Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda
que esteja morto, viverá;” (Jo 11.25)
Entenda o Texto Áureo:
- Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição, e a
vida – “Todo o poder de restaurar, transmitir e manter a vida reside em
Mim.” (Veja em Jo 1:4; Jo 5:21). Que
reivindicação mais elevada à suprema divindade que esta grande fala pode ser
concebida? quem crê em mim, ainda que
esteja morto, viverá – isto é, a morte do crente será tragada em vida, e
sua vida nunca se afundará em morte. Como a morte vem pelo pecado, é dEle
anulá-la; e como a vida flui através de Sua justiça, é Sua para comunicá-la e
eternamente mantê-la (Romanos 5:21). [Jamieson; Fausset; Brown]
VERDADE
PRÁTICA
O Senhor Jesus Cristo é a ressurreição e a vida, e por essa razão, temos
a garantia de que um dia teremos um corpo glorioso como o dEle.
Entenda a Verdade Prática:
- Embora a Bíblia
não descreva em detalhes os corpos glorificados que receberemos no céu, sabemos
que serão como o corpo ressurreto de Jesus. Nossos corpos humanos são descritos
em 1Co 15.42–53 como perecíveis, desonrosos e fracos, tudo devido ao pecado.
Nossos corpos glorificados serão imperecíveis, honrosos e fortes. Nossos novos
corpos não serão mais corpos “naturais”, sujeitos à decadência e à morte;
viveremos em “vitória sobre o pecado e a morte”, conquistada por Cristo em
nosso favor (1Co 15.57).
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
João 11.14, 15, 17-21, 23-27
14. Então, Jesus disse-lhes te: Lázaro está morto,
- J.A. Bengel
lindamente disse: “O sono é a morte dos santos, na linguagem do céu; mas aqui
esta linguagem os discípulos não entenderam; incomparável é a generosidade da
maneira divina de discursar, mas tal é a lentidão da apreensão dos homens de
que a Escritura frequentemente tem que descer para o estilo mais miserável do
discurso humano” compare Mateus 16:11. [Jamieson; Fausset; Brown]
15. e folgo,
por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acredites.
- E me alegro, por
causa de vós, que eu não estivesse lá – Isso certamente implica que, se
estivesse presente, Lázaro não teria morrido; não porque não pudesse resistir
às importunidades das irmãs, mas porque, na presença da Vida em pessoa, a morte
não poderia ter chegado a seu amigo (C.E. Luthardt).
para que creiais – Isto é acrescentado para explicar a sua
“alegria” por não ter estado presente. A morte de seu amigo, como tal, não
poderia ter sido “alegre” para Ele; a sequencia do relato mostra que foi
“grave”; mas para eles era seguro (Filipenses 3:1). [Jamieson; Fausset; Brown]
17. Chegando,
pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
- Se Lázaro morreu
no dia em que chegou a notícia de sua doença – e fosse, de acordo com o costume
judaico, enterrado no mesmo dia (Jo 11:39; Atos 5:5-6, 10) – e se Jesus, depois
de dois dias de permanência na Peréia, partisse no dia seguinte para Betânia,
umas dez horas de viagem, resultaria os quatro dias; o primeiro e o último
incompletos (H.A.W. Meyer). [Jamieson; Fausset; Brown]
18. (Ora,
Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.)
- quinze
estádios de Jerusalém – Menos de três quilômetros. A proximidade é
mencionada para explicar as visitas de consolo recebidas e mencionadas no
versículo seguinte (19).
19. E muitos
dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.
- Assim foram
fornecidas, de uma maneira muito natural, muitas testemunhas do glorioso
milagre que se seguiu.
20. Ouvindo,
pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro, Maria, porém, ficou
assentada em casa.
- Ouvindo
pois Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro – fiel à energia e
atividade de seu caráter, como visto em Lucas 10:38-42. mas Maria ficou sentada em casa
– igualmente fiel ao seu caráter tranquilo. Esses toques não premeditados não
apenas ilustram de maneira encantadora a minuciosa fidelidade histórica de
ambas as narrativas, mas também sua harmonia interna. [Jamieson; Fausset;
Brown]
21. Disse,
pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria
morrido.
- Maria disse
depois a mesma coisa mais a frente (Jo 11:32), é claro que elas fizeram essa observação
uma a outra, talvez muitas vezes durante esses quatro dias tristes, e não sem
ter sua confiança no amor do Senhor às vezes obscurecida. Tais provações da fé,
no entanto, não são exclusivas a elas. [Jamieson; Fausset; Brown]
23. Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
- Teu
irmão ressuscitará. Toda a história da ressurreição de Lázaro é uma
parábola da Vida através da morte (vv. 4, 11, 16), da vida por meio do que é
chamado de morte, da morte por meio do que é chamado de vida (v. 50). Aqui,
então, no início, é dada a nota chave. Seja o que for que a morte pareça ser,
há uma ressurreição. A morte não é o vencedor final. Ainda não se define a
ideia de “ressurreição”. Basta que a ideia seja reconhecida. [Westcott, 1882]
24. Disse-lhe
Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.
- “Mas nós nunca
mais o veremos em vida até lá?”
25. Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá;
- Essa é a quinta
de uma série de sete grandes afirmações "Eu sou" de Jesus (veja 6.35;
8.12; 10.7,9; 10.11,14). Com essa afirmação, Jesus levou Marta de uma fé
abstrata na ressurreição que acontecerá no "último dia" (cf. 5.28-29)
para urna confiança personalizada nele, pois somente ele pode ressuscitar os
mortos. Não existe ressurreição ou vida eterna fora do Filho de Deus. Tempo
("no último dia") não é empecilho para aquele que tem o poder da ressurreição
e vida (1.4), pois ele pode conceder vida a qualquer hora.
26. e todo
aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?
- A verdade é
apresentada em suas duas formas, como sugerido por Ressurreição e Vida. Alguns,
como Lázaro, haviam crido e morrido; outros, como Marta, ainda viviam e criam.
Sobre os primeiros, é dito que a morte terrena sob a qual haviam caído não é
uma morte real: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto (mesmo que morra),
viverá” — continuará vivendo, viverá mesmo através dessa mudança, e não apenas
retomará a vida em algum momento posterior. Sobre os segundos, é dito que a
vida celestial nunca será interrompida: “Todo aquele que vive e crê em mim”,
aquele que, nessa fé, compreendeu verdadeiramente o sentido da vida, “nunca
morrerá”. Para quem está em Cristo, a morte não é o que parece ser. A inclusão
do termo universal nesta sentença amplia a promessa. O versículo aponta para
mistérios que ocuparam os pensamentos de filósofos orientais e ocidentais, como
demonstram os famosos versos de Eurípides: “Quem sabe se viver é realmente
morrer, e a morte é considerada vida por aqueles que estão abaixo?” (‘Polyid.’
Fragmento 7; cf. ‘Phryx.’ Fragmento 14). Isso indica uma forma mais elevada de
vida “corporativa”, como o apóstolo Paulo expressa pela frase “em Cristo”
(Gálatas 2:20; Colossenses 3:4). Compare com João 17:3, nota. Parte desse
pensamento também aparece em um ditado do Talmud: “O que o homem deve fazer
para viver? Que morra. O que o homem deve fazer para morrer? Que viva”
(‘Tamid’, 32a). As últimas palavras de Eduardo, o Confessor, oferecem um
paralelo mais próximo: “Não choreis”, disse ele, “não morrerei, mas viverei; e,
ao deixar a terra dos moribundos, confio em ver as bênçãos do Senhor na terra
dos vivos” (Richard de Cirencester, 2:292). para sempre não morrerá —
De acordo com o uso universal do apóstolo João, este deve ser o significado da
frase original (οὐ μὴ … εἰς τὸν αἰῶνα), e não “não morrerá para sempre”. Veja
João 4:14, João 8:51, João 8:52, João 10:28, João 13:8. [Westcott, 1882]
27. Disse-lhe
ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao
mundo.
- Marta aceita a
revelação e, em seguida, retorna à confissão da fé que havia alcançado. Ela não
diz simplesmente “Eu creio”, repetindo a forma dada, mas “Eu—eu mesma” (o
pronome é enfático) “tenho crido” — “tenho feito essa crença minha”. E a fé que
ela expressa, embora tecnicamente não alcance totalmente a declaração de
Cristo, sendo genuína até onde vai, carrega consigo tudo o mais. Aquele que
mantém firmemente o que já ganhou descobrirá depois que isso contém muito mais
do que ele percebeu. já cri – Cf. João 3:18, 6:69, 16:27,
20:29; 1João 4:16, 5:10. o Cristo – aquele de quem todos os
profetas falaram. o Filho de Deus – que pode restaurar a comunhão quebrada entre
o homem e seu Criador. que viria ao mundo – por quem, em
ambos os aspectos, os homens sempre esperam. Esse título é peculiar. Compare
com João 6:14; Mateus 11:3; Lucas 7:19 e seguintes. [Westcott, 1882]
INTRODUÇÃO
O encontro de Jesus com Marta, ao chegar a
Betânia, revela aspectos especiais que poderão edificar a nossa vida espiritual
por meio do estudo da Palavra de Deus. Nesta lição, iremos refletir sobre o
propósito de Jesus ao realizar o milagre da ressurreição de Lázaro. Iremos
também nos aprofundar no diálogo entre Jesus e Marta sobre a ressurreição do
seu irmão e, além disso, a partir do milagre de Lázaro, vamos examinar a
doutrina fundamental da Ressurreição do Corpo, tal como é ensinada por Jesus e
todo o Novo Testamento.
- O capítulo 11 de
João registra o sétimo, o último e o maior dos milagres públicos operados por
Jesus e registrados nesse evangelho. Foi realizado na última semana antes de
Jesus ser preso e morto na cruz. Seu propósito foi despertar a fé nos salvos e
a fúria definitiva dos inimigos. O mesmo sol que amolece a cera endurece o
barro. O mesmo milagre que produz fé em alguns provoca a fúria de outros. A hora
havia chegado, e Jesus estava pronto para enfrentá-la. Essa singular narrativa
é de importância vital para a história desse evangelho. O milagre que ela
focaliza foi o mais admirável e o mais significativo de todos os “sinais”
operados por nosso Senhor; àqueles que o presenciaram, serviu para lhes
despertar e fortalecer a fé, enquanto provocou temor e ódio mortal nas
autoridades que agora se dispuseram finalmente a levar Jesus à morte. Essa
passagem tratará de amizade (11.1-6), coragem (11.7-16), promessa (11.17-27),
simpatia (11.2837), poder (11.38-44) e conspiração (11.45-57). Com base no
texto bíblico comentado acima, a lição se propõe examinar três pontos:
1. O propósito de Jesus ao realizar o milagre da ressurreição de
Lázaro;
2. O diálogo entre Jesus e Marta sobre a ressurreição do seu
irmão, e
3. A doutrina fundamental da Ressurreição do Corpo.
Vamos examinar esses pontos a seguir.
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I. O PROPÓSITO DE JESUS
1. Recebimento da notícia sobre Lázaro. Nos Evangelhos, Jesus realizou diversos milagres
de ressurreição, incluindo o do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15) e o da filha
de Jairo (Mc 5.22,23,35-42). Ο milagre da ressurreição de Lázaro é o que
estamos abordando. Este é o último dos sete sinais (milagres) encontrados no
Evangelho de João e representa a manifestação final de Jesus como Filho de Deus
antes da sua crucificação. O capítulo 11 liga-se ao contexto do capítulo 10, em
que Jesus se afasta de Jerusalém após uma tentativa de prisão e se dirige para
além do Jordão (Jo 10.40-42). Ao ser informado sobre a doença de Lázaro, Jesus
estava já a leste do Jordão (Jo 10.40) e levaria alguns dias até chegar a
Betânia, onde encontrou Lázaro morto há quatro dias (Jo 11.17).
- No meio do
deserto de hostilidades enfrentado por Jesus em Jerusalém, havia um oásis em
Betânia: a amizade de Marta, Maria e Lázaro. Jesus se hospedara na casa deles. Agora,
essa família enfrenta um grave problema, uma enorme aflição. Lázaro, irmão de
Marta e Maria, estava enfermo. O amor de Jesus por ele não manteve longe de sua
vida a doença, nem a amizade de Jesus o blindou das dificuldades. Perceba que,
Lázaro, mesmo sendo amigo de Jesus, ficou gravemente doente e chegou a morrer.
Há momentos em que somos bombardeados por problemas que escapam ao nosso controle:
enfermidades, perdas, prejuízos, luto. Oramos, e nada acontece. Aliás, as coisas
pioram. Queremos alívio, e a dor aumenta. Queremos subir e afundamos ainda
mais. As crises produzem angústia. Quando a enfermidade chega a nossa casa,
ficamos profundamente angustiados. Nessas horas, nossa dor aumenta, pois nossa
expectativa era receber um milagre, e ele não chega. Como os discípulos de
Emaús, começamos a conjugar os verbos da vida apenas no passado: Nós esperávamos que fosse ele quem redimisse
a Israel, mas [...] (Lc 24.21, ARA).
2. O desapontamento de Maria e Marta. O versículo 3 expressa a esperança de Maria e
Marta em relação à chegada de Jesus para ajudá-las. Devido ao carinho e à
amizade que nosso Senhor tinha pela família de Betânia, pois Ele os amava, elas
desejavam ardentemente que Jesus chegasse rapidamente (Jo 11.5). No entanto, a
visita dEle no tempo de Maria e Marta não se concretizou. É fundamental
destacar que a vontade soberana de Deus não está sujeita às circunstâncias
humanas, por mais difíceis que estas sejam. Contudo, Jesus nunca chega atrasado
nem adiantado no cumprimento da vontade do Pai. Ele chegou a Betânia no momento
certo, ainda que após o sepultamento de Lázaro.
- Marta e Maria
enviam um mensageiro a Jesus pedindo ajuda. Apenas lhe informam que aquele a
quem Jesus ama está enfermo. Nada mais era necessário acrescentar, pois quem ama
tem pressa em socorrer a pessoa amada. Elas tinham plena convicção de que Jesus
seria solícito em atender prontamente ao seu rogo. Uma vez que Jesus estava na Transjordânia
e Lázaro morava perto de Jerusalém, a mensagem enviada a Jesus muito
provavelmente levou um dia inteiro para chegar a ele. Certamente por
onisciência, Jesus já sabia da condição de Lázaro (veja v. 6; 1.47). Ele pode
ter morrido antes do mensageiro chegar a Jesus, pois já eslava morto há quatro
dias (v. 17) quando Jesus chegou, depois de se demorar dois dias (v. 6) e
gastar um dia em viagem. O mensageiro chega com uma frase tocante da amizade
íntima que Jesus tinha por Lázaro. A amizade de Jesus não nos isenta dos sofrimentos
desta vida, mas nos garante sua simpatia e alívio nas dores.
3. O tempo divino. Maria e Marta acreditavam que, se Jesus estivesse
em Betânia, Ele poderia realizar um milagre na vida de Lázaro. Elas tinham
plena consciência de que nosso Senhor é o Filho de Deus. No entanto, o plano do
Pai não coincidia com o de elas. Apesar da desilusão e da tristeza, Maria e
Marta iriam vivenciar uma experiência extraordinária de espera, que envolveria
a perda do ente querido, a ausência temporária de Jesus e a chegada
aparentemente tardia do Senhor (Jo 11.14,17-22). Contudo, Jesus Cristo estava
prestes a realizar um magnífico milagre, que glorificaria a Deus e traria
consolo à amada família de Betânia.
- Com a resposta
de Jesus, não entenda que está dizendo que Lázaro não morreria nem que morreria
apenas para ser ressuscitado, demonstrando, desse modo, a glória de Deus. Jesus
sabia que Lázaro estava morto ao receber a notícia. O que ele está dizendo é
que a essa enfermidade não se seguiria um triunfo ininterrupto da morte; antes,
ela seria um motivo para a manifestação da glória de Deus, na vitória da
ressurreição e da vida. A glória de Deus refulge nessa subjugação da morte. O
amor de Jesus por Lázaro e suas irmãs não impediu que eles passassem pelo vale
da morte, mas lhes trouxe vitória sobre a morte. Com esse quadro pintado,
aprendemos que quando a tribulação assedia um crente, é perigoso afirmar que o
seu propósito é algum benefício, ou que o seu motivo é alguma bênção futura. Os
propósitos de Deus estão além de nossa compreensão; o sofrimento é um mistério
que nem sempre podemos desvendar. Mas é absolutamente certo que, para um amigo
de Jesus, o resultado do sofrimento será algum bem eterno, alguma manifestação
da glória de Deus. A ressurreição de Lázaro teve como objetivo fortalecer a fé
em Jesus como o Messias e o Filho de Deus, em face da forte rejeição dele por
parte dos judeus.
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SINOPSE I
O propósito de Jesus no milagre da ressurreição de Lázaro era revelar a
glória de Deus e fortalecer a fé dos discípulos.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“JESUS AMAVA A MARTA, E A SUA IRMÃ, E
A LÁZARO.
Eis uma família que tinha uma devoção genuína e forte a Jesus (v. 2) e
gozava um estreito relacionamento pessoal com Ele (Lc 10.38-42). Cristo os
considerava amigos muito especiais e amados (vv. 3-5). Ainda assim, eles
experimentaram doenças, tristezas e morte. Hoje, esses problemas podem e vão
acontecer aos fiéis seguidores de Deus. Mas Ele está ciente da dor deles e
estará sempre pronto para ajudá-los nas circunstâncias difíceis da vida (veja o
artigo O SOFRIMENTO DOS JUSTOS, p. 853). As igrejas sempre terão as pessoas
exteriormente fervorosas em sua devoção ao Senhor (como Maria), e fiéis em boas
obras e serviços (como Marta), mas também terão aqueles que estão sofrendo e
morrendo (como Lázaro). Famílias como esta e outras na igreja, podem muitas
vezes se perguntar por que Deus não toma uma determinada ação; eles podem até
sentir que Ele se esqueceu deles (veja Sl 13.1; cf. Mt 27.46; Ap 6.10). Mas se
Jesus parece atrasar sua cura ou alívio, isto não acontece por falta de amor,
misericórdia ou compaixão. Em vez disso, Ele está esperando apenas o momento
certo que trará a maior honra a Deus (v. 4) e o maior bem eterno para todos os
envolvidos (vv. 15,23-26,40-44)” (Bíblia de Estudo Pentecostal Edição Global.
Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1874).
II. O ENCONTRO DE MARTA COM JESUS
1. O encontro. O
versículo 20 descreve o momento em que Marta se encontra com Jesus. Assim que
soube que o Senhor estava na cidade, a irmã de Maria dirigiu-se ao encontro
dele. Ao vê-lo, expressou a sua convicção de que, se o Mestre estivesse
presente quando Lázaro ainda estava doente, o seu irmão não teria falecido (Jo
11.21). Jesus afirmou que Lázaro iria “ressuscitar” (v.23). Embora Marta
acreditasse que Jesus poderia realizar um milagre extraordinário (v.22), ela
não percebeu que o Senhor falava sobre a ressurreição de Lázaro naquele momento
específico (Jo 11.24). Na realidade, viver entre a promessa do Senhor Jesus e
as circunstâncias da vida é um grande desafio para a fé. No entanto, aquele que
é a ressurreição e a vida estava ali diante dela (vv.25,26).
- A demora de Jesus
põe nos lábios de Marta um profundo lamento (11.21). Não uma repreensão a
Jesus, mas um testemunho da confiança de Marta no poder dele para curar. Muitas
vezes, Jesus parece demorar. Deus prometeu um filho a Abraão e Sara, e só
cumpriu a promessa 25 anos depois. Jesus só foi ao encontro dos discípulos quando
eles enfrentavam uma terrível tempestade no mar da Galileia, apenas na quarta
vigília da noite. Jairo foi pedir socorro a Jesus, mas, quando chegou a sua
casa, sua filha já estava morta. A fé de Marta passou por três provas: a ausência
de Jesus (11.3), a demora de Jesus (11.21) e a morte de Lázaro (11.39). Baseado
na sua declaração do v. 39, Marta não estava dizendo que acreditava que Jesus
ressuscitasse Lázaro da morte, mas que ela sabia que Jesus tinha um relacionamento
especial com Deus, de modo que as orações de Jesus podiam trazer algum bem
desse triste acontecimento. Como conciliar o nosso tempo (cronos) com o tempo
(kairos) de Jesus? A distância entre Betânia e o lugar onde Jesus estava era de
mais de 32 quilômetros. Levava um dia de viagem. O mensageiro gastou um dia
para chegar até Jesus. Logo que o mensageiro saiu de Betânia, Lázaro morreu.
Quando deu a notícia a Jesus, Lázaro já estava morto e sepultado. Jesus demora
mais dois dias. E gasta outro dia para chegar. Daí, quando chegou, Lázaro já
estava sepultado havia quatro dias. Jesus se alegrou por não estar em Betânia
antes da morte de Lázaro (11.15).
2. Quando Lázaro ressuscitará? O diálogo entre Marta e Jesus revela que ela cria
na doutrina da ressurreição dos mortos, tal como era ensinada no Judaísmo: “Eu
sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia” (Jo 11.24). Contudo,
Jesus não se referia primeiramente ao milagre da ressurreição do Último Dia,
como ela pensava, mas sim à realidade daquele instante presente. Para ilustrar
essa verdade, Ele declara: “Eu sou a ressurreição e a vida” (v.25). Enquanto
Marta apresentava uma doutrina defendida pelos fariseus, embora correta e
verdadeira, nosso Senhor revelou a doutrina da ressurreição associada à sua
própria Pessoa ao trazer Lázaro de volta à vida de maneira concreta (vv.43,44).
- Jesus sempre agiu
de acordo com a agenda do Pai (2.4; 7.6,8,30; 8.20; 12.23; 13.1; 17.1). Ele
sabe a hora certa de agir. Ele age segundo o cronograma do céu, e não segundo a
nossa agenda. Ele age no tempo do Pai, e não segundo a nossa pressa. Quando ele
parece demorar, está fazendo algo maior e melhor para nós. Marta e Maria pensaram
que Jesus tinha chegado atrasado, mas ele chegou na hora certa, no tempo
oportuno de Deus (11.21,32). Jesus não chega atrasado. Ele não falha.
3. Promessa de vida. Na resposta de Jesus à Marta, quando Ele afirma
ser a “ressurreição e a vida” (Jo 11.25), encontramos pelo menos duas lições
valiosas. Primeiro, a soberania do Filho sobre a morte e a vida; ao se
identificar como a “ressurreição”, Ele coloca-se como fonte de toda vida, tanto
no plano material quanto espiritual. Segundo, existe uma gloriosa promessa de
vida para “quem crê em mim” (v.26). Assim sendo, aqueles que creem em Cristo
recebem uma abundância de vida em todos os sentidos, tanto material quanto
espiritual, pois uma vida entregue a Cristo é uma vida plena.
- O ensino
essencial de todo esse episódio está contido na promessa de Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em
mim, mesmo que morra, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais
morrerá [...] (11.25,26). Quando Jesus chegou a Betânia, Lázaro já estava
sepultado há quatro dias. A casa de Marta e Maria estava cheia de parentes e
amigos não apenas da aldeia de Betânia, mas também de pessoas vindas de
Jerusalém. Conforme o costume oriental, essas pessoas cumpriam a obrigação das
exéquias e do consolo durante uma semana. Os judeus, portanto, ainda estavam consolando
as duas irmãs enlutadas, quando Marta soube que Jesus estava chegando. E, com
Jesus, chegavam a esperança e o consolo. Somente Jesus possui a capacidade de
consolar por ocasião da morte, pois só ele é a ressurreição e a vida. Como era próprio
de sua personalidade irrequieta, Marta saiu ao encontro de Jesus, enquanto
Maria ficou em casa com os amigos. Marta vai ao encontro de Jesus com uma declaração
que trazia uma ponta de decepção e ao mesmo tempo uma grande demonstração de
fé: Senhor, se estivesses aqui, meu irmão
não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te concederá tudo quanto lhe
pedires (11.21,22). Quando Marta se encontra com Jesus, foi seu coração que
falou através de seus lábios. Marta lamenta a demora, mas crê que Jesus, em
resposta à oração a Deus, pode reverter a situação humanamente irremediável.
Vale destacar que Marta ainda não tem plena consciência de que Jesus é o
próprio Deus. Jesus não está preso às categorias do nosso tempo. Marta crê no
Jesus que poderia ter evitado a morte (11.21), ou seja, intervindo no passado.
Marta crê no Jesus que ressuscitará os mortos no último dia (11.23,24), ou seja,
agindo no futuro. Mas Marta não crê que Jesus possa fazer um milagre agora, no
presente. Marta vacila entre a fé (11.22) e a lógica (11.24). Somos assim
também. Não temos dúvida de que Jesus realizou prodígios no passado. Não temos
dúvida de que ele fará coisas extraordinárias no futuro, no fim do mundo. Mas
nossa dificuldade é crer que ele opera ainda hoje com o mesmo poder.
SINOPSE II
O diálogo entre
Jesus e Marta fortaleceu sua fé e revelou verdades profundas sobre quem Ele é.
III. A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO
1. A Ressurreição do Corpo. O milagre da ressurreição física de Lázaro,
realizado por Jesus, não foi o único (Jo 11.23,24). Como já observamos, outros
milagres semelhantes estão registrados nos Evangelhos. No entanto, ao contrário
do que aconteceu com Lázaro, que voltou a morrer, em João 5 o nosso Senhor
menciona a Ressurreição do Corpo para os últimos dias, quando os salvos não
experimentarão mais a morte (Jo 5.28,29). A doutrina da Ressurreição do Corpo é
um elemento essencial do Cristianismo Bíblico. O apóstolo Paulo refere-se à
mesma ressurreição que abrange todos os mortos, justos e injustos, diferenciando
os tempos (1 Co 15). Assim sendo, os justos ressuscitarão quando a trombeta
tocar durante o Arrebatamento da Igreja; os mortos voltarão à vida e seus
corpos serão gloriosamente transformados junto com os justos (1 Co 15.42; 1 Ts
4-13-17); por outro lado, os injustos ressuscitarão no Juízo Final e receberão
um corpo inglório destinado à condenação eterna (2 Ts 1.9; Ap 20.11-15).
- É importante
relembrarmos esse ensino esquecido e, por muito, ensinado errado. Em toda a
Bíblia ninguém escreveu tanto sobre a ressurreição do corpo como Paulo, aquele
a quem o Senhor, depois de ressuscitado, apareceu por último. O apóstolo Paulo
refere-se a essa doutrina assim: “Se a
nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes
de todos os homens.” (1Co 15.19). Deus criou o homem um ser composto de
corpo e alma. Após conceder vida àquele que é considerado a coroa da criação
(Sl 8), temos o relato que “viu tudo
quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31a), portanto, não é ensino
bíblico a concepção de que a alma é boa e o corpo é mau e desprezível, sendo
considerado por alguns como a “prisão da alma”. Dentre as punições recebidas
por Adão e Eva após a queda, e, consequentemente, estendida aos seus
descendentes, encontra-se a morte física, que é a separação momentânea entre o
corpo e a alma. As Escrituras ensinam que quando um ser humano morre, o corpo
torna ao pó e a alma volta imediatamente para Deus que, prontamente, designará
para os salvos a bem-aventurança eterna e para os perdidos a condenação
perpétua (Ec 12.7; Fl 1.23; Lc 16.23,24). Quando da volta gloriosa de Cristo
Jesus, todos os mortos ressuscitarão com seu próprio corpo, e não outro, embora
com qualidades diferentes, e se unirão novamente à sua alma para sempre. O
corpo dos injustos será, pelo poder do Salvador Jesus Cristo, ressuscitado para
a desonra; o corpo dos justos será, pelo seu Espírito, ressuscitado para a
honra e para ser semelhante ao próprio corpo glorioso de Cristo. O corpo é um
presente de Deus e não algo impróprio e descartável. O apóstolo Paulo mostra que
a ressurreição de Cristo está cimentada com a ressurreição dos mortos. Se já é
corrente pregar a primeira, já não é possível negar a segunda. Se derrubarmos
um pilar, somos obrigados a derrubar o outro. Não se pode escolher uma das
doutrinas como aceitável e a outra como inaceitável. Ambas são inseparáveis,
como o são os dois átomos de hidrogênio e o átomo de oxigênio na composição da
água. “Se não há ressurreição dos mortos,
então Cristo deve estar morto ainda” (1 Co 15.13, BV).
2. Da morte para a vida. Na conversa entre Jesus e Marta também se
evidenciava a perspectiva da doutrina da Ressurreição do Corpo (Jo 11.26). A
expressão “nunca morrerá”, mencionada no versículo 26, indica que embora o
salvo em Cristo experimente a morte física, nunca enfrentará a morte
espiritual. O nosso Senhor fala de algo que vai além da compreensão humana e
distingue entre vida natural e vida eterna. Assim sendo, conforme diz “ainda
que esteja morto viverá” (v.25), para o crente a morte não representa um fim
sem esperança. Pelo contrário, sob uma ótica bíblica e segundo os ensinamentos
de Jesus, a morte é uma transição para a vida eterna, onde a Ressurreição do
Corpo marca o início de uma nova realidade e natureza espiritual.
- Se na destruição
do templo de Jerusalém não ficou uma pedra sobre a outra (Mt 24.1), na negação
da ressurreição dos mortos ou na negação da ressurreição de Cristo não fica um
fato sobre outro: tudo desmorona. Se Cristo ainda está morto, se não foi
ressuscitado, então está tudo perdido! Paulo tenta fazer uma lista das
demolições:
1) “Se Cristo não
ressuscitou, não temos nada para anunciar nem vocês têm nada para crer” (1
Co 15.14, NTLH) ou “vazia é a nossa
pregação, vazia também é a vossa fé” (BP) ou “nem a nossa pregação, nem a
vossa fé têm qualquer significado” (Phillips)
2) Se Cristo não ressuscitou, “nós, os apóstolos, somos todos uns mentirosos porque dissemos que Deus
levantou Cristo do túmulo e isto logicamente não é verdade se os mortos não
voltam novamente à vida” (1 Co 15.15, BV)
3) Se Cristo não ressuscitou, “vocês são muito tolos, se continuam a confiar que Deus os salva, pois
ainda estão sob condenação devido aos seus pecados” (1 Co 15.17, BV)
4) Se Cristo não ressuscitou, coisa horrível, “os que morreram crendo em Cristo, morreram e
são perdidos por completo” (1 Co 15.18, Phillips)
5) Se Cristo não ressuscitou, nossa esperança em Cristo só vale
para esta vida. Neste caso, somos, “sem
dúvida, de toda a humanidade, os seres mais miseráveis!” (1 Co 15.19,
Phillips). Paulo não se detém nas conjecturas sombrias e até mesmo sádicas da
demolição dos alicerces da ressurreição. Porque não existe a hipótese da não
ressurreição do Senhor, nem a da não ressurreição dos mortos. Ele queria apenas
mostrar o tamanho da tragédia e a quantidade dos escombros decorrentes dela. A
mudança da dúvida para a certeza, do desespero para a esperança, da heresia
para a ortodoxia, começa com este pronunciamento: “Mas o facto mais importante é que Cristo realmente ressuscitou dos
mortos [e] foi mesmo o primeiro a ressuscitar de todos aqueles que dormem o
sono da morte” (1 Co 15.20, Phillips).
3. Uma viva esperança. O relato sobre a ressurreição de Lázaro demonstra
como Jesus Cristo abordou o tema da morte de entes queridos. Ele sentiu
compaixão, chorou e manifestou preocupação porque sabia das dores causadas pela
morte (Jo 11.35-39). Contudo, ao declarar sobre Lázaro: “Lázaro, vem para fora”
(v.43), nosso Senhor revela aquilo que o Deus Todo-Poderoso realizará na vida
de todos aqueles que morreram em Cristo (Jo 14.3). Ao ressuscitar Lázaro, Ele
evidencia concretamente que também ressuscitará dentre os mortos aqueles que
foram salvos; esta é a nossa viva esperança!
- Em João 11.35 “Jesus chorou”, o versículo mais curto de
toda a Bíblia, e aqui a palavra grega possui a conotação de silenciosamente
esvair-se em lágrimas, em contraste com o lamento em voz alta do grupo (veja v.
33). Suas lágrimas não foram geradas pelo luto, pois ele eslava para
ressuscitar Lázaro, mas pela dor em face do mundo caído, emaranhado pela
tristeza e morte causadas pelo pecado. Ele era “homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is 53.3). O choro
de Jesus foi uma espécie de quebra de paradigma na crença dos gregos acerca de
Deus. Jesus se importa com você e com sua dor. Ele não é o Deus distante dos
deístas, nem o Deus impessoal dos panteístas; não é o Deus fatalista dos
estoicos, nem mesmo o Deus bonachão dos epicureus. Ele não é o Deus morto, pregado
numa cruz, nem o Deus legalista, xerife cósmico dos fariseus. Ele é o Deus
Emanuel. Ele chora com você, sofre por você, se importa com você e se
identifica com você em sua dor. Ele é o Deus que chora, que sofre, que trata a
nossa dor. Jesus sabe o que é a dor do sem-teto, pois ele não tinha onde
reclinar a cabeça. Jesus sabe o que é a dor da solidão, pois nas horas mais
difíceis ele estava só. Foi deixado só no Getsêmani e na cruz. Jesus sabe o que
é a dor da perseguição, pois foi caçado por Herodes, vigiado pelos fariseus,
odiado pelos escribas e entregue pelos sacerdotes. Jesus sabe o que é a dor da
traição, pois foi rejeitado pelo seu povo, traído por Judas Iscariotes, negado
por Pedro e abandonado pelos discípulos. Jesus sabe o que é a dor da humilhação,
pois foi preso, espancado, cuspido, deixado nu, pregado na cruz como um
criminoso. Jesus sabe o que é a dor da enfermidade, pois tomou sobre si a nossa
dor e a nossa enfermidade. Jesus sabe o que é a dor da morte, pois suportou a
morte para arrancar o aguilhão da morte e nos trazer a ressurreição. Aquele que
enxuga as nossas lágrimas chora conosco. Jesus não apenas está presente conosco
em nosso sofrimento, mas também se compadece de nós. Jesus chorou em público,
diante de uma multidão, condoendo-se daquela família enlutada. Ele chegou a
ponto de descer ao Hades, em sua identificação com a nossa dor.
- sob Cristo todos ressuscitaremos para a vida Se o fio condutor
do pecado e da sua irmã gêmea, a morte, é o Adão do jardim do Éden, o fio
condutor da graça e de sua irmã gêmea, a ressurreição dos mortos, é o Jesus do
jardim do Getsêmani (1 Co 15.21). Dois anos depois de escrever aos coríntios,
Paulo escreveria aos Romanos sobre a desastrosa desobediência daquele que gosta
de chamar de “primeiro Adão” e sobre a abençoada obediência daquele que ele gosta
de chamar de “segundo Adão” ou “último Adão” (Rm 5.19). “Como descendentes de
Adão e membros duma raça pecaminosa todos morreremos [mas] como membros do
Cristo de Deus todos ressuscitaremos para a vida” (1 Co 15.22, Phillips). A
ressurreição já começou, primeiro com Cristo (cerca de 30 d.C.) e depois com
todos os que lhe pertencem, quando ele vier em poder e muita glória (em ocasião
desconhecida de todos). A ressurreição do corpo resolve o problema da morte,
cancela a morte, desfaz a morte, devolve a vida roubada e devorada pela morte.
Mas a morte não é o único inimigo de Deus e dos homens. É o pior de todos, o
maior de todos e, na agenda de Deus, é o último a ser aniquilado. É por isso
que Cristo tem de continuar a reinar até o fim da história, “até que Deus faça
que ele domine todos os inimigos” (1 Co 15.25, NTLH), até a total destruição de
todo domínio, autoridade e poder das pessoas e forças que se opõem à ele. O grand finale, porém, só virá depois da
derrota da morte, depois da morte da morte, depois do enterro da morte, depois
de a morte ser lançada no “lago de fogo”, depois do desaparecimento da morte
(Ap 20.14). Para esta apoteose o primeiro de todos os mortos (Abel) e todos os
outros, e nós, os vivos, estamos a caminho, cada vez mais próximos! A
ressurreição do corpo no final dos tempos não será a ressurreição do corpo
anterior, como aconteceu com o filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.17-24), com o
filho da sunamita (2 Rs 4.32-35), com o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17),
com a filha de Jairo (Lc 8.51-56), com Lázaro (Jo 11.38-44) e com Dorcas (At
9.36-42). Não será um mero prolongamento ou repetição da vida terrena. Será
algo absolutamente novo. Paulo tenta explicar: “Nossos corpos terrenos, que
morrem e apodrecem, são diferentes dos corpos que teremos quando voltarmos
novamente à vida, pois estes nunca morrerão. Os corpos que agora possuímos
causam-nos tropeço, pois ficam doentes e morrem; entretanto, estarão cheios de
glória quando voltarmos à vida novamente. Sim, são fracos porque agora são
corpos mortais, mas quando revivermos, eles serão cheios de força. Quando
morrem são apenas corpos humanos, porém, quando voltarem à vida, serão corpos
sobre-humanos. Como existem corpo naturais, humanos, assim também há corpos
sobrenaturais, espirituais” (1 Co 15.42-44, BV).
SINOPSE III
A doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo mostra
relevância para a esperança da vida eterna na vida do cristão.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“EU SOU A RESSURREIÇÃO
Para as pessoas que têm confiado suas vidas a Jesus,
a morte física não é um fim trágico. Ao contrário, é a porta de entrada para a
vida eterna com Deus. A palavra “viverá”, no v. 25, se refere à ressurreição
que está disponível para todos os seguidores de Cristo. As palavras “nunca
morrerá”, no v. 26, significam que apesar de um seguidor de Cristo morrer
fisicamente, ele nunca experimentará a morte espiritual (a “segunda morte” Ap
2.11), que envolve o eterno castigo e separação de Deus. Em vez disso, os
seguidores de Cristo serão ressuscitados com novos corpos, que serão imortais e
incorruptíveis (1Co 15.42,54), que não poderão morrer nem se deteriorar (cf. Rm
8.10; 2 C0 4.16; veja o artigo A RESSURREIÇÃO DO CORPO, p. 2114).” (Bíblia de
Estudo Pentecostal Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1874).
CONCLUSÃO
Esta lição explorou o diálogo entre Jesus e
Marta, onde se manifestaram as dúvidas da irmã de Maria juntamente com as
questões referentes à doutrina da Ressurreição do Corpo. O milagre realizado na
ressurreição de Lázaro ilustra uma verdade muito mais ampla e profunda: haverá
um tempo em que aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão e terão seus
corpos gloriosamente transformados. Esta doutrina pode ser ilustrada por meio
do episódio da ressurreição de Lázaro.
- Na tentativa de
explicar a glória do corpo depois da ressurreição, Paulo chega a afirmar que
Jesus “transformará os nossos corpos
humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso” (Fp 3.21). Em
sua primeira Epístola, João afirma o mesmo: “Quando [Jesus] se manifestar, seremos semelhantes a ele” (1 Jo
3.2). O processo de salvação só termina com a glorificação (o contrário de
humilhação) do corpo: “Aqueles que [Deus]
de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho” (Rm 8.29). Cada um de nós, depois da ressurreição, teremos nossa
identidade e história pessoal mantidas (isso é continuidade), embora em outro
corpo, então glorioso (isso é descontinuidade). A biologia dos mortos que
tornaram a viver no decurso da história bíblica é uma, mas a biologia do corpo
da ressurreição final será outra, impossível, agora, de ser estudada,
investigada e entendida!_______________
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REVISANDO O
CONTEÚDO
1. O que é que
João 11.3 revela?
João 11.3 expressa a
esperança de Maria e Marta em relação à chegada de Jesus para ajudá-las.
2. Qual é a primeira lição encontrada
na resposta de Jesus a Marta?
Primeiro, é a
soberania do Filho sobre a morte e a vida; ao se identificar como a
“ressurreição”.
3. Qual é a segunda lição contida na
resposta de Jesus a Marta?
Segundo, existe uma
gloriosa promessa de vida para “quem crê em mim” (v.26). Assim sendo, aqueles
que creem em Cristo recebem uma abundância de vida em todos os sentidos.
4. O que indica a expressão “nunca morrerá”?
A expressão “nunca
morrerá”, mencionada no versículo 26, indica que embora o salvo em Cristo
experimente a morte física, nunca enfrentará a morte espiritual.
5. Qual é a nossa esperança viva?
Ao ressuscitar
Lázaro, Ele evidencia concretamente que também ressuscitará dentre os mortos
aqueles que foram salvos; esta é a nossa viva esperança!