Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1)
Entenda
o Texto Áureo:
- No princípio era a
Palavra [ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος]. O livro de
Gênesis abre com ἐν ἀρχῇ ἐποίησεν ὁ θεὸς τὸν τὴν καὶ καὶ γῆν. Mas João começa
seu hino sobre o Logos criador ainda mais atrás. Antes que qualquer coisa seja
dita por ele sobre a criação, ele proclama que o Logos estava em ser
originalmente-ἐν ἀρχῇ ἦν, não ἐν ἀρχῇ ἐγένετο ( veja para a distinção em João
8:58). Esta doutrina também é encontrada no Apocalipse. Nesse livro, Cristo
também é chamado a Palavra de Deus (Apocalipse 19:13), e Ele é apresentado
(Apocalipse 22:13) como pretendendo a pré-existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega,
o primeiro e o último, o início e o fim”. Paulo, que não aplica o título de
“Logos” a Cristo, mas tem a mesma doutrina de Sua preexistência: “Ele é antes
de todas as coisas” (Colossenses 1:17). Com esta comparação com as palavras
atribuídas a Jesus em João 17:5. Filo não ensina a pré-existência do Logos; mas
um paralelo próximo à doutrina de João é a afirmação da Sabedoria (σοφία) em
Provérbios 8: 23, κύριος … πρὸ τοῦ αἰῶνος ἐθεμελίωσέ με ἐν ἀρχῇ, πρὸ τοῦ τὴν
γῆν ποιῆσαι, João nunca emprega a palavra σοφία (ou σόφος), enquanto ele usa
λόγος do Cristo Pessoal somente aqui e no versículo 14; mas é a doutrina
hebraica do Verbo Divino (λόγος προφορικός) e não a doutrina grega da Razão
Divina imanente (λόγος ἐνδιάθετος) que rege seu pensamento sobre a relação do
Filho com o Pai. λόγος é aparentemente usado para o Cristo Pessoal em Hebreus
4:12 (esta dificuldade não precisa ser examinada aqui); como nós a consideramos
ser em 1João 1:1, ὃ ἦν ἦν ἀπʼ ἀρχῆς ὃ ἀκηκόαμεν … περὶ τοῦ λόγου τῆς ζωῆς (veja
para ἀπʼ ἀρχῆς em 15:27 abaixo). a Palavra estava junto de Deus [καὶ
ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν]. εἶnai προς τινα não é uma construção clássica, e o
significado de προς aqui não é totalmente determinado. Geralmente é traduzido
como apud, como em Marcos 6:3, Marcos 9:19, Marcos 14:49, Lucas 9:41; mas
Abbott (Diat. 2366) insiste que πρὸς τὸν θεον carrega o sentido de “tendo em
conta Deus”, “olhando para Deus” (compare com João 5:19). Esse senso de direção
pode estar implícito em 1João 2:1 parakleton ἔχομεν πρὸ τὸν πατρερα, mas menos
provavelmente em 1João 1:2, τὴν ζωὴν τὴν αἰώνιον ἥτις ἦν πρὸς τὸν πατέρα, o que
proporciona um paralelo próximo à presente passagem. Em Provérbios 8:30, a
Sabedoria diz de sua relação com Deus, ἤμην παρʼ αὐτῷ: e da mesma forma em João
17:5, Jesus fala de Sua glória pré-incarnada como sendo παρὰ σοί. É improvável
que João quisesse distinguir os significados de παρὰ σοί em João 17:5 e de πρὸς
τὸν θεόν em 1:1. Não podemos obter aqui uma melhor interpretação do que “a Palavra
estava com Deus”. O imperfeito ἦν é usado em todas as três sentenças deste
versículo e é expressivo em cada caso de existência contínua e atemporal. e a
Palavra era Deus [καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος] – “a Palavra era Deus” (sendo a
construção semelhante a πνεῦμα ὁ θεός de João 4:24). θεός é o predicado, e é
anartro, como em Romanos 9:5, ὁ ὢν ἐπὶ πάντων θεός. L lê ὁ θεός, mas isto
identificaria o Logos com a totalidade da existência divina, e contradiria a
sentença anterior. [Bernard, 1928]
VERDADE PRÁTICA
A divindade de Jesus está
muito clara e direta na Bíblia, além de ser revelada no seu ministério terreno,
na manifestação dos seus atributos e obras divinas.
Entenda
a Verdade Prática
- Cremos que Jesus é o Filho Unigênito
de Deus, plenamente Deus e plenamente homem. Essa afirmação define se uma
Igreja é cristã ou não! A passagem de Hebreus 1.1,2 também proclama a grande
verdade: Cristo é a mais completa e melhor revelação de Deus à humanidade.
Desde o começo, o Verbo foi a própria expressão de Deus, e continua a
demonstrá-lo. E então, ‘vindo a plenitude dos tempos’ (Gl 4.4), o ‘Verbo se fez
carne e habitou entre nós...’ (Jo 1.14).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1.1-4,9-14
1. No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.
- No começo – isto é, antes que qualquer coisa fosse formada –
antes de Deus começar a grande obra da criação. Este é o significado da palavra
em Gênesis 1:1, à qual o evangelista evidentemente faz alusão. Esta frase prova
completamente, na boca de um escritor inspirado, que Jesus Cristo não fazia
parte da criação, como ele existia quando não havia parte disso; e que, consequentemente,
ele não é uma criatura, pois toda a natureza criada foi formada por ele; pois
sem ele nada foi feito, João 1:3. Agora, como o que era antes da criação deve
ser eterno, e como o que deu ser a todas as coisas, não poderia ter emprestado
ou derivado seu ser de nada, portanto Jesus, que era antes de todas as coisas e
que fez todas as coisas, deve necessariamente ser Deus eterno. Comentário de
Adam Clarke
2. Ele estava no princípio com Deus.
- Aqui, a primeira e a segunda
declaração (Jo 1:1) são combinadas numa só; reafirmando enfaticamente a
distinção eterna entre a “Palavra” e Deus (“o Pai”), e Sua ligação com Ele na
Unidade da Divindade. [JFU, 1866]
3. Todas as coisas foram feitas por ele,
e sem ele nada do que foi feito se fez.
- foram feitas – trazidas à existência. todas as coisas – todas
as coisas absolutamente (como é evidente em Jo 1:10; 1Coríntios 8:6;
Colossenses 1:16-17; mas colocadas além da questão pelo que se segue). foi
feito – Isso é uma negação da eternidade e não-criação da matéria, que
foi mantida por todo o mundo do pensamento fora do judaísmo e do cristianismo:
ou melhor, sua própria criação nunca foi tão sonhada, salvo pelos filhos de religião
revelada. [Jamieson; Fausset; Brown]
4. Nele, estava a vida e a vida era a luz
dos homens;
- Nela estava a vida – essencialmente e originalmente, como os versos
anteriores mostram ser o significado. Assim, Ele é a Palavra Viva, ou, como é
chamado em 1João 1:1-2, “a Palavra da Vida”. a vida era a luz dos seres
humanos – Tudo aquilo nos homens que é a verdadeira luz – conhecimento,
integridade, sujeição voluntária a Deus, amor a Ele e às suas criaturas,
sabedoria, pureza, alegria santa, felicidade racional – tudo isso “luz dos
homens” tem sua fonte na essencial “vida” original da “Palavra” (1João 1:5-7;
Salmo 36:9). [Jamieson; Fausset; Brown]
9. Ali estava a luz verdadeira, que
alumia a todo homem que vem ao mundo,
- ilumina a todo ser
humano… – sim, “que, vindo ao mundo, ilumina
todo homem”; ou, é “a luz do mundo” (Jo 9:5). “Entrar no mundo” é uma descrição
supérflua e bastante incomum de “todo homem”; mas é de todas as descrições de
Cristo a mais familiar, especialmente nos escritos deste evangelista (Jo 12:46;
16:28; 18:37; 1João 4:9; 1Timóteo 1:15, etc.). [Jamieson; Fausset; Brown]
10. estava no mundo, e o mundo foi feito
por ele e o mundo não o conheceu.
- Ele estava no mundo (compare com Jo 1:18; Jo 5:17; Gênesis 11:6-9;
Gênesis 16:13; Gênesis 17:1; Gênesis 18:33; Ex 3:4-6; Atos 14:17; 17:24-27;
Hebreus 1:3). por ele foi feito o mundo (compare com Jo 1:3; Jeremias
10:1112; Hebreus 1:2; Hebreus 11:3). o mundo não o conheceu (compare com
Jo 1:5; Jo 17:25; Mateus 11:27; 1Coríntios 1:21; 1Coríntios 2:8; 1João 3:1).
11. Veio para o que era seu, e os seus não
o receberam.
- Veio [através da encarnação] para o que era seu
(compare com Mateus 15:24; 1João 1:12Atos 13:2646Atos 3:2526; 1João 1:12Atos
13:2646; Romanos 9:15; Romanos 15:8; Gálatas 4:4). os seus não o receberam
(compare com Jo 3:32; Salmo 139:12Isaías 53:23; Lucas 19:14; Lucas 20:13-15;
1João 1:12Atos 13:2646Atos 3:2526Atos 7:5152) – ou seja, os judeus, seu povo,
não acreditaram nele. [Dummelow, 1909]
12. Mas a todos quantos o receberam
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome,
- o poder – ou melhor, “o direito” ou “privilégio”. Aqueles
que “creram em Seu nome”, isto é, O aceitaram como o Filho divino de Deus, e o
Salvador do mundo, receberam o privilégio de se tornarem verdadeiros filhos de
Deus. [Dummelow, 1909]
13. os quais não nasceram do sangue, nem
da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
- Esta filiação conferida aos homens
não depende da descendência humana de Abraão (sangue), nem das relações sexuais
de seus pais (vontade da carne), nem pode ser obtida por vontade ou desejo,
isto é, esforço humano (vontade do homem). É um dom gratuito e sobrenatural de
Deus, interior e espiritual, implantado pelo Espírito Santo, e dependente da
união com Cristo para a sua subsistência. [Dummelow, 1909]. nasceram
(compare com Jo 3:3,5; Tiago 1:18; 1Pedro 1:323; 1Pedro 2:2; 1João 3:9; 1João
4:7; 1João 5:1,4,18). [não] do sangue (compare com Jo
8:33-41; Mateus 3:9; Romanos 9:7-9) – ou seja, “não nasceram de linhagem
humana” (A21). nem da vontade do homem (compare com Salmo 110:3; Romanos
9:1-5; Romanos 10:1-3; Filipenses 2:13; Tiago 1:18). mas sim de Deus (compare
com Jo 3:6-8; Tito 3:5; 1João 2:2829).
14. E o Verbo se fez carne e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e
de verdade.
- a Palavra se fez
carne, e habitou entre nós
(compare com Jo 1:1; Isaías 7:14; 20-23; Lucas 1:31-35; Lucas 2:711; Romanos
1:34; Romanos 9:5; 1Coríntios 15:47; Gálatas 4:4; Filipenses 2:6-8; 1Timóteo
3:16; 14-17; Hebreus 10:5; 1João 4:23; 2João 1:7). vimos sua glória (compare
com Jo 2:11; Jo 11:40; Jo 12:40,41; Jo 14:9; Isaías 40:5; Isaías 53:2; Salmo
139:12Isaías 53:23Isaías 60:12; Mateus 17:1-5; 2Coríntios 4:4-6; Hebreus 1:3;
1Pedro 2:4-7; 2Pedro 1:17; 1João 1:12). unigênito do Pai (compare com Jo
1:18; Jo 3:16,18; Salmo 2:7; Atos 13:33; Hebreus 1:5; Hebreus 5:5; 1João 4:9). cheio
de graça e de verdade (compare com Jo 1:16,17; Salmo 45:2; 2Coríntios 12:9;
Efésios 3:8,18,19; Colossenses 1:19; Colossenses 2:39; 1Timóteo 1:14-16).
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INTRODUÇÃO
O apóstolo João, como
judeu monoteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas
colocando o Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não
admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus
Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele
descreve o Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no
seu relato do começo ao fim.
- Esse belo prólogo de João traz a divindade de Jesus,
apresentando a Palavra como o Deus auto existente –
ou, Deus era o Logos/Verbo/Palavra: portanto, nenhum ser subordinado, nem um
segundo para o Altíssimo, mas o supremo eterno Jeová. Alguns entendem que João
toma conceitos filosóficos emprestados aqui, no entanto, o apóstolo não toma
esse modo de falar dos escritos de Platão, como alguns imaginaram: ele o tirou
das Escrituras do Antigo Testamento e do estilo subsequente dos judeus antigos.
É verdade que os platonistas fazem menção ao Logos da seguinte maneira: – por quem, existindo eternamente, todas as
coisas foram feitas. –Mas, como Platão, Pitágoras, Zenão e outros viajaram
entre os judeus e conversaram com eles, é razoável supor que eles pegaram
emprestado isso, juntamente com muitos outros de suas noções e doutrinas mais
importantes. Na frase anterior, João havia dito que a Palavra estava “com
Deus”. Para que não se devesse supor que ele era um ser diferente e inferior,
aqui João afirma que “ele era Deus”. Não há declaração mais inequívoca na
Bíblia do que isso, e não poderia haver prova mais forte de que o escritor
sagrado pretendesse afirmar que o Filho de Deus era igual ao Pai.
- Vamos mergulhar um pouco nesse
assunto?
Palavra-Chave: Emanuel
I. A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE
JESUS
1. Jesus é Deus. O Novo Testamento é direto quanto à
natureza divina de Jesus: “E o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que Tomé lhe
respondeu: – Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28); “mesmo existindo na forma de
Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer
custo” (Fp 2.6, NAA); “para conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo” (Cl
2.2, NAA); “e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus
Cristo” (Tt 2.13, NAA); “aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na
justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, NAA); “E nós estamos
naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro
Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA).
- Jesus é Deus, e a Bíblia explica isso
de maneira simples. Deus é como uma equipe de três pessoas em uma só: o Pai que
é Deus, o Filho que é Jesus e o Espírito Santo - A Trindade; Não três deuses. O
que sabemos sobre Deus foi contado por Ele mesmo, usando Seu Filho e o Espírito
Santo (Lc 10.21-24). Perceba esse exemplo: o homem é composto por corpo, alma e
espírito. Deus também é um Ser trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus é o
Filho, sempre esteve com Deus e é Deus. Eles sempre estiveram juntos desde o
começo (Jo 1.1-2). Quando Jesus encarnou no ventre de Maria, Ele virou um de
nós, tornou-se um humano (Is 9.6, Mt 1.20-23, 3.16-17), o "Verbo que virou gente e morou entre nós"
(Jo 1.14). Outras partes da Bíblia também deixam bem claro que Jesus é Deus (Jo
10.30, Tt 2.13, Cl 1.15-17). Algumas pessoas argumentam o fato de Jesus estar
junto a Deus de que Ele não poderia ser Deus. Na verdade, só Deus poderia estar
com Deus desde sempre, tanto o Pai, o Filho como o Espírito Santo sempre
existiram. É interessante notar que na Bíblia não há registros de Jesus
dizendo, palavra por palavra: “Eu sou Deus”. Entretanto, isto não significa que
Ele não tenha afirmado ser Deus. Como exemplo, tome as palavras de Jesus em
João 10.30: “Eu e o Pai somos um.” Em
um primeiro olhar, isto pode não parecer uma afirmação de Jesus em ser Deus.
Entretanto, perceba a reação dos judeus a Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra
boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”
(Jo 10.33). Os judeus compreenderam a afirmação de Jesus como uma declaração em
ser Deus. Nos versículos seguintes Jesus não corrige os judeus dizendo: “Eu não
afirmei ser Deus.” Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus
ao declarar: “Eu e o Pai somos um”
(Jo 10.30). João 8.58 nos dá outro exemplo: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão
existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras em
uma tentativa de apedrejar Jesus (Jo 8.59). Por que os judeus iriam querer
apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que criam ser uma blasfêmia, ou
seja, uma afirmação em ser Deus? João 1.1 diz que “o Verbo era Deus.” João 1.14 diz que “o Verbo se fez carne.” Isto claramente indica que Jesus é Deus em
carne. Atos 20.28 nos diz: “...Olhai,
pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio
sangue.” Quem comprou a igreja com Seu próprio sangue? Jesus Cristo. Atos
20.28 declara que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue. Portanto, Jesus
é Deus! Tomé, o discípulo, declarou a respeito de Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28). Jesus não o corrige. Tito 2.13
nos encoraja a esperar pela volta de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo (veja
também 2Pedro 1.1). Em Hebreus 1.8, o Pai declara a respeito de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.”
Em Apocalipse, um anjo instruiu o Apóstolo João para que adorasse a Deus (Ap 19.10).
Nas Escrituras, várias vezes Jesus recebe adoração (Mt 2.11; 14.33; 28.9,17; Lc
24.52; Jo 9.38). Ele nunca reprova as pessoas quando recebe adoração. Se Jesus
não é Deus, Ele teria dito às pessoas para não ser adorado, assim como fez o
anjo em Apocalipse. Há muitos outros versículos e passagens das Escrituras que
atestam a favor da divindade de Jesus. A razão mais importante para Jesus ser
Deus é que se Ele não o fosse, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a
pena pelos pecados do mundo inteiro (I Jo 2.2). Somente Deus poderia pagar
preço tão infinito. Somente Deus poderia carregar os pecados do mundo (2Co 5.21),
morrer e ressuscitar, provando Sua vitória sobre o pecado e a morte.
2. Seus atributos absolutos. Os atributos são perfeições próprias da
essência de Deus. Os atributos absolutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade
como onipotência, eternidade, onisciência e onipresença. A onipotência
significa “ter todo poder, ser todo-poderoso”, Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef
1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era o
Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com o Pai (Gn
1.1). A onipresença é o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo,
Jesus é onipresente (Mt 18.20; 28.20). Α onisciência é o conhecimento perfeito
e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas
as circunstâncias por toda a eternidade passada e futura. Jesus possui esse
atributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.17, 18; 16.30; 21.17).
- Atributo significa algo característico de alguém, uma
particularidade ou algo peculiar do indivíduo, uma qualidade pessoal. Esses
atributos são divididos em duas categorias principais: atributos comunicáveis e
atributos incomunicáveis. Os atributos incomunicáveis são aqueles que afirmam a
grandeza e a majestade absolutas do Ser de Deus. E pertencem somente a Ele, o
Deus Trino, não tendo sido compartilhados com a humanidade. São atributos que
se referem às características intrínsecas e inerentes à natureza da Trindade.
Alguns exemplos são onipotência, onisciência, onipresença, imutabilidade e
eternidade. Quanto aos atributos comunicáveis são assim chamados porque, de
alguma forma, são comunicados, compartilhados com os seres humanos e também
porque são reflexo do caráter de Deus e que podem ser experimentados e
vivenciados por nós. Alguns exemplos desses atributos são amor, bondade,
misericórdia, graça, paciência, sabedoria e justiça. Portanto, quando
expressamos algumas dessas qualidades em nossa vida, estamos refletindo o
caráter de Deus. Estamos espelhando, refletindo a imagem e semelhança de Deus.
Se conseguimos ser bons, justos, honestos, pacientes ou santos, tudo devemos a
Deus, pois nada disso é inato em nós. A deidade
de Cristo inclui sua coexistência no tempo e na eternidade, com o Pai e o
Espírito Santo. Conforme indica o prólogo de João, o Verbo é eternamente
preexistente, O uso do termo 'Verbo' (no grego, Logos) é significativo, visto
que Jesus Cristo é a principal expressão da vontade divina. Ele não é somente o
único Mediador entre Deus e a humanidade (1Tm 2.5), mas foi também o Mediador
na criação. Deus, falando, trouxe o Universo à existência, através do Filho, a
Palavra Viva. Porquanto, 'sem ele nada do que foi feito [na criação] se fez'
(Jo 1.3). Colossenses 1.15 diz que Cristo é a 'imagem do Deus invisível'. E a
passagem de Hebreus 1.1,2 também proclama a grande verdade: Cristo é a mais
completa e melhor revelação de Deus à humanidade. Desde o começo, o Verbo foi a
própria expressão de Deus, e continua a demonstrá-lo. E então, 'vindo a
plenitude dos tempos' (Gl 4.4), o 'Verbo se fez carne e habitou entre nós...'
(Jo 1.14). Antes de manifestar-se à humanidade dessa nova maneira, o Verbo
esteve eternamente em existência como aquEle que revela a Deus. É bem provável
que as teofanias do Antigo Testamento fossem, na realidade, 'cristofanias',
visto que em seu estado preexistente, os encontros com várias pessoas, pode
revelar a vontade de Deus, estaria de pleno acordo com seu ofício de
Revelador" (MENZIES,
William; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé.
10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 50).
SINOPSE I
A Bíblia demonstra claramente a natureza divina de Jesus Cristo,
bem como seus atributos.
AUXÍLIO DOUTRINÁRIO
“O FILHO É DEUS
O Senhor Jesus Cristo é, desde a eternidade, o único Filho de
Deus e possui a mesma natureza do Pai, como afirmam os credos: ‘consubstancial
com o Pai’, em grego, homooúsion to patrí, que significa ‘da mesma substância
com o Pai’, qualifica a unidade de essência do Pai e do Filho. Jesus disse: ‘Eu
e o Pai somos um’ (Jo 10.30). Ele é a segunda pessoa da Trindade e que foi
enviado pelo Pai ao mundo. Ensinamos que o Filho se fez carne, possuindo agora
duas naturezas, a divina e a humana, sendo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
Acreditamos em sua concepção sem pecado no ventre da virgem Maria. Negamos que
tenha sido criado ou passado a existir somente depois que foi gerado por obra
do Espírito Santo. Confessamos que o Filho é autoexistente (Jo 5.26; 8.58) e
eterno, que voluntariamente se sujeita ao Pai. Que, em obediência ao plano do
Pai, morreu e ressuscitou para que o mundo fosse salvo” (Declaração de Fé das
Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.43).
II. A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE
JESUS
1. Arianismo. Os primeiros a negarem a divindade de
Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianistas dinâmicos, mas a
heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo. O termo
“arianismo” vem de Ário, o expoente dessa doutrina em Alexandria a partir do
ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de
segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua
existência antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com o Pai,
insistindo na tese de que o Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A
palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”.
- É digno de nota que os apóstolos João
e Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num contexto monoteístico.
Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra divindade, senão só, e somente
só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Observemos que, a cada fala do Senhor
Jesus a respeito de sua divindade, de sua igualdade com o Pai, o próprio
apóstolo João registra a reação dos judeus como protesto (Jo 5.18; 8.58,59;
10.30-33). Mesmo assim, esses apóstolos não hesitaram em declarar, com ousadia
e abertamente, a deidade absoluta de Jesus (Jo 20.28; Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13;
1Jo 5.20). Javé (em hebraico: יהוה) — também é utilizada a forma Jeová (que foi
formulada por modernistas por volta do século XIV) e é uma adaptação de Javé
(YAHWEH) — é um dos nomes de Deus na Bíblia. A palavra Javé é uma convenção
acadêmica para o hebraico יהוה, transcrito em letras romanas como YHWH, e
conhecido como o Tetragrama, cuja pronuncia e escrita correta são
desconhecidas, as traduções do tetragrama de hoje (destacando-se Javé) são
errôneas pelo fato de não se conhecer a correta tradução do tetragrama YHWH. O
significado mais provável de seu nome seria "aquele que traz à existência
tudo que existe", porém existem diversas teorias e nenhuma é tida como
conclusiva.[https://pt.wikipedia.org/wiki/Jav%C3%A9].
O Novo Testamento não faz dificuldade quanto ao fato de Jesus Cristo ser o
Messias ou que o Messias é Deus. Jesus declarou isso de Si mesmo, e os
Apóstolos declaram isto sobre Jesus, mesmo depois que Ele ascendeu aos céus, em
todas as cartas do Novo Testamento às igrejas. Negar isto é reinterpretar a
mensagem da Bíblia sem ler o próprio texto – como muitas pessoas que odeiam
Cristo o fazem. Ler e negociar claramente com o texto é ver a divindade de
Jesus Cristo como único e verdadeiro Deus. Assim como João, Paulo não confunde
as palavras sobre Deus tomar forma de homem ao dizer em 1 Timóteo 3.16 – “E,
sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne,
foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória”. Quem se manifestou em carne? Foi Deus. Não foi um
ser divino, mas o próprio Deus. Deus assumiu a forma de servo. Ele propôs a Si
mesmo uma nova natureza que não tinha antes, uma natureza humana. http://www.monergismo.com/textos/cristologia/jesus_deus.htm.
- O arianismo é a ideia que Jesus
Cristo não é igual ao pai por natureza, mas é a primeira criação de Deus. O
fundador do arianismo foi Ário, que morreu em 336. Suas ideias teria um impacto
tremendo na igreja primitiva, causando a definição da ortodoxia com um número
de credos. No entanto, seus impactos continua até este dia presente com grupos
como as testemunhas de Jeová. Como resultado de suas convicções, esses arianos
dos dias modernos produzem um número de argumentos bíblicos para apoiar sua
afirmação de que Jesus não é Deus. Embora o arianismo biblicamente seja falso,
suas doutrinas forçaram a igreja ao longo de todas as gerações, definir o que
ela acredita em relação à pessoa e a natureza de Cristo. Leia
mais aqui.
2. Suas explicações. Ário e seus seguidores pinçavam as
Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar
sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “O
Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 – LXX); “o qual é imagem
do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “houve tempo em
que o Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “E a vida eterna é esta:
que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a
eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3).
- O fundador do arianismo foi Ário. Ele
estudou com Luciano de Antióquia que viu Jesus como um ser intermediário
semidivino. Na verdade, Luciano pensou que o Logos não era totalmente Deus ou
homem. Portanto, Jesus tem um status elevado entre as criaturas, mesmo sendo
chamado de “o primogênito de toda a criação (Cl. 1).” Jesus é sobrenatural, mas
Ele não é igual ao Pai. Brown declara, “O arianismo desenvolveu a ideia de que
o Filho é um ser semidivino criado, não gerado, pelo Pai e que tem uma origem
no tempo, ou pelo menos um começo definido antes da criação do mundo material.” Ário, mais tarde, vai ser ordenado como
presbítero em Alexandria em 311. Ele tinha muitos amigos em posições
influentes, incluindo vários bispos asiáticos que toleraram suas ideias. Como
resultado da propagação de seus ensinamentos, Arius recebeu oposição de alguns
de seus adversários. Um desses adversários foi bispo Alexander. Ele argumentou
que Jesus era da mesma substância do Pai (homoousios). O partido contrastando
era conhecido como o grupo homoiousios. Eles acreditavam que Jesus era de
substância semelhante com o Pai. Como resultado dessa discordância, houve
grande controvérsia entre as várias igrejas locais. Esta argumentação iria
convencer Constantino para conclamar o
Concílio de Nicéia.
3. Como solucionar a controvérsia? A tradução “criou” de Provérbios 8.22
da Septuaginta é opcional, pois o verbo hebraico nessa passagem é qānâ, “obter,
adquirir, criar”, mas o sentido de “criar” para “trazer à existência algo do
nada” é o verbo bārā’, como em Gênesis 1.1. O texto de Colossenses 1.15 diz que
Jesus é o primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A palavra
prototokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados
com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia, preeminência (Cl
1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do
Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhecer
a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30).
- O Senhor Jesus é chamado, ainda, de
primogênito: “o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a
criação” (CI 1.15). Esse, porém, é um dos versículos prediletos das testemunhas
de Jeová, pois elas acreditam que essa passagem bíblica apoia a sua teologia,
pois afirmam que Jesus não pode ser Deus porque é chamado na Bíblia de “o
primogênito da criação“, sendo assim, seria criatura, e não eterno. Esse
pensamento está baseado numa interpretação errada. O texto diz que Jesus é o
primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A “imagem do Deus
invisível” fala da divindade de Jesus. A palavra grega eikõn, “imagem, semelhança,
arquétipo” (BALZ & SCHNEIDER, 2001, vol. I, p. 1 180), expressa duas
ideias, ambas compatíveis com Cristo e sua obra: aparência e manifestação, pois
ele é a expressa imagem de Deus (Hb 1.3) e também a sua manifestação (lo 1.18;
1 Jo 1.1-3). O Novo Testamento ensina a manifestação de Deus em Cristo, o Deus
que assumiu a forma humana: “aquele que se manifestou em came” (1 Tm 3.16);
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19). A Bíblia
emprega o termo hebraico bekôr, “primogênito, primeiro, filho mais velho”
(HARRIS; ARCHER, JR.; WALTKE, 1998. p. 181); “excelente” (BOTTERWECK &
RINGGREN, 1990, vol. 11, p. 126) e o grego prótotokos, “o primeiro em nascer, o
primogênito” (BALZ & SCHNEIDER, 2002, vol. II, p. 1248): “primogênito,
primeiro, chefe” (BAILLY, 1950, p. 1694). Os escritores sagrados usaram essas
palavras com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia,
preeminência. Assim, o termo “primogênito” aplicado a Cristo, em nada desabona
a sua eternidade por duas razões principais: a Bíblia mostra a eternidade do
Filho (ls 9 6; Mq 5.2; Hb 13.8; )0 1.3) e os vocábulos bekôr e prótotokos nem
sempre significam o “filho mais velho”, mas o que tem primazia e preeminência. O
termo “primogênito” aparece com o sentido de destaque, por exemplo: Davi é o
filho mais novo de Jessé (1 Sm 16-11), entretanto é chamado de “primogênito“,
como afirma o salmo 89.27: “Também por isso lhe darei o lugar de primogênito;
fá-lo-ei mais elevado do que os reis da testa“. Esse primogênito não quer dizer
o mais velho ou o primeiro numa série, mas uma posição de destaque, uma
preeminência, uma posição de cena primazia. Significa domínio. Sabemos que o
povo de Israel não foi o primeiro povo da terra. Antes mesmo de Abraão já
existiam os sumérios, os acádios, os amorreus. Nos dias de Abraão havia os
egípcios, os cananeus, os heteus e muitos outros povos. O povo de Israel, no
entanto, é chamado de primogênito em Êxodo 4.22: “Assim diz o SENHOR; Israel É
meu filho, meu primogênito. Da mesma forma acontece com Efraim, embora fosse
filho mais novo de José, nascido no Egito (Gn 48.13, 19) é chamado de
primogênito. A Bíblia declara: “… Porque sou um pai para Israel. e Efraim é o
meu primogênito” Jr 31.9). Esse conceito está presente, também, no Novo
Testamento e pode ainda ser vão com relação à igreja, cujos membros são
chamados de primogênitos, em Hebreus 12.23, que diz: “a universal assembleia e
Igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus“. Agora, procure o leitor
dar o sentido de “o mais velho” ou ”o primeiro de uma série ao vocábulo
primogênito, e veja o absurdo! Substitua a expressão “primogênito” por ‘mais
velho” em Hebreus 12.23 e veja a confusão. A Igreja de Jesus Cristo é formada
de primogênitos, afirma essa passagem. Qual pois, é o sentido dessa palavra?
Esaú jogou fora seu direito de primogenitura (Hb 12.16. 17), nós, como membros
do corpo de Cristo, desfrutamos os privilégios de primogênito, isso fala de
posição, excelência e não deidade. Devemos, portando, guardar essas
prerrogativas para não a jogarmos fora essa conquista em Cristo (Ap 3.11). O
apóstolo Paulo chama Jesus de ”o primogênito de toda criação” (Cl 1.15), não
que seja a primeira criatura, ele faz questão de deixar isso claro nos
versículos seguintes, Analisando Colossenses 1.15, à luz do próprio texto fica
claro que ninguém pode afirmar e negar uma coisa ao mesmo tempo. Jesus é
apresentado como Criador e não como criatura: “Porque nele foram criadas todas
as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam
dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para
ele” (Cl 1.16). No versículo seguinte, ele é apresentado de maneira categórica
como ser que transcende à criação, Jesus não faz parte da criação, é um Ser à
parte da criação: “E ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem
por ele” (Cl 1.17); e conclui: “e ele é a cabeça do corpo da igreja; é o
princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a
preeminência” (Cl 1.18). O texto ensina, aqui, que Jesus é o Criador, o
Preeminente sobre todas as suas criaturas. A Bíblia não ensina em nenhum lugar
ser Jesus uma criatura de Deus; antes, o contrário, ensina que ele mesmo, isto
é, Jesus Cristo, é Javé-Deus. Autor: Pr Esequias Soares
SINOPSE II
Ário negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus
de segunda categoria.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“ARIANISMO E O CONCÍLIO DE NICEIA E DE CONSTANTINOPLA
Arianismo foi a heresia fermentada por um presbítero do 4º
século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o
mais elevado dos seres criados. Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria
impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino. Para fundamentar
seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o
propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o
Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Niceia em
325. […] O primeiro concílio ecumênico da história, convocado pelo imperador
Constantino, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a
cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo” (ANDRADE, Claudionor.
Dicionário Teológico. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.52,88-9).
III. IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA
ATUALIDADE
1. A Tradução do Novo Mundo. A exemplo do Arianismo, há um
movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão
exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma
versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra
era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é:
“e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”. O texto sagrado declara:
“grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus.
Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador,
Jesus Cristo”; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o texto
sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular
a divindade de Jesus.
- ATradução do Novo Mundo é uma
tradução da Bíblia produzida pelas Testemunhas de Jeová. Essa tradução é
relativamente boa, mas várias passagens foram traduzidas de maneira parcial, o
que compromete a sua credibilidade. A Tradução do Novo Mundo, infelizmente, foi
traduzida tendo a crença doutrinária dos Testemunhas como parâmetro, o que
compromete a fidelidade desta versão. Algumas palavras de trechos bíblicos
foram especificamente negligenciados em relação aos textos originais -
principalmente no Novo Testamento. Nenhuma tradução é perfeita. Mas as
alterações parciais nas traduções bíblicas, podem levar a confusão e a
descredibilizar a própria Palavra (2 Pedro 1:20-21). Por isso a coerência, a
fidelidade na tradução e a clareza - quem são os seus tradutores - são fatores
importantíssimos. Assim, a Tradução do Novo Mundo é, em geral, uma versão relativamente
fácil de entender. Mas a tradução também esconde mudanças deliberadas, forçando
o texto bíblico a concordar com a teologia das Testemunhas de Jeová. Por
segurança, quem lê a Tradução do Novo Mundo deve compará-la com outras
traduções.
2. Os movimentos orientais. Nenhum deles reconhece a divindade de
Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O
movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a divindade de Jesus e nem acredita
que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e
uma das inúmeras encarnações de Krishna.
- O monismo religioso é uma visão teológica e metafísica
que defende que a realidade é uma unidade. A palavra monismo vem do grego
mónos, que significa "único" ou "sozinho". O monismo é
oposto ao dualismo e ao pluralismo, pois reduz as relações a um princípio único
que explica tudo. Exemplos de monismo religioso: O panteísmo de Espinosa, O
confucionismo, Algumas derivas do budismo
A concepção monista sobre Deus e a realidade está presente:
• Nas grandes religiões (Budismo e
Hinduísmo)
• Em seitas populares (Umbanda,
Cultura Racional [Universo em Desencanto], Igreja Messiânica, grupos de meditação,
canalização, autoconhecimento, autorrealização e outras iniciativas vinculadas
à matriz Nova Era)
• Em paradigmas acadêmicos e
ideologias políticas e econômicas
3. Outros grupos. O Jesus do Alcorão é um mero
mensageiro, não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como
Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencanacionistas recusam
a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não
reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um
dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito
mais (Ef 1.21; Hb 7.26), é o Deus em forma humana (Rm 9.5).
- No Alcorão, Jesus é mencionado como
um profeta de Deus, sem pecados, que nasceu de uma virgem. O nome árabe de
Jesus no Alcorão é ʿĪsā ibn Maryam, que significa "Jesus, filho de
Maria". O Alcorão menciona vários aspectos da vida de Jesus, como: O seu
nascimento milagroso, Os seus milagres, A sua mensagem de monoteísmo. No
entanto, os ensinamentos específicos de Jesus, como os encontrados nos
Evangelhos do Novo Testamento, não são registrados da mesma forma no Alcorão. No
Islã, Jesus é considerado o penúltimo profeta e mensageiro de Deus. Os
muçulmanos acreditam que Jesus foi enviado aos judeus que se desviaram dos
ensinamentos de Moisés.
SINOPSE III
Grupos religiosos negam a divindade de Cristo alterando o texto
sagrado.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, a
conclusão bíblica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Is
45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a
divindade de Jesus é negar a salvação.
- Jesus Cristo não somente era pleno
Deus, como pleno ser humano. Ele não era em parte Deus e em parte homem. Antes,
era cem por cento Deus, e, ao mesmo tempo, cem por cento homem. Em outras
palavras, Ele exibia um conjunto pleno tanto de qualidades divinas quanto de
qualidades humanas, numa mesma Pessoa, de tal modo que essas qualidades não
interferiram uma com a outra. Ele há dl retornar como 'esse mesmo Jesus' (At
1.11). Numerosas passagens ensinar claramente que Jesus de Nazaré tinha um
corpo verdadeiramente humano uma alma racional. Eram características de seres
humanos não-caídos (isto ; é, Adão e Eva), que nEle podiam ser encontradas. Ele
foi, verdadeiramente, o Segundo Adão (1Co 15.45,47). As narrativas dos
evangelhos aceitam automaticamente a humanidade de Cristo. Ele é descrito como
um bebé, na manjedoura, e sujeito às leis humanas do crescimento. Ele aprendeu,
sentia fome, sentia sede e se cansava (Mc 2.15; Jo 4.6). Ele também sofreu ,
ansiedade e desapontamentos (Mc 9.19); sofreu dor física e mental, e sucumbiu
diante da morte (Mc 14.33,37). Na epístola aos Hebreus há grande cuidado em se
mostrar sua plena identificação com a humanidade (2.9,17; 4.15; 5.7,8 e 12.2). A
verdade, pois, é que na pessoa única do Senhor Jesus Cristo habitam uma
natureza plenamente divina e outra plenamente humana, sem se confundirem. Ele
é, verdadeiramente, pleno Deus e pleno ser humano, Céu e Terra juntos na mais
admirável de todas as pessoas" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M, Doutrinas
Bíblica: Os fundamentos da nossa fé, 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 51).
- O Senhor Jesus Cristo é a mais
controvertida de todas as personagens da História porque é o único que é o
verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é
possível pela revelação (Mt 16.17; 1Co 12.3). Isso revela a sua divindade.
[Comentário: Uma lição como estas merece um tempo maior para nos aprofundarmos
neste assunto tão importante para a fé cristã. A doutrina de Cristo hoje em dia
é muitas vezes exposta de maneira completamente naturalista. Quando João inicia
seu evangelho com "No princípio" ele reflete Gênesis 1.1 e também é usado
em 1Jo 1.1 como uma referência para a encarnação. Os Versículos 1 a 5 são uma
afirmação da pré-existência divina de Jesus Cristo antes da criação (Jo 1.15;
8.56-59; 16.28; 17.5; 2Co 8.9; Fp 2.6-7; Cl 1.17, Hb 1.3; 10.5-9). A Bíblia
ensina que Jesus é tanto verdadeiro homem quanto verdadeiro Deus, duas
naturezas em uma só pessoa. Jesus assumiu uma natureza humana em sua
encarnação, e desde então possui uma perfeita humanidade (Corpo e Alma) e uma
Perfeita Divindade; duas naturezas completas que, apesar de unidas, preservam
suas propriedades, formando uma única pessoa, Jesus Cristo.] “Ora, àquele que é
poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com
alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória
e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas
24-25).
Tudo
já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que
o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele
seja a glória!
_______________
Francisco
Barbosa (@Pbassis)
Non Nobis Domine, Non Nobis
• Graduado em Gestão Pública;
• Teologia pelo Seminário Martin Bucer
(S.J.C./SP);
• Pós-graduado em Teologia Bíblica e
Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);
• Professor de Escola Dominical desde
1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS,
2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima),
2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).
• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil
em Campina Grande/PB
Servo,
barro nas mãos do Oleiro.
_______________
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Como a Bíblia revela Jesus como o verdadeiro Deus?
“E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus
Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA).
2. Quais os primeiros grupos religiosos da história a negarem
a divindade de Jesus?
Os ebionitas, os monarquianistas dinâmicos, os arianistas.
3. Cite três passagens bíblicas adulteradas na Tradução do
Novo Mundo para negar a divindade de Jesus.
João 1.1; Tito 2.13; 2 Pedro 1.1.
4. Cite três grupos religiosos da atualidade que negam a
divindade de Jesus.
As Testemunhas de Jeová, os Hare Krishna e os muçulmanos.
5. Qual o ponto mais crucial do Arianismo?
Negar a divindade de Cristo é negar a salvação (Rm 10.9).