VOCÊ PODE AJUDAR O BLOG: OFERTE PARA assis.shalom@gmail.com

UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

Este Blog não é a palavra oficial da Igreja ou da CPAD. O plano de aula traz um reforço ao seu estudo. As ideias defendidas pelo autor do Blog podem e devem ser ponderadas e questionadas, caso o leitor achar necessário. Obrigado por sua visita! Boa leitura e seja abençoado!

Classe Virtual:

SEJA MANTENEDOR!

Esse trabalho permanece disponível de forma gratuita, e permanecerá assim, contando com o apoio de todos que se utilizam do nosso material. É muito fácil nos apoiar, pelo PIX: assis.shalom@gmail.com – Mande-me o comprovante, quero agradecer-lhe e orar por você (83) 9 8730-1186 (WhatsApp)

5 de janeiro de 2025

EBD JOVENS | Lição 2: Autenticidade em meio às provas e tentações| 1° Trim 2025

 Pb Francisco Barbosa

 

TEXTO ÁUREO

Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência.” (Tg 1.2,3).

Entenda o Texto Áureo:

Meus irmãos – uma frase frequentemente encontrada em Tiago, marcando comunidade de povo e de fé. toda alegria – causa para maior alegria (Grotius). Nada além de alegria (Piscator). Conte todas as várias provações como sendo cada uma motivo de alegria (Bengel). vos encontrardes – inesperadamente, de modo a ser envolvido por elas (assim o grego original). provações – não no sentido limitado de seduções ao pecado, mas sim provações ou aflições de qualquer tipo que testam e purificam o caráter cristão. Compare “provação” com Gênesis 22:1. Alguns daqueles a quem Tiago escreve estavam “doentes” ou “aflitos” (Tiago 5:13). Toda prova possível para o filho de Deus é uma obra-prima da estratégia do Capitão da sua salvação para o seu bem. a prova – o teste da sua fé, a saber, por “várias provações”. Compare Romanos 5:3, a tribulação produz paciência e experiência de paciência (no original dokime, semelhante a dokimion, “provando”, aqui; lá está a experiência: aqui o “provando” ou testando, de onde a experiência flui). perseverança – resistência e continuidade (compare Lucas 8:15).

 

RESUMO DA LIÇÃO

Manter a autenticidade em meio às provas e tentações, é essencial para preservar nossa integridade e viver de acordo com nossos valores cristãos mais profundos.

Entenda o Resumo da Lição:

- As tentações são sugestões ou convites ao pecado, e não podem vir de Deus. A tentação não é algo exclusivo para pessoas pecadoras ou fracas. Todos nós somos suscetíveis à tentação, pois ela faz parte da natureza humana após a Queda no Jardim do Éden. A tentação surge quando nossos desejos naturais são atraídos por algo que sabemos ser errado ou prejudicial. Jesus foi tentado pelo diabo no deserto, assim como somos tentados em nossas vidas. No entanto, ele resistiu à tentação em perfeita obediência à vontade de Deus. Jesus é o nosso exemplo de como vencer a tentação, confiando em Deus e em sua força.

 

TEXTO BÍBLICO

Tiago 1.12-16

12 Bem-aventurado o varão que sofre a tentação, porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.

Feliz (“Bem-aventurado”, ARA) é o homem que suporta a provação. O modo de ensinar através de bem-aventuranças nos lembra imediatamente o Sermão da Montanha, com o qual, como se verá depois, a Epístola tem tantos pontos de contato. quando for aprovado – e não, “quando for provado”, como em Romanos 14:18; 16:10, para aquele que foi testado e aprovado. a coroa da vida. A imagem da “coroa” ou coroação do vencedor para recompensa dos justos é comum tanto a Pedro, que fala da “coroa da glória” (1Pedro 5:4), e a Paulo que fala da “coroa da justiça” (2Timóteo 4:8). A “coroa da vida”, ou seja, da vida eterna, no entanto, é peculiar a Tiago. [Cambridge, 1890]

13 Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado: porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.

- Segundo a Bíblia de Genebra (2009), “Há uma importante diferença entre uma provação (Tiago 1:12) e uma tentação (Tiago 1:14). Muitas vezes Deus prova o seu povo para expor suas qualidades interiores (Abraão, Gênesis 22:1; Ex 15:25; 16:4; Salmo 66:10), mas Deus nunca tenta ninguém no sentido de levá-lo a pecar. Tiago entendia que os cristãos podiam facilmente atribuir suas tentações a Deus, pois eles sabiam que Deus é soberano sobre todas as coisas. De fato, Jesus nos ensinou a orar “não nos deixes cair em tentação” (Mateus 6:13) porque Deus permite que Satanás faça suas obras más. No entanto, Tiago insistiu que é um perverso equívoco atribuir motivos malignos, incluindo tentação, a Deus.” porque Deus não é tentado pelo mal – ou seja, “Deus nunca é tentado a fazer o mal” (NVT).

14 Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

- A causa do pecado está em nós mesmos. Mesmo as sugestões de Satanás não nos colocam em perigo antes de serem feitas por nós mesmos. Cada um tem sua “própria cobiça”. A cobiça decorre do pecado original, herdado de Adão a partir do nascimento. seduzido – literalmente, fisgado como um peixe. “Cobiça” é aqui personificada como a prostituta que atrai o homem. [JFU, 1866]

15 Depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

o pecado, quando é consumado, gera a morte. Essa “morte” está em perceptível contraste com a “coroa da vida” (Tiago 1:12), a qual a “perseverança” resultará quando tiver sua “realização completa” (Tiago 1:4). [JFU, 1866]

16 Não erreis, meus amados irmãos.

- Em outras palavras, não erre ao atribuir à Deus a tentação para o mal; não, “toda boa dádiva”, tudo o que é bom na terra, vem de Deus. [JFU, 1866]

 

Meu trabalho aqui é gratuito. Ele é mantido por pequenas ofertas. Se você faz uso deste material, CONSIDERE fazer uma contribuição. Qualquer valor é importante!

Chave PIX:    assis.shalom@gmail.com 

 

INTRODUÇÃO

A vida cristã é frequentemente marcada por desafios e dificuldades que testam a nossa fé e comprometimento com o Reino de Deus. Na Carta de Tiago, especialmente na introdução, somos chamados a enfrentar as tentações e provações de maneira que a nossa fé seja fortalecida. Na lição deste domingo, veremos o que são as tentações, sua procedência e propósito na vida cristã. Também vamos refletir a respeito da diferença entre a tentação e a provação, e como essas experiências podem nos levar a desenvolver uma fé autêntica.

- Estamos diante de uma lição muito longa, contraproducente, se o professor tentar ministrar todo o conteúdo em um tempo de aula apenas. No entanto, comentarei todos os subtópicos tentando ser o mais sucinto possível e, ainda assim, fornecer um bom conteúdo. O alvo de Deus em nossa vida é a maturidade cristã (1.2-4,12; Rm 8.29; Cl 1.28). À medida que somos provados, precisamos pedir a Deus para nos mostrar o que Ele está fazendo (1.5). Deus nos prova para nos fazer desmamar de atitudes infantis. Provações, em grego, sugere problema ou algo que quebre o padrão de paz, conforto, alegria e felicidade na vida de uma pessoa. A forma verbal dessa palavra significa "submeter alguém ou algo à prova", com o propósito de descobrir a natureza dessa pessoa ou a qualidade de uma coisa. Deus permite essas provas para provar e aumentar a força e a qualidade da fé que a pessoa professa e demonstrar a validade dela (vs. 2-12). Toda provação torna-se uma prova de fé que tem por objetivo fortalecer; se o cristão não consegue passar nessa prova por responder a ela de maneira incorreta, essa prova então se torna uma tentação, ou uma incitação ao mal. A tentação é o lado negativo de qualquer circunstância que enfrentamos, e a provação é o seu lado positivo, devido à origem e aos objetivos de ambas. Podemos ser vitoriosos resistindo às tentações e perseverando no Senhor que quer nos testar e que nos dá poder para a luta. Na epístola de Tiago 1.12-13, encontramos a importância de passar pela provação; O problema é que a palavra empregada no original é a mesma, e as circunstâncias em que ambas, tentação e provação se apoiam, também são as mesmas. A tentação é algo negativo por causa da sua origem. Deus não tenta ninguém. Por outro lado, somos tentados e induzidos à tentação por nossa própria cobiça, observe as palavras de Tiago 1.14. O tentador, por definição, é Satanás. Foi ele que tentou o próprio Jesus, encontramos esse relato no Evangelho Segundo Mateus 4.3. A tentação é algo negativo por causa do objetivo do tentador, a saber, destruir e devorar os que se deixam levar pelo caminho do pecado. Em 1Pedro 5.8 encontramos um alerta: “Sejam sóbrios e vigilantes. O inimigo de vocês, o diabo, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. Vamos ao conteúdo da lição e ver o que temos pela frente!

I. A FORÇA PRODUZIDA PELAS TENTAÇÕES (vv. 2,12)

1. O que são as tentações? Segundo Dicionário Teológico, são estímulos que levam à prática do pecado. Mas preste atenção! São somente incentivos ou pressões. No hebraico o termo é nissi e no grego é ekpeirazo, ambos significam “provação” ou “teste”. As tentações são estímulos, ou seja, um teste, e podem surgir em diversos momentos e áreas da vida. Em sua Carta. Tiago distingue claramente as provações das tentações, atribuindo-lhes origens e propósitos diferentes (vv. 3.4). Enquanto as provações são vistas como oportunidades para crescimento espiritual e uma maior intimidade com Deus, as tentações surgem para nos fazer pecar e assim nos afastar do Senhor. É crucial reconhecer essa distinção para compreender como lidar com cada situação de acordo com a orientação bíblica. Jesus, em seu ministério terreno, foi tentado pelo Inimigo no deserto (Mt 4). todavia Jesus não pecou (Hb 4.14-16). O nosso Salvador e Mestre venceu a tentação e devemos nos aproximar dEle com fé para que sejamos também vitoriosos. Jesus, em tudo, foi tentado, por isso Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar força e sabedoria para resistirmos (1 Co 10.13).

Quando estamos sendo provados, precisamos de discernimento e sabedoria (Tg 1.5; 3.13-18). Sabedoria, primeiro para saber distinguir prova e tentação! Uma pessoa madura é paciente nas provas. Uma pessoa imatura transforma provas em tentações. Provas são testes enviados por Deus, e tentações são armadilhas enviadas por Satanás. Quando Deus nos prova é para que possamos passar no teste e herdar as bênçãos. Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa oportunidade é uma tentação. Quando Jesus estava jejuando e orando no deserto, Satanás o tentou, sugerindo a ele que transformasse pedras em pães. A tentação é algo negativo, por nos oferecer uma oportunidade e até uma justificativa para o pecado. Encontramos isso logo no primeiro livro da bíblia, no Gênesis, Eva usa de subterfúgios momentâneos para justificar sua desobediência, assim como Adão também o faz. Contudo, desculpas para o pecado que cometemos contra a santidade de Deus não absolve, elimina, explica, justifica, nossa transgressão. Nossos primeiros pais, tentaram se justificar diante de Deus, colocando a culpa no outro, mas ambos receberam o justo juízo de Deus. Neste sentido, a tentação sempre nos acompanha em nossa própria cobiça, é utilizada pelo tentador com o objetivo de nos destruir e, naturalmente, desperta no coração a tendência de minimizar o pecado ou justificar o pecado, retirando a culpa de si mesmo e colocando no outro ou nas circunstâncias. A tentação sempre nos conduz para longe de Deus. O nosso Senhor é santo e perfeito, em sua santidade, não compactua com o pecado, muito menos aprova a transgressão, por isso nos afastamos do Senhor quando estamos em pecado. O objetivo da provação, ao contrário do objetivo da tentação, é nos aproximar cada vez mais de Deus. Observe a tentação afasta-nos de Deus, a provação aproxima-nos de Deus. Como base para nossa afirmação usaremos a epístola de Tiago 1.2, “2 Meus irmãos, tenham por motivo de grande alegria o fato de passarem por várias provações,”. Nesse sentido, a provação sempre nos conduz para o crescimento espiritual. Passar por lutas e dificuldades produz em nós o sentimento de maior dependência de Deus, produz maior convicção da soberania de Deus atuando em nós, produz maior profundidade de comunhão com Deus. A provação é abençoadora na vida do cristão, mas, não se esqueça, que a provação também pode ser utilizada por Satanás para nos afastar de Deus. O livro de Jó é uma clara demonstração neste sentido. Diante do sofrimento, não blasfemou contra Deus, e nem desonrou a Deus. Ao contrário, deu declarações extraordinárias sobre Deus. O próprio Deus disse que Jó era um servo que agradava ao coração dEle, este mesmo servo em Jó 42.5 declara com palavras maravilhosas após a provação, “5 Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem.” A provação aproximou mais Jó do Criador. As lutas de Jó o levaram para mais perto de Deus, embora Satanás tenha tentado levar Jó para mais distante de Deus. Então, é necessário estar atento, pois as provações, que Deus utiliza para fortalecer nossa fé, pode ser utilizada por Satanás como tentação para nos afastar de Deus. Uma tentação de Satanás pode ser utilizada pelo Espírito Santo para nos conduzir mais ainda para perto de Deus. O próprio Jó é exemplo disso, pois Satanás procurou colocar Deus contra Jó e Jó contra Deus. Contudo, a tentação de afastar Jó de Deus produziu o efeito contrário, ou seja, tornou ainda mais firme sua fé no Senhor. Na provação ou na tentação seremos vencedores se mantivermos nossos olhos no Senhor, somente o Senhor pode fortalecer-nos, guiar-nos. Que nossas vidas Jesus Cristo seja o centro.

2. A procedência das tentações. Segundo Tiago 1.14.15, as tentações procedem de nossos desejos carnais, que nos arrastam e seduzem para longe da vontade de Deus. Quando esses desejos são concebidos, dão à luz ao pecado, e o pecado, quando consumado, gera a morte. Portanto, as tentações não vêm de Deus. Por que Ele desejaria que pecássemos se o seu objetivo para nós é alcançarmos a estatura de varão perfeito: à santidade? A verdadeira causa de comportamentos pecaminosos não está em Deus, mas em nós mesmos e no Diabo (1.13-15). Tiago aborda a respeito da provação (teste) que são os desafios ou dificuldades permitidas por Deus para testar e fortalecer a fé dos crentes. Esse tipo de provação é um meio de desenvolvimento espiritual Conforme Tiago 1.12, as provações são permitidas por Deus para aqueles que o amam. Elas têm como objetivo fortalecer a fé e culmina com a “coroa da vida. Já a tentação são desejos e inclinações pecaminosas que levam uma pessoa a errar o alvo.

- Cobiça refere-se à luxúria, ao forte desejo da alma humana de desfrutar ou adquirir algo para satisfazer a carne. A natureza caída do homem tem a propensão para deseja' for temente qualquer pecado que a satisfará (veja notas em Rm 7.8-25). A expressão "sua própria" descreve a natureza individual da luxúria — ela é diferente para cada pessoa em consequência das tendências herdadas, do ambiente, da criação e das escolhas pessoais. A gramática grega também indica que essa "cobiça" é o agente ou a causa direta do pecado individual. Cf. Mt 15.18-20. atrai. Essa palavra grega era usada para descrever animais de caça que eram atraídos para armadilhas. Assim como os animais podem ser levados à mor te por meio de iscas atrativas, a tentação promete às pessoas algo bom, que, na verdade, é prejudicial, seduz. Um termo de pesca que significa "capturar" ou "pegar com isca" (cf. 2Pe 2.14,18). Forma um paralelo com "atrai". 1.15 O pecado não é um simples ato espontâneo, mas o resultado de um processo. As palavras gregas traduzidas por "haver concebi do" e "dá à luz" comparam o processo à concepção e ao nascimento físicos. Portanto, Tiago personifica a tentação e mostra quo ela pode seguir uma sequência semelhante e produzir o pecado com todos os seus resultados fatais. Conquanto não resulte na morte espiritual do cristão, o pecado pode levá-lo à morte física (1 Co 11.30; 1 Jo 5.16).

3. O papel do Inimigo. Embora as tentações procedam de nossos próprios desejos, o Inimigo (Satanás) sabe como explorar essas fraquezas, tentando nos afastar de Deus. Mas a responsabilidade de não ceder à tentação é individual. Tiago descreve o processo da seguinte maneira: A pessoa é tentada pelo mal, atraída e seduzida pela própria cobiça. A vontade, quando concebida. dá à luz ao pecado. O pecado, quando consumado, gera a morte. O pecado, quando não confessado e abandonado, torna-se uma prática levando a pessoa à escravidão.

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta” (1.13). O que se percebe nessa afirmação é que existe o risco de os cristãos pensarem que é o próprio Deus quem os está induzindo a pecar, quando passam por momentos difíceis. Afinal, não é ele o soberano absoluto da História, quem reina sobre nossas decisões individuais? Tiago tomou conhecimento de que, sob pressão, alguns cristãos estavam sendo tentados a atribuir suas fraquezas e aptidão para pecar ao próprio Deus. Então ele determina que os cristãos parem de dizer: “Sou tentado por Deus”, como se a tentação tivesse origem nele. A construção grega do imperativo negativo expressa um mandamento para se descontinuar uma ação em andamento. Deus permite que as provações aconteçam e, em meio a elas, permite que a tentação venha, mas prometeu que não permitirá tentação maior do que aquela que os cristãos possam suportar e que não deixará de prover um escape (1Co 10.11). Cabe aos cristãos escolher se vão aceitar o escape que Deus provê ou ceder à tentação (2Sm 24.1; 1Cr 21.1). É interessante que Tiago não menciona a atuação de Satanás, o tentador, muito embora mais adiante ele ensine os cristãos a resistir às tentações do diabo (4.7). Sobre os ombros do Diabo têm sido colocadas muitas culpas que são nossas, voluntária e decididamente nossas. Ele destaca claramente que a tentação se origina realmente em nós e que, dessa forma, somos nós mesmos os responsáveis pelo pecado que cometemos. A expressão “cada um” corresponde aqui a “todo mundo”. Portanto, todo mundo é tentado pela sua própria cobiça. O que Tiago está dizendo é que cada um de nós tem uma natureza inclinada para o mal. Com isso, não presumo que Satanás não esteja por trás da tentação, mas pelo texto de Tiago, nossa própria cobiça é a fonte! Na verdade, a tentativa de culpar a Deus nos processos do existir não passa de uma repetição do ato arquetípico de Adão e Eva, quando ambos transferiram a responsabilidade de seus atos para outro. O homem tem uma tendência ferrenha de fugir da culpa, de achar um culpado para suas desventuras em algo ou alguém exterior a si. Entretanto, o Evangelho nos confronta e nos faz assumir a responsabilidade por nossos atos, apontando-nos a existência da concupiscência e mostrando que é de dentro que emana aquilo que é capaz de contaminar (Mt 15.1-21). Em contato com tal verdade e constrangidos pelo amor de Cristo só nos resta o arrependimento e a busca urgente pela graça daquele que nos perdoa e santifica para o seu louvor!

 

PENSE! Você já parou para pensar que todo crente é, ou vai ser, tentado em alguma área da vida?

PONTO IMPORTANTE! Jesus foi ao deserto e, ali, foi tentado. Mas Ele venceu e deseja que sejamos vencedores em meio às tentações.

 

SUBSÍDIO 1

Prezado(a) professor(a), escreva no quadro a palavra “tentação”. Em seguida, pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem essa palavra. Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida, explique que tentação é “do hebraico, nissi, do grego ekpeirazo, do latim tentationem. Estímulo que leva à prática do pecado. Embora a tentação, em si, não constitua pecado, o atender às suas reivindicações caracteriza a transgressão das leis divinas. Eis porque Jesus, na Oração Dominical, ensina-nos a orar. ‘E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!” (Mt 6.13). Tentador é o que nos induz a práticas que contrariam as leis de Deus. Nas Sagradas Escrituras é Satanás o tentador por antonomásia: é o agente e o estimulador da tentação (Mt 4.3: 1 Ts 3.5). (Adaptado de Dicionário Teológico. 13 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 338).

 

Participe do nosso canal no WhatsApp!

Fique por dentro das últimas atualizações e conteúdo exclusivo. Clique no botão abaixo para acessar diretamente o nosso canal no WhatsApp:

https://chat.whatsapp.com/HbmAnD3NZQqDp20HBi6gNf

 

II. AS PROVAÇÕES E SEUS PROPÓSITOS

1. Todos os filhos(as) de Deus são provados. Já sabemos que as provações são situações difíceis, permitidas por Deus para testar e fortalecer a fé de seus filhos(as). As provações têm um desígnio positivo e benéfico no crescimento espiritual do cristão. Elas são comparadas ao processo de lapidar o ouro. Uma pepita de ouro antes de ser refinada contém muitas impurezas, por isso precisa ser levada ao fogo para que todo metal pesado saia e fique só o que é valioso, nobre.

- Em Tiago 1.2, encontramos a cláusula “tende por motivo de toda alegria”. É a primeira ordem que Tiago dá em sua epístola; para entender o que ele quer dizer com isso, devemos observar a passagem completa e os versículos adjacentes: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1.2–4). A palavra tende é um termo financeiro e significa “avaliar”. Quando Tiago diz “tende por motivo de toda alegria”, ele encoraja seus leitores a avaliar a maneira como encaram as provações. Ele chama os crentes a desenvolverem uma atitude nova e melhorada que considere as provações da perspectiva de Deus. Tiago quer que os crentes saibam que devem esperar “provações de vários tipos” (Tg 1.2) na vida cristã. Devemos estar preparados e não ser pegos desprevenidos quando uma provação repentina nos sobrevier. As provações fazem parte da experiência cristã. Jesus disse aos Seus discípulos: “No mundo, passais por aflições” (Jo 16.33). Normalmente, uma provação não é uma ocasião para alegria. Tiago não está sugerindo que busquemos aflições ou dificuldades judiciais; nem devemos fingir que as provações são agradáveis de suportar. As provações são difíceis e dolorosas. Mas elas existem para um propósito. As provações têm o potencial de produzir algo de bom em nós e, por isso, são uma oportunidade de expressar alegria. Sabendo que há um quadro maior, podemos considerar as provações como coisas nas quais podemos nos regozijar. Mesmo que a alegria seja contrária à nossa reação normal, Tiago nos exorta a trabalhar para mudar nossa atitude em relação aos problemas de medo para expectativa positiva, fé, confiança e até mesmo alegria. Tiago não diz apenas “tende por motivo de alegria”, mas diz “tende por motivo de toda alegria”; isto é, podemos considerar as provações e testes como alegria pura, imaculada e total. Muitas vezes, vemos as provações sob uma luz negativa ou presumimos que a alegria não possa existir nas dificuldades; pior, consideramos os tempos difíceis como uma maldição de Deus sobre nós ou o Seu castigo por nossos pecados, em vez do que realmente são - oportunidades para amadurecer alegremente à semelhança de Cristo. Tiago 1:3 explica que Deus pretende que as provações testem nossa fé e produzam perseverança espiritual. As provas são como desafios de treinamento para um atleta. Elas constroem resistência física e vigor. O atleta anseia por desafios físicos e mentais por causa dos benefícios que se seguem. Se andássemos pela vida em uma rua fácil e nunca enfrentássemos dificuldades, nosso caráter cristão permaneceria não testado e subdesenvolvido. As provações desenvolvem os nossos músculos espirituais, dando-nos vigor e resistência para manter o rumo (Romanos 5:2–5). Podemos ter por motivo de toda alegria nas provações porque nelas aprendemos a depender de Deus e a confiar nEle. A fé que é testada torna-se fé genuína, fé robusta, fé inflexível: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:6–7). Deus também usa provações para nos disciplinar: “Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade” (Hebreus 12:10). As provações ajudam a purificar nossas deficiências espirituais e a amadurecer nossa fé. Elas promovem alegria porque produzem santidade na vida dos crentes inabaláveis. Tiago encoraja os cristãos a aceitar as provações não pelo que são atualmente, mas pelo resultado que Deus realizará por meio delas. Tiago 1:12 promete: “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” Quando José foi vendido como escravo por seus irmãos (Gênesis 37:1–38), ele não podia ver o belo resultado salvador de vidas que Deus realizaria durante seus anos de sofrimento e perseverança no Egito. Após sua provação com a esposa de Potifar, José passou longos anos esquecido na prisão. Por fim, o plano de Deus se concretizou e José foi elevado à segunda posição mais poderosa sobre o Egito. Por meio de muitas provações e testes, José aprendeu a confiar em Deus. José não apenas resgatou sua família e a nação de Israel da fome, mas também salvou todo o Egito. A fé de José foi testada por meio de provações, e a perseverança completou o seu trabalho. Depois de passar vitoriosamente pelas provações, José entendeu o bom propósito de Deus em tudo o que havia suportado. José foi capaz de ver a mão soberana de Deus em tudo. Maduro e completo, José disse estas palavras de perdão a seus irmãos: “Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida” (Gênesis 50:19–20). Tiago 1:4 diz que um crente que persevera nas provações se torna “perfeito”. Isso não significa que ele ou ela se torne sem pecado ou sem falhas morais. Perfeito fala de maturidade ou desenvolvimento espiritual. Os cristãos que enfrentam as provações com uma perspectiva alegre – confiando que Deus realizará o Seu bom propósito – desenvolverão a plena maturidade espiritual. Eles serão equipados com tudo de que precisam para superar todas as provações que encontrarem. Esse é certamente um bom motivo para se alegrar. A fim de enxergarmos as provações como motivo de toda alegria, devemos avaliar as dificuldades da vida com os olhos da fé e vê-las à luz do bom propósito de Deus. A tradução de Tiago 1:2–4 por J.B. Phillips ajuda nosso entendimento: “Quando todos os tipos de provações e tentações se aglomerarem em suas vidas, meus irmãos, não se ressintam como se fossem intrusas, mas recebam-nas como amigas! Perceba que elas vêm para testar sua fé e produzir em você a qualidade da perseverança. Mas deixe o processo continuar até que a resistência esteja totalmente desenvolvida, e você descobrirá que se tornou um homem de caráter maduro com o tipo certo de independência.”

2. Prova de fé. Tiago destaca que a prova da nossa fé produz paciência e perseverança (v. 3). As provações nos levam a confiar mais em Deus e a desenvolver um caráter maduro, essencial para uma vida cristã autêntica. No Novo Testamento, a ideia de provação está relacionada a uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus. Geralmente está associada a ideia de confiança e um santo fervor. Tiago acrescenta o termo grego hypomon que pode ser compreendido como estabilidade, constância, tolerância, sendo, no Novo Testamento a característica da pessoa que não se desvia de seu propósito e de sua lealdade à fé e piedade mesmo diante das maiores provações e sofrimentos.

Por meio das provas, o cristão aprenderá a resistir com tenacidade à pressão de uma provação até que Deus a elimine no tempo determinado por ele e aprenderá até a apreciar os benefícios (2Co 12.7-10). Ao longo das Escrituras, encontramos pessoas que transformaram derrota em vitória e tribulação, em triunfo. Em vez de vítimas, tornaram-se vitoriosos. Tiago afirma que podemos ter essa mesma experiência hoje. Quaisquer que sejam as tribulações exteriores (Tg 1:1-12) ou as tentações interiores (Tg 1:13-27), por meio da fé em Cristo podemos ter vitória. O resultado dessa vitória é a maturidade espiritual. A fim de transformar tribulações em triunfos, é preciso atentar para quatro verbos: considerar (Tg 1:2), saber (Tg 1:3), deixar (Tg 1:4, 9-11) e pedir (Tg 1:5-8). Em outras palavras, esses são os quatro elementos essenciais para a vitória em meio às provações: uma atitude alegre, uma mente esclarecida, uma volição submissa e um coração confiante.

3. Bênção nas provações. Tiago afirma que bem-aventurado é o homem que suporta a provação, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam (v. 12). Assim, as provações são oportunidades para receber bênçãos divinas e crescer em intimidade com Deus. Suportar a provação implica perseverar na fé em meio às lutas e forças contrárias, sofrer, aguentar brava e calmamente os maus-tratos, sabendo que Deus está ao nosso lado e é a fortaleza em quem podemos nos abrigar (Sl 46).

Os cristãos que conseguem suportar as provações são verdadeiramente felizes (5.11). Nesse contexto, a palavra suporta também descreve a sobrevivência passiva e dolorosa em meio a uma provação e concentra-se no resultado vitorioso. Essa pessoa nunca renuncia à sua fé salvadora em Deus (Mt 24.13; Jo 14.15,2.1; 1Jo 2.5-6,15,19: 4.19; 1Pe 1.6-8). O cristão que é aprovado (literalmente, "passou na prova"), passou por suas provações com êxito e vitória, o que indica que ele é genuíno porque a sua fé resistiu como a de Jó, e está apto a receber a coroa da vida; ou "a coroa que é vida". "Coroa" era a grinalda colocada sobre a cabeça de um atleta vitorioso depois das competições gregas da antiguidade. Aqui, indica a recompensa final do cristão, a vida eterna, que Deus lhe prometeu e concederá plenamente na morte ou na vinda de Cristo (2Tm 4.6; Ap 2.10; cf. 1 Pe 5.4). As tribulações trabalham em favor do cristão, não contra ele. Nas palavras de Paulo: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28). "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação" (2 Co 4:17).

 

PENSE! O que a provação gera em nós?

PONTO IMPORTANTE! Maturidade espiritual e confiança em Deus.

 

SUBSÍDIO 2

Prezado(a) professor(a) inicie o tópico fazendo a seguinte pergunta: “Qual deve ser a atitude do crente diante das provações e tentações?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois explique as consequências de abandonar a fé diante das provações e de ceder à tentação. Uma delas tem relação com o local onde vamos passar a eternidade: céu ou inferno. Diga que a vitória de Jesus quando foi tentado e provado não se deve apenas ao conhecimento intelectual que Ele possuía das Escrituras Sagradas, mas, sobretudo, à sua relação com o Pai. Jamais se esqueça de que para interpretar de modo correto a Bíblia é preciso uma relação viva com Deus. O que Jesus citou e fez, somente revelou essa relação preexistente com o Senhor. Hoje em dia, algumas pessoas usam as Escrituras como um tipo de ‘luta romana’ com Deus, de modo que se citam uma parte dela. Deus tem de cumpri-la. A mera ‘confissão da Palavra como um ‘feitiço, não era o segredo de Jesus, mas a sua comunhão com o Pai, sua santidade e desejo de agradá-lo. (Adaptado de Comentário Bíblico Pentecostal Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 31.)

 

III. SABEDORIA, PROTEÇÃO E CONFIANÇA

1. Busque a sabedoria divina (v. 5). Tiago afirma que se alguém tem falta de sabedoria, deve então pedi-la a Deus (v. 5). A sabedoria que vem do alto está revelada na Palavra de Deus, na Bíblia Isso significa que uma das condições fundamentais para se tornar sábio é ler e meditar nas Escrituras. É preciso ler a Bíblia, entendê-la e aplicá-la à nossa vida. O salmista escreve: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.11). Para esconder a Palavra é preciso uma leitura de qualidade, que envolve pensamento, sentimento e chega à vontade. A memorização das Escrituras, nesse caso, torna-se importante, assim como a aplicação à nossa vida. A leitura da Palavra gera em nós temor e esse temor é o primeiro estágio para uma vida inteligente. Por isso, leia a Palavra de Deus, medite nela e a aplique à sua vida.

Quando somos provados precisamos pedir sabedoria (1.5-8). Quando estamos sendo provados, precisamos de discernimento e sabedoria (1.5; 3.13-18). O que é sabedoria? E mais que conhecimento. Sabedoria é o uso correto do conhecimento. Conhecimento pode ser definido, nesse contexto, como conhecer bem a Bíblia. Sabedoria é usar bem a Bíblia. Sabedoria é olhar para a vida com os olhos de Deus. O sábio busca maturidade e não prazer. Há pessoas cultas e tolas. Há pessoas que têm erudição, mas não sabem viver a vida nem fazer escolhas certas. Quando estamos sendo provados, precisamos de sabedoria para não desperdiçar as oportunidades que Deus está nos dando para chegarmos à maturidade. A sabedoria nos ajuda a entender como usar as provas para nosso bem e para a glória de Deus.

2. Proteção em meio à violência. Vivemos em um mundo marcado pela violência e conflitos. Por isso, não são poucas as pessoas que desenvolvem doenças emocionais. Em muitos lugares, a vida está marcada pelo medo. Contudo, como cristãos, não podemos nos esquecer das palavras apostólicas: “No amor, não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor” (1 Jo 4.18). Quando meditamos na Palavra de Deus, somos conscientizados do perfeito amor divino por nós, de modo que nem a morte nem a vida podem nos separar desse amor gracioso, um amor que nos alcançou maravilhosamente (Rm 8.38.39). Assim, a consciência do amor de Deus, proveniente da revelação bíblica, traz para nós segurança e equilíbrio. Por isso, andamos em confiança, sem medo, mesmo vivendo em um mundo perigoso.

Quando passamos por dificuldades somos tentados a questionar o amor e o poder de Deus. Então, Satanás oferece um caminho para escaparmos das provas. Essa oportunidade é uma tentação. Quando Jesus estava jejuando e orando no deserto, Satanás o tentou, sugerindo a ele que transformasse pedras em pães. Quando Satanás tentou Eva no jardim do Éden e Jesus no deserto, ele questionou o amor de Deus. A bondade de Deus é o grande escudo contra a tentação do diabo. Quando sabemos que Deus é bom, não precisamos cair nas armadilhas do diabo para suprir nossas necessidades. É melhor estar faminto dentro da vontade de Deus do que estar farto e cheio fora da vontade de Deus (Dt 6.10-15). Jesus foi categórico com Satanás: “... não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Uma coisa é ser tentado, outra coisa é ceder à tentação. Não é pecado ser tentado, mas sim ceder à tentação. Lutero costumava dizer: “Você não pode impedir que um pássaro voe sobre a sua cabeça, mas você pode impedir que ele faça ninho em sua cabeça”.

3. Incerteza: a marca da pós-modernidade. Como resultado do pensamento crítico do mundo moderno, se tornaram comuns, em nossa sociedade a dúvida, a incerteza e a incredulidade nas pessoas. Duvidar ganhou o status de intelectualidade e daí o desejo de muitos em desconstruir a fé, os fundamentos e os valores cristãos. No pensamento moderno, o questionamento tornou-se uma espécie de “ídolo”. Mas a Carta de Tiago nos mostra que a sabedoria que vem do alto, traz confiança, certeza e uma fé consolidada em Deus. É essa mesma confiança e a certeza que levaram Daniel e seus amigos a não se contaminarem quando estavam cativos na Babilônia. Eles não se dobraram diante de outros deuses: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar, ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17.18). A falta de fé tem se tornado o deus deste século, por isso precisamos ter cuidado. Seja seletivo e não ouça e veja qualquer coisa, mas somente o que vai fortalecer a sua fé e torná-lo sábio.

Tudo o que Deus dá é bom, até as provas. O espinho na carne de Paulo foi um dom estranho, mas foi uma grande bênção para ele (2Co 12.1- 10). Deus dá constantemente. O verbo “descendo” é um presente particípio, cujo significado é: continua sempre descendo. Deus não dá seus dons apenas ocasionalmente, mas constantemente. Deus não muda. Deus não pode mudar para pior porque Ele é santo. Ele não pode mudar para melhor porque Ele é perfeito. O primeiro escudo contra a tentação é o julgamento de Deus. O segundo é a bondade de Deus. Tudo o que Deus nos dá é bom. Toda boa dádiva procede das Suas mãos. Ele, muitas vezes, nos dá não o que pedimos, mas o que precisamos. Seriamos destruídos se Deus deferisse todas nossas orações. Muitas vezes pedimos uma pedra, pensando que estamos pedindo um pão; pedimos uma serpente, pensando que estamos pedindo um peixe. Deus, então, é tão bondoso, que não nos dá o que pedimos, mas o que necessitamos. Tiago diz que: “toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pais das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (1.17).

 

PENSE! Podemos viver sem medo mesmo estando em um mundo violento?

PONTO IMPORTANTE! O medo não nos aprisiona quando temos fé em Deus.

 

IV. O CUIDADO COM O QUE VEMOS E DESEJAMOS

1. Atraídos pelo que vemos. Como já vimos. Deus não é a fonte da tentação, mas o Diabo (v. 13). Não podemos nos esquecer de que o Inimigo é descrito nas Escrituras Sagradas como o tentador que busca desviar as pessoas de Deus (1 Ts 3.5). O sistema de valores deste mundo, que jaz no maligno, também é fonte de tentação (1 Jo 2.15-17). Temos de ser cuidadosos, pois somos atraídos por aquilo que vemos e desejamos e o inimigo usa a atração e o desejo para nos fazer pecar. Tomemos como exemplo a história do primeiro casal, Adão e Eva (Gn 3.2-6). Eles sabiam que não poderiam comer do fruto de uma árvore do jardim, mas foram traídos pelo desejo e entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9). Tiago utiliza o termo “gerar”, no versículo 15. para mostrar que ninguém peca sem ansiar pelo pecado (desejar). Antes que o pecado vire uma ação, ele passa por um processo de “gestação” na mente do ser humano. Por isso, devemos nos proteger, revestindo-nos de toda a armadura de Deus (Ef 6.11). Não se esqueça de que a origem da tentação está em nossos desejos e jamais no Eterno, “porque Deus a ninguém tenta”.

- Sabemos que a mesma palavra grega tem significados diferentes (um dos quais não é necessariamente negativo), pois embora frequentemente leiamos que Deus testou um indivíduo particular, também lemos que Deus nunca tenta um indivíduo. “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tiago 1:13). O SENHOR é um Deus justo, reto e santo, e assim, nunca tenta ou seduz os homens para cometerem o mal. As provas e testes que os crentes recebem das mãos da providência de Deus são para o seu próprio bem espiritual e edificação. Quando Deus chamou Abraão para viver pela fé, ele o provou a fim de aumentar essa fé. Deus sempre nos prova para fazer aflorar o que temos de melhor; Satanás nos tenta a fim de fazer aflorar o que temos de pior. A provação de nossa fé mostra que somos, verdadeiramente, nascidos de novo.

2. Desenvolvendo um caráter cristão. As tentações, assim como as provações, servem para testar o nosso caráter. Como você reage sob pressão? É fácil ser bondoso com o próximo quando tudo vai bem. Mas e quando os outros nos tratam mal? Quando vem as tempestades? Como reagimos? A forma como enfrentamos as situações adversas dizem muito a respeito da nossa fé e do nosso caráter. O Senhor deseja nos tornar maduros, fortes e completos e, por isso, permite as tentações e as provações. José foi duramente tentado e provado quando estava na casa de Potifar, mas ele revelou ter um caráter ilibado e uma fé verdadeira. Por isso, não cedeu. Tiago mostra que em vez de murmurarmos diante das tentações e provações, devemos vê-las como oportunidades para o nosso crescimento em Cristo, o desenvolvimento do nosso caráter. Deus está conosco o tempo todo, tenha confiança de que você não está sozinho. Ele nos concede força e sabedoria para resolver os problemas e suportá-los. Então, seja paciente.

“Segundo o pastor Antonio Gilberto caráter é o aspecto psíquico da personalidade O caráter é a característica responsável pela ação, reação e expressão da personalidade. É a maneira própria de cada pessoa agir e expressar-se. Tem a ver com a própria conduta. É a marca da pessoa. O caráter faz parte da personalidade. É adquirido, não herdado […]. Resulta da adaptação progressiva do temperamento às condições do meio ambiente: o lar, a escola, a igreja, a comunidade, o estado socioeconômico[…]. Sem sombra de dúvidas, o caráter está aliado à ética de cada pessoa […] A personalidade é construída […]. A formação da personalidade começa na infância. Dizem os estudiosos que a personalidade de uma pessoa está definida quando ela completa 7 anos de idade. O que ela aprender até esta fase, comprometerá todo o seu desenvolvimento psíquico, emocional, afetivo, social etc. Daí, podemos ver como é importante o papel do ensino cristão […] Da formação da personalidade, desenvolve-se o caráter humano através das diversas experiências da vida” (LIMA, Elinaldo Renovato. O Caráter Cristão: Moldado pela Palavra de Deus e Provado como Ouro. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.9.10).

3. Padrões modernos. O objetivo do Inimigo é nos levar a pecar. Curiosamente o pensamento pós-moderno afirma, que não há um padrão de certo e errado no que tange ao comportamento humano. No entanto, a Carta de Tiago nos mostra que aos olhos de Deus há, sim, o certo e o errado, retidão e desvio, pureza e pecado, firmeza e fraqueza. Tal verdade se baseia na natureza do próprio Deus O certo é fazer a vontade do Senhor, revelada na sua Palavra, como fez o jovem José e também Daniel e seus amigos, e não ceder às tentações do Diabo. O errado é cometer o pecado, cedendo às tentações. Quando alguém cai em tentação, cedendo ao pecado, se coloca em uma posição contrária a Deus e à sua Lei, atraindo para si o juízo divino.

O relativismo moral está ganhando mais e mais espaço nos veículos de comunicação. Essa ideia aparece em campanhas publicitárias, em textos jornalísticos, em livros, filmes e séries. Além disso, muitos influenciadores das redes sociais atendem uma agenda que visa a desconstrução dos conceitos morais da fé cristã. O cristão precisa desenvolver o seu caráter pelos parâmetros do Evangelho de Jesus Cristo. Vivemos em uma sociedade que valoriza o princípio do relativismo ético e moral. Entretanto, a Palavra de Deus é clara: os servos de Deus devem andar no caminho da honestidade, da obediência às Escrituras e da integridade.

4. Como o crente deve reagir às tentações? Ele deve reagir com resistência, buscando por auxílio divino, como afirma Tiago (v.16). Muitos jovens, nesse momento, estão sendo tentados e, infelizmente, alguns vão acabar cedendo. Mas outros vão resistir. De qual lado você deseja estar? Aqueles que cederem à tentação certamente te vão ter de lidar com o sentimento de culpa, dor e vergonha. Para estes, o único caminho a tomar é o do arrependimento, retornando para Deus (1 Jo 1.9). No arrependimento verdadeiro encontramos a tristeza pelos erros, a confissão e o desejo de abandonar o pecado. Então, caso você tenha cedido à tentação, saiba que o Senhor é misericordioso e justo, e o seu sangue nos purifica de todo o pecado (1 Jo 1.7.9).

Uma pessoa de “bom caráter” é aquela que faz o bem, que cumpre suas obrigações, faz o que é direito e justo, ou seja, quem possui e segue valores éticos (Is 26.7). Entretanto, mesmo essas pessoas virtuosas podem ter seu comportamento influenciado pela pecaminosidade (2 Cr 25.2). A Bíblia diz que todas as pessoas pecaram. O pecado corrompeu o homem por completo (Rm 3.23). Por isso, para ser totalmente transformado em alguém que é aprovado diante de Deus, cada pessoa precisa entregar-se a Jesus Cristo. É mediante a essa entrega que a pessoa é verdadeiramente transformada, ela nasce de novo (Jo 3.3,5). Cada cristão já foi transformado pelo Espírito, por meio da fé (Jo 1.12). E, por isso, possui um caráter cristão que precisa ser desenvolvido e fortalecido. A Bíblia destaca alguns traços distintivos do caráter cristão: humildade, honestidade, pureza, mansidão e verdade (Cl 3.8-13, Ef 4.1-3.15). O apóstolo Pedro cita algumas características virtuosas que todos os cristãos devem desenvolver: “Por isso mesmo façam todo o possível para juntar a bondade à fé que vocês têm. À bondade juntem o conhecimento e ao conhecimento, o domínio próprio. Ao domínio próprio juntem a perseverança e à perseverança, a devoção a Deus A essa devoção juntem a amizade cristo e à amizade cristã juntem o amor” (2 Pe 1.5-7). Para fortalecer o caráter cristão é preciso se consagrar ao Senhor e buscá-lo constantemente (s 55.6) A leitura da Palavra, a prática da oração e do jejum e a santificação devem ser hábitos constantes. “A santificação é um processo que se desenvolve mediante o poder de Deus e o esforço do crente, a qual torna o pecador em salvo e a ímpio em um santo. O Cristão passa a experimentar uma vida progressiva de santificação (Hb 12.14), dando testemunho de sua fé por suas obras, ou então que preciso ser demonstrado de modo prático (Mt 5.16: Ef 2:10). Há crentes que são carnais e que se arriscam a perder sua posição diante de Deus (1. Co 3.3), e há também os santificados em Cristo Jesus chamadas santos (1 Co 1.2). A Santificação progressiva envolve todas as áreas da vida do cristão: primeiramente, o pensar, depois, as atitudes os gestos, as palavras, em seguida, a vida espiritual, a vida familiar, a vida profissional, a vida moral, a vida financeira; enfim, ele torna-se santo em toda sua maneira de viver (veja 1 Pe 1:15), Sua santificação é aperfeiçoada no temor de Deus (2 Co 7.1). Em suma, a santificação molda o caráter do crente em seu desenvolvimento espiritual. O salvo tem que ser santificado para que seu caráter seja santo: Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). O caráter do homem reflete sua personalidade e demonstra sua conduta ética e moral”(UMA, Elinaldo Renovato. O Caráter Cristão: Moldado pela Palavra de Deus e Provado como Ouro. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.22).

 

PENSE! Qual o caminho tomar quando cedemos à tentação?

PONTO IMPORTANTE! O caminho é se arrepender, confessar a Deus, pedir o seu perdão e nunca mais desejar voltar ao erro..

 

CONCLUSÃO

Aprendemos que a Carta de Tiago é um guia prático que nos ensina a lidar com as tentações e provações. As tentações devem ser resistidas com a ajuda de Deus e mediante a meditação na sua Palavra. As provações precisam ser vistas como oportunidades de crescimento e fortalecimento da fé. Compreender essas verdades vai nos ajudar a viver uma vida cristã autêntica, em que a fé é continuamente refinada e demonstrada em ações. Em meio às provas e tentações, somos chamados a buscar uma fé autêntica e inabalável, que reflita a verdadeira essência do Cristianismo, sabendo que, em Cristo, somos mais que vencedores.

- O fato de sermos provados nos capacita, não apenas para recebermos recompensa futura, mas também nos equipa para sermos usados por Deus agora.

Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.

Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!

Dele seja a glória!

_______________

Francisco Barbosa (@Pbassis)

• Graduado em Gestão Pública;

• Teologia pelo Seminário Martin Bucer (S.J.C./SP);

• Pós-graduado em Teologia Bíblica e Exegese do Novo Testamento, pela Faculdade Cidade Viva (J.P./PB);

• Professor de Escola Dominical desde 1994 (AD Cuiabá/MT, 1994-1998; AD Belém/PA, 1999-2001; AD Pelotas/RS, 2000-2004; AD São Caetano do Sul/SP, 2005-2009; AD Recife/PE (Abreu e Lima), 2010-2014; Ig Cristo no Brasil, Campina Grande/PB, 2015).

• Pastor da Igreja de Cristo no Brasil em Campina Grande/PB

Servo, barro nas mãos do Oleiro.

_______________

Quer falar comigo? Tem alguma dúvida?

WhatsApp: 8398730-1186

 

Esse artigo foi útil? Nosso trabalho te ajudou?

Considere fazer uma contribuição. Qualquer valor é importante! Oferte para Chave PIX;

assis.shalom@gmail.com

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que são as tentações?

São incentivos ou pressões que nos levam a considerar ou a cometer atos contrários à vontade de Deus

2. Qual a procedência das tentações?

As tentações têm origem em nossos desejos carnais e são usadas pelo Diabo

3. Segundo a lição, qual a marca da pós-modernidade?

As provações são comparadas ao processo de refinar o ouro no fogo e o triunfo sobre ela fortalece o crente espiritualmente e o torna mais íntimo de Deus.

4. Como o crente deve reagir às tentações?

Tiago destaca que a prova da nossa fé produz paciência e perseverança

5. O que encontramos no arrependimento verdadeiro?

Ele deve reagir com resistência, buscando por auxílio divino, como afirma Tiago (v.16).