Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19)
Entenda
o Texto Áureo:
- Portanto ide.
O comando é baseado nas reivindicações. A ordem é dirigida a todos os
quinhentos. É principalmente uma responsabilidade individual. A igreja é o
principal meio para impulsionar a obra do reino, mas não o único meio. O
fracasso da igreja em cumprir seu dever não isenta o cristão individual de sua
responsabilidade. fazei discípulos. Façam aprendizes. É uma missão mundial. Os
judeus não estão excluídos, mas não é uma mera propaganda judaica. Essa fase
maior da obra Jesus havia mantido em segundo plano antes de sua morte, mas
agora ele hasteia seu estandarte para a conquista do mundo. Ele desafiará as
reivindicações do diabo para o domínio do mundo. batizando-os. Às vezes,
nega-se que esse versículo seja genuíno, pois parece tão eclesiástico. Os
documentos praticamente todos o trazem. Deve-se acreditar também que representa
uma palavra real de Jesus. É verdade que o batismo parece ter sido deixado de
lado durante a maior parte do ministério de Jesus para evitar publicidade
indevida. Mas essa razão não existe agora. Esta ordem de Jesus explica a
palavra de Pedro em Atos 2:38 e a retomada do rito. É o símbolo da nova vida em
Cristo (Romanos 6:3-6) e o próprio Jesus se submeteu a ela. em
nome – sob a autoridade do; compare com Mateus 10:41f. O uso da fórmula
trinitária não prova que Jesus não a tenha dito. Senão, como podemos explicar
as muitas expressões trinitárias nos Atos e nas Epístolas? Elas parecem vir, em
última instância, de Jesus. Em Atos (Atos 2:38; Atos 8:16; Atos 10:48; Atos 19:5)
o batismo é mencionado apenas em conexão com o nome de Jesus. Evidentemente não
foi considerado essencial usar toda a fórmula. O nome do Senhor Jesus
representava o resto e era o cerne da questão. [Robertson, 1907]
VERDADE PRÁTICA
Desde a eternidade Deus é Pai, Filho
e Espírito Santo e essa verdade está em toda a Bíblia.
Entenda
a Verdade Prática
- Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em
três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo iguais em substância,
glória, poder e majestade.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 3.15-17; 28.19,20
Mateus 3
15. Jesus, porém, respondendo,
disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.
Então, ele o permitiu.
- Eles foram, assim, judicialmente encerrados em uma
condição de escuridão e dureza de coração que escolheram deliberadamente, em
vez da luz e da cura que Jesus lhes trouxe. [JFU, 1866]
16. E, sendo Jesus batizado,
saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele.
- Isto é, “feliz vós, cujos olhos e ouvidos,
voluntariamente e alegremente abertos, estão bebendo na luz divina”. [Jamieson;
Fausset; Brown]
17. E eis que uma voz dos céus
dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
- Os discípulos não foram apenas mais abençoados do
os que se fizeram de cegos, mas, também favorecidos acima dos mais honrados e
melhores que viviam sob a antiga dispensação, que tinham apenas vislumbres das
coisas do novo reino, apenas o suficiente para acender neles desejos de não
foram cumpridos em seus dias. Em Lucas 10:23,24, onde a mesma palavra é
repetida no retorno dos Setenta – as palavras, em vez de “muitos profetas e
justos”, são “muitos profetas e reis”; porque vários dos santos do Antigo
Testamento eram reis. [Jamieson; Fausset; Brown]
Mateus 28
19. Portanto, ide, ensinai
todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
- Portanto ide.
O comando é baseado nas reivindicações. A ordem é dirigida a todos os
quinhentos. É principalmente uma responsabilidade individual. A igreja é o
principal meio para impulsionar a obra do reino, mas não o único meio. O
fracasso da igreja em cumprir seu dever não isenta o cristão individual de sua
responsabilidade. fazei discípulos. Façam aprendizes. É uma missão mundial. Os
judeus não estão excluídos, mas não é uma mera propaganda judaica. Essa fase
maior da obra Jesus havia mantido em segundo plano antes de sua morte, mas
agora ele hasteia seu estandarte para a conquista do mundo. Ele desafiará as
reivindicações do diabo para o domínio do mundo. batizando-os. Às vezes,
nega-se que esse versículo seja genuíno, pois parece tão eclesiástico. Os
documentos praticamente todos o trazem. Deve-se acreditar também que representa
uma palavra real de Jesus. É verdade que o batismo parece ter sido deixado de
lado durante a maior parte do ministério de Jesus para evitar publicidade
indevida. Mas essa razão não existe agora. Esta ordem de Jesus explica a
palavra de Pedro em Atos 2:38 e a retomada do rito. É o símbolo da nova vida em
Cristo (Romanos 6:3-6) e o próprio Jesus se submeteu a ela. em
nome – sob a autoridade do; compare com Mateus 10:41f. O uso da fórmula
trinitária não prova que Jesus não a tenha dito. Senão, como podemos explicar
as muitas expressões trinitárias nos Atos e nas Epístolas? Elas parecem vir, em
última instância, de Jesus. Em Atos (Atos 2:38; Atos 8:16; Atos 10:48; Atos
19:5) o batismo é mencionado apenas em conexão com o nome de Jesus.
Evidentemente não foi considerado essencial usar toda a fórmula. O nome do
Senhor Jesus representava o resto e era o cerne da questão. [Robertson, 1907]
20. ensinando-as a guardar
todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os
dias, até à consumação dos séculos. Amém!
- ensinando-lhes. O batismo não é o suficiente. Também é preciso dar
instruções. Aqui está então a ordem de trabalho: conversão, batismo, formação.
O ensino é contínuo. O evangelismo é bom, mas o ministério do ensino também é
bom. E
eis que eu estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos. Essa
grande promessa se cumprirá por meio do Espírito Santo, que será o Mestre de
Cristo para os homens. Lucas (Lucas 24:44-53) e Atos (Atos 1:3-12) falam das
últimas aparições de Jerusalém e da Ascensão do Monte das Oliveiras. Mas esta
última e maravilhosa palavra em Mateus é um final digno para qualquer livro,
para qualquer carreira, até mesmo para a vida de Jesus, o Filho de Deus. Ele
certamente voltará (Atos 1:11), mas Mateus nos deixa com o pensamento ainda
maior de que Cristo nunca realmente nos deixa. Ele está com seus discípulos
aqui e agora, dia após dia, até o fim da vida e o fim desta era mundial. Essa promessa
foi cumprida até agora, como testemunham milhões de discípulos dedicados. A
história do cristianismo, com todas as suas deficiências devidas às
imperfeições dos crentes, é ainda um testemunho eloquente do poder de Cristo no
coração dos homens. Esta promessa de Jesus é assim reforçada pela experiência
do passado. A causa das missões nunca esteve tão cheia de esperança como agora.
A tarefa mundial ainda desafia a fé e a coragem dos santos. [Robertson, 1911]
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INTRODUÇÃO
O Novo Testamento mostra que os
cristãos do período apostólico reconheciam o seu Deus como triúno sem precisar
de formulação teológica, recurso a que a igreja mais tarde precisou recorrer
para responder às ideias equivocadas sobre Deus. A Trindade é uma doutrina com
sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, a
“Trindade”, os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade.
- Na lição de hoje estudaremos a respeito de uma das
mais importantes e cruciais doutrinas cristãs, a Trindade. Não cremos na
existência de três deuses, mas em um só Deus que subsistente em três pessoas
distintas, co-eternas, co-iguais e co-substanciais, e que criaram todas as
coisas. Embora não conste na Bíblia a palavra Trindade, vamos encontrar tanto
no Antigo Testamento quanto no Novo, evidências desta relevante doutrina.
Veremos na lição como o conceito de Trindade foi formulado. Segundo Stanley
Horton, “historicamente, a Igreja formulou a doutrina da Trindade em razão do
grande debate a respeito do relacionamento entre Jesus de Nazaré e o Pai”.
Certamente esta doutrina é um dogma misterioso e de difícil compreensão da fé
cristã. Foi Agostinho quem deu à tradição ocidental a sua expressão madura e
final acerca da Trindade em seu tratado conhecido por A Trindade, que ele
demorou dezesseis anos para redigir – entre 400 e 416 d.C.. De início, informo
que seria insensato afirmar que podemos dar uma explicação completa sobre ela.
Sabendo que Deus não pode ser compreendido pela mente humana, se fosse, não seria
Deus; como entendia Agostinho, “Deus é
incompreensível, mas não incognoscível”. Sobre este assunto, só podemos
saber, a respeito de Deus, e da Trindade, o pouco que as Escrituras nos
revelam. A tripla personalidade de Deus é, exclusivamente, uma verdade da
Revelação. Por definição, temos que Deus é uma Unidade, uma essência divina,
existindo em Três Pessoas na Divindade, sendo essas Três: Deus Pai, Deus Filho
e Deus Espírito Santo. Não há nas Escrituras o termo Trindade. O Credo
Atanasiano diz: “Adoramos um Deus em
Trindade, e Trindade em Unidade, sem confundir as Pessoas, sem separar a
substância”. Cada uma das Três Pessoas da Trindade é Deus, sendo iguais em
autoridade, glória e poder. Cada uma igual às outras, merecendo o mesmo culto,
a mesma devoção, a mesma confiança e fé (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1;
2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11). É importante conhecermos bem esta doutrina para
estarmos sempre “preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós”
(1Pd 3.15).
PALAVRA CHAVE: TRINDADE
I. COMO A BÍBLIA APRESENTA A SANTÍSSIMA
TRINDADE
1. A Trindade e o monoteísmo
judaico-cristão. As Escrituras ensinam que o Deus de
Israel, revelado nas Escrituras dos judeus (Dt 6.4; 2 Rs 1915; Ne 9.6; SI
83.18; 86.10), é o mesmo Deus do Novo Testamento (Mc 12.29-32).
- Trindade - "[Do gr. trios,
três; do lat. trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina bíblica segundo a
qual a divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo
Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito
Santo num tipo de relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de
sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica
mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro
e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu
ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt
12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em
um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.
a) Cada uma das três pessoas é
chamada “Deus”. A mesma Bíblia que ensina haver um só
Deus, e que Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o
Espírito Santo é Deus. O nome “Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11), da
mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo (At 5.3,4).
- Quando falamos sobre o Pai, o Filho e o Espírito
Santo como sendo "Pessoas", não queremos dizer que sejam seres
humanos ou que sejam como a humanidade de qualquer forma. No entanto, em nossa
linguagem cotidiana, é assim que a palavra pessoa é frequentemente usada. Sendo
assim, é compreensível que alguma confusão envolva as referências às três
"Pessoas" da Trindade. Quando falamos de Deus, estamos usando a
palavra Pessoa para mostrar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm
personalidade. Ou seja, o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm intelecto, emoção
e vontade. Qualquer ser com racionalidade, emoção e vontade pode ser
considerado uma pessoa; assim, os seres humanos são pessoas, mas os seres
angelicais e o Ser Divino também são. A definição de pessoa não pode incluir a
fisicalidade pela simples razão de que os seres humanos não deixam de ser
pessoas após a morte. O corpo de uma pessoa morta é deixado para trás em decomposição,
mas o seu verdadeiro eu – a sua personalidade — vive adiante no céu ou no
inferno. Quando falamos de Deus existindo em três Pessoas, queremos dizer que a
existência de Deus é composta por três centros distintos de intelecto, emoção e
vontade. Cada Pessoa da Trindade teve um papel único na criação e na salvação
da humanidade. O Espírito Santo é único e não é o Pai ou o Filho (Ele procede
do Pai e do Filho, João 15:26). O Pai e o Filho também são únicos (quando Jesus
orou ao Pai, Ele não estava orando a Si mesmo, Lucas 23:34). Cada um é Deus,
mas cada um é uma "Pessoa" separada. Usar a palavra pessoa> é uma
das únicas maneiras pela qual a linguagem humana descreve esse conceito.
b) Cada uma das três pessoas é cada
“Senhor”. Isso também ocorre com o Tetragrama
(as quatro consoantes do nome divino Yhwh), “Senhor”, pois aplica-se ao Pai
sozinho (S1 110.1), ao Filho (Is 4.03; Mt 33), e ao Espírito Santo (Ez 8.1,3).
No entanto, aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
- YAHWEH, transliterado em português como Iavé, Javé
ou Jeová. Na maioria das versões é grafado como SENHOR (em caixa alta). É
também traduzido como EU SOU, e significa que Deus é auto-existente. Comum no
início do Antigo Testamento, somente Moisés entendeu seu sentido mais profundo
quando Deus se apresentou como "EU SOU O QUE EU SOU" (Ex 3.14).
c) O monoteísmo bíblico não contradiz
a Trindade. “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus,
é o único Senhor” (Dt 6.4). Essa é a confissão de fé no Judaísmo. A palavra
hebraica ‘echad, traduzida como “único”, indica uma unidade
composta, é o mesmo termo usado para afirmar que marido e mulher são ambos “uma
só carne” (Gn 2.24). O termo ‘echad, em Deuteronômio 6.4, indica que o
monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade.
- Deuteronômio 6.4 , também conhecido como Shemá, não
refuta a Trindade. A Trindade é o ensino de que em um Deus há três pessoas
distintas, simultâneas, coeternas e co-poderosas, conhecidas como Pai, Filho e
Espírito Santo. Deuteronômio 6.4 diz que Deus é o único SENHOR. A palavra
“SENHOR” em hebraico é YHWH. O versículo está dizendo que somente YHWH é Deus e
está ensinando o monoteísmo. O versículo não é sobre Deus ser a Trindade,
embora Ele seja. É apenas ser único Deus verdadeiro. O Shema é uma declaração
sobre o monoteísmo e a Trindade monoteísta. Além disso, a palavra para “um” em
Dt 6.4 é “echad”, que geralmente é usado para descrever uma unidade composta,
como um cacho de uvas.
2. Evidência no Antigo Testamento. Essa doutrina está implícita desde o Antigo Testamento, pois há
declarações que indicam claramente a pluralidade na unidade de Deus: “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “disse
o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “e o Senhor disse:
… Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a
língua do outro” (Gn 11.6,7). E, não para por aí, em Isaías 63.8-14, o Espírito
Santo aparece alternadamente com Javé e com o “Anjo de sua face”.
- A Trindade no Antigo Testamento:
a) Gênesis 1:26, 27 — Chegando o momento de
criar o homem, Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa
semelhança". O verbo "fazer", nesse caso, aponta para um ato
criativo, e somente Deus pode criar. Assim, ao ser criado, o homem não poderia
ter a imagem de um anjo ou de qualquer outra criatura, mas a imagem de Deus, a
imagem de seu Criador. No versículo 27, lemos: "Criou Deus, pois, o homem
à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". O
interessante, porém, é que a Bíblia diz que Jesus Cristo também criou todas as
coisas, as visíveis e invisíveis (João 1:1, 3; Colossenses 1:16, 17; Hebreus
1:10), o que inclui necessariamente o homem. Desse modo, concluímos, à luz da
Bíblia, que o homem tem a Jesus como seu Criador, logo, o homem carrega Sua
imagem, pois Jesus é Deus, uma vez que "à imagem de Deus" o homem foi
criado. Já em Jó 33:4, Eliú declara: "O Espírito de Deus me fez".
Afinal de contas, quem fez o homem? A Bíblia diz: "Criou Deus, pois, o
homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou". E quem é esse Deus?
Resposta: Pai, Filho e Espírito Santo. É digno de nota que há outros textos em
que Deus fala no plural: Gênesis 3:22; 11:7-9; Isaías 6:8. Alguns dizem
tratar-se de plural de majestade, ou seja, é uma forma de expressão onde o
indivíduo fala do plural que não revela necessariamente uma pluralidade
participativa. Todavia, isso não funciona em Gênesis 1:26, 27, pois outros
textos bíblicos deixam claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo criaram o
homem; logo, não está em jogo nenhum plural de majestade, mas um ato criativo
de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Os demais textos, portanto, devem ser
interpretados seguindo-se essa mesma linha de raciocínio.
b) Deuteronômio 6:4 — "Escuta, ó Israel:
Jeová, nosso Deus, é um só Jeová" (TNM). Esse texto é usado para
desacreditar a doutrina da Trindade, mas, ao contrário disso, é o texto que
prova que na unidade de Deus existe uma pluralidade, dando abertura para a
concepção trinitariana. Como assim? Na língua hebraica, existem duas palavras
para expressar unidade, a saber, ’ehadh e yehidh. A primeira designa uma
unidade composta ou plural. Exemplo: Gênesis 2:24 diz que o homem e a mulher
seriam uma (’ehadh) só carne, ou seja, dois em um. A segunda palavra é usada
para expressar unidade absoluta, ou seja, aquela que não permite pluralidade.
Exemplo: Juízes 11:34 diz que Jefté tinha uma única (yehidh) filha. Qual dessas
palavras é empregada em Deuteronômio 6:4? A palavra ’ehadh, o que indica que na
unidade da Divindade há uma pluralidade.
A
Trindade no Novo Testamento: A revelação da Triunidade de Deus no Antigo
Testamento não é tão clara quanto no Novo. Os textos bíblicos abaixo alistados
(respeitando-se os devidos contextos) mostram sempre juntos o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Levando-se em conta que Deus é único (Isaías 43:10) e que ele
não partilha sua glória com ninguém (Isaías 42:8; 48:11), é interessante notar
como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são postos em pé de igualdade, coisa que
nenhuma criatura, por melhor que fosse, poderia atingir, nem muito menos uma
"força ativa" (agente passivo).
3. Revelada no Novo Testamento. A Trindade bíblica, ou seja, a Trindade em si mesma, pregada pelos
cristãos, consiste em um só Deus que subsiste eternamente em três Pessoas
distintas.
a) A Trindade em si mesma. A base bíblica da Trindade salta à vista de qualquer leitor do Novo
Testamento a começar pela Grande Comissão (Mt 28.19), na distribuição dos dons
espirituais (1 Co 12.4-6), na bênção apostólica, também conhecida como bênção
trinitária (2 Co 13.13), na unidade da igreja (Ef 4.4-6), na obra da salvação
(1 Pe 1.2). Além das inúmeras passagens tripartidas que revelam a Trindade (Fp
3.3).
- a) Mateus 28:19 — A ordem de Jesus é para batizar em
"nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo". Ora, se Jesus fosse
uma criatura e o Espírito Santo uma "força ativa", seria estranho que
as pessoas fossem batizadas em nome do Criador (que não divide sua glória com
ninguém), em nome de um anjo, e de uma "força ativa"; aliás, que
necessidade há em batizar alguém em nome de uma "força"? Tudo isso só
faz sentido se Jesus e o Espírito Santo forem Deus, assim como o Pai.
b) Lucas 3:22 — No batismo do Filho, lá estão
o Espírito Santo e o Pai; como sempre, inseparáveis. Essa é uma das razões
pelas quais o batismo cristão deve ser ministrado em nome das três pessoas.
c) João 14:26 — Jesus fala do Espírito Santo,
que será enviado pelo Pai, em seu próprio nome, isto é, de Cristo.
d) 2ª Coríntios 13:13 — Outra fórmula
trinitária, onde aparece o Filho, em primeiro lugar, com sua graça ou
benignidade imerecida; depois, o Pai, com seu amor; e finalmente, o Espírito
Santo, com a comunhão ou participação que dele procede.
e) 1ª Pedro 1:1, 2 — Pedro fala aos escolhidos,
que foram eleitos segundo a presciência do Pai, santificados pelo Espírito e
aspergidos com o sangue de Jesus Cristo.
f) Outros versículos — Romanos 8:14-17; 15:16, 30; 1ª Coríntios 2:10-16;
6:1-20; 12:4-6; 2ª Coríntios 1:21, 22; Efésios 1:3-14; 4:4-6; 2ª
Tessalonicenses 2:13, 14; Tito 3:4-6; Judas 20, 21; Apocalipse 1:4, 5 (compare
com 4:5) etc. É digno de nota que se o Filho fosse uma criatura e o Espírito
Santo uma "força ativa", os dois não poderiam assumir o primeiro
lugar em algumas das passagens bíblicas acima citadas. Aliás, o que uma
"força ativa" estaria fazendo no meio de duas pessoas? As TJ objetam
dizendo que mencionar as três Pessoas juntas, não indica que sejam a mesma
coisa, pois Abraão, Isaque e Jacó (Mateus 22:32), bem como Pedro, Tiago e João
(Mateus 17:1) sempre são citados juntos; contudo, isso não os torna um. O que
as TJ não perceberam foi o seguinte: Abraão, Isaque e Jacó tinham algo em
comum: o patriarcado. Já Pedro, Tiago e João tinham em comum o apostolado. E o
que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em comum? Resposta: a natureza
divina, ou simplesmente, a divindade.”
b) A Trindade dos credos. A Trindade é a união de três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo
em uma só Divindade, iguais em poder, glória, majestade e eternidade, da mesma
substância, embora distintas.
-
Tertuliano foi o neologista da Igreja que criou o termo "Trindade",
na seguinte declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora
ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa
Trindade, colocando em sua ordem os três. Pai, Filho e Espírito Santo; três
contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em
poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só
essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e
aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra
Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um
só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de
"pessoas" (Mt 28.19). [Comentário: ‘Neologista’ = aquele que faz uso
ou é simpatizante de neologismos; neologizante, neólogo. Neologismo é o
processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar
novos objetos ou novos conceitos ligados às diversas áreas. Com exímio uso do
latim, Tertuliano foi o primeiro a usar o termo Trinitas para designar a
Trindade. Expôs também a tese de que o Pai e o Filho eram da mesma substância.
Antecipou-se em um século ao Símbolo de Nicéia. Tertuliano escreve “antes de
todas as coisas, Deus estava sozinho, sendo Ele seu próprio universo. Ele
estava sozinho, entretanto, no sentido em que não havia nada de externo a Ele,
pois mesmo então Ele não estava realmente sozinho, já que Ele tinha consigo
aquela Razão que Ele possuía em Si mesmo, isto é, sua própria Razão”.
(Tertuliano: Adversus Prax. 5). Em outra passagem ele tenta explicar, mais
claramente que os seus antecessores, o ser-outro ou a individualidade desta razão
imanente ou verbo. Ele explica que a racionalidade ou o discurso, por meio do
qual o homem cogita e faz planos é, de uma certa maneira, um “outro” e um
“segundo” no homem, e assim é com o Verbo divino, com o qual Deus raciocina
desde toda a eternidade e que constitui “um segundo para consigo”.
-
Primeiro concílio ecuménico da história. Convocado pelo imperador Constantino,
em 325, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas
esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da Igreja, os
participantes do concílio redigiram uma confissão teológica, confirmando a
ortodoxia doutrinária do Cristianismo. Em 381, reuniram-se em Constantinopla
150 bispos, a pedido do imperador Teodócio l, com o objetivo de confirmar a
unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da
cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio ariano" (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
pp. 88,89).
II. AS HERESIAS CONTRA A DOUTRINA DA
TRINDADE
São duas as principais heresias
contra a Trindade: o Unicismo e o Unitarismo. Ambas são contrárias à Bíblia,
condenadas pelas igrejas antigas e rejeitadas pelos principais ramos do
Cristianismo. Nesta lição, trataremos do Unicismo.
1. O Unicismo. Esse movimento desde a sua origem no século 3 é conhecido como
monarquianismo, modalismo, patripassianismo e sabelianismo. Os principais
heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto, Práxeas e Sabélio. O
Unicismo não nega a deidade absoluta do Filho e nem a do Espírito Santo, mas
negam a Trindade, pois confundem as pessoas. A heresia consiste em negar a
Trindade, pois ensina ser o Pai, o Filho e o Espírito Santo uma única pessoa e
não três pessoas distintas em uma só divindade. A Bíblia ensina o monoteísmo,
ou seja, a existência de um só e único Deus eternamente subsistente em três
pessoas distintas (Mt 3.16,17; 1 Pe 1.2). É como afirma o nosso Cremos em nossa
Declaração de Fé.
- Os unicistas modernos pregam que a doutrina da
Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano
pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes
Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do
referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua
consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o
Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao
invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões
principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo.
-
História do unicismo moderno (o retorno da velha heresia sabeliana) Essa
doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus
realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na
Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que
os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister
foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou
esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes
era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração,
refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo
verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart, australiano,
adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda em Belvedere,
ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a fórmula batismal
de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de que o nome de Deus
seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo somente no nome de
Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard Goss e Andrew Urshan,
mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome de Jesus desenvolveu
teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914, Franck J. Ewart e Glenn
Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse movimento começou então a
crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por vários nomes como: Nova
Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus, Apostólico, ou
Pentecostalismo Unicista. A essência da doutrina unicista é a centralização no
nome de Jesus. Os teólogos unicistas entendem que a expressão em nome, de
Mateus 28.19 referindo ao Pai, Filho e Espírito Santo são apenas nomes
singulares de Jesus. Assim, o que parecia ser apenas uma polêmica referente à
fórmula batismal resultou na negação da doutrina da Trindade.
2. A verdade bíblica. Ninguém no mundo chega à conclusão unicista simplesmente pela leitura da
Bíblia, pelo contrário, salta à vista de qualquer leitor a distinção dessas
três pessoas da Trindade, a começar pelo batismo de Jesus (Mt 3.16). Diversas
vezes Jesus deixou claro que Ele é uma Pessoa e o Pai outra (Jo 8.16,17; 17.3),
embora sejam Eles o mesmo Deus (Jo 10.30). Com frequência, Ele se dirigia ao
Pai como outra Pessoa (Mt 20.23; Mt 26.39, 42); também, nos seus discursos (Jo
5.1823; 8.19; 10.18; 11.41, 42); e, na oração sacerdotal em João 17. Trata-se
de um relacionamento do tipo eu, tu, ele. Quando Jesus anuncia a vinda do
Consolador, Ele emprega a terceira pessoa (Jo 14.16,26). A Bíblia ensina que
Jesus é “o Filho do Pai” e não o próprio Pai (2 Jo 3). Isso significa que não
pode ser o próprio Pai do mesmo Filho.
- Do site Wikipédia temos: “O Primeiro Concílio de
Constantinopla se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o
arianismo. Sendo este o primeiro Concílio Ecumênico realizado em
Constantinopla, foi convocado de forma cesaropapista por Teodósio I em 381. O
concílio aprovou o Credo niceno-constantinopolitano, e tratou de outros
assuntos teológicos. O concílio reuniu-se na Igreja de Santa Irene de maio a
julho de 381. É reconhecido como o segundo concílio ecumênico pela Igreja
Católica, Nestoriana, Ortodoxa e uma série de outros grupos cristãos.” https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiro_Conc%C3%ADlio_de_Constantinopla.
O Concílio de Constantinopla (381) foi convocado pelo imperador Teodósio I, que
no ano anterior havia oficializado o cristianismo católico e trinitário como a
religião do Império Romano. Esse concílio coroou de uma vez por todas os
esforços de Atanásio e dos três capadócios ao condenar todos os tipos de
subordinacionismo e sabelianismo (modalismo). Revisou o Credo do Nicéia,
tornando mais claras certas expressões e acrescentando um terceiro artigo sobre
o Espírito Santo e a igreja. Esse importante documento ficou conhecido na
história como Credo Niceno ou Niceno-Constantinopolitano. Os pneumatomacianos
ou macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo. Os chamados pais
capadócios (Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa)
foram importantes pensadores cristãos dominaram o cenário teológico na segunda
metade do 4° século e trabalharam juntos para tornar vitoriosa a fé nicena.
Eram amigos de Atanásio e desenvolveram o seu pensamento teológico. Eles
criaram as fórmulas que tornaram possível o consenso da maior parte dos
teólogos orientais em torno da questão trinitária. Tomaram para si a tarefa de
definir mais claramente a unidade e a diversidade existentes na Divindade,
inclusive a terminologia adequada para isto, ou seja, de que em Deus há três
hipóstases (subsistências individuais) e apenas uma “ousia” ou essência divina.
Todos os três viveram na Capadócia, a região oriental da Ásia Menor, parte da
moderna Turquia.
SINOPSE
II
O Unicismo e o Unitarismo são duas
das principais heresias sobre a Trindade, condenadas biblicamente.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
“O CONCEITO DO DEUS TRINO E UNO”
Acha-se somente na tradição
judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios
deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de
Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como
certa (Ef 1.1-14; 1Pe 1-2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo
existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também
revelam a unidade dos três membros da Deidade. As Pessoas da Trindade têm
vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1Co 12.11). O Pai fala
ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: ‘Tu és meu Filho
amado; em ti me tenho comprazido’ (Lc 3.22). Declara que veio ‘não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou’ (Jo 6.38)” (HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1996, pp.162-63).
SINOPSE
I
Embora o termo “Trindade” não esteja
nas Escrituras, seu conceito e doutrina são demonstrados por toda a Bíblia.
AMPLIANDO
O CONHECIMENTO
“A TRINDADE: É POSSÍVEL QUE DEUS
SEJA, AO MESMO TEMPO, UM EM TRÊS?
A crença de que um Deus único exista
eternamente em três pessoas é conhecida como a doutrina da Trindade. E esta
doutrina tem um importante papel na fé cristã. Na verdade, a doutrina da
encarnação — que afirma que Jesus, como Deus, tornou-se um homem, e que Ele é,
portanto, plenamente divino e plenamente humano — pressupõe essa crença. Esta
última doutrina está no âmago da fé cristã.” Amplie mais o conhecimento, lendo
a Bíblia de Estudo Apologia Cristã, editada pela CPAD, p.1535.
III. UNICISMO: UMA HERESIA ANTIGA NA
ATUALIDADE
1. O problema. Na atualidade, existem alguns movimentos evangélicos pentecostais que
são unicistas e ensinam a respeito de um Deus diferente. De forma sutil e por
meio da música, esses unicistas ensinam esse desvio doutrinário sobre Deus.
Isso não é um mero jogo de palavras. Jesus disse que a vida eterna implica esta
distinção: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus
verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Essa passagem mostra que
a salvação envolve duas pessoas distintas e que esse conhecimento não é
cognoscível, mas místico, espiritual, que implica comunhão, fé, obediência,
adoração. Conhecer a Deus é 0 mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da
unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 1030). Jesus disse que ninguém
conhece 0 Filho sem 0 Pai e vice-versa (Mt 11.27).
- Os unicistas não aceitam a pluralidade de pessoas
na unidade Divina, qualquer referência à ideia de Trindade eles interpretam
como sendo várias manifestações de Deus ou de Jesus. Logo não são contra a
Trindade pelo fato de não crer que Jesus seja Deus, mas ironicamente pelo fato
de crer que Deus é só Jesus. Principais grupos unicistas modernos:
-Igreja
Evangélica Voz da Verdade (IEVV);
-Igreja
Só Jesus;
-Igreja
Local (Witness Lee)
-Adeptos
do Nome Yehoshua e Suas Variantes;
-Tabernáculo
da Fé.
-A
Voz da Pedra Angular (Willian Soto Santiago)
-Ministério
Internacional Creciendo en Gracia
-Igreja
Cristo Vive (do apostolo Miguel Ângelo)
-Pentecostal
Novo Nascimento em Cristo e outras.
2. Uma reflexão bíblica. O que dizer de pessoas convertidas por meio do ministério dessas músicas
unicistas? O poder é da Palavra, e não do tal movimento, a Palavra de Deus é a
semente, mesmo sendo semeada por mãos enfermas e infeccionadas, a semente vai
germinar. Jesus falou sobre isso no Sermão do Monte (Mt 7.21-23). Alguns podem
dizer que se sentem bem ao ouvir tais músicas. Assim, convém lembrar que ninguém
está autorizado a fundar doutrinas com base em experiências humanas. As emoções
caíram com a natureza humana no Éden (Jr 17.9), e não servem como instrumento
aferidor da doutrina. A Bíblia é a única fonte de doutrina e não as nossas
emoções, pois somos norteados pela Palavra na direção do Espírito (2 Pe 1.19;
Jo 16.13).
- Martinho Lutero (1483-1546) considerava a música um
instrumento essencial de louvor e um componente fundamental da vida espiritual
e intelectual. De fato, muita coisa contrária a nossa sã doutrina e outros
modismos tem entrado em nosso meio através da música. Por essa razão, o devido
cuidado com as letras que estamos trazendo para o nosso momento de louvor.
-
Os grupos unicistas tem se valido desse instrumento para difundir sua crença de
forma sutil. Quanto ao fato de alguém ser despertado para a salvação através de
algum desses louvores, devo lembrar que, a única porta de acesso à salvação é a
Palavra - Romanos 10.17. 17 Consequentemente, a fé vem por se ouvir a mensagem,
e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo. Vivemos dias difíceis onde
doutrinas opostas a ortodoxia protestante se multiplicam a olhos vistos. Uma
das mais sucintas e discretas é o unicismo pregado pelo grupo Voz da Verdade. O
grupo em questão nega a doutrina da TRINDADE o que para nós cristãos é uma doutrina
fundamental e inquestionável.
3. A posição oficial. O Unicismo é condenado na Bíblia, considerado heresia pelas igrejas
desde a sua origem e rejeitado pelos principais ramos do cristianismo e pela
nossa Declaração de Fé (III.2). Temos um manifesto oficial contra o Unicismo e
o uso de músicas de grupos unicistas em nossas igrejas. A maioria de nossa
liderança tem se posicionado contra essa heresia. A importância dessa decisão é
para evitar que se adore a outro Jesus, um Jesus falso, diferente do revelado
no Novo Testamento (2 Co 11.4). Mas devemos destacar que não somos contra os
unicistas, mas contra o unicismo, a doutrina desviante. Devemos manter contato
respeitoso no nosso dia a dia com essas pessoas, embora discordando de suas
crenças com mansidão (2 Jo 10,11).
- O Centro
Apologético Cristão de Pesquisa através
do presbítero da Assembléia de Deus, Paulo Cristiano, traz um breve relato
histórico desta prática herética de batizar somente em nome de Jesus:
“Essa
doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembleias de Deus
realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles, na
Califórnia, numa cerimônia de batismo. O preletor, R. E. McAlister, disse que
os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus e não em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo, e quando as pessoas ouviram isso ficaram atônitas. McAlister
foi notificado que seu ensino possuía elementos heréticos. Ele tentou
esclarecer sua prédica, mas ela já havia produzido efeito. Um de seus ouvintes
era John Sheppe que após aquela mensagem, passou uma noite em oração,
refletindo a mensagem de McAlister e concluiu que Deus havia revelado o batismo
verdadeiro que seria somente em nome de Jesus. Também Franck J. Ewart,
australiano, adotou essa doutrina e em 15 de abril de 1914 levantou uma tenda
em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, e passou a pregar sobre a
fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando com Mt 28.19, chegou à conclusão de
que o nome de Deus seria então somente o nome Jesus. É verdade que o batismo
somente no nome de Jesus era praticado por pastores pentecostais como Howard
Goss e Andrew Urshan, mas foi somente com Franck J. Ewart que o batismo em nome
de Jesus desenvolveu teor teológico próprio. Assim, em 15 de abril de 1914,
Franck J. Ewart e Glenn Cook se batizaram mutuamente com a nova fórmula. Esse
movimento começou então a crescer em cima dessa polêmica e ficou conhecido por
vários nomes como: Nova Questão, movimento Somente Jesus, o Nome de Jesus,
Apostólico, ou Pentecostalismo Unicista."
SINOPSE
III
O Unicismo, embora seja uma heresia
antiga, também está presente na atualidade.
AUXÍLIO
DOUTRINÁRIO
“NEGAÇÃO AO UNICISMO, UNITARISMO E
TRITEÍSMO. Negamos o unicismo sabelianista e moderno, ou seja, que o Pai, o
Filho e o Espírito Santo sejam três modos de uma mesma pessoa divina, porque
está escrito que as três pessoas são distintas.
Negamos também o unitarismo, pois
essa doutrina afirma que somente o Pai é Deus, negando, assim, a divindade do
Filho e do Espírito Santo, ao passo que as Escrituras Sagradas ensinam a
divindade do Filho e do Espírito Santo.
Também negamos o triteísmo, ou seja,
que existam três deuses separados, pois a Bíblia revela a existência de um único
Deus verdadeiro: ‘há um só Deus e que não há outro além dele’ (Mc 12.32);
‘todavia, para nós há um só Deus’ (1 Co 8.6). Essa doutrina monoteísta tem
implicação para a salvação: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por
único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste’’ (Jo 17.3)”’
(Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.41).
CONCLUSÃO
A introdução do Credo de Atanásio
resume a doutrina da Trindade: “Todo aquele que quer ser salvo, antes de tudo,
deve professar a fé cristã. A qual é preciso que cada um guarde perfeita e
inviolada ou terá com certeza de perecer para sempre. A fé cristã é esta: que
adoremos um Deus em trindade, e trindade em unidade; Não confundimos as
Pessoas, nem separamos a substância”. O problema é que os Unitaristas separam a
substância e os Unicistas confundem as pessoas, e assim creem num Deus distinto
do que é apresentado pela Bíblia.
- Podemos considerar a doutrina da Trindade um dos
pilares do cristianismo ortodoxo. No entretanto, pelo menos no contexto
brasileiro, demonstramos pouca consideração e há até mesmo um desconhecimento
acerca dela. A razão disso talvez seja o pragmatismo que a religião brasileira
tem como base. As pessoas só se interessam por aquilo que entendem que pode ser
útil para sua vida. Elas querem coisas práticas e estão enjoadas de teoria.
Esse é justamente o motivo pelo qual não gostam de estudar teologia. Por aqui
vale mais as “experiências” com Deus, relegando a teoria ao esquecimento. Com
esta pequena teoria apresentada, podemos compreender que Deus nos é revelado
como Pai, Filho e Espírito Santo, cada um com atributos pessoais distintos, mas
sem divisões de natureza, essência ou ser. E por que é importante conhecer e
crer assim? Assim como no início do cristianismo, a Trindade tem sido motivo de
controvérsias. Até para Trinitaristas, uma compreensão nebulosa, pode levar a
uma falsa adoração. Este estudo é pouco para compreendermos o assunto, ele está
mais para uma exortação à pesquisa. Como sugestão, ficam os links citados,
visite-os e leia-os.] “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar
e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único
Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e
para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que
o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
• Graduado
em Gestão Pública;
• Teologia
pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);
• Pós-graduado
em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva
(J.P./PB);
• Professor
de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2oo1;
AD Pelotas/RS, 2ooo-2oo4; AD São Caetano do Sul/SP, 2oo5-2oo9; AD Recife/PE
(Abreu e Lima), 2o1o-2o14; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2o15).
• Pastor
da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB
Servo, barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que indica o termo ‘echad em
Deuteronômio 6.4?
O termo ‘echad, em Deuteronômio 6.4,
indica que o monoteísmo judaico-cristão não contradiz a Trindade.
2. Cite quatro evidências no Antigo
Testamento em favor da Trindade.
“Façamos o homem à nossa imagem” (Gn
1.26); “Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “desçamos e confundamos
ali a sua língua…” (Gn 11.6,7, o Espírito Santo aparece alternadamente com Javé
e com o “Anjo de sua face” (Is 63.8-14).
3. Quais as passagens do Novo
Testamento mais contundentes em favor da Trindade?
A Grande Comissão (Mt 28.19), a
distribuição dos dons espirituais (1 Co 12.4-6), a bênção trinitariana (2 Co
13.13). a unidade da igreja (Ef 4.4-6), a obra da salvação (1 Pe 1.2).
4. Em que consiste o Unicismo e quais
os principais heresiarcas dessa heresia?
A heresia consiste em negar a
Trindade. Os principais heresiarcas representantes desse movimento foram Noeto,
Práxeas e Sabélio.
5. O que João 17.3 mostra em relação
a salvação?
Essa passagem mostra que a salvação
envolve duas pessoas distintas e que conhecimento não é cognoscível, mas
místico, que implica comunhão, fé, obediência, adoração.