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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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23 de janeiro de 2025

EBD JOVENS | Lição 4: A autenticidade contra a parcialidade | 1° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas.” (Dt 10.17)

Entenda o Texto Áureo:

Porque o SENHOR vosso Deus…Ou seja, Ele não é meramente uma divindade local, como os pagãos consideram suas divindades protetoras; e ainda que, para altos e importantes propósitos, Ele está tendo um interesse especial na nação judaica, no entanto Ele é o Deus de toda a terra, que, no exercício de Seu governo moral, não conhece distinções nacionais, e não será desviado do caminho da retidão imutável por qualquer manifestação de liberalidade ou esplendor, mesmo nas oferendas ou rituais que Ele mesmo tenha estabelecido. [JFU]

 

RESUMO DA LIÇÃO

Deus não faz acepção de pessoas, por isso precisamos tratar todos com igualdade e amor.

Entenda o Resumo da Lição:

- "Deus não faz acepção de pessoas" significa que Deus julga a todos de forma imparcial, sem favoritismos ou preconceitos.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 2.1-13

1 Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Senhor da glória. em acepção de pessoas.

tratando as pessoas com parcialidade – no original grego, em acepção de pessoas.

2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta.

ajuntamento – no original grego, sinagoga.

3 E atentarmos para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre. Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado.

- Compare com Lucas 7:44-46; 2Coríntios 8:9.

4 Porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?

julgando com maus padrões – no original grego, se tornando juízes de maus pensamentos.  Há duas ideias aqui: uma é que eles mostraram através deste comportamento que assumiram a responsabilidade de serem juízes, de se pronunciarem sobre o caráter de pessoas que desconheciam e sobre suas reivindicações de respeito (compare com Mateus 7:1); a outra é que, ao fazer isso, eles não foram guiados por padrões justos, mas fizeram isso influenciados “pensamentos” inadequados. Eles não o fizeram por bondade; não por um desejo de fazer justiça a todos de acordo com seu caráter moral; mas por aquele sentimento impróprio que nos leva a honrar as pessoas por causa de sua aparência externa, ao invés de seu valor real. O erro no caso estava na sua presunção de “julgar” esses desconhecidos, como aconteceu na prática ao fazer essa discriminação, e então fazê-lo sob a influência de padrões de julgamento tão injustos. O sentido é que não temos o direito de formar um julgamento decisivo sobre as pessoas precipitadamente, como fazemos quando tratamos uma com respeito e a outra não; e que quando formamos a nossa opinião em relação a elas, deve ser por qualquer outro meio de julgamento que não seja a questão de saber se elas têm condições de usar anéis de ouro, e vestir-se bem, ou não. [Barnes, 1870]

5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

acaso Deus não escolheu os pobres quanto ao mundo – ou seja, aqueles que são desprovidos de bens. Este é o primeiro argumento que o apóstolo aponta porque os pobres não devem ser tratados com negligência. É que Deus fez referência especial a eles ao escolher aqueles que deveriam ser seus filhos. O significado não é que ele não esteja tão disposto a salvar os ricos quanto os pobres, pois ele não tem parcialidade; mas que existem circunstâncias na condição dos pobres que tornam mais provável que eles aceitem as ofertas do evangelho do que os ricos; e que, de fato, a grande maioria dos crentes são pessoas de vida relativamente simples. O fato de Deus ter escolhido alguém para ser um “herdeiro do reino” é agora uma razão tão boa para ele não ser tratado com negligência, como foi nos tempos dos apóstolos. [Barnes, 1870]

6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?

Vocês, porém, desprezam o pobre (compare com Tiago 2:3; Salmo 14:6; Provérbios 14:31; Provérbios 17:5; Jó 34:1415Eclesiastes 9:1516; Isaías 53:3; 1Coríntios 11:22). Acaso não são os ricos que oprimem vocês (compare com Tiago 5:4; Jó 20:19; Salmo 10:2,8,10,14; Salmo 12:5; Provérbios 22:16; Eclesiastes 5:8; Jó 34:1415Eclesiastes 9:1516Isaías 3:1415; Amós 2:67; Amós 4:1; Amós 5:11; Amós 8:4-6; Miqueias 6:11,12; Habacuque 3:14; Zacarias 7:10). e os arrastam para os tribunais (compare com Tiago 5:6; 1Reis 21:11-13; 26-28; 5:17,18,26,27; 13:50; 16:19,20; 17:6; 18:12).

7 Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?

o bom nome – provavelmente o Nome de Cristo, pelo qual os discípulos eram conhecidos (Atos 11:26), e pelo qual sofreram (Atos 5:41; 1Pedro 5:14-16). que foi invocado sobre vocês. Uma expressão semelhante é encontrada no discurso de Tiago em Atos 15:17, em uma citação de Amós 9:12. [Pulpit, 1895]

8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

lei real (compare com Tiago 2:12; Tiago 1:25; 1Pedro 2:9). Amarás o teu próximo como a ti mesmo (compare com Levítico 19:1834; Mateus 22:39; Marcos 12:31-33; Lucas 10:27-37; 26-28Atos 7:5960Romanos 13:89; Gálatas 5:14; Gálatas 6:2; 1Tessalonicenses 4:9).

9 Mas, se fazeis acepção de pessoas. cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores

tratam as pessoas com parcialidade – no original grego, fazem acepção de pessoas.

10 Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.

- Em outras palavras, a lei real (Tiago 2:8) é uma unidade; não se deve escolher quais mandamentos devem ser obedecidos, e quais devem ser ignorados.

11 Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.

- Ele é Aquele que deu toda a lei; portanto, aqueles que violam Sua vontade em um ponto, violam tudo (Bengel). A lei e seu Autor têm uma unidade completa. Os mandamentos ‘Não cometa adultério’ e ‘Não mate’ são escolhidos enquanto violações mais gritantes do dever para com o próximo. [JFU, 1866]

12 Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.

julgados pela lei da liberdade (Tiago 1:26) – ou seja, a lei evangélica do amor; não uma lei de constrangimento externo, mas de livre inclinação instintiva. A lei da liberdade nos liberta da maldição da lei, para que, a partir de então, sejamos livres para amar e obedecer voluntariamente (Romanos 8:2-4). Se, por sua vez, não praticarmos o amor ao nosso próximo, essa lei da graça nos condena mais fortemente do que a antiga lei (Tiago 2:13). Compare com Mateus 18:32-35; Jo 12:48; Apocalipse 6:16: “ira do Cordeiro” (misericordioso). [JFU, 1866]

13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia e a misericórdia triunfa sobre o juízo.

A misericórdia triunfa sobre o juízo. A “misericórdia”, ao invés de temer o julgamento de seus seguidores, se gloria contra ele, sabendo que não os pode condenar. Não que a misericórdia deles seja a base de sua absolvição, mas a misericórdia de Deus em Cristo para com eles, produzindo misericórdia de sua parte para com seus semelhantes, os faz triunfar sobre o juízo, que todos os outros merecem. [JFU, 1866]

 

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INTRODUÇÃO

Na Carta de Tiago encontramos um chamado à autenticidade na fé cristã, especialmente no que diz respeito ao tratamento das pessoas. O texto bíblico que estudaremos nesta lição, nos ensina que não devemos tratar as pessoas com parcialidade, interesse ou preconceito. Juntos vamos examinar esse ensinamento que será dividido em três pontos: a proibição da parcialidade, o impacto do preconceito e a chamada para a misericórdia. Veremos, mediante o texto bíblico, como esses princípios se aplicam à nossa vida cristã diária.

- O capítulo 2 da Carta de Tiago é um dos textos mais importantes da Bíblia. Muitos estudiosos não conseguiram entendê-lo. Lutero pensou que Tiago estivesse contradizendo Paulo (Rm 3.28 - Tg 2.24; Rm 4.2-3 - Tg 2.21). Logo, Lutero chamou Tiago de carta de palha e sentiu que a carta de Tiago não tinha o peso do Evangelho. A salvação é só pela fé, mas a fé salvadora não vem só. Ela se evidencia pelas obras. Somos justificados diante de Deus pela fé, somos justificados diante dos homens pelas obras. Deus pode ver a nossa fé, mas os homens só podem ver as nossas obras.

 

I- A PROIBIÇÃO DA ACEPÇÃO DE PESSOAS

1. O mandamento. O texto de Tiago 2.1 nos exorta a não fazermos distinção entre as pessoas: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. A fé cristã exige que os discípulos de Jesus amem a Deus e ao próximo (Mt 22.39). Quem demonstra favoritismo insulta o Criador e as pessoas feitas à sua imagem. O termo grego para acepção é prosopolēpsia. Esse termo se refere às pessoas que, erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos e influentes na sociedade. Essa prática era comum na sociedade antiga, onde os ricos e poderosos eram frequentemente tratados com maior respeito e privilégio do que os pobres. Logo, percebemos que essa não é uma prática nova. No entanto, as Escrituras a condenam e nos levam a valorizar as pessoas independente dos seus bens materiais, sexo, cor da pele e segmento religioso a que pertence etc. O tempo passou e as sociedades mudaram, mas a Palavra de Deus é imutável e eterna (Mt 24.35). Não é só Tiago que trata a respeito dessa temática no Novo Testamento encontramos várias referências que mostram que Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).

- “A palavra convence, o exemplo arrasta!” Essa frase de efeito é muito verdadeira à luz da Carta de Tiago. Tiago falou que nascemos da Palavra (1.18), ouvimos a Palavra (1.19), acolhemos a Palavra (1.21), mas devemos também praticar a Palavra (1.23). Ouvir a Palavra e falar a Palavra não substitui o praticar a Palavra. Apenas ter uma confissão de fé ortodoxa não substitui o praticar a Palavra. Tiago mostra que a maneira como nos comportamos com as pessoas indica o que realmente nós cremos sobre Deus. Não podemos separar relacionamento humano de comunhão divina (IJo 4.20). Tiago diz que nós podemos testar nossa fé pela maneira como nós tratamos as pessoas.

2. Tratamento injusto não deve existir entre os santos. Tiago exorta a respeito do tratamento diferenciado que era dado aos ricos (Tg 2.2-4). Ele critica a distinção feita pelos irmãos em relação à aparência pessoal e ao status social, pois tais atitudes vão contra os ensinamentos das Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus deixa claro que a acepção de pessoas é incompatível com a fé cristã. É dever do cristão tratar a todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, seja no trabalho ou em família. É preciso refletir o caráter de Deus, apesar de ainda conviver com as duas naturezas: a nova, gerada pelo Espírito Santo e a cauda, implantada em nós pela Queda. Como novas criaturas (2 Co 5.17), temos o Espírito Santo habitando em nós e precisamos permitir que Ele corrija nossas atitudes, produzindo o seu fruto em nós.

- A fé verdadeira é conhecida pelo relacionamento imparcial com as pessoas (2.1-4). Favoritismo e acepção de pessoas não são atitudes de um cristão. Dois visitantes entram na igreja: um rico e outro pobre. Oferecer maiores privilégios ao rico e desprezar o pobre é negar a nossa fé no Senhor da glória. Jesus não valorizava as pessoas pela cor da pele, pela beleza das roupas, ou pelo dinheiro. Jesus não julgava as pessoas pela aparência (Mt 22.16). Ele, sendo o Senhor da glória, se fez pobre e não julgou as pessoas pela aparência. Jesus acolheu os ricos e os pobres; os religiosos e os publicanos; os doentes e as crianças; os israelitas e os gentios. Sua Palavra orienta-nos a não julgarmos as pessoas pela aparência (Jo 7.24). Abraão Lincoln disse certa feita: “Deus deve amar as pessoas simples, porque ele fez muitas delas”.

3. “A lei real”. Em Tiago 2.8, ele menciona a “lei real” encontrada nas Escrituras. O que seria essa “lei real”? E amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37.38). Este é um dos princípios centrais do Cristianismo que deve governar nossas ações. A igreja deve ser um lugar de acolhimento, onde todos são bem-vindos e valorizados. Isso inclui ser hospitaleiro, cuidadoso com os pobres, marginalizados e todos aqueles que são frequentemente discriminados pela sociedade. É importante ressaltar que acolher e valorizar o indivíduo não significa acolher o pecado, as práticas contrárias à Palavra de Deus. Não podemos confundir não fazer acepção de pessoas com o apoio ao erro, às práticas contrárias aos preceitos divinos. A igreja deve acolher a todos, e, nesse acolhimento, demonstrar o amor de Deus que transforma qualquer realidade mediante a obra vicária de Jesus Cristo, o nosso Salvador.

- A essência da lei de Deus é o amor ao próximo como a nós mesmos (2.8-11). A questão não é quem é o meu próximo, mas para quem eu posso ser o próximo? O amor é o cumprimento de toda a lei. Amar é tratar as pessoas como Deus nos trata. O sacerdote e o levita tinham uma fé ortodoxa. Eles serviam no templo. Mas eles falharam em viver a fé amando o próximo. A fé era ortodoxa, mas estava morta (Lc 10.31,32). Quem não ama é transgressor da lei. E se tropeçarmos em um único ponto, somos culpados da lei inteira (2.10). Esta lei é chamada de “lei régia” ou “lei real”, porque possui legitimamente destaque e importância entre as outras leis que governam as relações humanas que um rei gostaria de ver prevalecer entre os homens. Em conjunto com a lei de amar a Deus, ‘toda a Lei e os Profetas dependem’ desta lei de ‘amar o próximo como a si mesmo’. (Mt 22.37-40) E o apóstolo Paulo diz: “A Lei inteira está cumprida” em tal amor. (Gl 5.14; Rm 13.10; compare isso com 1Jo 4.20.) Esta lei régia foi especificada no anterior código de Lei, em Levítico 19.18.

 

PENSE! Por que não devemos fazer acepção de pessoas?

PONTO IMPORTANTE! Porque, segundo as Escrituras Sagradas, é pecado.

SUBSÍDIO 1

Prezado(a) professor(a), inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “O que significa fazer acepção de pessoas?” Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Em seguida, explique que significa tratar as pessoas de maneira diferente, usando medidas diferentes segundo a condição social, a cor da pele, o grau de estudo etc. Explique que a acepção de que Tiago fala é um favoritismo maléfico e incompatível com a fé cristã. Jesus morreu na cruz e ressuscitou para destruir todo favoritismo: “Onde não há grego nem judeu. circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre, mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11). A Palavra de Deus também afirma que, como nova criatura, “não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4). Um autêntico cristão jamais será partidário da acepção de pessoas que é uma forma de discriminação, seja ela qual for.

 

II. AS CONSEQUÊNCIAS DO FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS

1. Divisão. O preconceito, além de ferir os princípios divinos, causa divisões dentro da igreja. Quando tratamos as pessoas de maneira diferente, estamos ferindo a unidade que Cristo deseja para o seu Corpo, a Igreja. A unidade do Corpo de Cristo é um tema central do Novo Testamento. Qualquer forma de preconceito e exclusão atenta contra essa unidade, causando o enfraquecimento da comunhão entre os irmãos. As Escrituras Sagradas enfatizam, repetidamente, a importância da unidade entre os crentes (Ef 4.3-6: 1 Co 12.12.13).

- A acepção de pessoas (ou parcialidade, ou fazer diferença entre pessoas) é errada, porque é arbitrária. Em vez de usar a mesma medida, alguém favorece ou desfavorece certas pessoas, criando regras diferentes somente por causa de suas preferências pessoais. Fazer acepção de pessoas é negar a justiça (Tg 2.9). Como seres humanos, nós temos tendência para olhar apenas para as aparências. Mas, com a ajuda de Jesus, podemos aprender a ver além das aparências. Não devemos fazer acepção de pessoas. É sempre mais fácil favorecer pessoas como nós (ou que admiramos), rejeitando quem é diferente. Mas Jesus veio para destruir as barreiras e unir todo tipo de pessoas em Deus (Gl 3.26-28). Nossas diferenças superficiais já não são importantes! Todos temos algo em comum: o amor de Jesus Cristo. A Bíblia diz que fazer acepção de pessoas é pecado. Muitas vezes os ricos são favorecidos e os pobres são desprezados somente por causa de seu dinheiro, seus bens materiais e sua roupa. Mas a Bíblia ensina que os pobres têm dignidade e os ricos não têm motivo para se sentirem superiores. Todos merecem o mesmo respeito e o mesmo amor (Tg 2.2-4).

2. Julgamento. Tiago 2.6.7 nos adverte a respeito do perigo de menosprezar os pobres e favorecer os ricos. Lembrando de que, naquele contexto social, os ricos frequentemente oprimiam os pobres e blasfemaram contra o nome de Cristo. É errado julgar uma pessoa por sua condição econômica ou aparência. Jesus, segundo o texto de Isaías 61. veio para os pobres: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos pobres […]” (Is 61.1 – NAA). O texto do profeta Isaías destaca a missão de Cristo e a sua chamada para cuidar dos pobres e oprimidos. Todo julgamento humano é contrário ao Evangelho, pois Cristo veio por amor a fim de restaurar a toda a humanidade perdida (Jo 3.16).

- Deus não faz acepção de pessoas. Suas leis são justas e imparciais, sem fazer distinções injustas. Não é possível subornar a Deus nem torcer Sua justiça (2Cr 19.7). Debaixo da lei de Deus, todos pecaram e merecem castigo eterno. Da mesma forma, todos que se arrependem e creem em Jesus recebem a salvação (Rm 3.23-24). Deus é sempre justo e também ama a todos de forma igual, oferecendo a salvação a todo que crê. Deus não julga pelas aparências. Ele julga o coração e vê aquilo que realmente define o caráter de uma pessoa (1Sm 16.7).

3. Desvalorização do ser humano. A acepção de pessoas desvaloriza a dignidade do ser humano, criado à imagem de Deus. Quando tratamos alguém de forma diferenciada por sua posição social ou econômica, estamos desrespeitando a imagem divina que cada pessoa carrega. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), mas o pecado, que entrou na humanidade por um ato de desobediência, produziu muitas mazelas e uma delas é o fazer acepção de pessoas e o preconceito. Como cristãos, somos chamados a honrar e a respeitar a todos, reconhecendo que a imagem de Deus, embora distorcida pelo pecado, está em cada indivíduo, podendo assim, ser alcançado pela graça salvífica de Deus em Cristo Jesus e serem restituídos à comunhão com o Criador.

- Nossa dignidade não vem de nossas condições sociais, econômicas, políticas... Nós temos dignidade porque Deus nos ama. E nisso somos todos iguais. Não devemos julgar pela aparência porque as aparências enganam. A aparência exterior nem sempre reflete o interior. Deus se importa mais com o coração. Cada pessoa é muito mais que aquilo que veste, come ou diz. A beleza física não é sempre proporcional à simpatia, nem a inteligência ou educação igual à sabedoria. Para realmente conhecer uma pessoa, precisamos ir mais fundo. Os homens julgam pela aparência mas Deus vê o coração (1Sm 16.7). O coração é nossos desejos, sentimentos, pensamentos, planos, dúvidas... Deus vê quem realmente somos. As aparências podem levar a julgamentos injustos (Jo 7.24). Jesus não tinha aparência impressionante nem bonito. Mesmo sendo o Salvador prometido, ele foi rejeitado por muitas pessoas por causa das aparências (Is 53.2-3).

 

PENSE! No Reino de Deus toda ação tem uma reação?

PONTO IMPORTANTE! Sim. O fazer acepção de pessoas, assim como outras ações contrárias às Escrituras Sagradas, terão consequências ruins.

SUBSÍDIO 2

Tiago-2.1-7.

Professor(a), enfatize que Tiago condena o favoritismo. Diga que na sociedade atual, infelizmente, as pessoas tendem a tratar melhor, uma pessoa bem-vestida e de aparência impressionante do que alguém que parece maltrapilho e pobre. Essas pessoas fazem isto porque preferem se identificar com as pessoas bem-sucedidas do que com aqueles que são aparentemente fracassados. A ironia, como Tiago nos lembra, é que os supostos vencedores naquele contexto, podem ter conquistado o seu estilo de vida impressionante às custas dos pobres. Além disso, muitos ricos consideram difícil identificar-se com o Senhor Jesus, que veio como um humilde servo. Para concluir o tópico, faça as seguintes perguntas, promovendo um debate: “Você fica facilmente deslumbrado pela posição social, riqueza ou fama?” “Você é parcial com o ‘ter’, enquanto ignora o ‘ser’?” (Adaptado de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro CPAD. p. 1754)

 

III. UMA CHAMADA À MISERICÓRDIA

1. Agindo sem misericórdia. Tiago 2.12.13 mostra que o juízo será sem misericórdia sobre aqueles que não fizeram uso dela. Deus nos chama a exercitar a misericórdia para com todos, sejam eles maus ou bons, justos ou injustos (Mt 57.6.14.15). Tiago também menciona a lei da liberdade em 125 e 2.12, referindo-se aos mandamentos de Deus interpretados à luz do evangelho de Jesus Cristo. Esta lei é descrita como “perfeita” e capaz de trazer liberdade porque, em Cristo, os crentes são livres do poder do pecado e capacitados a viver em obediência e em bondade. A misericórdia é um reflexo do caráter de Deus e um fruto esperado na vida daqueles que foram transformados pela graça de Jesus Cristo (Gl 5.22).

- Nossa fé será finalmente provada no dia do juízo (2.12,13). E o que será julgado? Primeiro, nossas palavras: palavras de acepção (2.3), palavras de desprezo (2.6), palavras frívolas (Mt 12.36). Segundo, nossas atitudes também serão julgadas. Quando não usamos de misericórdia com as pessoas, estamos negando nossa fé e atraindo sobre nossa cabeça o juízo de Deus (2.13). Precisamos estar seguros de que praticamos as doutrinas que defendemos. O profeta Jonas tinha uma maravilhosa teologia, mas ele odiou as pessoas e estava irado com Deus (Jn 4.1-11). Sua vida não estava de acordo com sua fé, sua ortodoxia estava em desarmonia com sua conduta.

2. A prática da misericórdia. Ser autêntico na fé significa viver de acordo com a misericórdia de Deus e isso envolve tratar a todos com compaixão e respeito, independentemente de sua posição social ou segmento religioso. A compreensão de que todos serão julgados por Deus deve motivar-nos a viver de forma que venhamos refletir os valores do Reino de Deus, onde a misericórdia e o amor são centrais. Somos chamados a viver de acordo com os princípios do Evangelho que incluem a obediência a Deus e a prática da justiça e da misericórdia.

- “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai” (Lc 6.36). “Deus se deleita na misericórdia” (Mq 7.18). Quando você demonstra misericórdia, reflete Deus em sua vida. Devemos ser misericordiosos porque a demonstração de misericórdia é um sacrifício agradável a Deus. Misericórdia é ter compaixão de alguém, querendo diminuir seu sofrimento. Quem tem compaixão se sente triste com a miséria de outra pessoa e quer ajudar. Misericórdia é uma característica muito importante de Deus. A Bíblia diz que cada crente deve ter misericórdia de outras pessoas, porque Deus tem misericórdia dele (Mt 5.7). Para isso, precisamos ver os outros como pessoas iguais a nós, com problemas e dificuldades, mas com valor. Peça a Deus para tornar seu coração sensível a outras pessoas, sentindo misericórdia de seu sofrimento. Se você se sentir zangado, irritado ou ameaçado por alguém, lembre-se que essa pessoa é humana como você e que também precisa de misericórdia (Os 6.6).

3. A recompensa da misericórdia. A misericórdia deve ser um distintivo do cristão, refletindo o caráter de Deus. A sua prática beneficia o próximo e nos aproxima do Senhor. Jesus ensinou que “bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). Pelo fato de que todos os dias experimentamos a misericórdia divina, precisamos exercê-la como uma prática natural da fé em Cristo. Exercer misericórdia significa agir com compaixão e empatia, oferecendo ajuda e perdão aos outros, especialmente aos que estão em necessidade ou sofrimento. Esta prática reflete a verdadeira natureza da fé cristã, que se manifesta em ações. Quando praticamos a misericórdia, mostramos ao mundo o caráter de Deus e vivemos de acordo com os ensinamentos de Jesus.

- As pessoas receberão de Deus o que deram aos outros. Destacamos que  o fato de que a recompensa da misericórdia não virá daqueles a quem ela foi ministrada, mas de Deus.  A misericórdia sobre a qual se fala aqui não é uma virtude humana que traz sua própria recompensa. Não é essa a ideia. Então, o que o Senhor está querendo dizer? Simplesmente o seguinte: “Sejam misericordiosos com os outros, e Deus será misericordioso com vocês”. Deus é o sujeito da segunda frase. Aquele que manifesta aos outros misericórdia, de Deus recebem misericórdia. Não são os homens que os recompensarão com misericórdia, mas Deus. O misericordioso abre as torneiras celestiais sobre a sua cabeça. Ele abre os celeiros do céu para abastecer a própria alma!

 

PENSE! Como podemos, em nossa vida diária, praticar a misericórdia e evitar a parcialidade, refletindo o caráter de Deus?

PONTO IMPORTANTE! Não tratar as pessoas com parcialidade ou interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável.

 

CONCLUSÃO

Somos desafiados a viver uma fé autêntica, livre de parcialidade e preconceito. Quando seguimos o exemplo de Deus revelado nas Escrituras Sagradas, refletimos o caráter de Cristo. Não tratar as pessoas com interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável. Assim, somos convidados a cultivar uma fé que se manifesta em ações, com respeito e com misericórdia, promovendo a dignidade de todos como criaturas de Deus. A “lei da liberdade” não é uma licença para o pecado, mas um chamado a uma vida de obediência e compaixão.

- A fé é uma doutrina chave no cristianismo. O pecador é salvo pela fé (Ef 2.8,9), o justo vive pela fé (Rm 1.17). Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). Tudo o que é feito sem fé é pecado (Rm 14.23). Fé é a confiança de que a Palavra de Deus é verdadeira, não importam as circunstâncias. As pessoas com uma fé morta substituem obras por palavras. Elas conhecem as doutrinas, mas elas não praticam a doutrina. Somos chamados para produzir fruto! Uma fé ineficiente, inoperante e que não produz nenhum resultado é característica de falso crente. Ela tem sentimento, mas não ação. Tiago dá dois exemplos para ilustrar a fé morta (2.15,16). Um crente vem para a igreja sem roupas próprias e sem comida. Uma pessoa com uma fé morta vê essa situação e não faz nada para resolver o problema do irmão necessitado. Tudo o que ele faz é falar algumas palavras piedosas (2.16). Comida e roupa são necessidades básicas (1Tm 6.8; Gn 28.20). Como crentes, devemos ajudar a todos e, principalmente, aos que professam a mesma fé (Gl 6.10). Seremos julgados por esse critério (Mt 25.40). Deixar de ajudar o necessitado é fechar o coração ao amor de Deus (1Jo 3.17,18). Só a fé justifica, mas a fé que justifica jamais vem só.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

Non Nobis Domine, Non Nobis

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

1. A que nos exorta o texto de Tiago 2.1?

O texto de Tiago 21 nos exorta a não fazermos distinção entre as pessoas

2. Qual o significado do termo grego para “acepção”?

O termo grego para acepção é prosopolepsia. Esse termo se refere às pessoas que, erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos e influentes na sociedade.

3. Segundo a lição, como devemos tratar a todos?

Devemos tratar a todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, no trabalho ou em família

4. O que significa a “lei real”?

E amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37.38)

5. Quais são as consequências de se fazer acepção de pessoas?

Divisão, julgamento e desvalorização do ser humano.