade ao coração de Seus servos. O que cessou
foi a revelação que amplia ou acrescenta à Escritura, essa sim foi encerrada
com o cânon. Mas o mesmo Deus que falou com Paulo em Gálatas ainda é o Deus que
guia Seus filhos por sonhos, impulsos espirituais, conselhos sábios, dons
espirituais e circunstâncias que Ele mesmo controla. Como enfatiza Gordon Fee,
“a igreja do Novo Testamento vivia em plena dependência da ação direta do
Espírito Santo. Era o Espírito quem enviava, orientava, impedia, fortalecia e
edificava”². Isso deve nos fazer
refletir: estamos sendo guiados pelo Espírito ou apenas administrando
programas? Quantas vezes deixamos de ouvir a direção do Senhor porque ignoramos
Sua voz por trás das rotinas da vida cristã? A revelação de Deus é real, viva e
segura, desde que esteja enraizada nas Escrituras. Deus ainda se comunica. Ele
ainda envia. Ele ainda move. O mesmo Espírito que conduziu Paulo pode conduzir
você. O desafio é ter ouvidos espirituais, coração sensível e submissão à
Palavra. Deus ainda revela caminhos. O problema, muitas vezes, não é que Ele
não fale. É que não estamos mais dispostos a ouvir.
_______________
1. PALMA, Anthony D. A
Teologia do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
2. FEE, Gordon D. God’s Empowering Presence: The Holy Spirit in
the Letters of Paul. Peabody: Hendrickson Publishers, 1994.
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SUBSÍDIO I
“Os falsos apóstolos estavam pondo-se em evidência
como ‘superapóstolos’ (‘os mais excelentes apóstolos’), humilhando Paulo. Mas
Paulo não aceitava as afirmações que eles faziam. Pode ser que fossem oradores
bem treinados, aptos a impressionar as pessoas com o vocabulário e o estilo. É
possível que Paulo os tivesse em mente quando escreveu aos romanos que os tais
não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e, com suaves
palavras e lisonjas, enganam o coração dos símplices (Rm 16.18). Embora Paulo
fosse treinado como rabino sob as orientações de Gamaliel (At 22.3), ele não
fora treinado no estilo grego de oratória artificial e extravagante. Paulo
tinha algo mais importante. Tinha ciência ou conhecimento de Deus que eles não
tinham. Paulo havia demonstrado isto em tudo, ou seja, dando-lhes ensinamentos
poderosos e ungidos em linguagem clara — não na ‘lógica’ enganosa e na retórica
superficial dos falsos apóstolos. A verdade é mais importante que o estilo ou
‘carisma’ do orador.
Paulo recusa aceitar pagamento. Ele pregou o
Evangelho em Corinto de ‘graça’ (veja 1Co 9). Naqueles dias, até nas
universidades os estudantes remuneravam diretamente o professor. É provável que
os oponentes de Paulo disseram que o fato de ele não receber contribuições era
evidência de que o ensino era de pouco valor e que ele não era verdadeiro
apóstolo.” (Adaptado de HORTON, Stanley M. I & II Coríntios. Os
Problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2003,
pp.240,241).
II. OS FALSOS IRMÃOS
1. Tito, um obreiro grego. A
equipe de Paulo era multicultural. Barnabé e Paulo eram judeus, mas Tito e
Lucas eram gentios. É certo que essa formação missionária dava um respaldo mais
acentuado à pregação aos gentios, pois havia gentios no grupo missionário de
Paulo e Barnabé. Nesta Carta, o apóstolo faz menção do nome de Tito por força
da situação que vai descrever. Ao chegarem em Jerusalém, Tito foi recebido
junto com Paulo e Barnabé. Aquela equipe evangelística despertou, sem dúvida, a
curiosidade dos judaizantes. Até o momento, não há registro de um obreiro grego
indo a Jerusalém como participante de uma equipe missionária liderada por
judeus. Tito era uma novidade. E os judaizantes ficaram de olho nele.
• Ao mencionar Tito em sua carta aos Gálatas, Paulo não
está apenas relatando um detalhe histórico. Ele está apresentando uma peça
chave de uma tensão teológica: a inclusão plena dos gentios na família de Deus.
Tito era grego, incircunciso, e ao mesmo tempo, um verdadeiro irmão na fé e obreiro
do evangelho. Ao subir a Jerusalém ao lado de Paulo e Barnabé (Gl 2.1), sua
presença não era apenas simbólica, era provocativa. E isso por uma razão: os
falsos irmãos, os judaizantes, estavam atentos, vigilantes, prontos para julgar
com base na carne, não no Espírito. É importante lembrar que a equipe
missionária de Paulo era diversa. Havia judeus como Barnabé, gentios como Tito
e Lucas. Essa composição não era acidental, era uma manifestação viva do
evangelho que unia povos distintos num só corpo (cf. Ef 2.14–18). Como destaca
Craig Keener, “Paulo organizava suas equipes com sabedoria pastoral e
intencionalidade teológica: os próprios obreiros eram a encarnação da mensagem
que anunciavam”¹. Nesse sentido, Tito era mais do que um colaborador — ele
era o argumento vivo de que a fé em Cristo basta. Até então, não temos registro
de outro obreiro grego indo a Jerusalém em missão evangelística sob a liderança
de judeus cristãos. Isso por si só já era incomum. A presença de Tito colocava
à prova a verdadeira compreensão que os líderes de Jerusalém tinham do
evangelho. Seria a salvação realmente pela fé, ou ainda se exigiria a marca da
circuncisão como selo de aceitação? O próprio Paulo dá a resposta: Tito não foi
obrigado a se circuncidar (Gl 2.3). Isso não apenas preserva a liberdade
cristã, mas confronta diretamente o legalismo dos falsos irmãos infiltrados na
comunidade (Gl 2.4). A palavra usada por Paulo, pseudadelphoi, traduzida como “falsos irmãos”, revela que aqueles
que impunham requisitos além da fé em Cristo estavam fora da verdadeira
comunhão dos santos. Eles não eram irmãos fracos na fé, eram intrusos, agentes
de confusão, que colocavam em risco a liberdade conquistada pela cruz. Essa
situação ainda ecoa hoje em muitas comunidades. Quantas vezes ainda medimos a
espiritualidade pelas marcas externas, pelos costumes, pelas regras humanas? O
caso de Tito nos confronta: você crê, mas ainda exige sinais externos para
aceitar alguém como irmão? Essa é uma chamada à vigilância espiritual. Como
Barnabé, você vai acolher e reconhecer o que Deus está fazendo? Ou como os
falsos irmãos, vai resistir à graça porque ela não se encaixa em suas
tradições? Tito não era um obstáculo, era um testemunho vivo de que, em Cristo,
não há judeu nem grego. A cruz nivelou todos diante de Deus. A pergunta é: a
sua igreja ainda impõe barreiras que Cristo já derrubou?
_______________
1. KEENER, Craig S. Comentário Bíblico do Novo Testamento. São
Paulo: Vida, 2010.
2. Os falsos irmãos. Paulo
cita que em Jerusalém eles foram observados por pessoas consideradas “falsos
irmãos” que eles estavam entre os crentes em Jerusalém. Pessoas que tinham
acesso aos apóstolos, conheciam a Lei de Moisés, mas não colaboravam com o
Evangelho. Os falsos irmãos estavam ali para impor aos visitantes a obrigatoriedade
de todos seguirem a Lei como um requisito para a salvação. Aparentemente não
falaram nada, mas Paulo percebeu e registrou aos gálatas aquela tentativa de
intromissão. Aqui aprendemos duas lições: a) Nem todos os que estão entre nós
são verdadeiros irmãos. Há joio sendo colocado junto com o trigo, e precisamos
estar atentos aos que tem aparência de crente, mas se portam como se não o
fossem; b) Ele resistiu a essas pessoas, não se sujeitando, em nenhum momento,
às investidas. Paulo poderia fazer a política da boa vizinhança para que Tito
fosse aprovado, mas isso seria um retrocesso. Os falsos irmãos não queriam
fazer a obra de Deus, mas sim colocar a equipe missionária em servidão (Gl
2.4). É provável que aqueles falsos irmãos tivessem tentado ver se Tito havia
sido circuncidado, para depois ser aceito como um membro da comissão de
apóstolos enviados aos gentios. O que os falsos irmãos desejavam era
constranger Paulo, sua equipe e sua mensagem aos ditames judaicos.
• Nem toda oposição ao Evangelho vem de fora. Às vezes,
a ameaça mais sutil e mais perigosa; se infiltra bem no meio da comunhão dos
santos. Em Gálatas 2.4, Paulo revela um drama silencioso, mas explosivo: “Esta
questão foi suscitada por causa de alguns falsos irmãos infiltrados” (ψευδάδελφοι παρεισάκτους. pseudadelfoi
pareisaktous), literalmente, irmãos "falsificados" que se
introduziram sorrateiramente. Eles estavam entre os crentes, com acesso aos
apóstolos, conhecedores da Lei, mas descomprometidos com a graça. Não vinham
edificar, vinham escravizar. Esses pseudadelfoi não eram meros curiosos
religiosos. Eram agentes do legalismo tentando pressionar a jovem igreja
gentílica a se dobrar às exigências da tradição mosaica, tornando a Lei um
critério de justificação. O alvo era Tito, um grego não circuncidado (Gl 2.3).
Sua presença em Jerusalém ao lado de Paulo e Barnabé escancarava o escândalo da
liberdade cristã: um pagão convertido, cheio do Espírito, aceito sem a marca da
Lei. Isso era inadmissível para os falsos irmãos. Mas Paulo não cedeu um
centímetro, nem por uma hora (Gl 2.5), porque o Evangelho da graça não negocia
sua essência com tradições humanas. O que está em jogo aqui é mais do que um
rito religioso. É o próprio coração do Evangelho: somos salvos exclusivamente
pela fé, mediante a graça, sem obras da Lei (Ef 2.8,9). A circuncisão, neste
contexto, representava uma tentativa de condicionar a salvação à prática
externa, distorcendo o Evangelho. Como comenta Hernandes Dias Lopes, “aceitar
tal imposição teria sido trair a liberdade em Cristo e validar um outro
evangelho, que na verdade não é evangelho algum”¹. O Comentário Bíblico Pentecostal reforça que o silêncio
desses falsos irmãos não era sinal de humildade, mas estratégia para testar a
firmeza doutrinária dos apóstolos². A lição é clara: nem todos os que andam conosco pertencem,
de fato, ao rebanho. Há joio entre o trigo (Mt 13.25 - 30). E muitas vezes, o
maior perigo não está nas heresias evidentes, mas na sutil pressão para que
moldemos o Evangelho à expectativa humana. Em tempos de relativismo e
pragmatismo, é urgente que a Igreja local forme discernimento espiritual.
Precisamos identificar essas infiltrações não apenas na doutrina, mas também no
comportamento, na motivação e no espírito com que certos “irmãos” se movem entre
nós. Pastores, professores, jovens líderes: este texto é um chamado à
vigilância e à coragem. Quantas vezes, por medo de desagradar, deixamos que
imposições humanas silenciem a liberdade do Espírito? O mesmo Espírito que
selou Tito, mesmo sem circuncisão, é o que nos chama hoje a permanecer firmes
na liberdade pela qual Cristo nos libertou (Gl 5.1). Não retroceda. Não negocie
o Evangelho. E não se deixe enganar pelos que têm aparência de piedade, mas
negam o seu poder (2Tm 3.5). Que o zelo de Paulo por Tito reacenda em nós a
ousadia de preservar o Evangelho puro e simples, não por tradição, mas por
temor santo e amor à verdade.
_______________
1. Lopes, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã.
São Paulo: Hagnos, 2022.
2. Arrington, French L., e Stronstad, Roger. Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
3. Não cedemos. Paulo
mostra aos gálatas que, mesmo estando em Jerusalém, diante do colégio
apostólico, ele permaneceu firme na perspectiva que distanciava a prática dos
gentios e dos judeus. Isso não se deu por rebeldia, ou por considerar que os
apóstolos em Jerusalém estavam aquém da mensagem que ele havia recebido da
parte do Senhor Jesus. Paulo não era um obreiro rebelde ou desejoso de arrumar
debates e confusão. Ele se posicionou dessa forma “para que a verdade do
evangelho permanecesse entre vós” (Gl 2.5). Tito, o obreiro grego, não precisou
ser circuncidado. Ele fazia parte da equipe de Paulo pela graça de Deus, e se a
circuncisão fosse necessária para que Tito fosse salvo, por que ele não havia
sido circuncidado? Paulo chama os gálatas para pensarem a esse respeito. Se
eles precisassem ser circuncidados e seguirem a Lei para serem salvos, como
diziam os judaizantes, então Tito era uma contradição, pois ele ocupava um
lugar de importância e não seguia nem cumpria a Lei de Moisés. Mas Paulo mostra
que o fato de Tito não ter passado por aquela cirurgia destinada aos bebês
judeus era uma prova de que a mensagem confiada ao apóstolo era válida para
todos os gentios: a circuncisão não era necessária aos não judeus. Se Tito
passasse pela circuncisão, a mensagem dos judaizantes teria prevalecido. Mas o
plano dos falsos irmãos fracassou.
• Há momentos na história da igreja em que ceder é
trair. Paulo viveu um desses momentos em Jerusalém. Diante dos apóstolos,
cercado por uma pressão religiosa intensa, ele poderia ter recuado por
diplomacia ou para manter a “unidade” com os irmãos judeus. Mas não o fez. E o
motivo foi claro: “para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós”
(Gálatas 2.5). A firmeza de Paulo não brotava de orgulho, mas de zelo pelo
evangelho da graça. Para ele, qualquer concessão ao legalismo era uma ameaça
direta à suficiência de Cristo. A presença de Tito, um obreiro grego, ali em
Jerusalém, não foi acidental, foi providencial. Ele era um exemplo vivo de que
a salvação não depende da circuncisão, nem de qualquer rito da Lei. O texto
bíblico enfatiza: “Nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi
constrangido a circuncidar-se” (Gl 2.3). A palavra usada para
"constrangido" no grego é ἀναγκάζω (anagkazō), que denota uma coerção externa, uma
tentativa de forçar a submissão. Paulo deixa claro que não cederam nem por um
instante. Por quê? Porque aceitar isso seria legitimar um “outro evangelho”,
que Paulo já havia denunciado em Gálatas 1.6 - 9. A resistência de Paulo foi
teológica, não pessoal. Ele não estava ali para disputar poder com os líderes
de Jerusalém, mas para proteger a essência da fé cristã. Se Tito fosse
circuncidado para agradar aos judaizantes, o evangelho teria sido comprometido.
Como escreveu Hernandes Dias Lopes, “a liberdade cristã não é um luxo, mas uma
necessidade vital da fé. Substituí-la pela Lei é negar a suficiência de Cristo”¹. E como reforça o
Comentário Bíblico Pentecostal: “a inclusão de Tito sem a exigência da Lei
mosaica foi um marco da aceitação dos gentios como co-herdeiros em Cristo, sem
os distintivos da identidade judaica”². É aqui que a narrativa ganha uma camada ainda mais
profunda. A luta de Paulo era contra os “falsos irmãos” (Gálatas 2.4), homens
que se infiltraram disfarçados de piedosos, mas cujo coração estava longe da
cruz. A expressão usada, ψευδαδέλφους (pseudadelphous), denuncia uma falsa
irmandade, uma fé apenas aparente. Eles não eram apenas mal-informados, eram
opositores do evangelho da graça. Antônio Gilberto alerta: “O maior perigo da
igreja não vem de fora, mas de dentro. São os falsos mestres que se vestem de
cordeiros, mas são lobos”³. Este é um chamado urgente à igreja de hoje. Quantas vezes,
para manter a paz institucional, temos silenciado diante de distorções do
evangelho? Quantas vezes temos permitido que tradições humanas se misturem à
graça de Cristo, por medo de confronto? A história de Tito nos confronta: ou
permanecemos firmes na liberdade que há em Cristo, ou cooperamos com os falsos
irmãos e minamos a verdade que salva.
_______________
¹ LOPES, Hernandes Dias.
Gálatas - Comentários Expositivos Hagnos: A carta da liberdade cristã. São
Paulo: Hagnos, 2012.
² ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004.
³ GILBERTO, Antônio. Manual
da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
SUBSÍDIO II
Professor(a), inicie o tópico com a seguinte
pergunta: “Quem eram os falsos irmãos?”. Ouça os alunos com atenção e em
seguida explique que “essas pessoas eram judaizantes, ou seja, adeptos rígidos
ao judaísmo (os costumes da religião e da cultura judaica) que afirmavam que os
não judeus precisavam obedecer à lei de Moisés do Antigo Testamento (cf. At
15.5; 2Co 11.26), e em particular a regra da circuncisão (v.12), para que
pudessem ser salvos e viver em um relacionamento correto com Deus (cf. Rm
2.29). Esta filosofia também é chamada de legalismo, o que envolve a confiança
de que regras e rotinas religiosas e obras pessoais trarão a salvação
espiritual ou obterão o favor de Deus. Isso significa obedecer aos detalhes da
lei, sem um verdadeiro comprometimento com o espírito e os propósitos por trás
da lei (veja At 25.8). Embora a lei de Deus seja boa e espiritual (Rm 7.12-14)
e os seus princípios e padrões morais ainda se apliquem à vida cristã, a
simples obediência à lei não pode nos salvar. O propósito da lei de Deus é
revelar a nossa própria incapacidade de viver segundo os padrões perfeitos de
Deus e nos mostrar a nossa necessidade de Cristo (3.24). Quando uma pessoa
recebe — pela fé — o perdão de Deus e confia sua vida à liderança de Cristo, o
Espírito Santo capacita essa pessoa a viver segundo os padrões de Deus (cf. Rm
8.4) No entanto, a pessoa faz isto por amor e gratidão a Deus, e não como um
meio de obter o seu favor. Muitos judaizantes não eram sequer sinceros em sua
própria devoção à lei, mas simplesmente desejavam exercer a sua influência
sobre outras pessoas na igreja e afastá-las da verdadeira fé em Cristo (4.17)”.
(Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD,
2023, p.1625).
PROFESSOR(A), “Paulo era gentil, tolerante e
paciente com relação a muitas coisas (cf. 1Co 13.4-7), mas era firme e
inflexível com respeito à “verdade do evangelho”. A revelação que ele recebera
diretamente de Cristo (1.12) é a única mensagem que possui o poder de salvar
todos os que creem nela, recebem-na e reagem positivamente a ela (Rm 1.16).
Paulo entendia que nunca se devem fazer concessões a este evangelho em nome da
paz, unidade ou da opinião da moda.” (Bíblia de Estudo Pentecostal para
Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023. p.1626).
III. O EVANGELHO DA INCIRCUNCISÃO
1. Reconhecido entre os apóstolos. Paulo
descreve que teve o seu trabalho e chamada reconhecidos entre os apóstolos de
Jerusalém. Diferente do que os seus acusadores andaram falando, de que ele não
era apóstolo ou que ninguém o conhecia em Jerusalém, Paulo diz que “deram-nos
as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios
e eles, à circuncisão” (Gl 2.9). Os apóstolos tiveram Barnabé e Paulo em alta
conta, e foram além do reconhecimento, eles chancelaram a missão aos gentios.
Paulo fala que os hebreus “nada me comunicaram”, uma observação do apóstolo
acerca da sua mensagem, ou seja, não acrescentaram nada ou nenhuma regra a mais
à mensagem de Paulo aos gentios.
• Nem sempre o ministério será validado por aplausos ou visibilidade,
e Paulo sabia disso como poucos. Durante sua missão, ele enfrentou duras
críticas, inclusive a acusação de que não era um verdadeiro apóstolo e que sua
mensagem não tinha o respaldo da igreja em Jerusalém. Mas, ao escrever aos
gálatas, Paulo faz questão de esclarecer os fatos: sua autoridade apostólica
não foi fruto de autoafirmação, mas de uma vocação divina reconhecida pelos
próprios pilares da igreja. Em Gálatas 2.9, ele afirma que Tiago, Cefas e João,
os que eram considerados colunas, estenderam-lhe a mão direita em sinal de
comunhão. Esse gesto não era mero formalismo, mas uma chancela espiritual e
eclesiástica: Barnabé e Paulo estavam plenamente autorizados para prosseguir na
missão aos gentios. A expressão “deram-nos as destras” carrega no grego (δεξιὰς ἔδωκαν κοινωνίας [dexiàs
édōkan koinōnías]) a ideia de cooperação e reconhecimento mútuo na proclamação
do mesmo Evangelho. Não era uma nova mensagem, mas a mesma verdade aplicada a
contextos diferentes. Isso desmontava, portanto, qualquer narrativa dos falsos
irmãos que queriam invalidar o ministério de Paulo. Mais do que isso, Paulo
reforça que “nada me comunicaram” (Gl 2.6), ou seja, os apóstolos de Jerusalém
não lhe acrescentaram exigência alguma. A palavra usada no original (προσανέθεντο
[prosanéthento]) indica a ideia de adição ou imposição – algo que não
aconteceu. Eles não sugeriram adaptações culturais nem exigências legalistas.
Isso é teologicamente marcante: o Evangelho pregado por Paulo já estava
completo, e sua doutrina já era ortodoxa. Não havia acréscimos mosaicos a serem
feitos. Como ensina o Comentário Bíblico Pentecostal (Arrington &
Stronstad, 2003), “a aceitação do ministério de Paulo sem qualquer correção
doutrinária comprova a unidade e a autenticidade da mensagem cristã entre os
judeus e os gentios”¹. Essa confirmação não foi apenas uma vitória pessoal de
Paulo. Foi uma vitória do Evangelho da graça. Em um tempo em que muitos ainda
confundiam fé com rito, salvação com obras da Lei, Paulo permanecia firme no
ensino de que a justificação se dá somente pela fé em Cristo (cf. Gl 2.16). Ele
e Barnabé não estavam isolados, mas faziam parte de um corpo unido, que agora,
em obediência à Grande Comissão (Mt 28.19), avançava entre os gentios. Aqui
está uma lição poderosa para nossas igrejas locais! Muitos obreiros e
professores da Escola Dominical ainda lutam contra olhares desconfiados ou
estruturas engessadas. No entanto, quando permanecemos fiéis ao Evangelho
verdadeiro, o reconhecimento não precisa vir primeiro dos homens, mas da coerência
com a Palavra. A comunhão apostólica não está fundamentada em títulos, mas na
fidelidade à verdade revelada. Que possamos, como Paulo, sustentar a mensagem
da cruz sem acréscimos e sem concessões.
_______________
1. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
2. A recomendação dos apóstolos. Para
cada comissionamento há uma ou mais responsabilidades. Os apóstolos de
Jerusalém pediram que a missão aos gentios não se esquecesse dos pobres. Em uma
sociedade onde a pobreza era bastante comum, e a sobrevivência de certos
grupos, como viúvas e órfãos, dependia muito da família ou da caridade alheia,
os cristãos se tornaram conhecidos pelo altruísmo e pela generosidade. Em
Gálatas 6.10, seguindo a orientação dos irmãos de Jerusalém, ele escreve que
“enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos
da fé” (Gl 6.10).
• Cada missão confiada traz consigo responsabilidades
concretas. Paulo revela que, ao ser comissionado para levar o evangelho aos
gentios, recebeu dos apóstolos de Jerusalém uma importante orientação: não
esquecer os pobres. Essa recomendação não era mera formalidade. Na sociedade do
primeiro século, marcada por desigualdades e por um sistema social frágil,
muitas pessoas, como viúvas e órfãos, dependiam da solidariedade da comunidade
para sobreviver. Os cristãos se destacaram justamente por essa postura
altruísta, vivendo o mandamento de amor ao próximo de forma prática e tangível.
O cuidado com os necessitados não era secundário ao anúncio da fé, mas parte
essencial da vida cristã. Paulo reforça esse ensino na carta aos Gálatas,
lembrando aos irmãos: “enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, e
principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10). O termo grego para
“oportunidade” (καιρῷ [kairō]) indica um momento favorável, um tempo certo que
não se deve desperdiçar. Esse chamado não se limita à generosidade ocasional,
mas aponta para um compromisso contínuo e prioritário com os irmãos na fé, os
“domésticos” do Senhor. O cuidado com a comunidade cristã é expressão da
comunhão e do amor que devem caracterizar a igreja. Como ensina o Comentário
Bíblico Pentecostal, essa preocupação é um reflexo da transformação radical que
o evangelho opera na vida do crente, gerando frutos visíveis na prática diária¹. Portanto, a
recomendação dos apóstolos é um convite à ação concreta. Em nossas igrejas e em
nossas vidas, o evangelho se manifesta não apenas no ensino, mas também no
cuidado real com aqueles que enfrentam dificuldades. Isso revela a
autenticidade da fé e fortalece a comunhão do corpo de Cristo.
_______________
1. ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
3. Dois públicos e uma mesma
mensagem. Nem todas as pessoas que são alcançadas pelo
Evangelho são da mesma cultura. A Palavra de Deus classifica as pessoas como
judeus, gentios e a igreja de Deus (1Co 10.32). O Evangelho é o mesmo, mas é
possível que uma mensagem seja mais facilmente aplicada a um grupo cultural do
que a outro, e cabe a quem está apresentando as Boas-Novas ter essa
sensibilidade para a comunicação do Evangelho. Paulo agiu assim, entendendo que
nem todos os preceitos do judaísmo eram adequados aos gentios, como veremos na
próxima lição.
• O Evangelho não é limitado a uma cultura ou grupo
específico. A Escritura deixa claro que Deus trata judeus e gentios de forma
distinta, mas também os une no corpo da igreja, como Paulo destaca em 1
Coríntios 10.32. Isso nos desafia a entender que a mensagem de salvação é uma
só, imutável e eterna, mas o modo de apresentá-la precisa ser sensível às
diferenças culturais e históricas daqueles que a recebem. Paulo, como apóstolo
e missionário, soube agir com essa sabedoria pastoral. Ele reconheceu que
certas práticas judaicas, tão importantes para os judeus, não deveriam ser
impostas aos gentios. Essa distinção não significa uma divisão no evangelho,
mas uma adaptação que preserva sua essência. O termo grego ethnē (ἔθνη), traduzido como
“gentios”, mostra que eles pertenciam a um contexto cultural muito diferente do
judaísmo, e o evangelho precisava ser comunicado de forma que fizesse sentido
para eles, sem que fosse preciso carregar o peso da Lei mosaica. Essa
estratégia de Paulo revela a profundidade do ensino apostólico: a justificação
pela fé em Cristo é universal, mas a forma de aplicação pastoral varia conforme
o contexto cultural. É um convite para nós hoje, que ensinamos e aprendemos a
Palavra, a sermos sensíveis à cultura de nossos ouvintes, garantindo que o
Evangelho não se perca em rituais ou costumes, mas atinja o coração e
transforme vidas. Na próxima lição, vamos explorar como Paulo desenvolveu essa
abordagem e o que isso significa para a Igreja contemporânea. Que essa reflexão
nos leve a avaliar se nossa pregação e ensino têm sido fiéis à mensagem pura e
adequados às necessidades de cada público, promovendo unidade na diversidade.
_______________
Referências
COELHO,
Alexandre. A Liberdade em Cristo — Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a
Carta de Paulo aos Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
GILBERTO,
Antônio. Teologia Sistemática Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
LOPES,
Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2014.
BÍBLIA DE
ESTUDO MACARTHUR. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015.
ARRINGTON,
French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
CONCLUSÃO
Ao longo destas duas últimas lições,
tratamos da biografia do apóstolo Paulo, conforme ele a demonstra aos gálatas.
Na lição passada, estudamos a respeito dele como recém-convertido, e nesta
lição, como um representante de uma equipe missionária, tendo a sua mensagem
chancelada pelos obreiros de Jerusalém. A sua pregação não era estranha ao
conhecimento dos judeus, e mesmo eles receberam a equipe de obreiros aos
gentios com apreço e sem preconceito, ainda que houvessem ali na igreja,
“falsos irmãos”.
• Ao longo dessas duas últimas lições, percorremos a
trajetória do apóstolo Paulo conforme ele mesmo a apresenta na carta aos
Gálatas. Primeiro, vimos a transformação radical de um perseguidor da igreja em
um servo fervoroso do Evangelho, que viveu uma conversão genuína e profunda.
Depois, examinamos seu papel como membro de uma equipe missionária reconhecida
pelos líderes da igreja em Jerusalém, que chancelaram sua mensagem e
ministério, mesmo diante da resistência e da presença de falsos irmãos. Essa
história nos traz ensinamentos valiosos para a vida da igreja hoje.
Primeiramente, aprendemos que o ministério fiel exige transparência e firmeza
na verdade do Evangelho. Paulo não se intimidou diante das críticas nem aceitou
compromissos que pudessem desfigurar a mensagem da graça. Isso nos desafia a
sermos vigilantes para proteger a pureza do ensino bíblico em nossas igrejas,
identificando e confrontando ensinos distorcidos que podem surgir. Além disso,
percebemos a importância do reconhecimento e da comunhão entre irmãos no
serviço ao Senhor. A igreja local deve valorizar e apoiar os ministros
chamados, entendendo que a unidade não significa uniformidade, mas sim respeito
mútuo e alinhamento com a Palavra. Devemos cultivar ambientes onde o Evangelho
seja pregado com fidelidade e amor, mesmo em meio às dificuldades e diferenças
culturais. Finalmente, a presença dos “falsos irmãos” nos lembra do cuidado que
devemos ter para discernir quem está realmente comprometido com o Evangelho.
Não basta estar na igreja ou ter aparência de crente; o fruto da vida e a
submissão à Palavra são sinais essenciais da verdadeira comunhão. Como Paulo
exortou os gálatas, que possamos estar sempre alertas, firmes na liberdade que
Cristo nos deu, para não sermos enganados. Que esta reflexão nos leve a uma
autoavaliação sincera:
como temos
protegido a pureza do Evangelho em nossa vida e em nossa comunidade?
Estamos
dispostos a manter a unidade em Cristo sem abrir mão da verdade?
E como temos
apoiado uns aos outros no serviço do Reino?
O desafio está lançado. Que o Senhor nos fortaleça para
vivermos o Evangelho com coragem, fidelidade e amor, transformando vidas e
edificando sua igreja.
_______________
Meu
ministério aqui é um chamado do coração — compartilhar o ensino da
Palavra de Deus de forma livre e acessível, para que você, irmão ou irmã em
Cristo, possa crescer na fé e no conhecimento das Escrituras, sem barreiras,
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HORA DA REVISÃO
1. O que fez Paulo subir para
Jerusalém?
Ele subiu para Jerusalém por força de uma revelação. Deus é soberano não
somente para nos oferecer a sua graça para a salvação, mas também para operar
entre nós obras pelo Espírito Santo.
2. Que obreiro teve uma participação
bem ativa no ministério com Paulo?
Barnabé. O “filho da consolação” teria uma participação muito ativa no
ministério aos gentios.
3. Qual era a origem de Tito?
Tito era grego e não precisou ser circuncidado.
4. Quem eram os “falsos irmãos”?
Eram aqueles que tinham acesso aos apóstolos. Conheciam a lei de Moisés,
mas eles não colaboravam com o Evangelho. Os falsos irmãos impunham aos
visitantes a obrigatoriedade de seguirem todos a lei como um requisito para a
salvação.
5. Que recomendação os apóstolos de
Jerusalém deram a Paulo e Barnabé, apresentada na lição?
Os apóstolos de Jerusalém pediram que a missão aos gentios não se
esquecesse dos pobres. Em uma cultura onde a pobreza era bastante comum, e a
sobrevivência de certos grupos, como viúvas e órfãos, dependia muito da família
ou da caridade alheia, os cristãos se tornaram conhecidos pelo altruísmo e pela
generosidade.