Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6)
Entenda o Texto Áureo:
- Cristo é o
caminho para o Pai – ninguém vem ao Pai senão por mim; Ele é a verdade de tudo
o que encontramos no Pai quando chegamos a Ele: “Pois nele habita corporalmente
toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9), e Ele é toda a vida que
sempre flui para nós e nos abençoa a partir da Divindade aproximada e
manifestada Nele – “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20).
[Jamieson; Fausset; Brown]
VERDADE
PRÁTICA
A imagem de Jesus Cristo como o caminho, a verdade e a vida reforça a
nossa fé e consolida a nossa comunhão com Deus.
Entenda a Verdade Prática:
- A afirmação
"Jesus Cristo como o caminho, a verdade e a vida" reforça nossa fé ao
nos lembrar que Ele é a única ponte segura entre a humanidade e Deus. Ao
reconhecermos Jesus como nosso guia e fundamento, fortalecemos nossa comunhão
com o Pai e encontramos direção, sentido e esperança em nossa jornada
espiritual.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
João 14.1-15
1. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em
mim.
- A advertência a Pedro de que ele logo negaria seu Mestre deve
tê-lo chocado, pois o silenciou. Ele não está entre os discípulos que fazem
perguntas sobre o significado das palavras de Jesus no capítulo 14, nem é
mencionado novamente até o capítulo 18. Mas os outros discípulos também devem
ter ficado surpresos e tristes com o pensamento de que o principal entre eles
falhariam na hora da prova. Se assim fosse, quem entre eles poderia estar
confiante em si mesmo? Na verdade, eles já haviam sido avisados de que sua fé
não seria forte o suficiente para mantê-los ao lado de Jesus quando chegasse a
hora sombria de Sua prisão (João 16:31-32). Mas essa sugestão renovada da
instabilidade de sua lealdade, acrescentada aos anúncios que Jesus havia feito
de Sua partida iminente deles (Joao 16:5-7, João 13:33, 36) e das perseguições
que estavam reservadas para eles (Joao 15:18-21, João 16:33), os encheram de
profunda tristeza. Então Ele procurou tranquilizá-los com uma nova mensagem de
consolo, que os ensinou a olhar além desta vida terrena para a vida após a
morte. Não se perturbe vosso coração [μὴ ταρασσέσθω ὑμῶν ἡ καρδία]. A
experiência humana de um espírito “perturbado” havia sido Sua, mais de uma vez,
durante as últimas semanas (compare com João 11:33, João 12:27, João 13:21), e
Ele sabia o quanto era doloroso. credes em Deus, crede também em mim [πιστεύετε
εἰς τὸν θεόν, καὶ εἰς ἐμὲ πιστεύετε]. Estes são provavelmente ambos
imperativos: “creia em Deus (compare com Marcos 11:22); também creia em mim”. A
crença em Deus deveria, por si só, voltar seus pensamentos para a segurança da
vida futura; e então, se eles acreditassem em Jesus, eles se lembrariam das
promessas que Ele havia feito sobre isso (veja o versículo 3, com suas duas
sentenças). Gramaticalmente, πιστεύετε pode ser presente indicativo em qualquer
lugar ou em ambos, e o familiar “Você acredita em Deus; acredite também em mim”,
também faz sentido. Mas parece mais natural tomar πιστεύετε da mesma maneira na
primeira sentença e na segunda. A verdadeira fonte de consolo para um espírito
perturbado é a fé em Deus (compare com Salmo 27:13, Salmo 141:8 etc.) e em
Jesus a quem Deus enviou (compare com Marcos 5:36). Os discípulos já haviam
professado (João 16:30) sua fé em Jesus, mas Ele os advertiu que esta fé não
era invencível (João 16:31). Para a construção εἰς τινὰ
πιστεύειν, nunca utilizado por João da fé no homem, ver em João 1:12. [Bernard,
1928]
2. Na casa
de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou
preparar-vos lugar.
- Na casa de meu Pai há muitas moradas – e assim há espaço para todos, e um lugar para cada um. senão,
eu vos diria – isto é, eu diria a vocês imediatamente; eu não os
enganaria. vou para vos preparar lugar – para obter um direito de estarem
lá e possuírem o “lugar” de vocês. [Jamieson; Fausset; Brown, 1866]
3. E, se eu
for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para
que, onde eu estiver, estejais vós também.
- outra vez virei, e vos tomarei comigo – estritamente, em Sua Aparição Pessoal; mas em um sentido
secundário e reconfortante, para cada um individualmente. Marque novamente a
afirmação feita: – vir para receber Seu povo para Si mesmo, para que onde Ele
estiver, eles também possam estar. Ele considera que deve ser suficiente ter a
garantia de que eles estarão onde Ele está e sob Seu cuidado. [Jamieson;
Fausset; Brown, 1866]
4. Mesmo vós
sabeis para onde vou e conheceis o caminho.
- E já sabeis para onde vou. Ele tinha-lhes dito tantas vezes que
devia morrer, e ressuscitar, e subir ao céu, que não podiam deixar de
compreendê-lo (Mateus 16:21; Lucas 9:22; 18:31-32). e sabeis o caminho. Isto
é, o caminho que conduz à morada para onde ele estava indo. O caminho que
deviam seguir era obedecer aos seus ensinamentos, imitar o seu exemplo e segui-lo
(Jo 14:6). [Barnes].
5. Disse-lhe
Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?
- (5–11) A revelação que o Senhor deu sobre o propósito de Sua
separação iminente desperta questionamentos entre os discípulos. Como eles
podem compreender verdadeiramente o “caminho” de que Ele falou? Como podem
conhecer verdadeiramente o Pai? A primeira pergunta é feita por Tomé (5–7) e a
segunda por Filipe (8–11). Disse-lhe Tomé (veja nota em João 11:16). como
podemos saber o caminho? A pergunta de Tomé expressa uma dificuldade
natural em relação à declaração do Senhor. Normalmente, entendemos o caminho a
partir do conhecimento do destino. Mas, nas coisas espirituais, a fé segue
passo a passo. Há bem-aventurança em “não ver” (João 20:29). O “caminho” é, em
si mesmo, a revelação – e para o homem, a única revelação possível – do
destino. [Westcott, 1882]
6. Disse-lhe
Jesus:?Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.
- Essa é a sexta declaração "Eu sou" de Jesus em João
(veja 6.35; 8.12; 10.7-9; 10.11,14; 11.25; 15.1,5). Em resposta à pergunta de Tomé
(v. 5), Jesus declarou que ele é o caminho para Deus porque ele é a verdade de
Deus (1.14) e a vida de Deus (1.4; .3.15; 11.25). Nesse versículo, a
exclusividade de Jesus como o único caminho para o Pai é enfática. Existe
somente um caminho, não muitos caminhos, para Deus, ou seja, Jesus Cristo
(10.7-9; cf. Mt 7.13-14; Lc 13.24; At 4.12).
7. Se vós me
conhecêsseis a mim, também conhecereis o meu Pai; e já desde agora o conheceis
e o tendes visto.
- Se vós conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e
desde agora – ‘de agora em diante’
que eu vos expliquei, já o conheceis, e o tendes visto – Aqui também nosso
Senhor, com o que Ele diz, pretende antes ganhar seus ouvidos para mais
explicações, do que dizer-lhes o quanto eles já sabiam. [JFU]
8. Disse-lhe
Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta.
- Senhor, mostra-nos ao Pai
– Filipe aqui se referiu a alguma manifestação exterior e visível de Deus. Deus
havia se manifestado de várias maneiras aos profetas e santos da antiguidade, e
Filipe afirmou que, se alguma manifestação deveria ser feita a eles, eles
ficariam satisfeitos. Era certo desejar evidências de que Jesus era o Messias,
mas tal evidência “tinha sido” abundantemente concedida nos milagres e
ensinamentos de Jesus, e que “deveria” ter bastado deles. [Barnes]
9. Disse-lhe
Jesus:? Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem
me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
- Quem a mim tem visto, já tem visto ao Pai – Pelas razões acima mencionadas, que o Pai reside na plenitude
dos Seus atributos de poder, sabedoria e bondade, concentrados na pessoa
humana, e tornados tão plenamente visíveis para o homem quanto o sentido do
homem pode captar. [Whedon]
10. Não crês
tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo,
não? as? digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
- Não crês…? Era
uma questão de fé, pois o Senhor já havia declarado essa verdade claramente
antes (João 10:38). eu estou no Pai, e que o Pai em mim está. Em João 10:38, a
ordem é diferente, pois ali o foco estava no poder divino como ponto de
partida. O ensinamento de Cristo mostrava Sua íntima comunhão com o Pai; Suas
obras demonstravam a ação do Pai n’Ele. As palavras – as declarações
específicas (τὰ ῥήματα), as partes da grande mensagem (João 15:7; 17:8).
Compare com João 3:34; 5:47; 6:63, 6:68; 8:30, 8:47; 10:21; 12:47ss. falo…falo.
O primeiro verbo indica o conteúdo da mensagem (λέγω), o segundo, a forma do
ensino (λαλῶ). Veja João 12:49ss; 16:18; Mateus 13:3; 14:27; 23:1; 28:18;
Marcos 5:36; 6:50; Lucas 24:6; Romanos 3:19. por mim mesmo – Compare
com nota em João 5:19. mas o Pai… Meu ensino não é
auto-originado, pelo contrário, toda a minha Vida é a manifestação da vontade
do Pai. o Pai que está em mim, ele é o que faz as obras. De acordo com
o texto correto, o Pai, que permanece em mim, faz Suas obras, realiza
ativamente Seu propósito de muitas maneiras, e meu ensino é parte desse
propósito. As “obras” eram elementos da “obra” (João 4:34; 17:4; 5:36; 9:4) e
são atribuídas tanto ao Filho (João 10:37) quanto ao Pai. Compare com João
5:19ss. As palavras e as obras de Cristo são apontadas como duas provas de Sua
união com o Pai: as palavras apelam à consciência espiritual, as obras ao
intelecto. As palavras revelam o caráter, enquanto as obras demonstram o poder;
e naturalmente as palavras têm prioridade. Veja João 15:24. [Westcott, 1882]
11. Crede-me
que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas
obras.
- “Por toda a vossa fé em Mim, crede na Minha palavra simples: mas
se uma afirmação tão elevada é mais do que a vossa fraca fé ainda pode
alcançar, que as obras que fiz contem a sua própria história, e ela não
precisará de mais”. Pode alguma coisa mostrar mais claramente que Cristo
reivindicou para Seus milagres um caráter mais elevado do que os dos profetas
ou apóstolos? E, contudo, esse caráter superior não estava nas obras em si, mas
na Sua maneira de fazê-los. [JFU]
12. Na
verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que
eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
- (12–14) A partida de Cristo permite que os discípulos realizem,
por meio de Sua intercessão, obras ainda maiores do que Ele fez, para que o Pai
seja glorificado no Filho. Em verdade, em verdade… Cristo havia
apontado Suas obras como uma evidência secundária da fé. Agora, Ele mostra que
o verdadeiro crente também fará as mesmas obras. Essas obras fluem do Filho e
daqueles que estão em comunhão com Ele, mas a fonte e a essência estão mais
profundas. crê em mim – como resultado de crer em mim (João 14:11). também
ele as fará… O pronome enfático destaca a pessoa que já foi
caracterizada. Compare com João 6:57; 14:21, 26; 12:48; 9:37; 5:39; 1:18, 33. fará
maiores do que estas (as que realizei em meu ministério terreno) –
“maiores” no sentido dos efeitos espirituais mais amplos da pregação dos
discípulos após o Pentecostes (Atos 2:41). Como Agostinho observou: “Quando os
discípulos pregaram, até mesmo os gentios creram; estas são, sem dúvida, obras
maiores.” Isso não se refere a milagres mais extraordinários (como em Atos
19:12), nem significa simplesmente “mais” obras. Essas “obras maiores” também
são obras de Cristo, pois são feitas por aqueles que creem n’Ele. Porque…
A exaltação de Cristo em Sua humanidade à direita de Deus é a garantia das
obras prometidas. A ideia não é que os discípulos trabalharão porque Cristo
estará ausente, mas que Sua ida aumentará o poder deles (João 16:7; compare com
Efésios 4:8ss; Filipenses 4:13). O pronome enfático “Eu” não contrasta com
“vós”, mas destaca a plenitude da personalidade de Cristo. meu Pai – O texto correto
traz “o Pai”, enfatizando a base da comunhão. [Westcott, 1882]
13. E tudo
quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
Filho.
- E tudo quanto… Esta
cláusula pode ser uma continuação da anterior, dependendo de “porque”, ou uma
nova sentença independente que leva o pensamento um passo adiante. A segunda
opção parece melhor. A união de Cristo, o homem perfeito, com o Pai garante as
“obras maiores”; e mais do que isso, Cristo, para a glória do Pai, atenderá às
orações dos discípulos. pedirdes em meu nome – Aqui é a primeira vez que essa
expressão aparece. Compare com “em nome de meu Pai” (João 5:43; 10:25; 12:13;
17:6, 11, 12, 26) e as palavras do Evangelista (João 1:12; 2:23; 3:18; 20:21). Agora,
finalmente, o Senhor revelou Sua Pessoa aos discípulos, permitindo que eles
compreendam Sua relação com eles e com o Pai. Assim, a expressão aparece
repetidamente nesta parte do Evangelho: João 14:26: “O Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome”; João 15:16: “para que tudo o que pedirdes (αἰτῆτε, αἰτήσητε)
ao Pai em meu nome, Ele vos conceda”; João 16:23: “se pedirdes (αἰτήσητε) algo
ao Pai, Ele vo-lo concederá em meu nome”; João 16:24: “até agora nada pedistes
(ᾐτήσατε) em meu nome”; João 16:26: “naquele dia pedireis (αἰτήσεσθε) em meu
nome.” Compare com João 15:21. A expressão “em meu nome” significa “como sendo
um comigo, assim como me foi revelado a vocês”. Seus correlatos são “em mim”
(João 6:56; 14:20; 15:4ss; 16:33; 1 João 5:20) e o conceito paulino “em
Cristo”. No restante do Novo Testamento, aparece em Marcos 9:38; 16:17; Lucas
10:17; Atos 2:38; 3:6; 4:10. A expressão “em nome” (ἐν τῷ ὀνόματι) deve ser
diferenciada das expressões relacionadas “para o nome”, “sobre o nome” (εἰς τὸ ὄνομα,
ἐπὶ τῷ ὀνόματι) e “pelo nome” (τῷ ὀνόματι), que também aparecem. Agostinho observa
que orar em nome de Cristo significa que a oração deve estar em conformidade
com Seu caráter, e que Ele a atenderá na medida em que contribuir para a
salvação. eu o farei – Há plena concordância entre a oração dos
discípulos e a vontade de Cristo. Ele promete não apenas que eles receberão o
que pedirem, mas que Ele mesmo fará isso. para que o Pai… para que Deus seja
revelado em majestade como Pai no Filho. Quem obtém resposta à sua oração por
meio de Cristo, que age em nome do Pai (João 5:43), naturalmente desenvolve uma
percepção mais profunda do poder e do amor do Pai. A condição — a promoção da
glória do Pai — estabelece o verdadeiro limite da oração. Compare com João
13:31 (“o Filho do Homem… e Deus…”). [Westcott, 1882]
14. Se
pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.
- Observe aqui, que enquanto eles deveriam perguntar o que querem,
não Dele, mas do Pai em Seu nome, Jesus diz que é Ele mesmo que vai “fazer
isso” por eles. Que reivindicação é essa de não apenas ser perfeitamente
conhecedor de tudo o que é derramado no ouvido do Pai por Seus discípulos
amorosos na terra, e de todos os conselhos e planos do Pai quanto às respostas
a serem dadas a eles, a natureza precisa e medida da graça a ser dada a eles, e
o tempo apropriado para isso – mas ser o Distribuidor autorizado de tudo o que
essas orações atraem, e, nesse sentido, o Ouvinte da oração! Que alguém tente
conceber esta afirmação sem ser a igualdade essencial de Cristo com o Pai, e a
considerará impossível. A repetição enfática disto, que se eles pedirem algo em
Seu nome, Ele o fará, falará tanto da prevalência ilimitada de Seu nome com o
Pai, como de Sua autoridade ilimitada para dispensar a resposta. Mas veja mais
adiante em João 15:7. Esta parte do discurso é notável, pois contém o primeiro
anúncio do Espírito, para suprir ausência da presença pessoal do Salvador. [JFU]
15. Se me
amardes, guardareis os meus mandamentos.
- guardai meus mandamentos
– ou seja, “obedeçam-me” (VIVA).
INTRODUÇÃO
A expressão “Eu sou o caminho, a verdade e a
vida” tem um significado especial para os cristãos em todo o mundo. Ela
descreve de forma abrangente o Senhor Jesus na realização da obra de salvação.
Por isso, iremos estudar João 14, onde consideraremos as palavras encorajadoras
e as promessas de Jesus contidas neste capítulo, bem como as dúvidas e
incertezas que os seus discípulos enfrentaram ao longo da jornada. Além disso,
iremos explorar os três termos importantes do versículo 6: caminho, verdade e
vida.
- Aqui está a
sétima e última expressão de Jesus: Eu
sou. Já havia dito: Eu sou 0pão da vida.
Eu sou a luz do mundo. Eu sou a porta. Eu sou o bom pastor. Eu sou a
ressurreição e a vida. Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Eu sou a videira
verdadeira. Jesus havia dito aos discípulos que iria partir e que eles não poderiam
ir com ele (13.36). Agora, assegura que eles sabem o caminho para onde ele vai
(14.4). Isso provoca uma pergunta imediata de Tomé: Senhor, não sabemos para
onde vais. Como podemos saber 0 caminho? (\A5). A resposta de Jesus é uma das mais
importantes declarações registradas nos Evangelhos: Eu sou o caminho, a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim (14.6). A expressão "Eu sou o caminho, a verdade e a vida",
dita por Jesus em João 14:6, tem um profundo significado para os cristãos. "Caminho" revela que Jesus é a única
via de acesso ao Pai — Ele não apenas mostra o caminho, mas é o próprio
caminho. Isso significa que seguir a Cristo é trilhar uma jornada de fé,
obediência e comunhão com Deus. "Verdade"
aponta para Jesus como a revelação plena de Deus, o fundamento da realidade
espiritual. Em um mundo de incertezas e enganos, Ele é a verdade absoluta e
confiável que liberta e orienta. "Vida"
destaca que, em Cristo, encontramos a vida plena — não apenas a existência
física, mas a vida espiritual e eterna. Ele é a fonte da vida abundante aqui e
da vida eterna com Deus. Para os cristãos, essa declaração é central: ela
afirma que a salvação e a comunhão com Deus só são possíveis por meio de Jesus
Cristo.
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I. CONSOLO E PROMESSA DO SENHOR JESUS
1. O Caminho, a
Verdade e a Vida. Desde o evento do capítulo 13,
quando Jesus se juntou aos discípulos e lavou os seus pés, proporcionando uma
importante lição sobre liderança humilde, o seu discurso não se limitou a esse
capítulo. O Senhor fez um discurso de despedida no capítulo 14 que se inicia em
João 13.31. Nesse discurso, Ele confere consolo aos discípulos ao afirmar que, após
a sua morte, não estariam sozinhos. No versículo 4, o Senhor diz que os
discípulos sabiam para onde Ele ia. No entanto, Tomé respondeu que não sabia e
questionou: “Como podemos saber o caminho?” (Jo 14.5). Por isso, Jesus
esclarece que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém pode chegar ao Pai
senão por meio d’Ele (Jo 14.6). Esta afirmação de Jesus revela que Ele é o
único meio de alcançar o Pai, é a verdade que o revela e representa assim a
verdadeira vida de Deus.
- Jesus conforta
seus discípulos dizendo-lhes que a separação é momentânea, mas a comunhão em
glória será eterna, pois ele partirá, mas voltará. Jesus havia dito aos
discípulos que iria partir e que eles não poderiam ir com ele (13.36). Agora,
assegura que eles sabem o caminho para onde ele vai (14.4). Jesus é a verdade
que alimenta a nossa mente, a vida que satisfaz a nossa alma e o único caminho
seguro para Deus. Nessa mesma linha de pensamento, Jesus é o caminho para Deus,
precisamente porque ele é a verdade de Deus (1.14) e a vida de Deus (1.4; 3.15;
11.25). Jesus é a verdade porque incorpora a suprema revelação de Deus. Ele próprio
é a exegese de Deus (1.18) e é corretamente chamado de Deus (1.1,18; 20.28).
Jesus é avida (1.4), aquele que tem vida em si mesmo (5.26), a ressurreição e a
vida (11.25), o verdadeiro Deus e a vida eterna (ljo 5.20). Somente pelo fato
de Jesus ser a verdade e a vida, é que ele pode ser o caminho para Deus. Jesus
é o caminho para o céu. Ele não é apenas o guia, o mestre e o legislador como
Moisés. Ele é pessoalmente a porta, a escada e a estrada através de quem nos
aproximamos de Deus. Ele nos abriu o caminho da árvore da vida, que foi fechada
quando Adão e Eva caíram. Pelo seu sangue, temos plena confiança para entrar na
presença de Deus. Jesus é a verdade, toda a substância da verdadeira religião.
Sem ele, o ser humano mais sábio está mergulhado em trevas. Jesus é toda a
verdade, a única verdade que satisfaz os anseios da alma humana. Jesus é a
vida. Nele estava a vida. Ele veio para trazer vida, e vida em abundância.
2. Consolo num
cenário de angústia. É evidente que Jesus estava
angustiado (Jo 12.27; 13.21). O nosso Senhor tinha plena consciência de que
estava aproximando-se a hora da sua entrega nas mãos dos homens; em breve seria
crucificado, morto e sepultado. Contudo, surpreendentemente, mesmo neste
contexto de dor, Jesus dirige-se aos seus discípulos com o intuito de
confortá-los (Jo 14.1). Apesar da intensa pressão emocional e espiritual que
enfrentava, Ele revela que o sofrimento pelo qual iria passar traria o bem para
todos. Assim sendo, aquilo que parecia uma derrota era, na verdade, uma
vitória; um fim trágico transformava-se num glorioso começo. Embora doloroso e
angustiante, o caminho a seguir apontava para um cenário glorioso.
- Em vez de os
discípulos darem apoio a Jesus nas horas que antecederam à cruz, ele teve que
apoiá-los tanto espiritual como emocionalmente. Isso revela o amor sacrifical
que havia no coração de Jesus (Mt 20.26-28). A fé em Jesus pode acalmar o coração
agitado. Como o caminho, Jesus é o caminho de Deus para o ser humano - todas as
bênçãos divinas descem do Pai por meio do Filho — e o caminho do ser humano
para Deus. Como a verdade, ele é a realidade última em contraste com as sombras
que o precederam, além de ser aquele que se opõe à mentira, a fonte fidedigna
da revelação redentora, a verdade que liberta e santifica. Como a vida, Jesus é
aquele que tem vida em si mesmo, é a fonte e o doador da vida, aquele que veio
para que tenhamos vida em abundância. Sem Cristo, não pode haver nenhuma
verdade redentora, nenhuma vida eterna; portanto, nenhum caminho para o Pai.
3. Uma promessa
gloriosa. Jesus declarou que o caminho de Deus
leva às moradas celestiais preparadas para os seus seguidores. A expressão
“casa de meu Pai” refere-se ao Céu, um lugar com muitas habitações para os
fiéis em Cristo (Jo 14.2). Esta realidade espiritual futura proporciona uma
esperança gloriosa para os santos. A Igreja de Cristo vive na expectativa do
retorno do nosso Senhor. Apesar dos tempos trabalhosos pelos quais passamos, a
promessa do “Arrebatamento da Igreja” alegra e anima os corações dos fiéis.
Neste sentido, podemos já experienciar um pouco do que nos aguarda no Céu.
Assim será que seremos convocados por Jesus para nos reunirmos num maravilhoso
encontro com Ele nos céus (1 Co 15.51-52).
- A partida de
Jesus é para o bem dos discípulos. João 14.2, moradas, literalmente lugares de moradia, cômodos ou mesmo apartamentos
(em termos atuais). Estes se encontram na grande "casa de meu Pai". A
partida de Jesus seria em benefício dos discípulos, pois ele estava indo
preparar-lhes um lar celeste, e retornará para levá-los consigo para que fiquem
com ele. Essa é uma das passagens que apontam para o arrebatamento dos santos
no fim dos tempos, quando Cristo retornará. As características dessa descrição
não retratam Cristo vindo à terra com os santos para estabelecer o seu reino
(Ap 19.11 -15), mas levando os crentes da terra para viverem no céu. Desde que
aqui não é descrito o castigo dos não crentes, esse não é o acontecimento do
seu retorno em glória e poder para destruir os ímpios (cf. Mt 13.36-43,47-50).
Pelo contrário, descreve a sua vinda para reunir os seus que estão vivos e res
suscitar os corpos dos mortos a fim de levar todos para o céu. Esse arrebatamento
também é descrito em 1Co 15.51-34; 1Ts 4.13-18. Depois de ser arrebatada, a
igreja celebrará a ceia das bodas (Ap 19.7-10), será recompensada (1 Co
3.10-15; 4.5; 2Co 5.9-10) e, mais tarde, retomará à terra com Cristo, quando
ele virá novamente para estabelecer o seu reino (Ap 19.11—20.6). Quando Jesus
fala de ir preparar lugar, não se trata de ele entrar em cena e, depois,
começar a preparar o terreno; ao contrário, no contexto da teologia joanina, é
o próprio ato de ir, via cruz e ressurreição, que prepara o lugar para os discípulos.
O céu é onde se encontra o trono de Deus. Lá estão as hostes de anjos e a
incontável assembleia dos santos glorificados. O céu é a nossa pátria. Lá está
o nosso tesouro, o nosso galardão, a nossa herança incorruptível. No céu, Deus enxugará
as nossas lágrimas. No céu, entoaremos um novo cântico ao Cordeiro pelos
séculos dos séculos. Os filhos de Deus estarão lá. Se o céu é a casa do Pai, significa
que o céu é o nosso lar.
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SINOPSE I
O Senhor Jesus traz consolo para o presente e promessa que anuncia um
futuro glorioso.
II. DÚVIDAS, INCERTEZAS E ENGANOS NO CAMINHO COM
CRISTO
1. A dúvida de
Tomé. No versículo 5, encontra-se a
incerteza do discípulo Tomé: “como podemos saber o caminho?”. Neste Evangelho,
Tomé é retratado como um discípulo fiel, corajoso, que tinha um profundo amor
por Jesus, e teve a coragem de manifestar as suas dúvidas (Jo 14.5). Este
episódio ilustra que durante a nossa caminhada com Cristo, não é incomum que
surjam dúvidas. Contudo, assim como Tomé recebeu de Jesus a resposta: “Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6), também nós podemos ouvir estas
palavras.
- Em João 14:5,
Tomé pergunta: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o
caminho?”. Essa pergunta revela a sinceridade de um coração que, embora ame
profundamente a Jesus, ainda luta para compreender plenamente os caminhos de
Deus. Esse momento é precioso porque nos mostra que até mesmo discípulos fiéis
e corajosos, como Tomé — que mais tarde arriscaria a vida para anunciar o
Evangelho — podem ter dúvidas em sua caminhada com Cristo. Ter dúvidas não
significa falta de fé, mas sim um desejo honesto de entender melhor e caminhar
mais perto de Jesus. A fé cristã não é feita de certezas automáticas, mas de
uma confiança que cresce mesmo em meio às incertezas. O amor verdadeiro por
Cristo inclui momentos de questionamento, pois eles nos impulsionam a buscar
respostas mais profundas e nos aproximam ainda mais d'Ele. Jesus, em resposta à
dúvida de Tomé, não o repreende, mas se revela como o “caminho, a verdade e a
vida”, mostrando que a resposta às nossas dúvidas está sempre n’Ele.
2. As incertezas de
Pedro e Filipe. O Evangelho de João revela que Pedro
não compreendia totalmente sobre o lugar que Jesus mencionava para onde estava
indo (Jo 13.36). No capítulo seguinte, Filipe pede a Cristo que lhe mostre o
Pai (Jo 14.8). É notável que, tal como Tomé, Pedro e Filipe ainda não tinham as
suas questões esclarecidas por Jesus. Eles também enfrentaram incertezas. Não
somos diferentes deles; certamente haverá momentos em que nos sentiremos
semelhantes a Tomé, Pedro e Filipe. Porém, devemos aprender a escutar o Senhor
Jesus Cristo.
- No momento cm que
se sentiam perplexos por causa da partida de Jesus, este os consolou com o meio
que lhes proporcionaria os recursos necessários para realizarem a obra, sem a
presença imediata dele da qual se haviam tornado dependentes. Pedir "em
nome" de Jesus não significa anexar uma expressão no final da oração como
simples fórmula. Significa que:
1) a oração do
crente deve servir aos propósitos e ao reino de Cristo, não a interesses egoístas;
2) a oração do
crente deve ser feita com base nos méritos de Cristo, não nos méritos ou
dignidade pessoais; e
3) a oração do crente
deve visar somente à glória de Cristo.
As incertezas de Pedro e Filipe,
dentro do contexto bíblico, referem-se a momentos em que estes discípulos de
Jesus demonstraram dúvidas, hesitações ou falta de compreensão sobre certos
aspectos da missão e natureza de Jesus. Embora Pedro tenha um momento de
clareza e confissão de fé (a "Confissão de Pedro"), também demonstra
incertezas em outros episódios. Filipe, por sua vez, também tem momentos de
incerteza, como quando questiona a possibilidade de Jesus alimentar uma
multidão com poucos pães e peixes. Em Mateus 16, Pedro confessa que Jesus é o
Cristo, o Filho do Deus vivo, demonstrando um momento de grande fé e
compreensão. No entanto, Pedro também demonstra incertezas. Em Mateus 14, quando
Jesus anda sobre as águas, Pedro tenta fazer o mesmo, mas cai no mar por causa
da sua dúvida e medo. Outro exemplo de incerteza de Pedro é a sua negociação de
Jesus em diversas ocasiões. A Pergunta sobre os Pães e Peixes: Em João 6,
quando Jesus pergunta aos discípulos como alimentar uma grande multidão, Filipe
demonstra incerteza e sugere comprar pão para todos, demonstrando uma falta de
fé na provisão divina. Em João 14, Filipe pede a Jesus para mostrar o Pai,
demonstrando uma falta de compreensão sobre a natureza de Deus e a relação de
Jesus com Ele. As incertezas de Pedro e Filipe, apesar de serem momentos de
dúvida e hesitação, também são oportunidades para que Jesus revele verdades
profundas sobre sua missão e sua natureza. Através dessas incertezas, Jesus
ensina aos seus discípulos sobre a importância da fé, da confiança e da busca
por um conhecimento mais profundo.
3. O engano de
Judas Iscariotes. Em João 13 é revelado que nosso
Senhor anunciou que um dos seus discípulos iria traí-lo (Jo 14.21,22). Essa
pessoa era Judas Iscariotes, seu discípulo. Ele acompanhou Jesus, mas não
conseguiu interiorizar os seus ensinamentos e, por isso, não depositou fé
suficiente no Filho de Deus. Assim sendo, traiu-o e vendeu-o por 30 moedas de
prata (Jo 13.25-27). Lamentavelmente, Judas não reconhecia Jesus como o
Salvador e Redentor da humanidade pecadora. A sua visão do Messias
restringia-se às questões sociais e políticas para libertar Israel da opressão
romana. Portanto, por meio de Judas, aprendemos a importância de não confundir
as nossas prioridades enquanto seguimos a nossa jornada com Cristo.
- A traição de
Judas Iscariotes a Jesus é um dos episódios mais marcantes e trágicos dos
Evangelhos, e seus motivos têm sido amplamente discutidos ao longo da história
cristã. A Bíblia sugere alguns fatores que podem ter contribuído para essa
decisão. Um dos motivos aparentes é a **cobiça**. Em João 12:6, é dito que
Judas, responsável pela bolsa do grupo, era ladrão e costumava tirar o que nela
se colocava. Sua decisão de entregar Jesus por trinta moedas de prata (Mateus
26:14-16) pode refletir um coração apegado ao dinheiro, mais do que à missão do
Mestre. Outro possível motivo é a **desilusão pessoal**. Judas pode ter
esperado um Messias político, que libertaria Israel do domínio romano. Ao
perceber que Jesus não seguia essa expectativa — pregando um Reino espiritual e
não uma revolução —, Judas talvez tenha se sentido frustrado e traído em suas
próprias ambições. Além disso, o texto de João 13:27 menciona que “Satanás
entrou em Judas”, o que indica uma dimensão espiritual mais profunda: sua
escolha abriu espaço para a influência maligna, mostrando que a negligência
espiritual e o endurecimento do coração podem levar a consequências
devastadoras. Em suma, Judas não traiu Jesus por um único motivo isolado, mas
por uma combinação de ambição, frustração, fragilidade espiritual e falta de
arrependimento verdadeiro. Sua história serve como um alerta para todos nós:
mesmo estando próximos de Jesus externamente, é essencial manter um coração
sincero, vigilante e verdadeiramente comprometido com Ele.
SINOPSE II
As dúvidas, as
incertezas e o engano podem nos desafiar durante a nossa caminhada com Cristo.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
A VERDADE
Este tópico revela
que as dúvidas, as incertezas e, até os enganos podem pôr à prova a nossa fé ao
longo da nossa caminhada cristã. A nossa trajetória com Cristo traz enormes
desafios que tentam abalar a fé. Assim sendo, como solução, é essencial
compreendermos que “Jesus é ‘a verdade’ – não apenas parte da verdade, mas toda
a verdade. Assim como a Palavra (ou Verbo) é viva (1.1-3), tudo em Cristo e na
sua mensagem é verdadeiro. E a sua verdade é absoluta (isto é, total,
definitiva, incondicional, imutável, conclusiva) e universal (isto é,
verdadeira para todas as pessoas, em todas as situações, de todos os tempos). O
fato de a verdade suprema ser revelada através de Cristo é uma ênfase-chave no
Evangelho de João (veja 1.17, nota)” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição
Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1883).
III. CAMINHO, VERDADE E VIDA
1. “Eu Sou o
Caminho.” Como analisado em lições anteriores,
a expressão “Eu Sou” representa um título que revela a natureza divina de Jesus
(Jo 6.48; 8.12; 10.9; 10.11; 11.25; 15.1). Assim, quando o nosso Senhor afirma
“Eu sou o caminho”, está declarando que Ele é o acesso singular, exclusivo e
único ao Pai. Portanto, não é possível conhecer a Deus e ter comunhão com Ele
fora de Jesus. Ninguém pode chegar a Deus senão mediante o Seu Filho. O pronome
“Eu”, presente nesta expressão, indica que não somos salvos por princípios ou
forças espirituais, mas sim por uma pessoa chamada Jesus, que ilumina aqueles
que se encontram nas trevas (Lc 1.79). Por meio da sua obra redentora no
Calvário, foi aberto um novo e vivo caminho para nos guiar até Deus (Hb
10.19-21). Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5).
- O nome que Deus
dá a Moisés – “EU SOU O QUE SOU” – é uma revelação da total e completa
suficiência de Deus em si mesmo. É uma revelação da asseidade de Deus. Somente
ele é dele mesmo (a se). Deus, e somente Deus, não depende de nada. E isso
significa, para Moisés e para Israel, que Deus não é dependente da cooperação
de Faraó para realizar o que ele prometeu. Esse nome de Deus – “Eu Sou” – é a
forma raiz do nome Yahweh. Esse nome nos é dado no Antigo Testamento para que
nossas mentes possam ser repletas de admiração conforme a essência
incompreensível de Deus é mencionada. Tal “essência incompreensível”, dada no
nome Yahweh, é mencionada mais de 5 mil vezes no Antigo Testamento. Em Êxodo 3,
portanto, Deus identifica a si mesmo de duas maneiras. Ele diz a Moisés que é o
Deus da aliança, que está com o povo dele, e que ele é o Deus que existe em si
mesmo, o qual não precisa de nada a fim de ser quem é e de fazer o que ele
planeja fazer. Jesus, em resposta à pergunta dos fariseus "Quem você pensa
que é?" disse: "‘Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o
meu dia; ele o viu e alegrou-se'. Os judeus perguntaram: 'Você ainda não tem
cinquenta anos, e viu Abraão?' Jesus respondeu: ‘Eu lhes afirmo que antes de
Abraão nascer, Eu Sou!’" A reação violenta dos judeus à afirmação "EU
SOU" de Jesus indica que compreenderam claramente o que Jesus estava
declarando -- Ele estava igualando-se a Deus ao usar o mesmo título “EU SOU”
que Deus dera a Si mesmo em Êxodo 3:14. Se Jesus tivesse querendo dizer apenas
que já existia antes do tempo de Abraão, Ele teria dito: "Antes de Abraão,
eu era." As palavras gregas traduzidas como "nascer" no caso de
Abraão e "sou" no caso de Jesus são bastante diferentes. As palavras
escolhidas pelo Espírito deixam claro que Abraão foi "trazido à
existência", mas que Jesus existia eternamente (João 1:1). Não há dúvida
de que os judeus entenderam o que Ele estava dizendo porque pegaram pedras para
matá-lo por clamar-se igual a Deus (João 5:18). Tal declaração, se não fosse
verdade, era uma blasfêmia e a punição prescrita pela lei mosaica era a morte
(Levítico 24:11-14). No entanto, Jesus não cometeu blasfêmia; Ele era e é Deus,
a segunda Pessoa da Trindade, igual ao Pai em todos os sentidos. Jesus usou o
mesmo termo "EU SOU" em sete declarações sobre Si mesmo. Em todas as
sete, Ele combina EU SOU com metáforas que expressam a Sua imensa relação de
salvação com o mundo. Todas aparecem no livro de João: EU SOU o Pão da vida
(João 6:35, 1, 48, 51); EU SOU a Luz do mundo (João 8:12); EU SOU a porta das
ovelhas (João 10:7,9); EU SOU o Bom Pastor (João 10:11, 14); EU SOU a
Ressurreição e a Vida (João 11:25); EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida (João
14:6) e EU SOU a videira verdadeira (João 15: 1,5).
2. “Eu Sou a
Verdade.” Jesus não é apenas uma parte ou
fração da verdade, mas sim toda a verdade em si mesma. De forma clara, o
Evangelho de João realça que a verdade suprema se revelou através da encarnação
do Senhor Jesus Cristo. Assim sendo, a verdade absoluta, imutável e
incondicional encontra-se plenamente expressa em Cristo. Portanto, Jesus
personifica a verdade que os seres humanos necessitam conhecer, uma verdade que
se opõe à mentira e derruba as falsidades presentes no mundo. Apenas essa
verdade provém de uma fonte confiável de revelação redentora que ilumina o
conhecimento acerca do Pai (Jo 14.7).
- A fala de Jesus
“Eu sou [...] a verdade” (João 14:6) e a pergunta de Pilatos “O que é a
verdade?” (João 18:38) formam um contraste profundo e revelador dentro do
Evangelho de João, que enfatiza a revelação de Deus em Cristo. Quando Jesus
afirma “Eu sou a verdade”, Ele não está apenas dizendo que fala a verdade ou
que ensina a verdade — mas que Ele é a própria personificação da verdade
divina. No contexto bíblico, “verdade” (do grego alētheia) tem o sentido de
realidade última, fidelidade e revelação do que é eterno e absoluto. Jesus se
apresenta como a plena revelação de Deus ao mundo (cf. João 1:14), sendo o critério
pelo qual toda verdade deve ser medida. Por outro lado, a pergunta de Pilatos —
“O que é a verdade?” — carrega um tom cético e talvez até indiferente. Diante
da Verdade encarnada, Pilatos não reconhece quem está diante dele. Sua pergunta
ecoa a busca filosófica do mundo antigo (e contemporâneo), que tenta definir a
verdade em termos abstratos, relativos ou políticos, muitas vezes sem
disposição para se submeter a ela. O contraste é claro: enquanto Pilatos busca
(ou finge buscar) uma definição, Jesus oferece uma pessoa. A verdade que os
seres humanos necessitam conhecer não é uma ideia, um sistema ou uma doutrina
isolada, mas uma relação com Cristo. Ele é a verdade que revela o caráter de
Deus, a condição do ser humano e o caminho para a vida eterna. Assim, o texto
nos convida a sair da especulação fria de Pilatos e a entrar no relacionamento
transformador com Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida”. Conhecer a
verdade, nesse sentido, é conhecer Jesus — e ser libertado por Ele (João 8:32).
3. “Eu Sou a Vida.” A vida mencionada aqui não diz respeito à
existência física ou ao sopro vital, mas à vida que contrapõe à morte
espiritual por meio da vida eterna concedida por Jesus. Refere-se à verdadeira
vida espiritual obtida pela obra redentora realizada no Calvário (Jo 19.30).
Esta realidade espiritual ocorre porque nosso Senhor possui vida em si mesmo
(Jo 5.26); Ele é tanto a fonte como o doador da vida eterna (Jo 3.16; 6.33;
10.28; 11.25).
- O Eu sou (ego
eimi) é aqui usado como uma metáfora, simultaneamente identificando Jesus com a
divindade' e como a satisfação para as necessidades básicas do homem. Sem o
Caminho, não há como ir; sem a Verdade, não há o que saber; sem a Vida, não há
o que viver. Eu sou o Caminho que deveis seguir; a Verdade que deveis crer; a
Vida pela qual deveis ter esperança. Eu sou o Caminho inviolável, a Verdade
infalível, a Vida sem fim. Eu sou o Caminho que é o mais reto, a Verdade que é
a mais elevada, a Vida que é verdadeira, a Vida abençoada, a Vida não criada.
Se permanecerdes no meu Caminho, conhecereis a Verdade, e a Verdade vos
libertará, e tomareis posse da vida eterna. Desde a eternidade, o Filho tem o
direito de dar vida (Jo 1.4). A distinção envolve a divindade de Jesus versus sua
encarnação. Ao tornar-se humano, Jesus voluntariamente pôs de lado o exercício
independente dos atributos e das suas prerrogativas divinas (Pp 2.6-11}. Aqui
Jesus afirma que, mesmo em sua humanidade, o Pai lhe concedeu "ter vida em
si mesmo", ou seja, o poder da ressurreição.
SINOPSE III
O Senhor Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
O CAMINHO E A VIDA
“Jesus é ‘o Caminho’ – Ele não é simplesmente um
dentre muitos caminhos; é o único caminho para Deus, o Pai (cf. At 4.12; Hb
10.19-20). Ninguém exceto o perfeito Filho de Deus poderia ter pago o preço
total pelas nossas ofensas contra Deus e abrir o caminho para um novo
relacionamento com Ele. […] Nunca foi popular – e certamente não o é nos dias
de hoje – afirmar que só há um caminho para Deus, mas essa é a realidade de
acordo com palavras do próprio Jesus. Não há outra maneira de ter um
relacionamento com o Deus verdadeiro, exceto pela fé em Jesus Cristo.
[…] Jesus é ‘a vida’ – a verdadeira e duradoura
vida espiritual está disponível apenas através de sua vida, morte e
ressurreição (veja 11.25-26, nota). Sua vida perfeita proporcionou o único
sacrifício permanente pelos pecados que cometemos contra Deus. Aqueles que
aceitam a vida e o sacrifício de Jesus a favor deles – confiando suas vidas à
liderança dele – recebem o perdão dos pecados e a vida eterna com Cristo
(3.15-16,36; 5.24; 6.40,47,54; 10.28; 17.2-3)” (Bíblia de Estudo Pentecostal
Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1883).
CONCLUSÃO
Reconhecer Jesus como o caminho, a verdade e a
vida oferece-nos a oportunidade de esclarecer as nossas dúvidas e incertezas.
Ter o Senhor como o caminho, a verdade e a vida proporciona consolo nos
momentos difíceis da vida. Através dEle, podemos conhecer a Deus, experimentar
a verdadeira liberdade e estar reconciliados em comunhão com Ele.
- Jesus expôs em
uma linguagem simples que as obras são secundárias, e que a fé nele por quem
Ele é, e não apenas pelo que Ele faz, vem em primeiro lugar. coração turbado é
a coisa mais comum no mundo. Esse problema atinge pessoas de todos os estratos
sociais, de todos os credos religiosos e de todas as faixas etárias. Nenhuma
tranca consegue manter fora de nossa vida essa dor. Um coração pode ficar
turbado pelas pressões que vêm de fora ou pelos temores que vêm de dentro. Até
mesmo os cristãos mais consagrados precisam beber muitos cálices amargos entre
a graça e a glória._______________
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REVISANDO O
CONTEÚDO
1. O que o
pronunciamento do versículo 6 revela sobre Jesus?
Revela que Ele é o
único meio de alcançar o Pai, é a verdade que o revela e representa assim a
verdadeira vida de Deus.
2. O que a expressão “Casa de meu Pai”
quer dizer?
A expressão “casa de
meu Pai” refere-se ao Céu, um lugar com muitas habitações para os fiéis em Cristo
(Jo 14.2).
3. O que o episódio de Tomé nos
mostra?
Que durante a nossa
caminhada com Cristo, não é incomum que surjam dúvidas.
4. De acordo com a lição, qual era a
visão de Judas a respeito de Jesus como Messias?
A sua visão do
Messias restringia-se às questões sociais e políticas para libertar Israel da
opressão romana.
5. De acordo com a lição, o que o
Senhor está afirmando na expressão “Eu sou o caminho”?
Quando o nosso
Senhor afirma “Eu sou o caminho”, está declarando que Ele é o acesso singular,
exclusivo e único ao Pai.