Pb Francisco Barbosa
TEXTO PRINCIPAL
“Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas.” (Dt 10.17)
Entenda
o Texto Áureo:
- Porque
o SENHOR vosso Deus…Ou seja, Ele não é meramente uma divindade local, como os pagãos
consideram suas divindades protetoras; e ainda que, para altos e importantes
propósitos, Ele está tendo um interesse especial na nação judaica, no entanto
Ele é o Deus de toda a terra, que, no exercício de Seu governo moral, não
conhece distinções nacionais, e não será desviado do caminho da retidão
imutável por qualquer manifestação de liberalidade ou esplendor, mesmo nas
oferendas ou rituais que Ele mesmo tenha estabelecido. [JFU]
RESUMO DA LIÇÃO
Deus não faz acepção de pessoas, por isso
precisamos tratar todos com igualdade e amor.
Entenda
o Resumo da Lição:
- "Deus não faz acepção de pessoas"
significa que Deus julga a todos de forma imparcial, sem favoritismos ou
preconceitos.
TEXTO BÍBLICO
Tiago 2.1-13
1 Meus irmãos, não tenhais a fé de
nosso Senhor Jesus Cristo. Senhor da glória. em acepção de pessoas.
- tratando as pessoas com parcialidade
– no original grego, em acepção de pessoas.
2 Porque, se no vosso ajuntamento
entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar
também algum pobre com sórdida vestimenta.
- ajuntamento – no original grego,
sinagoga.
3 E atentarmos para o que traz a
veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e
disserdes ao pobre. Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado.
- Compare com Lucas 7:44-46; 2Coríntios 8:9.
4 Porventura não fizestes
distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
- julgando com maus padrões – no
original grego, se tornando juízes de maus pensamentos. Há duas ideias aqui: uma é que eles mostraram
através deste comportamento que assumiram a responsabilidade de serem juízes,
de se pronunciarem sobre o caráter de pessoas que desconheciam e sobre suas
reivindicações de respeito (compare com Mateus 7:1); a outra é que, ao fazer
isso, eles não foram guiados por padrões justos, mas fizeram isso influenciados
“pensamentos” inadequados. Eles não o fizeram por bondade; não por um desejo de
fazer justiça a todos de acordo com seu caráter moral; mas por aquele
sentimento impróprio que nos leva a honrar as pessoas por causa de sua
aparência externa, ao invés de seu valor real. O erro no caso estava na sua
presunção de “julgar” esses desconhecidos, como aconteceu na prática ao fazer
essa discriminação, e então fazê-lo sob a influência de padrões de julgamento
tão injustos. O sentido é que não temos o direito de formar um julgamento
decisivo sobre as pessoas precipitadamente, como fazemos quando tratamos uma
com respeito e a outra não; e que quando formamos a nossa opinião em relação a
elas, deve ser por qualquer outro meio de julgamento que não seja a questão de
saber se elas têm condições de usar anéis de ouro, e vestir-se bem, ou não.
[Barnes, 1870]
5 Ouvi, meus amados irmãos.
Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e
herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
- acaso Deus não escolheu os pobres quanto ao
mundo – ou seja, aqueles que são desprovidos de bens. Este é o primeiro
argumento que o apóstolo aponta porque os pobres não devem ser tratados com
negligência. É que Deus fez referência especial a eles ao escolher aqueles que
deveriam ser seus filhos. O significado não é que ele não esteja tão disposto a
salvar os ricos quanto os pobres, pois ele não tem parcialidade; mas que
existem circunstâncias na condição dos pobres que tornam mais provável que eles
aceitem as ofertas do evangelho do que os ricos; e que, de fato, a grande
maioria dos crentes são pessoas de vida relativamente simples. O fato de Deus
ter escolhido alguém para ser um “herdeiro do reino” é agora uma razão tão boa
para ele não ser tratado com negligência, como foi nos tempos dos apóstolos.
[Barnes, 1870]
6 Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
- Vocês, porém, desprezam o pobre
(compare com Tiago 2:3; Salmo 14:6; Provérbios 14:31; Provérbios 17:5; Jó
34:1415Eclesiastes 9:1516; Isaías 53:3; 1Coríntios 11:22). Acaso não são os ricos que
oprimem vocês (compare com Tiago 5:4; Jó 20:19; Salmo 10:2,8,10,14;
Salmo 12:5; Provérbios 22:16; Eclesiastes 5:8; Jó 34:1415Eclesiastes
9:1516Isaías 3:1415; Amós 2:67; Amós 4:1; Amós 5:11; Amós 8:4-6; Miqueias
6:11,12; Habacuque 3:14; Zacarias 7:10). e os arrastam para os tribunais
(compare com Tiago 5:6; 1Reis 21:11-13; 26-28; 5:17,18,26,27; 13:50; 16:19,20;
17:6; 18:12).
7 Porventura, não blasfemam eles o
bom nome que sobre vós foi invocado?
- o bom nome – provavelmente o Nome de
Cristo, pelo qual os discípulos eram conhecidos (Atos 11:26), e pelo qual
sofreram (Atos 5:41; 1Pedro 5:14-16). que foi invocado sobre vocês. Uma
expressão semelhante é encontrada no discurso de Tiago em Atos 15:17, em uma
citação de Amós 9:12. [Pulpit, 1895]
8 Todavia, se cumprirdes, conforme
a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
- lei real (compare com Tiago 2:12;
Tiago 1:25; 1Pedro 2:9). Amarás o teu próximo como a ti mesmo
(compare com Levítico 19:1834; Mateus 22:39; Marcos 12:31-33; Lucas 10:27-37;
26-28Atos 7:5960Romanos 13:89; Gálatas 5:14; Gálatas 6:2; 1Tessalonicenses
4:9).
9 Mas, se fazeis acepção de
pessoas. cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores
- tratam as pessoas com parcialidade –
no original grego, fazem acepção de pessoas.
10 Porque qualquer que guardar toda
a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.
- Em outras palavras, a lei real (Tiago 2:8) é
uma unidade; não se deve escolher quais mandamentos devem ser obedecidos, e
quais devem ser ignorados.
11 Porque aquele que disse: Não
cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres
adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
- Ele é Aquele que deu toda a lei; portanto,
aqueles que violam Sua vontade em um ponto, violam tudo (Bengel). A lei e seu
Autor têm uma unidade completa. Os mandamentos ‘Não cometa adultério’ e ‘Não
mate’ são escolhidos enquanto violações mais gritantes do dever para com o
próximo. [JFU, 1866]
12 Assim falai e assim procedei,
como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
- julgados pela lei da liberdade
(Tiago 1:26) – ou seja, a lei evangélica do amor; não uma lei de
constrangimento externo, mas de livre inclinação instintiva. A lei da liberdade
nos liberta da maldição da lei, para que, a partir de então, sejamos livres
para amar e obedecer voluntariamente (Romanos 8:2-4). Se, por sua vez, não
praticarmos o amor ao nosso próximo, essa lei da graça nos condena mais fortemente
do que a antiga lei (Tiago 2:13). Compare com Mateus 18:32-35; Jo 12:48;
Apocalipse 6:16: “ira do Cordeiro” (misericordioso). [JFU, 1866]
13 Porque o juízo será sem
misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia e a misericórdia triunfa
sobre o juízo.
- A misericórdia triunfa sobre o juízo.
A “misericórdia”, ao invés de temer o julgamento de seus seguidores, se gloria
contra ele, sabendo que não os pode condenar. Não que a misericórdia deles seja
a base de sua absolvição, mas a misericórdia de Deus em Cristo para com eles,
produzindo misericórdia de sua parte para com seus semelhantes, os faz triunfar
sobre o juízo, que todos os outros merecem. [JFU, 1866]
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INTRODUÇÃO
Na Carta de Tiago encontramos um chamado à
autenticidade na fé cristã, especialmente no que diz respeito ao tratamento das
pessoas. O texto bíblico que estudaremos nesta lição, nos ensina que não
devemos tratar as pessoas com parcialidade, interesse ou preconceito. Juntos
vamos examinar esse ensinamento que será dividido em três pontos: a proibição
da parcialidade, o impacto do preconceito e a chamada para a misericórdia.
Veremos, mediante o texto bíblico, como esses princípios se aplicam à nossa
vida cristã diária.
- O capítulo 2 da Carta de Tiago é um dos
textos mais importantes da Bíblia. Muitos estudiosos não conseguiram entendê-lo.
Lutero pensou que Tiago estivesse contradizendo Paulo (Rm 3.28 - Tg 2.24; Rm
4.2-3 - Tg 2.21). Logo, Lutero chamou Tiago de carta de palha e sentiu que a
carta de Tiago não tinha o peso do Evangelho. A salvação é só pela fé, mas a fé
salvadora não vem só. Ela se evidencia pelas obras. Somos justificados diante
de Deus pela fé, somos justificados diante dos homens pelas obras. Deus pode
ver a nossa fé, mas os homens só podem ver as nossas obras.
I- A PROIBIÇÃO DA ACEPÇÃO DE PESSOAS
1. O mandamento. O texto de Tiago 2.1 nos exorta a
não fazermos distinção entre as pessoas: “Meus irmãos, não tenhais a fé de
nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. A fé cristã
exige que os discípulos de Jesus amem a Deus e ao próximo (Mt 22.39). Quem
demonstra favoritismo insulta o Criador e as pessoas feitas à sua imagem. O
termo grego para acepção é prosopolēpsia. Esse termo se refere às pessoas que,
erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos e
influentes na sociedade. Essa prática era comum na sociedade antiga, onde os
ricos e poderosos eram frequentemente tratados com maior respeito e privilégio
do que os pobres. Logo, percebemos que essa não é uma prática nova. No entanto,
as Escrituras a condenam e nos levam a valorizar as pessoas independente dos
seus bens materiais, sexo, cor da pele e segmento religioso a que pertence etc.
O tempo passou e as sociedades mudaram, mas a Palavra de Deus é imutável e
eterna (Mt 24.35). Não é só Tiago que trata a respeito dessa temática no Novo
Testamento encontramos várias referências que mostram que Deus não faz acepção
de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).
- “A palavra convence, o exemplo arrasta!”
Essa frase de efeito é muito verdadeira à luz da Carta de Tiago. Tiago falou
que nascemos da Palavra (1.18), ouvimos a Palavra (1.19), acolhemos a Palavra
(1.21), mas devemos também praticar a Palavra (1.23). Ouvir a Palavra e falar a
Palavra não substitui o praticar a Palavra. Apenas ter uma confissão de fé
ortodoxa não substitui o praticar a Palavra. Tiago mostra que a maneira como
nos comportamos com as pessoas indica o que realmente nós cremos sobre Deus. Não
podemos separar relacionamento humano de comunhão divina (IJo 4.20). Tiago diz que
nós podemos testar nossa fé pela maneira como nós tratamos as pessoas.
2. Tratamento injusto não deve existir entre os
santos. Tiago
exorta a respeito do tratamento diferenciado que era dado aos ricos (Tg 2.2-4).
Ele critica a distinção feita pelos irmãos em relação à aparência pessoal e ao
status social, pois tais atitudes vão contra os ensinamentos das Sagradas
Escrituras. A Palavra de Deus deixa claro que a acepção de pessoas é
incompatível com a fé cristã. É dever do cristão tratar a todos com respeito e
dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, seja no
trabalho ou em família. É preciso refletir o caráter de Deus, apesar de ainda
conviver com as duas naturezas: a nova, gerada pelo Espírito Santo e a cauda,
implantada em nós pela Queda. Como novas criaturas (2 Co 5.17), temos o
Espírito Santo habitando em nós e precisamos permitir que Ele corrija nossas
atitudes, produzindo o seu fruto em nós.
- A fé verdadeira é conhecida pelo relacionamento
imparcial com as pessoas (2.1-4). Favoritismo e acepção de pessoas não são
atitudes de um cristão. Dois visitantes entram na igreja: um rico e outro
pobre. Oferecer maiores privilégios ao rico e desprezar o pobre é negar a nossa
fé no Senhor da glória. Jesus não valorizava as pessoas pela cor da pele, pela
beleza das roupas, ou pelo dinheiro. Jesus não julgava as pessoas pela
aparência (Mt 22.16). Ele, sendo o Senhor da glória, se fez pobre e não julgou
as pessoas pela aparência. Jesus acolheu os ricos e os pobres; os religiosos e
os publicanos; os doentes e as crianças; os israelitas e os gentios. Sua Palavra
orienta-nos a não julgarmos as pessoas pela aparência (Jo 7.24). Abraão Lincoln
disse certa feita: “Deus deve amar as pessoas simples, porque ele fez muitas
delas”.
3. “A lei real”. Em Tiago 2.8, ele menciona a “lei real”
encontrada nas Escrituras. O que seria essa “lei real”? E amar a Deus sobre
todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37.38). Este é um dos princípios
centrais do Cristianismo que deve governar nossas ações. A igreja deve ser um
lugar de acolhimento, onde todos são bem-vindos e valorizados. Isso inclui ser
hospitaleiro, cuidadoso com os pobres, marginalizados e todos aqueles que são
frequentemente discriminados pela sociedade. É importante ressaltar que
acolher e valorizar o indivíduo não significa acolher o pecado, as práticas
contrárias à Palavra de Deus. Não podemos confundir não fazer acepção de
pessoas com o apoio ao erro, às práticas contrárias aos preceitos divinos. A
igreja deve acolher a todos, e, nesse acolhimento, demonstrar o amor de Deus
que transforma qualquer realidade mediante a obra vicária de Jesus Cristo, o
nosso Salvador.
- A essência da lei de Deus é o amor ao
próximo como a nós mesmos (2.8-11). A questão não é quem é o meu próximo, mas
para quem eu posso ser o próximo? O amor é o cumprimento de toda a lei. Amar é
tratar as pessoas como Deus nos trata. O sacerdote e o levita tinham uma fé
ortodoxa. Eles serviam no templo. Mas eles falharam em viver a fé amando o
próximo. A fé era ortodoxa, mas estava morta (Lc 10.31,32). Quem não ama é
transgressor da lei. E se tropeçarmos em um único ponto, somos culpados da lei
inteira (2.10). Esta lei é chamada de “lei régia” ou “lei real”, porque possui
legitimamente destaque e importância entre as outras leis que governam as
relações humanas que um rei gostaria de ver prevalecer entre os homens. Em
conjunto com a lei de amar a Deus, ‘toda a Lei e os Profetas dependem’ desta
lei de ‘amar o próximo como a si mesmo’. (Mt 22.37-40) E o apóstolo Paulo diz:
“A Lei inteira está cumprida” em tal amor. (Gl 5.14; Rm 13.10; compare isso com
1Jo 4.20.) Esta lei régia foi especificada no anterior código de Lei, em
Levítico 19.18.
PENSE! Por que não devemos
fazer acepção de pessoas?
PONTO IMPORTANTE! Porque,
segundo as Escrituras Sagradas, é pecado.
SUBSÍDIO 1
Prezado(a) professor(a), inicie o
tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que significa fazer acepção de pessoas?”
Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Em
seguida, explique que significa tratar as pessoas de maneira diferente, usando
medidas diferentes segundo a condição social, a cor da pele, o grau de estudo
etc. Explique que a acepção de que Tiago fala é um favoritismo maléfico e
incompatível com a fé cristã. Jesus morreu na cruz e ressuscitou para destruir
todo favoritismo: “Onde não há grego nem judeu. circuncisão nem incircuncisão,
bárbaro, cita, servo ou livre, mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11). A Palavra
de Deus também afirma que, como nova criatura, “não andamos segundo a carne,
mas segundo o Espírito” (Rm 8.4). Um autêntico cristão jamais será partidário
da acepção de pessoas que é uma forma de discriminação, seja ela qual for.
II. AS CONSEQUÊNCIAS DO FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS
1. Divisão. O preconceito, além de ferir os princípios divinos,
causa divisões dentro da igreja. Quando tratamos as pessoas de maneira
diferente, estamos ferindo a unidade que Cristo deseja para o seu Corpo, a
Igreja. A unidade do Corpo de Cristo é um tema central do Novo
Testamento. Qualquer forma de preconceito e exclusão atenta contra essa
unidade, causando o enfraquecimento da comunhão entre os irmãos. As Escrituras
Sagradas enfatizam, repetidamente, a importância da unidade entre os crentes
(Ef 4.3-6: 1 Co 12.12.13).
- A acepção de pessoas (ou parcialidade, ou fazer
diferença entre pessoas) é errada, porque é arbitrária. Em vez de usar a mesma
medida, alguém favorece ou desfavorece certas pessoas, criando regras
diferentes somente por causa de suas preferências pessoais. Fazer acepção de
pessoas é negar a justiça (Tg 2.9). Como seres humanos, nós temos tendência
para olhar apenas para as aparências. Mas, com a ajuda de Jesus, podemos
aprender a ver além das aparências. Não devemos fazer acepção de pessoas. É
sempre mais fácil favorecer pessoas como nós (ou que admiramos), rejeitando
quem é diferente. Mas Jesus veio para destruir as barreiras e unir todo tipo de
pessoas em Deus (Gl 3.26-28). Nossas diferenças superficiais já não são
importantes! Todos temos algo em comum: o amor de Jesus Cristo. A Bíblia diz
que fazer acepção de pessoas é pecado. Muitas vezes os ricos são favorecidos e
os pobres são desprezados somente por causa de seu dinheiro, seus bens
materiais e sua roupa. Mas a Bíblia ensina que os pobres têm dignidade e os
ricos não têm motivo para se sentirem superiores. Todos merecem o mesmo
respeito e o mesmo amor (Tg 2.2-4).
2. Julgamento. Tiago 2.6.7 nos adverte a respeito do perigo
de menosprezar os pobres e favorecer os ricos. Lembrando de que, naquele
contexto social, os ricos frequentemente oprimiam os pobres e blasfemaram
contra o nome de Cristo. É errado julgar uma pessoa por sua condição econômica
ou aparência. Jesus, segundo o texto de Isaías 61. veio para os pobres: “O
Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar
boas-novas aos pobres […]” (Is 61.1 – NAA). O texto do profeta Isaías destaca a
missão de Cristo e a sua chamada para cuidar dos pobres e oprimidos. Todo
julgamento humano é contrário ao Evangelho, pois Cristo veio por amor a fim de
restaurar a toda a humanidade perdida (Jo 3.16).
- Deus não faz acepção de pessoas. Suas leis
são justas e imparciais, sem fazer distinções injustas. Não é possível subornar
a Deus nem torcer Sua justiça (2Cr 19.7). Debaixo da lei de Deus, todos pecaram
e merecem castigo eterno. Da mesma forma, todos que se arrependem e creem em
Jesus recebem a salvação (Rm 3.23-24). Deus é sempre justo e também ama a todos
de forma igual, oferecendo a salvação a todo que crê. Deus não julga pelas
aparências. Ele julga o coração e vê aquilo que realmente define o caráter de
uma pessoa (1Sm 16.7).
3. Desvalorização do ser humano. A acepção de pessoas
desvaloriza a dignidade do ser humano, criado à imagem de Deus. Quando tratamos
alguém de forma diferenciada por sua posição social ou econômica, estamos
desrespeitando a imagem divina que cada pessoa carrega. Deus criou o ser humano
à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), mas o pecado, que entrou na humanidade por
um ato de desobediência, produziu muitas mazelas e uma delas é o fazer acepção
de pessoas e o preconceito. Como cristãos, somos chamados a honrar e a
respeitar a todos, reconhecendo que a imagem de Deus, embora distorcida pelo
pecado, está em cada indivíduo, podendo assim, ser alcançado pela graça
salvífica de Deus em Cristo Jesus e serem restituídos à comunhão com o Criador.
- Nossa dignidade não vem de nossas condições
sociais, econômicas, políticas... Nós temos dignidade porque Deus nos ama. E
nisso somos todos iguais. Não devemos julgar pela aparência porque as
aparências enganam. A aparência exterior nem sempre reflete o interior. Deus se
importa mais com o coração. Cada pessoa é muito mais que aquilo que veste, come
ou diz. A beleza física não é sempre proporcional à simpatia, nem a
inteligência ou educação igual à sabedoria. Para realmente conhecer uma pessoa,
precisamos ir mais fundo. Os homens julgam pela aparência mas Deus vê o coração
(1Sm 16.7). O coração é nossos desejos, sentimentos, pensamentos, planos,
dúvidas... Deus vê quem realmente somos. As aparências podem levar a
julgamentos injustos (Jo 7.24). Jesus não tinha aparência impressionante nem
bonito. Mesmo sendo o Salvador prometido, ele foi rejeitado por muitas pessoas por
causa das aparências (Is 53.2-3).
PENSE! No Reino de Deus
toda ação tem uma reação?
PONTO IMPORTANTE! Sim. O fazer
acepção de pessoas, assim como outras ações contrárias às Escrituras Sagradas,
terão consequências ruins.
SUBSÍDIO 2
Tiago-2.1-7.
Professor(a), enfatize que Tiago
condena o favoritismo. Diga que na sociedade atual, infelizmente, as pessoas
tendem a tratar melhor, uma pessoa bem-vestida e de aparência impressionante do
que alguém que parece maltrapilho e pobre. Essas pessoas fazem isto porque
preferem se identificar com as pessoas bem-sucedidas do que com aqueles que são
aparentemente fracassados. A ironia, como Tiago nos lembra, é que os supostos
vencedores naquele contexto, podem ter conquistado o seu estilo de vida
impressionante às custas dos pobres. Além disso, muitos ricos consideram
difícil identificar-se com o Senhor Jesus, que veio como um humilde servo. Para
concluir o tópico, faça as seguintes perguntas, promovendo um debate: “Você
fica facilmente deslumbrado pela posição social, riqueza ou fama?” “Você é
parcial com o ‘ter’, enquanto ignora o ‘ser’?” (Adaptado de Bíblia de Estudo
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro CPAD. p. 1754)
III. UMA CHAMADA À MISERICÓRDIA
1. Agindo sem misericórdia. Tiago 2.12.13 mostra que o
juízo será sem misericórdia sobre aqueles que não fizeram uso dela. Deus nos
chama a exercitar a misericórdia para com todos, sejam eles maus ou bons,
justos ou injustos (Mt 57.6.14.15). Tiago também menciona a lei da liberdade em
125 e 2.12, referindo-se aos mandamentos de Deus interpretados à luz do
evangelho de Jesus Cristo. Esta lei é descrita como “perfeita” e capaz de
trazer liberdade porque, em Cristo, os crentes são livres do poder do pecado e
capacitados a viver em obediência e em bondade. A misericórdia é um reflexo do
caráter de Deus e um fruto esperado na vida daqueles que foram transformados
pela graça de Jesus Cristo (Gl 5.22).
- Nossa fé será finalmente provada no dia do
juízo (2.12,13). E o que será julgado? Primeiro, nossas palavras: palavras de acepção
(2.3), palavras de desprezo (2.6), palavras frívolas (Mt 12.36). Segundo, nossas
atitudes também serão julgadas. Quando não usamos de misericórdia com as
pessoas, estamos negando nossa fé e atraindo sobre nossa cabeça o juízo de Deus
(2.13). Precisamos estar seguros de que praticamos as doutrinas que defendemos.
O profeta Jonas tinha uma maravilhosa teologia, mas ele odiou as pessoas e
estava irado com Deus (Jn 4.1-11). Sua vida não estava de acordo com sua fé,
sua ortodoxia estava em desarmonia com sua conduta.
2. A prática da misericórdia. Ser autêntico na
fé significa viver de acordo com a misericórdia de Deus e isso envolve tratar a
todos com compaixão e respeito, independentemente de sua posição social ou
segmento religioso. A compreensão de que todos serão julgados por Deus deve
motivar-nos a viver de forma que venhamos refletir os valores do Reino de Deus,
onde a misericórdia e o amor são centrais. Somos chamados a viver de acordo com
os princípios do Evangelho que incluem a obediência a Deus e a prática da justiça
e da misericórdia.
- “Sede misericordiosos,
como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6.36). “Deus se deleita na misericórdia” (Mq 7.18). Quando você demonstra
misericórdia, reflete Deus em sua vida. Devemos ser misericordiosos porque a
demonstração de misericórdia é um sacrifício agradável a Deus. Misericórdia é
ter compaixão de alguém, querendo diminuir seu sofrimento. Quem tem compaixão
se sente triste com a miséria de outra pessoa e quer ajudar. Misericórdia é uma
característica muito importante de Deus. A Bíblia diz que cada crente deve ter
misericórdia de outras pessoas, porque Deus tem misericórdia dele (Mt 5.7).
Para isso, precisamos ver os outros como pessoas iguais a nós, com problemas e
dificuldades, mas com valor. Peça a Deus para tornar seu coração sensível a
outras pessoas, sentindo misericórdia de seu sofrimento. Se você se sentir
zangado, irritado ou ameaçado por alguém, lembre-se que essa pessoa é humana
como você e que também precisa de misericórdia (Os 6.6).
3. A recompensa da misericórdia. A misericórdia deve ser um
distintivo do cristão, refletindo o caráter de Deus. A sua prática beneficia o
próximo e nos aproxima do Senhor. Jesus ensinou que “bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). Pelo fato de
que todos os dias experimentamos a misericórdia divina, precisamos exercê-la
como uma prática natural da fé em Cristo. Exercer misericórdia significa agir
com compaixão e empatia, oferecendo ajuda e perdão aos outros, especialmente
aos que estão em necessidade ou sofrimento. Esta prática reflete a verdadeira
natureza da fé cristã, que se manifesta em ações. Quando praticamos a
misericórdia, mostramos ao mundo o caráter de Deus e vivemos de acordo com os
ensinamentos de Jesus.
- As pessoas receberão de Deus o que deram aos
outros. Destacamos que o fato de que a
recompensa da misericórdia não virá daqueles a quem ela foi ministrada, mas de
Deus. A misericórdia sobre a qual se
fala aqui não é uma virtude humana que traz sua própria recompensa. Não é essa
a ideia. Então, o que o Senhor está querendo dizer? Simplesmente o seguinte: “Sejam misericordiosos com os outros, e Deus
será misericordioso com vocês”. Deus é o sujeito da segunda frase. Aquele
que manifesta aos outros misericórdia, de Deus recebem misericórdia. Não são os
homens que os recompensarão com misericórdia, mas Deus. O misericordioso abre
as torneiras celestiais sobre a sua cabeça. Ele abre os celeiros do céu para
abastecer a própria alma!
PENSE! Como podemos, em
nossa vida diária, praticar a misericórdia e evitar a parcialidade, refletindo
o caráter de Deus?
PONTO IMPORTANTE! Não tratar as
pessoas com parcialidade ou interesse, mas com amor e justiça, é fundamental
para uma vida cristã saudável.
CONCLUSÃO
Somos desafiados a viver uma fé autêntica, livre de
parcialidade e preconceito. Quando seguimos o exemplo de Deus revelado nas
Escrituras Sagradas, refletimos o caráter de Cristo. Não tratar as pessoas com
interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável.
Assim, somos convidados a cultivar uma fé que se manifesta em ações, com
respeito e com misericórdia, promovendo a dignidade de todos como
criaturas de Deus. A “lei da liberdade” não é uma licença para o pecado, mas um
chamado a uma vida de obediência e compaixão.
- A fé é uma doutrina chave no cristianismo. O
pecador é salvo pela fé (Ef 2.8,9), o justo vive pela fé (Rm 1.17). Sem fé é
impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Tudo o que é feito sem fé é pecado (Rm
14.23). Fé é a confiança de que a Palavra de Deus é verdadeira, não importam as
circunstâncias. As pessoas com uma fé morta substituem obras por palavras. Elas
conhecem as doutrinas, mas elas não praticam a doutrina. Somos chamados para
produzir fruto! Uma fé ineficiente, inoperante e que não produz nenhum
resultado é característica de falso crente. Ela tem sentimento, mas não ação.
Tiago dá dois exemplos para ilustrar a fé morta (2.15,16). Um crente vem para a
igreja sem roupas próprias e sem comida. Uma pessoa com uma fé morta vê essa situação
e não faz nada para resolver o problema do irmão necessitado. Tudo o que ele
faz é falar algumas palavras piedosas (2.16). Comida e roupa são necessidades
básicas (1Tm 6.8; Gn 28.20). Como crentes, devemos ajudar a todos e, principalmente,
aos que professam a mesma fé (Gl 6.10). Seremos julgados por esse critério (Mt
25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1Jo
3.17,18). Só a fé justifica, mas a fé que justifica jamais vem só.
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que
o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Non Nobis Domine, Non Nobis
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer
(S.J.C./SP);
• Pós-graduado em Teologia Bíblica e
Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde
1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS,
2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima),
2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil
em Campina Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
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HORA DA REVISÃO
1. A que nos exorta o texto
de Tiago 2.1?
O texto de Tiago 21 nos exorta a não
fazermos distinção entre as pessoas
2. Qual o significado do
termo grego para “acepção”?
O termo grego para acepção é
prosopolepsia. Esse termo se refere às pessoas que, erroneamente, consideram
ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos e influentes na sociedade.
3. Segundo a lição, como
devemos tratar a todos?
Devemos tratar a todos com respeito e
dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, no trabalho
ou em família
4. O que significa a “lei
real”?
E amar a Deus sobre todas as coisas e
ao nosso próximo (Mt 22.37.38)
5. Quais são as
consequências de se fazer acepção de pessoas?
Divisão, julgamento e desvalorização
do ser humano.