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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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13 de janeiro de 2025

EBD JOVENS | Lição 3: A autenticidade que leva à prática da Palavra | 1° Trim 2025

Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO PRINCIPAL

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho.” (Sl 119.105).

Entenda o Texto Áureo:

Compare com Provérbios 6:23. A palavra de Deus é uma luz para o guiar com segurança entre os perigos que atravessam o seu caminho pelas trevas deste mundo. Contraste o destino dos ímpios (Salmo 35:6). Lâmpada... luz. A Palavra de Deus fornece a iluminação para se caminhar sem tropeçar

 

RESUMO DA LIÇÃO

A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus por meio da escuta atenta, obediência e serviço, conforme o exemplo de Jesus.

Entenda o Resumo da Lição:

- A prática da Palavra de Deus é a aplicação dos ensinamentos da Bíblia na vida diária. Para isso, é preciso ouvir, rezar e colocar em prática o que se lê.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 1.19-27.

19. Sabeis isto, meus amados irmãos; mas todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.

toda pessoa seja pronta para ouvir, tardia para falar, tardia para se irar – ou então, “estejam todos prontos para ouvir, mas não se apressem em falar nem em se irar” (NVT).

20. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.

Ou seja, a ira humana não produz aquela justiça na vida que Deus requer. Sua tendência não é nos inclinar a guardar a lei, mas a violá-la; não nos induzir a abraçar a verdade, mas o contrário. O significado desta passagem não é que nossa ira torne Deus mais ou menos justo; mas que sua tendência é não produzir a retidão de vida e o amor à verdade, que Deus exige. Um homem nunca está seguro de agir corretamente sob a influência da ira; ele pode fazer coisas ainda mais terríveis e das quais se arrependerá toda a sua vida. O significado particular desta passagem é que a ira do homem não terá nenhuma inclinação para o tornar justo. [Barnes, 1870]

21. Pelo que, rejeitando toda imundícia e acúmulo de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar a vossa alma.

rejeitai – de uma vez por todas, como uma roupa suja. Compare com Zacarias 3:3,5; Apocalipse 7:14. A “impureza” é purificada pelo ouvir da palavra (Jo 15:3). abundância de malícia – excesso (por exemplo, o ímpeto para a “ira”, Tiago 1:19-20), que surge da malícia (má disposição uns para com os outros). Compare com 1Pedro 2:1; Efésios 4:31; Colossenses 3:8. recebei com mansidão – um para o outro: o oposto de “ira” (Tiago 1:20): “como bebês recém-nascidos” (1Pedro 2:2). A mansidão inclui também um espírito dócil e humilde (Salmo 25:9; 45:4; Isaías 66:2; Mateus 5:5; Mateus 11:28-30; 18:3-4; contraste com Romanos 2:8). Sobre “recebei”, compare com ao solo recebendo sementes (Marcos 4:20). Contraste Atos 17:11; 1Tessalonicenses 1:6 com 2Tessalonicenses 2:10. que pode salvar – um forte incentivo para corrigir nossa estupidez ao ouvir a palavra: aquela palavra que ouvimos tão descuidadamente, é capaz (instrumentalmente) de nos salvar (Calvino). [JFU, 1866]

22. E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.

sede praticantes da palavra, e não somente ouvintes – não apenas “fazei”, mas “sede praticantes” sistemática e continuamente, como vosso compromisso constante. Tiago novamente se refere ao sermão no monte (Mateus 7:21-29). enganando a vós mesmos – pela falácia lógica (o grego implica isso) que a mera audição é tudo o que é necessário. [JFU]

23. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural.

não praticante. O verdadeiro discípulo, dizem os rabinos, aprende para poder fazer, não para que possa apenas conhecer ou ensinar. seu rosto natural – literalmente, “o semblante de seu nascimento”: o rosto com o qual ele nasceu. Como um homem contempla o seu rosto natural num espelho, assim o ouvinte percebe o seu rosto moral na Palavra de Deus. Este retrato fiel da alma do homem na Escritura é uma forte prova da sua verdade. Nela vemos espelhada a glória de Deus, bem como a nossa miséria natural. [JFU, 1866]

24. Porque se contempla a si mesmo, e foi-se, e logo se esqueceu de como era.

logo se esquece de como era [sua aparência]. Há um reconhecimento do rosto conhecido, seguido de um esquecimento instantâneo e completo; e assim é frequentemente com o espelho da alma. Em algum sermão ou livro marcante, o eu de um homem é manifestado a ele, e a imagem pode ser muito familiar para causar repulsa; mas, quer seja ou não, a impressão desaparece de sua mente tão rapidamente quanto os ecos das palavras do pregador. Na melhor das hipóteses, o conhecimento foi apenas superficial, talvez momentâneo; muito diferente do que vem de uma caminhada santa com Deus. [Ellicott, 1905]

25. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.

aquele que dá atenção – literalmente, “se inclina para olhar de perto”. Mais do que “contempla” (Tiago 1:24). lei perfeita da liberdade – a regra de vida do Evangelho, perfeita e aperfeiçoada (como mostra o Sermão do Monte, Mateus 5:48): fazer-nos andar verdadeiramente em liberdade (Salmo 119:32,45). Os cristãos devem ter em vista um padrão mais elevado de santidade do que o que geralmente se entende sob a lei. O princípio do amor substitui a letra da lei, para que pelo Espírito sejam libertos do jugo do pecado, obedecendo espontaneamente. (Tiago 2:8,10,12; Jo 8:31-36; 15:14-15, compare com 1Coríntios 7:22, Gálatas 5:1,13, 1Pedro 2:16). A lei não é, portanto, anulada, mas cumprida. e nela persevera – em contraste com “vai embora”, Tiago 1:24, este continua olhando no espelho da palavra de Deus, e a cumprir seus preceitos. [JFU, 1866]

26. Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes, engana o seu coração, a religião desse é vã.

a religião desse é vã – ou seja, a prática religiosa, o serviço externo a Deus não tem valor. Para que o culto e a adoração a Deus sejam aceitáveis, a pessoa que o oferece deve (1) mostrar amor prático e compaixão, e (2) se esforçar pela santidade pessoal (Salmo 40:6-8; 51:16-17; Isaías 1:10-20); caso contrário, ele é inconsistente. [Dummelow, 1909]

27. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.

A religião pura e não contaminada para com [nosso] Deus e Pai (compare com  Salmo 119:1; Mateus 5:8; Lucas 1:6; 1Timóteo 1:5). e guardar-se da corrupção do mundo – ou seja, “não se deixar corromper pelo mundo” (NVI).

 

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INTRODUÇÃO

A Carta de Tiago é conhecida por sua abordagem prática e direta. Em Tiago 1.19-27, o servo do Senhor desafia os seus leitores a serem “cumpridores da Palavra e não somente ouvintes”, enfatizando a importância de vivermos nossa fé de maneira prática. Nesta lição, estudaremos a respeito da importância da prática da Palavra de Deus, destacando três pontos principais: o ouvir atentamente, o agir sobre a Palavra e a verdadeira religião.

O crente verdadeiro tem sua vida centrada na Palavra de Deus (Tg 1.18,21,22-25). Isso é o que Tiago afirma nesse texto da nossa lição. A Palavra de Deus é a divina semente. Quando ela é aplicada em nosso coração pelo Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. Nascemos, assim, de cima, de Deus, do Espírito. Recebemos, portanto, uma nova natureza, uma nova vida. O verdadeiro crente acolhe a Palavra: “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal...”. A Palavra de Deus é comparada a uma semente, e o coração do homem, a um solo. Também é requerida uma atitude correta para receber a Palavra: “... recebei com mansidão a palavra em vós implantada...” A mansidão é o oposto da ira (1.19). A Palavra deve ter raízes profundas em nossa vida. Aceitamos de bom grado a transformação que Deus opera em nós através da Palavra. Tiago fala ainda acerca do resultado da recepção da Palavra: “... a qual é poderosa para salvar as vossas almas”. Quando nascemos da Palavra, ouvimos a Palavra, recebemos a Palavra e praticamos a Palavra, podemos ter garantia da salvação.

 

I. PRONTO PARA OUVIR, TARDIO PARA FALAR E SE IRAR (Tg 1.19)

 

1. Pronto para ouvir (v.19). Tiago nos aconselha a sermos “prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar”. Ouvir atentamente é o primeiro passo para compreender a Palavra de Deus e então aplicá-la à nossa vida. A escuta atenta é fundamental. Somente os tolos falam sem ouvir primeiro. No entanto, os sábios ouvem atentamente e preparam o coração para receber a instrução divina. O sábio Salomão nos ensina que “responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (Pv 18.13). É importante ressaltar que ouvir não é apenas captar sons, mas prestar atenção, compreender e responder de maneira apropriada. Ouvir implica:

a) Querer aprender. A sabedoria começa com a capacidade de ouvir;

b) Ter empatia e compreensão. Ter empatia, elemento essencial para construir relacionamentos saudáveis e resolver conflitos;

c) Ter discernimento espiritual. O discernimento espiritual nos livra de muitos dissabores em nossa jornada de vida.

A comunicação é a chave para um relacionamento saudável. Dependendo da maneira como nos comunicamos, podemos dar vida ou matar um relacionamento. No século da comunicação virtual, estamos cada vez mais próximos das máquinas e mais distantes das pessoas. O verdadeiro crente deve saber se controlar tanto verbal quanto emocionalmente. Deve saber lidar com a palavra e também com a ira. O conselho de Tiago é: “pronto para ouvir” (1.19). O termo “pronto”, no grego, é táxys, de onde vem nossa palavra táxi (rápido). O táxi é um carro de serviço. Ele deve estar sempre disponível. Seu objetivo é atender o cliente, sempre. Se vamos usar um táxi, é porque temos pressa. Não podemos esperar. Assim ocorre também com a comunicação. Devemos ter rapidez para ouvir. É preciso que estejamos prontos para ouvir a voz de Deus, a voz da consciência, a voz de nosso próximo. Hoje estamos perdendo o interesse em ouvir, e o resultado disso é a família em desarmonia, é a sociedade fragmentada. Se nós estivéssemos prontos para ouvir, com a mesma disposição que estamos prontos a falar, certamente haveria menos ira e mais encontros abençoadores e saudáveis entre nós. As pessoas procuram os divãs dos psicanalistas porque sentem necessidade de falar. As pessoas são mais importantes que as coisas. Devemos adorar a Deus, amar as pessoas e usar as coisas. Essa é a regra de ouro na comunicação interpessoal. Hoje, estamos substituindo relacionamentos por coisas. Os pais já não têm mais tempo para os filhos. Eles estão muito ocupados e não podem mais ajudar os filhos nos deveres da escola, nem ouvir o que os filhos têm a dizer sobre suas fantasias de criança ou suas angústias da adolescência. Os filhos parecem não ter com os pais o mesmo crédito que têm os amigos, o trabalho, o telefone. O diálogo está morrendo entre marido e mulher. Os casamentos estão acabando, o índice de divórcio está crescendo espantosamente, porque os cônjuges estão correndo atrás do urgente e deixando o que é importante de lado; estão valorizando coisas e não relacionamentos; estão substituindo pessoas por coisas.

2. Tardio para falar (v.19). Tiago nos exorta a sermos cuidadosos e refletir antes de abrir a boca e fazer uso das palavras. Esse cuidado nos leva a evitar respostas impulsivas, precipitadas, que possam causar mala nós ou àqueles que nos ouvem. Precisamos de sabedoria para utilizaras palavras, falando somente aquilo que é bom para edificar, confortar e instruir, evitando fofocas, críticas destrutivas ou mentiras. Se você não tem, peça a Deus o controle da sua língua. Em sua Carta, Tiago destaca o poder da língua para o bem e para o mal (Tg 3.5-10). Controlar esse pequeno órgão do aparelho fonador é sinal de maturidade espiritual, pois “na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10.19).

- Outro conselho importantíssimo é: “ser tardio para falar” (1.19). Precisamos estar atentos sobre o que falamos, como falamos, quando falamos, com quem falamos e por que falamos. É estimado que, em média, as pessoas falam 18.000 palavras em um dia, o suficiente para preencher 54 páginas de um livro. Em um ano, esse montante será suficiente para preencher 66 volumes de 800 páginas!... Assim, em média, as pessoas passam um quinto de seu tempo de vida falando. A palavra “tardio”, no grego, é brãdys. Essa palavra dá a ideia de uma pessoa que tem dificuldades intelectuais para compreender logo de início o que lhe foi dito; e necessita, portanto, de tempo para reflexão. O que Tiago quer dizer é que devemos refletir primeiro, e não falar de imediato. É preciso saber a hora de falar e também o que falar. O que temos a dizer é verdadeiro? É oportuno? Edifica? Transmite graça aos que ouvem? Geralmente falamos antes de pensar, de ouvir, de orar, de medir as consequências. Devemos ter muito cuidado com isso, pois: “A morte e a vida estão no poder da língua...” (Pv 18.21). As palavras podem dar vida ou matar. Por isso, Davi orava a Deus e pedia: “Põe, Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!” (SI 141.3).

3. Tardio para se irar. Tiago revela a necessidade de o crente desenvolver o controle emocional e a paciência, fruto do Espírito, para que ele não venha a dar lugar à ira e se torne uma pessoa iracunda. Tenha a certeza de que o furor leva a ações e palavras das quais nos arrependermos mais tarde, fazendo com que venhamos a ferir a nós e ao próximo. A Palavra de Deus nos desafia a exercer a paciência e o autocontrole a fim de responder com paciência, mesmo em situações difíceis de provocação e injustiça. Em Gálatas 5.22,23 somos desafiados a desenvolver o fruto do Espírito (que inclui domínio próprio). Tiago orienta os crentes a reconhecerem que a ira não produz a justiça de Deus (Tg 1.20 — NVT). Além do mais, ela leva a ações destrutivas. Temos de seguir o exemplo do nosso Deus que é tardio em irar-se e cheio de misericórdia (Êx 34.6). Seguir esse exemplo deve ser o ideal do crente. Em Efésios 4.26,27, Paulo traz uma recomendação muito importante a respeito da ira; ele mostra que ficar irado por muito tempo, por um dia, é dar lugar ao Diabo.

Novamente encontramos o termo brádys. Tiago está dizendo que a ira deve ser tratada com reflexos lentos. A maior demonstração de força está no autodomínio, e não no domínio sobre os outros. “Melhor é o longânime do que o valente, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32). Em geral, a ira humana é desgovernada, destruidora e pecaminosa. É obra da carne, e não opera a justiça de Deus. Há dois perigos com respeito à ira: primeiro, a explosão da ira, ou seja, o temperamento indisciplinado. Segundo, a implosão da ira, ou seja, o temperamento encavernado. Uns atacam e quebram tudo à sua volta quando estão irados. Outros guardam a ira e levam-na para o seu interior. Mas essa fera enjaulada destrói tudo por dentro: a saúde, a paz e a comunicação com Deus e com o próximo. Precisamos aprender a lidar com nossos sentimentos. Um indivíduo temperamental provoca grandes transtornos na família, no trabalho, na igreja e na sociedade. Muitas pessoas tentam encobrir seus pecados dizendo que são sinceras, que não levam desaforo para casa e que, depois de explodirem, tudo volta à normalidade. O problema é que, na explosão da ira, elas jogam estilhaços para todos os lados. Alguém que não tem domínio próprio fere e machuca quem está ao seu redor. Por outro lado, o congelamento da ira é um mal terrível. Há muitos que ficam como um vulcão em efervescência. Estão em aparente calma, mas as lavas incandescentes lhes queimam por dentro. A mágoa produz grandes transtornos. Onde ela prevalece, reina a doença, e Satanás acaba levando vantagem (2Co 2.11).

 

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SUBSÍDIO I

Prezado(a) professor(a), explique “que Tiago não tem muito a dizer a respeito de pecados da carne, tão característicos dos gentios do primeiro século. Em vez disso, ele nos adverte em relação aos pecados que os judeus estavam mais inclinados a praticar — orgulho, impaciência e outros pecados do temperamento e da língua. Dessa forma, o apóstolo cita três preceitos que provavelmente eram conhecidos aos seus leitores: ‘Todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar’ (v.19). Visto que ele está prestes a apresentar uma advertência severa, Tiago inicia suas palavras com uma expressão de profunda afeição e nela identifica-se com os seus ouvintes — ‘meus amados irmãos’. Parece mais certo considerar o ouvir e o falar em um sentido geral, em vez de restringir o significado (como alguns fazem) ao ouvir e falar a mensagem do Evangelho. Tiago mais tarde (vv.21-25) trata especificamente do homem com a ‘palavra’ salvadora.

O homem tem dois ouvidos, mas somente uma boca; ele, portanto, deveria ouvir duas vezes mais do que falar. Há uma conexão íntima entre o ouvir e o falar; também entre o falar e a ira. Aquele que ouve mais atentamente entende melhor o seu próximo; entender leva a um falar ponderado e a uma resposta branda que ‘desvia o furor’. O falar impensado, por outro lado, com frequência produz a palavra pesada que ‘suscita a ira’ (Pv 15.1).” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.155).

 

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II. AÇÕES REFERENTES À PALAVRA DE DEUS

 

1. Receber a Palavra com mansidão. Tiago 1.21 (NVT) nos encoraja a receber com mansidão a Palavra em nós implantada. Isso significa reconhecer que não sabemos tudo, que temos sempre algo a aprender. Temos a necessidade de orientação diária de Deus, mantendo um coração ensinável. Entretanto, apenas ouvir, sem praticar, é insensatez. É construir utilizando como alicerce a areia (Mt 7.26,27). Tiago afirma também que agir assim é “como o homem que observa o seu rosto natural no espelho” e depois se esquece de sua aparência (Tg 1.23,24). É preciso receber a Palavra com humildade, reconhecendo seu poder e a necessidade que temos de ser transformados (Rm 12.2). Ouvir a Palavra é importante, mas agir conforme ela ensina é crucial para se ter uma vida cristã saudável, abundante. Tiago 1.22 nos exorta a sermos “praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes”, pois a fé genuína se manifesta em ações que refletem a Jesus Cristo.

Devemos tomar cuidado para não esquecermos o que vemos no espelho. Muitas vezes lemos a Bíblia tão distraidamente que nem conseguimos ver quem nós somos, como está a nossa aparência. Não temos convicção de pecado. Não sentimos sede de Deus. Não falamos como Isaías: “Ai de mim!”. Não falamos como Pedro; “Senhor, aparta-te de mim, porque eu sou um pecador”. Não falamos como Jó: “Eu me abomino no pó e na cinza”. Devemos nos acautelar para não fracassarmos em fazer o que o espelho mostra. Não basta ler a Bíblia, é preciso praticá-la. Não basta falar, é preciso fazer. Reunimo-nos muito para conhecer e pouco para praticar. Gastamos os assentos dos bancos e pouco as solas dos sapatos.

2. Receber e praticar a Palavra. A prática da Palavra de Deus leva à transformação pessoal e por essa razão, Tiago exorta aos seus leitores a serem “cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (v.22). Ler, meditar e não praticar os preceitos divinos é tolice. Na atualidade, muitos tem o conhecimento, a informação, a formação teológica, mas não são praticantes da Palavra e o conhecimento torna-se apenas teórico. Deus deseja que você conheça a sua Palavra e a pratique, pois a verdadeira fé cristã se manifesta em ações. Quando aplicamos os princípios bíblicos em nossas vidas, nossas ações e palavras revelam o Deus Pai e o Deus Filho. Praticar a Palavra é amar o próximo (Tg 2.8), mesmo aqueles que não seguem a nossa fé, praticar a justiça é viver com integridade (Tg 3.17,18). Somente aqueles que desejam cumprir a Palavra, e se esforçam para isso, são capazes de cuidar dos necessitados conforme nos ensina o Senhor (Tg 1.27), controlar a língua (Tg 3.2-12) e evitar o favoritismo (Tg 2.1-9).

Ouvir a palavra sem praticá-la é enganar-se a si mesmo. É como se olhar no espelho, ver a roupa suja e não fazer nada. Ouvir a Palavra e não praticá-la é ter uma falsa religião. O fim é o engano, é a tragédia. Mas, quem obedece à Palavra é bem-sucedido em tudo quanto faz (Js 1.6-8). O fato de Tiago chamar os cristãos professos a ser "praticantes", e não somente a praticar, enfatiza que todos os aspectos da personalidade do cristão deveriam ser caracterizados dessa maneira (Mt 7.21-28). Ele afirma que caso não ajamos assim, estaremos nos enganando. No grego, a palavra usada por “enganando-vos” é, literalmente, "contar mal". Essa palavra era usada na matemática para se referir a um erro de cálculo. Os cristãos professos que se contentam apenas em ouvir a Palavra estão cometendo um sério erro de cálculo em sua vida espiritual.

3. Receber a Palavra e obedecê-la. A obediência à Palavra de Deus nos leva a desfrutar de uma vida abundante (Sl 1). Tiago afirma que a prática da Palavra promove felicidade: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito (Tg 1.25)”. A lei perfeita é a Palavra de Deus e a verdadeira liberdade é encontrada na obediência a Deus (Jo 8.31,32). A bênção não está em apenas ouvir, mas em perseverar e colocarem prática os ensinamentos bíblicos. Isso implica um compromisso contínuo e dedicado à aplicação dos princípios bíblicos em todas as áreas da vida (Sl 1.1-3). A Bíblia está repleta de promessas de bênçãos para aqueles que obedecem a Deus, como por exemplo, paz (Fp 4.7), direção (Pv 3.5,6) e prosperidade espiritual (Js 1.8).

Por que Tiago chama a Jei de Deus de “lei perfeita, lei da liberdade?” É porque quando a obedecemos, Deus nos liberta. Aquele que comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). Disse Jesus: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sois meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31,32). Deus não deu a Sua lei como meio de salvação, mas a deu como um estilo de vida para os salvos, aqueles que haviam sido redimidos (Êx 20.2). Ouvir a palavra sem praticá-la é enganar-se a si mesmo. É como se olhar no espelho, ver a roupa suja e não fazer nada. Ouvir a Palavra e não praticá-la é ter uma falsa religião. O fim é o engano, é a tragédia. Mas, quem obedece à Palavra é bem-sucedido em tudo quanto faz (Js 1.6-8).

 

SUBSÍDIO II

Tiago — 1.22-25. Tiago em nenhum lugar chega mais próximo dos ensinamentos do seu irmão e Senhor do que na ênfase dessa passagem. Jesus declarou: ‘Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus’ (Mt 7.21). Tiago ecoa esse ensinamento na forma imperativa: ‘E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos’ (v.22). Tiago provavelmente tinha em mente o cenário de uma típica congregação cristã primitiva com seu estilo de adoração típica da sinagoga. O líder lia textos do Antigo Testamento e do Novo para a edificação dos ouvintes. O imperativo aqui não significa simplesmente ‘sede’, mas sim, ‘mostrem-se cada vez mais’.

O homem que ouve a verdade, mas não a aceita, e molda sua vida de acordo com essa verdade, é semelhante a um homem que olha para sua imagem no espelho (v.23), mas para revelar-nos qualquer mancha de sujeira que precisa ser limpa ou sinais de doenças que precisam ser curadas. ‘Seu rosto natural’ é literalmente o ‘rosto do seu nascimento’. ‘O espelho da Palavra de Deus revela o homem como ele é: ele mostra que há algo seriamente errado com a natureza que trouxe para o mundo com ele’.

No versículo 25, Tiago continua descrevendo a figura de um espelho, mas sua imagem não pode transmitir toda a verdade. Um espelho reflete somente o rosto que está diante dele, mas a Palavra de Deus nos mostra tanto o que é a nossa natureza humana quanto o que é o ideal divino para nós.” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 10. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.163).

 

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III. A PALAVRA E A VERDADEIRA RELIGIÃO

 

1. A religião pura e imaculada. A verdadeira religião manifesta-se em atos e palavras, pois Deus espera de seus filhos ações condizentes com a nova vida em Cristo (2Co 5.17), ou seja, ações mais éticas, de compaixão e misericórdia. Sabemos que nas Escrituras existem várias recomendações para que venhamos a cuidar dos órfãos e das viúvas, ou seja, dos mais vulneráveis. Por essa razão, Tiago enfatiza que os atos de bondade, misericórdia e amor revelam uma fé autêntica. Cuidar dos necessitados é uma demonstração prática do amor de Cristo (Mt 25.35-40).

Tiago escolhe dois adjetivos sinônimos para definir o tipo mais impecável de fé religiosa — aquele que é medido pelo amor compassivo (Jo 13.35). Os órfãos e as viúvas, trata-se das crianças que haviam perdido os pais e as mulheres que haviam perdido o marido, formavam — e formam — um segmento especialmente necessitado dentro da igreja (1Tm 5. 3; Cf. Êx 22.22; Dt 14.28-29; SI 68.5; Jr 7.6-7; 22.16; Al 6.1-6). Uma vez que eles normalmente não podem retribuir o favor, o cuidado deles demonstra claramente o amor cristão verdadeiro e sacrifical. Tiago ainda afirma que, mundo, o sistema maligno que impera no mundo e dita as suas regras, não deve chamar a nossa atenção nem despertar em nós algum tipo de desejo.

2. Vida irrepreensível. Tiago nos adverte a vivermos de modo santo, ou seja, sem a mácula do mundo e isso implica viver de acordo com os princípios bíblicos, resistindo às influências da nossa cultura. Uma vida incontaminada é um testemunho poderoso da autenticidade da nossa fé. Para se ter uma vida ilibada, é preciso estar em constante vigilância contra o pecado e as tentações do mundo. A Carta de Tiago é muito prática, pois viver uma vida pura e íntegra é um poderoso testemunho da autenticidade da fé cristã. Muitos são levados a Cristo por meio do exemplo de vida dos crentes.

A religião pura e verdadeira vai muito além de doutrinas e ritos. Envolve prática, ação. Hoje há um grande abismo entre o que professamos e o que vivemos; entre o que dizemos e o que fazemos; entre a nossa profissão de fé e a nossa prática de vida; entre o cristianismo teórico e o cristianismo prático. Esse distanciamento entre verdades inseparáveis, essa falta de consistência e coerência, dá à luz uma religião esquizofrênica e farisaica. Tiago, homem de mente lógica e de espírito prático, toca, sem subterfúgios, o ponto nevrálgico do problema e aponta o sério risco de se viver uma religião descomprometida, mística, etérea, teórica, descontextualizada, sem praticidade e sem pertinência histórica. Tiago diz que não basta o ritual bonito, a liturgia pomposa, a exterioridade Como saber se minha religião é verdadeira irretocável. É preciso celebrar a liturgia da vida. Para tanto, ele coloca o prumo de Deus em nós e questiona-nos; somos verdadeiros religiosos ou não?

 

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CONCLUSÃO

 

A autenticidade no Cristianismo se revela na prática da Palavra de Deus. Tiago nos chama a ser ouvintes atentos, praticantes dedicados. Tais atitudes revelam uma religião pura e imaculada. Ao ouvir com humildade, agir com obediência e servir com compaixão, demonstramos uma fé viva e verdadeira. Este chamado à prática não só transforma nossas vidas, mas também impacta positivamente o mundo e os que estão ao nosso redor. Assim, somos convidados a viver uma fé autêntica que transcende palavras e se manifesta em atos de amor e justiça.

- A religião verdadeira não é um simples ritual, não é misticismo ou encenação, mas é ter uma vida separada para Deus. É guardar-se incontaminado do mundo, ou seja, do sistema de valores pervertidos, corruptos, sujos, imorais e inconsequentes. Esses desbastam os valores de Deus, corroem os absolutos da Palavra e instauram o relativismo, o conformismo, o imediatismo e o hedonismo que levam ao comprometimento com o pecado. Ser religioso autêntico é inconformar-se com os conformismos do mundo, para conformar-se com os inconformismos de Deus. A religião que agrada ao Senhor é rechaçar o mal ainda que mascarado de bem. O mundo é atraente. Ele arma um cenário encantador para nos atrair. Contudo, o mundo jaz no maligno.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

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Francisco Barbosa (@Pbassis)

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

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HORA DA REVISÃO

 

1. Segundo a lição, qual o primeiro passo para entender a Palavra?

Ouvir atentamente é o primeiro passo para compreender a Palavra de Deus e então aplicá-la a nossa vida.

2. Como as Escrituras denominam quem fala sem ouvir?

Tolo.

3. Controlar a língua é um sinal de quê?

Controlar esse pequeno órgão do aparelho fonador é sinal de maturidade espiritual.

4. Segundo a lição, como devemos receber a Palavra?

Tiago 1.21 nos encoraja a “receber com mansidão a Palavra em nós implantada”.

5. Como se manifesta a religião pura e imaculada?

A verdadeira religião manifesta-se em atos e palavras, pois Deus espera de seus filhos ações condizentes com a nova vida em Cristo (2Co 5.17). ou seja, ações mais éticas, de compaixão e misericórdia.